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Emanuel Antunes

Atualizações

Mulan ganhará Live-Action

Sim, é nesse momento em que seu coração para por alguns segundos. Segundo o “The Hollywood Reporter”, a Disney confirmara que o roteiro do remake está mais que pronto. Feito por Elizabeth Martin e Lauren Hynek, a história seguirá os padrões da adaptação de 1998 da lenda chinesa de Mulan. Ícone feminista entre os filmes já produzidos pela Disney, a nova versão pode ser um marco entre os novos filmes que já foram confirmados e muitos com elencos já divulgados. Em breve, mais notícias sobre o remake, aqui, no Beco Literário.

Reviews de Séries

Review: Bates Motel 3×03 – Persuasion

A segunda temporada de Bates Motel surgiu com várias promessas. Traria tudo que lançou em sua primeira e muito mais, ficamos loucos: aquelas artes, aqueles teasers. No mais, a segunda temporada não conseguiu superar sua antecessora. A terceira, esta que iremos comentar abaixo, não fez alarde. Um teaser aqui, um trailer ali, pouca coisa para o que é Bates Motel. De mansinho, nasceu a melhor “season” da série. Do nada, como se Hitchcock tivesse descido de seu céu do terror e viesse para a produção, a história de Norman Bates atinge um ponto invejável para qualquer enredo do tipo. Hoje, a psicose regressou.

No segundo episódio da terceira temporada uma teia foi estendida, em um ponto o mistério “Annika” é colocado sob observação, já em outro podemos ver Dylan e seu pai forçando laços. No episódio desta segunda tudo mudou. O que estava faltando de ação e tensão foi bem mais que adicionado. Começamos com Norma desesperadamente tentando identificar um corpo. Sua desconfiança do filho só aumenta (não deveria existir confiança alguma). Com a ajuda de Romero, ela pode ter acesso ao cadáver, e, bem, não só Norma como os telespectadores sentem alívio ao descobrir que aquela não era Annika. Não sinta raiva de mim, não é spoiler, isso ocorre em seus primeiros minutos de episódio. Já era de se esperar que não fosse ela, por hora. Mas algo me diz que em Bates Motel um morto não aparece em vão, sempre temos uma história por trás de tudo aquilo.

Norma

Assim como a mãe de Norman, Romero insiste em saber de toda a verdade. Os dois juntam-se para extrair as entrelinhas do adolescente, esse entra em estado de colapso. A interpretação de Highmore é impecável, seu olhar desconfiado, sua malícia expressa nos lábios. O Norman que conhecemos atuava, pois era marcado por uma doença. O que vemos agora é um assassino, um real assassino sem medo, sem ressentimento. Como falei na coluna que antecedeu a estreia desta temporada (confira aqui!), a hora de Norma Bates se aproxima. Em breve Farmiga deixará o elenco para uma cópia sua. Para uma versão menos aperfeiçoada.

Arrisco também em afirmar que se Norma Bates não dura muito, Emma Decody pode se despedir prematuramente. A personagem amada por todos os fãs da série está forçando o que não deveria forçar, criando um relacionamento mais íntimo com Norman, ao mesmo tempo que neste episódio o famoso “Cupcake Boy” retorna, e tudo indica que Emma ficará em uma corda bamba, sobre o muro, de um lado o doente Bates, do outro rapaz que muitos julgariam mais que normal (a maconha é um detalhe). Caso Emma reate suas esperanças para com o garoto, tenho pena dos dois, pois estarão na mira de Norman. Bates Motel está nublado, não sabemos o que irá acontecer, podemos até tentar prever, mas não fica claro e isso era marca na primeira temporada. De uma hora para outra lá está a resposta que ninguém sonhava em vir.

Norman

As reviravoltas que rodeiam Persuasion são capazes de deixar qualquer Bater estatelado no chão. A forma como Norma Bates se encolheencolhe ao ver seu filho progredindo no caminho da Psicose, o modo como Dylan se distancia de sua real “família” ao encontro do pai, as disputas internas que ocorrem na cidade e apresentam Romero como moderador, tudo consolida finalmente que: Bates returns. Volta com toda a força que um dia poderia ter. Algo a destacar-se também é a melhoria na fotografia, se compararmos com os outros episódios, alguns ângulos foram acrescentados e o colorido toma conta para que em breve o velho e conhecido vermelho manche nossas telas.

Vertentes surgem em Bates Motel. A cada episódio que passa devemos dividir claramente Norma da “Mother”. A “Mother” que oferece tantos conselhos a Norman, que lhe proporciona uma visão “pura” do mundo, esta ainda matará diversos personagens. Ainda transformará o nosso inocente menino em serial killer, e ela está progredindo de forma assustadora.  Norma, a mãe preocupada, que faz tudo por seu filho, assim como qualquer mãe do mundo (pelo menos a maioria), despede-se em cada cena, em cada sorriso. Muitos outros caminhos serão explorados, ficou claro neste episódio e resta a nós – telespectadores assíduos – temermos, nos segurarmos em nossas cadeiras, tentarmos prever o que virá, mesmo que seja impossível realizar tal feito quando se fala de Bates Motel.

Colunas

Armada de Potter: Bellatrix Lestrange

Honrosamente, venho esta semana substituir nossa escritora, Thaís Pizzinatto. Thaís vem tocando a “Armada de Potter” há meses, ou seja, creio que seja uma responsabilidade e tanto (não se preocupem, ela voltará para a próxima Armada). Mas vamos ao que interessa. Sexta-feira passada o tema da coluna foi “Horcrux”, não sairemos das sombras pois debateremos sobre ninguém mais, ninguém menos que Bellatrix Lestrange. Herdeira puro-sangue dos Black, incumbida de varrer a escória de sua família, leal ao seu mestre, essa é a Bella que conhecemos, mas digamos que existe muito mais por trás de suas face psicótica.

Provavelmente Bella nasceu na década de cinquenta, no mês de abril. Filha de Cygnus e Druella Black, a então estudante de Hogwarts partiu precocemente para o lado sombrio da força. Designada para Slytherin, a garota Lestrange sempre se inclinou para a parte obscura da história. É claro que deve ficar claro que o simples fato de ser Slytherin não significa ser doente, obcecado, sem escrúpulos. Ser Sonserina significa não ter medo do que está por vir, buscar o que deseja, e no meio desta corrida ao poder, muitos se perdem e tornam-se o que Bella, Voldemort e tantos outros bruxos se tornaram.

Na Primeira Grande Guerra Bruxa lá estava a então Sra. Lestrange, pois Bellatrix já havia se casado com Rodolfo Lestrange. Digamos que este casamento não passou de farsa, o verdadeiro amor da bruxa sempre foi seu Lord. Rodolfo surgiu como um disfarce perante a comunidade dos Comensais, mas a inclinação amorosa sempre ficou clara, nos livros e nos filmes. Para a tristeza de Bella, Voldemort, por ser quem é, não pode responder da mesma forma. Lestrange, por insistência e o que mais lhe deu à cabeça, contentou-se com uma ordem ou um xingamento, era assim que eles se amavam, pelo menos na frágil mente da mulher.

 

“- Potter, você não pode me vencer! Fui e sou a mais leal servidora do Lorde das Trevas. Aprendi com ele as Artes das Trevas e conheço feitiços tão fortes que você, menininho patético, não tem a menor esperança de competir!”

 

Foi na Primeira Guerra que a bruxa torturara Alice e Frank Longbottom. O que seria um dos grandes feitos de Bella tornou-se seu tendão de Aquiles. Naquele momento ela e seus companheiros foram presos e condenados à prisão perpétua. O que não durou muito, pois em 96, em uma fuga em massa de Azkaban, lá estava Bella, mais uma vez, fazendo o que sabe fazer de melhor: matar.

Criemos então um salto histórico, da primeira ascensão do Lorde das Trevas a sua vingança. Quando Voldemort toma o poder novamente, Bella ocupa o alto escalão da sociedade. Capaz de assassinar qualquer um, criou um desígnio próprio, que era limpar a árvore de sua família (teve uma ajuda na conclusão disso quando Riddle declarou que ela deveria “podar” as ramificações que deveriam ser descartadas).

Assim, lá se vão Ninfadora, Sirius e, se considerarmos o melhor amigo que alguém pode ter como da família, lá se foi também Dobby (que teve uma Armada completamente dedicada a ele, confira aqui!). Implacável, sem remorso, Bella foi parada por uma dona de casa. Entre tantos, Molly Weasley foi a responsável por estacionar a máquina Lestrange. Analisarmos a mente de Bella é essencial. Sua família vinha de uma linhagem mais que pura, criada sobre os preceitos que o errado não servia, ela só pensaria em assassinar uma mulher casada com um lobisomem. Um homem que apoiava o lado contrário só merecia morrer. O elfo que levara seus prisioneiros, faça-me o favor, já deveria está morto. Assim, concluía Bellatrix Lestrange, tudo advinha da ideologia usada por sua raiz e pelo movimento que adotara, este já fica como tema para outra Armada.

Bella fora a personificação do descontrole, o extrapolamento de ideais, radical a ponto de cometer suicídio caso seu mestre exigisse. Odiada por muitos, amada por alguns, Lestrange exala ódio, repulsa. É a vilã perfeita para conquistar as massas. Insana e provocativa, seu sobrenome deveria ser Bates ou alguma coisa assim.

Colunas

The Epic Battle: O preconceito, o homofóbico e o Guarda-Roupa

Há alguns dias, por meio do twitter, J.K. Rowling, escritora da saga “Harry Potter”, do livro “Morte Súbita” e da série “Cormoran Strike”, rebateu uma pergunta com a melhor e mais simples reposta que alguém um dia poderia dar sobre o assunto. Confira:

Vraaa

Perceba, a fã, em primeira instância, elogia o trabalho de Joanne e agradece profundamente por ter lhe proporcionado o mundo mágico de Harry Potter, a ironia é que a moça não conseguira captar a principal mensagem da obra, pois ainda na mesma linha ela questiona:  “Eu fico imaginando porque você disse que Dumbledore é gay, porque não consigo imaginar ele desse jeito.” Essa moça, Ana alguma coisa, sofreu nocaute quando vira a resposta, primeiramente receber uma mensagem de Rowling já é uma honra fora do comum, e logo uma dessas. Bem, meus amigos, assim respondera a criadora do garoto bruxo: ” Talvez porque gays se parecem com… pessoas?”. Emoldurem esse trecho e vamos para o próximo parágrafo.

Estamos vendo uma comoção nacional: todos contra a novela das nove. Meu senhor, que absurdo, olhem essas mulheres se beijando na TV, ninguém faz nada… Eu vou dizer, Sr. Preconceituoso, o porque de não fazermos nada. Não existe nada a se fazer, quantas vezes seu filho, o inocente de dezoito anos ou até mesmo a criança de cinco, não ficou colado à TV para ver um beijo quente do galã com a mocinha ou até mesmo uma transa sob lençóis brancos que de nada escondem? Neste momento eu garanto que você, pai, mãe, irmão ou seja lá o que for, apenas sorriu ou também admirou a cena, o máximo que pode ter dito foi: “mas essa Paola Oliveira…”.

É aí que questiono mais uma vez: qual a diferença? O que separa um beijo hétero de um beijo gay? Não, irei desmentir-me, não existe essa de beijo gay ou beijo hétero, é beijo e pronto. É sexo e ponto final. Duas pessoas estão ali, amando-se ou não, isso ocorre com o ser humano, muitas vezes é impulsionado pelo prazer, outras por questões emocionais, somos pessoas como falara J.K. Rowling. O real problema não está na novela ou na série, está na barreira criada por você, querido homofóbico. Ontem, ou bem antes de ontem, estava eu debatendo este assunto na academia, reafirmando tudo que disse neste parágrafo e como quem não quer nada um estudante, igual a mim ou a qualquer outro na universidade cuspira a seguinte frase: “Então vai lá beijar um cara!”. Responderei como respondi no momento. Cada um beija o que bem entender, não deve ser julgado por isso. Homens se beijando não ferem a constituição. Um casal de mulheres adotando uma criança não transforma o indivíduo em um animal abominável. Abominável é o preconceito, a repulsa. Mas defendo sim, sua opção de escolha, posicionar-se entre um dos lados, o que aceita ou que não consegue compreender tudo isso, é de livre escolha para todos os públicos, o problema é agredir, verbal ou fisicamente as escolhas. Isso extrapola o que chamamos de preconceito, isso é crime.

Para encerrarmos o debate sobre a televisão e partirmos para a literatura, só quero dizer que precisamos ser bem mais corajosos nas diversas emissoras, explorar o caminho que ninguém nunca desejou invadir, por puro medo de recusa. Nunca pensei que iria parabenizar a rede Globo, mas hoje rendo-me à tal, pois após anos de atitudes ofuscadas, consegue criar a verdadeira arte, não por ter tramas incríveis, mas sim por não impor limites. Há décadas o cinema vem martelando em cenas como as que a globo está expondo agora. O francês vem com uma bandeira gigantesca com “Azul é a cor mais quente”, o cinema alternativo europeu premia seus telespectadores com cenas realistas do que seria um relacionamento gay: um relacionamento como qualquer outro. O mundo das séries já quebrara esse paradigma há muito tempo. Game of Thrones, Orange is the new Black, Skins… façam o favor, parem de tanto moralismo barato, assistam tais séries e desmitifiquem seus medos, sua ira.

Milhões e milhões de crianças leem “Harry Potter”, essas crianças cresceram e muitas delas hoje já tem seus filhos, suas famílias constituídas, eis a pergunta: Dumbledore esteve presente nas centenas de páginas, ativamente apareceu do primeiro até o sexto livro, até mesmo após sua morte, lá estava Alvo, convivemos tanto tempo com ele e porque será, raios o parta, que não somos gays? Todos nós, os milhões de leitores? Essa é a lógica de quem renega uma pessoa apenas por ser quem é. Amigo, amiga, quando estiver com raiva de seu conhecido por ele ser gay, pegue seu preconceito e deixe-o reservado em seu guarda-roupa, ele ficará bem mais protegido lá, sem ninguém tocar. Ou quem sabe, você, por ser oprimido, por ter que enfrentar a ridicularização em sua própria casa, tenha terror de se declarar, de gritar “I will survive” como Gloria Gaynor gritou, de dizer aos seus amigos o que está acontecendo, desista desse empoeirado armário, ele não o levará para Nárnia alguma, apenas te diminuirá mais e mais a cada segundo.

Como muitos pensam, ser mulher não é crime, ser gay não é violação, ser homem não te faz machista. É necessário romper correntes, absorver o que as artes nos proporcionam. E, parafraseando Raul Seixas, “Faz o que tu queres, há de ser” quase “tudo da lei”. Amar é permitido, ofender, nunca. Escrever sobre é obrigação, não por ser pró ou contra, mas por ser quem é. Agente de toda a sociedade, transformador de visões, observador dessas, corra contra o preconceito ao invés de fortalecê-lo.

Críticas de Cinema

Crítica de Cinema: Insurgente (2015)

Existem duas vias quando se tenta avaliar um filme como Insurgente. A primeira e mais comumente usada: comparar o livro com o filme, assassinando assim a adaptação e, caso o leitor tenha visto a película primeiro, mata-se o livro, pois não será garantido um resumo cinematográfico fielmente feito ao reflexo da obra literária. O segundo caminho na escrita de uma crítica sobre filmes inspirados em histórias já existentes no mercado das letras é usufruir do primeiro e tentar burlar o saudosismo ou seu antônimo. No texto a seguir discutiremos sobre duas visões: a do fã Divergente e a do telespectador de primeira viagem. Comecemos com a segunda.

Insurgente é velocista. O filme começa bem, com a apresentação da sede da Amizade, o clima de conflito é bem diferente de “Divergente”, quando só tivemos um avanço na questão “ação” a partir da metade da produção. O segundo episódio da história de Tris e suas diversas facções é pulsante do início ao fim. Shailene Woodley vem em seu melhor trabalho, a interpretação da “nova Tris” barra qualquer Hazel. A atriz chega ao extremo de suas diversas faces em uma das cenas mais agonizantes, quando a personagem é torturada na sede da Erudição em meio a simulações.

Focando na temporalidade, ainda, a saída do trio: Tris, Caleb e Tobias da Amizade é drástica como deveria ser, o cenário, enquanto estamos na Amizade, deixou a desejar. Por ser um aglomerado de pessoas, com um só objetivo, regrados e representarem o que representam, foi mal elaborado. Minúsculo quando deveria ser grandioso e impressionar os pagantes. Assim também aconteceu com a sede da Franqueza e da Erudição, confunde-se facilmente os prédios, em sua parte interior, é claro. O exterior mostra a grandeza da facção comandada por Jeanine Matthews, já a de Jack Kang tornou-se, assim como a Amizade, uma mera figurante. O prédio da Franqueza pareceu, até para o menos atento observador, um trabalho preguiçoso da equipe visual.

Mas não podemos castigar de modo veemente Insurgente em seus aspectos visuais, pois existiram mais acertos que castigos à produção. A Abnegação destruída, os trechos reservados para as simulações e as cenas que finalizaram o filme, por apresentarem aglomerados de pessoas, acrescentaram um clima “pós-guerra” e um atual estado da mesma. Mais acertos, como falei. Algo que incomodou bastante foi o primeiro propósito da produção, apresentar Beatrice Prior como uma assassina sem escrúpulos, suas primeiras falas são: “matar Jeanine”. Isso contradiz o primeiro filme, quando Tris, se quisesse assassinar a líder da Erudição, teria feito, pois ficou com ela sob sua mira.

No mais, o filme “Insurgente” cumpre o que prometeu, tensão do começo ao fim, dividido da melhor forma e provocativo. Com toda certeza quem assistiu ou ainda irá assistir ficará com uma pulga atrás da orelha e comprará o primeiro ingresso para Convergente. Agora vamos à análise à luz do livro. Srta. Roth, antes de qualquer coisa, como permitistes que fizessem isso?

Se olharmos Insurgente como a adaptação que deveria ser, choraremos por horas. Castigaram o livro, em todos os sentidos. Se modificassem um ponto ali, outro acolá, estaria ótimo. O problema é que assassinaram a trama se compararmos com o livro. Irei realçar o que falei no começo: Analisaremos Insurgente por duas vias, a primeira só resguardara a visão da sétima arte, a segunda que será usada agora faz um comparativo entre livro e filme. Original e releitura para as telas. Essa tal releitura não saiu como esperávamos.

A obra literária de Veronica Roth criou uma teia alucinante: os planos, os mistérios, os cenários. O melhor livro da trilogia tornou-se um filme razoável. Foram descartados trechos importantes, a maioria deles não caberiam no filme pois em “Divergente” seus provedores foram abandonados quando adaptou-se o primeiro volume. Cortaram mais de trezentas páginas, muito disso se deve ao fato da curta duração do filme. Insurgente, em seus domínios, é mais que complexo. Isso não aconteceu na película. Inventaram uma linda caixa, instrumentos que mais aparentam ter vindo de Star Trek e ocultaram personagens essenciais. O curioso é que não foi explicado o significado de Insurgente, é claro que no livro quem introduz a epistemologia do título é um personagem que surge em uma página e morre cinco depois, mas isso não vem ao caso, oferecessem essa tarefa para uma Christina, ou até mesmo para Tobias, e detalhe: seria feito em outra cena, pois todo o clímax do livro ficara de fora. O ápice de Insurgente foi ignorado quando levado às telas.

Depende de onde olhamos e para onde olhamos, pois como filme e apenas isso, o desafiante “Insurgente” merece aplausos e reverências, em meio a erros consegue ressaltar seus pontos positivos e criar uma ponte explícita para seu sucessor. Como adaptação é um tiro errático, rompe seu alicerce com a trama original e evidencia que Convergente será bem menos fiel do que foram Divergente e Insurgente. Compreendamos que se deve separar o julgamento, avaliar da forma correta. O filme grita por um Oscar, figurino e efeitos com toda certeza não levam, mas o risco de sua atriz principal ou seu ator coadjuvante conseguirem indicações da Academia é quase iminente. Desafiador de facções, assim deveria ser definido o novo capítulo sobre Tris, a descendente de convergentes.

Música

Coluna Especial: Viva Elis Vive

Há 70 nascia, na capital gaúcha, a apelidada futuramente como “pimentinha”. Elis Regina emergira sem perceber, por meio de turbulentos anos adolescentes a garota tornou-se mulher e em seu “Arrastão” carregara milhões e milhões de críticos, admiradores e historiadores da música. Parceira de Jobim, Adoniran e tantos outros, Elis cantara entre a Bossa, os saudosos festivais e a nascente, ou renascente democracia. Há 70 anos o mundo da música ganhava seu maior ícone. Dona de uma voz ensurdecedora, rasgante e provocante, a menina de espírito inabalável desbancara seus adversários e até mesmo seus ídolos. Não houve Ângela que segura-se Regina. Nós parabenizamos Madalena, a Equilibrista, por seu tão bem feito show. Elis vive.

Elis

 Cada bom ouvinte tem uma história singular para com Elis. Hoje, por simples fato de não poder conter o entusiasmo, contarei a minha. Lembro-me, na época tinha meus oito anos de idade, era uma terça-feira (Só lembro do dia pois o programa que recordo agora só passava neste), era hora do “Som Brasil.” Minha mãe, que por sorte, ou destino, leve do modo que melhor lhe parecer, não chutou-me para cama cedo demais naquela noite. Ela estava resolvendo uma papelada e a criança feliz pode ficar mais alguns momentos agarrado com a televisão. Já tinha sido anunciado, o programa a seguir contaria a história de um cantor, Adoniran Barbosa.

      – Quem é esse, mãe? – perguntei curioso.

      – Um cantor ai! – Fala sério. Como se eu já não soubesse. As crianças geralmente não calculam suas falas, mas naquele momento contive-me, “dê uma resposta decente, mulher!”

O programa transcorreu na mais divina paz. Um som agradável, pandeiro, samba e do nada, uma mulher. O corte de seu cabelo, as expressões, a voz. Estava ali fincado o grão de “Elis”, que anos após resolveu brotar, de leve, sem alarde, tornei-me fascinado por tal canto, era um talento inigualável.

menina das laranjas

A criança pôde perceber o quanto Elis Regina significava para um país, para um povo que por meio de suas canções conseguiam representação. De duetos famosos como “Águas de Março” até o revestido de mensagem subliminar “Bêbado e o Equilibrista”, a pimentinha cravo seus pés no cenário nacional, mostrou que nenhuma maior do que ela não existira e nem existirá. E como declamara: “Deixa, deixa quem quiser falar, meu bem.” 

A discografia imensa de Elis transcorre séculos, até hoje novos discos são colocados à venda. Do estouro que foi “Dois na Bossa”, sua parceria com Jair Rodrigues, até os especiais realizados por parentes, emissoras e outras instituições, a mulher vive sem mais nem menos. Para relembramos ainda mais a história constante de Elis, vamos à uma playlist elaborada pelo Beco Literário especialmente para está ocasião. Mais de trina músicas para um breve momento de contemplação da mais pura cultura nacional.

Por fim, só podemos desejar feliz aniversário, Elis, mesmo que o presente fique conosco. Obrigado por contribuir na formação de um identitário socio-cultural . Obrigado por atingir notas nunca alcançáveis, por brincar com suas cordas vocais, por arriscar-se dedicando-se dia após dia sobre os palcos. Por cantar aqui, ali, em todos os lugares. Nós agradecemos à Elis Regina, de corpo e alma, por tudo que nos deixou. O legado persiste, é certo que “o novo sempre vem” , mas convenhamos, não é todo dia que se completa 70 anos. Não é todo dia que sua voz ecoa por entre países e os modifica. A arte de ser sublime, ela sempre dominou.

Resenhas

Resenha: Cartas de Henry, Ana Clara Medeiros

Henry é um menino depressivo e sem esperanças na vida, filho de pais ausentes e irmão de um garotinho vítima do câncer. Quando percebe que vai desabar, sua amiga de infância e primeiro amor, Louise, sempre o ajuda, todavia o destino os prega uma peça e o preço a pagar por isto será bastante alto. Em meio a novas experiências como faculdade, garotas, drogas e distúrbios mentais, o jovem deverá encontrar motivos para continuar a sobreviver, lutando contra seus demônios internos e falta de crenças.

O fruto de uma amizade. Seria essa a explicação para o livro. O cultivo de uma relação que a qualquer momento poderia se dissolver. “Cartas de Henry” desperta o mais antigo sentimento. Um livro que traduz o sentido de se amar. Não de forma comum, ou muito menos clichê. A obra é profunda. Ela emana realidade.

Capa: Cartas de Henry

Um breve resumo: Louise e Henry são grandes amigos, vivenciaram um pedaço da infância, o início da adolescência e o decorrer dela juntos em uma cidadezinha do Rio Grande do Sul. Eis que o ensino médio acaba e a hora de abrir as portas da faculdade chegou. É graças a ela que eles se separam. Louise, singela e doce, abandona o frio gaúcho pelo calor carioca, Henry, peculiar e acovardado, permanece onde deveria estar. Um obstáculo entre os grandes amigos é imposto: a distância. Uma palavra simples e sem problemas na pronúncia. Uma palavra que destruiria qualquer ser humano. Por aí tudo correria bem, eles iriam se despedir e um dia se veriam novamente. Mas essa não é mais uma das histórias que estamos costumados a ler. Ela é bruta. No meio de Henry e Louise encontra-se o medo. O medo do nosso eu lírico. Henry sempre amou sua melhor amiga, sempre a desejou… mas o temor do que poderia acontecer o impediu de pronunciar isso. Trocar olhares era fácil, fazer carinho era simples, mas falar parecia impossível. Desse modo ocorreu a separação. Sem nunca dizer uma palavra sobre o que sentia. Sem informar a Louise que a amava da melhor forma possível. O único meio que ele encontrou para exalar todo esse fardo foi escrevendo, colocando tudo no papel. Henry escreveu cartas. Elas eram endereçadas para Louise, falavam sobre ela. Falava sobre eles. Mas as cartas nunca seriam enviadas por Henry. Junto ao seu quadro mental abalado graças à perda, ainda lhe restavam pais ausentes e um irmão com sérios problemas de saúde. A partir do dia em que Louise embarcaria em um avião tudo iria mudar. Pessoas apareceriam em sua biografia. Pessoas evaporariam desta. A vida de Henry foi literalmente do céu ao inferno.

Muitos poderiam comparar a obra com o livro “As Vantagens de ser Invisível” (1999), de Stephen Chbosky. Essa comparação seria justa, pois ambos retratam a adolescência, isso é certo. Os dois livros são “pesados” e ao mesmo tempo leves. Mas o que difere “Cartas de Henry” de “As Vantagens de ser Invisível” é justamente o modo como o primeiro é interpretado e exposto. O segundo nos expõe Charlie e seus problemas. O primeiro retrata Henry, seus problemas, e uma coisa que é essencial em grandes livros: a escolha. Em cada página de “Cartas de Henry” o poder da escolha é dado ao leitor. Ele interpretaria da melhor forma que o coubesse. Comecei essa resenha com a frase: “Eu sinto um infinito por ela.” Foi proposital. A palavra “infinito” hoje está muito ligada com a história do garoto Charlie. A frase mais famosa do livro de Stephen é: “E nesse momento, eu juro, nós somos infinitos”. Seria engraçado se não fosse trágico. Posso ir de encontro a muitos fãs, mas “As vantagens de ser invisível” não consegue obter o grau emocional que “Cartas de Henry” conseguiu para mim. A linguagem usada pela autora é totalmente diferente da de Chbosky. Ela emprega um nível altíssimo no enredo, e o mesmo é divergente com a vida de Charlie e suas vantagens de ser invisível. Por fim, eles se diferenciam de forma clara e ampla. As cartas são um detalhe em comum… apenas isso.

Um ponto forte em “Cartas de Henry” é o linguajar poético. A autora, Ana Clara Medeiros, impregnou cada trecho de sua obra-prima com a mais pura poesia. Não é um romance cansativo. Algo que se lê duas ou três páginas e deseja largar. Pelo contrário, graças à escrita em camadas o leitor começa uma viagem sem escalas. Entre tantas frases uma me chamou mais atenção. Entre tantas poesias embutidas eu escolhi a que transparece o significado da obra:

Amo-a em cada centímetro do meu corpo, a respiro por mais que quilômetros nos separem, a amo como acho lindo o jeito que ela sorri ao me ver sendo alguém melhor e faria de tudo para tê-la de volta”.

O mais belo em tudo isso é o resgate da verdadeira literatura nacional. “Cartas de Henry” é a personificação do ultrarromantismo que outrora fora os pilares da nossa literatura. Entre as linhas escritas por Ana Clara Medeiros senti o ar de amor platônico que muitas vezes se destacara nas obras de Álvares de Azevedo. Nas palavras de Henry pude relembrar Casimiro de Abreu. É a renovação por meio do antigo. Devo destacar que o tom mórbido usado na segunda geração do Romantismo é inexistente na obra de Ana Clara, o que ficou presente foi a essência de amar sem esperar algo em troca. Amar por amar, e assim afundar em um abismo profundo.

Atualmente nosso cenário literário está recheado de novos escritores. Mas em sua maioria são autores de histórias fantásticas ou relatos históricos. A criadora de Henry e Louise foi além. Descartou as opções mais fáceis. Ignorou o atual. A senhorita Medeiros navegou em um mar que há anos não recebia uma nova embarcação. O que seria um “neorromantismo” brasileiro encontra-se escasso. Hoje uma nova peça foi concebida para o mesmo. “Cartas de Henry” lembrou-me de várias músicas e sonetos. Entre elas está “Pétala”, música composta pelo cantor de música popular brasileira, Djavan. Em sua letra está realçado: “…Por ser exato, o amor não cabe em si…”. Uma frase que ajudaria o leitor a compreender essa gigantesca história. Por mais que se tente, o amor, nunca será explicado inteiramente. Por mais que se deseje… é algo que nos intrigará. Mas ao ler as cartas do jovem que tanto sofria pude compreender um pouco do que se tratava essa “coisa” (coisa sim, do modo que Durkheim definiu os abstratos e reais). Interpretar da forma simples o que se parece mais complexo. Guardar quando preciso. Expor quando for a hora certa. Pensar além.

O ápice de “Cartas de Henry” é sua complexidade. Em seu romance de estreia, Ana Clara Medeiros mostra que é veterana. Passa de promessa para realidade. Por meio de cata-ventos azuis e gestos simples se aprende a dar valor. Nas palavras da autora:

Dar valor é querer todos os dias a mesma pessoa do seu lado, é temer perdê-la como quem teme na hora  da morte. Dar valor é entregar-se tão profundamente a alguém que a protegemos com unhas, dentes e com o que mais der. Valor é amor na língua dos cegos.”

É uma obra singular. Montada cuidadosamente e recheada de surpresas. Em cada capítulo pode-se sentir a agonia de Henry. A saudade que a tantos incomoda. A cada carta os laços se estreitam. A cada palavra o enredo toma vida. Henry, Louise e tantos outros vivem. São tão reais como qualquer ser humano. O poder da literatura está adornado em cada paragrafo. Todo jovem, adulto ou criança deve uma vez na vida ler as palavras do forte e sonhador jovem e com elas redescobrir o seu íntimo.   

Assista ao book trailer de “Cartas de Henry”:

 

Colunas

The Epic Battle: Harry Potter e o Golpe Militar de 64

O texto abaixo apresenta uma visão bruxa. Todos os tópicos serão levantados e debatidos sob uma ótica do mundo da magia. 

“Mundo da Magia: ame-o ou deixe-o.”

A última década do século passado fora mais que movimentada. O mundo dos trouxas saía de uma Guerra ideológica e econômica, para viver sob um regime de livre concorrência e cheio de desigualdades que perduram até hoje. Juntamente ao término das disputas Socialistas X Capitalistas, o nosso mundo enfrentava a sua grande segunda guerra. Lorde Voldemort ascendera ao poder, deixando no fosso todos aqueles que não lhe apoiaram. Formava-se assim o que poderíamos chamar de Regime Ditatorial Bruxo.

Anos antes do evento que ocorrera em nossa comunidade, um, no Brasil (Trouxa) também emergira, e com semelhanças assustadoras. Em 1964, o então Presidente, João Goulart, perdera seu mandato graças ao golpe de estado realizado pela Frente Militar Brasileira. Nosso país abandonava sua recém-instaurada Democracia para um Regime Militar que perduraria até 1985, com a eleição do candidato do PMDB, Tancredo Neves. O golpe no Brasil foi simbolizado e oficializado pela tomada de Brasília pelas forças Armadas, imagens de tanques de guerra sobre o Planalto até hoje assombram os reais conhecedores dos efeitos de uma Ditadura Militar.

Em Londres, temos o assassinato do então Ministro da Magia, Rufo Scrimgeour, como marco inicial do governo regido por Tom Riddle. Na Inglaterra Parlamentar da década de 1990 podíamos observar um âmbito de livre expressão e direitos civis e políticos assegurados. O nosso mundo se recuperava de duas guerras (a primeira causada pelo desejo de soberania da raça pura defendido por Gellert Grindelwald, e a segunda com mesmo objetivo, só que dessa vez com líder diferente). A partir do renascimento de Lorde Voldemort a paz aparente deixou de existir e o pânico que assolara o mundo da magia há décadas agora voltava à tona. O mesmo ocorrera no Brasil, após o Estado Novo encabeçado por Vargas, tivemos anos de Democracia, até que o golpe fosse dado. Com um ideário de “salvação” frente as idéias comunistas defendidas por algumas esferas de nossa população, os militares derrubaram o atual regime.

A oposição foi pintada como assassina e antinacionalista. Observe, o mesmo foi feito com Harry Potter e seus aliados. O menino-que-sobreviveu ganhou outro nome: “Indesejável Nº 1” e o Ministério da Magia começou uma perseguição incansável aos nascidos trouxas, mestiços e a todos os apoiadores do garoto Potter. Estabelecendo linhas entre ambas situações podemos notar que enquanto no Brasil tivemos os Atos Institucionais como principal arma dos militares, no mundo da magia o lado negro da força usou as palavras de um só para guiar vários. Durante a Ditadura Militar brasileira outro ponto de estabelecimento do regime foi a alienação por meio da educação. Se hoje temos o hábito de cantar o hino Nacional e hastear a bandeira diariamente é por conta desta época. O ufanismo fora marca dos governos ditatoriais, principalmente no governo de Garrastazu Médici. Durante o regime Voldemortiano não foi diferente, os livros didáticos e revistas destinadas a adolescentes defendiam as ideologias governamentais. Livros como “O perigo que trouxas podem provocar em nossa sociedade” exemplificam as ações do poder sobre a população.

No que se refere à oposição organizada temos diversos exemplos, no Brasil três focos foram formados. O primeiro refere-se à Frente Ampla, liderada por nomes já famosos no cenário: Juscelino Kubitschek, o então presidente deposto João Goulart e Carlos Lacerda. O segundo foco era o Partido Comunista Brasileiro, pelo menos um grupo desse. Tal organização defendia uma luta armada contra os militares, e até conseguiram formar núcleos de guerrilhas. E o terceiro, e um dos mais importantes, fora a UNE, que mesmo colocada na ilegalidade continuou com sua campanha contra o regime. No mundo da magia tivemos pelo menos dois focos de oposição. O primeiro e mais importante fora a Ordem da Fênix, podemos comparar com o PCB, que projetara diversas guerrilhas antes e depois do Golpe. A Batalha do Ministério, a disputa na Toca, a Resistência no Chalé das Conchas, a Invasão de Hogwarts e tantas outras batalhas se assemelham com os atos do PCB e de outras instituições.O segundo foco é a Armada de Dumbledore, que tem todas as caracterizações da UNE, que mesmo tida como excluída da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts manteve suas ações da forma que era possível (e até mesmo impossível).

Na Imprensa Bruxa tivemos “O Pasquim” e o “Observatório Potter“como meios de propagação da resistência. O primeiro mantivera seu caráter oposicionista até certo ponto, já o “Observatório Potter” nascera dentro do golpe e contra ele seguiu sua luta. No Brasil dezenas de jornais entraram na ilegalidade, alguns passaram até a não existir. Outro meio de propagação da resistência em nosso país foi a criação de músicas que levavam em suas letras todo o protesto que a população desejava expor no seu dia a dia. Os Festivais Nacionais fervilhavam, e os militares, sem poder conter as mensagens subliminares usavam de todos os métodos para silenciar seus intérpretes. O “desaparecimento” de cantores, escritores, teatrólogos foi marca do regime brasileiro, assim como no bruxo, que noticiava diariamente o desaparecimento de homens, mulheres e crianças quando na verdade tais haviam morrido.

Embelezava-se tudo ao extremo para que a população aceitasse a situação. No Festival de 1967, Edu Lobo levantou a bandeira de sua música: Ponteio. Já que estamos associando ambos os mundos não seria insensato modificar a letra da campeã do Festival de 67, trocarmos “Quem me dera agora eu tivesse a viola para cantar”, por “Quem me dera agora eu tivesse uma varinha para usar”, pois assim acontecera. Em ambos os lugares o povo foi transformado em nada e em nada poderia agir.

É válido destacar que no fim os regimes caíram. “Nada mais forte do que uma ideia cujo tempo chegou”, escrevera Victor Hugo, e assim o ideário de Democracia tornou-se verdade. Ano passado completamos cinquenta anos do golpe, mas também chegamos ao 24º ano de Democracia pós-Regime Ditatorial. Mesmo com tantos problemas na infraestrutura do país, seguimos, e – por seguir – já evoluímos. Os dois mundos se assemelham e se completam, e se existe algo que devemos aprender com a história de Harry Potter é nunca desistir. Mesmo que seja mais fácil jogar tudo para o alto, é melhor insistir. Foi assim com Harry, Ron, Hermione e tantos outros bruxos, foi assim com os estudantes, políticos e outras classes de nossa sociedade, e assim será nos anos que virão. Nada, senão pelas mãos do povo, de bom acontece.

Colunas

Coluna Especial: A Psicose retorna

Seria dia 9 de março, divulgara em Janeiro a A&E, a data de estreia da terceira temporada de Bates Motel. Eis que após um ano de espera, os fãs da série poderão saciar tal ausência. Nessa noite Norman voltou, e se fizer jus aos trailers divulgados nesta primeira semana do mês, bem mais doentio. O que podemos esperar da 3ª temporada de Bates Motel é um tópico válido a ser levantado.

Mother

O que mais está deixando os Baters sem sono é a questão “mother”. Norma indica sua despedida em cada cena divulgada da nova temporada. Primeiro que isso poderia significar uma queda na qualidade da série, não é todo dia que se tem Vera Farmiga no elenco, segundo, a personagem não pode sair de cena agora, é certo que nos próximos episódios a psicose de Norman chegará a níveis extremos, mas não é motivo para uma morte precoce da Sra. Bates. Torcemos para que não aconteça.

Já que estamos falando de mortes, continuemos nelas. Provavelmente esta será a temporada com mais assassinatos. Todos estão na mira, Emma, Norma e as novas personagens. Vimos uma alusão ao “Psycho” no primeiro trailer, quando Norma transforma-se em Norman e vice-versa, a cadeira que balança no vídeo é um prelúdio de toda a tensão impregnada na temporada que nos espera. Acontecerão mortes pois o caminho entre “Bates Motel” e “Psycho”, graças ao fim da segunda temporada, está se estreitando, creio que ainda este ano veremos os dois se tocarem e o produto de tudo isso será surpreendente.

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Teremos incesto? Se depender de Norman teremos sim, pelo menos assim ele aparenta. Mesmo o relacionamento Emma/Norman sendo óbvio de se reatar nesta temporada (no trailer eles se beijam, então…), a figura da “mother” ainda assombra o psicopata. A questão está sendo muito bem tratada na série e os roteiristas conseguiram nas duas temporadas planar o terreno necessário para a exploração do tema nesta terceira. Veremos cenas de tirar o fôlego, tramas dignas de diversas premiações ao decorrer do ano, e Game of Thrones que se cuide, o primeiro semestre tem dono e provavelmente não será a adaptação das histórias de Martin que levará o balanço de audiência 2015.1.

Bates retorna e traz consigo promessas e mais promessas, loucura, paranoia, assassinato: é o padrão sendo mantido. Reserve sua vaga, menos no quarto nove (este já é meu), passe alguns meses na companhia desta tão feliz família. Norma virou a placa para o lado ABERTO, Norman está limpando as camas, Dylan já foi buscar as novas cortinas e Emma nos dá as boas vindas. Eles retornam, mas nem todos prosseguirão.

Atualizações

J.K. Rowling recebe prêmio da Cruz Vermelha Britânica

Devido ao seu trabalho na instituição “Lumos” (fundada também por J.K. Rowling) a autora de Harry Potter, Morte Súbita e da série “Cormoran Strike” recebeu hoje o prêmio “Humanity Award” da Cruz vermelha Britânica. A honraria é destinada a filantropos proeminentes e humanitários, cujo trabalho tem mudado a vida das pessoas em todo o mundo. Um dos representantes da Cruz Vermelha, Mike Adamson, declarou:

“Poucas pessoas podem ter tocado tantas vidas através de sua generosidade e coragem de falar como JK Rowling – ela é uma inspiração para os outros “.

Poucas imagens foram divulgadas (por hora) do evento. Mas nós disponibilizamos uma, na qual Joanne recebe o troféu que simboliza toda a condecoração.

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