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Livros, Resenhas

Resenha: Harry Potter e a Criança Amaldiçoada, J.K. Rowling

O universo de Harry Potter é tão grande quanto você imagina. Além da saga do famoso bruxo ser retratada em sete livros muito queridos, temos ainda diversas histórias extras publicadas no Pottermore, uma linha temporal alternativa em ‘Animais Fantásticos e Onde Habitam’ e agora os fãs foram presenteados também com o roteiro de uma peça teatral dentro do mesmo universo: ‘Harry Potter e a Criança Amaldiçoada’. O novo livro, porém, não é um romance e sim um roteiro escrito por Jack Thorne, que se baseou na história original de J. K. Rowling para reviver o mundo da magia. 

Rowling concluiu a série Harry Potter mostrando Harry e sua esposa, Gina, dizendo adeus a seu segundo filho, Albus Severus, na plataforma de King’s Cross em seu primeiro ano em Hogwarts. Parecia um final definitivo e duradouro, mas é nesse exato momento que essa nova história toma partido. O roteiro segue Albus Severus Potter e Scorpius Malfoy, dois jovens que tentam encontrar o seu lugar em Hogwarts e o mundo a maneira como seus pais, Harry e Draco, fizeram antes deles. Albus já sabe que não é engenhoso como seu pai. Primeiramente, o chapéu seletor o manda para a Sonserina, diferentemente da queridinha de Hogwarts, Grifinória. Ele não é bom em quadribol, nem tão sagaz nas aulas de feitiço e ainda, seu melhor amigo é filho de um Malfoy, o que torna tudo mais irônico.

O enredo tem uma trama que inclui um novo vilão, a volta do dispositivo mágico vira-tempo (erradicados do universo mágico de Rowling desde o Prisioneiro de Azkaban) e várias escolhas que levam os meninos de volta para o passado de Harry, permitindo Rowling reescrever suas próprias histórias, coisa que ela parecia tão interessada em fazer desde o sétimo livro, Relíquias da Morte. A história, porém, é menos sobre reescrever o passado e mais focada em como os acontecimentos do passado podem alterar o futuro.

Por ser escrito na forma de roteiro, demora um pouco mais para a história chamar a atenção do leitor. Os elementos teatrais de palco, apesar de divertidos e distrativos, são vagos demais e deixam muito a desejar na descrição do cenário e personagens. Sem os atores performando, algumas personagens nunca antes estabelecidas dentro do universo parecem incompletas.

Embora Thorne tente recriar o cenário dos antigos livros, as 352 páginas parecem ser uma tentativa desesperada de vender bilhetes por meio de reviravoltas que tornam a trama fraca e pouco original. No entanto, esse fan-service que Rowling inclui de maneira exacerbada no enredo força a narrativa a tomar um curso inesperado. Assim como você, ela se pergunta o que teria acontecido se Voldemort tivesse vencido ou se um personagem tivesse sobrevivido no lugar de algum outro. Muito rapidamente você se lembra que ela adora esses contos e personagens tanto quanto você, e torna-se muito mais gostoso aproveitar o ar nostálgico que a história proporciona. O ar completamente saudosista presente em boa parte do roteiro parece ser a melhor maneira de introduzir essa nova geração de bruxos.

Apesar de seus defeitos, é muito provável que ‘Harry Potter e a Criança Amaldiçoada‘ encante os fãs da saga de maneira carismática. Revisitar os personagens e conhecer a geração de bruxos que – provavelmente – protagonizarão as próximas histórias é um ótimo jeito de matar as saudades dessa história tão emblemática e fascinante que é Harry Potter.

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Resenha: Harry Potter e o Cálice de Fogo, J.K. Rowling

Verão, Harry Potter, agora com 14 anos, sente sua cicatriz arder durante um sonho bastante real com Lord Voldemort, o qual não consegue esquecer; três dias depois, já em companhia da família Weasley, com quem foi passar o restante das férias, na final da Copa Mundial de Quadribol, os Comensais da Morte, seguidores de Você-Sabe-Quem, reaparecem e alguém conjura a Marca Negra – o sinal de Lord Voldemort – projetando-a no céu pela primeira vez em 13 anos, causando pânico na comunidade mágica. Será que o terrível bruxo está voltando? Tudo indica que sim…

O ano letivo já começa agitado. Harry volta para a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts para cursar a quarta série. Acontecimentos inesperados – como, por exemplo, a presença de um novo professor de Defesa contra as Artes das Trevas e um evento extraordinário promovido na escola – alvoroçam os ânimos dos estudantes. Para surpresa de todos não haverá a tradicional Copa Anual de Quadribol entre Casas. Será substituída pelo Torneio Tribuxo, uma competição amistosa entre as três maiores escolas européias de bruxaria — Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang — que não se realizava havia um século. A competição é dividida em tarefas, cuja finalidade é testar a coragem, o poder de dedução, a perícia em magia e a capacidade de enfrentar o perigo dos campeões. Liderados pelo professor Dumbledore, os alunos de Hogwarts terão de demonstrar todas as habilidade mágicas e não-mágicas que vêm adquirindo ao longo de suas vidas.

Apesar de alunos menores de 17 anos não poderem se inscrever no Torneio, inexplicavelmente Harry é escolhido pelo Cálice de Fogo, um grande copo de madeira toscamente talhado cheio até a borda com chamas branco-azuladas, para competir como um dos campeões de Hogwarts. Tendo a seu lado os fiéis amigos Rony Weasley, Hermione Granger e agora também o seu padrinho, o bruxo Sirius Black, que fugiu de Azkaban no ano anterior, o menino feiticeiro tentará escapar mais uma vez das armadilhas de Lord Voldemort.

Além de todos os desafios, há feitiços a serem aprendidos, poções a serem preparadas e aulas de Adivinhação, entre outras, a serem assistidas, Harry terá que lidar ainda com os problemas comuns da adolescência: amor, amizade, aceitação e rejeição.

Harry Potter é o tipo de livro que fascina, encanta, surpreende e prende a atenção até o último segundo. Uma série recomendada para todas as idades.

Harry Potter e o Cálice de Fogo é o grande divisor de águas da série Harry Potter: Voldemort, que antes só fazia aparições onipresentes ou enfraquecidas, renasce através de uma magia negra desconhecida e volta para se vingar daquele cuja maldição ricocheteou o atingindo. Li o livro bem depois do filme e confesso que fiquei totalmente impressionado com a profundidade em que a história toma no papel, em contrapartida ao filme.

Durante um sonho com o Lorde das Trevas e seus seguidores, Harry, agora com catorze anos, sente sua cicatriz arder de maneira incomum, o que não esquece durante todo o resto do verão, que passa com a família Weasley, com quem vai até a Copa Mundial de Quadribol. É uma cena um tanto engraçada quando a senhora Weasley envia uma carta trouxa aos tios de Harry, com selos por todo o envelope, já que ela não sabia se a carta chegaria ou não, e por isso, resolveu se precaver.

Não faça perguntas e não te direi mentiras.

Através da rede de Flu, grande parte dos Weasley se materializa na desativada lareira dos Dursley, causando uma bagunça enorme e, como não poderia ser diferente, o desgosto dos tios trouxas de Harry. Fred e Jorge chegam até a dar um de seus polêmicos doces para Duda, que sente a língua inchando em proporções quilométricas.

É neste livro que nos deparamos mais uma vez com Cedrico Diggory, que acompanha os Weasley, Harry e Hermione, na Copa Mundial de Quadribol, um evento lendário, onde vários times jogam entre si, como a Copa do Mundo, dos trouxas.

Durante o evento, as coisas ruins já começam a acontecer: a Marca Negra é conjurada após três anos de surdina, seria isto um sinal de que Lord Voldemort estaria voltando? Alguns Comensais da Morte passam a se exibir no acampamento, incendiando tudo o que há pela frente, também…

Se estes já não são sinais de que Harry e seus amigos não teriam um ano calmo e normal, Hogwarts é escolhida para sediar o Torneio Tribruxo, um jogo entre escolas de magia, cujo campeão teria a glória eterna, mas só maiores de dezessete anos poderiam se inscrever. (Saiba mais sobre o torneio em nossa coluna, Armada de Potter, clicando aqui).

Misteriosamente, o Cálice de Fogo, o artigo contratual mágico que escolhe os campeões do torneio, cospe um pergaminho com um quarto campeão, pela primeira vez na história: Harry Potter. Mas Harry tem apenas catorze anos, não poderia nem chegar perto do Cálice…

Se você quer saber como um homem é, veja como ele trata os inferiores, e não os seus iguais.

A grande pegada deste quarto livro, comparando a adaptação cinematográfica, é que não fica tudo em torno do Torneio Tribruxo. São grandes os prazos entre as tarefas, e por isso nos vemos focados também na rotina dos garotos em Hogwarts, trazendo a competição como apenas mais um evento pelo qual eles tem que passar. Totalmente cativante, assim como todos os livros de Rowling, com escrita e enredo impecáveis e um final capaz de arrepiar cada fio de cabelo do corpo, que nos deixa sedentos pela continuação. Faltam palavras para descrever a genialidade de Joanne, assim como para explicar a maneira pela qual seus fatos se desenrolam e entrelaçam.

Harry Potter é, definitivamente, um livro que todos devem ter em suas estantes, não importa a idade. As lições que seus personagens, mais que reais, nos passam são extremamente valiosas e que nos cativam e se prendem a nós até o fim de nossas vidas. Cinco estrelas talvez não sejam suficientes para qualificar tal obra prima.

Resenhas

Resenha: Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, J.K. Rowling

As aulas estão de volta a Hogwarts e Harry Potter não vê a hora de embarcar no Expresso a vapor que o levará de volta à escola de bruxaria. Mais uma vez suas férias na rua dos Alfeneiros, 4, foi triste e solitária. Tio Válter Dursley estava especialmente irritado com ele, porque seu amigo Rony Weasley tinha lhe telefonado. E ele não aceitava qualquer ligação de Harry com o mundo dos mágicos dentro de sua casa. A situação piorou ainda mais com a chegada de tia Guida, irmã de Válter. Harry já estava acostumado a ser humilhado pelos Dursley, mas quando tia Guida passou a ofender os pais de Harry, mortos pelo bruxo Voldemort, ele não agüentou e transformou-a num imenso balão. Irritado, fugiu da casa dos tios, indo se abrigar no Beco Diagonal. Lá ele reencontra Rony e Hermione, seus melhores amigos em Hogwarts e, para sua surpresa, é procurado pelo próprio Ministro da Magia. Sem que Harry saiba, o ministro está preocupado com o garoto, pois fugiu da prisão de Azkaban o perigoso bruxo Sirius Black, que teria assassinado treze pessoas com um único feitiço e traído os pais de Harry, entregando-os a Voldemort. Sob forte escolta, o garoto é levado para Hogwarts. Na escola as dificuldades são as de sempre: Severo Snape, o professor de Poções, o trata cada vez pior, enquanto ele tem de se esforçar nos treinos de quadribol, e levar Grifinória à vitória do campeonato. Para piorar a situação, os terríveis guardas de Azkaban, conhecidos por dementadores, estão de guarda nos portões da escola, caso Sirius Black tente algo contra Harry. Por fim, Harry tem de enfrentar seu inimigo para salvar Rony e obrigado a escolher entre matar ou não aquele que traiu seus pais. Com muita ação, humor e magia, Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban traz de volta o gigante atrapalhado Rúbeo Hagrid, o sábio diretor Alvo Dumbledore, a exigente professora de transformação Minerva MacGonagall e o novo mestre Lupin, que guarda grandes surpresas para Harry.

O Prisioneiro de Azkaban é um dos meus livros preferidos, não me pergunte qual de Harry Potter eu não digo isso, sem dúvidas, e cujo filme foi um choque um tanto decepcionante para mim. Muita gente fala que é o melhor filme, e me sinto totalmente excluído ao discordar, mas, fazer o quê.

Bom, que a vida de Harry na casa dos Dursley é complicada, disso todos nós já sabemos, mas a estadia do garoto só piora com a chegada da irmã do Tio Válter, Guida, uma mulher extremamente arrogante e folgada, que trata Potter como se fosse apenas mais um móvel ou um pedaço que carne que só merece ser punido, pelo o que os pais supostamente foram. Irritado, Harry se descontrola magicamente e faz a tia inflar como um balão, que perde o controle e sobe aos céus, sobrevoando toda a cidade.

A palavra de uma criança, embora honesta e verdadeira tem pouco valor para aqueles que não sabem mais ouvir.

Feito isso e ciente de que as punições seriam severas, Harry prepara o malão e sai de casa sem destino algum, e acaba se deparando com o Nôitibus Andante, o transporte de emergência para bruxos e bruxas perdidos – basta esticar a mão da varinha, subir a bordo e podemos levá-lo aonde quiser… –, que o leva até o Caldeirão Furado, onde conhece Cornélio Fudge, o ministro da magia e fica sabendo então, do que houve na casa dos tios trouxas depois que saiu.

Logo que chega ao universo mágico, descobre que o mundo da magia está em alarde: Sirius Black, condenado por vários assassinatos, havia fugido da prisão de segurança máxima de Azkaban, sendo o primeiro a conseguir tal feito. Todos dizem que Harry deve ter cuidado e não procurar o criminoso, mas o próprio não entende exatamente o porquê de tais conselhos, apesar de saber que Black está a sua procura.

Pode se encontrar a felicidade mesmo nas horas mais sombrias, se a pessoa se lembrar de acender a luz.

A trama de Rowling se desenvolve magnífica como sempre, sendo este livro, um verdadeiro divisor de águas entre a infância completa e totalmente inocente de Harry e sua pré-adolescência, que promete não ser nada pacata, o que é comprovado mais uma vez, enquanto viaja a bordo do Expresso de Hogwarts, e um Dementador – criaturas negras, com capas, que sugam toda a felicidade existente dentro de uma pessoa -, que deveria apenas patrulhar os vagões em busca de Black, ataca o garoto, fazendo-o desmaiar. Mas isto não foi tudo: Harry foi o único a sofrer tal dano, que só não foi maior porque o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas estava ao seu lado: Remo Lupin, que para mim, foi um dos melhores professores que Harry já teve em Hogwarts.

Em meio a previsões de morte feitas pela professora de adivinhação, Sibila Trelawney, bichos-papão e dementadores, Harry ganha dos gêmeos Weasley, o Mapa do Maroto, que mostra um mapa completo de Hogwarts, inclusive onde está cada pessoa naquele exato momento, mina de ouro para ele, que finalmente pode visitar o vilarejo de Hogsmeade, através das passagens secretas e da capa da invisibilidade e inclusive, chega a mostrar alguém que deveria estar morto, Pedro Pettigrew, o famoso Rabicho…

Juro solenemente não fazer nada de bom.

Além disso, Hermione está mais sobrecarregada que nunca: ganhou um vira-tempo da professora Minerva, que permite à garota estudar todas as matérias, até mesmo aquelas que ocorrem ao mesmo tempo e posteriormente, ajuda a salvar mais de uma vida inocente, como coloca Dumbledore, tão sabiamente.

A aura de mistério que emana do livro aumenta a cada página e é sustentada completa e magnificamente sem furos pela autora, capaz de fazer o leitor sentir e imaginar tudo o que descreve com perfeição e maestria, além de esclarecer aos poucos, pequenos fantasmas do passado, que inclui o pai de Harry e seus amigos, chamados na época, de Marotos.

O filme, dirigido por Cuarón, foi outro divisor de águas que transformou a atmosfera mais mágica e paternal da Hogwarts de Columbus em algo mais sério, mais frio e se a palavra me permite, mais sombrio. O filme tem cenas perfeitas e regidas de maneira magnífica, apesar de apresentar cortes que me deixaram extremamente irritado, como as explicações acerca do Feitiço Fidelius e os contos dos Marotos. Entendo que é uma adaptação porém, certas coisas não poderiam ficar de fora.

Quando um Wood soluçante, passou a Taça a Harry e este a ergueu no ar, o garoto sentiu que seria capaz de produzir o melhor Patrono do mundo.

É fato que recomendo Harry Potter para qualquer pessoa e acredito que esta história deveria ser apresentada a todas as crianças do mundo, nas escolas ou em casa, para que elas aprendam a dar valor nas coisas que realmente importam, além, é claro, das outras inúmeras lições que Joanne nos passa, como as mais variadas formas de amor, e que este é mais que um simples eu te amo  e outras palavras repletas de significados vagos, já que, o principal combustível para esta explosão de fatos, foi o amor, presente em cada entrelinha de cada livro, mesmo nenhum deles apresentando a comum e agora tão fútil frase de três palavras.

Resenhas

Resenha: Harry Potter e a Câmara Secreta, J.K. Rowling

É pura magia! Aranhas gigantes, cobras que matam só com o olhar, varinhas mágicas com defeito… Muitas histórias contribuem para que o leitor se encante com Harry Potter e a câmara secreta, onde ele vai reencontrar todos os pequenos heróis e amigos do livro anterior. Mas isto não será para sempre. J. K. Rowling, a autora da saga de Harry Potter, já avisou que até o sétimo livro da série, que promete ser o último, alguns personagens do bem vão morrer.

A trama de Harry Potter e a câmara secreta começa com o pequeno feiticeiro passando as férias na casa de seus tios trouxas (não-bruxos) e sendo, como sempre, muito maltratado. Seu aniversário de 12 anos é o pior de todos: ninguém o cumprimenta, não ganha nenhum presente, nada. O garoto, órfão de pai e mãe, chega a cantar Parabéns pra você baixinho como se quisesse, ele próprio, provar que está vivo. Para piorar, os tios o prendem num quarto cercado de grades com direito a apenas uma refeição por dia — que ele divide com sua coruja, igualmente encarcerada numa gaiola.

De repente, aparece um carro voador com amigos feiticeiros que livram Harry Potter dessa amargura. Essa é apenas a primeira cena em que Joanne brinca com situações-limite. Todo o livro é permeado de quase-desgraças e é, por isso mesmo, quase impossível parar de ler. A empreitada, dessa vez, consiste em localizar uma câmara secreta e liquidar o monstro que está atacando estudantes do colégio Hogwarts, no qual os pequenos feiticeiros estudam magia e se divertem aprendendo, por exemplo, a transformar as plantas usando adubo de dragão.

Para Harry, garoto sem família e rejeitado pelos tios, Hogwarts é tudo. Portanto, quando colegas, e até professores, começam a desconfiar que ele tem alguma participação nas tragédias que estão acontecendo no colégio, a situação fica mais complicada. Até Hermione, amiga querida de Potter, é atacada pelo monstro e se transforma numa estátua. Só resta ao nosso herói tentar resolver o mistério por conta própria. Mais uma vez, ele enfrenta o terrível bruxo das trevas e… O final é surpreendente e muito divertido.

Primeiro filme de Harry Potter que lembro da sessão, exatamente como foi. Eu lembro de flashes da Pedra Filosofal, mas deste, lembro quase tudo. A Câmara Secreta foi o primeiro livro da série que eu li (sim, fora de ordem, mas estou relendo/lendo na ordem agora) em 2004.

Bom, o primeiro ano em Hogwarts, finalmente acabou. A Pedra Filosofal não caiu em mãos erradas, e foi devolvida ao dono, que deu o devido destino a ela. Férias significam voltar para a casa dos tios trouxas para um verão daqueles, e Harry mal pode esperar para voltar ao seu segundo ano na escola de magia.

Harry Potter, o menino que sobreviveu, está de volta a Rua dos Alfeneiros 4, e até então, de volta a vida miserável, que melhorara, na media possível, após a família descobrir que ele era um bruxo: de um armário embaixo da escada, a um quarto, que uma vez pertenceu ao primo Duda.

É dia do seu aniversário de doze anos, mas nenhum dos seus amigos lembrou de enviar cumprimentos, nenhuma carta ou bilhete pendurado em uma coruja chegou até ele, estava vivendo o pior aniversário de todos, e seus tios o tratavam como uma bomba relógio prestes a explodir – trancaram todo o seu material mágico no armário sob a escada, e ainda passaram um cadeado na gaiola de sua coruja, Edwiges, para que não fizesse contato com aquela “laia”.

Além do aniversário de Harry, tio Válter tem um jantar profissional em casa, onde talvez fechará o maior negócio da sua carreira (da empresa de brocas), e a principal tarefa do garoto é ficar em seu quarto, fingindo que não está em casa. Claro que a ideia não o agradava, mas sempre fazia o possível para não contrariar os tios, afinal, não precisava de muito para tirá-los do sério.

Vou estar no meu quarto, sem fazer nenhum barulho, fingindo que não estou em casa.

Mas, ao entrar no quarto e se esgueirar para fazer o mínimo de barulho possível para chegar na cama, Harry é surpreendido por uma criaturinha de orelhas grandes como as de um morcego e olhos esbugalhados e verdes do tamanho de bolas de tênis. Era Dobby, o elfo doméstico, que não é uma das criaturas mais discretas do mundo, justo hoje, quando deveria ficar em silêncio absoluto…

Dobby pede que Harry Potter não volte a Hogwarts em hipótese alguma, pois corre grande perigo, mas é claro que o garoto se opõe imediatamente, afinal, como ele poderia voltar a sua vida trouxa na Rua dos Alfeneiros quando o mundo bruxo era o seu verdadeiro lar? O elfo continua insistindo mas ao ver que o garoto não cederia, arrumou um jeito de acabar com o jantar dos tios, colocando Harry em uma posição extremamente delicada, um castigo perpétuo com direito a grade nas janelas. Harry Potter não voltaria a Hogwarts, portanto.

A sequência magnífica da cativante série de J.K. Rowling, é ainda melhor! Novos artifícios do mundo mágico são apresentados, além de um protagonista mais evoluído psicologicamente, assim como seus melhores amigos, Rony Weasley e Hermione Granger, cuja amizade é ainda reforçada neste capítulo da trama.

Após um resgate precariamente arquitetado pelos Weasley, Harry foge da casa dos tios e segue à Toca, uma casa completamente modesta, mas que para o garoto, criado por trouxas, é impressionante! Lá ele faz sua primeira viagem com Pó de Flu para o Beco Diagonal, encontra amigos, inimigos aka Draco Malfoy

São as nossas escolhas, mais do que as nossas capacidades, que mostram quem realmente somos.

Mas as aventuras não param por aí: Em Hogwarts, algo parece desestabilizar a escola, petrificando todos os alunos mestiços, isto é, que não são inteiramente bruxos, e é claro que o pequeno herói, com a ajuda dos amigos, tenta salvar novamente o seu lar, mas não porque quer, mas sim porque o perigo parece persegui-lo.

J.K. leva uma narrativa totalmente eletrizante do começo ao fim, com momentos que fazem o leitor abrir um sorriso de orelha a orelha e chorar como um recém nascido. É um dos meus livros preferidos da série e acho que a adaptação cinematográfica foi bem digna e fiel ao livro, assim como a primeira.

Mais uma vez, recomendo para qualquer idade e qualquer pessoa que tenha a mente aberta o bastante para expandir seus horizontes em novos mundos dentro do nosso próprio. É o tipo de livro/série que deixam o resenhista com um trabalho extremamente complicado, já que palavras para descrevê-lo não foram inventadas ainda.

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Resenha: Harry Potter e a Pedra Filosofal, J.K. Rowling

Harry Potter é um garoto comum que vive num armário debaixo da escada da casa de seus tios. Sua vida muda quando ele é resgatado por uma coruja e levado para a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Lá ele descobre tudo sobre a misteriosa morte de seus pais, aprende a jogar quadribol e enfrente, num duelo, o cruel Voldemort.

Com inteligência e criatividade, J. K. Rowling criou um clássico de nossos tempos. Uma obra que reúne fantasia e suspense num universo original atraente para crianças, adolescentes e adultos.

Antes de ler esta resenha, saiba que ela foi escrita por um Potterhead viciado na série e completamente apaixonado pela autora. Elogios extremistas (que para mim, são mais que merecidos) são constantes.

Com 5 anos de idade, agarro a mão da minha tia que está me levando ao cinema pela primeira vez para assistir a um filme que parece ser muito legal. Desde pequeno, totalmente atraído pelo mundo mágico e das palavras, eu tinha expectativas que não cabiam dentro de mim. É claro, que na minha cabeça de criança, o filme não passava de uma variação de conto de fadas. Mas inconscientemente, um amor imensurável por uma saga crescia e era nutrido sem qualquer intenção.

Harry Potter, (O Armário sob a Escada, Rua dos Alfeneiros 4, Little Whinging, Surrey) é um garoto de 10 anos órfão de pai e mãe -supostamente mortos em um acidente de carro – que morra com os mesquinhos tios maternos e seu primo Duda, extremamente mimado.

Os tios dão a Harry uma vida completamente miserável, descontando no garoto toda a raiva/inveja que supostamente sentiam dos pais, no entanto, sempre dizem a ele que deve ser grato por tudo o que fazem, já que caso contrário estaria agora em um orfanato público.

Em um dia qualquer, o menino recebe uma carta que tem seu nome no destino e é imediatamente impedido de abri-la. No entanto, a surpresa começa aí: dia após dia, novas cartas começam a chegar, e logo a casa está sendo invadida por milhares delas, causando uma ira absoluta no Tio Válter, que leva a família para um lugar longe e aparentemente impossível de ser encontrado pelo correio.

Faltam cinco minutos para o aniversário de onze anos de Harry, e ele comemorará consigo mesmo, afinal, ninguém mais se importa.  Em uma contagem regressiva mental, no exato momento em que deveria assoprar as velinhas, um estrondo soa pela porta de entrada do casebre em que se hospedam. E em um outro estrondo, de proporções ainda maiores, as portas saem das dobradiças e desabam no chão. Um homem gigantesco observava as pessoas parado no portal.

O gigante – Hagrid – está a procura de Harry, que logo se apresenta, e descobre que não é nada menos que um bruxo. Um bruxo famoso, assim como os pais, e os tios, são trouxas, como Hagrid, denomina. E isso não é tudo: tem uma vaga esperando por ele em uma das melhores escolas de magia e bruxaria do mundo, Hogwarts.

– Harry, você é um bruxo. – O casebre mergulhou em silêncio. Ouviam-se apenas o mar e o assobio do vento.

Tio Válter e Tia Petúnia, já quase explodindo de raiva, tentam a todo custo enxotar a presença do homem de casa, mas é claro que não obtêm sucesso. Harry Potter, o garoto excluso do armário sob a escada era um bruxo famoso, mas não por uma boa razão. Tinha tal fama porque um poderoso bruxo aliado das trevas, chamado Voldemort, assassinou seus pais dez anos atrás, e tentou matá-lo também, mas não obteve sucesso. E ele era o primeiro até hoje, que cruzou com o Você-Sabe-Quem e sobreviveu. Era uma lenda. Toda criança [e todo adulto, ancião, etc] no mundo bruxo conhecia seu nome.

A jornada de Harry começa então ao descobrir uma fortuna imensa deixada a ele por seus pais nos cofres do banco bruxo, e depois, na compra de materiais para a nova escola no Beco Diagonal, incluindo, é claro, uma varinha.

Tudo pronto, ele embarca no Expresso de Hogwarts na estação nove e três quartos (nove e meia nos livros brasileiros, para facilitar a leitura das crianças) em direção a Hogwarts, onde conhece Rony Weasley, um garoto ruivo com vestes de segunda mão, que viria a ser seu melhor e mais fiel amigo no futuro.

J.K. Rowling leva durante todo o livro, uma escrita magnífica e de extrema clareza, que evolui gradativamente conforme a evolução do protagonista e faz você não largá-lo até chegar ao fim, sem ao menos sentir cansaço, fome ou alguma necessidade humana! É como assistir a um filme, as cenas passam diante dos seus olhos, os personagens cochicham no seu ouvido, é um trabalho magnífico, merecedor de tudo o que conquistou.

Ao chegar na escola, um novo mundo é apresentado a Harry Potter, um mundo totalmente novo, capaz de aguçar a imaginação de uma criança de quatro anos e também de um adulto de cem. Os personagens possuem uma profundidade de caráter jamais vista na literatura, além de traços próprios que sobrepõe qualquer página, palavra e até mesmo, qualquer fronteira que possa haver entre o leitor e o livro, entre este mundo e aquele.

As aventuras vividas por Harry Potter, Rony Weasley e Hermione Granger – a mais fiel amiga dos garotos, extremamente estudiosa, que é apresentada posteriormente – são inimagináveis, e de roer cada pedaço de unha que você pode ter em seus dedos! A Pedra Filosofal apresenta dois enredos principais evolutivos, onde vemos Harry Potter conhecendo cada milímetro do mundo bruxo e depois lutando bravamente contra o principal assassino de seus pais. É de tirar o fôlego e pedir pela continuação!

Eles não sabem que não podemos fazer bruxarias em casa. Vou me divertir à beça com o Duda este verão…

Recomendável para qualquer idade, e capaz de cativar qualquer público, parafraseando alguém em alguma entrevista (não lembro quem agora!), é o tipo de história que as crianças manterão em suas estantes mesmo depois de adultas – meu caso, afinal ganhei meu primeiro HP com sete anos e os mantenho até hoje em um lugar especial na estante e no meu coração.

Não sei se minha resenha foi digna de tal obra prima, mas sei que, se você ainda não leu, saiba que não vai se arrepender em momento algum. E, sinceramente, não sei como alguém consegue ter a audácia de não gostar dos livros, deve ser algum tipo de doença que a sociedade será vacinada no futuro, cujas palavras me faltam para descrevê-lo.

Avaliação: Todas as estrelas do universo.

 

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Imagem: Divulgação
Filmes, Séries

Harry Potter voltará às telonas em 3D

Em novembro de 2001, o mundo dos trouxas foi completamente modificado pelo universo bruxo. E se você compreendeu bem essa frase, com certeza foi mais um dos impactados pelo fenômeno Harry Potter. O universo mágico que envolve todas as aventuras de Harry, Rony e Hermione se tornou um clássico atemporal, que segue encantando pessoas de todas as idades. E é para celebrar esse fenômeno e comemorar os 20 anos de estreia do primeiro longa da franquia, que a Cinesystem vai exibir “Harry Potter e a Pedra Filosofal” e preparar uma série de surpresas para os fãs da saga.

+ Resenha: A Criança Amaldiçoada, J.K. Rowling

A ação vai ter um toque a mais de sentimentalismo para a exibidora, que em 2001 ainda não contava com nenhuma sala em operação. As duas décadas foram de muita transformação para a Cinesystem, que hoje conta com 26 multiplex, em 10 estados, com 166 salas, de norte a sul do Brasil.

“Harry Potter faz parte da história do cinema de uma maneira tão intensa, que é até curioso pensar que nós, por exemplo, ainda não existíamos como rede quando o primeiro filme chegou ao público. Duas décadas depois, cá estamos, entre as maiores exibidoras do país e ainda celebrando as histórias de Hogwarts. Vai ser um privilégio poder viver essa experiência única ao lado do público. Será uma sessão nostálgica, mas com sabor de estreia para nós”, comenta Sherlon Adley, diretor Comercial e de Marketing da Cinesystem.

A exibição acontecerá na última semana de novembro, com datas e multiplex ainda a confirmar. Mas para já dar um gostinho do que vem por aí, a exibidora antecipa que a sessão será em 3D, com qualidade ímpar de som e imagem, e que os cinéfilos poderão se divertir muito, mesmo antes do filme começar, com a presença de cosplays e muito mais.

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Livros, Resenhas

Resenha: Sempre em frente – Carry On (Simon Snow #1), Rainbow Rowell

Simon Snow é o Escolhido. Segundo as lendas, ele é o feiticeiro que garantirá a paz no Mundo dos Magos. Isso seria extraordinário se Simon não fosse desastrado, esquecido e um feiticeiro pouco habilidoso, incapaz de controlar seus poderes. Ele está no penúltimo ano da Escola de Magia de Watford, e, ao lado de sua melhor amiga Penelope e sua namorada Agatha, já se meteu nas mais variadas aventuras e confusões — algumas causadas por Baz, seu arqui-inimigo e colega de quarto, outras pelo Oco, um ser maligno que há tempos tenta acabar com Simon.

Quando chega o novo ano letivo e Baz não aparece na escola, Simon suspeita que o garoto esteja tramando alguma coisa contra ele. As coisas começam a tomar um rumo ainda mais estranho quando o espírito da mãe de Baz, antiga diretora de Watford, aparece para Simon afirmando que quem a matou continua à solta. Quando Baz finalmente chega a Watford sob circunstâncias misteriosas, Simon não vê alternativa a não ser ajudá-lo a vingar a morte da mãe — o que pode ser o primeiro passo para que verdades avassaladoras sobre o Mundo dos Magos sejam reveladas. E para que tudo mude entre os dois garotos.

Carry on é um livro que me encontrou. Estava navegando no Twitter e fiquei sabendo de um livro que misturaria o mundo de magia e bruxaria com vampiros e relacionamentos gays. Eu parei, fiquei meia hora pensando em como eu nunca tinha lido esse livro antes? Fã órfão de Harry Potter desde que a J.K. Rowling se revelou uma tremenda transfóbica e doente por Crepúsculo desde que a série terminou, comprei a versão em inglês no dia seguinte porque achei a capa nova linda.

Eu leio em inglês, mas dessa vez, a leitura não fluiu. Abandonei. Uma semana depois, a Editora Seguinte manda uma caixa enorme pra minha casa com os dois livros da série com capa nova, adesivos, cadernetas e o livro que originou tudo isso, Fangirl. Surtei, né? Passei na frente de todas as leituras e devorei o livro em menos de uma semana.

Antes que falem, Carry on não é uma imitação barata de Harry Potter porque é melhor. Ele conta a história de Simon Snow, que é o nosso escolhido. Sim, misteriosamente ele é o feiticeiro mais poderoso do mundo e está destinado a salvar o mundo dos bruxos do Oco, criatura misteriosa que suga a energia, como se fosse a atmosfera, de ambientes com grande concentração de bruxos.

E claro que todo Harry tem seu Draco e não poderia ser diferente com Simon, que tem um arqui-inimigo: Baz. A diferença é que eles são colegas de quarto e Simon tem certeza que Baz é um vampiro e está tentando matá-lo ou prejudicá-lo enquanto ele dorme.

A história se desenrola com alguns flashbacks em que conhecemos o passado de Simon e Baz, enquanto o mundo da magia ameaça ruir sob ameaças constantes do Oco. Além disso, Baz está desaparecido e Simon está desesperado atrás dele. Uma parte tem medo de que ele possa estar tramando algo, mas no fundo, a gente sabe que é tudo preocupação.

A grande virada do livro e dos meus surtos é quando Simon recebe uma visita do além da mãe de Baz e juntos, eles resolvem embarcar numa jornada para descobrir quem a matou e, de quebra, destruir o Oco. O meu lado fangirl surtou em cada página de Carry on.

Simon e Baz se apaixonam perdidamente. Dão um beijo no meio do nada, depois de quase serem mortos. Baz é de fato um vampiro. Simon se torna uma criatura com asas. EU ESTOU SURTADO COM ESSA HISTÓRIA E ACHO QUE ELA É MINHA NOVA PREFERIDA DA VIDA!

Eu ainda não li Fangirl e não li a sequência, mas eu mal consigo escrever e descrever o quando Carry on foi aquele quentinho nesse coração órfão que vos escreve. Tem magia, tem vampiros, tem romance gay, tem ódio, tem TUDO O QUE A GENTE VÊ EM LIVRO HÉTERO E NÃO TINHA VISTO ATÉ AGORA EM LIVROS LGBTQIAP+.

Sim, vou mudar meu nome pra cadelinha de Carry on. Se eu tivesse que resumir essa resenha em uma frase, seria: AAAAAAAAAAAA LEIAM CARRY ON DESESPERADAMENTE! AAAAAAAAAAAAA

Livro Em Busca de Watership Down em cenário
Livros, Resenhas

RESENHA: EM BUSCA DE WATERSHIP DOWN, DE RICHARD ADAMS

Sinopse: Quando um coelho vidente prevê a destruição da toca onde vive, ele se une a seus amigos para achar uma nova casa. No caminho rumo à mítica colina de Watership Down, enfrentam rivais e armadilhas. Mas, mesmo depois de chegarem e, teoricamente, encontrarem um lugar seguro para viver, precisarão lutar para salvar a colônia vizinha e repopular a própria comunidade. Em busca de Watership Down fala de dominação e opressão, de fascismo e utopia, de mitologia e delírio coletivo, de sentimento de comunidade e de loucura. No Reino Unido, ocupa o segundo lugar entre os juvenis de fantasia mais vendidos do século XX, atrás apenas da saga Harry Potter.

Se alguém te recomendasse uma história sobre coelhos, o que você pensaria?

Bom, eu não pensei muita coisa. Fui rapidamente convencido pela beleza da capa, pela sinopse instigante e pela pequena citação de George R.R. Martin logo abaixo do nome do autor: “Uma das melhores fantasias do século XX”.

Como quase sempre, eu tenho de concordar com Martin.

Afinal, “Em Busca de Watership Down” é sim é uma história sobre um grupo de coelhos que começa uma jornada em busca de uma vida melhor. Mas falar isso é apenas abordar sua superfície.

O livro, originalmente publicado em 1972, foi escrito pelo inglês Richard Adams, em resposta ao desejo de suas filhas, que adoravam ouvir suas histórias antes de dormir e durante longas viagens de carro, e queriam uma versão impressa da narrativa.

Tendo como base suas experiências de vida e as pessoas que conheceu ao longo do caminho, o livro de Adams passa longe de ser uma história exclusivamente infantil, trazendo uma narrativa épica, abordando temas como heroísmo, exílio, abuso de poder, religião, amizade e guerra.

Tudo começa quando pequeno coelho, Quinto, relata sua visão para seu companheiro, Avelã, afirmando que o viveiro onde vivem será destruído: em sua premonição, os humanos destruirão toda a região, matando todos os coelhos dali no processo.

Avelã, já revelando seu instinto para liderança, decide migrar para se estabelecer em algum outro lugar, e tenta convencer a maior parte da comunidade em os acompanhar. Sem sucesso, ele decide partir na companhia de um pequeno grupo, dando início a uma longa viagem em busca de construir um novo viveiro.

Seguindo a visão de Quinto, a colina paradisíaca de Watership Down é sua terra prometida: um lugar farto de alimentos e seguro contra inimigos, onde uma nova comunidade de coelhos poderá se expandir. Mas o caminho é cheio de ameaças e armadilhas. O mundo selvagem é um lugar duro para os coelhos, que precisam se superar e contar uns com os outros para permanecer vivos.

Autor Richard Adams

O autor, Richard Adams

Profunda, bela e envolve, ainda que tenha cenas tensas e violentas, a obra de Adams fala muito sobre nossa realidade. Desde temas simples como companheirismo e liderança, até ideias complexas de sociedade, fé, destruição humana, manipulação de massas e regimes ditatoriais, a obra consegue estabelecer um equilíbrio perfeito entre um conto de fadas e uma narrativa épica sobre êxodo.

Adams se utiliza de regras bastante particulares, estabelecendo uma cultura única e plausível para seus personagens, ao mesmo tempo que aborda com intensa as emoções humanas e cria uma aventura sem igual.

Depois de um estrondoso sucesso mundo a fora, a história já foi adaptada para uma série de animação em 1978, se firmando como um clássico do século e, recentemente, ganhou uma versão 3D produzida pela Netflix.

Ainda que seja uma história de coelhos, “Em Busca de Watership Down” é absolutamente humana e, despretensiosamente, consegue o que muitas histórias tentam, mas que pouquíssimas conseguem fazer: encantar crianças, jovens e adultos.

cena da minissérie produzida pela Netflix

Em Busca de Watership, 2018

Ficha Técnica:
Capa dura: 464 páginas
Editora: Planeta; Edição: 1 (1 de agosto de 2017)
Idioma: Português
Autor: Richard Adams
Tradução: Rogério Galindo
ISBN-10: 8542210964
ISBN-13: 978-8542210965
Dimensões: 23,4 x 15,8 x 2,8 cm

Livros, Resenhas

Resenha: Jardins da Lua, Steven Erikson

Jardins da Lua é um livro complexo de se comentar, então talvez essa resenha não consiga ficar com a profundidade que deveria. Mas vamos lá.

Desde que recebi o livro, da editora Arqueiro, notei uma certa semelhança com Crônicas de Gelo e Fogo, do George R.R. Martin, que deu origem a Game of Thrones. A edição, impecável, ainda vem com um mapa LINDO em formato de pôster e explicação dos personagens. Já logo entendi que seria complexo aí e fiquei apreensivo.

Jardins da Lua, é o primeiro livro da série “O Livro Malazano dos Caídos”, vemos e acompanhamos a expansão e eterna busca pelo poder do Império Malazano, sobre o continente de Genabackis, principalmente nas cidades livres que ainda resistem e ainda não foram conquistadas pelos invasores. Há citações de golpes, imperadores, imperatrizes e um personagem novo a cada página, sério. Para quem achou que seria fichinha um livro completo depois de Martin, se ferrou. Mas tem um glossário que me ajudou bastante durante a leitura.

É uma fantasia política, se é que podemos descrever assim. Temos muitos eventos relacionados a governança, moldados a feitiçaria, junto com massacres, guerras, batalhas. Confesso que não é muito meu estilo, que está acostumado a fantasias estilo Harry Potter, com final feliz e amor sempre vence.

“Por toda a nossa vida nós lutamos por controle, por um meio de moldar o mundo à nossa volta, uma caçada eterna e inútil pelo privilégio de sermos capazes de prever a forma de nossas vidas.”

Nós não somos apresentados aos personagens em banho-maria, eles já aparecem em ação, fazendo algo por si mesmo por por alguém próximo. Não tem um descanso, é como cair de paraquedas no olho do furacão. Não dá para você parar o livro, tomar fôlego e voltar. É uma leitura contínua, com muitas histórias paralelas, mitologia, detalhes… Ah, os detalhes. Parece que a qualquer momento vão sair do livro e dar um tapa na sua cara, fortalecidos principalmente pelos diálogos entre as personagens, que diga-se de passagem, um livro é feito pelos personagens e não pelo o que o narrador diz que está acontecendo, né?

Muita coisa está em jogo no livro, entre os personagens, entre os locais, principalmente quando o Império Malazano bate às portas. Confesso que é difícil se acostumar aos personagens, entender com clareza, mas uma vez que você engatou, é só alegria. A escrita do autor é totalmente cativante, e a profundidade da construção do enredo é o que te faz não desistir e permanecer até o fim, com tudo muito bem amarrado barrando a perfeição. Li em algum lugar, não lembro onde, que o livro é um poema sombrio em um universo caótico. Não há melhor descrição.

É um livro indicado para quem curte fantasia MESMO. Aquela raiz. Tem magia e feitiçaria, personagens de várias raças – mortais e imortais -, em que todos possuem um papel chave na construção do universo. Nos resta esperar pela continuação agora para saber qual é o próximo passo no mundo Malazano, e os fãs acreditam que a Editora Arqueiro dará um bom cuidado para a série, depois de arrebatar o livro das mãos da extinta “Saída de Emergência”. Achei interessante eu nunca ter ouvido falar do livro antes, e ele ter uma base de fãs muito forte no Brasil. Me desculpem se não consegui expressar o livro com a profundidade necessária, mas livros como Jardins da Lua, é só lendo para entender.

Evento "A Celebration of Harry Potter" retorna ao Universal Orlando Resort
Evento “A Celebration of Harry Potter” retorna ao Universal Orlando Resort
Atualizações, Lugares, Novidades

Evento “A Celebration of Harry Potter” retorna ao Universal Orlando Resort

Hoje, o Universal Orlando e o Resort e a Warner Bros. anunciaram o retorno de “A Celebration of Harry Potter”, de 26 a 28 de janeiro de 2018. Este incrível evento para fãs só pode ser vivenciado no Universal Orlando Resort e apresentará diversas experiências interativas e envolventes que permitirão aos visitantes celebrar o amor que sentem pelas histórias do Mundo Mágico de J.K. Rowling.

Pela primeira vez na história do evento, Stanislav Ianevski (Viktor Krum) participará do evento especial e das festividades durante todo o fim de semana, junto com a volta de James e Oliver Phelps (Fred e George Weasley), favoritos dos fãs. Mais estrelas serão anunciadas posteriormente.

Durante os 3 dias de festa,os visitantes também terão a oportunidade de:

  • Participar de sessões de perguntas e respostas com estrelas selecionadas do filme (a programação completa de estrelas será anunciada em uma data posterior)

  • Vivenciar e participar de atividades e exposições únicas e interativas do Mundo Mágico de J.K. Rowling na Harry Potter Expo

  • Desfrutar de painéis e demonstrações especiais que permitirão aos fãs ver de perto os “Bastidores”

  • Visitar o The Wizarding World of Harry Potter – Hogsmeade no Universal’s Islands of Adventure e o The Wizarding World of Harry Potter – Diagon Alley no parque Universal Studios Florida. Além disse, usar o Hogwarts Express para se deslocar entre as duas áreas com um ingresso park-to-park

  • E muito mais!

O acesso à Celebration of Harry Potter está incluso no ingresso regular aos parques. O ingresso 3-Park Explorer inclui 14 dias de acesso ilimitado aos parques Universal Studios Florida, Islands of Adventure e Volcano Bay por US$ 279.99 para adultos e US$ 269.99 para crianças.

E aí, partiu? 😛