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RESENHA: ATRAVÉS DO ESPELHO, JOSTEIN GAARDER

Nós enxergamos tudo num espelho, obscuramente. Às vezes conseguimos espiar através do espelho e ter uma visão de como são as coisas do outro lado. Se conseguíssemos polir mais esse espelho, veríamos muito mais coisas. Porém não enxergaríamos mais a nós mesmos.

Do mesmo autor de O Mundo de Sofia, os livros de Jostein Gaarder são escritos no mesmo molde, sempre com crianças curiosas e bem espertas. As histórias sempre despertam imensamente minha curiosidade, são sempre incríveis e me faz quase que devorar o livro inteiro.

Em Através do Espelho, a norueguesa Cecília Skotbu é uma garotinha muito inteligente e bastante curiosa, doente em sua cama, seu problema de saúde não é revelado na história, embora seja notável, a gravidade da doença. Certo dia ela recebe a visita do anjo Ariel.

Cheia de questionamentos, Cecília faz interrogatórios ao anjo que por várias vezes resolve fazer algumas visitas, embora ela nunca se dê por satisfeita com as respostas de Ariel.

Inclusive a garota desconfia se Ariel é de fato um anjo. Na verdade, é uma troca de perguntas e respostas, Cecília pergunta se anjos existem, e se as pessoas vão para o céu, enquanto Ariel quer saber como é ser de carne e osso, e como é sentir e ter sentimentos de verdade.

Doente, a menina está morrendo vagarosamente, e com Ariel, Cecília aos poucos enxerga através de um espelho.

O anjo que sabe voar, mas que não tem asas, leva Cecília para andar de esqui e escorregar no tobogã, proporciona a menina o contato com a neve novamente e assim a menina sempre vê a vida com muita esperança e com muita alegria. Vivendo sempre intensamente e se rendendo aos encantos da filosofia.

Todas as estrelas um dia acabam caindo. Mas uma estrela é apenas uma pequenina centelha do grande facho de luz que há no céu.

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Resenha: Tudo e Todas as Coisas, Nicola Yoon

Madeline Whittier está há 17 anos sem sair do seu quarto. Com SCID, uma condição de saúde rara que faz com que ela tenha alergia ao mundo “Lá Fora”, Maddie vive sua vida em meio a aulas de arquitetura online, noite de jogos com a sua mãe e livros, muitos livros. De maneira bem humorada, a narrativa em primeira pessoa, nos apresenta uma menina inteligente e divertida que enxerga o mundo sob uma perspectiva bastante interessante e própria.

O ponto central da trama ocorre quando a garota observa, pela janela de seu quarto, uma movimentação na casa vizinha. Uma família nova acaba de se mudar e, com ela, Olly – o garoto que mudará o modo com que Maddie verá a vida. Os dois passam a se comunicar trocando olhares pela janela e mensagens pelo celular. Pouco a pouco, vamos conhecendo a vida desse menino que vive em meio aos dramas familiares, sobretudo, por ter um pai problemático e abusivo.

“Não saio de casa. Nunca saí em toda minha vida. As únicas pessoas que já vi foram minha mãe e minha enfermeira, Carla. Eu estava acostumada com minha vida até o dia que ele chegou. (…) Talvez eu não possa prever o futuro, mas posso prever algumas coisas. Por exemplo, estou certa de que vou me apaixonar por Olly. E é quase certo que será um desastre.”

O enredo nos convida  a entrar no universo dessa menina e dos outros personagens centrais da história, fazendo com que criemos um laço com cada um deles. Nos familiarizamos com Maddie, seus interesses, suas curiosidades e como ela se sente em relação às suas limitações. A história leva o leitor a redescobrir o mundo junto com Maddie que, com a ajuda de Carla e Olly, vivencia coisas que antes só conhecia por meio dos inúmeros livros que lia.

O livro de estréia da autora Nicola Yoon, publicado no Brasil, na sua edição mais recente, pela editora Arqueiro é Um Young Adult bem escrito, de leitura leve. O sucesso do livro foi tanto que a história teve uma adaptação para filme estreada em junho de 2017. Então, vale a pena conferir essa história!

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Resenha: O Vilarejo, Raphael Montes

O Vilarejo é o segundo livro que li do Raphael Montes (o primeiro foi Jantar secreto, que já tem resenha aqui no Beco), fica claro que seu estilo é marcado pelo choque causado pela violência, nesses dois livros, pelo menos em algum momento você sentirá ânsia ao ler.

O vilarejo é um livro pequeno, com pouco menos de 100 páginas, com contos que se passam num mesmo universo (um vilarejo europeu), todos os contos são fechados, porém, formam pontes com todos os outros, sendo que o último amarra todas as pontas deixadas pelos anteriores.

Além disso, há uma história maior, que ocorre antes e depois da coletânea, que pretende assim dar um ar de realidade à história, um detalhe bem interessante.  O livro mostra cada pecado capital como um demônio, cada conto representa um desses demônios, embora as situações sejam criadas pelos humanos, direta ou indiretamente influenciados. Sobre os personagens abordados, todos são odiáveis, não há como se identificar com algum, uma pena, gosto de sentir empatia, mesmo que o personagem seja cheio de defeitos, aqui todos são merecedores de seus karmas. Ao final ocorre toda uma explicação sobre as histórias que foi desnecessária, não subjugue seus leitores, Montes, eles conseguem fazer associações sozinhos!

Não é um livro ruim, é impactante, e cumpre ao que se propõem, apenas se comparar à Jantar secreto pode-se perceber que talvez não seja o melhor dele, isso se deve por já começar a leitura sabendo o que se pode esperar, se você não leu nenhum livro dele, acredite, não sabe o que esperar.

A quem tiver estômago, é uma boa recomendação.

SPOILERS A SEGUIR – SÓ CONTINUE SE JÁ TIVER LIDO

O cramunhão, sete-peles, mochila de criança, pé fendido… Falou que apenas aflorou o que cada um tinha de pior, por isso o preguiçoso escravizou crianças, o marceneiro pegou lepra, etc. Mas a garota do primeiro conto, o pecado dela era a gula, o argumento para ela foi ter negado ALGUNS OSSOS DE RATO para ele, ela estava lutando pela vida dela e dos filhos, isso não é gula, é sobrevivência. E mesmo se argumentar sobre os jantares cheios de fartura que era feitos, foram em tempos de vacas gordas, e todos os moradores da região comiam e abundancia.

Achei um pouco exagerado esse argumento, mas nada a prejudicar, apenas uma curiosidade.

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Resenha: A Travessia, William P. Young

Tomar uma decisão sobre um assunto em que não só os resultados são imprevisíveis, como a própria situação na qual você se encontra é desconhecida provocava uma sensação estranha.

A Travessia conta a história de Anthony Spencer, um homem rico, bem-sucedido e influente. Aquele típico estereótipo de pessoa “completa”, porém, totalmente infeliz.

Apesar de toda a sua fortuna, Tony, se vê sozinho. Incapaz de sentir algo por alguém ao seu redor além de mágoa e rancor, inclusive, por sua ex esposa, com quem foi casado duas vezes, sua filha e por seu irmão.

Após um derrame cerebral Tony entra em coma, e como em uma viagem se encontra com Jesus e o Espírito Santo implorando por uma segunda oportunidade.

O empresário egocêntrico recebe o dom de curar uma única pessoa, mas para isso, ele precisa enfrentar seus fantasmas, medos e conflitos internos.

Além disso, “entrará” na mente de algumas pessoas e passará a enxergar a vida de outra forma, a partir dos olhares, dessas pessoas. Ele conhecerá Cabby, um garoto de 16 anos com síndrome de Down, sua irmã Lindsay, internada no hospital e diagnosticada com leucemia, sua mãe Molly, e a amiga Maggie.

A Travessia é uma lição sobre esperança, amor, novas oportunidades, arrependimento, é sobre se permitir dar uma nova chance.

Só porque você não consegue ver algo, não significa que não esteja ali.

Finalmente, Tony reconhece o que precisa ser feito, mas se vê diante de um dilema: curar outra pessoa ou curar ele mesmo?

William P. Young, o mesmo autor de A Cabana, nos faz refletir sobre questões fundamentais através de diálogos e situações em que Tony Spencer vivencia o tempo todo. Ah, o mais importante de tudo é ler o livro desapegado de qualquer crença religiosa, deixe-se levar apenas pela imaginação.

Esperamos que goste e boa leitura!

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Resenha: A Ascensão dos Nove, Vol. 3, Os Legados de Lorien, Pittacus Lore

No terceiro livro da série Os Legados de Lorien, A Ascensão dos Nove, conhecemos mais membros da Garde que vão sendo encontrados em busca do plano maior, que é juntar a todos e treinar a fim de vencer os Mogadorianos. Os capítulos são narrados pela visão de mais personagens, além de John e Marina, e conhecemos mais sobre Seis, Nove (que John resgata de uma base Mogadoriana) e Oito (que estava fingindo ser um deus na Índia).

É meio difícil falar de cada livro separadamente porque a história é muito contínua, mas o mais importante nesse terceiro volume é o conhecimento do restante da Garde (fora o Cinco), a revelação de seus Legados, como eles conseguem se unir em pró do plano de derrotar Setrákus Rá (o líder mogadoriano) e que, apesar de virem de outro planeta, não são tão diferentes de nós com seus medos, dúvidas e amores.

É interessante também como cada um tomou um rumo diferente assim que chegaram na Terra quando eram crianças. John foi levado para uma vida mais parecida com a nossa, indo para a escola e fazendo amigos, apesar de seu estilo um pouco nômade. Seis ficou sozinha ainda criança quando sua tutora foi assassinada e teve que aprender a se proteger sozinha, o que a faz ter uma visão mais dura da vida e de nós, terráqueos. Marina ou Sete passou muitas necessidades até que acabou vivendo em um convento com uma tutora que não queria mais saber de missão nenhuma, só viver em paz, então, ela é a menos treinada do grupo, tanto que nem sabia nada sobre seus legados. Oito acabou na Índia, onde era idolatrado como um deus graças a sua habilidade de se transformar em animais. Já o Nove é o mais irônico e tranquilo de todos, vivendo como um playboy em Chicago, com direito a cobertura de luxo e carros esportivos. Cada um com sua própria história na Terra, mas todos com a mesma origem e o mesmo objetivo, vingar seu povo e voltar para Lorien.

Estou completamente apaixonada por essa série, tanto pela história, como por todo o mistério que a ronda (ainda não superei o fato do autor ser um Ancião de Lorien). Se você ainda não leu nenhum livro, não se preocupe: tem alguns spoilers nessa resenha, já que é impossível falar sobre uma série sem contar algumas coisas que acontecem nos livros anteriores, mas não é nada comparado com tudo que acontece na história. Por Lorien!

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RESENHA: O Poder dos Seis, Vol. 2, Os Legados de Lorien, Pittacus Lore

Continuando a série Os Legados de Lorien, temos o segundo volume: O Poder dos Seis. A história continua com John, Sam e Seis atrás dos outros membros da Garde, a fim de se juntarem e treinarem juntos para combaterem os Mogadorianos. A diferença desse livro é que a história não é mais vista só pela visão de John, mas também de Marina, a número Sete que descobrimos estar escondida em um convento na Espanha. O que ninguém esperava era a aparição de Ella, a número Dez. Aí você vai me perguntar: Mas não eram nove? Tecnicamente, sim. Descobrimos que Ella foi mandada com um cêpan em outra nave antes de Lorien ser destruída. Ela era só um bebê na época, então, é bem mais jovem dos que os outros. Apesar do espanto, ela é uma loriena, e Crayton, seu cêpan, é o único adulto vivo, então, ele consegue ajudar um pouco o grupo e os esclarece sobre sua missão, seus legados e suas relíquias (uns artefatos que cada um recebeu antes de sair de Lorien).

A ação continua: muita fuga, mais legados sendo desenvolvidos, aliados aparecendo, segredos sendo revelados, enfim, tudo que uma história sobre aliens invadindo a Terra deve ter. O mais legal desse segundo volume é o aparecimento de mais personagens e uma maior extensão da história. Começamos a ver as coisas pela visão de outras pessoas, não só do John, então, temos uma visão mais ampla de tudo o que aconteceu com Lorien e descobrimos mais sobre a chegada deles na Terra e tudo o que passaram.

Estou lendo agora o volume três (logo, trago a resenha aqui para vocês) e estou adorando a série! É meio difícil falar muita coisa sem dar spoilers, pois séries grandes como essa costumam deixar a história muito fragmentada. Os livros não são longos e como é de praxe em séries infanto-juvenis distópicas, cada livro narra um acontecimento específico, então não há muito o que analisar. Os Legados de Lorien não é diferente. O foco de cada livro é o aparecimento de um lorieno, sua história e seu encontro com os outros da garde. Isso enquanto a invasão mogadoriana continua acontecendo. Neste segundo volume, o foco é a número Sete, então, ficamos sabendo como foi a fuga dela, onde ela ficou escondida e o que houve para ela encontrar os outros. O livro tem alguns capítulos narrados sob a visão de Marina e isso é interessante porque muda um pouco o tom da história, já que ela é mais doce e sensível do que o John.

Se alguém, porventura, estava com dúvidas sobre ler ou não essa série, leia! Sério, gente, leia! É muito legal.

 

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Resenha: A Cabana, William P. Young

Jamais desconsidere a maravilha das suas lágrimas. Elas podem ser águas curativas e uma fonte de alegria. Algumas vezes são as melhores palavras que o coração pode falar.

A Cabana era aquele livro que eu via nas mãos de muita gente, mas não imaginava do que se tratava, era totalmente ao contrário do que eu pensava, e de fato, me surpreendeu. 

Durante muito tempo, eu acreditava ser, apenas, mais uma história comum, mas quando o livro surgiu para que o lesse, fui surpreendida, e agradeço por ter lido no momento ideal.

Falar sobre esse livro, é um pouco difícil, embora, seja maravilhoso. Mas por que?

Um dos livros mais vendidos do The New York Times, A Cabana, do escritor William P. Young, conta a história de Mackenzie Allen Phillips, um pai que decide fazer uma viagem de férias com seus filhos, mas durante a viagem sua filha mais nova, desaparece e mais tarde são encontradas evidências de um assassinato brutal em uma cabana.

Alguns anos depois, Mack, recebe um bilhete (que aparenta ser de Deus) o convidando para retornar a cabana onde tudo aconteceu. Por muito tempo, e infeliz com a Grande Tristeza, ele resolve ir até lá, mas novamente é desapontado.

Ao perceber que nada mudaria e que a Grande Tristeza permaneceria, Mack decide ir embora, mas logo em seguida, muitas transformações acontecem à sua volta, no entanto, não acredita se são reais ou não

Bom, às vezes a vida é dura, mas eu tenho muita coisa para agradecer.

Mack se vê diante de Deus, Jesus e o Espírito Santo, mas faz muitos questionamentos, como por exemplo, se Deus é bom, por que sua filha tão inocente foi morta de maneira tão brusca? Por que Deus não a protegeu? Por que há tantas injustiças no mundo?

A Cabana é um livro ideal para reflexões, para que o que temos como verdadeiro seja descontruído, que nos encha de dúvidas e incertezas, que nos faça parar por um momento e compreender que as coisas nem sempre sairão como queremos, mas nem por isso, serão ruins. É sobre ter esperança sempre.

Por fim, espero que essa história se torne especial para você da mesma forma como se tornou para mim.

Ah, lembrando que a história foi adaptada também para o cinema, vale a pena dar uma conferida!

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Resenha: Querer e Poder, Nora Roberts

Pandora McVie jamais tivera uma boa relação com seu primo Michael Donahue. Mas ambos tinham algo em comum: uma sincera afeição pelo tio Jolley, um excêntrico milionário de quem se tornaram os únicos herdeiros. Entretanto, havia uma condição para que Pandora e Michael recebessem a fortuna. Deveriam passar seis meses morando no castelo de Jolley e, durante esse tempo, não seria permitido que ficassem afastados um do outro por mais de 48 horas.

“Se você anda pela floresta sozinha, no escuro, e não tem a capacidade de se maravilhar, então não vale tanto a pena.”

Esta obra de Nora Roberts conta a história dos primos Pandora McVie e Michael Donahue. Aparentemente, os dois parecem se odiar, mas escondem sentimentos muito mais profundos. Por trás desse aparente ódio, eles possuem um sentimento em comum: o amor pelo tio Jolley. No dia da leitura do testamento, eles são pegos de surpresa ao descobrirem que o tio deixou toda a herança para eles, entretanto devem seguir algumas condições: eles devem viver, durante seis meses, na mesma casa e não podem ficar mais de 48 horas afastados da casa.

Os primos aceitam as condições e, para fugir dos sentimentos escondidos, preferem viver brigando e, quando estão juntos, o clima de tensão é instaurado.

“Não havia mais nenhum tio Jolley para protegê-los um do outro. Talvez ambos tivessem começado a perceber exatamente isso. Não importava o que os fizesse rosnar e ferir um ao outro. Eles teriam um longo e gelado inverno pela frente para deixar aflorar o que havia entre eles.”

Michael é escritor de roteiros para uma série de TV e Pandora é criadora de jóias, assim cada um fica em seu canto na casa, evitando ter contato com o outro.

O clima de mistério e suspense se faz presente quando percebe-se que tem alguém que não quer que os primos fiquem com a herança e situações estranhas começam a acontecer na casa. Isso faz com que Pandora e Michael fiquem cada vez mais assustados e se aproximem para tentar descobrir quem está por trás disso tudo.

O que aconteceria depois que se passassem aqueles longos seis meses? Como lidar com as ameaças que estavam sofrendo? Quem seria a pessoa por trás de todas aquelas situações assustadoras que eles estavam vivendo? Michael e Pandora conseguiriam se manter afastados um do outro ou cederiam aos seus desejos?

Nora Roberts mais uma vez surpreende o seu leitor em uma leitura cativante e com o típico clima de mistério. A narrativa nos prende pela história romântica e pelo clima de suspense no ar. Vale a pena!

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Resenha: As Cores do Amor, Camila Moreira

O que define uma pessoa? O dinheiro? O sobrenome? A cor da pele? Filho único de um barão da soja, Henrique Montolvani foi criado para assumir o lugar do pai e se tornar um dos homens mais poderosos da região. No entanto, o jovem se tornou um cafajeste aos olhos das mulheres, um cara egocêntrico segundo os amigos e um projeto que deu errado na concepção do pai. Quando o destino coloca Sílvia em seu caminho, uma jovem decidida e cheia de personalidade, Henrique reavaliará todas as suas escolhas. O amor que ele sente por Sílvia o fará enfrentar o pai e transformará sua vida de uma maneira que ele nunca pensou que fosse possível. Um sentimento capaz de provar que nada pode definir uma pessoa, a não ser o que ela traz no coração.

A história de “As Cores do Amor” de Camila Moreira é um spin-off do livro “8 segundos” que contou a história de Pietra e Lucas e teve a participação dos personagens secundários Henrique e Sílvia, que estrelam esse novo livro da autora, após serem apresentados como a amiga da faculdade de Pietra e o garoto que ajudou Pietra na “operação segura peão”.

Pode ficar tranquilo(a), o livro não é uma continuação de “8 segundos” e pode ser lido tranquilamente sem mal conhecer o enredo da primeira obra. Irão aparecer alguns pequenos spoilers que só vão te servir para ter curiosidade de ler “8 segundos”, após acabar “As Cores do Amor”.

Nesse novo livro, a autora, aborda temas importantes a serem discutidos, entre eles, racismo e relacionamento familiar abusivo. De prontidão fiquei interessado pelo tema e posso dizer que fiquei saciado moderadamente com todos os conflitos que a história construiu, principalmente os que tangem a esfera romântica, pois é um recorte temático que me interessa em todos os livros que leio.

A história é pouco complexa, mas apresenta vários personagens, detalhes e enredos. Para te ambientar melhor, é necessário saber que iremos acompanhar a narrativa de Henrique e Sílvia.

Ele pertence a rica família Montolvani, proprietária de uma famosa fazenda que produz soja e cria animais, seu pai Enzo é um asqueroso barão da soja que tinha como mais profundo desejo que Henrique despertasse amor pela fazenda, mas seu filho estabeleceu repudio a tudo que seu pai fazia, após várias negligências e traumas sofridos durante sua vida.

Sílvia é uma jovem negra, sozinha desde o fim da sua adolescência com sua irmã mais nova, muito batalhadora que almeja ter uma melhor condição de vida, todavia, enfrenta muito preconceito e humilhações, chegando a não conseguir aguentar mais tantas afrontas.

Em uma viagem ao interior, para o casamento de sua amiga Pietra (8 segundos), sua vida tomou novos rumos, ela percebeu que Henrique estava interessado nela e não demorou muito para se encontrarem e darem um grande primeiro beijo. Um reencontro perfeito? Não! No dia seguinte, Henrique acompanhado de seu pai, encontrou Sílvia e fingiu que não a conhecia, mas o olhar preconceituoso de seu pai já anunciou o tamanho de seu julgamento. O garoto a procura para pedir desculpas e aos poucos inicia um caloroso e apimentado romance com Silvia, afinal, Henrique já tinha uma larga experiência com mulheres e Silvia é uma mulher muito sensual. Acredito que seja bom deixar avisado que o livro tem cenas de sexo com uma descrição que pode incomodar algumas pessoas que preferem ler esses momentos com mais poesia e sutileza.

Com capítulos intercalados entre os personagens principais e uma narrativa em primeira pessoa bem construída, iremos embarcar na montanha-russa de sentimentos do casal e os acontecimentos que os afligem e dão a história seu toque de emoção essencial. Não espere um final imprevisível, pois trata-se na maioria do tempo de um enredo clichê e acontecimentos previsíveis que valem a pena ser lidos, afinal, preconceito não é um assunto do passado e os problemas familiares apresentados são constantes na história de milhões de pessoas.

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Resenha: Branco como a neve, Salla Simukka

Recuperando-se do terror que vivenciou nas mãos da máfia, Lumikki tem a chance de deixar a Finlândia, se livrando das roupas pesadas, das lembranças sombrias… e do perigo. Ela só quer ser uma garota normal, misturar-se à multidão de turistas e aproveitar as férias. Quando Lumikki conhece Zelenka, uma jovem misteriosa que alega ter o mesmo sangue que ela, as coincidências são inquietantes. Rapidamente ela se vê envolvida no mundo triste daquela mulher, descobrindo peças de um mistério que irá conduzi-la a uma seita secreta e aos mais altos escalões do poder corporativo. Para escapar dessa trama asfixiante, Lumikki não poderá fazer tudo sozinha. Não desta vez.

O livro “Branco como a neve”, continuação do thriller homônimo de Salla Simukka, traz novamente ao cenário literário a história da personagem Lumikki, que ficou famosa em vários países com o primeiro livro da “saga”, chamado “Vermelho como o sangue”, onde conhecemos melhor essa garota aparentemente avessa a confiar em pessoas, que se envolve em situações nada agradáveis e geram grandes consequências.

Acredito que não seja necessário ler o primeiro livro para entender essa nova obra da autora, pois a maioria das pontas abertas no enredo são fechadas e ela apresentada um desfecho da história, que não abre precedentes para uma continuação do mesmo assunto, fato que também acontece em “Branco como a neve”. Vamos conhecer mais da história?

Lumikki, depois dos acontecimentos praticamente fatais do primeiro livro, retorna para a casa dos pais e resolve tirar férias na cidade de Praga, capital da República Checa, para esvaecer sua mente e superar os momentos que passou. Só que a garota não contava que nessa viagem encontraria uma suposta irmã por parte de pai que a conta uma história repleta de detalhes que aparentemente provam essa irmandade e confronta Lumikki em relação ao seu sentimento de não confiar nas pessoas.

A suposta irmã, chamada Zelenka, desperta mais essa desconfiança quando não para de olhar ao seu redor, esperando algo acontecer e diz que não deseja estar no mesmo lugar que se encontraram novamente.

A história se desenrola e em paralelo ao encontro de Zelenka iremos conhecer um repórter investigativo que está em busca de pistas sobre uma seita incomum, e como conhecemos Lumikki e sua aptidão para envolver nos casos, os dois juntos começam a procurar respostas sobre a seita e a suspeita história de Zelenka, porém as investigações acabam tomando um rumo que é um dos grandes pontos da história.

Com um livro curto, descrição satisfatória e uma escrita interessante, “Branco como a neve” é aquele livro que conseguimos ler em uma tarde, antes de tudo, por ter 240 páginas e expressar uma leitura de fácil entendimento e provocar reviravoltas não custosas de entender. Não é o meu gênero de livro favorito, mas acredito que toda leitura é válida e os personagens apresentados na obra tem o seu fascínio e a ambientação escolhida combina com a história e nos faz desejar conhecer mais do lugar.