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Emanuel Antunes

Atualizações

Novo trailer da 5ª temporada de "Game of Thrones" é divulgado

Após a divulgação do melhor pôster das quatro temporadas, a grandiosa produção da HBO ganha o segundo trailer da 5ª temporada. Com direito a narração de Daenerys , o trailer faz todo fã (ou não) se arrepiar. O primeiro episódio da quinta temporada de “Game of Thrones” vai ao ar no dia 12 de Abril. Assista ao vídeo em HD abaixo:

Acompanhe mais notícias da série aqui, no Beco Literário.

Colunas

The Epic Battle: House of Cards, Dilma Rousseff e seu amigo Impeachment

Para a alegria geral da nação, chegou ao público [assinantes da Netflix (ou não)] este mês a 3ª temporada da série que vem arrastando milhões de telespectadores. House of Cards retrata o padrão de política estadunidense, focando sua trama na carreira de Frank Underwood e co-apresentando sua querida mulher (por hora) Claire. Além de ser muito bem elaborada, a série da Netflix apresenta gemialidades no que se refere ao cenário político brasileiro. Na segunda temporada temos o candidato a governador, Peter Russo, que após uma longa campanha morre tragicamente dentro de seu carro (na realidade, Francis o matou). Aqui, em nossa linda terra, algo parecido aconteceu na corrida presidencial do ano passado. O candidato do PSB ao Palácio do Planalto, Eduardo Campos, morreu bem no meio de sua subida e descida de palanques, assassinado ou não, disso não temos certeza. As semelhanças não param por aí. Para ascender ao cargo máximo da casa branca, Frank Underwood provoca um pedido de impeachment, retirando assim a pedra de seu caminho. Em 1992, um pouco longe do Tio Sam, Collor é derrubado de sua linda cadeira e o povo celebra com os rostos pintados. Semelhanças, apenas semelhanças…

Na 3º ano de House of Cards o então presidente Frank Underwood toma medidas radicais com as esferas populistas do governo. O reajuste na distribuição de capital afeta a aposentadoria e outros pontos da base social de seu governo, é neste momento, e a partir dele, que Francis ganha uma prima, de um país do mesmo continente, ela usa um vestido vermelho e não tem medo de se desmentir. Dilma, ou como seus partidários costumam declarar: “Dilmãe”, esqueceu de seu filhos. A face que Francis apresentou na série fictícia assemelha-se diretamente com a era neoliberal do governo petista de Rousseff. De Frank já era de se esperar, ele vinha mostrando isso nas duas temporadas que transcorreram divinamente, mas, quando falamos de Dilma Rousseff, é quase uma surpresa. A candidata a Presidência em 2014 prometeu, que nem que a vaca tossisse, modificaria uma vírgula se quer nos direitos trabalhistas. A candidata prometeu progresso e uma pátria bem mais que “educadora”. A candidata Rousseff eliminou quaisquer dúvidas sobre seu futuro governo, solicitou seu voto para continuar com sua política de “bem-estar”, esbravejou esbugalhando os olhos frente a Marina Silva e Aécio Neves que se eleita cumpriria todos os seus tópicos listados em um programa de governo fantasma. A candidata Dilma Rousseff parece ter sido assassinada por uma mulher que no dia 1º de janeiro de 2015 subira a reta do Planalto. Essa mulher, sem rodeios, modificou tudo que nossa querida “Dilmãe” dissera em sua campanha. Tratou de falir o maior trunfo da nossa heroína. Responsabilizou-se pelas mudanças em suas contas da luz, água e até mesmo dos alimentos. Essa mulher que fora envolvida por uma faixa verde-amarela no início do ano chamou uma outra amiga, a Inflação, para nos fazer uma visita, e como prometera: “Será uma longa estadia”, falou a roliça Inflação. Que mulher de espírito nobre, essa tal Infla, como foi apelidada por Dilmãe, ou melhor, por sua sósia (Meu senhor, temos que encontrar Dilma Rousseff, ela fez uma campanha tão bela, tão íntegra, falou tão bem, onde será que está Dilma agora, vendo tudo isso acontecer…). É válido ressaltar que Infla, após alguns dias de sua chegada, convocou seu amigo que não via faz quase uns vinte anos. Inflação sacou o telefone presidencial e discou: (69) 1313-4545.

– Alô?!- falou uma voz grossa. Parecia cansado.

– Alô, é o Peach? – grasnou Infla.

– Que Peach? – quis saber a voz grossa. Com toda certeza ele estava cansado.

– O Impeachment, ele ‘tá em casa?

– É ele quem fala. – respondeu Peatch. Após minutos de muita conversa, Impeachment concordou em pegar um avião rumo a Brasília, se hospedaria no “Michel Saltitante” e aguardaria até ser chamado, mas ressaltou – Só irei esta vez. Não bateu nem trinta anos e vocês estão me convocando novamente? Acham o que, democracia é circo?

Infla, calada estava, calada ficou. Confirmou o voo de Peach e ficou no aguardo. A sósia de Dilma, ao saber da visita que estava por vir, gargalhou e repetiu a célebre frase: “É só uma marolinha.”. As amigas caíram em um mar de gargalhadas e ali ficaram, beberam algumas taças de um vinho com seus 50 anos, e por fim, Dilma Sósia Rousseff falou:

– Essa safra é de 64. Amarga demais.

– É como foi produzido, senhora, espremeram demais as uvas, até não sobrar mais nada. – declarou Infla, que de bebida não entendia nada, mas precisava fazer bonito. A sósia da presidente ligou a tevê à sua frente e conectou o notebook, acessou a internet, varreu sites e chegou no seu pretendente. Clicou na categoria “Séries e TV” e foi até uma intitulada House of Cards. O protagonista da série se assemelhava muito com a verdadeira Dilma Rousseff, compreendeu. Mas existia uma diferença explícita: Frank, o principal da trama, por mais manipulador que fosse, maquiavélico e traiçoeiro, nunca, em hipótese algum chegaria aos pés da mulher que enganou mais que a metade de um país, apenas com palavras. Apenas com ocas e marqueteiras palavras. No quesito fraude, Rousseff ganha a corrida, mas é válido ressaltar que o povo brasileiro acompanha seus passos, pois alguns meses após eleger tal mulher, se arrepende e tenta limpar tudo que fizera. Antes de uma reforma política, necessitamos da mais profunda modificação moral.

Colunas

The Epic Battle: E foi como, Ariano? Me conta!

Em julho, que tarda, mas chega, o escritor que marcara não só a história do Nordeste, mas de todo o continente, completa um ano de sua morte. Ariano Suassuna, com alma pernambucana, nascença paraibana e tomado por inspirações e raízes seculares, escrevera peças diversas, ensaios perdeu-se o número, mas a “The Epic Battle” de hoje não destacará as obras de Suassuna, muito menos seu histórico. Exploraremos a ideologia Armorial. O país, abarcado de problemas, bem antes de 64, vivia naquele instante uma Ditadura Militar. Fora em 1970 que Ariano Suassuna, junto a Universidade Federal de Pernambuco, dera início a um movimento que rasgara época e ainda hoje persiste nas mãos dos mais conservadores, ou até mesmo liberais no sentido cultural. Nas palavras do líder:

 

A Arte Armorial Brasileira é aquela que tem como traço comum principal a ligação com o espírito mágico dos “folhetos” do Romanceiro Popular do Nordeste (Literatura de Cordel), com a música de viola, rabeca ou pífano que acompanha seus “cantares”, e com a xilogravura que ilustra suas capas, assim como com o espírito e a forma das Artes e espetáculos populares com esse mesmo romanceiro relacionados.

 

Acredito que se estivesse vivo e se o acaso levasse esta coluna até o dramaturgo, o mesmo faria uma de suas caretas típicas, olharia para seu assistente e resmungaria: “suma com isso”. Só o título já espantaria Suassuna, seu bloqueio a todo material estrangeiro era notável. A língua, os costumes, para o mestre não se misturava Brasil com nenhuma outra nacionalidade. O Nordeste puro ganhava mais força, ascenderia como sonhara Antônio com sua Canudos. Até o fim da “The Epic Battle” desta semana você decidirá: “Ser ufanista ou derrubar as fronteiras?”.

O baque do Maracatu, o toque da rabeca, o zunido do pífano, a pancada do ganzá, cada um junto a sua singularidade. A voz rouca de um astro pop, sua performance em palco, a soltura de conceitos. Pergunto-me, ou pergunto-lhe, e se existisse meio termo? Se pudéssemos apreciar uma ciranda e minutos após cantar Beatles?. Se não fosse pecado aderir à moda folk e ao mesmo tempo ler o empoeirado livro nacional? Quem se aventura neste espaço é Renata, a escritora carioca que já nos presenteara com “A Arma Escarlate” e “A Comissão Chapeleira”, ambos ambientados em território brasileiro mas com traços britânicos, uma mistura que deu certo, pois culturas existem para isso, para compartilharem pontos de vistas.

Só imaginemos uma redoma caindo em toda extensão territorial do Brasil, mentalize que estamos isolados de todo o globo, ignore as condições alimentícias e sociais, só pense no cultural. Que belo seria ouvir os sinos tocando em Olinda ao amanhecer, o soar das igrejas forradas do mais antigo ouro. Captar o ecoar da música vinda de Parintins, ser Garantido ou Caprichoso uma vez na vida. Descer até os tambores baianos, pisar o solo que senhores e escravos pisaram. Visitar as Minas que movimentaram o Império e a Primeira República, virar a noite em rodas de samba, o contagiante samba de raiz, escutar, como se fosse ao seu lado, o toque brando de um violão vindo de Goiânia, beber, ou melhor, apreciar, o falado chimarrão. Em toda sua extensão, o Brasil abarca tantos povos, tantas falas, então também imagine que por motivos superiores esta redoma partiu do modo que veio, sem aviso prévio e levou com ela toda a inibição que o brasileiro tem em conhecer sua cultura. Resgatou o prazer das congadas, das festas juninas, do carnaval de rua, da música popular feita para o seu povo que por não incentivo a despreza. A redoma partiria e aprenderíamos a conviver com o externo, sem precisar desvalorizar o cotidiano, vice-versa.  Observando o firmamento, ainda vivo, escutando o sacode de um tocador conterrâneo junto a uma guitarra afiada, Ariano cochilaria sem tirar nem pôr, e você curioso para saber de tudo e mais um pouco perguntaria: “E foi como, Ariano? Me conta!”. O mestre, acordando do sono leve, responderia com o sorriso brando que sempre preservara: “Rapaz, só sei que foi assim.”

Críticas de Cinema

Crítica de Cinema: A Teoria de Tudo (2014)

The Theory of Everything merece toda a expectativa que recebeu durante 2014. Da forma que poderia captar uma história tão densa, a produção de “A Teoria de Tudo” o fez. Rompeu-se a forma de produzir filme biográfico. Geralmente assistimos a diversas camadas divididas na tela, como fizeram com “La Môme” (Filme inspirado na vida de Edith Piaf, cantora francesa, que foi nomeado ao Oscar de 2008). Na produção de James Marsh encontra-se o oposto: o drama não é gradativo, muito menos piramidal, o filme feito nos moldes da Academia (é a primeira vez que isso soa bem) é puramente alucinante. Do primeiro minuto ao último “A Teoria de Tudo” mantém o ritmo predileto de qualquer fã da sétima arte. É pulsante e robusto do Stephen jovem até o cadeirante reconhecido mundialmente.

Organizado sem saudosismo (apenas com o que será empregado nesta crítica, pois é preciso) o enredo transcorre facilmente. Começamos com Hawking universitário, atuante tanto entre as paredes acadêmicas quanto fora delas. Nos primeiros dez minutos nos é apresentada Jane, futura namorada e esposa do cientista. A partir daí um duelo conciliável entre relacionamento e carreira profissional é incluído na trama e só se despede no momento em que as letras do créditos sobem. O filme varia muito bem entre o Stephen namorado, marido, pai e cientista, um dos grandes acertos da produção.

A doença que afetaria o professor futuramente mostra seus sinais iniciais no primeiro quarto do longa, até que sem aviso prévio ela aterrissa, e é aí que você, mesmo que esteja odiando tudo aquilo, é obrigado a pensar. As barreiras impostas a Hawking também são colocadas frente a frente para com o apreciador, com seu balde de pipoca ou seja lá o que esteja ingerindo. É um diálogo fulminante entre seres, os que atuam e os que assistem, “A Teoria de Tudo” proporciona sentimentos nunca estimulados, é a imersão de ideias, de filmes em um filme, de histórias em uma só, que por acaso ganhou a adaptação para as telas.

A tensão colocada no relacionamento de Stephen e Jane é adequada para a situação, quem conhece a história do cientista ficará surpreso com a riqueza de detalhes. O enredo passa do bem-estar ao incômodo causado pelos problemas que emergem em uma constante. Muito se deve também ao fato das atuações brilhantes de Eddie Redmayne, como Stephen (vencedor do Oscar 2015 de melhor ator com esse papel) e Felicity Jones, como Jane Hawking. Eddie conseguiu captar os movimentos e “os não movimentos” do professor britânico. Já era de se esperar uma representação à altura, estamos falando de Felicity e Eddie. O ator apresenta um histórico curto, mas eficiente. Em “Les Miserables” (2012) Redmayne interpretara Marius, revolucionário apaixonado por Cosette (Amanda Sayfred), com uma voz já conhecida na Broadway, Eddie empregou novos ares ao personagem de Victor Hugo. Em “The Theory of Everything” não foi diferente. Cada segundo, cada trecho, cada palavra dita pelo ator transparece o verdadeiro Hawking, Redmayne é parada dura para Benedict Cumberbatch (Favorito na categoria “Melhor Ator”  por  O Jogo da Imitação, indicado ao Oscar também na categoria”Melhor Filme”), do mesmo modo que deixa para trás o rosto bonito do Oscar 2015, Bradley Cooper (American Sniper), que ao certo sairá da Cerimônia sem uma estatueta.

Felicity Jones faz com que a balança das atuações fique equilibrada. Conhecida por seus papéis na franquia “O Espetacular Homem-Aranha”, a atriz apresenta um desempenho formidável, mas não é garantia certa de Oscar. A indicada recebeu um dos papéis mais pesados de 2014 e o fez da melhor forma, Feliciy conseguiu capturar a alegria, a frustração, o medo e outros sentimentos de Jane, ela foi Jane por duas horas para o público. Entre os coadjuvantes temos nomes famosos: Emily Watson, que em 2013 era Rosa Hubermann em “A Menina que Roubava Livros”, tornou-se Beryl Wilde em “A Teoria de Tudo”. Outros dois quesitos fortes do filme são a fotografia e a trilha sonora. A caracterização das décadas variadas foi feita sob medida, os anos 60 de uma Inglaterra interiorana, a chegada da tecnologia norte-americana, a universidade mundialmente conhecida, tudo isso foi capturado no aspecto mais natural possível que, com a ajuda de uma soundtrack íntima aos bons ouvintes, cria o estado sublime que o filme prometera trazer.

Hawking aprovou, o mundo concordou com o professor e o Beco Literário não poderia discordar, “A Teoria de Tudo” tem o ar devorador de estatuetas.

Reviews de Séries

Review: How to Get Away with Murder 1×12 – She's a Murderer

Registrando um aumento em sua audiência, HGAWM cria uma constante em seus episódios, algo que estava faltando entre os dois últimos. O número de telespectadores diminuíra no episódio 11, mas graças a uma Annalise psicodélica e uma irmã sem escrúpulos (isso também serve para a professora) a audiência de How to Get Away with Murder ganhou uma rampa e, no que se refere ao último episódio, a série subirá essa rampa rumo ao seu maior público.

O 1×12 é um marco na história. Wes mostra que é bem mais racional do que já provara enquanto os demais alunos de Keating caem em um abismo de puro descontrole e paranoia. Com a chegada da irmã de Sam, a tensão vai ao nível máximo, a mulher sabe provocar, sabe atingir o ponto fraco de cada um. O nome do ep. diz tudo: “she’s a murderer”, gritara para Annalise, “she killed my brother” cuspira sem nenhuma cerimônia. É a partir daí que todo o capítulo se desenrola. Keating, a professora, tentando provar sua inocência que, para muitos (a maioria), é duvidosa e Wes tentando conciliar os amigos. How to Get Away with Murder consegue satisfazer com esses dois focos, mas a série é anormal, precisa fazer mais.

Em um terceiro momento a advogada vai em busca dos clientes que estão saindo de fininho de sua agenda. Annalise consegue segurar um dos desistentes de seus serviços e cria o apogeu do episódio. Enquanto procura a chave para sua salvação sem ir aos tribunais, mais uma batalha é travada. Defendendo a máfia, a professora corre contra a promotoria em uma competição aparentemente sem vantagem, tudo está perdido na segunda metade do 1×12, tudo aparenta estar perdido.

A qualidade da produção mantém seu perfil gradativo. A cada novo episódio somos surpreendidos por acréscimos mais que válidos à fotografia e aos cenários. How to get away with murder transformou-se em um labirinto de histórias, quando pensamos que tudo está em seu fim, “Expelliarmus”, eis mais um problema a ser debatido por personagens e telespectadores, é incrível como tudo rende sem obstáculos, é uma teia feita sem furos, sem nós que precisem ser reatados futuramente. A escrita de Erika Harrison não tem apogeu, pois ela é linear, não verticalizada, é algo fantástico, não encontra-se um pico pois a constante de “bom conteúdo” mantém-se a cada novo episódio. A direção de Bill D’Elia nem se fala. Escrita e ação correm juntas, e que bela maratona.

Agora falemos do elenco (um dos melhores 2014/2015). Katie Findlay (Rebecca) mantém a versão “sou apática aos acontecimentos” e o faz medianamente. Alfred Enoch (Wes) é com toda certeza a revelação, o jovem deixara Harry Potter em grande estilo e mostra que é bem mais que o coadjuvante Dino, ele é protagonista e assemelha-se a qualquer Daniel ou Rupert. Viola Davis (Annalise) chega ao topo de sua interpretação neste episódio, suas reações frente às verdades ouvidas e as mentiras ditas chegam a ser um incômodo para atores de séries diversas, a mulher é literalmente avassaladora. Rendo-me também a Aja Naomi (Michaela) que também alcança sua melhor face no 1×12, ela e Jack Falahee (Connor), a paranoia generalizada é marca dos dois. O único incômodo do elenco é Karla Souza (Laurel), desde o primeiro episódio ela é a pedra no sapato de “How to Get Away with Murder”, digamos que Karla é a Kristen Stewart da série, sem diferentes rostos, criou um perfil e neste ela se mantém, mesmo quando é preciso um sorriso, uma entonação a mais na voz. O mundo está vendo isso, alguém mate Laurel e nos poupe de tanta lerdeza.

How to Get Away with Murder conta os dias para sua season finale, a renovação é praticamente certa e com este episódio fica ainda mais firme a 2ª temporada da série. As pontas soltas serão amarradas no 1×13 e com toda certeza outras serão colocadas a exposição, é de HGAWM o costume de criar situações-problema sem receio e isso só torna a série ainda mais bem elaborada.

Colunas

The Epic Battle: Londres de “Alastores” e “Cormorans”

J.K. Rowling repete sua fórmula em mundos diferentes, isso é ótimo. Para aqueles que conseguiram ler cada página da série “Cormoran Strike” e no momento da leitura compararam o detetive ao bruxo Alastor Moody de Harry Potter, eis a The Epic Battle desta semana. Um duelo incansável entre Alastor’s e Cormoran’s. Uma ligação entre dois mundos.

Seria muita ousadia minha afirmar que Alastor Moody nasceu em Londres e lá foi criado, sendo assim irei ser ousado a tal ponto. Digamos que o pequeno Moody correu sobre as ruas de pedra de Londres do século XX, que sentiu a brisa do Tâmisa tocar seu rosto infantil, que em algum dia ensolarado fez referência a Rainha que por acaso seguira um trajeto igual ao seu. Ou poderia ser Alastor uma criança nascida na Cornualha. Sim, ele seria o ideal cidadão cornualês. Eles poderiam ser primos. Ou até mesmo melhores amigos, Alastor e Cormoran, o pequeno Cormoran. Maior que qualquer outro menino de sua turma, calado e robusto. No fim, Moody e Strike poderiam ser irmãos, ou filhos de pais diferentes, mas da mesma mãe.

Criemos uma ponte, entre o mundo da magia e o mundo trouxa movido a mistérios e mortes. Nessa ponte andariam “Moodies” e “Strikes”, e não notaríamos a diferença entre tais se não fosse o cabelo loiro de um e o crespo e negro do outro. J.K. Rowling escreveu dois personagens semelhantes em diversos aspectos. A personalidade do auror abarca a maioria das atitudes tomadas pelo detetive particular. A forma rancorosa, fechada e com sérios problemas a serem resolvidos em sua psique faz de Alastor Moody e Cormoran Strike primos distantes, ou nem tanto assim.

Cormoran

As semelhanças começam quando ambos apresentam uma prótese ao invés da perna. Cormoran perdera a perna na guerra, assim como Moody perdera a sua em um conflito com Comensais da Morte. Ambos carregam cicatrizes por todo o corpo (e na mente). O perfil forte é marca dos dois. Moody e Strike vivem em um mundo restrito, ninguém entra e quem entrou não consegue sair. Definitivamente os dois não esquecem amores, adversários, intrigas.

A motivação para combater os problemas é idêntica nos dois. Em “O Bicho-da-Seda”, Cormoran só aceita o caso de Leonora Quine por que foi com sua cara, por seu perfil sofrido e sua forma de falar. Moody, mesmo com uma pele de leão, apresenta uma ovelha em seu interior. Os dois, trouxa e bruxo, são movidos pela emoção que não demonstram possuir. É típico dos “caras valentes” tentar combater qualquer traço emotivo e sempre usar métodos práticos frente as dificuldades. Vigilância constante, falara Alastor, e assim seguirá Strike. Vigilância constante em ambos os mundos. Vigilância constante, diz o detetive, diz o auror. Joanne brinca com seus personagens, e em sua brincadeira deixa qualquer leitor confuso e satisfeito. Satisfeito por ser confuso e no fim desvendar enigmas. As palavras da fundadora de Hogwarts transpassam Pagford, Londres, Hogsmead, todos os mundos que um dia ousar usar como plano de fundo.

Alastor

Se por acaso você der uma passada em Londres, uma casual passada, poderá ver um Moody, ou um Strike andando ao seu lado. Com um charuto na mão ou uma dose de whisky. Com uma varinha ou uma bengala para se apoiar, pois naquele momento o seu lado amputado sente falta da fatídica perna. Londres reserva milhares de personagens parecidos e singulares ao mesmo tempo. Londres nos presenteia a cada esquina com um mistério, com uma casa onde não deveria existir lar algum, com passagens para outro mundo, com as melhores histórias que qualquer leitor deseja um dia poder fitar.

Música

Música: Especial de Carnaval – Os melhores sambas enredo de 2015 (RJ)

A Sapucaí clama por tal evento. Grita aos sete ventos à procura do Carnaval, e para felicidade geral da nação ele está chegando. A partir de sexta-feira (13) as escolas da série A já nos presenteiam com seus desfiles, já no domingo (15) é o início das apresentações do Grupo Especial, que chegam ao fim na segunda (16).  Para entrarmos no clima festivo, o Beco Literário julgou os cinco melhores sambas enredo do carnaval carioca de 2015. Confira nossa lista:

  • 5º Lugar – Imperatriz Leopoldinense

Enredo: Axé Nkenda! Um Ritual de Liberdade
Compositores: Marquinho Lessa, Zé Katimba, Adriano Ganso, Jorge do Finge e Aldir Senna
Intérprete: Nêgo

A Imperatriz acertou no tema, nos autores, na letra, mas escorregou no ritmo. Em alguns momentos o Samba da escola não evolui, força o canto (Assim como o da Beija-Flor e o da Grande-Rio). Mas entre os 12 o quinto lugar é mais que justo à Imperatriz que promete realizar um dos melhores desfiles de sua história no dia 16, a escola entra em ação após a União da Ilha, sendo a penúltima da noite. Escute a letra na voz de Nêgo:

  • 4º Lugar – Mangueira

Enredo: “Agora Chegou a Vez Vou Cantar: Mulher de Mangueira, Mulher Brasileira Em Primeiro Lugar.”
Compositores: Renan Brandão, Cadu, Alemão do Cavaco, Paulinho Bandolim, Deivid Domênico e Almyr.
Intérprete: Luizito.

Funciona, e como funciona o enredo da Mangueira. Raramente se fala do tradicional fazendo o novo, e em 2015 a verde e rosa não peca, não comete o erro que há décadas vem reproduzindo enredo após enredo. As mulheres que habitaram o barracão e ainda habitam são o terreno para a elevação da Mangueira neste ano, com uma letra impecável a escola vem como promessa de título, assim como sua prima que falaremos mais a frente. Escute a música que embalará o desfile da “Para sempre Mangueira” pois como gritam seus integrantes, “Tem que respeitar”:

  • 3º Lugar – São Clemente

Enredo: A Incrível História do Homem Que só Tinha Medo da Matinta Pereira, da Tocandira e da Onça Pé de Boi
Compositores: Leozinho Nunes, W Machado, Hugo Bruno, Diego Estrela, Ronni Costa e Victor Alves
Intérprete: Igor Sorriso.

Homenageando o carnavalesco Fernando Pamplona, a São Clemente aposta em sua permanência no grupo especial. Além de segurar sua posição entre as 12 “grandes” a escola agitará toda a Marquês, é uma aposta que faço com qualquer um. O enredo escolhido ano passado move todas as engrenagens da agremiação, a chamada do “Meu Mestre” só impulsiona os integrantes. A passada musical sacudirá a segunda noite, pois é a São Clemente que abre, com chuva ou sem. Ouça:

  • 2º Lugar: Unidos da Tijuca

Enredo: Um Conto Marcado no Tempo – O Olhar Suíço de Clóvis Bornay
Compositores: Gustavinho Oliveira, Caio Alves, Rafael Tinguinha, Cosminho, Josemar Manfredini, Fadico, Zé Luiz e Carlinhos
Intérprete: Tinga

A história se repete. Tijuca há três anos, Tijuca ontem e quem sabe Tijuca amanhã. Após seu primeiro título, o radar da escola sempre aponta para o norte e lá está mais um campeonato, é difícil confirmar, mas o time tijucano promete figurar entre as três primeiras, principalmente com a letra que rege seu espetáculo. O refrão mais forte: “DEIXA O DIA CLAREAR, TIJUCA, TÁ NA HORA, A GENTE VAI À LUTA” só reafirma o poder que a Tijuca apresenta sobre sua obra. Falando de Clóvis Bornay, virá, pintada de todas as cores, com todas as penas, com todas as vozes, a, quem sabe, campeã Tijuca. Sinta:

  • 1º Lugar – Portela

Enredo: ImaginaRio, 450 Janeiros de Uma Cidade Surreal
Compositores: Noca da Portela, Celso Lopes, Charlles André, Vinicius Ferreira e Xandy Azeved.o
Intérprete: Wantuir e Wander Pires.

Falo sem medo: após “Das Maravilhas Do Mar Fez-se O Esplendor De Uma Noite” eis o grande samba da Portela. Sem sombra de dúvidas, daqui a cinquenta anos, a letra de Noca será cantada por centenas, milhares até. Um jejum de décadas separa a Escola de seu tão sonhado vigésimo segundo título, e mesmo com Mangueira e Tijuca se digladiando, 2015 é o ano portelense, o ano em que a águia levantará voo de uma forma nunca vista em sua tradicional história. É claro que o campeonato depende de diversos fatores, mas se todos conspirarem como age tal enredo, o 22º vai para Madureira, vai para o barracão azul e branco. Wantuir e Wander conseguem traduzir a voz da comunidade e “Tão Bela”, bem mais que “Orgulhosamente a Portela” incorporará o espírito dos tempos áureos. A cidade completa 450 anos, mas o presente vai para a escola, o presente vai para os telespectadores e participantes do evento. A Tabajara levantará poeira nesta segunda-feira e ai de quem tentar esbarrar em sua apresentação. Ai de quem impedir a Portela, pois não existe enredo igual a esse em 2015. Aprecie, viva o samba, o real samba:

Fique de olho no Beco Literário, ainda nesta sexta divulgaremos nossa lista dos “5 Melhores Sambas Enredo de 2015 (SP)”.

Atualizações

"The Casual Vacancy" apresentará desfecho diferente da obra literária

Para a infelicidade de muitos, foi divulgado hoje pela manhã (10/02) pelo “The Telegraph” que o final da série “The Casual Vacancy”, adaptada pela BBC, será diferente do livro em que fora inspirada. Nas palavras de Sarah Phelps o desfecho seria “deprimente” e não apropriado para a TV. Sarah ainda declarou “Fui muito direta com ela (Joanne Rowling) e disse que precisava escrever um final diferente para a minissérie. Está sendo doloroso, mas tenho que encontrar outro tipo de final”

Além de mortes trágicas o romance de J.K. Rowling também aborda cenas eróticas e violentas, torcemos para que a BBC não corte pontos essenciais e nem modifique tão intensamente o roteiro original, caso aconteça, a obra será ainda mais descaracterizada. A série estreia nas telas britânicas dia 15 de fevereiro e promete ser uma das maiores audiências do ano.

 

Reviews de Séries

Review: The Big Bang Theory 8×14 – The Troll Manifestation

A série volta com tudo. No 13º episódio da oitava temporada até o pior e mal humorado telespectador teve ataques de risos. Sheldon tentou provar sua teoria científica e Raj foi perturbado por Howard e Leonard por conta de seu amor excessivo pela cadela. The Big Bang Theory deixa o estilo que adotara nos últimos episódios (mais precisamente entre o 8º e o 12º) para trás. Tudo estava trágico e triste demais para uma série de comédia. Agora Sheldon recupera seu egocentrismo e Penny volta a ser superficial (no melhor sentido). A conclusão do episódio foi o impulso para assistir o 14º.

No episódio 14 a descoberta feita por Leonard e Sheldon no anterior rende perfeitamente. Os 20 minutos foram bem distribuídos e caberia até mais. No capítulo outro foco é criado. Temos Bernadette, Amy e Penny retirando suas produções do fundo do baú. Bernadette com seu vídeo, Amy com uma fanfic ao estilo “Cinquenta Tons de Cinza” e Penny com o filme que já ouvimos falar bastante no decorrer da série.

Para você  que apresenta uma paixão imensa por séries e do mesmo modo adora literatura, verá, na reação de Penny e Bernadette enquanto leem a fanfic de Amy, seu reflexo. A atuação de Kaley e Melissa traduz o sentimento de todo leitor no momento de uma morte ou de uma revelação, e é claro, a fic de Amy é um dos pontos fortes do episódio.

No quarteto masculino o enredo também não falha. Um certo “Sr.” Anônimo deixa Leonard e companhia nervosos. Graças ao artigo publicado por Sheldon diversas críticas surgem na internet e uma delas tem teor negativo e isso só poderia resultar em um Shelly mais que paranoico. O resultado final deste episódio é mais provocativo que o do 13º. Descobrimos quem enviara as mensagens ofensivas aos donos do artigo e podemos desfrutar de uma Amy escritora junto a uma Bernadette modelo. The Big Bang Theory retorna ao seu padrão de qualidade da melhor forma possível.

Atualizações

Game of Thrones estreia documentário de sua 5º Temporada

Aos olhos do mundo, Game of Thrones estreou ontem (08 de Fevereiro) o seu documentário de 26 minutos. Intitulado “A Day in the life”, o documentário mostrará os bastidores das gravações da produção da HBO em três países, mais precisamente: Irlanda do Norte, Croácia e Espanha. As cidades escolhidas foram Belfast, Dubrovnik, Sevilla e Osuna. O especial mostrará os sets, seguirá os atores principais e possibilitará uma visão mais aprofundada aos fãs do que se passa por trás das câmeras da série que arrasta milhões tanto na televisão quanto na literatura. Assista ao documentário: