Categorias

Resenhas

Atualizações, Livros, Resenhas

Resenha: A Lista de Brett, Lori Nelson Spielman

Brett Bohlinger parece ter tudo na vida — um ótimo emprego como executiva de publicidade, um namorado lindo e um loft moderno e espaçoso. Até que sua adorada mãe morre e deixa no testamento uma ordem: para receber sua parte na gorda herança, Brett precisa completar a lista de sonhos que escreveu quando era uma ingênua adolescente.

Deprimida e de luto, Brett não consegue entender a decisão de sua mãe — seus desejos adolescentes não têm nada a ver com suas ambições de agora, aos trinta e quatro anos. Alguns itens da lista exigiriam que ela reinventasse sua vida inteira. Outros parecem mesmo impossíveis.

Com relutância, Brett embarca numa jornada emocionante em busca de seus sonhos de adolescência. E vai descobrir que, às vezes, os melhores presentes da vida se encontram nos lugares mais inesperados.

Brett é uma mulher de 34 anos, bem resolvida na carreira profissional e tem um relacionamento estável com seu namorado perfeito. Tudo parece ir muito bem em sua vida, até que sua mãe vem a falecer de um câncer e isso acaba por abalar o emocional da nossa querida personagem.

Mesmo que a perda da mãe venha a ser algo ruim, o seu maior choque e indignação acontece quando na leitura do testamento, descobre que a mãe não deixou nada para ela, nem casa, nem ações e nem a diretoria da empresa, algo que Brett esperava com anseio. A única coisa deixada por sua mãe para ela é a lista de desejos que escreveu quando era uma adolescente cheia de sonhos.

Saiba que o amor é a única coisa sobre a qual você nunca deve chegar a um meio-termo.

Então, a partir do momento em Brett descobre, toda sua vida começa a mudar completamente, tudo o que era sólido e real em sua vida, cai por terra. Segundo a lista e realizando os itens contidos nela, ela recebe uma carta de sua mãe, cartas em ela parece adivinhar tudo que a filha passou para realizar o objetivo proposto.

Durante todo o livro, a personagem vai se descobrindo: amizades, relacionamentos, verdades e desejos são destruídos e substituídos por algo muito mais real e desejado por Brett. Este livro mostra para aquele que lê, como o medo e as inseguranças podem influenciar e mudar o seu eu verdadeiro.

O livro demonstra a importância de simplesmente parar e começar a conhecer a si mesmo, e como saber seus desejos mais íntimos e sinceros é necessário, ter uma conversa consigo mesmo e aprender a se conhecer melhor a cada dia que passa é fundamental para ter felicidade verdadeira.

Livros, Resenhas

Resenha: Felizes para sempre, Nora Roberts

Em Felizes para sempre, último livro da série Quarteto de Noivas, você vai descobrir que o amor não avisa que está a caminho e, quando chega, vira seu mundo de cabeça para baixo. Parker Brown sabe que subir ao altar é um dos momentos mais extraordinários na vida de um casal. Por isso ela administra a Votos a bem-sucedida empresa de organização de casamentos que fundou com suas três melhores amigas com pulso firme e muita dedicação. Seu dia de trabalho começa cedo às vezes de madrugada, quando alguma noiva ansiosa lhe telefona aos prantos. Mas ela não se importa. Cada vez que ajuda uma mulher a escolher o vestido perfeito para o grande dia ou vê o sorriso nervoso e feliz de um noivo no altar, ela sente que está dando sua contribuição para uma história igual à de seus pais. Porém a rica, linda e inteligente Parker também quer ser feliz no amor. Só que, em vez do intelectual sensível que sempre esteve em seus planos, parece que o destino lhe reservou uma surpresa. Malcolm Kavanaugh é um mecânico de automóveis e ex-dublê de filmes de ação. Amigo do irmão de Parker, ele não tem vergonha de elogiar as belas pernas da moça e, com suas mãos ásperas, faz com que a empresária certinha e controladora simplesmente perca o chão. Agora eles vão descobrir que, mesmo com suas diferenças, podem completar um ao outro. E quem disse que o príncipe encantado não pode chegar numa Harley-Davidson?

No último livro do Quarteto de Noivas, vamos conhecer melhor Parker Brown, a empresária, conselheira e organizadora da Votos. Parker é uma mulher bonita e muito organizada, sempre com seu BlackBerry na mão, resolve todos os problemas das noivas da Votos e das suas amigas e familiares.

A narrativa começa contando como a Votos foi criada: Parker havia acabado de perder os pais e decidiu não ficar parada durante seu luto. Conversou com a governanta, sra. G, e ela lhe deu total apoio para a ideia que surgia na cabeça de Parker. Então, as quatro amigas se reuniram e Parker explicou a elas o que estava pensando, todos concordaram e assim surgia a Votos com Emma como florista e decoradora, Mac, a fotógrafa e Laurel, a boleira.

Parker está muito feliz pelas amigas e muito ocupada com o casamento de cada uma delas. Por ser um pouco viciada em seu trabalho, não tem tempo para romances, mas nem imagina que o amor está ali, bem pertinho dela.

Malcolm Kavanaugh é mecânico de automóveis e ex-dublê de filmes de ação. Não teve uma vida fácil, perdeu o pai muito cedo e foi alvo de abusos e agressões do tio. Malcolm é um dos melhores amigos de Del, muito verdadeiro, fala o que lhe vem à cabeça e pega o hábito de chamar Parker de Pernas, alegando que suas pernas são dignas de Hollywood. Ele não é nenhum príncipe encantado, mas é extremamente sexy.

Decidido a mostrar a Parker que eles podem dar certo, Malcom faz de tudo para tê-la por perto e Parker resolve embarcar nessa aventura. Ela sempre muito certinha, organizada e controladora, não sabe como lidar com a paixão que começa a crescer dentro dela, pois Malcom a deixa atrapalhada e confusa.

“Não era de espantar que ele nunca tivesse se encantado por ninguém como se encantara por ela. Nem de longe existia outra mulher como ela.”

Mas Parker não quer apenas sexo e uma paixão, ela busca uma vida estável, uma família como a que seus pais construíram e, para isso, precisa de um homem que seja seu companheiro e que lhe proporcione um amor sincero e profundo. O empecilho começa a surgir: eles são muito diferentes, Parker precisará abandonar seus planos de um amor ideal e Malcom precisará esquecer suas inseguranças e traumas do passado. Será que eles estão prontos para isso?

Um livro emocionante, sensual, romântico e divertido. Com um epílogo digno de lágrimas, com uma cena de um momento muito especial entre as quatro amigas, Nora Roberts, mais uma vez, nos traz mensagens de felicidade e amor, nos encantando com sua escrita e nos fazendo perceber que os obstáculos que aparecem em nossos caminhos nos tornam mais fortes e que é preciso estar preparado para reconhecer e aceitar o amor quando ele bate à sua porta.

“As suas meninas, pensou a Sra. Grandy. Todas felizes, apaixonadas e espetaculares. Às minhas meninas, pensou ela, erguendo sua taça num brinde solitário. Às noivas da Votos e seus finais felizes.”

Livros, Resenhas

Resenha: Bem-Casados, Nora Roberts

SINOPSE: Bem-casados, terceiro livro da série Quarteto de Noivas, é uma linda história sobre a doçura do amor. Quando terminar de lê-lo, você terá certeza de que os sonhos podem se realizar das formas mais inesperadas. Parker, Mac, Emma e Laurel, amigas de infância, ganham a vida realizando o sonho de inúmeros casais apaixonados. As quatro são proprietárias da Votos, uma empresa de organização de casamentos. Após ter trilhado um caminho muito duro para conseguir ser alguém na vida, Laurel McBane se tornou a criadora dos bolos e quitutes mais lindos e saborosos do estado. Ela preza sua independência acima de tudo e não aceita que ninguém interfira em suas decisões. Talvez por isso, apesar do sucesso profissional, ainda não tenha se entregado ao amor. Apaixonada desde sempre por Delaney Brown, irmão de Parker, ela nunca teve coragem de revelar seus sentimentos. Afinal, sabe que é como uma irmã para ele. Advogado da Votos, Del se sente responsável por cuidar não só dos assuntos burocráticos da empresa, mas também do bem-estar das quatro sócias. Porém, sua postura paternalista e superprotetora começa a gerar desentendimentos entre ele e Laurel. Mas essas diferenças de opinião também fazem ferver uma química que vinha cozinhando em fogo brando havia muito tempo, acendendo uma faísca que eles não sabem se conseguirão – ou se querem – conter. Agora Laurel e Del precisarão conciliar suas convicções e personalidades para que o orgulho não fale mais alto que a paixão.

No terceiro volume do Quarteto de Noivas, vamos acompanhar a história de Laurel McBane, criadora dos bolos da Votos. Ela e Del, advogado da empresa e irmão de Parker, são amigos desde a infância e sempre estiveram juntos em todos os momentos, fossem eles bons ou ruins. Agora, eles estão descobrindo que o que sentem vai muito além da amizade do laço fraterno.

“Talvez fosse a champanhe. Talvez fosse apenas loucura. Ou o olhar perplexo e irritado no rosto dele. Mas Laurel seguiu o impulso latente nela há anos. Agarrou-o pelo nó perfeito da elegante gravata e a puxou para baixo enquanto lhe segurava os cabelos e o trazia para a frente. Em seguida, colou à boca dele em um beijo ardente e frustrado que fez seu coração saltar no peito enquanto sua mente sussurrava: eu sabia!”

Laurel teve a infância marcada pelo casamento instável dos pais: a mãe não lhe dava atenção e o pai, além de suas traições, vivia aplicando golpes na Receita Federal. A história começa com as quatro amigas, ainda muito jovens, se preparando para o baile de formatura. As amigas já tinham seus planos e estavam com a vida definida: Mac faria um curso de fotografia e Emma e Parker iriam para a faculdade. Laurel não tinha muito o que fazer, então iria para uma faculdade pública, fazer um curso qualquer para trabalhar muito e pagar seu curso de Confeitaria.

Mas a sra. Grady, governanta da casa dos Brown, família de Parker, resolve ajudar Laurel e paga o curso de Confeitaria para ela. Laurel foi para Nova York fazer o curso e, muito grata a sra. G pela ajuda, se entregou de corpo e alma aos estudos.

“Agora seus bolos de casamento são a própria perfeição, obras de arte surpreendentes que completam as belas fotografias de Mac e os arranjos de flores de Emma.”

Mas, mesmo indo embora por um tempo, ela nunca se esqueceu de Del. Ela sempre fora apaixonada por ele, mas tinha consciência de que Del a via apenas como uma irmã. Um dia, após um beijo acidental, Del e Laurel decidem tentar se envolver só para ver como vão terminar e se o relacionamento daria certo ou não.

“Agora as fantasias tinham se transformado em realidade e os desejos estavam sendo satisfeitos. Durante um beijo sentiu a necessidade de Del aumentar junto com a dela. Não importava o que acontecesse, aquele momento, aquele fim de dia, seria sempre dela.”

Um ponto divertido na história é que as amigas juntamente com Jack e Carter resolvem fazer uma aposta: quanto tempo Laurel e Del conseguiriam namorar sem sexo. O problema é que Del não sabia muito bem como lidar com a situação de se envolver com uma das garotas que ele tanto protegia e cuidava como se fossem suas irmãs. E Laurel queria algo que ela achava que Del não fosse querer.

O relacionamento deles é marcado por muito amor, mas também por muitos empecilhos que os dois adoram colocar como o fato de Del a ver como uma irmã e a diferença entre as classes sociais: Laurel não vinha de nenhuma família rica ou influente, ao passo que Del vinha de uma família influente em todo o Estado.

Mais uma vez Nora Roberts nos premia com uma escrita maravilhosa e que nos prende do início ao fim. A história foca em Laurel, mas não esquece de Emma e Mac e já nos dá pistas de como será a história de Parker, no último livro. A autora nos faz viajar e relembrar como é gostoso namorar, andar de mãos dadas e aproveitar aqueles beijos que fazem o coração disparar. Sem dúvidas, uma leitura digna de te fazer rir, suspirar, sonhar com finais felizes e, claro, passar muita vontade com todas as cenas e descrições das criações de Laurel na cozinha!

Livros, Resenhas

Resenha: Belle, Lesley Pearse

SINOPSE: Londres, 1910. Belle, de 15 anos, viveu em um bordel em Seven Dials por toda sua vida, sem saber o que acontecia nos quartos do andar de cima. Mas sua inocência é estilhaçada quando vê o assassinato de uma das garotas e, depois, pega das ruas pelo assassino para ser vendida em Paris. Sem poder ser dona de seu próprio destino, Belle é forçada a cruzar o mundo até a sensual Nova Orleans onde ela atinge a maioridade e aprende a aproveitar a vida como cortesã. A saudade de casa — e o conhecimento de que seu status como garota de ouro não durará muito — a leva a sair de sua gaiola de ouro. Mas Belle percebe que escapar é mais difícil do que imaginou, pois sua vida inclui homens desesperados que imploram por sua atenção. Espirituosa e cheia de desenvoltura, ela tem uma longa e perigosa jornada pela frente. A coragem será suficiente para sustentá-la? Ela poderá voltar para sua família e amigos e encontrar uma chance para a felicidade? Autora # 1 bet-seller, Lesley Pearse criou em Belle a heroína de nossos tempos: uma mulher forte que luta por seus direitos em um mundo perigoso.

 

Belle é uma adolescente inocente e linda que mora em uma aparentemente normal e tem uma vida comum e tranquila. Sua mãe, uma mulher enigmática e fria, a obrigava a trancar-se cedo no quarto (em um sótão) e nunca sair de lá no meio da noite para ver o que acontecia na casa e, por isso, Belle nem imaginava que sua mãe administrava um bordel.

Em um passeio durante a manhã, ela conhece Jimmy, um garoto que foi morar próximo à sua casa, e nasce entre eles uma amizade pura e sincera.

“- Não acho que o tempo que você conhece alguém é importante. Eu conheço meu tio a vida toda, mas não posso confiar nele. Porém, eu só falei com você alguns minutos e te contei coisas sobre minha mãe – Respondeu.”

Um dia, Belle recebe autorização de sua mãe para limpar um dos quartos, mas o cansaço a faz adormecer na cama. Ela é despertada com um barulho de vozes no corredor, esconde embaixo da cama e, então, descobre da pior forma possível o que se passava em sua casa.

Quem estava entrando no quarto era Millie e um acompanhante. Belle presenciou toda a cena de sexo e viu o homem se tornar violento e assassinar a garota. Assustada, Belle sai correndo para pedir ajuda, ainda que já fosse tarde demais. Após alguns dias, Belle é seqüestrada pelo assassino da prostituta e obrigada a entrar no mercado da prostituição.

Ela acaba virando uma cortesã e foi muito maltratada pelas pessoas que cruzaram seu caminho, mas isso só fez com que ela se tornasse mais forte. Após umas experiências horríveis, Belle vai para outro país e viaja com Ettiene para a cidade de Nova York. Ele não conhece Belle, pois seu serviço é apenas levar as pessoas para outros países sem serem descobertas. Mas, durante a viagem, eles acabam se conhecendo melhor e criam um grande carinho um pelo outro.

Chegando em New Orleans, eles tem seus caminhos separados e, após um tempo, Belle tem a oportunidade de ir morar com um cliente chamado Faldo. Sair do bordel e casar com um homem rico era o sonho de todas as cortesãs, mas, para Belle, acabou se tornando um pesadelo, pois Faldo a tratava muito mal. Após uma “separação” trágica, Belle encontra-se, novamente, sozinha e perdida. Viaja para Paris, mas não imaginava o que estava por vir, todo o sofrimento que ainda a esperava.

A narrativa nos mostra a trajetória de Belle e a angústia daqueles que não se cansam de procurá-la, como Jimmy e Mog. Um enredo que traz temas polêmicos como o tráfico de pessoas e a prostituição, escrito sempre com um pouco de incerteza para despertar a curiosidade e não conseguir parar de ler! Lesley Pearse irá nos mostrar os dois lados de uma história, cenas chocantes e emocionantes te esperam nessa grande obra, afinal, muitas vezes, coragem e esperança é o único luxo que podemos nos permitir!

“Você ainda está lidando com a perda da inocência, com as pessoas que a machucaram. Porém, aposto que há pessoas que ficaram felizes em conhecê-la e coisas que você viu e mudaram sua forma de pensar. Um dia, você vai acordar e ficar feliz por isso.”

RESENHA: É Assim Que Acaba, Colleen Hoover
Beco Literário
Atualizações, Livros, Resenhas

Resenha: É Assim Que Acaba, Colleen Hoover

É Assim Que Acaba é o quinto livro da autora, Colleen Hoover, que li. A primeira vez que vi o livro na livraria, me apaixonei pela capa, mas não o comprei de primeira.

Só depois, o levei para casa e não esperava que de todas as histórias que li da autora, essa foi a que mais me tocou, a que mais me fez chorar e refletir sobre inúmeras questões… E sabe por que?

Inicialmente eu pensei que a história de Lily e Ryle fosse como a de Tate e Miles em O Lado Feio do Amor, onde a garota não aceita sexo casual e o rapaz esconde um passado, e no final os dois se apaixonam e tentam fazer com que o relacionamento dê certo. Não!

Quando começamos a ler a história dos dois em É Assim que Acaba, pensamos o quanto Lily e Ryle, apesar das diferenças, fazem um belo casal e têm uma relação que qualquer pessoa gostaria de ter.

Lily com seu sonho em abrir seu próprio negócio, uma floricultura. Enquanto Ryle deseja se tornar o melhor neurocirurgião em Boston. Lily leva consigo inúmeras lembranças da infância e adolescência enquanto Ryle carrega repulsa por relacionamentos.

A escrita da Colleen é tão fluída, tão natural que em pouco tempo, várias páginas são lidas, e a busca pelo o desfecho é enorme.

O livro é divido em duas partes.

Lily relembra momentos com seu amigo Atlas, que conheceu enquanto ainda estava no colegial e foi seu primeiro amor. Através do seu diário, ela lembra o quanto a amizade deles se fortaleceu, além da grande ajuda que um proporcionou ao outro.

E mesmo depois da mudança para Boston, algumas coisas não foram bem resolvidas entre Lily e Atlas, mas tudo bem, o tempo passou, as coisas mudaram. Lily conheceu novas pessoas, novos lugares e conheceu Ryle que a faz muito feliz.

O que Lily não esperava era reencontrar Atlas em Boston e se perguntar como teria sido se as coisas tivessem sido diferentes. Mas além disso, o que Lily não conseguia acreditar é que estava passando pelo o mesmo que sua mãe com o seu pai.

Ryle sempre foi o cara perfeito à sua maneira, com defeitos, mas com qualidades que sobressaiam qualquer coisa. Na segunda parte do livro, ele começa a ter comportamentos e ações que fazem com Lily perceba a semelhança entre ela e sua mãe.

É Assim Que Acaba é muito mais do que aversão a sexo casual ou relacionamento. O que mais me impressionou é que eu estava diante de um livro que fala sobre relacionamento abusivo e sobre a violência doméstica presente na vida de tantas mulheres.

Onde a vítima tenta sempre justificar o comportamento e ações do agressor, se culpando por fazer ou não fazer certas coisas, consideradas naturais, sempre com medo do que o parceiro vai pensar ou reagir.

É o dilema de tentar mais uma vez, perdoar ou não, se esforçar mais para fazer o relacionamento dar certo, ou simplesmente deixar tudo para trás, mas ao mesmo tempo ter esperanças de que as coisas irão mudar, que sejam diferentes. Mas e quando tudo passa a envolver uma criança, ou um velho amor?

Espero que essa história faça entender que a culpa nunca será da vítima e que nada, nada mesmo, justifica as ações do agressor.

É sobre fins e recomeços…

Não existem pessoas ruins. Todos somos humanos e, às vezes, fazemos coisas ruins.’

intrínseca
Atualizações, Resenhas

Resenha: Simon vs a agenda Homo Sapiens

“Embora essa coisa toda de sair do armário no fundo não me assuste. Acho que não. É uma caixa gigantesca cheia de constrangimento, e não vou fingir que anseio por esse dia. Mas provavelmente não seria o fim do mundo. Não para mim.”

Simon tem 16 anos e é gay, mas ninguém sabe disso. Embora tenha amigos muito próximos e uma família bastante única, ele escolheu não sofrer os dramas de “sair do armário” ainda. Em Simon vs a agenda Homo Sapiens, somos apresentados à  vida  desse personagem carismático, que troca e-mails  secretos com Blue – um menino cuja identidade ele desconhece e para quem também omite a sua.

“Você não acha que todo mundo devia ter que sair do armário? Por que o comum é ser hétero? Todo mundo devia ter que declarar o que é; devia ser uma coisa bem constrangedora, não importa se você é hétero, gay, bi ou sei lá o que.”

O ponto chave do livro é a confiança e os diálogos estabelecidos entre Blue e Simon, dois garotos gays, estudantes da mesma escola e que não se conhecem pessoalmente, mas sabem tudo sobre os pensamentos e sentimentos um do outro.  A história, escrita por Becky Albertalli, autora do best seller Os 27 Crushes de Molly,  traz assuntos extremamente relevantes como primeiro amor, descoberta da sexualidade e racismo, mas sempre mantendo certo tom de leveza e graça. Os personagens são muito bem construídos, fazendo com que nos afeiçoemos pelas suas particularidades e Simon narra tudo de forma a nos entreter e fazer-nos articular com seus  questionamentos adolescentes.

“É mesmo irritante que hétero (e branco, diga-se de passagem) seja o normal e as pessoas que precisam pensar sobre sua identidade sejam só aquelas que não se encaixam nesse molde”.

O relacionamento desenvolvido com Blue traz a dose certa de romance (e fofura) necessária ao livro. Todo o envolvimento dos dois é baseado nas conversas que eles têm pela internet – sem saber as características físicas ou,  até, sem saber qualquer coisa da personalidade que pudesse revelar a identidade de ambos.  O livro é um Young Adult que cativa o leitor. A adaptação para cinema está para ser lançada (22/03) sob o título de Com amor, Simon, o que fez com que os livros ganhassem uma capa e nome relacionados ao filme. Então, corra para ler essa história e se apaixonar por Simon e Blue.

Livros, Resenhas

Resenha: Minha Vida Mora ao Lado, Huntley Fitzpatrick

Huntley traz para os livros a história de Samantha e como a sua fascinação inocente em observar os vizinhos pode se transformar em uma grande mudança em sua vida. Ela era uma garota normal, que vive com a mãe e a irmã, segue as regras, tem uma melhor amiga fiel e mesmo não gostando da carreira política da mãe, tenta apoia-la da melhor maneira que consegue.

Tudo muda quando em uma das muitas noites em que sobe no telhado para observar a casa vizinha e Jase um dos filhos da casa ao lado sobe para conversar com ela. Com a atitude de simplesmente estar falando com os vizinhos já está afrontando secretamente sua mãe, a qual abomina a família que mora ao lado e sua maneira de viver, simplesmente porque eles têm uma grande, bagunçada e feliz família.

A partir daí Samantha passa a conviver e interagir com Jase e toda sua grande e bagunçada família. Ela começa a descobrir uma nova versão de si, de suas crenças e julgamentos; ela começa a ver que a maneira que age e vive é reflexo daquilo que sua mãe deseja, mas não transmite a sua real essência.

O livro relata a descoberta interna de uma menina em sua adolescência, tentando crescer entre regras e “verdades” que lhe foram impostas, relata e traduz de uma maneira meiga e sincera de um romance adolescente, da maneira mais pura e verdadeira que se pode acontecer.

Pode-se dizer que é um conto de fadas moderno, de uma maneira realista e que se encaixa no mundo em que vivemos hoje, mas com um toque de fantasia lúdica da felicidade daqueles que lutam pelo amor. Este livro trouxe para mim o sentimento de como está fase da vida é feita para se descobrir e acima de tudo vivenciar todos os momentos da forma mais intensa o possível.

Atualizações, Livros, Resenhas

Resenha: Mar de Rosas, Nora Roberts

SINOPSE: Emma Grant é a decoradora da Votos, empresa de organização de casamentos que fundou com suas três melhores amigas de infância – Mac, Parker e Laurel. Ela passa os dias cercada de flores, imersa em seu aroma, criando e montando arranjos e buquês. Criada em uma família tradicional e muito unida, Emma cresceu ouvindo a história de amor dos pais. Não é de espantar que tenha se tornado uma romântica inveterada, cultivando um sonho desde menina: dançar no jardim, sob a luz do luar, com seu verdadeiro amor. Os pais de Jack se separaram quando ele era garoto, e isso lhe causou um trauma muito profundo. Ele se tornou um homem bonito e popular entre as mulheres, porém incapaz de assumir um compromisso. Quando Emma e suas três amigas fundaram a Votos, foi Jack, o melhor amigo do irmão de Parker, quem cuidou de toda a reforma para transformar a propriedade no melhor espaço para casamentos do estado. Os seis são praticamente uma família. E justamente por isso Emma e Jack nunca revelaram a atração que sentiam um pelo outro. Mas há coisas que não podem ficar escondidas para sempre. Mar de Rosas é uma história ardente, sexy e divertida sobre as vantagens e os desafios que surgem quando uma grande amizade vira paixão.

No segundo volume do Quarteto de Noivas, vamos acompanhar a história de Emma Grant, a florista e decoradora da Votos. Emma é uma mulher atraente, sonhadora e a mais romântica entre suas melhores amigas. Apesar de atrair muitos homens, sempre os dispensa, pois sonha com seu príncipe encantado. Sua infância foi marcada pelo casamento dos sonhos de seus pais, cresceu ouvindo histórias de amor e sua família é muito unida e tradicional.

Jack é o melhor amigo de Del, irmão de Parker, e, por isso está sempre por perto. Um arquiteto muito atraente, super popular no meio das mulheres e com infância marcada pelo divórcio de seus, o que lhe fez não conseguir se comprometer com ninguém.

“Flores, luz de velas, longos passeios ao luar num jardim isolado… Só a ideia a fez suspirar. Dançar ao luar num jardim isolado: para ela, isso era o auge do romantismo.”

Aos poucos, Jack percebe que seus sentimentos por Emma vão além de uma amizade e ela começa  a ficar confuso e sem saber como lidar com a situação. A Votos está passando por uma reforma e ele é o responsável pela obra o que faz com que ele esteja cada vez mais próximo de Emma.

Em uma noite de chuva, ele encontra Emma com o carro enguiçado no meio de uma estrada e vai ajudá-la. Naquele momento, ambos percebem que o sentimento entre eles vai além dos limites da amizade.

“Eles se viraram um para o outro. Tudo o que ele conseguia ver eram aqueles olhos castanhos amendoados e, por um instante, até perdeu a fala.”

Quando, finalmente, os dois decidem se entregar ao que sentem, eles percebem que o sentimento entre eles está cada vez mais intenso, mais forte, e isso lhes causa um certo temor. Nenhum dos dois queria estragar a amizade que existia entre eles há tantos anos e, ademais, qual a impressão que o relacionamento entre eles causaria a Del, Parker, Laurel e Mac? Eles são praticamente uma família, os amigos reagiriam bem à notícia? E se, por algum motivo, eles não dessem certo, como seria?

Emma sonhava em se casar, ter filhos e construir uma família tão linda quanto à sua. Jack sabia que gostava de Emma, mas não sabia se estava pronto para assumir um relacionamento e se seus sentimentos eram tão intensos quanto os dela.

“O amor pode ferrar bastante com você antes que descubra como conviver com ele. E uma vez que você descobre, fica se perguntando como conseguiu viver até ali sem ele.”

Mar de Rosas é um romance lindo, divertido e avassalador, mas em certos momentos, nos corta o coração. Com o dom de abordar trabalho, amizade e amor de uma maneira única e especial, Nora Roberts envolve o leitor em laços fraternos que rodeiam seus personagens principais. Uma leitura leve e dinâmica, capaz de provocar muitos suspiros e nos fazer acreditar na força do verdadeiro amor!

“Viver comigo. Acordar comigo, plantar flores para mim e provavelmente me lembrar de regá-las. Vamos fazer planos e muda-los à medida que o tempo for passando. Vamos construir um futuro. Vou lhe dar tudo o que eu tiver e, se precisar de mais alguma coisa, vou buscar e lhe dar também.”

Livros, Resenhas

Resenha: Álbum de Casamento, Nora Roberts

 

O livro Álbum de Casamento é o primeiro do Quarteto de Noivas de Nora Roberts. Na trama, somos apresentadas às amigas e sócias da Votos, uma empresa especializada em oferecer o casamento dos sonhos, Parker, gerente administrativa; Emma, florista e decoradora; Laurel, responsável pelos bolos; e, em especial, Mac, a fotógrafa. A descrição do funcionamento da Votos e do cotidiano das amigas dá um movimento encantador e dinâmico à leitura.

Mac é uma fotógrafa bem sucedida que teve sua infância marcada pelo divórcio dos seus pais. Após a separação, seu pai tornou-se ausente e sua mãe problemática, estava cada dia com um namorado diferente e vivia lhe chantageando emocionalmente; o que fez com que Mac não acreditasse mais em relacionamentos e no “felizes para sempre”.

Por um acaso do destino, Mac reencontra Carter, um antigo colega de escola que sempre fora apaixonado por ela sem que ela soubesse. Carter tornou-se um professor de inglês e é um pouco atrapalhado, o que traz um pouco de humor à narrativa. Ele faz o tipo “nerd”, mas é honesto, paciente e muito adorável.

Carter não está disposto a deixar Mac ir embora de novo e faz de tudo para conquistá-la. Ela se envolve com ele, mas tem medo do sentimento que está aflorando em seu coração.

“Quem poderia imaginar que o professor de inglês, o cara legal que dava com a cara na parede, podia beijar desse jeito? Parecia que os planos dele eram arrastá-la para a caverna mais próxima, arrancar-lhe as roupas e deixar que ela arrancasse as dele.”

O relacionamento deles é super fofo, mas Mac não tem coragem de admitir pra ela mesma que está descobrindo o que é o amor ao lado de Carter. Ele não desiste e luta até o fim para ter Mac ao seu lado.

O livro nos traz uma comédia romântica, cheia de cenas sensuais e personagens encantadores. Digno de risos, suspiros e lágrimas, Álbum de Casamento prende a nossa leitura e nos leva a refletir sobre aquelas mulheres que enfrentam o mundo para superar seus medos e encontrar a felicidade, é como se Nora Roberts dissesse nas entrelinhas: “Anda! Levanta, garota! Passe por cima do medo e corra em busca da sua felicidade já!”

Quando crianças, as amigas Parker, Emma, Laurel e Mac adoravam fazer casamentos de mentirinha no jardim. E elas pensavam em todos os detalhes. Depois de anos dessa brincadeira, não é de surpreender que tenham fundado a Votos, uma empresa de organização de casamentos bem-sucedida. Mas, apesar de planejar e tornar real o dia perfeito para tantos casais, nenhuma delas teve no amor a mesma sorte que tem nos negócios. Até agora. Com várias capas de revistas de noivas no currículo, a fotógrafa Mac é especialista em captar os momentos de pura felicidade, mesmo que nunca os tenha experimentado em sua vida. Por causa da separação dos pais e de seu difícil relacionamento com eles, Mac não leva muita fé no amor. Por isso não entende o frio na barriga que sente ao reencontrar Carter Maguire, um colega de escola com o qual nunca falara direito. Carter definitivamente não é o seu tipo. Professor de inglês apaixonado pelo que faz, ele cita Shakespeare e usa paletó de tweed. Por causa de uma antiga quedinha por Mac, fica atrapalhado na frente dela, sem saber bem como agir e o que falar. E mesmo assim ela não consegue resistir ao seu charme. Agora Carter está disposto a ganhar o coração de Mac e convencê-la de que ela é capaz de criar suas próprias lembranças felizes.

“Ser feliz para sempre talvez fosse conversa fiada, mas ela sabia que queria tirar mais fotos de momentos que fossem felizes. Porque, assim, eles permaneceriam para sempre.”

Atualizações, Livros, Resenhas

Resenha: Outlander: A Libélula no Âmbar, Diana Gabaldon

Sinopse: Claire Randall guardou um segredo por vinte anos. Ao voltar para as majestosas Terras Altas da Escócia, envoltas em brumas e mistério, está disposta a revelar à sua filha Brianna a surpreendente história do seu nascimento. É chegada a hora de contar a verdade sobre um antigo círculo de pedras, sobre um amor que transcende as fronteiras do tempo… e sobre o guerreiro escocês que a levou da segurança do século XX para os perigos do século XVIII. O legado de sangue e desejo que envolve Brianna finalmente vem à tona quando Claire relembra a sua jornada em uma corte parisiense cheia de intrigas e conflitos, correndo contra o tempo para evitar o destino trágico da revolta dos escoceses. Com tudo o que conhece sobre o futuro, será que ela conseguirá salvar a vida de James Fraser e da criança que carrega no ventre?

 

A Libélula No Âmbar é o segundo livro da série Outlander, escrita por Diana Gabaldon (e traduzida por Geni Hirata),  lançado pela editora Saída de Emergência Brasil; e, continua a história de amor que resiste e atravessa o tempo de Claire & Jamie FraserE digamos que nesse livro o tempo realmente coloca  o amor dos dois à prova, já que Claire está de volta à sua linha temporal correta, no século XX, enquanto Jamie continua no século XVIII.

E é assim que Diana Gabaldon inicia o seu livro, pegando o leitor de surpresa, com Claire, já nos seus 40 anos, e em 1968. Além de uma filha ruiva de 20 anos, chamada Brianna, que foi criada por Frank RandallNão sabemos como ou o porquê Claire voltou para o seu tempo, e é nessa obscuridade que Diana Gabaldon nos deixa por alguns capítulos. No início de a Libélula no Âmbar, Claire está viúva de Frank e ela e sua filha Brianna, para se afastar das memórias e do luto nos EUA, viajam para a Escócia. Claire está determinada a saber o que aconteceu com Jamie, e se ele realmente morreu na Revolução de 45. E em meio à memórias boas e dolorosas das Terras Altas, Claire também está determinada a contar para sua filha sobre Jamie, que é seu verdadeiro pai.

Na Escócia elas ficam hospedadas com Roger MacKenzie, filho adotivo do Reverendo Reginald Wakefield (que Claire conheceu com Frank no início de A Viajante do Tempo), e historiador que sabe sobre tudo o que aconteceu na Revolução de 45 — e que será futuro interesse amoroso de Brianna, além de outro mistério com o seus ancestrais. Em meio à buscas historiográficas, brumas, mistérios e lembranças, a narrativa volta para o século XVIII, onde Claire e Jamie fugiram da Escócia para a França, com o plano de impedir que Charles Stuart organize a Revolução de 1945 para retomar o trono escocês.

Na França, o casal deve fazer amizades influentes na corte francesa, participar de bailes luxuosos, e tramar traições políticas. Um dia normal e tranquilo na vida dos Fraser! Vários eventos acontecem na vida do casal — alguns bem trágicos — que levam a separação do casal, com Claire voltando grávida de Jamie para 1945; e, Jamie em 1745, tendo que lutar na revolta dos escoceses que estava fadada ao fracasso.

Eu tenho uma relação complicada com a Diana Gabaldon. Eu, como muitas pessoas, conheceu a sua obra através da série Outlander da Starz, e após o término da primeira temporada fui correndo ler o primeiro livro da série, A Viajante do Tempo, e me apaixonei ainda mais pela história de amor entre Claire e Jamie, e pela prosa de Diana, que consegue unir fantasia e fatos históricos como ninguém. Porém, tinha algumas ressalvas, ressalvas essas que ficaram mais acentuadas na leitura deste e do terceiro livro (apesar de estar fazendo a resenha só do segundo livro, já li as partes 1 e 2 de O Resgate no Mar).

A Libélula no Âmbar é um livro lento, que começa fora da ordem cronológica, e o leitor deve ser paciente para que a história comece a engrenar (o que me fez pausar a leitura por muito tempo), e com alguns desenvolvimentos de tramas e personagens um pouco discutíveis. Porém, longe de mim dizer que foi uma leitura ruim: Diana Gabaldon continua a me envolver com a sua história e com os seus personagens, e em vários momentos ela consegue esmagar o coração do leitor em mil pedacinhos (eu sei que o meu foi).

“— Eu vou encontrar você. — ele sussurrou em meu ouvido. — Eu prometo. Mesmo que eu tenha de suportar duzentos anos de purgatório, duzentos anos sem você — então essa é a minha punição, que eu mereci por meus crimes. Porque eu menti, matei, roubei; trai e quebrei confiança. Mas tem uma coisa que deverá estar na balança. Quando eu estiver na frente de Deus, eu terei uma coisa para dizer, para pegar contra todo o resto. — sua voz caiu. — Deus, você me deu uma mulher rara, e Deus! Eu a amei da maneira certa.”

ATENÇÃO ALGUNS SPOILERS ABAIXO

O meu primeiro grande problema durante a leitura de A Libélula no Âmbar foi a trama arrastada. Diana é um autora minuciosa em sua escrita, ela realmente gosta de detalhar e ela dá muita importância para detalhes: seja descrições de lugares e personagens, sejam tramas paralelas à principal. Bom, isso não é realmente um problema, e inclusive gosto quando os escritores trabalham cada detalhe da história que será importante para o futuro da trama. Isso significa que ele tem total controle sobre a história que quer contar, e isso é bom! Envolvendo o leitor aos poucos, e tramas que não são inicialmente importantes, quando o leitor menos espera se tornam de suma importância para o arco principal. Esse aspecto foi bem trabalhado em A Viajante do Tempo, que apesar de também ser extenso e cheio de detalhes e tramas paralelas, não foi (tão) arrastado quanto o seu sucessor.

Muitas tramas e personagens paralelos principalmente na França que no fim só serviram para encher a barriga do livro, o que é uma pena, pois muitos pareceram bem interessantes. Outros a narrativa fez parecer que seriam mais importantes do que  realmente foram (estou olhando pra você Conde de St. Germain!).

Outro ponto que é o que mais me incomodou (e piora no terceiro livro) foi o estupro como recurso narrativo para personagens femininas. Em A Viajante do Tempo, quando Claire viaja no tempo e vai parar em 1745,  logo quando pisa os seus pés naquele tempo, sofre uma tentativa de estupro de Jack Randall. Ao longo do primeiro livro, a personagem sofre outras tentativas de estupro. Você pode argumentar que como ela estava no século XVIII isso era algo “esperado” de se acontecer. Violência sexual era algo muito comum naquela época (não preciso nem falar que ainda é, não é?!), e nada acontecia com os agressores, pois era toda uma cultura patriarcal e misógina, onde a mulher não tinha nenhum direito, e eram vistas como meros ornamentos e reprodutoras…

Pois bem, eu concordo que como a história se passa no século XVIII seria “inevitável” a autora abordar esse assunto (apesar de que na maioria das vezes, acho esse recurso problemático e preguiçoso, mas enfim).  No entanto, quando se aborda um tema tão problemático, traumatizante e atual como o estupro, Diana como uma escritora do século XXI deveria abordar esse tema com mais delicadeza e mais impacto na vida das personagens femininas. Ela soube abordar o assunto quando se tratou de Jamie. O arco do estupro de Jamie e o seu trauma foi um dos mais cruéis, sofridos, e bem escritos da literatura atual. Diana soube lidar com o trauma que o Jamie passou de uma forma fantástica, afinal o personagem sofreu uma das piores violências que um ser humano pode sofrer: a de ter o seu corpo violado de tal forma, como se você fosse menos que um ser humano. Uma violência que uma vez sofrida afeta todo o seu psicológico e vários aspectos de sua vida, e para seguir em frente é difícil e doloroso.

O arco de Jamie não foi gratuito, e isso moldou o personagem em um nível psicológico muito alto e profundamente (e que ficará com ele, inclusive, nos próximos livros). E não foi algo de supetão que ele logo superou e seguiu em frente. Foram capítulos com Jamie lidando com o seu trauma. O mesmo não ocorre com suas personagens femininas. Claire não foi estuprada (pelo menos até o terceiro livro), mas ela sofreu inúmeras tentativas de estupro, ao longo do primeiro livro e no segundo (em uma cena em que a personagem estava grávida, inclusive), e em nenhum momento foi tratado com a seriedade e com o trauma necessários. Claire é uma personagem feminina que podemos caracterizar como personagem feminina forte, com características complexas, decidida, independente, etc. Mas, isso não quer dizer que ao sofrer repetidas tentativas de estupro ela simplesmente seguiria em frente, como se nada tivesse acontecido. Ninguém seguiria. Ao abordar um assunto tão sério como a violência sexual é necessário tirar um tempo para trabalhá-lo de forma apropriada e com calma. Não pode ser jogado como se fosse algo banal, ou “mais um perigo que Claire deve passar para Jamie vir salvá-la”. E isso para qualquer violência ou trauma. Por exemplo quando ocorre a morte de um personagem, o peso do luto deve ser trabalhado nos outros personagens. Assim o leitor cria empatia por aquela história, se tornando mais crível.

E a Claire não é a única personagem feminina de Diana Gabaldon a ter o estupro como recurso narrativo. Mary Hawkins é uma personagem que é introduzida nesse segundo livro, e em um ataque em que Claire (grávida) também sofre, Mary é estuprada. A partir de então pouco se desenvolve de seu trauma, só que obviamente a menina ainda está em choque e sofrendo, enquanto os personagens ao seu redor ficam com pena, mas ao mesmo tempo acham que ela já está irritando e que ela deve “engolir o choro e superar”. E no fim a menina ainda tem que se casar com Jack Randall… Mas o que esperar, se a autora não aborda isso corretamente nem com a sua personagem principal, e ainda tem umas declarações beeeem problemáticas e de culpabilização da vítima?! 

Mas como eu disse, a leitura de A Libélula no Âmbar não foi ruim, e inclusive me emocionei em vários momentos. Quero destacar o capítulo doloroso em que Claire sofre um aborto espontâneo da primeira filha do casal. É um capítulo doloroso e belamente escrito. O capítulo posterior com ela e Jamie tendo que lidar com essa perda é muito doloroso. Chorei muito e sofri com os dois. A cena de despedida de Claire e Jamie também foi uma das mais belas, emocionantes e tristes que a Diana já escreveu, e quebrou o meu coração em todos os pedaços possíveis! E no final, aquele fio de esperança quando Claire descobre que Jamie sobreviveu e que ela pode voltar para o passado!

Se você é fã da série Outlander e nunca leu os livros, fica aqui a minha dica para a leitura e para você conhecer a versão literária dos seus personagens preferidos e a escrita envolvente (apesar das minhas ressalvas) de Diana Gabaldon.

Os próximos livros são  O Resgate no Mar Partes 1 e 2, e eles também terão resenha aqui no Beco Literário, fiquem ligados!