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Resenha: Anna e o Beijo Francês, Stephanie Perkins

“Isto é tudo o que sei sobre a França: Madeline, Amélie e Moulin Rouge. A Torre Eiffel e o Arco do Triunfo também, embora eu não saiba qual a verdadeira função de nenhum dos dois. Napoleão, Maria Antonieta e vários reis chamados Louis. Também não estou certa do que eles fizeram, mas acho que tem alguma coisa a ver com a Revolução Francesa, que tem algo a ver com o Dia da Bastilha. O museu de arte chama-se Louvre, tem o formato de uma pirâmide, e a Mona Lisa vive lá junto com a estátua da mulher sem braços. E tem cafés e bistrôs — ou qualquer nome que eles dão a estes — em cada esquina… Não é que eu seja ingrata, quero dizer, é Paris. A Cidade Luz! A cidade mais romântica do mundo.” Anna Oliphant não está nada entusiasmada com a ideia de se mudar para Paris, já que seu pai, um famoso escritor norte-americano, decidiu enviá-la para um colégio interno na Cidade Luz. Anna prefere ficar em Atlanta, onde tem um bom emprego, uma melhor amiga fiel e um namoro prestes a acontecer. Mas, ao chegar a Paris, Anna conhece Étienne St. Clair, um rapaz inteligente, charmoso e bonito. Só que Etiénne, além de tudo, tem uma namorada… Anna e Etiénne se aproximam e as coisas ficam mais complicadas. Será que um ano inteiro de desencontros em Paris terminará com o esperado beijo francês? Ou certas coisas simplesmente não estão destinadas a acontecer? Stephanie Perkins escreveu um romance de estreia divertido, com personagens espirituosos que garantem dedos formigando e corações derretendo.

Anna é uma adolescente de 17 anos que mora em Atlanta com sua mãe e seu irmão mais novo. Seus pais são divorciados, e seu pai é um escritor muito conhecido por seus romances, tem uma melhor amiga chamada Bridgette que é baterista, e um quase namorado em seu serviço no cinema. Com sua vida perfeita, Anna é obrigada por seu pai, a ir cursar o último ano do Ensino Médio em um internato para americanos em Paris, mas a garota não quer ir de jeito nenhum, não quer deixar sua vida na América para ir a um país onde nem sabe falar a língua oficial.

Chegando em Paris (contra sua vontade) Anna acaba conhecendo pessoas e fazendo amizades por lá, até que em sua primeira noite conhece Étienne St. Clair, um garoto romântico, sonhador, com cabelos e olhos castanhos e encantador. Todas as meninas se encantam por ele e tentam de tudo para se aproximar. Mas ele tem namorada.

Logo de início eles se tornam amigos, só que Anna quer ser muito mais que amiga de Étienne. Anna é insegura e sente falta de casa, até que faz amizades e aprende a viver e gostar daquele lugar, e ai ela começa a se perguntar ” Onde exatamente é minha ‘casa’ ? ”

Anna e Étienne tem seus problemas particulares, cada um com o seu, e acabam um ajudando ao outro a como superá-los.

Depois de um tempo, Anna não é mais aquela garota frágil e insegura, ela começa a se entender, ver o que está se passando ao seu redor e consegue superar as expectativas.

É um romance que se desenvolve lentamente ao decorrer do livro, é uma leitura cativante. A cada capitulo que você acaba, não tem vontade de deixar o livro, você quer sempre mais e mais.

A história é narrada por Anna, que nos faz sentir que estamos mesmo em Paris! Descreve os lugares, os cinemas, os pontos turísticos, etc. Mas o que mais nos prende a essa história e nos deixa maravilhados é a história de Anna e Étienne. Um romance proibido entre amigos que dará muito o que falar.

E, você quando está lendo, fica naquela expectativa do que irá acontecer e como isso irá se resolver. No livro há partes que você irá rir, chorar, se apaixonar e algumas partes que ficará com raiva, mas a autora Stephanie Perkins conseguiu fazer com que todos ficassem presos ao livro do começo ao fim.

É uma obra que além de ter a história de amor tem a descrição das paisagens, lugares e tudo que se tem de bom em Paris, e isso na minha opinião foi o que me deixou mais grudada a este livro.

Por fim, Anna e o Beijo Francês é um romance que vale a pena ler, se você gosta deste gênero, vai se apaixonar ainda mais por Anna e Étienne.

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Resenha: Convergente (Allegiant), Veronica Roth

E se o seu mundo todo fosse uma mentira?
E se uma única revelação – como uma única escolha – mudasse tudo?
E se amor e lealdade fizessem você fazer coisas inesperadas?
A conclusão explosiva da trilogia número um do New York Times, Divergente de Veronica Roth, revela segredos do mundo distópico que cativou milhões de leitures em Divergente e Insurgente.

CONTÉM SPOILERS!

Que eu amo Divergente mais que qualquer outra saga, é um fato que já falei em inúmeras outras ocasiões e, apesar de tudo, confesso que Allegiant (prefiro este título ao Convergente brasileiro, portanto utilizarei ele nesta resenha) me surpreendeu de todas as maneiras possíveis e impossíveis, já que o enredo impecável de Roth consegue te cativar até o último ponto final de maneira nada previsível.

Após mostrar para toda Chicago o vídeo de Edith Prior, Tris mantém-se retida no regime autoritário da mãe de Tobias, Evelyn, que juntamente com os sem-facção, tomou conta da cidade em uma ditadura parecida com a adotada anteriormente por Jeanine, só que, como ela mesmo diz, elas são totalmente diferentes, já que a líder da Erudição utilizou de soros, enquanto ela utilizará da morte.

Can I be forgiven for all I’ve done to get here?
I want to be.
I can.
I believe it.
Posso ser perdoada por tudo o que fiz para chegar aqui?
Eu quero ser.
Eu posso.
Eu acredito nisso.

As rebeliões contra o regime de facções agora derrubado, estão cada vez mais constantes, apesar de uma grande parcela da população não concordar com tal mudança, a decisão não tem volta, e vemos até mesmo uma cena onde quebram os potes, utilizados anteriormente nas Cerimônias de Escolha.

O livro, é contado através da visão de Tris e de Tobias, o que garante uma visão multipolar da história, mostrando opiniões, pensamentos de cada uma dessas duas personagens, que se desenvolvem e regridem emocionalmente no decorrer da história.

“If I don’t survive,” I say, “tell Tobias I didn’t want to leave him.”
“Se eu não sobreviver”, digo, “diga ao Tobias que eu não queria deixá-lo.”

Após ser libertada, com a ajuda de Tobias, Tris conhece um grupo rebelde, que se intitulam The Allegiant, liderados por Cara e Johanna, cujo principal objetivo, é realizar os pedidos do vídeo que Edith Prior deixou, isto é, mandar um grupo para fora das cercas que delimitam a cidade.

Nesta altura do livro, Caleb Prior, irmão de Tris, foi preso e será executado em breve, devido à sua aliança com Jeanine, chegando até mesmo a trair a própria irmã, mas, claramente, o altruísmo exacerbado da nossa heroína, não permite que seu irmão seja deixado para trás, e então, Tobias o rouba, e assim, um pequeno grupo liderado por Cara, parte para fora dos limites da cerca de Chicago.

“Caleb,” I say, “I love you.”
His eyes gleam with tear as he says, “I love you, too, Beatrice.”
“Caleb”, digo, “Eu te amo.”
Seus olhos brilham com as lágrimas enquanto ele diz, “Eu te amo, também, Beatrice.”

Ao chegarem neste novo mundo, vemos a confusão das personagens ao interpretar tudo o que estão vendo, e a narrativa de Roth, sempre impecável, nos permite compartilhar do mesmo sentimento que eles, isto é, ela consegue nos fazer entrar na história e sentir a confusão que os personagens sentem dentro de nossa própria cabeça.

Em meio aos grandes contratempos que estão vindo, grandes revelações sobre a história são apresentadas em todas as páginas, e chegamos até mesmo a descobrir o que são os Divergentes, e que eles não possuem nada de anormais, como poderíamos ter chegado a pensar em certo momento dos livros anteriores.

The first step to loving someone else is to recognize the evil in ourselves, so we can forgive them.
O primeiro passo para amar alguém é reconhecer os pecados de nós mesmos, para que podemos perdoá-los.

É necessário um psicológico forte para aguentar a morte de grandes figuras que conseguiram cultivar nos leitores um grande apego, e também uma força de vontade inigualável, porque a grandiosidade desta obra me fez ter umas três ressacas literárias do livro, enquanto eu ainda o estava lendo.

O desfecho dessa trilogia para mim, não poderia ter sido melhor e, mesmo com a morte da protagonista, informação vazada há algum tempo na internet, por esse motivo estou colocando esse grande spoiler na resenha, Veronica consegue encerrar uma trilogia e uma parte da vida dos fãs com magnitude, com um final impossível de ser descrito em palavras mostrando o verdadeiro valor e papel que amizades boas podem cultuar em nossas vidas. Virou meu livro preferido entre todos que já li, que deixou um enorme vazio por chegar ao fim, e pelas coisas que aconteceram. É difícil saber que nunca mais teremos brigas Fourtris, revoluções com os dois juntos e coisas assim, afinal, acabou…

I suppose a fire that burns that bright is not meant to last.
Suponho que uma chama que queima brilhantemente não é feita para durar.

GRANDE SPOILER (COMENTÁRIO SOBRE O FINAL), SÓ CONTINUE SE JÁ TIVER LIDO O LIVRO

Quando acabei o livro, algumas pessoas comentaram comigo sobre um romance entre Christina e Tobias, coisa que não acontece em momento algum do livro e ao meu ver, não há nem espaço, nem abertura para que se pense tal coisa. Os dois se aproximaram de fato, mas acredito que tenha sido pela dor, que ambos carregavam, pela perda, respectivamente, da melhor amiga e da namorada. Veronica deixa bem claro, que Tobias ainda não superou totalmente a perda de Tris, e por isso, qualquer um que tenha conseguido adentrar na história e se colocar no lugar do personagem, percebeu que não há lugar para outro amor na vida de Tobias até o momento que o livro termina, nem tampouco com alguém que podia fazê-lo relembrar de Tris de uma maneira tão profunda (afinal, ele chega a evitar até mesmo o Caleb, por lembrar muito dela).

I’ll say it one last time: Be brave.
Eu direi mais uma última vez: Seja corajoso.

     

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Resenha: Jogos Vorazes, Suzanne Collins

Após o fim da América do Norte, uma nova nação chamada Panem surge. Formada por doze distritos, é comandada com mão de ferro pela Capital. Uma das formas com que demonstram seu poder sobre o resto do carente país é com Jogos Vorazes, uma competição anual transmitida ao vivo pela televisão, em que um garoto e uma garota de doze a dezoito anos de cada distrito são selecionados e obrigados a lutar até a morte! Para evitar que sua irmã seja a mais nova vítima do programa, Katniss se oferece para participar em seu lugar. Vinda do empobrecido distrito 12, ela sabe como sobreviver em um ambiente hostil. Peeta, um garoto que ajudou sua família no passado, também foi selecionado. Caso vença, terá fama e fortuna. Se perder, morre. Mas para ganhar a competição, será preciso muito mais do que habilidade. Até onde Katniss estará disposta a ir para ser vitoriosa nos Jogos Vorazes?

Jogos Vorazes foi meu passaporte de entrada no mundo dos distópicos e, a primeira série que me apaixonei e indiquei para os meus amigos, já que eles sempre me indicavam antes, as outras. Li quando o primeiro filme estava passando no pay-per-view, eu já havia o assistido antes, no cinema, mas fiquei meio “o que foi isso?” já que não entendi a história de primeira, só no filme.

Bom, o livro conta a história da nação de Panem, que surgiu após o fim da América do Norte, e é dividida em doze distritos (treze, no passado, conforme descobrimos depois), todos comandados pela Capital.

Devido a uma rebelião do passado, a Capital demonstra seu poder sobre o resto do país, que é gradualmente carente, isto é, o distrito 1 é o mais rico e o 12, o mais pobre, realizando anualmente, os Jogos Vorazes, um reality show transmitido para todo o país, onde, cada distrito envia um casal de adolescentes ou crianças, que são obrigados a lutar até que apenas um, de todo o rol de participantes, sobreviva.

Katniss Everdeen é uma garota que vive no distrito 12, com a mãe, emocionalmente instável em alguns momentos devido a morte recente do marido, e com sua irmã mais nova, Prim, que se inscreverá pela primeira vez nos Jogos Vorazes, e obviamente, está nervosa com a possibilidade de morrer em uma arena caso seja escolhida.

Katniss, sustenta a família como pode, ultrapassando os limites do distrito para caçar com seu melhor amigo Gale, e faz o que pode, vendendo o que consegue no mercado negro para comprar os utensílios que precisa.

É então, que chega o Dia da Colheita, que é quando são escolhidos os participantes que serão enviados para os Jogos Vorazes e, no que parece ser um golpe extremamente rápido, Prim é escolhida, e sua irmã, sem conseguir raciocinar direito, se voluntaria para ir em seu lugar. Katniss irá para a arena com Peeta Mellark, um garoto que é filho do dono da padaria do distrito, que é consequentemente pouco mais afortunado que Katniss, na medida do possível.

É neste contexto que se desenvolvem os clímax múltiplos que o livro apresenta a cada página, incluindo a estadia de Katniss com Peeta na Capital, os treinamentos com os outros tributos, de outros distritos, e a amizade cultivada dentro da arena entre os dois tributos do distrito 12, que passa a ser considerada um ato de rebelião contra a Capital no final dos Jogos, e seu posterior romance ensaiado para as telas da Capital.

Jogos Vorazes é, para mim, um livro clássico, de um gênero que sou apaixonado e indico para qualquer um, tanto livro, quanto filme. Eu particularmente, gostei da adaptação, na íntegra, incluindo a escolha do elenco, que para mim, não poderia ter sido melhor, é um livro com grandes ensinamentos, para aqueles que sabem como aproveitá-los.

     

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Resenha: Percy Jackson e o Ladrão de Raios, Rick Riordan

Os deuses do Olimpo continuam vivos, em pleno século XXI! Eles ainda se apaixonam por mortais e têm filhos que podem se tornar grandes heróis, mas que acabam, na maioria das vezes, encontrando destinos terríveis nas garras de monstros sem coração.

Apenas alguns descobrem sua identidade e conseguem chegar à Colina Meio-Sangue, um acampamento de verão em Long Island dedicado ao treinamento de jovens semideuses. Essa é a revelação que leva Percy Jackson a uma incrível busca para ajudar seu verdadeiro pai – o deus dos mares! -, a evitar uma guerra no Olimpo.

Com a ajuda do sátiro Grover e de Annabeth, uma filha de Atena, Percy é encarregado de cruzar os Estados Unidos para capturar o ladrão que roubou a mais poderosa arma de destruição já concebida: o raio mestre de Zeus.

Percy Jackson é um garoto como tantos outros que não se ajustam aos padrões sociais. Em seis anos ele já frequentou seis escolas, e acredita que isso tenha ocorrido porque tudo de ruim acontece com ele, principalmente durante as excursões escolares, o que então motiva imediatamente sua expulsão da instituição em que se encontra.

O garoto acredita que não pode ser melhor que os outros, nem mesmo tão bom quanto eles, pois seus problemas de dislexia – dificuldades para ler, escrever e soletrar – e de transtorno do déficit de atenção não o permitem.

O único professor com quem ele tem mais afinidade na atual escola – a Academia Yancy, um internato particular de Nova Iorque, exclusivo para crianças consideradas portadoras de problemas -, o Senhor Brunner, mestre de latim, acredita realmente que ele é mais talentoso do que imagina.

Senhor Brunner mais conhecido como Quíron na mitologia grega é o diretor de atividades do Acampamento Meio-Sangue. Ele é um centauro (um cavalo branco da cintura para baixo) e um eterno treinador de semideuses. Ele é um grande professor e mentor e é extremamente sábio e inteligente, ao contrário dos outros centauros. Ele também é um excelente lutador, perito em arco e flecha. Embora é dito que ele é imortal, na mitologia ele não é, pois Hércules trocou sua imortalidade quando ele estava a beira da morte pela vida de Prometeu, mas nas séries do Acampamento Meio-Sangue é dito que os deuses concederam a imortalidade a Quíron para que ele pudesse ensinar os meio-sangues. Ele é o filho de Cronos. Na mitologia grega, Quíron ensinou muitos dos heróis famosos, como Aquiles, Hércules/Herácles e outros.

Em uma excursão para o Metropolitan Museum of Art, ele descobre inesperadamente que tem poderes desconhecidos, revelados subitamente quando sua colega de escola, Nancy Bobofit, humilha Grover, seu melhor amigo. De repente, sem saber como, ele ingressa em um universo paralelo, no qual seus professores não são mais o que parecem ser.

Percy acaba descobrindo que é um meio-sangue. Ele acaba tendo que fugir o mais depressa possível, juntamente com Groover (seu melhor amigo na academia Yancy) que agora revelara a ele que era o seu protetor e sua mãe. No caminho da fuga a mãe de Percy, o explica que o que estava acontecendo era culpa de seu pai e que para onde iam ele estaria seguro. Acabam indo parar em um acampamento, o Acampamento Meio-Sangue, e então Percy descobre que estava sendo acusado de ter roubado o Raio de Zeus, mas como ele não é o ladrão, ele recebe uma Missão que é resgatar o raio e entregá-lo para Zeus evitando uma guerra entre os Deuses. E ele recebe a ajuda de Groover e de Annabeth.

Annabeth Chase é uma semideusa grega, filha de Atena e Frederick Chase, aos 7 anos de idade fugiu encontrando outros dois semideuses e que foram juntos para o Acampamento Meio-Sangue.

Grover Underwood é um amigo de Percy Jackson e um sátiro . Na série, os sátiros são responsáveis ​​pela identificação semideuses que vivem no mundo mortal.

É com estes elementos que o autor, Rick Riordan, tece o primeiro volume da série Percy Jackson e os Olimpianos, O Ladrão de Raios, que ocupou durante muito tempo o topo da lista das sagas mais vendidas no The New York Times. O que mais fascina o público infanto-juvenil, e até mesmo alguns adultos, nesta obra, é a forma como o escritor entretece ancestrais mitos gregos e os enredos que compõem as narrativas de aventuras do nosso século.

Nesta trama deuses e semideuses, como os antológicos heróis da antiga Grécia, estão bem vivos, mas eles normalmente não atingem a fase adulta, pois é desta forma que o destino escreve suas trajetórias. Nos tempos atuais, eles não têm consciência de quem são, e é neste caso que se enquadra o protagonista desta história.

Isto explica porque as coisas mais estranhas ocorrem com ele, e dá um certo sentido a sua até então insípida existência. De repente o garoto-problema se converte em um herói no estilo das lendas narradas pelos gregos. Ele não é mais um incapaz, rejeitado por todos, mas alguém com uma missão a cumprir, mesmo que esta tarefa coloque sua vida em risco. Quem se importa com isso se, subitamente, conquista um status heróico, ainda que seja em uma realidade alternativa? Com certeza é esta possibilidade que realmente cativa o leitor.

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Resenha: Marcada (House Of Night 1), P. C. Cast e Kristin Cast

Em The House of Night você vai conhecer um mundo parecido com o nosso, exceto pelo fato de que nele os vampiros sempre existiram e convivem tranquilamente com as pessoas normais. No primeiro volume, Marcada, Zoey, uma garota de 16 anos, acaba de receber uma marca que vai transformar a sua vida por completo. Zoey terá que se afastar de seus amigos e de tudo aquilo que fazia parte da sua vida até então. A menina vai se transformar em vampira e usufruir de poderes que ela nem imaginava possuir. Mas para isso ela precisa suportar o difícil período de transformação, caso contrário morrerá.

Comecei House Of Night quando não tinha nada de melhor para ler, achando que seria mais um livro estereótipo de vampiros que brilham e um plágio de Crepúsculo. E, antes que venham as críticas, eu gosto de Crepúsculo, mas o estereótipo é inegável. No entanto, me surpreendi quando terminei o livro em dois dias, totalmente absorto pela história e pelo mundo criado.

Merry meet, merry part e merry meet outra vez.

Em House Of Night, os vampiros são conhecidos pelos humanos, apesar de não serem socialmente aceitos e, quando chega determinada idade, alguns jovens são marcados como vampiros pelos rastreadores, com uma tatuagem de contorno de meia lua na testa e assim, vão estudar na Morada da Noite.

— Se eu me tornar uma vampira madura.
— Você vai se tornar, Zoey.
— Como pode ter tanta certeza?

Na Morada da Noite, os vampiros adultos, isto é, aqueles que completaram a transformação sem nenhum problema e consequentemente, possuem a tatuagem de meia lua preenchida e eventuais outras tatuagens em volta, instruem os novatos (como são chamados os recém marcados) e fornecem os feromônios necessários para completar sua transformação. Mas é claro, que muitos deles não conseguem completá-la com sucesso.

Fostes escolhida pela Noite; tua morte será teu nascimento. A Noite te chama; preste atenção para escutar Sua doce voz. Teu destino aguarda por ti na Morada da Noite

O livro conta a história de Zoey, que é marcada no que parece ser um dia comum no colégio e assim, passa a ser rechaçada por muitos colegas e a princípio, pelo seu namorado, Heath, e posteriormente, por sua mãe e padrasto, que são muito religiosos e acham que ela é uma aberração demoníaca.

Eu busco força, não para ser maior que os outros, mas para lutar contra meu maior inimigo, que é a dúvida dentro de mim mesma.

Apenas sua avó, Sylvia Redbird, aceita a menina no seu novo status de vida e a leva para a Morada da Noite, onde Zoey adquire o sobrenome Redbird e larga para trás todo seu passado e passa a viver como vampira. Mas Zoey, não é uma vampira normal, ela não foi marcada com uma tatuagem de meia lua apenas contornada e sim, com uma preenchida, como os vampiros adultos.

Nyx escolheu você. Para quê, não sabemos. Mas sua marca foi claramente posta em você. Ela não teria te tocado se você fosse falhar.

É então que começam os burburinhos a seu respeito, mas com a ajuda de vários amigos que conhece, passa por cima de tudo, se envolve nas maiores aventuras com sua Horda de Nerds e descobre até mesmo sua afinidade com todos os elementos (Ar, Fogo, Água, Terra e Espírito) durante um ritual das Filhas das Trevas.

Eu não estava realmente falando; estava apenas soltando palavras pela boca.

O livro, assim como toda a série, quebra muitos tabus da sociedade, mostrando novos costumes totalmente diferentes, e como a maioria das pessoas reagem a ele. É de longe, uma série viciante, cujos nove livros li em pouco mais de um mês e ainda não li o décimo, estou sofrendo e recomendo para todos aqueles que possuem uma mente aberta apta a decifrar novos costumes de vida e entender mais sobre eles.

A escuridão não equivale ao mal, assim como a luz nem sempre traz o bem.

Li muitas críticas negativas a respeito da série, alguns argumentando que é plágio mal feito de Crepúsculo ou série muito estendida/cansativa e com muitos livros e discordo dos motivos, afinal, leitor que é leitor não liga para quantidade e sim para qualidade. Li todos os livros, inclusive os extras, em pouquíssimo tempo, porque a história te envolve de uma maneira fascinante e inovadora, sou totalmente fã, e Team Neferet, os que leram, me entenderão. Leiam, e em breve postarei novas notícias a respeito da série e uma possível adaptação cinematográfica. Não consegui explicar nem metade dos conceitos da história nesta resenha, senão ficaria quilométrica, a profundidade é imensa, e por isso tenho especial preferência.

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Resenha: Insurgente, Veronica Roth

Na Chicago futurista criada por Veronica Roth em Divergente, as facções estão desmoronando. E Beatrice Prior tem que arcar com as consequências de suas escolhas. Em Insurgente, a jovem Tris tenta salvar aqueles que ama – e a própria vida – enquanto lida com questões como mágoa e perdão, identidade e lealdade, política e amor.

CONTÉM SPOILERS!

Pouco tempo depois que li Divergente, fiquei extremamente ansioso para o próximo livro, e já li assim que foi lançado em Inglês, e reli semana passada, em Português. Apesar da opinião de muitos, que o livro está chato, assim como a protagonista, Tris, não foi válida para mim, por motivos que explicarei ao longo da resenha.

A tristeza não é tão pesada quanto a culpa, mas rouba mais de nós.

Após praticamente expor sua divergência durante uma guerra travada entre Audácia e Erudição contra a Abnegação, onde Jeanine Matthews roubou uma informação dos líderes desta última, cuja proteção era tão estimada que muitos deles morreram tentando protegê-la, Tris segue com Tobias em direção a sede da Amizade, com o disco rígido dos dados da simulação que ela havia parado no bolso traseiro, um tanto descontrolada emocionalmente após ver a morte dos pais e matar o melhor amigo – Will – por extrema necessidade.

Ser cruel não torna uma pessoa desonesta, da mesma maneira que ser corajoso não faz de ninguém gentil.

A simulação desenvolvida pela Erudição, estava controlando todos os membros da Audácia, que não eram Divergentes – que não podem ser controlados e mantém plena consciência dentro das simulações e podem até mesmo, manipulá-las -.

Eu li em algum lugar, uma vez, que o choro desafia a explicação científica. Lágrimas são apenas para lubrificar os olhos. Não há razão real para as glândulas lacrimais produzirem lágrimas por causa das emoções. Eu acho que nós choramos para libertar as partes de animal em nós, sem perdermos a humanidade. Porque dentro de mim há uma fera que rosna, grunhe e se esforça para a liberdade, para Tobias, e, acima de tudo, para a vida. E por mais que eu tente, não consigo matá-la. Ao invés, eu soluço em minhas mãos.

Na sede da Amizade, o resto que sobrou da Abnegação, e os aliados até então (Tobias, Tris, Caleb, Marcus e Peter) passam um tempo planejando os próximos passos da guerra, que está bem longe de terminar, até que a base é invadida pela Erudição e Audácia, forçando uma evacuação rápida e emergencial, o que fez Tris, destruir o disco rígido.

Ambos travamos uma guerra dentro de nós. Às vezes, isso nos mantém vivos. Outras vezes, ameaça a nos destruir.

Com isso, o grupo passa a negociar com os grupos dos sem-facção e posteriormente, a Franqueza, em busca de apoio político, abrigo e reforços para a possível guerra, porém, ninguém quer ficar contra os poderes da Erudição.

— Insurgente — diz ele.
— Substantivo. Uma pessoa que age em oposição à autoridade estabelecida, que não é necessariamente considerada agressiva.

O segundo livro da trilogia, foca mais em assuntos políticos entre as facções, mostrando um pouco mais o interior de cada uma delas e como vivem, incluindo os sem-facção, além de mostrar uma Tris mais introspectiva, mostrando seus pensamentos sobre as pessoas ao seu redor, assim como a culpa que carrega pela morte de Will, seu melhor amigo, durante o ataque e seu romance com Tobias – Quatro – que possuí diversos picos e depressões que nos fazem querer chorar.

As pessoas, eu descobri, são camadas e camadas de segredos. Você acredita que as conhece, que as entende, mas seus motivos estão sempre escondidos de você, enterrados em seus próprios corações. Você nunca vai conhecê-las, mas às vezes você decide confiar nelas.

Em muitos momentos, fiquei arrancando meus cabelos para descobrir o que viria a seguir, xinguei a Tris de burra em muitos outros, por suas ações impulsionais, além da curiosidade alimentada em cada página para descobrirmos o que há além da cerca que está em volta de toda a cidade e é trancada por fora, como se estivesse isolando Chicago do resto do mundo.

Solto uma risada sem alegria, uma risada louca. Saboreio sua expressão irada e o ódio em seus olhos. Ela era como uma máquina, fria e sem emoção, movida unicamente pela lógica. E eu a quebrei. Eu a quebrei.

É claro que, entre muitos rodeios no enredo, muitas mortes e traidores, o leitor fica irado e tem vontade de espancar a autora, assim como eu, mas o desfecho, não deixa a desejar em nada. Eu mesmo, quando acabei, fiquei lendo e relendo as últimas frases do último capítulo milhões de vezes e comentando o quão genial era Veronica Roth por criar esse mundo e muito mais pela explicação dada, isto é, o porquê do sistema de facções e Divergentes, informação que seria vazada pela Abnegação para todos, antes de ser roubada por Jeanine, e travado tamanha guerra.

— Serei a sua família agora.
— Eu te amo — digo.
(…)
Sou dele, e ele é meu, e sempre foi assim.
Ele me encara. Espero, agarrada aos seus braços para me equilibrar, enquanto ele pensa no que responder.
Ele franze a testa ao olhar para mim.
— Fala outra vez.
— Tobias, eu te amo.
A água torna sua pele escorregadia. Ele cheira a suor, e a minha camisa gruda em seus braços quando ele os desliza pelo meu corpo. Ele encosta o rosto no meu pescoço e me beija logo acima da clavícula, depois no pescoço, depois nos lábios.
— Eu também te amo.

É fato que Divergente é de longe minha saga preferida, e que recomendo para qualquer um que queira ler. Estou ansiosíssimo para o filme e não sei o que esperar nem tampouco, qual será minha reação.

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Resenha: Dom Casmurro, Machado de Assis

Machado de Assis (1839-1908), escrevendo Dom Casmurro, produziu um dos maiores livros da literatura universal. Mas criando Capitu, a espantosa menina de “olhos oblíquos e dissimulados”, de “olhos de ressaca”, Machado nos legou um incrível mistério, um mistério até hoje indecifrado. Há quase cem anos os estudiosos e especialistas o esmiuçam, o analisam sob todos os aspectos. Em vão. Embora o autor se tenha dado ao trabalho de distribuir pelo caminho todas as pistas para quem quisesse decifrar o enigma, ninguém ainda o desvendou. A alma de Capitu é, na verdade, um labirinto sem saída, um labirinto que Machado também já explorara em personagens como Virgília (Memórias Póstumas de Brás Cubas) e Sofia (Quincas Borba), personagens construídas a partir da ambigüidade psicológica, como Jorge Luis Borges gostaria de ter inventado.

Bento Santiago também conhecido como Dom Casmurro ou Bentinho, começa a narrativa contando de onde veio seu apelido, dado por um poeta em um trem. Depois, ele desenvolve a história contando sua vida desde a infância, quando seu futuro seria ir para um seminário e se tornar um padre, devido a uma promessa feita por Glória, sua mãe, no entanto, há alguém que faz o coração do garoto bater mais forte, e consequentemente, ele passa a se perguntar o porquê de ter que ir ao seminário: Capitu.

Capitu é vizinha de Bento, e os dois são amigos bem próximos e de longa data e, desde que a garota aparece no livro, já se sabe que ela será o interesse amoroso de Bentinho, fato que, obviamente se concretiza depois. Porém, ele deve ir para o seminário e se tornar um padre, mesmo que não queira, já que a promessa deve ser cumprida.
Quando Bentinho vai para o seminário, ele conhece Escobar, que vira seu amigo para o resto da vida e, em uma frente de fatos contraditórios que vem à tona em sua vida, surge também uma dúvida: Capitu traiu Bentinho com Escobar ou não? A dúvida não é esclarecida até o fim do livro, e fica para o leitor supor teorias sobre isso.

Onde a verdade e onde a mentira dos sentimentos? Seria a bela Capitu, com seus olhos de cigana oblíqua e dissimulada, uma adúltera? Teria fundamento o ciúme que corrói a alma de Bentinho?

Machado de Assis leva uma leitura muito envolvente, emocionante e fascinante, permeando muito bem as personalidades de cada um dos personagens, a escrita pode parecer um tanto complicada devido a época que o romance foi escrito, mas dá para compreender e se apaixonar pela história. É um clássico, exigido em muitas escolas e vestibulares e totalmente recomendável. E você, acha que Capitu traiu ou não traiu? Comente!

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Resenha: Precisamos Falar Sobre o Kevin, Lionel Shriver

Para falar de Kevin Khatchadourian, 16 anos – o autor de uma chacina que liquidou sete colegas, uma professora e um servente no ginásio de um bom colégio do subúrbio de Nova York – , Lionel Shriver não apresenta apenas mais uma história de crime, castigo e pesadelos americanos: arquiteta um romance epistolar em que Eva, a mãe do assassino, escreve cartas ao marido ausente. Nelas, ao procurar porquês, constrói uma reflexão sobre a maldade e discute um tabu: a ambivalência de certas mulheres diante da maternidade e sua influência e responsabilidade na criação de
um pequeno monstro. Precisamos falar sobre o Kevin discute casamento e carreira; maternidade e família; sinceridade e alienação. Denuncia o que há de errado com culturas e sociedades contemporâneas que produzem assassinos
mirins em série e pitboys. Um thriller psicanalítico no qual não se indaga quem matou, mas o que morreu.
Enquanto tenta encontrar respostas para o tradicional onde foi que eu errei? a narradora desnuda, assombrada,
uma outra interdição atávica: é possível odiarmos nossos filhos?

De início o livro mostra a vida de Eva visivelmente abatida, solitária, depressiva e exaurida, sem deixar, no entanto, um motivo aparente. A história é contada a partir de flashbacks para que se possa entender o porquê do sofrimento que Eva tanto carrega nos olhos. Aos poucos o telespectador é apresentado aos eventos que causaram todo o pesar na vida dessa personagem: Um crime, cometido pelo filho mais velho em uma escola, causando ferimentos em alguns alunos, professores e na própria mãe. Surge daí a pergunta: O que levou Kevin a cometer este crime? As respostas vão sendo dadas aos poucos, em cada flashback, em cada frase dita por Eva, em cada olhar trocado entre mãe e filho.

Ao longo da trama a sensação constantemente sentida é que Kevin é um ser repugnante que nasceu somente para causar o sofrimento da mãe. No entanto, é percebido também que Eva nunca sentiu o tal “espírito materno”, nem mesmo queria ser mãe.

Kevin é apresentado em três “estágios” de desenvolvimento, o que enriquece ainda mais a trama, mostrando a personalidade forte do garoto desde o nascimento. Quando bebê, Kevin se mostra um verdadeiro “chorão”, causando o stress constante de Eva, e calando-se somente na presença de Franklin, o que provoca na mãe a sensação de que filho prefere o pai. Uma cena forte que descreve detalhadamente a irritação de Eva por conta dos excessivos choros de Kevin, é o momento em que ela escolhe o barulho de uma britadeira para silenciar o som desconcertante do choro do bebê.

Ao atingir idades entre quatro a dez anos, Kevin demonstra ser uma criança cada vez mais irônica, sádica e irritante. Evitando a mãe o tempo todo. Esquivando-se das tentativas que Eva construía para interagir com ele ou provocando-a com respostas negativas e sarcásticas. Por volta dos seis anos, fase que normalmente as crianças já têm o controle dos esfíncteres, uma vez que este se faz, normalmente, entre o 2º e o 4º anos de vida, Kevin ainda faz uso de fraldas e testa sua mãe o tempo todo, provocando situações perturbadoras. Ao contrário de quando está na frente de Franklin (pai), onde se comporta exatamente como um pai quer que o filho seja: educado e orgulhoso das tarefas elaboradas pelo seu progenitor.

Com o nascimento de Lucy, a filha mais nova da família, nasce também o sentimento de exclusão vivido por Kevin. O ciúme aqui não é visto como a criança que perdeu o trono de bebê da família, mas sim, a criança que não foi tão desejada quanto esta que chegou agora. Kevin sente o desejo demonstrado pela mãe pela nova gravidez e todo o planejamento dos pais, o que possivelmente ele não sentiu quando era criança.

É nesse momento que os olhares viciosos deixam de existir, aqueles que só culpam a criança “birrenta” que é Kevin, e chega-se à conclusão que o filme não tem o objetivo de definir o papel do vilão e da vítima, mas sim, mostrar que cada um cometeu falhas que levaram a atual situação da família. Isso porque “a família constitui o primeiro e mais importante contexto social emocional e cultural para o desenvolvimento do ser humano. E dentro das relações familiares surgem condições favoráveis ou desfavoráveis para o bem-estar psicológico das crianças.

Recomendo muito lerem o livro, e assistirem ao filme porque a história é muito interessante e diferente de qualquer outra.

Resenhas

Resenha: Ecos da Morte, Kimberly Derting

Violet Ambrose tem dois problemas: o dom mórbido e secreto que carrega desde a infância e Jay Heaton, seu melhor amigo, por quem está apaixonada. Aos dezesseis anos e confusa com os novos sentimentos em relação a Jay, ela começa a ficar cada vez mais incomodada com sua estranha habilidade: Violet encontra cadáveres. Desde muito pequena ela percebe os ecos que os mortos deixam neste mundo. Ruídos, cores, cheiros. Mas não todos, apenas os das vítimas de assassinato.
Para ela, isso nunca foi um grande talento. Na maioria das vezes, tudo o que encontrava eram pássaros mortos, deixados para trás pelo gato da família. Mas, agora que um serial killer está aterrorizando a pequena cidade onde mora e os ecos das garotas assassinadas a perseguem dia e noite, Violet se dá conta de que talvez seja a única pessoa capaz de detê-lo. Em pouco tempo ela estará no rastro do assassino. E ele, no dela.

CONTÉM SPOILERS

Violet é uma garota que tem o dom de ver, sentir, ouvir e saborear as marcas da morte. Sempre quando há um assassinato brutal, e as vítimas são violentamente mortas, elas chamam por Violet, para que ela possa pegar os corpos de enterrar de forma que eles descansem em paz.

Violet parou o jet ski e se levantou para enxergar o fundo do lado. Uma luz matizada parecia radiar embaixo d’água, surgindo de um ponto entre o junco e se propagando ao alçar a superfície. Ela nunca tinha visto nada parecido, e sabia que o espectro de luz desafiava a própria natureza ai se comportar daquele jeito.

Aquilo só poderia significar uma coisa…
Havia algo morto ali embaixo.

Poucas pessoas sabem desse dom que a menina possui, isto é, apenas sua família – pai, mãe, tio e tia – e seu melhor amigo Jay, o garoto mais popular da escola, diferentemente de Violet, que só é conhecida por ser ”amiga de Jay” e, mesmo andando com o garoto mais disputado da escola, não sente nada por ele, até as férias de verão. Quando retornam à escola, sua visão sobre Jay muda completamente, e ela se sente cada vez mais próxima e apaixonada pelo rapaz.

Violet queria que a paixonite passasse logo, para que ela pudesse voltar ao estágio de serem apenas amigos, caso contrário, aquele seria um longo – e doloroso – ano.

No entanto os assassinatos estão cada vez mais constantes, e agora só ocorrem com garotas, e isso faz com que a família Violet não a deixe sair de casa sozinha, e mesmo sendo praticamente normal, Violet quer pegar o assassino, e sabe como fazer isso, usando o seu dom, mas não funciona da primeira vez, o que deixa Jay muito irritado com a obsessão da garota, e o faz se afastar da amiga, mesmo amando-a.

Jay não levantou nenhum olhar para Violet por uma semana.
Até vê-la com Grady.

A história vai evoluindo gradualmente e ficando mais interessante a cada página, os acontecimentos com e dos personagens são surpreendentes, o livro é ótimo com uma escrita é impecável, assim como a arte de capa e a lombada.

Resenhas

Resenha: As Vantagens de Ser Invisível, Stephen Chbosky

Ao mesmo tempo engraçado e atordoante, As vantagens de ser invisível reúne as cartas de Charlie, um adolescente de quem pouco se sabe – a não ser pelo que ele conta nessas correspondências -, que vive entre a apatia e o entusiasmo, tateando territórios inexplorados, encurralado entre o desejo de viver a própria vida e ao mesmo tempo fugir dela.

As dificuldades do ambiente escolar, muitas vezes ameaçador, as descobertas dos primeiros encontros amorosos, os dramas familiares, as festas alucinantes e a eterna vontade de se sentir “infinito” ao lado dos amigos são temas que enchem de alegria e angústia a cabeça do protagonista em fase de amadurecimento. Stephen Chbosky capta com emoção esse vaivém dos sentidos e dos sentimentos e constrói uma narrativa vigorosa costurada pelas cartas de Charlie endereçadas a um amigo que não se sabe se real ou imaginário.

Íntimas, hilariantes, às vezes devastadoras, as cartas mostram um jovem em confronto com a sua própria história presente e futura, ora como um personagem invisível à espreita por trás das cortinas, ora como o protagonista que tem que assumir seu papel no palco da vida. Um jovem que não se sabe quem é ou onde mora. Mas que poderia ser qualquer um, em qualquer lugar do mundo.

O livro é todo escrito em formato de cartas, que Charlie envia a um amigo desconhecido. Charlie é viciado em leitura e desenvolve uma amizade com o seu professor de inglês que o incentiva ao hábito, ajudando-o a desenvolver sua escrita. Aqui fica marcado um ponto sensacional do livro: Chbosky usa esse artifício também na forma como escreve o livro. Se no começo o texto parece meio solto e hesitante, no decorrer da história a escrita de Charlie vai melhorando, ele passa a organizar melhor as ideias e narrar de forma mais clara os acontecimentos.

Charlie é um adolescente dos anos noventa que sofre pelo suicídio do melhor e único amigo e a morte de sua tia quando era criança. Ao entrar no ensino médio ele decide que não pode mais viver isolado e tenta se aproximar dos outros meninos e meninas da sua idade. No entanto, Charlie é extremamente tímido e não sabe muito bem como se inserir em novos grupos.

Mas sua vida muda radicalmente quando três pessoas entram nela: Bill – seu professor -, Sam e Patrick. A partir daí ele vive experiências inesquecíveis, lê livros extraordinários, e passa a ser ator e não espectador. Charlie passa a se sentir infinito.
Charlie é um menino confuso, com uma visão do mundo totalmente solitária. Num jogo de futebol, Charlie conhece Sam e Patrick, os três viram grandes amigos, e Charlie e Sam acabam se apaixonando, porém acontece várias situações, fazendo com que Sam tenha outra relação. Ao encontro de drogas, sexo e aquela música perfeita que te faz sentir infinito, os três se veem diante de experiências, como por exemplo, ter um amigo gay e ser beijado por ele, onde se ajudam, e dividem suas expectativas e seus desejos. Com um final super emocionante, Stephen Chbosky conseguiu incluir alegria, raiva, amor, desprezo, carinho, loucura… tudo dentro de uma história, que te faz sentir, digamos que, infinito.

Sam e Patrick, apesar de não serem politicamente corretos, são carismáticos e companheiros, o tipo de pessoa completamente diferente do protagonista e que, justamente por isso, cria uma ótima combinação. A entrada dos dois na vida de Charlie foi realmente um divisor de águas e o que movimentou a história.

Entretanto, acima de tudo, é um daqueles casos em que mais é menos. Trata-se de um adolescente simplório, que leva uma vida simplória, contados a partir de uma narrativa e expressões simplórias. Mas, essa simplicidade esconde uma história muito complexa, em que você precisa extrair as lições e pensamentos. Não se deixe enganar por essa modestidade, pois isso torna a história única, inesquecível. Infinita.

Em minha opinião foi um dos livros que mais gostei e que marcou mais a minha vida, recomendo demais e não podem deixar de assistir o filme, aliás, dar vida ao livro em um filme é maravilhoso.