Busca

scandal

Veja tudo o que rolou ontem (7) no Prêmio Multishow
Reprodução
Cultura, Música

Veja tudo o que rolou ontem (7) no Prêmio Multishow

Ontem, dia 7 de novembro, a 30ª edição do Prêmio Multishow de Música Brasileira, também conhecido como Prêmio Multishow 2023, realizou uma noite memorável com apresentação de Ludmilla, Tatá Werneck e Tadeu Schmidt. O evento, pela primeira vez transmitido em sinal aberto pela TV Globo, consagrou diversos artistas e promoveu momentos inesquecíveis.

Ludmilla foi um dos destaques da noite ao surpreender a todos cantando o Hino Nacional após esquecer a letra durante um momento na Fórmula 1. O público presente ovacionou a cantora, demonstrando um gesto de respeito e patriotismo, unindo-se a ela no canto do hino com mão no coração.

A representatividade do funk brasileiro também teve destaque com Tati Quebra Barraco e Valesca Popozuda premiando Dennis e Kevin O Chris com o título de Funk do Ano por “Tá OK”. Logo em seguida, Djonga e Sarah Guedes receberam o prêmio de Hip Hop do Ano com “Penumbra”.

O palco foi dominado por talentos da música brasileira, como BK’, que cativou os fãs do Twitter com sua apresentação de “Amanhecer”, sendo comparado a um “Kendrick Lamar brasileiro”. Filipe Ret também entregou uma performance impressionante.

 

O Prêmio de Show do Ano, apresentado por Sabrina Sato, concedeu o prêmio a “Numanice” por meio de uma votação popular, emocionando Ludmilla. As categorias do Prêmio Multishow 2023 foram divididas entre votação popular e votação da academia, reconhecendo a diversidade musical do Brasil.

A noite contou com homenagens emocionantes, como Liniker homenageando Erasmo Carlos com “Gente Aberta”, Pitty celebrando Rita Lee com “Esse Tal de Rock Enrow” e Glória Groove cantando “Vaca Profana”. Após os comerciais, artistas como Manu Bathidão, Marina Sena, Duda Beat e Pabllo Vittar brilharam com suas apresentações.

O prêmio de Sertanejo do Ano, apresentado por Deborah Secco e Roberta Miranda, foi concedido a Simone Mendes por “Erro Gostoso”. A artista também foi premiada com Hit do Ano, e sua performance no evento conquistou a fidelidade dos fãs.

Melly recebeu o prêmio de Revelação, patrocinado pela Latam Airlines, e se juntou a Jão, Iza e Lulu Santos para uma emocionante performance. Jão, por sua vez, levou o prêmio de Clipe TVZ do Ano por “Pilantra”, em parceria com Anitta, e apresentou “Alinhamento Milenar”, single de seu novo álbum, “Super“.

O universo da música cristã foi representado por Kleber Lucas, premiado por sua colaboração com Caetano Veloso em “Deus cuida de mim”. Iza Buzzi levou o troféu de Brasil com “Direitos Autorais”, e o prêmio de Pop do Ano ficou nas mãos de Iza e MC Carol por “Fé nas maluca”.

A categoria mais esperada da noite, “Álbum do Ano”, foi conquistada por Xande de Pilares com “Xande canta Caetano”, anunciada antes da incrível performance de Luísa Sonza, que emocionou o público com três músicas de seu novo álbum, “Escândalo Íntimo”.

Iza, a grande estrela da música brasileira, foi agraciada com o prêmio máximo da noite, “Artista do Ano no Prêmio Multishow”, em reconhecimento ao seu talento e contribuição para a cena musical do país.

Crítica: João Sem Deus - A Queda de Abadiânia (2023)
Mariana Caldas
Reviews de Séries, Séries

Crítica: João Sem Deus – A Queda de Abadiânia (2023)

João Sem Deus – A Queda de Abadiânia, dirigida por Marina Person, é a primeira série de coprodução internacional independente entre Brasil e Portugal, de Canal Brasil, Ventre Studio, Coral Europa e TVI. Em três episódios de 50 minutos, ela acompanha, pela perspectiva feminina, o escândalo que desmascarou o médium a partir de denúncias da imprensa, até sua prisão.

Eu (Gabu) sou completamente fascinado pelo caso João de Deus, ou pelo caso João Sem Deus, como diz o nome da série. Para mim, é um crime com tantas camadas, tanta podridão da existência humana que só lendo e assistindo reportagens dos mais variados pontos de vista que consigo chegar próximo de uma compreensão de que sim, isso existiu e isso aconteceu. Não é ficção. Aconteceu em Abadiânia e ainda acontece em muitos outros templos religiosos do mundo.

A série, inspirada em eventos reais, começa contando a história de Carmem, que chegou em Abadiânia com a irmã Cecília, que estava com um tumor seríssimo no cérebro e quase sem nenhuma visão. Ela é uma mulher de muita fé, que depois de “presenciar o milagre” com a irmã, acaba ficando na cidade e ajudando na Casa Dom Inácio de Loyola, formando sua família e ficando por lá. Em Abadiânia, ela se apaixona por Lindinho, o braço direito de João Teixeira, com quem tem uma filha, Ariane. Juntos, além de trabalharem na casa, eles comandam uma pousada, que é aprovada pela entidade.

A série mostra o cotidiano de Carmem, até que as primeiras denúncias sobre o médium chegam na mídia, por meio do programa de Pedro Bial. Enquanto isso, Cecília, que está completamente curada, vive em Lisboa e é convencida por uma amiga, jornalista da CNN Portugal a relatar o que ela passou nas mãos do médium. Ela não quer reviver aquilo, mas ao voltar para o inferno, como ela chama Abadiânia, sente que precisa fazer a sua parte. Encorajada por centenas de mulheres quem estão indo a público, Cecília resolve contar sua história.

Na primeira vez em que visitou A Casa, com a irmã, ela foi selecionada para um atendimento particular com João de Deus. Com a visão quase toda comprometida, foi na sala, na presença da irmã, que ela foi abusada pelo falso profeta. E é nesse ponto que a série retrata, de forma fiel e extremamente gráfica, a história de Cecília. É chocante de assistir, mas necessário para que a gente não esqueça e, acima de tudo, lute contra a impunidade que o criminoso recebe nos dias de hoje.

A sequência da série se dá com Ceci contando a história para Carmem, que não acredita, afinal, ela trabalha muitos anos na Casa, já viu curas acontecerem e nunca viu nenhum desvio de conduta de João. Mas a história começa a mudar quando Lindinho, seu marido e braço direito de João, começa a esconder provas contra o médium, a encobrir a Casa e a falar que homem é homem. Que João, é sim, médium, mas acima de tudo, é homem.

Incomodada com a forma como a Casa vem sido deturpada por conta de João, Carmem continua fiel à sua fé do que acontece ali, mas passa a ficar com um pé atrás com o João. Sentimento que é reforçado quando ela descobre que Ariane, sua filha, foi abusada pelo médium desde que era uma criança. A menina, que não havia entendido que aquilo era um abuso até o momento em que ouviu as histórias, acaba confiando e contando tudo para a tia, Cecília.

A trama se desenrola mostrando o ponto de vista diferente de três mulheres: Carmem é a fé, nos poderes de cura, na fé e no trabalho que é feito ali dentro. Cecília é a vítima que foi abusada em frente a irmã, que estava de olhos fechados e não viu, mas também demorou para acreditar na versão dela e Ariane, que é uma garota que cresce em Abadiânia e com o “tio João” e descobre que sim, aquilo que aconteceu com ela foi um abuso e ela não tem culpa e não precisa sentir vergonha.

É uma série extremamente bem produzida, com um roteiro impecável e super fiel aos fatos do caso. Obviamente que há efeitos dramáticos e há ficção ali, por ser um produto televisivo, mas a forma gráfica como os acontecimentos reais são demonstrados faz a gente questionar até que ponto falhamos como seres humanos, até que ponto a justiça foi feita ou até que ponto, deixamos o nosso fanatismo nos cegar.

João de Deus usou da fé humana para ludibriar, para enganar e para manipular centenas de milhares de pessoas em todo o mundo. E não são apenas pessoas com baixo grau de instrução, pessoas devotas ou pessoas sem pensamento crítico: todo mundo caiu em sua lábia. Até que ponto um mestre, um guru, ou um médium é tão poderoso assim a ponto de ser colocado em um pedestal e responder de lá de cima? Até que ponto vamos nos colocar em posição de inferioridade para essas figuras, deixando-as em uma posição de que elas sabem mais que nós? De que suas intuições são mais valiosas que as nossas?

É um ponto de reflexão sobre a nossa fé, mas que, de forma alguma, deve ser usado como forma de culpar as vítimas. Um ser humano em fragilidade é capaz de qualquer coisa para salvar sua vida. O ser humano é movido por uma pulsão de vida, por um instinto de sobrevivência, então sim, a gente se entrega e só depois é que somos capazes de dar conta do que aconteceu. E quando isso acontece, achamos que a culpa é nossa. Cecília chegou a pensar isso na série. Ariane disse que não sabia direito o que tinha acontecido e que achava que pudesse até ter gostado… Vítimas são vítimas. Não importa o quê.

“As três protagonistas representam as mulheres reais que começaram o escândalo: Carmem representa a fé nos poderes de cura de João de Deus, Cecília representa as vítimas de abuso e Ariane (filha da Carmem) faz o papel de uma menina que só percebe que foi abusada após a fala de outras mulheres”, explica a diretora Marina Person.

Marco Nanini é o antagonista da trama: “O convite para participar de ‘João Sem Deus’ me fez mergulhar na história que inspira a série, que conta com um roteiro excelente, uma diretora muito talentosa e um grupo de atores que admiro”, diz o ator.

A atriz Karine Teles interpreta Cecília, a irmã que sofre abuso sexual: “Precisamos falar sobre abuso de poder, mentiras e ganância, mais do que nunca. Essa história é próxima da gente aqui no Brasil, mas é tristemente universal. Aceitei participar desse projeto delicado e difícil porque acredito no poder restaurador da arte. Espero que chegue nas pessoas e provoque reflexões em cada um de nós”.

Já Bianca Comparato vive a protagonista Carmem, a irmã que acredita nos poderes do médium: “O que me atraiu nesse projeto foi a abordagem para contar a história da queda de João de Deus, mas pela perspectiva feminina. Até o começo da série, a minha personagem, Carmem, está cega em relação aos relatos de abusos, mas, aos poucos, vai entendendo o monstro que está ao seu lado. Ela chega a se perguntar a quem ela foi devota por todo esse tempo, a Deus ou ao diabo? É sobre essa dúvida de Carmem e sua dificuldade de aceitar que ela não ajudou mulheres abusadas”.

A produção de “João Sem Deus – A Queda de Abadiânia” tem a predominância feminina na equipe, principalmente nas posições de liderança, nas quais as decisões criativas e executivas são tomadas por mulheres. O projeto teve acompanhamento da Bem Querer Mulher, iniciativa de acolhimento integral a mulheres que sofrem violência no Brasil, para a leitura sensível dos roteiros e apoio presencial no set durante as filmagens das cenas mais delicadas.

“Sou sobrevivente de abuso sexual, então esse tema me toca muito. Tivemos um cuidado e sensibilidade enormes na sala de roteiro por se tratar de vidas reais dessas mulheres, traumas que ainda não cicatrizaram para elas. Um desafio grande foi ter empatia com as mulheres que estavam ao lado do João, trabalhando dentro da Casa. Mas sempre acreditamos que o ponto de vista delas merecia ser contado e honrado. Elas também foram vítimas em muitos níveis”, pontua Patricia Corso, roteirista e cocriadora da série.

“A trama nunca é contada sob o ponto de vista do abusador, mas das sobreviventes que enfrentaram a rede de proteção e o silenciamento que permitiu que esses abusos continuassem por tanto tempo. É uma história, infelizmente, ainda muito relevante no Brasil – tanto pela perigosa associação entre fé e política, quanto pela cada vez mais frequente utilização de discursos morais e religiosos para acobertar estupros, misoginia, usurpação financeira e exploração sexual”, afirma Leo Moreira, roteirista e cocriador da série.

João Sem Deus – A Queda de Abadiânia” foi gravada em Portugal e no Brasil e o set teve apoio da ONG Cinema Verde. Essa é uma iniciativa que visa reduzir o impacto ambiental causado pelas produções audiovisuais. As vendas internacionais são lideradas pela Onza Distribution e começaram em outubro, na MIPCOM.

Veja o teaser de "João Sem Deus - A Queda de Abadiânia", com Bianca Comparato, Karine Teles e Marco Nanini
Mariana Caldas
Estreias, Filmes

Veja o teaser de “João Sem Deus – A Queda de Abadiânia”

A série “João Sem Deus – A Queda de Abadiânia”, que tem sua premiére mundial no dia 5 de outubro no IberSeries & Platino Indústria, um dos maiores encontros da indústria audiovisual ibero-americana, acaba de ganhar um teaser com imagens inéditas, veja:

O projeto tem pré-estreia no dia 9 de outubro em sessão no Festival do Rio e estreia dia 13 no Canal Brasil. Primeira série de coprodução internacional independente no Brasil e em Portugal, de Ventre Studio, Canal Brasil, Coral Europa e TVI, a obra é dirigida por Marina Person e conta com o ator Marco Nanini no papel de João de Deus e um grande elenco: Bianca Comparato, Karine Teles, Antonio Saboia e as atrizes portuguesas Ana Sofia Martins e Dalila Carmo. Os três episódios ficam disponíveis no Globoplay + Canais a partir da estreia.

A série ficcional inspirada em eventos reais conta a história de duas irmãs que chegaram a Abadiânia 17 anos antes da prisão de João de Deus. Uma delas sai do país após os abusos sofridos, enquanto a outra se torna uma fiel funcionária do médium, afirmando que vivenciou o milagre da cura da irmã. A trama se desenrola durante o reencontro das duas irmãs, que culmina em um surpreendente plot twist.

“As três protagonistas na nossa série representam as mulheres reais que começaram o escândalo: Carmem representa a fé nos poderes de cura de João de Deus, Cecília representa as vítimas de abuso e Ariane (filha da Carmem) faz o papel de uma menina que só percebe que foi abusada após a fala de outras mulheres”, explica a diretora Marina Person.

Nanini é o antagonista da trama: “O convite para participar de ‘João Sem Deus’ me fez mergulhar na história que inspira a série, que conta com um roteiro excelente, uma diretora muito talentosa e um grupo de atores que admiro”, diz o ator.

A atriz Karine Teles interpreta Cecília, a irmã que sofre abuso sexual: “Precisamos falar sobre abuso de poder, mentiras e ganância, mais do que nunca. Essa história é próxima da gente aqui no Brasil, mas é tristemente universal. Aceitei participar desse projeto delicado e difícil porque acredito no poder restaurador da arte. Espero que chegue nas pessoas e provoque reflexões em cada um de nós”.

Já Bianca Comparato vive a protagonista Carmem, a irmã que acredita nos poderes do médium: “O que me atraiu nesse projeto foi a abordagem para contar a história da queda de João de Deus, mas pela perspectiva feminina. Até o começo da série, a minha personagem, Carmem, está cega em relação aos relatos de abusos, mas, aos poucos, vai entendendo o monstro que está ao seu lado. Ela chega a se perguntar a quem ela foi devota por todo esse tempo, a Deus ou ao Diabo? É sobre essa dúvida de Carmem e sua dificuldade de aceitar que ela não ajudou mulheres abusadas. A obra é um thriller eletrizante e sem dúvida é uma grande personagem”.

O ator Antonio Saboia também compõe o elenco, na pele de Lindinho, braço direito de João de Deus: “O projeto me seduziu por ter um roteiro forte sobre a escuridão dos nossos falsos profetas. É um privilégio poder trabalhar com Marina Person, Paula Cosenza, Marco Nanini, Karine Teles, Bianca Comparato e tantos outros talentos. Lindinho é um papel totalmente diferente do que já fiz antes e um desafio e tanto”.

A produção de “João Sem Deus – A Queda de Abadiânia” tem a predominância feminina na equipe, principalmente nas posições de liderança, nas quais as decisões criativas e executivas são tomadas por mulheres. O projeto também possui o acompanhamento da Bem Querer Mulher, iniciativa de acolhimento integral a mulheres que sofrem violência no Brasil, para a leitura sensível dos roteiros e apoio presencial no set durante as filmagens das cenas mais delicadas.

“Sou sobrevivente de abuso sexual, então esse tema me toca muito. Tivemos um cuidado e sensibilidade enormes na sala de roteiro por se tratar de vidas reais dessas mulheres, traumas que ainda não cicatrizaram para elas. Um desafio grande foi ter empatia com as mulheres que estavam ao lado do João, trabalhando dentro da Casa. Mas sempre acreditamos que o ponto de vista delas merecia ser contado e honrado. Elas também foram vítimas em muitos níveis”, pontua Patricia Corso, roteirista e cocriadora da série.

“A trama nunca é contada sob o ponto de vista do abusador, mas das sobreviventes que enfrentaram a rede de proteção e o silenciamento que permitiu que esses abusos continuassem por tanto tempo. É uma história, infelizmente, ainda muito relevante no Brasil – tanto pela perigosa associação entre fé e política, quanto pela cada vez mais frequente utilização de discursos morais e religiosos para acobertar estupros, misoginia, usurpação financeira e exploração sexual”, afirma Leo Moreira, roteirista e cocriador da série.

“João Sem Deus – A Queda de Abadiânia” foi gravada em Portugal e no Brasil e o set teve apoio da ONG Cinema Verde. Essa é uma iniciativa que visa reduzir o impacto ambiental causado pelas produções audiovisuais. As vendas internacionais são lideradas pela Onza Distribution e começaram em outubro, na MIPCOM.

Escritor denuncia uso de religião para disseminar discurso de ódio em livro de poemas
Divulgação
Livros, Novidades

Escritor denuncia uso de religião para disseminar discurso de ódio em livro de poemas

Em 10 de julho, a Justiça determinou a retirada das redes sociais de um vídeo com conteúdo discriminatório contra a população LGBTQIA+, que incitava a violência física contra esse grupo, proferido por um pastor nacionalmente conhecido durante um culto transmitido pela internet. A Justiça entendeu, em sua decisão, que o que se via na pregação divulgada nas redes sociais ultrapassava em muito a liberdade de religião e de expressão.

+ Censura na Bienal do Rio: como foi e o que podemos fazer sobre

Em poemas de seu livro recém-lançado, “O poeta toma a pólis” (Editora Patuá), o poeta e escritor Teofilo Tostes Daniel aborda o uso da religião como escudo para quem dissemina discursos de ódio. No poema que encerra a primeira parte do livro, intitulado “Se eu acreditasse num deus”, o autor fala da incapacidade de crer num Deus “que é menos capaz / de acolher o múltiplo e o diverso / do que a própria humanidade”, afirmando por fim que se fosse tocado pela graça de crer, sua divindade seria “mais amor // do que o amor condicional / dos deuses / em que jamais fui capaz de crer”.

Mais adiante no livro, o tema dos usos da crença é abordado em poemas como “Inverdades não digo”, no qual Teofilo versifica “O contrário do sagrado / não é o profano, / mas a ignomínia // cometida em nome da faca amolada / que é a fé / cega”. E volta com força no último poema do livro. Espelhado na estrutura da oração do “Pai nosso”, o poeta faz uma oração à incerteza, pedindo aos deuses e às deusas de todas as crenças que “santifiquem minhas dúvidas, / e multipliquem em meus olhos / perguntas e questionamentos”.

Em contraponto ao discurso dogmático que cria condenações, “O poeta toma a pólis” exalta a necessidade da exaltação do amor em todas as formas, aliando-se à tão atacada comunidade LGBTQIA+. Esse tema está presente já no poema de abertura do livro, intitulado “É urgente espalhar amor”, que chama a atenção para o fato de que “são tempos miseráveis / aqueles em que o amor / é motivo de escândalo e perplexidade, / e o ódio, / aplaudido de pé, / se alastra como uma praga / na boca e nas mãos de tantos / e na morte e no massacre / de quem ousa ser, / mesmo que involuntariamente, // o Outro.”

Num momento histórico repleto de desafios e urgências, após uma pandemia planetária de consequências catastróficas – em especial no nosso país – e com a humanidade tentando adiar o fim do mundo, por que a poesia ainda importa?

É a partir dessa pergunta central que nasce “O poeta toma a pólis”, obra em que a poesia ocupa um lugar de resistência e testemunho, além de servir de matéria essencial para sonhar um mundo onde a diversidade humana é celebrada.

Série documental 'Se eu fosse Luísa Sonza' estreia dia 13 de dezembro na Netflix
Julia Rodrigues
Estreias, Filmes

Série documental ‘Se eu fosse Luísa Sonza’ estreia dia 13 de dezembro na Netflix

Ela tem número, é artista e não é só a música que diz. Até porque agora ela também tem um documentário para chamar de seu. Se Eu Fosse Luísa Sonza, série documental de uma das maiores artistas do pop nacional na atualidade, estreia globalmente na Netflix dia 13 de dezembro. Na produção, o público conhecerá a fundo o processo criativo por trás de seu novo álbum, Escândalo Íntimo, que bateu recordes nas paradas musicais do Brasil e do mundo. Além disso, os episódios vão mostrar os bastidores de sua vida pessoal e carreira nos palcos e estúdios, revelando aos fãs o que ainda poucos conhecem sobre Luísa.

+ O que Luísa Sonza e Vitão nos ensinam sobre responsabilidade afetiva

Criado e produzido pela Conspiração sob a direção de Isabel Nascimento Silva, Se eu fosse Luísa Sonza terá 3 episódios.

Sobre a Netflix
A Netflix é um dos principais serviços de entretenimento do mundo. São mais de 238 milhões de assinaturas pagas em mais de 190 países com acesso a séries, filmes e jogos de diversos gêneros e idiomas. Assinantes podem assistir, pausar e voltar a assistir a um título quantas vezes quiserem em qualquer lugar e alterar o plano a qualquer momento.

Sobre a Conspiração
A Conspiração é a produtora independente brasileira mais indicada ao Emmy Internacional. Vencedora do maior prêmio da TV mundial com A Mulher Invisível (Melhor Comédia) é também realizadora de séries como Sob Pressão (TV Globo), Magnífica 70 (HBO), 1 Contra Todos (FOX) e Reality Z (Netflix). No cinema, participou dos festivais de Cannes, Berlim, Veneza, Toronto e foi responsável pelos sucessos de bilheteria Vai Que Cola, Eu Tu Eles e 2 Filhos de Francisco – indicação oficial do Brasil ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

Divulgação
Filmes, Séries

Canal Brasil comemora 25 anos com programação especial

Canal Brasil completa 25 anos no dia 18 de setembro e, no mês do aniversário, terá quase 80% de sua grade voltada para a comemoração. Com uma curadoria cuidadosa, a programação do canal vai celebrar e homenagear a sua história, além de estrear uma série inédita. Criada por André Barcinski e Marcelo Caetano, “Notícias Populares” tem lançamento marcado para o dia 29 e será protagonizada por Luciana Paes. A atração volta aos anos 1990 e aborda com bom humor as principais histórias do polêmico jornal que circulou por 38 anos em São Paulo. No elenco, ainda estão Ana Flávia Cavalcanti, Luiz Bertazzo, Ary França, e Tuna Dwek, além de uma participação especial de Bruna Linzmeyer.

"Uma Paciência Selvagem me Trouxe Até Aqui"

“Uma Paciência Selvagem me Trouxe Até Aqui”

Entre os destaques, está a Mostra Canal Brasil 25 anos, que vai exibir, aos sábados e domingos, 36 coproduções de ficção como “Cine Holliúdy”, de Halder Gomes; “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles; e “Marte Um”, de Gabriel Martins. A grade conta também com maratonas de séries coproduzidas pelo canal, como “Os Últimos Dias de Gilda” e “Lei da Selva – A História do Jogo do Bicho”, e edições especiais do Cinejornal, que vão ao ar de segunda a sexta, às 13h15, e aos sábados e domingos, às 18h30.

Quatro faixas especiais completam a programação festiva: uma dedicada a curtas-metragens vencedores do Prêmio Canal Brasil de Curtas; outra com documentários sobre diferentes temas como cultura, política, religião e meio-ambiente; a “Faixa Retrô”, com programas de apresentadores que marcaram a história do canal, como “Amigos, Sons e Palavras” (Gilberto Gil), “Espelho” (Lázaro Ramos), “Tarja Preta” (Selton Mello), “Rolo Extra” (Pedro Bial), “TransMissão” (Jup do Bairro e Linn da Quebrada) e “Arte do Encontro” (Tony Ramos e Bárbara Paz); e a “Faixa Musical”, com  exibição de shows de artistas como Chico Buarque, Zeca Pagodinho, Ney Matogrosso, Alcione e Seu Jorge, todos produzidos pelo Canal Brasil.

Mostra Canal Brasil 25 Anos celebra a união entre o canal e a sétima arte. Principal coprodutor do cinema brasileiro, o Canal Brasil atingiu a marca de 400 longas coproduzidos e, considerando o mercado internacional, é um dos mais atuantes do mundo. Além do grande volume de filmes, o Canal Brasil teve nos últimos anos presença constante e consistente nos principais festivais internacionais, resultado da curadoria e de um olhar apurado para o cinema independente. A programação especial conta com quatro filmes por dia e vai ao ar aos sábados e domingos de setembro, sempre a partir das 19h. “Mussum, um filme do Cacildis”, de Susanna Lira, abre a mostra no dia 2, seguido por “Bob Cuspe – Nós não gostamos de gente”, de Cesar Cabral; “Cine Holliúdy”, de Halder Gomes; e “Três Verões”, de Sandra Kogut. No domingo, serão exibidos Aeroporto Central”, de Karim Aïnouz; “Deslembro”, de Flávia Castro; “O Traidor”, de Marco Bellocchio; e “Rasga Coração”, de Jorge Furtado.

O Prêmio Canal Brasil de Curtas é realizado, desde 1998, nos principais festivais de cinema do país – como Festival de Gramado, É Tudo Verdade, Tiradentes e Brasília – com júris compostos por jornalistas e críticos de cinema. E, há 25 anos, o canal valoriza o formato e exibe curtas em sua grade todos os dias. Na faixa Prêmio Canal Brasil de Curtas serão exibidos, de terça a sexta, às 22h, 21 filmes vencedores do troféu. Para começar a programação comemorativa, o canal exibe, dia 5, o inédito “Fantasma Neon”, de Leonardo Martinelli, premiado no Festival de Cinema de Gramado em 2022. No dia 6, é a vez de “Cadê Heleny?”, de Esther Vital, vencedor do prêmio no Festival É Tudo Verdade em 2022. Dirigido por Érica Sarmet e protagonizado por Zélia Duncan, “Uma Paciência Selvagem me Trouxe Até Aqui” ganhou o troféu na 25° Mostra de Cinema de Tiradentes e vai ao ar na quinta, dia 7. “Inabitáveis”, de Anderson Bardot, ganhador da categoria no Festival Mixbrasil de 2020, encerra a primeira semana da mostra no dia 8.

"Alcione – O Samba É Primo do Jazz"

“Alcione – O Samba É Primo do Jazz”

O cinema ocupa cerca de 80% da grade de exibição do Canal Brasil, com filmes de ficção e documentais, que também ganham uma faixa especial em setembro. A Faixa Documentários vai apresentar, de segunda a sexta, a partir das 13h30, produções e coproduções que trazem à tona temas relevantes como política, religião, sexo, cultura, esporte, meio-ambiente e etnia. O escolhido para dar início à mostra no dia 4 é “Chacrinha – Eu Vim Para Confundir e Não Para Explicar”, de Micael Langer e Cláudio Manoel. Entre os destaques da primeira semana ainda estão “Alcione – O Samba É Primo do Jazz”, de Angela Zoé, e “Amazônia – O Despertar da Florestania”, de Christiane Torloni e Miguel Przewodowski, que vão ao ar dia 5; “Dossiê Jango”, de Paulo Henrique Fontenelle, que será exibido dia 6; “Migliaccio, O Brasileiro em Cena”, de João Mariano, Alexandre Rocha e Marcelo Pedrazzi, na programação do dia 7; e “Brasil na Pista – O Filme”, de Ernesto Rodrigues, que vai ao ar na sexta, 8.

Para entregar ao público uma programação diversa, o time de apresentadores do Canal Brasil já reuniu nomes como Fernanda Montenegro, Gilberto Gil, Andreia Horta, Charles Gavin, Lázaro Ramos,, Linn da Quebrada, J, Laerte, Zé do Caixão, Rogéria, Selton Mello, Marisa Orth e até Pedro Bial, que foi o primeiro de todos. A Faixa Retrô relembra encontros incríveis que já aconteceram ao longo dos 25 anos do canal de terça a sexta, às 12h45 e às 21h30. Na primeira semana da programação, serão exibidos episódios de atrações icônicas, como a entrevista de Peréio com Dercy Gonçalves no “Sem Frescura” e a conversa entre Lázaro Ramos e Criolo no “Espelho”, que vão ao ar na terça, 5; o episódio de “Escândalo” em que Ângela Ro Ro recebe Ney Matogrosso, na tarde do dia 6; “Tarja Preta” com Selton Mello e Paulo José, que será exibido dia 7; e o episódio de “Bipolar Show” que traz o encontro entre Michel Melamed e Letícia Colin, hoje casados e com um filho, que vai ao ar na sexta, 8.

"Alcione – O Samba É Primo do Jazz"

“Alcione – O Samba É Primo do Jazz”

Na casa do cinema brasileiro também toca muita música. O Canal Brasil virou referência do melhor da música brasileira, gravando mais de 200 shows de grandes artistas do país. Na celebração dos 25 anos, o canal também abre espaço para a música, na “Faixa Musical”, que ocupa a grade de setembro de terça a sábado, a partir das 8h15. Na primeira semana do mês, do dia 5 ao dia 9, vão ao ar performances memoráveis como “Sambabook – Zeca Pagodinho” (2014), “Sambabook – João Nogueira” (2012), “Beth Carvalho – Ao Vivo no Parque Madureira” (2014), “Sambabook – Dona Ivone Lara” (2015), “Margareth Menezes – Naturalmente Acústico” (2010), “Sambabook – Jorge Aragão” (2016), “Sambabook – Martinho da Vila” (2013), e “Alcione – Eterna Alegria” (2014).

As séries, de ficção e documentais, ganham cada vez mais espaço na grade do Canal Brasil e também serão lembradas na programação festiva de setembro. Entre o dia 1º e o dia 30, serão exibidas algumas das melhores séries coproduzidas pelo canal em formato de maratona. A escolhida para dar início à mostra no dia 1º, a partir de 23h30, é “Os Últimos Dias de Gilda”, protagonizada por Karine Teles e criada e dirigida por Gustavo Pizzi. A produção é a primeira série brasileira selecionada para participar da Berlinale Series, mostra do Festival de Berlim e conta a história de Gilda, uma mulher livre, no mais amplo sentido da palavra. No dia 8, vai ao ar “Toda Forma de Amor”, de Bruno Barreto, a partir das 23h30. A obra retrata de forma eletrizante relações afetivas que fogem do modelo heteronormativo e monogâmico e apresenta múltiplas possibilidades de afeto entre personagens de sexualidade fluida, em uma história que tem como pano de fundo uma sequência de assassinatos.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

Livros

Livraria da Vila traz seleção de livros para o público jovem com até 40% de desconto

Focada nos jovens leitores, um dos grupos que mais leem no Brasil, a Livraria da Vila preparou uma seleção de títulos voltado ao público entre 13 e 29 anos com descontos de até 40%. São diversos livros queridinhos da Geração Z, como “Vermelho, Branco e Sangue Azul”, “Um de Nós Está Mentindo”, “Almanaque Heartstopper” e “As Garotas que eu fui”, que ganharam recentes adaptações na Netflix, depois de se tornarem bestsellers.

A iniciativa da Livraria da Vila vai ao encontro da pesquisa da Nielsen BookScan, realizada em 2022, e divulgado pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), sobre o hábito de leitura entre os jovens. De acordo com a pesquisa, crianças e adolescentes apresentam as maiores proporções entre os leitores da população. Na faixa de 11 a 13 anos, eles representam 84% dos consumidores de livros. Entre 14 e 17 anos, são 75%. Os jovens de 18 a 29 anos compuseram o quadro que mais cresceu, passando de 63% para 72% no período de um ano de pandemia.

Confira abaixo a lista de títulos que a Livraria da Vila preparou, e quais as lojas participantes. Ação válida até 31 de janeiro, também no site www.livrariadavila.com.br.

Título: Um de Nós Está Mentindo

Autor: Karen M. Mcmanus

Editora: Galera Record

Sinopse: Cinco alunos entram em detenção na escola e apenas quatro saem com vida. Todos são suspeitos e cada um tem algo a esconder. Até onde você iria para proteger o seu segredo? Esta é a história de “Um de nós está mentindo”, livro que deu início a duologia de sucesso “Um de nós”, e teve enredo adaptado para uma série de TV eletrizante na Netflix. Seriam os quatro adolescentes cúmplices de um crime ou vítimas perfeitas de um assassino que continua à solta?  Desvende todos os mistérios e descubra quem é o assassino do colégio Bayview.

 

Título: Vermelho, Branco e Sangue Azul

Autor: Casey Mcquiston

Editora: Seguinte

Sinopse: Nova edição da história que já conquistou milhares de leitores no Brasil, com capa dura, novo design, guardas ilustradas, laterais coloridas, e um capítulo inédito narrado pelo ponto de vista de Henry. O que pode acontecer quando o filho da presidenta dos Estados Unidos se apaixona pelo príncipe da Inglaterra? Para evitar um desastre diplomático, eles passam um fim de semana fingindo ser melhores amigos, e não demora para que essa relação evolua para algo que nenhum dos dois poderia imaginar — e que não tem nenhuma chance de dar certo.  “Vermelho, branco e sangue azul é escandalosamente divertido. É romântico, sexy, espirituoso e emocionante. Amei cada segundo.” — Taylor Jenkins Reid, autora de Daisy Jones & The Six e Os sete maridos de Evelyn Hugo.

 

Título: As Garotas Que Eu Fui

AutorHolly Black, Cassandra Clare

Editora: Rocco

Sinopse: Três adolescentes. Dois ladrões de banco. Apenas uma saída. O nome dela é Nora… no momento. Ela já foi muitas outras garotas: Rebecca, Samantha, Haley, Katie e Ashley. A vida de mentiras não foi sua escolha, e sim sua herança enquanto filha de uma golpista. A criminosa, cujos alvos sempre foram homens fora da lei, usava a filha como acessório em todos os seus trambiques. Mas quando um dos esquemas da mãe se transformou em paixão, Nora resolveu que era a sua vez de aplicar um golpe e desapareceu. Já faz cinco anos que Nora finge ser normal, mas ela sabe que, na sua vida, as coisas nunca permanecem calmas por muito tempo. Em meio a uma situação que já era esquisita, junto com o ex-namorado e a amiga deles (com quem ela está saindo atualmente), Nora se vê vítima de um assalto a banco. Por um lado, ela sabe que tem a lábia necessária para tirar os reféns vivos dali. Por outro, os assaltantes não sabem quem ela realmente é – uma garota que tem muito a esconder… Em breve um filme da Netflix estrelado por Millie Bobby Brown, “As garotas que eu fui” é perfeito para fãs de Um de nós está mentindo, um thriller psicológico que vai manter os leitores roendo as unhas até a última página.

 

Título: Eu Beijei Shara Wheeler

Autor: Casey Mcquiston

Editora: Seguinte

Sinopse: Da mesma autora de Vermelho, branco e sangue azul, uma história cheia de reviravoltas sobre o que acontece quando você se apaixona pela pessoa que menos espera. Chloe Green está a um passo de terminar o ensino médio e deixar False Beach, a cidadezinha ultraconservadora onde vive, para trás. Mas, antes disso, ela tem um último objetivo a cumprir: ser eleita a melhor aluna do colégio e a oradora da turma. Seu único obstáculo? Shara Wheeler, a garota mais popular da cidade, que arranca suspiros por onde passa. Só que, faltando pouco mais de um mês para a formatura, Shara simplesmente desaparece. Decidida a encontrá-la para tirar a história a limpo, Chloe logo se vê em uma busca bastante inusitada: Shara espalhou vários cartões pela cidade, dando pistas sobre o seu paradeiro e revelando uma personalidade até então desconhecida — e que pode mudar completamente os planos de Chloe.

 

Título: Você Não É Invisível

Autor: Lázaro Ramos

Editora: Objetivo

Sinopse: Em seu novo livro, Lázaro Ramos escreve pela primeira vez para os jovens. Os irmãos Carlos e Vitória, mesmo vivendo num mundo repleto de maneiras de se comunicar, muitas vezes se sentem sozinhos, confusos e até mesmo invisíveis — mas os desafios encontrados, representarão importantes passos no fortalecimento de suas identidades. Esta é a história de uma família em quarentena. Carlos e Vitória são irmãos e moram com o pai, mas só o encontram no fim do dia. Muito diferentes um do outro, se expressam cada um a seu modo. Porém, possuem uma mesma motivação: entender seu lugar no mundo. O autor explora os muitos jeitos que temos de nos comunicar e com linguagem ágil, esse livro nos ensina que, se temos de encarar nossos monstros, que o façamos com coragem, segurando na mão de quem nos ama e quer bem — porque ninguém é, ou deveria se sentir, invisível.

 

Título: Assim Você Me Mata

Autor: Karen Mcmanus

Editora: Galera Record

Sinopse: “Mais um instigante thriller colegial de Karen M. McManus, autora do best-seller “Um de nós está mentindo”. Quando Cal, Ivy e Mateo resolvem matar aula em um dia particularmente ruim, eles não imaginavam como as coisas poderiam piorar tanto – e que alguém acabaria morto. Ex-amigos do ensino fundamental, os três alunos do Colégio Carlton tinham se afastado no ensino médio, mas em uma terça-feira aparentemente comum, suas vidas se entrelaçam para sempre quando decidem seguir um colega que também resolveu escapar das aulas. E acabam o seguindo até o local de sua morte. No lugar errado e na hora errada, os três estudantes se envolvem cada vez mais no misterioso assassinato.

 

Título: Mentirosos

Autor: E. Lockhart

Editora: Seguinte

Sinopse: Um suspense moderno e sofisticado, Mentirosos é impossível de largar até que todos seus mistérios sejam desvendados. A prosa lírica e o estilo seco e denso farão você mergulhar de cabeça no mundo dos Sinclair, uma família rica e tradicional, e nas crescentes angústias da protagonista Cadence – para então vir à tona completamente impactado. Na família Sinclair, ninguém é carente, criminoso, viciado ou fracassado. Mas talvez isso seja mentira. Os Sinclair são uma família rica e renomada, que se recusa a admitir que está em decadência e se agarra a todo custo às tradições. Assim, todo ano o patriarca, suas três filhas e seus respectivos filhos passam as férias de verão em sua ilha particular. Cadence – neta primogênita e principal herdeira -, seus primos Johnny e Mirren e o amigo Gat são inseparáveis desde pequenos, e juntos formam um grupo chamado Mentirosos. Durante o verão de seus quinze anos, as férias idílicas de Cadence são interrompidas quando a garota sofre um estranho acidente. “Emocionante, bonito e devastadoramente inteligente, “Mentiroso”s é absolutamente inesquecível.” — John Green, autor de A culpa é das estrelas.

 

Título: Lembra Aquela Vez

Autor: Adam Silvera

Editora: Rocco

Sinopse: Edição especial do livro de estreia de Adam Silvera, com uma introdução de Angie Thomas, autora de O ódio que você semeia, e um capítulo inédito intitulado “Um final mais feliz”. Aaron Soto tem dezesseis anos e vive no Bronx, em Nova York. Faz poucos meses desde que encontrou o pai morto no banheiro de casa com sua própria navalha de barbear. Depois desse evento traumático, ele tenta reconstruir sua vida aos poucos e se reaproxima de Genevieve, sua amorosa namorada que o tem apoiado, da família e dos amigos do bairro. Nessa mesma época, surge um novo vizinho chamado Thomas, e ele e Aaron logo se tornam grandes amigos. Conforme a amizade entre os dois se aprofunda, Aaron percebe que compartilha coisas com Thomas que jamais contou para ninguém, nem mesmo para a namorada. Logo fica claro que Aaron está apaixonado por Thomas. Isso é um problema; sua relação com Genevieve, que estava ficando mais séria, corre perigo, assim como o próprio Aaron: não é nada simples ser gay quando se é pobre e mora no Bronx. Por que a felicidade tem que ser tão difícil?

 

Título: Uma Jornada Sem Fim

Autor: R.J. Palacio

Editora: Intrínseca

Sinopse: Da autora de Extraordinário, um clássico para todas as idades sobre o amor que perdura até quando nada mais resta   O mundo é cheio de mistérios. Em 1860, aos doze anos, Silas Bird sabe bem disso: um raio lhe deixou com uma cicatriz de árvore nas costas, e seu melhor amigo, Mittenwool, é um fantasma. Órfão de mãe, o garoto passa os dias fascinado com os projetos e as histórias do pai, um sapateiro e pioneiro da fotografia, com quem mora nos arredores de uma pacata cidadezinha. Até que, certa madrugada, três forasteiros trazem uma estranha proposta para o pai, que se vê intimado a partir com os criminosos e manda o filho esperá-lo em casa. Assustado e impotente, Silas é deixado para trás e se desespera com a ideia de estar sozinho no mundo. Com uma bela seleção de fotografias de época, além de capa, projeto gráfico e ilustrações exclusivas da edição brasileira, a primeira obra de R. J. Palacio fora do universo de Extraordinário é uma história tocante sobre coragem, o poder da amizade e os laços invisíveis que conectam todos nós.

 

Título: O Desafio de Ferro

AutorHolly Black, Cassandra Clare

Editora: Galera Record

Sinopse: Holly Black e Cassandra Clare, autoras best-sellers do The New York Times, trazem uma incrível nova série de fantasia que desafia tudo o que você conhece sobre o mundo da magia.   Callum Hunt precisa enfrentar o Desafio de Ferro. Um teste para os potenciais alunos do Magisterium, uma renomada escola de magia. Todo mundo faria tudo para ser aceito, mas não Callum. Após tudo que o seu pai lhe contou sobre o lado sombrio da magia, Call está decidido a falhar na prova. Mas parece que alguém está determinado que ele seja bem-sucedido e, apesar de um teste nada promissor, ele se encontra sendo levado para o mesmo lugar que cresceu aprendendo a temer, com uma série de mentiras e segredos sendo trazidos à tona. No entanto, o Desafio de Ferro é apenas o começo. “Ambientado em um Estados Unidos em que a magia existe, esta primeira entrada na série Magisterium combina os talentos de Black e Clare em uma empolgante história de amadurecimento que reúne os conhecidos elementos da fantasia enquanto deixa os leitores sem saber o que vai acontecer em seguida.” — Publisher’s Weekly.

Livros

200 anos da Independência: 4 títulos com detalhes diferentes da história

Disal convida leitores para uma viagem pelo bicentenário em seleção especial que vai de história em quadrinho à mistura de magia, ciência, religião e intrigas

Às vésperas das comemorações pelo bicentenário da Independência do Brasil, 7 de setembro, a Disal lança um desafio aos curiosos: que tal conhecer essa parte fundamental da nossa história sob diferentes perspectivas? Para isso, fez uma seleção especial com títulos que trazem detalhes diferentes de todo o processo, seja no formato ou no conteúdo.

 

Independência - A história não contada – Paulo Rezzutti

  1. Independência – A história não contada – Paulo Rezzutti

Paulo Rezzutti já narrou, em dois de seus premiados best-sellers, a história não contada de D. Pedro I e D. Leopoldina, reapresentando aos leitores o casal imperial brasileiro como personagens complexas e humanas. Entre dramas pessoais, escândalos amorosos e reviravoltas políticas, os livros trouxeram à tona, a partir de cartas e documentos inéditos, detalhes cristalinos sobre a Independência do Brasil – proclamada por D. Pedro, mas um processo no qual D. Leopoldina teve participação crucial. Agora, a Independência deixa de ser um evento dentro das biografias das personagens – para se tornar protagonista numa história diferente de tudo o que você já leu.

Saiba mais: https://cutt.ly/ICl3t31

 

História do Brasil - Em quadrinhos – Jota Rossato

  1. História do Brasil – Em quadrinhos – Jota Rossato

Toda a história é contada pelo professor Daguerre a três crianças que se desgarram da excursão escolar no Museu do Ipiranga, em São Paulo: Marcelo, Catarina e Gustavo. A pressão sofrida por Portugal para aliar-se a Napoleão, a chegada ao Brasil, a elevação da antiga colônia a Reino Unido, a Inconfidência Mineira, o Dia do Fico e o grito do Ipiranga, tudo passa pela prosa do professor, num encontro que vai mudar a visão daquelas crianças a respeito dos estudos e até mesmo do lugar onde se encontram.

Saiba mais: https://cutt.ly/tCl3Tdv

 

A outra Independência - Evaldo Cabral de Mello

  1. A outra independência – Evaldo Cabral de Mello

Publicado originalmente em 2004, o livro aborda o processo da Independência a partir de Pernambuco, que se destacou pela resistência contra o centralismo da corte do Rio de Janeiro e seu projeto de unificação do país. Em busca de autonomia, a província abrigou uma intensa movimentação política entre 1817 e 1824, com a revolta pernambucana e a Confederação do Equador como momentos mais marcantes. O prefácio é assinado por Heloisa M. Starling.

Saiba mais: https://cutt.ly/jCl31yH

 

O livro obscuro do descobrimento do Brasil - Marcos Costa

  1. O livro obscuro do descobrimento do Brasil – Marcos Costa

Como magia, ciência, religião, intrigas e lutas pelo poder fizeram parte do projeto de conquista do Brasil. Prepare-se para embarcar numa viagem surpreendente. A rota inclui mudanças vertiginosas que influenciaram a humanidade para sempre, além de fatos, tramas e personagens sombrios que protagonizaram histórias ignoradas pelos relatos oficiais. Destino final? O Brasil, claro, um país que nasce no meio do caminho de uma avalanche que varreu o mundo entre meados do século XV e início do século XVI. É nessa a jornada que o leitor embarca n’O livro obscuro do descobrimento do Brasil, do historiador e professor Marcos Costa, o mesmo autor de A História do Brasil para quem tem pressa. O caminho está repleto de magia e ciência, enigmas e conspirações, mistério e religião, intrigas e lutas pelo poder – e tudo isso fez parte do projeto de conquista do Brasil.

Saiba mais: https://cutt.ly/bCl5Bqc

 

Considerações de especialista em história

A independência do Brasil aconteceu em 1822 e teve como grande marco o grito simbólico dado por Pedro de Alcântara (D. Pedro I), às margens do Rio Ipiranga, no dia 7 de setembro. De acordo com o autor dos livros “O Agente do Imperador e o Dedo da Morte” e “O Agente do Imperador Contra a Conspiração Escarlate”, Edson Miranda, “estudar a história do Brasil é imprescindível, precisamos compreender o que somos hoje como nação e qual é o papel deste gigante, que não está mais adormecido em berço esplêndido”, diz.

Entre os fatores que impulsionaram a independência, podem ser destacados o desenvolvimento comercial e econômico que aconteceu logo que a família real chegou ao país. “Podemos constatar que o território brasileiro manteve-se coeso pelo idioma e pela diligência de seus dois imperadores. Nestes 200 anos, o Brasil, com suas dimensões continentais, passou a ser grande produtor de alimentos e matérias-primas que abastecem o planeta e, ao mesmo tempo, protegem o meio ambiente, iniciando os passos para o próximo centenário, em busca de sua consolidação como potência econômica e social”, conclui Miranda.

Link para os livros do Edson Miranda: https://cutt.ly/2CzczId

 

Sobre a Disal Distribuidora: Há mais de meio século em operação, é considerada a mais importante distribuidora de livros e materiais didáticos do Brasil para o ensino de idiomas e, também, técnicos e científicos, de ciências humanas e sociais, literatura, autoajuda e conhecimentos gerais. Possui um catálogo com 600 editoras e mais de 400 mil títulos comercializados. Tem 18 filiais distribuídas nas principais cidades do país e um portal em que é possível encontrar todos os serviços e produtos oferecidos. Saiba mais em www.disal.com.br

Coisas pequenas (e ir na balada) ferem mais
Autorais, Livros

Coisas pequenas (e ir na balada) ferem mais

O meu despertador é escandaloso. Bosta, eu esqueci de tomar água entre as latinhas de Skol Beats na balada ontem e a minha cabeça está explodindo. Me vesti, e peguei o celular só depois de estar pronto para sair de casa. Nenhuma mensagem de Lucca. É Pietro, é você e você e as coisas pequenas que só você se importa.

+ Sou apaixonado pelo final

“Bom dia, miga! Vamos na Clock Out, hoje?” Mandei no Whatsapp para a Anna e segui para a minha jornada de 40 minutos até o trabalho. Era longe, e eu sempre levava o Kindle na bolsa, apesar de nunca lembrar de ler. Mas hoje, eu estava sem sono e de ressaca, precisava de uma distração. Não se apega, não, da Isabela Freitas parece perfeito. Já li três vezes, e nunca é tarde para o início da quarta.


Leia ouvindo: Kissing Strangers, DNCE & Nicki Minaj

Eu sei que ela terminou com o namoro de dois anos e todo mundo ficou espantado. Qual é, eu também terminei. Algumas pessoas se espantaram, mas a maioria falou que eu tinha me livrado de um super embuste. Será? A verdade é que ninguém nunca sabe o que se passa dentro do nosso relacionamento, só nós mesmos. Eu já ouvi de tudo:

“Nossa, ele parecia ser super amoroso com você, e você sempre parece tratá-lo mal.”

É, ele era amoroso comigo. Depois de cortar minha vibe e me deixar puto por me magoar de alguma forma. Sou fã das coisas pequenas, e são elas que também me deixam mais triste. Então sim, ele era um amor. Só que tínhamos acabado de brigar, e na sua frente, ele estava sendo cínico. Sim. Ele estava ignorando tudo o que tinha acontecido, quando eu queria conversar ou discutir até resolver nosso desentendimento. Se você namora, saiba disso. Nunca ignore ou negligencie nada que a outra pessoa sente. Sério. Coisas pequenas machucam mais que uma traição. A gente passa a vida toda sabendo que se um dia a gente for traído, vamos bloquear nas redes sociais e encontrar alguém que nos valorize. Mas o que a gente faz quando a pessoa diz que sua ideia de trabalho de graduação é uma bosta e nunca vai ter capacidade de tirar um 10? Porque a dele é muito melhor, ele é mais velho e tem muita experiência. Você contém as lágrimas e quer ficar no seu canto, certo? Aí a pessoa, volta como se nada tivesse acontecido. Ah, oi né? Prazer. Dois anos comigo e você ainda não sabe que odeio chiclete e não posso sentir o cheiro de feijoada que me dá enjoo.

“Você precisa dar mais uma chance. Só mais uma.”

Meu amor, quem quer faz perfeito em uma chance. Ok, somos humanos e sempre merecemos uma segunda chance, talvez uma terceira. Minha mãe sempre dizia que errar uma vez é tudo bem, mas persistir no erro é burrice. Então reprovei uma vez na autoescola. Ela ficou triste, mas disse que na segunda vez eu passaria. Só burros não passavam. Reprovei de novo. E ela disse que também estava tudo bem. Passei na terceira. O problema aqui é que eu já dei 600 chances. Foram dois anos comigo, uma chance por dia. No começo, não íamos dormir brigados em hipótese alguma. Ou sem dar boa noite. Depois, as brigas ficaram mais sérias e dormimos brigados. A coisa começou a definhar, eu temia o fim, então me agarrava aos bons momentos e ia até onde dava. Uma hora não deu mais. E “não deu mais” bem tarde. Eu tinha medo de me sentir só. Mas aos poucos eu sinto um comichão da liberdade dentro de mim. Eu não precisava ter dado mais que três chances. Não dê ao outro aquilo que você não dá nem para si mesmo.

“Vocês eram um casal perfeito. Achei que fossem casar.”

O que é um casal perfeito? Aquele que é lindo na frente das pessoas e entre quatro paredes, há só xingamentos e julgamentos? Porque se for assim, éramos. Lucca não tinha uma religião muito conhecida e eu sempre respeitei. Até o dia em que resolvi aprender a jogar tarô e ele me zoou. Porra, eu respeito sua crença e você não respeita a minha? Pera lá. Não, Lucca, não era só uma brincadeira. Toda brincadeira tem um fundo de verdade e eu sei que você zoa as pessoas para se sentir melhor. Mas não sou seu amiguinho hétero. Eu sou… Eu era o seu namorado. Aquele que você cozinhou por três meses no banho e maria antes de assumir, deu um fora no meio da balada, disse que nós nunca poderiamos ficar juntos, logo antes de virar as costas e o deixar chorando na sarjeta sem nem um táxi próximo. Não é rancor. Certas cicatrizes penetram fundo demais para sumirem. E agora, parece que o jogo virou. Ou não. Você nem sequer falou comigo ainda. Talvez queira terminar e nunca teve coragem de dizer, preferiu sumir como um covarde faria.

Piiiiiii.

Era o meu ponto. Quase perdi em meio aos devaneios, sorte que o cobrador me conhece e deu o sinal para descer, bem ali, próximo do quartel onde meninos de 18 anos estão saindo do alistamento militar obrigatório. Que medo. Isso me lembrava o Hugo, um menino que dei match no Tinder antes de namorar com o Lucca. Conversamos algumas vezes, saímos duas, nos beijamos e depois, sumimos da vida um do outro. Eu havia seguido ele no Instagram de novo, há alguns dias, e ele me seguiu de volta. Será que eu devia chamar? Não. Ele deve ter ranço de mim.

“Vamos. Quero ver você cheio dos novos contatinhos, hein.” Anna me respondeu, e vi assim que entrei no prédio em que eu trabalho.

“Estava pensando em um menino que fiquei anos atrás. Acho que destruí ele, queria tanto resolver essa pendência.” Comentei.

“Como assim destruiu? Me explica!” Ann respondia rápido.

“Vou te mandar um áudio…”

“Minha história com o Hugo foi rápida mas intensa. Um dia, demos match no Tinder e combinamos de nos encontrar no parque próximo ao meu trabalho na hora do almoço. Ele era do signo de libra também, tímido e parecia um pouco comigo. Nos encontramos antes disso. Ele estudava na escola que fiz o ensino médio, no período da manhã. Nesse dia, eu já tinha tirado meu horário de almoço, mas meu chefe saiu e eu saí para encontrar ele em uma praça, que era bem longe. Sentamos e conversamos por horas sobre a vida, não nos beijamos nesse dia. Nenhum de nós tomou a iniciativa. Ele também falou que não beijava em primeiros encontros. Continuamos conversando depois desse dia, ele era legal e me mandava bom dia todos os dias. Nesse meio tempo, eu já conhecia o Lucca, mas ele estava me dando vários foras. Eu gostava dele, mas não podia abrir mão dos meus contatos. Então beijei o Hugo no segundo encontro, e ele ficou apaixonado por mim. O melhor amigo dele shippava a gente…”

Enviei.

“Hugo não ia muito em baladas, mas um dia, o melhor amigo dele descobriu que eu ia, e levou o Hugo com ele. A ideia era que ele me encontrasse e ficássemos de novo. Mas nesse dia, fui na balada com o Lucca e o Hugo veio me cumprimentar. Eu o tratei como um qualquer, fui bem embuste. Não o vi o resto da noite, fiquei com o Lucca e depois descobri que o Hugo deu um PT enorme. No dia seguinte eu estava bloqueado em tudo.”

“Estou ouvindo, comovida.”

Alguns minutos se passaram até que Anna ouvisse meu áudio interminável.

“Olha amigo, eu acho que você devia chamar ele. Vocês já se seguiram no Instagram e agora estão trocando likes. Explica que tinha 18 anos. Vocês dois eram crianças, sabe? Tudo tem um jeito.” Ann ponderava bem as situações e eu gostava disso nela.

“É, talvez. Mas preciso de um sopro de coragem ainda.”

“Hoje a noite você vai ter! Quero rebolar até o chão ouvindo Vai Malandra”

Comecei a gostar de funk depois que saí a primeira vez com Anna. Antes eu abominava, agora, não posso ver que minha bunda mexe sozinha. Meu dia de trabalho passou vazio, então fui embora mais cedo. Chegando em casa, resolvi baixar o Tinder e dar alguns likes para ver se as pessoas ainda se interessavam por mim.

Nada.

Comecei a me arrumar para sair com a Anna. Coloquei minha roupa de balada, meu coturno e ela chegou pontualmente com o carro tocando Vai Malandra no som máximo. Me tornei aquela pessoa que abominava: o ser que anda ouvindo a música de vidros abertos e berrando cada letra. Êta loca, tu mexendo com o bumbum. An an. Fomos comer uma pizza antes, vegetariana.

– Ann, baixei o Tinder.

– Você tá me zoando? E aí? – Ela parecia mais animada que eu.

– Estou dando uns likes, mas nada de matches ainda.

– Quero só ver. E quero ver você voltando da balada hoje com a boca inchada de tanto beijar. Igual eu, quando voltei da micareta de carnaval, lembra? – Ô se eu lembrava.

– Ah, não sei. – Ri de nervoso. – Talvez. Vamos indo para a fila da Clock Out? Os 200 primeiros entram de graça, quem sabe a gente consegue.

– Vamos. Não está muito cedo?

– Só vamos.

Chegamos ao som da música da Anitta de novo, e logo na entrada encontrei Gabriel, um amigo de longa data que já estava mais pra lá que pra cá. Força, migo. Você sobrevive a essa noite. Claro que a fila já estava imensa e não conseguimos entrar de graça, mas Ann fez várias amizades. Enquanto isso eu estava só passando umas fotos no Tinder. Sem paciência para socializar.

– CARALHO, ANNA, OLHA ISSO. – Puxei ela da sua rodinha nova de amigos para que olhasse a tela do meu celular, que mostrava “Hugo, 21”. – Será que dou like? Eu fiz um jogo de tarô perguntando se deveria chamar ele e deu que sim… Mas também pedi um sinal, será que é esse?

– VOCÊ AINDA DUVIDA? APERTA ESSE CORAÇÃO AÍ.

Apertei, mas não deu match. Tudo bem, talvez ele ainda não tenha visto.

A fila começou a andar e entramos na Clock Out às 23h30. Já chegamos bebendo e indo até o chão no cantinho do palco, onde a gente mais gostava de ir.

– Oi, você é o Pietro Corrêa? – Um menino chegou falando comigo do nada.

– Sou. – Estava surpreso, e assustado.

– E essa aqui é a Anna Pereira? – Ele aponta para Ann do meu lado.

– É, por quê? – Rindo.

– Caralho, eu amo vocês! – E ele abraçou Anna como se conhecessem há muitos anos. De longe, vi meu amigo Augusto e dei um tchauzinho. Ele veio na minha direção.

– Oi, migo, como você está? – Augusto era bem fofo, e uma pessoa com coração enorme.

– Estou bem, e você? – Gritei, enquanto Ann ainda conversava com o desconhecido.

– Também. Não vi o Lucca….

– Ah, acho que terminamos. – Cortei antes que ele falasse mais alguma coisa. Augusto acompanhou meu relacionamento desde o início, todos os sofrimentos por conta do Lucca. Sua cara foi de espanto.

– Poxa… Mas vamos dançar!

– Vamos! – Continuei dançando, e ele foi para o cantinho dançar com o desconhecido. Ann voltou para o meu lado.

– Que porra foi essa? – Perguntei.

– Lembra daquela tour polêmica do LDRV que conversamos com um desconhecido?

– Lembro.

– Era ele. Você podia dar um beijinho nele.

– Ah, melhor não. Vamos dançar.

Dançamos mais algumas músicas, até que o funk acabou e começaram a tocar pop. Típico da Clock Out.

– Amigo, vamos lá fora? Minha pressão baixou. – Ann me puxou.

Ficamos um tempinho na área externa da balada e não demorou para eu me sentir tonto também. Tinha alguma coisa estranha ali. Só sei que entramos, e passamos o resto da noite sentados, de novo. Levantávamos em algumas músicas, mas não conseguíamos ficar em pé. Já era uma da manhã.

– Ann, vamos embora?

– Amém, vamos. Não sirvo mais para vir em balada não.

– Nem eu. – Respondi, rindo mais uma vez. Nós nunca aguentávamos nada.

Cheguei em casa da mesma forma que a noite anterior, e só me deitei na cama, dando mais alguns likes no Tinder.

“Ei, vamos no centro da cidade amanhã cedo?” Era a mensagem no grupo Galera de Caubói, com minhas duas melhores amigas do ensino médio.

“Vamos. 11h todos nos encontramos na praça?” Respondi.

“Fechado. Pi, te pego aí se quiser. Estarei por aí nese horário.” Mary respondeu.

“Beleza! Quero, Mary. Vou dormir agora porque tô beudo. Não sou mais jovem pra ficar indo em balada.”

A próxima coisa que me lembro é do meu despertador tocando. Caraca, vou atrasar a Mary. Corri para o banho, sem nem olhar para o celular pensando em uma mensagem de Lucca. Elas não sabiam que eu estava mais pra lá que pra cá no meu relacionamento. Na verdade, Rose sabia, e ela havia dito para eu terminar várias vezes.

Saí do banho e Mary estava me esperando na portaria com sua mãe e avô no carro. Sentei atrás.

– Migo, minha mãe quer passar no mercado, tudo bem para você?

– Claro, Mary. Sem pressa. – E peguei meu celular para ver as notificações do dia.

Nada do Lucca.

“Parabéns, você tem um novo match no Tinder. Mande um olá para Hugo.”

Tremi.

Young Royals
Filmes, Reviews de Séries

Review: Young Royals (1ª temporada, 2021)

Young Royals apareceu despretensiosamente nas minhas redes sociais um pouco antes do seu lançamento. Diziam que era uma adaptação de um dos meus livros preferidos, Vermelho, Branco e Sangue Azul. Ou uma inspiração. Qualquer que fosse o caso, eu já estava interessado porque se tem algo que envolve gays ou realeza, esse algo é feito pra mim. Resolvi dar uma chance.

ATENÇÃO! PODE CONTER SPOILERS LEVES A PARTIR DESTE PONTO.

Assisti à primeira temporada em dois dias. Os três primeiros episódios em uma tacada só e os outros três alguns dias depois. Gostei dos personagens nos primeiros, até me identifiquei mas ainda me faltava alguma coisa. Sei que foi por pouco que não desisti e graças aos deuses continuei, porque, meu filho, se tem algo que essa série é, é boa e faz a gente sofrer. Sim, daquele jeitinho masoquista que a gente ama odiar.

+ Resenha: Vermelho, branco e sangue azul, Casey McQuiston

Young Royals é uma série sueca que gira em torno do príncipe Wilhelm, segundo na linha de sucessão ao trono. Por ter um irmão mais velho que nasceu sabendo que seria o príncipe herdeiro um dia, Willie teve uma vida de regalias e sem responsabilidades. Mas, estamos na era da internet e não demora até que um escândalo do príncipe caçula caia na rede e na boca do povo. Como resultado, a assessoria de imprensa da coroa elabora um plano de gestão de crise que consiste em um pronunciamento oficial e na ida do pequeno príncipe para o prestigioso internato Hillerska, onde seu irmão se formou anos atrás.

Obviamente, por ser um príncipe, tem uma grande festa de recepção para ele na escola e lá, descobrimos que os alunos são divididos entre residentes e não residentes. Os residentes moram na escola e são de famílias nobres, ricas, donos de terra e os não residentes são aqueles que não podem pagar por tanta hospitalidade e bolsistas. E ao chegar, algo desperta a atenção de Wilhelm. Ou melhor, alguém: Simon.

“A gente não pode comprar sucesso na vida.”

Simon é um aluno não-residente com sua irmã e canta no coral do colégio. Ele não é de família rica, vemos que sua mãe, que é solo, dá um duro danado para mantê-los na escola e com uma boa educação. Mas, logo Simon percebe que não é só de esforço que vive o homem. No mundo real, só tira boas notas quem paga por elas. Quem paga por merecer.

A atenção do príncipe Wilhelm a Simon é imediata, como se fosse um ímã. Ele passa a perseguir o garoto com os olhos a todo momento e logo se trata de aproximar-se dele. Mas, temos uma grande rocha no sapato: August, primo de segundo grau da família real que jurou “proteger” Willie na escola. Esse cara é um grande babaca, chato, ignorante, otário, ordinário e todos os outros xingamentos que você quiser inserir aqui. Sua função na série é basicamente atormentar as pessoas e impedir que a gente tenha o amorzinho de Simon e Wilhelm fácil, do jeito que eles mereciam.

E de fato, Young Royals se trata disso: da autodescoberta do amor incondicional, do prazer, do proibido e do que não deveria ser. Não preciso nem dizer que os dois meninos engatam em um romance lindo, até que August filma os dois transando pela janela e vaza na internet. O resultado? Mais um escândalo para a família real, ainda mais agora, que o irmão mais velho de Wilhelm morreu e ele é o novo príncipe herdeiro.

Você pode assistir a Young Royals na Netflix, clicando aqui.

E nisso, na tentativa de limpar a imagem, sob o poder da coroa, Wilhelm suja a imagem de Simon perante o mundo todo, mesmo após prometer que eles estariam juntos nessa. E Simon, por sua vez, não quer ser o segredo de ninguém. Ele não acha justo que precise se esconder para ser quem realmente é. Nesse momento, acho o Willie um otário que deixa o amor da sua vida escapar e sinto muita dó de Simon, mesmo sabendo que ele está certo. E também sei que o Wilhelm tem que se submeter a coisas maiores que ele. E agora, senhor?

E agora que a série acaba na cena mais triste que eu já vi na minha vida inteira. Willie chega na escola, no último dia de aula perto do Natal, mesmo tendo negado que era ele no vídeo vazado por August na internet e abraça Simon em público, com todo mundo vendo, boquiaberto. E ele diz as três palavrinhas mágicas: Eu te amo, Simon.

E Simon responde o quê? Isso mesmo.

Feliz Natal, Wilhelm.

Esses roteiristas mataram cada pedacinho do meu ser e é por isso que eu digo: Young Royals não é uma adaptação de Vermelho, Branco e Sangue Azul mas é incrivelmente bom. O roteiro é bem feito, a trilha sonora é impecável e os personagens parecem ter 16 anos de verdade. Nada de ator com cara de 35 fazendo criança no ensino médio. Eles tem espinhas. Meu eu do passado agradeceu pela representatividade.

E antes do fim, Willie ainda quebra a quarta parede, como quem diz: vocês vão ver o que vou fazer para reconquistar meu homem, aguardem. Se eu estarei vivo para a segunda temporada, já confirmada para esse ano, eu ainda não sei. Mas, se eu estiver, volto a escrever meus surtos por aqui.

Até lá, durmo sonhando com um mundo em que os dois podem ficar juntinhos em paz e com o August morto. Volta, Young Royals, nunca te pedi nada!!