Livros, Resenhas

Resenha: Jardins da Lua, Steven Erikson

Jardins da Lua é um livro complexo de se comentar, então talvez essa resenha não consiga ficar com a profundidade que deveria. Mas vamos lá.

Desde que recebi o livro, da editora Arqueiro, notei uma certa semelhança com Crônicas de Gelo e Fogo, do George R.R. Martin, que deu origem a Game of Thrones. A edição, impecável, ainda vem com um mapa LINDO em formato de pôster e explicação dos personagens. Já logo entendi que seria complexo aí e fiquei apreensivo.

Jardins da Lua, é o primeiro livro da série “O Livro Malazano dos Caídos”, vemos e acompanhamos a expansão e eterna busca pelo poder do Império Malazano, sobre o continente de Genabackis, principalmente nas cidades livres que ainda resistem e ainda não foram conquistadas pelos invasores. Há citações de golpes, imperadores, imperatrizes e um personagem novo a cada página, sério. Para quem achou que seria fichinha um livro completo depois de Martin, se ferrou. Mas tem um glossário que me ajudou bastante durante a leitura.

É uma fantasia política, se é que podemos descrever assim. Temos muitos eventos relacionados a governança, moldados a feitiçaria, junto com massacres, guerras, batalhas. Confesso que não é muito meu estilo, que está acostumado a fantasias estilo Harry Potter, com final feliz e amor sempre vence.

“Por toda a nossa vida nós lutamos por controle, por um meio de moldar o mundo à nossa volta, uma caçada eterna e inútil pelo privilégio de sermos capazes de prever a forma de nossas vidas.”

Nós não somos apresentados aos personagens em banho-maria, eles já aparecem em ação, fazendo algo por si mesmo por por alguém próximo. Não tem um descanso, é como cair de paraquedas no olho do furacão. Não dá para você parar o livro, tomar fôlego e voltar. É uma leitura contínua, com muitas histórias paralelas, mitologia, detalhes… Ah, os detalhes. Parece que a qualquer momento vão sair do livro e dar um tapa na sua cara, fortalecidos principalmente pelos diálogos entre as personagens, que diga-se de passagem, um livro é feito pelos personagens e não pelo o que o narrador diz que está acontecendo, né?

Muita coisa está em jogo no livro, entre os personagens, entre os locais, principalmente quando o Império Malazano bate às portas. Confesso que é difícil se acostumar aos personagens, entender com clareza, mas uma vez que você engatou, é só alegria. A escrita do autor é totalmente cativante, e a profundidade da construção do enredo é o que te faz não desistir e permanecer até o fim, com tudo muito bem amarrado barrando a perfeição. Li em algum lugar, não lembro onde, que o livro é um poema sombrio em um universo caótico. Não há melhor descrição.

É um livro indicado para quem curte fantasia MESMO. Aquela raiz. Tem magia e feitiçaria, personagens de várias raças – mortais e imortais -, em que todos possuem um papel chave na construção do universo. Nos resta esperar pela continuação agora para saber qual é o próximo passo no mundo Malazano, e os fãs acreditam que a Editora Arqueiro dará um bom cuidado para a série, depois de arrebatar o livro das mãos da extinta “Saída de Emergência”. Achei interessante eu nunca ter ouvido falar do livro antes, e ele ter uma base de fãs muito forte no Brasil. Me desculpem se não consegui expressar o livro com a profundidade necessária, mas livros como Jardins da Lua, é só lendo para entender.

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