Resenhas

Resenha: Convergente (Allegiant), Veronica Roth

E se o seu mundo todo fosse uma mentira?
E se uma única revelação – como uma única escolha – mudasse tudo?
E se amor e lealdade fizessem você fazer coisas inesperadas?
A conclusão explosiva da trilogia número um do New York Times, Divergente de Veronica Roth, revela segredos do mundo distópico que cativou milhões de leitures em Divergente e Insurgente.

CONTÉM SPOILERS!

Que eu amo Divergente mais que qualquer outra saga, é um fato que já falei em inúmeras outras ocasiões e, apesar de tudo, confesso que Allegiant (prefiro este título ao Convergente brasileiro, portanto utilizarei ele nesta resenha) me surpreendeu de todas as maneiras possíveis e impossíveis, já que o enredo impecável de Roth consegue te cativar até o último ponto final de maneira nada previsível.

Após mostrar para toda Chicago o vídeo de Edith Prior, Tris mantém-se retida no regime autoritário da mãe de Tobias, Evelyn, que juntamente com os sem-facção, tomou conta da cidade em uma ditadura parecida com a adotada anteriormente por Jeanine, só que, como ela mesmo diz, elas são totalmente diferentes, já que a líder da Erudição utilizou de soros, enquanto ela utilizará da morte.

Can I be forgiven for all I’ve done to get here?
I want to be.
I can.
I believe it.
Posso ser perdoada por tudo o que fiz para chegar aqui?
Eu quero ser.
Eu posso.
Eu acredito nisso.

As rebeliões contra o regime de facções agora derrubado, estão cada vez mais constantes, apesar de uma grande parcela da população não concordar com tal mudança, a decisão não tem volta, e vemos até mesmo uma cena onde quebram os potes, utilizados anteriormente nas Cerimônias de Escolha.

O livro, é contado através da visão de Tris e de Tobias, o que garante uma visão multipolar da história, mostrando opiniões, pensamentos de cada uma dessas duas personagens, que se desenvolvem e regridem emocionalmente no decorrer da história.

“If I don’t survive,” I say, “tell Tobias I didn’t want to leave him.”
“Se eu não sobreviver”, digo, “diga ao Tobias que eu não queria deixá-lo.”

Após ser libertada, com a ajuda de Tobias, Tris conhece um grupo rebelde, que se intitulam The Allegiant, liderados por Cara e Johanna, cujo principal objetivo, é realizar os pedidos do vídeo que Edith Prior deixou, isto é, mandar um grupo para fora das cercas que delimitam a cidade.

Nesta altura do livro, Caleb Prior, irmão de Tris, foi preso e será executado em breve, devido à sua aliança com Jeanine, chegando até mesmo a trair a própria irmã, mas, claramente, o altruísmo exacerbado da nossa heroína, não permite que seu irmão seja deixado para trás, e então, Tobias o rouba, e assim, um pequeno grupo liderado por Cara, parte para fora dos limites da cerca de Chicago.

“Caleb,” I say, “I love you.”
His eyes gleam with tear as he says, “I love you, too, Beatrice.”
“Caleb”, digo, “Eu te amo.”
Seus olhos brilham com as lágrimas enquanto ele diz, “Eu te amo, também, Beatrice.”

Ao chegarem neste novo mundo, vemos a confusão das personagens ao interpretar tudo o que estão vendo, e a narrativa de Roth, sempre impecável, nos permite compartilhar do mesmo sentimento que eles, isto é, ela consegue nos fazer entrar na história e sentir a confusão que os personagens sentem dentro de nossa própria cabeça.

Em meio aos grandes contratempos que estão vindo, grandes revelações sobre a história são apresentadas em todas as páginas, e chegamos até mesmo a descobrir o que são os Divergentes, e que eles não possuem nada de anormais, como poderíamos ter chegado a pensar em certo momento dos livros anteriores.

The first step to loving someone else is to recognize the evil in ourselves, so we can forgive them.
O primeiro passo para amar alguém é reconhecer os pecados de nós mesmos, para que podemos perdoá-los.

É necessário um psicológico forte para aguentar a morte de grandes figuras que conseguiram cultivar nos leitores um grande apego, e também uma força de vontade inigualável, porque a grandiosidade desta obra me fez ter umas três ressacas literárias do livro, enquanto eu ainda o estava lendo.

O desfecho dessa trilogia para mim, não poderia ter sido melhor e, mesmo com a morte da protagonista, informação vazada há algum tempo na internet, por esse motivo estou colocando esse grande spoiler na resenha, Veronica consegue encerrar uma trilogia e uma parte da vida dos fãs com magnitude, com um final impossível de ser descrito em palavras mostrando o verdadeiro valor e papel que amizades boas podem cultuar em nossas vidas. Virou meu livro preferido entre todos que já li, que deixou um enorme vazio por chegar ao fim, e pelas coisas que aconteceram. É difícil saber que nunca mais teremos brigas Fourtris, revoluções com os dois juntos e coisas assim, afinal, acabou…

I suppose a fire that burns that bright is not meant to last.
Suponho que uma chama que queima brilhantemente não é feita para durar.

GRANDE SPOILER (COMENTÁRIO SOBRE O FINAL), SÓ CONTINUE SE JÁ TIVER LIDO O LIVRO

Quando acabei o livro, algumas pessoas comentaram comigo sobre um romance entre Christina e Tobias, coisa que não acontece em momento algum do livro e ao meu ver, não há nem espaço, nem abertura para que se pense tal coisa. Os dois se aproximaram de fato, mas acredito que tenha sido pela dor, que ambos carregavam, pela perda, respectivamente, da melhor amiga e da namorada. Veronica deixa bem claro, que Tobias ainda não superou totalmente a perda de Tris, e por isso, qualquer um que tenha conseguido adentrar na história e se colocar no lugar do personagem, percebeu que não há lugar para outro amor na vida de Tobias até o momento que o livro termina, nem tampouco com alguém que podia fazê-lo relembrar de Tris de uma maneira tão profunda (afinal, ele chega a evitar até mesmo o Caleb, por lembrar muito dela).

I’ll say it one last time: Be brave.
Eu direi mais uma última vez: Seja corajoso.

     

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