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A mulher na janela
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Resenha: A mulher na janela, A. J. Finn

A mulher na janela, de A. J. Finn, publicado pela editora Arqueiro, é o livro mais surpreendente que você vai ver esse ano e eu vou te dizer porquê. Vamos começar pelo autor que eu nunca tinha ouvido falar até o dia que recebi esse livro no evento da editora para livreiros e blogueiros e comecei a lê-lo.

A. J. Finn é formado em Oxford e já foi crítico literário em diversos jornais conceituados como o Los Angeles Times, The Washington Post e o The Times Literary Supplement. A mulher na janela é seu primeiro romance e já foi vendido para 36 países, está sendo adaptado para o cinema pela Fox e é número 1 na lista do The New York Times. Não é pouca coisa, né?

+ Especial: Conheça A. J. Finn

Continuando, bem na capa do livro, já temos a seguinte frase: Não é paranoia se está realmente acontecendo. Instigante. Aí, você já começa a leitura com essa pulga atrás da orelha. Existe a paranóia? Não existe? E se essa frase foi colocada ali só para me confundir? E se não foi? Você vai enlouquecendo um pouco no processo, mas é normal.

O livro começa contando a rotina da Dra. Anna Fox, uma psicóloga infantil que sofre de Agorafobia, medo de lugares abertos. No caso, a Dra. Fox sofre fortes crises de pânico e ansiedade quando é exposta a espaços fora da sua casa, mesmo que seja só o seu jardim. Na verdade, ela nem consegue deixar as janelas abertas ou se aproximar da porta da frente por saber o que a espera além daquilo.

Ela mora sozinha em uma casa constantemente fechada e escura, bebe muito vinho, é viciada em filmes antigos e seus passatempos incluem jogar xadrez online, orientar outras pessoas que sofrem de agorafobia em um fórum virtual e vigiar a vida dos vizinhos. Sim, munida de uma câmera com um super zoom e dona de uma casa de três andares com muitas janelas, Anna Fox sabe de tudo o que acontece em cada casa de sua pequena vizinhança, acompanhando a vida das outras pessoas que podem sair de casa e conviver em sociedade, tendo nisso uma espécie de distração e consolo, como se ela pudesse viver através delas.

Testemunha ocular de cada passo de seus vizinhos, Anna também vigia suas páginas em redes sociais, sabe onde trabalham, suas rotinas, quem vai embora e quem chega, enfim, nenhum detalhe escapa da sua super lente. É quando os Russell chegam. A família Russell composta pelo pai, a mãe e o filho adolescente rapidamente chama a atenção da Dra. Fox, afinal, era uma família totalmente nova para estudar. Ela teria que aprender a rotina deles, descobrir por que estavam ali, de onde vieram e o que faziam para poder integrá-los em seu pequeno reino particular.

Foi durante as várias horas de vigia que Anna começou a perceber algumas coisas que não se encaixavam e a se questionar outras que não conseguia entender. Por que o jovem Ethan estudava em casa, passava a maior parte do tempo parado diante do computador e parecia tão triste? Será que o Sr. Russell era um desses pais dominadores e abusivos? Por que a Sra. Russell só apareceu uma vez e, agora, ela não conseguia encontrá-la em nenhuma janela da casa?

Ao longo da descrição da rotina de Anna, vamos conhecendo mais sua história, como o acidente de carro que ela teve um tempo atrás e que desencadeou sua fobia, a fazendo viver longe do marido e da filha. Vamos vivendo junto com ela o drama das pessoas do fórum que desabafam suas próprias situações e o drama dos vizinhos que Anna continua vigiando.

Até que a tal Sra. Russell aparece em uma situação em que ajuda Anna em um ataque de pânico na porta de sua casa. As duas passam horas conversando, coisas são ditas ou insinuadas e o quebra-cabeça parece começar a se encaixar. Ou, pelo menos, era o que a Dra. Fox pensava antes de assistir Jane Russell ser esfaqueada bem de frente da janela de sua sala. Ali, na casa ao lado, no meio da madrugada e relativamente bêbada, Anna Fox não podia fazer muito mais do que chamar a polícia. E é aí que tudo começa.

Outra mulher aparece alegando ser Jane Russell e todos acreditam que Anna está delirando devido a sua grande quantidade de remédios misturados ao álcool. A partir daí, vivemos vários e vários capítulos envoltos nessa dúvida: Anna Fox viu mesmo o que disse ter visto ou tudo não passou de um delírio da sua doença aliado ao excesso de vinho? Ela conheceu mesmo Jane Russell naquele dia em sua casa ou fantasiou tudo aquilo por se sentir muito sozinha? Alistair Russell teria mesmo matado a sua mulher e colocado uma impostora no lugar ou eles são só uma britânica família comum sem nenhum segredo escuso?

Mergulhamos na cabeça de Anna, nos perguntamos junto com ela e duvidamos junto com ela. Afinal, seria A mulher na janela um emocionante thriller cheio de conspiração e suspense ou só os relatos de uma pobre mulher que enlouquece sozinha em sua casa depois de uma grande tragédia?

Volto à palavra que usei no primeiro parágrafo dessa resenha: surpreendente. Tenha certeza que sua opinião mudará várias e várias vezes durante essa leitura. Você duvidará de Anna, duvidará de todos os outros e duvidará até de si mesmo. Até que ponto algo é mesmo real e até que ponto não é? Quem conhece realmente os mistérios da mente humana e como podemos confiar 100% em tudo o que vemos? No fim, a frase que estampa a capa de A mulher na janela pode, afinal, ser usada como um norte e nos guiar para a verdade: Não é paranoia se está realmente acontecendo.

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BECO NA BIENAL: Resenha Dois Garotos se Beijando, David Levithan #19

Um beijo para quebrar um recorde mundial, primeiros encontros apaixonados e histórias envolventes. Dois garotos se beijando, de David Levithan, é um livro para se encantar e emocionar. Como sempre, o autor não falha em criar uma ponte sólida entre leitor e personagem, despertando a empatia da maneira mais sutil.

O livro gira ao redor de cinco histórias distintas que, como esperado, se entrelaçarão. Tudo começa com Harry e Craig, dois garotos, que não são um casal, mas querem quebrar o recorde do beijo mais longo do mundo, como forma de protesto contra manifestações homofóbicas. Para isso, terão que se beijar por 32 horas 12 minutos e 10 segundos.

Além disso, somos apresentados a Ryan e Avery, dois garotos de cabelo colorido que se encontram em um improvável baile LGBT.  Acompanhamos o primeiro encontro dos dois. Avery tem cabelos cor de rosa, é transsexual e tem medo disso afastar Ryan, o garoto de cabelo azul e espetado com quem cruzou na festa. Também, conhecemos Cooper, um garoto solitário que encontra problemas para ter sua sexualidade aceita. Neil e Patrick namoram há bastante tempo e encontram problemas típicos de relacionamentos entre jovens. E, finalmente, Tariq, um garoto que nos mostra como é ser agredido apenas por ser quem é. Todos os garotos são diferentes, alguns são aceitos, outros nem tanto. Alguns estão em relacionamentos, outros só estão quebrando recordes de beijos. A leitura é um passeio por todas essas histórias, até que elas se unam.

Dois garotos se beijando é uma grande lição de empatia, ainda mais pelos narradores do livro que são muito diferentes do que qualquer outro: são os gays do passado. O tempo todo recebemos a história pela voz daqueles que tinham ainda menos liberdade do que os personagens, que viveram e morreram no auge da AIDS. Percebemos, o tempo todo, o quão difícil era para eles e como eles enxergam a vida desses jovens garotos, as quais estão observando de um outro plano. O autor do livro não falha em descrever uma história envolvente com uma narração singular, levando o leitor, o tempo todo, a se colocar dentro do enredo. É fácil se apegar aos personagens e sentir a emoção dos narradores.

Se você está curioso para conhecer mais sobre David Levithan, esse é o momento! O autor estará na Bienal de São Paulo no dia 11 de agosto, dando palestra das 18:30 às 19:30. Não hesite em pesquisar um pouco mais sobre esse autor exemplar que transforma as histórias de livros jovens adultos em lições de vida.

 

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Resenha: Se não houver amanhã, Jennifer L. Armentrout

Uma escolha tem grandes consequências, tudo o que você escolhe fazer tem sim um resultado lá na frente, pode ser pequeno ou grande, mas ela definitivamente vai mudar sua vida ou de alguém de alguma maneira, mesmo que quase que insignificante. Não deixe as coisas para amanhã, não deixe atitudes para serem tomadas mais tarde, pare de adiar palavras não ditas e que estão presas na sua garganta, cabeça ou coração.

Se não houver amanhã conta a história de Lena, uma menina que está de férias, e prestes a iniciar seu último ano na escola, tudo em sua vida é bom, bons amigos, futuro traçado, mãe e irmã que a apoiam, ela é uma garota certinha que tem uma queda pelo seu vizinho e melhor amigo, mas que não revela esse segredo a ele por medo. Mas em uma noite, uma decisão tomada, muda tudo, muda sua vida, muda a pessoa que uma vez ela foi.

Ela passa por momentos difíceis, e tenta afastar a todos, porque querendo ou não ela tem que viver com as consequências da decisão que ela fez, aquela que não foi a única que resultou no acidente, mas que foi parcialmente interferiu sobre aquele momento, momento no qual resultou na perda de amigos. Foi difícil e complicado, mas quando ela aprendeu a lidar com os sentimentos, ela se deixou ser ajudada e se auto ajudar. Foi difícil e triste, mas no final todos temos que aprender a viver com as escolhas feitas ao longo da vida.

Lembre-se que do futuro e do amanhã ninguém sabe, viva seu máximo sempre e nunca deixe que aqueles que você ama e que amam elas se afastem em hipótese alguma, viva intensamente cada momento e minutos dos teus dias, para não ter nada do que se arrepender por não ter feito.

Isso foi o que esse livro trouxe para mim, eu já tinha ouvido ou lido sobre isso em algum momento da minha vida, mas ler esse livro foi um tapa na cara sobre a realidade, e sobre como escolhas tem sim consequências, e que quando tomamos elas existem várias possibilidades em que essas escolhas vão se desenrolar no futuro.

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Resenha: Amante Sombrio (Irmandade da Adaga Negra #01), J.R. Ward

Amante Sombrio e toda a série da Irmandade da Adaga Negra são livros que eu queria ler desde sempre, mas foi só nesse ano que consegui parar, respirar e ler. Parte porque começamos uma parceria lindíssima com o pessoal da Universo dos Livros e parte porque eu realmente estava um pouco cansado do universo dos vampiros. Mas não me entenda mal, eu amo livros de vampiros.

Sempre quis ler um livro que fosse uma espécie de Crepúsculo, com House of Night e Cinquenta Tons de Cinza e acho que foi isso que encontrei em Amante Sombrio. Sim, é um livro sobre vampiros, mas a história tem um viés muito mais mitológico que romântico (como Crepúsculo, por exemplo) e com uma pitada de cenas que pegam fogo a la Cinquenta Tons (só que entre vampiros! Tem coisa melhor? Se tiver comenta aí, porque eu ainda não achei).

Nesse primeiro livro de Irmandade da Adaga Negra, temos o primeiro contato com o universo criado por Ward. Logo no início, tem um resuminho e um glossário de alguns termos que ela utiliza durante a história que é muito útil para você ficar voltando e relembrar algumas coisas. Amém para autores que criam universos mitológicos e deixam esses resumos para quem é leitor frenético. Na história, conhecemos os vampiros guerreiros que lutam para proteger a espécie, formando a Irmandade da Adaga Negra, em um cenário Nova Iorquino que traz aquela aura de fantasia urbana que eu tanto amo nas séries.

Elizabeth Randall, é uma repórter que se mudou para a cidade e ainda não está no emprego dos sonhos. Aqui vemos a típica trama da jornalista que luta para ser bem-sucedida, tão presente nos livros e filmes que pode ser até considerada a nova jornada do herói. Ela não sabe que seu pai é um vampiro, e um dos guerreiros mais valiosos da Irmandade, Darius. Ele está preocupado que ela não consiga passar pela transição com vida, e precisa que um macho vampiro a alimente para que fique mais forte. Uma peculiaridade da raça nessa série, é que um vampiro não transforma um humano em vampiro através da mordida, e sim através de fêmeas, tanto vampiras quanto humanas, mas nem sempre eles passam pela transformação completa com vida. Além disso, eles também podem comer comida humana, mas só o sangue consegue mantê-los vivos.

O destino faz Beth conhecer Wrath, o líder da Irmandade e aquele que possui o sangue mais puro e forte. Ele não gosta de ser o “rei dos vampiros”, mas é o que tem pra hoje e todos os dias eles precisam travar batalhas contra os Redutores, os inimigos. Pois bem, ela passa pela transformação e se vê inserida em um mundo em que nunca se sabe onde está o verdadeiro inimigo, em que existem rituais que ela jamais havia experimentado como uma simples repórter… Caos!

É uma leitura que flui de maneira muito boa, apesar de levar um tempo pra gente se acostumar com alguns termos da mitologia. O livro é escrito em terceira pessoa, mas os capítulos se passam em vários pontos de vista, de modo que sabemos a todo o tempo o que está acontecendo em várias pontas da história. Tem MUITAS cenas de luta que não são a água com açúcar que estamos acostumados, assim como as cenas de sexo. É um livro jovem-adulto, então crianças, deixem para o ano que vem.

O fluxo é maravilhoso, existem muitos personagens que estão ali de maneira secundária mas que te deixam com aquela pulga atrás da orelha de será que ele vai aparecer depois? Será que vai ter um spin-off dele? Vale muito a pena a leitura, mas antes você precisa esquecer tudo o que sabe sobre vampiros e todo o preconceito que Crepúsculo pode ter deixado na sua mente. Experimente os vampiros de Adaga Negra sem preconceito que te garanto boas horas de satisfação!

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Resenha: Tarde demais, Colleen Hoover

Tarde Demais, é o sexto livro da autora Colleen Hoover que eu tive a oportunidade de ler. Cada livro conta uma história que mostra perspectivas diferentes sobre alguns temas, em Tarde Demais isso não foi diferente.

Desta vez, Colleen nos apresenta a estudante Sloan, que durante a sua aula de espanhol não consegue manter seus olhos abertos. Cochilando na aula, a jovem não percebe que Carter senta-se justamente ao seu lado.

Carter gostaria de entender o motivo pelo qual a garota parece estar tão exausta logo pela manhã. Eles conversam e logo fazem uma brincadeira em que escrevem frases sem sentido, apenas com palavras que vem à mente. Enquanto ele não tira a garota da cabeça, ela não imagina que a partir daquela manhã nunca seria tarde demais para perder o medo e recomeçar.

Sloan é a namorada de Asa Jackson, o maior traficante de drogas nos campus universitários. A casa onde eles vivem está sempre repleta de pessoas, festas na piscina todas as noites, bebidas e sempre sobra muita bagunça para Sloan.

A vida da jovem é um inferno diário e embora a casa esteja sempre uma bagunça, para ela é uma distração arrumá-la. De alguma maneira limpando tudo, Sloan se transporta telepaticamente para outra dimensão.

Ele abriu as mãos e largou as preocupações dela, incapaz de pegá-las para si. Mas ela as pegou de volta e espanou a poeira. Quer segurá-las sozinha agora.”

Só que ela não esperava ser apresentada a Carter por Asa, o mesmo rapaz que a viu babando de sono na faculdade. E quando achou que Carter fosse uma pessoa diferente, na verdade estava metido com todo o trabalho sujo feito por seu namorado. O que Sloan não sabe é que Carter ou melhor Luke têm muitos motivos para querer se aproximar de Asa e conquistar sua confiança.

Para Sloan, Asa, é um cara que embora tenha inúmeros defeitos, a ama. Quando na verdade o motivo para que ela não o deixe é muito maior. Por isso, Sloan sempre encontra justificativas para o comportamento de Asa, até mesmo na forma como ele a trata, se submetendo a humilhações, situações, pessoas ou lugares que não gostaria de estar.

Ele é arrogante, tem temperamento forte, é difícil lidar às vezes. Mas me ama. Ele me ama para cacete. E eu estaria mentindo se dissesse que não o amo também. Se pudesse, eu mudaria muitas coisas em Asa, mas ele é tudo que tenho no momento, então aguento. Ele me trouxe para casa quando eu não tinha mais para onde ir. Ninguém mais com quem contar. Só por esse motivo eu o aturo. Não tenho escolha.”

O relacionamento entre Asa e Sloan vai ficando cada vez pior. Asa é extremamente possessivo e não aceita que nenhum cara olhe para Sloan, embora já tenha percebido que existe algo entre sua namorada e Carter. A medida que os dias passam, a vida de Sloan está em perigo, mas Carter precisa ser paciente para não colocar tudo a perder.

Colleen Hoover trás mais uma história sobre relacionamento abusivo e violência doméstica em que quanto mais você espera que as coisas melhorem, mais você se afundará na situação e cada vez mais será difícil sair dela, principalmente quando há alguém obsessivo e paranóico como Asa.

Tarde Demais é mais uma história em que a culpa nunca será da vítima e que nenhum comportamento do agressor deve ser justificado. Com Asa, Sloan esteve diante da morte diversas vezes e a cada dia é como se precisasse salvar a própria vida, sobreviver a mais um dia. Com Luke espera ser salva e reconhece que nunca é tarde demais para recomeçar.

 

 

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Resenha: Amor & Gelato, Jenna Evans Welch

Amor & Gelato conta a história de Lina, que é uma garota alegre e feliz com a vida que compartilha ao lado da mãe, mas toda essa felicidade vem por diminuir drasticamente quando ela a perde para o câncer e sua vida muda de uma hora para outra, já que ela tem que se mudar dos Estados Unidos para a Itália e viver com um velho amigo de sua mãe que nunca tinha ouvido falar antes da chegada da doença, e que por tudo que foi dito, deduz que ele é o pai que nunca esteve presente em sua vida.

Ao chegar na Itália se depara com sua nova casa, que é situada em um cemitério, sim um cemitério! Lina não estava nem um pouco feliz com a sua mudança, e descobrir que sua nova casa fica em um cemitério é algo que faz ela ficar levemente assustada com a escolha da mãe sobre ir morar com um estranho em vez de ficar com a avó.

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Ela inicia sua convivência com Howard, o homem, de maneira resistente e quieta, e quando Sonia, uma antiga amiga de sua mãe de quando ela estudou por um período em Florença, entrega a ela um antigo diário que a mãe mandou antes de falecer. Lina começa a ler, vivenciar e descobrir tudo o que o diário descreve, principalmente para entender melhor um romance que aconteceu durante uma corrida pelos arredores de seu novo lar, em que conhece Ren, um menino estranho e cheio de energia, que apresenta seus amigos e a cidade para ela, e entra em sua busca por entender melhor os momentos que a mãe passou durante seu tempo na Itália.

A história mostra revelações que deixam o leitor chocado, porque se constrói na cabeça de uma maneira, mas a verdade é diferente daquilo que se é esperado, o livro revela os erros são da natureza humana, mostra como qualquer pessoa pode errar e que pode e consegue aprender muito com eles. Também te deixa apaixonada por Ren e pelas energias boas que ele transmite e repassa para as pessoas que estão lendo o livro.

A narrativa e o envolvimento que a escrita proporcionam é maravilhosamente incrível, mesmo que em algumas partes ela dá uma espécie de parada quando você só quer que ela corra o mais rápido possível para descobrir o que vai acontecer a seguir. De vez em quando, o livro te faz odiar Lina, quando ela é muito teimosa e geniosa, mas no final você só acaba aceitando o jeitinho dela, afinal a história e os personagens são construídos da maneira que são para se encaixar da forma mais perfeita na história.

É uma história sobre amor, descobertas, maneiras de lidar com os segredos e perdas. É sobre perdão, sobre juventude e como a vida pode ser surpreendentemente boa.

capa do livro
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Resenha: Talvez um dia, Colleen Hoover

“Dou um beijo suave no seu nariz, na sua boca e no seu queixo. Depois acomodo meu ouvido em seu peito de novo. Pela primeira vez na vida, escuto absolutamente tudo.”

Ridge Lawson, último capítulo

 

Oi, Becudos?! Retomei minhas leituras romanescas na última quinzena e afirmo, no nosso espaço de hoje separei uma resenha incrível. Essa é a minha segunda leitura de Hoover e garanto, a cada livro você se apaixona mais pela escrita e narrativa optado pela escritora. Já quero deixar meu carinho para lá de especial a minha grande amiga Sandra Peder por dividir comigo seus livros, já estou com terceiro e depois da semana dedicada a Bienal 2018 estarei postando mais uma resenha de Colleen Hoover. O que disse? Sério? Sim, já joguei [risos], aguardem!

“Talvez um dia” [Maybe Someday, na versão original], possui um deficiente auditivo contracenando como par romântico da personagem principal da obra, Sydney Blake, seu nome é Ridge Lawson e ainda é músico – colider de uma banda bastante conhecida, toca violão e compõe as músicas que fazem sucesso. Sim, Colleen Hoover nos dá esse “tapa na cara”, ou melhor dizendo/escrevendo, um tapa na cara da sociedade ao propor em um de seus livros mais comentados de 2015 nos Estados Unidos, uma personagem diversa, atípica, e faz com que qualquer leitor fique fascinado por ele.

O livro possui trezentos e sessenta e seis páginas divididos em vinte e cinco capítulos. O Foco narrativo esta distribuído entre a personagem traída Sydney e Ridge, o encantador musicista da varanda. As personagens são Sydney, Ridge; Hunter – namorado de Sydney que a trai já nos primeiros dois capítulos do livro; Tori – melhor amiga de Sydney, dividem apartamento e tem um relacionamento escondido com Hunter; Warren – amigo de Ridge; Maggie – namorada de Ridge e outras personagens que circundam os espaços narrativos e contribuem com o seu desenvolvimento.

Os espaços encontrados no livro são o apartamento de Ridge em sua maioria, lugar dos pequenos conflitos e composições de Sydney e Ridge, biblioteca do campus da universidade, lugar onde Sydney trabalha, mas o primeiro conflito se desenvolve no apartamento de Sydney.

A história central de “Talvez um dia” se concentra no triangulo amoroso entre Sydney, Ridge e Maggie. Sydney descobre que está sendo traída pelo namorado Hunter com sua melhor amiga Tori, ao agredir sua companheira de apartamento, encontra refúgio no apartamento de Ridge – seu vizinho do prédio da frente, sempre assistia-o a tocar violão algumas melodias que já tinha escrito letras.

No desenvolvimento da leitura é possível encontrar muitos pequenos conflitos que aproxima o casal “impossível”. É hilário quando Sydney descobre que Ridge é surdo [capítulo2, página 57]:

Eu [Sydney]: Por que não me contou que é surdo?

Ridge: Por que não me contou que escuta?

Ridge se comunica com todos na narrativa por mensagens de celular, chats de redes sociais ou língua de sinais, mas somente Warren, Maggie e Brennan conseguem se comunicar por língua de sinais.

Os dois se aproximam ao compor juntos, Sydney é uma ótima compositora, inclusive salva Ridge de um bloqueio de inspiração. Os dois se tornam bem próximos até acontecer um beijo. Sydney fica arrasada pois não quer se tornar uma Tori e machucar Maggie, até porque as duas se deram muito bem. Em todo o livro, os pensamentos de Sydney em relação a Ridge sempre terminam com um “talvez um dia” – como se questionasse a probabilidade de acontecer algo entre os dois, até mesmo as músicas que compõem retratam o sentimento do casal, a necessidade de se encontrarem e terem a oportunidade de amar e viver esse amor que ao mesmo tempo é avassalador e calmo, fugaz e eterno que cativa a atenção até mesmo de Ridge, um namorado fiel que se encontra divido entre duas mulheres, a personagem Ridge consegue desafiar a Lei Universal do Amor, estar perdidamente apaixonado por duas pessoas que são opostas e ao mesmo tempo iguais, também estão apaixonadas por ele.

Sinceramente, percebi [uma singela opinião de leitor] a ligação entre Ridge e Sydney mais forte e recíproca, não que Maggie não gostasse de Ridge, pelo contrário! Ela é uma ótima namorada e fiel, já que FIDELIDADE é um tema bem discutido no romance, mas é possível perceber que ela está em outra direção, ela sempre está fora da ligação de Ridge.

Mas o fato de Maggie ser doente complica todas as coisas. Complica tudo na verdade. Depois de mais uma série de pequenos conflitos, Maggie lê todas as mensagens de Ridge para Sydney e percebe que não quer mais esse relacionamento, pois Ridge a sufoca com uma proteção exagerada devido a doença e ela quer viver muito mais, ela não quer um namoro restritivo e ofegante.

Não vou relatar a história de como Ridge conheceu Maggie [que é incrível, por sinal!] para te encorajar a ler o livro na íntegra, vale a pena!

Ridge solteiro e Sydney também, não há mais empecilho para viverem esse amor tão avassalador. Em um show onde Ridge está tocando a música que escreveram juntos, o casal decide sentir, viver e amar.

O livro é leve, doce e as personagens te conquistam de uma forma bem singular. Com toda sinceridade do meu coração, tive problemas em ler os últimos capítulos, não queria acabar.

Espero que tenha uma ótima leitura!

Resenha: Quinze Dias, Vitor Martins
Resenha: Quinze Dias, Vitor Martins
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Resenha: Quinze Dias, Vitor Martins

“Para todo mundo que já entrou na piscina de camiseta”

Quinze Dias é o primeiro livro publicado pelo escritor e ilustrador Vitor Martins. O livro conta a história de Felipe, um menino gordo de personalidade adorável, que se vê tendo que passar os primeiros quinze dias das férias de julho dividindo quarto com Caio, extremamente perfeito e sua paixão de infância.

Agora você entende o meu desespero? Gordo, gay e apaixonado por um garoto que nem responde ao meu “bom dia” no elevador. Tudo pode dar errado. Tudo vai dar errado. E eu não tenho tempo de pensar num plano de fuga emergencial porque a campainha está tocando. E minha mãe está abrindo a porta. E eu, claro, estou todo suado.

O livro já começa maravilhoso pela capa, feita pelo próprio Vitor Martins, mas não fica somente na estética, a narrativa é simplesmente impecável, os fatos são contados de uma maneira extremamente simples, mas sem ser simplório como se um adolescente de verdade tão adorável quanto Felipe descreveria. Por ter uma narração tão verdadeira o leitor logo se vê como amigo do personagem principal e divide com ele suas inseguranças e seu senso de humor leve.

Todos os personagens são bem escritos, possuem profundidade e são tão envolventes que passa-se a saber como eles vão se portar ou não diante a certas situações porque é tudo tão realista que coisas como “isso é típico do Felipe” ou “isso é a cara do Caio” se tornam frequentes. Mesmo assim os plots que a história tem deixam o leitor sempre ávido por saber o que vai acontecer no decorrer das situações.

As referencias que o livro contém são maravilhosas e tornam tudo ainda mais concreto. Alusões sagazes como o flamingo de plástico chamado Harry Styles ou tocar Linkin Park nos créditos de um filme sobre robôs tornam a leitura ainda mais dinâmica e interessante. O fato de Caio e Felipe poderem ser facilmente nossos colegas do ensino médio ou nossos vizinhos conferem ainda mais sensibilidade ao livro.

A sala de cinema fica parada ouvindo uma música ruim do Linkin Park que faz parte da trilha sonora de Zombie robots: o ataque 2.

Por se tratar de um livro com temáticas como aceitação do corpo, sexualidade e adolescência, esperava-se que ele acabasse pesado demais ou muito clichê, mas muito pelo contrário, Vitor Martins conseguiu deixar tudo muito natural e ao mesmo tempo extremamente empoderador. Personagens gordos, gays, negros ou lésbicas não estão lá apenas para cumprir uma cota, mas se fazem presentes porque o mundo é assim e o livro exalta a pluralidade de todas formas de ser. Em tempos de “Love, Simon”, Quinze Dias mostra que autores brasileiros podem construir narrativas tão brilhantes e apaixonantes quanto os escritores internacionais.

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Resenha: Rush sem limites, Abbi Glines

“Aos dez anos, conheci o ódio e também o amor. Ambos exaustivos. Ambos capazes de mudar a vida. E ambos completamente ofuscantes.”

O livro Rush sem Limites é o quarto livro da série Sem Limites de Abbi Glines e nos traz a história de Rush e Blaire narrada pelos olhos do próprio Rush.

Rush é um bad boy, filho de um astro do rock, e tem tudo que quer nas mãos. Mora em Rosemary, Flórida, em uma mansão à beira-mar e vive em um mundo de luxo, festas e mulheres.

Durante uma festa em sua mansão, Rush recebe a visita de Blaire, vinda do Alabama e precisando de ajuda, pois a mãe acabara de falecer vítima de um câncer. Na verdade, Blaire havia ido atrás do seu pai que havia sumido há cinco anos, mas ao chegar no endereço que ele lhe dera, ela descobre que ele havia viajado para Paris e a casa era de Rush.

“Esta não é uma história de amor comum. Na verdade, é tão complicada que nem chega a ser linda. Mas quando você é o filho bastardo do lendário baterista de uma das bandas de rock mais amadas do mundo, é de esperar que seus relacionamentos não sejam perfeitos.”

Assim, inicia a história. Rush está vendo Blaire parada na porta de sua casa e uma lembrança vem à sua mente: ele já a conhecia, nunca poderia esquecer aqueles cabelos loiros, entretanto, ela representava problemas para ele, uma vida passada e ele estava determinado a afastá-la de sua vida o mais rápido possível.

Sem saber o que fazer, Rush acaba deixando Blaire ficar na sua casa até conseguir entrar em contato com o pai dela, mas faz tudo que pode para evitá-la. Porém, com o passar dos dias, fica cada vez mais difícil ficar longe dela e ele acaba conhecendo a verdadeira história de Blaire. Rush se sente culpado pelo que aconteceu com ela e esconde um segredo que o atormenta durante toda a narrativa.

“Acreditamos nas mentiras; nos agarramos ao nosso ódio. E eu acabei destruindo a vida de uma garota inocente.”

Neste livro, é possível conhecer melhor a irmã insuportável e mimada de Rush. Nan é a típica garota riquinha e popular, acostumada a ter tudo que quer, quando quer. Ela sabe quem é Blaire e quais os segredos que envolvem a garota, mas Nan também não teve uma vida muito fácil. Sua infância foi perturbada e seu ponto de apoio sempre foi Rush, que a amava mesmo com todos os seus defeitos. Ao descobrir a chegada de Blaire na casa de Rush, Nan estava decidida a odiar e atormentar a vida da garota.

A autora, Abbi Glines, nos presenteia com uma narrativa fluida e  envolvente, capaz de despertar vários sentimentos no leitor. Super indico!

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RESENHA: A Nuvem, Neal Shusterman

Quando falamos do primeiro volume da série Scythe no ano passado, O Ceifador, não imaginamos que o segundo volume dessa história, A Nuvem, poderia ir mais além e nos deixar ainda mais boquiabertos. Pois Neal Shusterman conseguiu. Ele nos entregou uma sequencia recheada de plow-twists e viradas impressionantes. Se no primeiro título da série perdemos um pouco da sensação de aventura por estar conhecendo o universal, em A Nuvem somos imediatamente surpreendidos pelo decorrer da história.

Como sabemos, o mundo está sendo governado pela Nimbu-Cúmulo, que eu particularmente chamo de Siri, que gerencia tudo aquilo que é vital para a vida humana com perfeição, exceto a morte. Quem fica responsável por isso é a Ceifa, e este núcleo de pessoas honoráveis está extremamente corrompido e isso fica mais claro agora. Se anteriormente fomos apresentados aos modos como as coisas perfeitas aconteciam, dessa vez tivemos uma visão interna, demonstrando o quanto o ser humano e o seu modo político pode afundar até aquilo que nasceu para ser bem-sucedido. É simples: estragamos aquilo que tocamos. Seja por ego, por desejo de ser maior ou por querer que os outros caiam. Carregamos um rastro de destruição conosco apenas por existir.

Entre as passagens de capítulos somos inundados por pensamentos da Nimbu, que muito embora seja uma máquina, possuí sentimentos, se questiona, se emociona e pensa como se fosse uma de nós. E o melhor é que são nestes momentos que a história é facilmente manipulada, pois são justamente nestes momentos que vemos as situações com mais clarezas e muitas vezes, mudamos de opinião ou expectativa sobre o que vem a seguir.

Citra Terranova, a honorável Ceifadora Annastacia cresceu. Cresceu e se adaptou muito bem em sua função. Se tornou respeitada e influente, ao contrário de Rowan, que já começa a história com uma mudança brusca de personalidade. É claro que o grande casal de protagonistas segue sendo o destaque central da história, mas o que mais realmente chama a atenção em A Nuvem é o crescimento dos personagens secundários e o quanto eles se tornaram essenciais: eles interagem de uma forma diferente com Nimbu, quase como uma relação familiar, que demonstra a força e a vontade da consciência robótica de assumir o controle sobre a morte, que está em jurisdição da Ceifa.

O livro nos entrega diversos pontos de vista da mesma história, excelente plow-twists, narrativa veloz e até seu final foi capaz de gerar ansiedade pelo próximo volume da saga. Neal Shusterman é dono de uma escrita excelente, sabe detalhar sem se perder e ir direto ao assunto sem deixar pontas soltas. Tanto O Ceifador quanto A Nuvem são uma obra prima, deliciosa e viciante. Para nós, a grande surpresa do ano.