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Resenha: Harry Potter e o Cálice de Fogo, J.K. Rowling

Verão, Harry Potter, agora com 14 anos, sente sua cicatriz arder durante um sonho bastante real com Lord Voldemort, o qual não consegue esquecer; três dias depois, já em companhia da família Weasley, com quem foi passar o restante das férias, na final da Copa Mundial de Quadribol, os Comensais da Morte, seguidores de Você-Sabe-Quem, reaparecem e alguém conjura a Marca Negra – o sinal de Lord Voldemort – projetando-a no céu pela primeira vez em 13 anos, causando pânico na comunidade mágica. Será que o terrível bruxo está voltando? Tudo indica que sim…

O ano letivo já começa agitado. Harry volta para a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts para cursar a quarta série. Acontecimentos inesperados – como, por exemplo, a presença de um novo professor de Defesa contra as Artes das Trevas e um evento extraordinário promovido na escola – alvoroçam os ânimos dos estudantes. Para surpresa de todos não haverá a tradicional Copa Anual de Quadribol entre Casas. Será substituída pelo Torneio Tribuxo, uma competição amistosa entre as três maiores escolas européias de bruxaria — Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang — que não se realizava havia um século. A competição é dividida em tarefas, cuja finalidade é testar a coragem, o poder de dedução, a perícia em magia e a capacidade de enfrentar o perigo dos campeões. Liderados pelo professor Dumbledore, os alunos de Hogwarts terão de demonstrar todas as habilidade mágicas e não-mágicas que vêm adquirindo ao longo de suas vidas.

Apesar de alunos menores de 17 anos não poderem se inscrever no Torneio, inexplicavelmente Harry é escolhido pelo Cálice de Fogo, um grande copo de madeira toscamente talhado cheio até a borda com chamas branco-azuladas, para competir como um dos campeões de Hogwarts. Tendo a seu lado os fiéis amigos Rony Weasley, Hermione Granger e agora também o seu padrinho, o bruxo Sirius Black, que fugiu de Azkaban no ano anterior, o menino feiticeiro tentará escapar mais uma vez das armadilhas de Lord Voldemort.

Além de todos os desafios, há feitiços a serem aprendidos, poções a serem preparadas e aulas de Adivinhação, entre outras, a serem assistidas, Harry terá que lidar ainda com os problemas comuns da adolescência: amor, amizade, aceitação e rejeição.

Harry Potter é o tipo de livro que fascina, encanta, surpreende e prende a atenção até o último segundo. Uma série recomendada para todas as idades.

Harry Potter e o Cálice de Fogo é o grande divisor de águas da série Harry Potter: Voldemort, que antes só fazia aparições onipresentes ou enfraquecidas, renasce através de uma magia negra desconhecida e volta para se vingar daquele cuja maldição ricocheteou o atingindo. Li o livro bem depois do filme e confesso que fiquei totalmente impressionado com a profundidade em que a história toma no papel, em contrapartida ao filme.

Durante um sonho com o Lorde das Trevas e seus seguidores, Harry, agora com catorze anos, sente sua cicatriz arder de maneira incomum, o que não esquece durante todo o resto do verão, que passa com a família Weasley, com quem vai até a Copa Mundial de Quadribol. É uma cena um tanto engraçada quando a senhora Weasley envia uma carta trouxa aos tios de Harry, com selos por todo o envelope, já que ela não sabia se a carta chegaria ou não, e por isso, resolveu se precaver.

Não faça perguntas e não te direi mentiras.

Através da rede de Flu, grande parte dos Weasley se materializa na desativada lareira dos Dursley, causando uma bagunça enorme e, como não poderia ser diferente, o desgosto dos tios trouxas de Harry. Fred e Jorge chegam até a dar um de seus polêmicos doces para Duda, que sente a língua inchando em proporções quilométricas.

É neste livro que nos deparamos mais uma vez com Cedrico Diggory, que acompanha os Weasley, Harry e Hermione, na Copa Mundial de Quadribol, um evento lendário, onde vários times jogam entre si, como a Copa do Mundo, dos trouxas.

Durante o evento, as coisas ruins já começam a acontecer: a Marca Negra é conjurada após três anos de surdina, seria isto um sinal de que Lord Voldemort estaria voltando? Alguns Comensais da Morte passam a se exibir no acampamento, incendiando tudo o que há pela frente, também…

Se estes já não são sinais de que Harry e seus amigos não teriam um ano calmo e normal, Hogwarts é escolhida para sediar o Torneio Tribruxo, um jogo entre escolas de magia, cujo campeão teria a glória eterna, mas só maiores de dezessete anos poderiam se inscrever. (Saiba mais sobre o torneio em nossa coluna, Armada de Potter, clicando aqui).

Misteriosamente, o Cálice de Fogo, o artigo contratual mágico que escolhe os campeões do torneio, cospe um pergaminho com um quarto campeão, pela primeira vez na história: Harry Potter. Mas Harry tem apenas catorze anos, não poderia nem chegar perto do Cálice…

Se você quer saber como um homem é, veja como ele trata os inferiores, e não os seus iguais.

A grande pegada deste quarto livro, comparando a adaptação cinematográfica, é que não fica tudo em torno do Torneio Tribruxo. São grandes os prazos entre as tarefas, e por isso nos vemos focados também na rotina dos garotos em Hogwarts, trazendo a competição como apenas mais um evento pelo qual eles tem que passar. Totalmente cativante, assim como todos os livros de Rowling, com escrita e enredo impecáveis e um final capaz de arrepiar cada fio de cabelo do corpo, que nos deixa sedentos pela continuação. Faltam palavras para descrever a genialidade de Joanne, assim como para explicar a maneira pela qual seus fatos se desenrolam e entrelaçam.

Harry Potter é, definitivamente, um livro que todos devem ter em suas estantes, não importa a idade. As lições que seus personagens, mais que reais, nos passam são extremamente valiosas e que nos cativam e se prendem a nós até o fim de nossas vidas. Cinco estrelas talvez não sejam suficientes para qualificar tal obra prima.

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