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Entrevista: Danilo Leonardi fala sobre "cura gay" e sua influência para o meio LGBTQ+
Entrevista: Danilo Leonardi fala sobre “cura gay” e sua influência para o meio LGBTQ+
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Entrevista: Danilo Leonardi fala sobre “cura gay” e sua influência para o meio LGBTQ+

Quando me assumi gay para meus pais, lá em 2002, uma das primeiras coisas que eles disseram foi que seria uma boa ideia eu visitar um psicólogo. Ser gay não era uma declaração que se fizesse tão frequentemente naquela época, ainda mais aos 15 anos e sem qualquer experiência sexual prévia. Somado ao fato de que eu era socialmente inadequado e sofria segregação por colegas da escola, meus pais queriam ter certeza absoluta de que eu não estava enganado. É assim que Danilo Leonardi, youtuber e autor com dois livros publicados começa a expressar sua opinião sobre o projeto de lei que defende que psicólogos podem utilizar de terapias para a reversão sexual em qualquer pessoa que tenha interesse. Com um ponto de vista forte e engajado para se comunicar com jovens e adolescentes do meio LGBTQ+, Danilo conversou um pouquinho com o Beco Literário sobre tudo o que já passou e como tira lições de tudo isso para sua vida e para ajudar seus fãs. Confira:

Beco Literário: Você é uma figura pública e um autor bem engajado com a causa LGBTQ+. Como isso afeta o seu cotidiano profissional ou pessoal, ao lidar com pessoas que muitas vezes são preconceituosas?

Danilo Leonardi: Eu sempre priorizo a minha segurança e a das pessoas ao meu redor. Isso significa que tento sempre conversar quando há espaço para o diálogo. Ao mesmo tempo, nem sempre isso é possível.

BL: A nossa sociedade tem um discurso de apoio aos LGBTQ+, mas na prática, são totalmente hipócritas por terem medo do diferente, do desconhecido. Você concorda? Como isso ficou visível pra você, principalmente depois da criação do Gayrotos?

DL: Vivemos em uma sociedade capitalista, em que o lucro e/ou status está muitas vezes acima dos princípios. Conforme se tornar mais seguro para as marcas e pessoas menos engajadas, tenho certeza de que apoio virá naturalmente. Até lá, estamos estruturalmente fadados à margem.

BL: Muitas pessoas comentam coisas do tipo “não sou evoluído o suficiente para estar em um relacionamento aberto”, nos seus vídeos. Como é isso pra você? Tem a ver mesmo com essa evolução em que falam?

DL: Esse discurso tem mais a ver com a ilusão de controle que as pessoas têm sobre suas vidas e as vidas das outras pessoas. Para muita gente, dar apoio significa inconscientemente aceitar que aquilo faça parte de sua vida, quando na verdade isso não faz a menor diferença.

BL: Seu intuito é conversar cada vez mais com esse público, no seu canal. Quais são os planos para o futuro dele? Tem algum spoiler de antemão?

DL: Tenho começado a dar vazão aos meus pensamentos em forma de texto, atualmente. Apesar do alcance incrível dos vídeos, a exposição traz muitos aspectos negativos para a minha vida pessoal que têm me feito refletir sobre a maneira que me exponho na internet. Estamos vivendo um hiato agora, e não temos incentivo financeiro para sair dele também. Vamos ver como a gente se sente daqui a algum tempo.

Desde cedo fui bem informado sobre o que esperar de uma consulta ao psicólogo; quais eram os códigos de ética que eles seguiam, o que poderia ou não acontecer dentro de um consultório. E um dos motivos pelos quais estive bem tranquilo, foi a garantia de que meu terapeuta teria a obrigação de reconhecer minha orientação sexual como algo natural.

BL: No seu canal vocês dão conselhos sobre situações que os inscritos passam e a maioria deles são jovens, o que você falaria pra um desses inscritos que pedisse conselho sobre procurar o suposto tratamento da cura gay?

DL: Diria que se trata de charlatanismo, uma possibilidade que já foi descartada por diversos pesquisadores sérios. Mais interessante é buscar uma maneira de viver em paz com todas as suas características.

BL: Para muitos LGBTQ+, a fase da adolescência é onde acontecem as descobertas e eles seriam os mais afetados por essa mudança na lei. Como você enxerga essa fase da vida? É realmente nela em que acontecem as maiores descobertas?

DL: Adolescentes geralmente são mais vulneráveis, por começar a desbravar o mundo sem a constante supervisão dos pais, mas ainda não terem experiência suficiente para discernir boas e más oportunidades. Individualmente, a mudança na lei pode trazer algumas experiências ruins, mas espero que nada irreversível. O maior problema é o retrocesso social que ela traz, empoderando pessoas ignorantes e homofóbicas.

BL: Qual livro você indicaria para os leitores do Beco Literário?

DL: Leiam A Revolução dos Bichos, de George Orwell. Um livro profundo, repleto de críticas sociais que tendem a fazer o leitor refletir, e ao mesmo tempo de fácil leitura para todas as idades.

O Juiz falhou em observar que sua decisão prioriza a curiosidade de pesquisadores ineptos em detrimento do bem-estar das pessoas que a psicologia deveria proteger. E que por valorizar a liberdade individual, gerou um problema social que em sua ignorância não teria capacidade de prever.

Danilo Leonardi estará presente no domingo (24/09), no evento Brain Fitness, junto com o Beco Literário em Taubaté.

Livros, Resenhas

RESENHA: Eu, você e a garota que vai morrer, Jesse Andrews

Controvérsia. É o que sinto com relação a Eu, você e a garota que vai morrer. Greg Gaines está no último ano do Ensino Médio e seu maior objetivo de vida é passar despercebido e não ser atacado nos corredores. Ele tem um amigo, Earl Jackson, garoto problemático, com uma família muito mais problemática, que compartilham algo em comum: os dois fazem filmes caseiros de gosto meio duvidoso. Você deve estar se perguntando: e quem é essa garota que vai morrer? Pois é, Rachel foi diagnosticada em uma fase terminal de leucemia e todos sabem que ela vai morrer.

A controvérsia começa aí. O título foi feito para ser engraçado, mas não há nada engraçado na história de alguém que vai morrer, mesmo assim, o jogo de palavras ficou legal. Além disso, tudo é narrado pela visão de Greg, como um diário ou algo assim, de forma totalmente informal e cômica (o garoto é meio perturbado rs) e a história não gira ao redor de Rachel e sua doença, mas todas as coisas que isso afetou na vida de Greg e seus dilemas pessoais, ou melhor, suas desgraças pessoais, o que nos faz ter ataques de risos pelo meio da leitura e até nos esquecermos que tem mesmo uma garota que vai morrer.

Quero deixar claro que isso não é um spoiler. Fica claro desde o início que não há esperança para ela, mas isso não importa. O foco está no processo enquanto tudo isso acontece e, como o próprio Greg diz, esse não é um livro de superação, curas milagrosas e amores melosos. Está aí a controvérsia. Apesar de tudo isso, o livro é extremamente engraçado, leve e se mostrou uma leitura muito agradável que voou em dois dias e me fez ter ataques de riso no metrô, o que atraiu alguns olhares desconfiados. Acho estranho como as pessoas não conseguem entender como um livro pode ser prazeroso e divertido. Enfim, não se assustem com o título do livro, a história é legal e nada dramática como tudo faz acreditar.

Autoria: O voo de uma mariposa, de Gustavo Machado - Beco Literário
Autoria: O voo de uma mariposa, de Gustavo Machado – Beco Literário
Autorais, Livros

Autoria: O voo de uma mariposa

De qualquer forma, eu gostaria de saber se alguma vez aparecemos em histórias e canções. Estamos numa, é claro, mas quero dizer: ser posto em palavras, sabe, contadas ao pé da lareira ou lidas de um grande livro grosso com letras vermelhas e pretas, anos e anos depois. E as pessoas dirão: “Vamos ouvir a história de Frodo e do anel!”. E Elas dirão: “Essa é uma das minhas histórias preferidas”. – J. R. R. Tolkien, O senhor dos anéis

Livro. Página. Letra, capa. Parágrafo, linha, travessão. Inspiração, ou pior, a falta dela. Com a ajuda de uma bela xícara de café, escrevo. Perfaço, prosaicamente, uma escrita sem nenhum sentido, ou será que a falta de sentido produz a existência de um? Não pensar em nada é pensar em alguma coisa? O ser – humano é ser capaz de pensar em nada? Pauso a reflexão.

Começo o segundo parágrafo, meus pensamentos estão em como iniciar o terceiro. Gastei minha tarde, e só consegui escrever isso. Preciso pensar. Levanto-me, batendo o lápis contra a minha testa. Tive uma idéia, vou falar do nada, pois nada é alguma coisa, eu acho. Pensar em como o pobre e pequeno pássaro bate em minha janela, já não é mais tão interessante quanto escrever a respeito do nada. “Tum Tum, Tum Tum”, só se ouve seu bico batendo indo de encontro à janela. As patas roçam, arranhando assim o vidro.

O bichano demora um pouco para desistir, insiste um pouco mais… Pronto, já se foi.

Voltemos ao nada. O sol já não estava alto para que eu pudesse desfrutar um pouco mais da tarde que parecia estar perfeita, e a noite já perdurava. Uma mariposa sobrevoa sobre a minha cabeça, posso ouvir o tilintar do seu bater de asas amedrontando o meu raciocínio. E eu aqui, no nada.

Nada deve significar alguma coisa, crises de quem quer escrever. Já pensei em sair, tomar alguma coisa, refrescar minhas idéias, e então me lembrei:

– Como vou refrescar algo que eu, ainda, não tenho?

Por conseguinte, volto para o meu cantinho. Aquele ali, seguindo o corredor principal o último quarto da casa. Cômodo até que espaçoso, menos mal.

Decidi tirar um cochilo, mas não durou mais do que vinte minutos. Debruçado sobre minha cama, olhando para livros, folhas e lápis, levantei. Caminhar pela avenida me faria bem.

Estava às portas das horas altas da noite, e eu caminhando pela Avenida Coelho no centro da cidade. Estava frio, calmo, desértico. Meus cabelos acompanhavam o balançar das folhagens das palmeiras, e com todo tipo de sentimento fraternal já conhecido, fazia o papel de unir meus pensamentos com o vento, que iam e viam sobrevoando longas distâncias e por alguns momentos não conseguia distingui-los.

Acomodei-me logo num banco, em uma praça ali perto, tirei um livro do bolso para ler. Começava a entender o porquê das crises dos escritores. Tantas idéias, inúmeros pensamentos que, ficavam às vezes distantes, outrora tão pertos que solidificam travados quando ouso passar para o papel.

Fiquei precavido naquela situação, sozinho, em uma praça que ligava a avenida, ruas e ruelas que, por sorte estava bem iluminada.

Já sentado, folheando algumas páginas do meu livro, escutei:

– Poeta, não é somente o que escreve. É aquele que sente a poesia, se extasia sensível ao achado de uma rima à autenticidade de um verso.

Respirei fundo, e vagarosamente olhei para minha direita e vi uma senhora sentada. Num pulo, caí do banco e sai aterrorizado catando mamona, goiaba, pequi e tudo mais que eu via pela frente. Estava desconcertado, não tinha visto chegar, não ouvi seus passos, muito menos quando se sentou, não fizera um barulho. Tratei em me desculpar, foi um pouco embaraçoso.

– Perdoe-me, senhora … Eu, eu … Não a vi sentando ao meu lado.

Limpando as frestas de areia que se alojaram em minha roupa, olhei delicadamente ao rosto da pobre senhora que me assombrou, de cabelos bem brancos, o nariz um pouco avantajado, um chale feito à mão em volta dos ombros e que descia para os braços até chegar às mãos, aparentemente frágeis, mas que lhe renderam forças para escrever tudo aquilo que lhe rodeava, um terninho azul escuro com bolinhas brancas com uma saia bem longa e sapatinhos pretos. Olhando com mais calma, não parecia uma personagem assustadora, mas serena, com olhos atentos a sua volta.

Quando dei por mim, de quem estava sentado ali no banco ao meu lado, decidi voltar para o chão onde tinha acabado de levantar. Por algum tempo, fechei os olhos, e quando os abri, ela continuava lá.

– Boa noite, tudo bem? , indaguei atrevido e atemorizado.

– Consegue aprender tudo o que precisa esta noite começando a conversa assim? , respondeu diretamente.

– Aprender? , respondi bruscamente.

Olhei para aquele céu negro, com nuvens ligeiramente azuladas, que de um tom tão marinho que poderia difundir-se facilmente com a escuridão da noite, a não ser pelos clarões e lampejos irradiados pela lua, um branco tão vivo quanto de uma pérola.

Começamos a conversar, em poucos minutos ali sentados, eu já me acostumara. Não sei como, mas já estava tão perturbado tentando encontrar algo – que nem mesmo o quê eu sabia, que conversar face a face com Cora Coralina, já não era impossível.

Cora me disse que, não sabia se a vida era curta ou longa para nós, mas siaab que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: colo que acolhe braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar.

E ainda completou, dizendo:

– Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.

Abri os olhos com o tilintar do bater de asas de uma mariposa sobrevoando a minha cabeça, perturbando o meu raciocínio. Debruçado sobre minha cama, olhando para livros, folhas e lápis, levantei. Encontrei o que não estava perdido.

Não me encontrei com Cora, mas com a literatura.

Como ela mesmo diz, o que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher. Letras, frase, parágrafo e livro. Gastei toda a minha madrugada, e até agora, só consegui escrever até aqui.

Livros, Resenhas

Resenha: O Ceifador, Neal Shusterman

Imagine viver em um mundo onde a medicina e a ciência evoluíram de tal modo que conseguimos vencer as doenças e todos se tornam imortais. Isso mesmo, imortais. Graças aos avanços tecnológicos a morte também foi vencida, de modo que se alguém comete suicídio a pessoa é rapidamente ressuscitada e retorna a vida. Para completar, existem técnicas rejuvelhecedoras capazes de fazer pessoas centanárias parecerem ter apenas 20. Sim, este é o mundo que você irá encontrar em O Ceifador, primeiro livro da trilogia Scythe, do autor Neal Shusterman.

“Nós afastamos da natureza no momento que vencemos a morte”

É claro que viver em um mundo que ninguém morre tem seus problemas. Afinal, nossos recursos são limitados e não há planeta que comporte uma população que só cresce, certo? Para conter o aumento populacional, é criado uma profissão que está acima de tudo e todos: Os ceifadores. Pessoas que em tese são treinadas para selecionar algumas pessoas para morrer, e transformar sua morte em algo honroso e gentil. Mas como em qualquer instituição, existe o bem e o mal e na “ceifa” existe jogo de poder, ego e ganância como em qualquer outro.

Os ceifadores são escolhidos por profissionais que já estão nessa profissão há várias décadas, e são treinados por eles até realizarem testes finais em reuniões regionais de ceifadores, chamados de Conclave. O honroso e lendário Faraday escolhe um casal de aprendizes para isso, Citra e Rowan, mas as disputas de poder internas da ceifa os coloca em uma posição difícil: aquele que for aprovado nos testes finais terá de coletar o outro. Isso já seria complicado mas a tarefa se torna mais árdua quando ambos se encontram apaixonados um pelo o outro.

Citra é uma jovem querida pela família, estudiosa e dedicada. Rowan é membro de uma família de 19 membros e não se sente muito querido por eles. Apesar da diferença, ambos tem muito a perder: sua vida. Ser aprendiz de ceifador não é opcional. Caso seja escolhido não existe escapatória.

O mundo sob jurisdição de um computador, tendo governos e distribuição de riquezas a cargo de uma “nuvem”, um ser onipresente e justo como se deve ser. A possibilidade de ficar vivo toda a eternidade. A vitória sobre doenças e a própria morte. E acima disso tudo, um instigante romance. O Ceifador questiona aquilo que queremos ser, sobre as conquistas dos antepassados que vemos com desdém e sobre como a ganância pode acabar com o mundo. Tem um ritmo leve e te faz querer devorar capítulo após capítulo até chegar ao fim da história o mais rápido possível. É sem dúvidas uma saga jovem que há bastante tempo não víamos e já estamos na expectativa do segundo livro da trilogia, que chegará às livraria no próximo ano.

Vale dizer que a Universal Studios adquiriu os direitos do livro para adaptação no cinema. O  roteiro será escrito por Josh Campbell e Matt Stuecken, responsáveis pelo filme Rua Cloverfield, 10.

Se procura uma saga de aventura, romance e um mundo utópico, se junte ao clube. O Ceifador é uma excelente história que merece ser passada para frente.

Teste. Teste. Teste. Teste. Teste. Teste. Teste. Teste. Teste. Teste.

O Ceifador

Autor: Neal Shusterman

Editora: Seguinte – Companhia das Letras

Preço: R$13,95 (kindle) ou R$31,90 (livro físico).

Tag livros e redes sociais
Tag livros e redes sociais
Atualizações, Colunas, Livros

Tag: Livros e redes sociais

Hey leitores do Beco! Fui desafiado pela Luana Alves, resenhista e blogueira do @segunda.opinião para responder a tag: #LivrosERedeSociais e postar aqui no nosso espaço de quarta-feira. Sinta-se livre e mais que convidado para responder também e nos marcar em suas redes sociais. Ansioso para saber as respostas de vocês!

PS: Recomendo para responder essa tag, utilizar os exemplares que você possui em sua estantes ou em sua biblioteca particular.

#1 – ORKUT: Um livro que foi muito popular, mas está esquecido;
“O Retrato de Dorian Grey”, Oscar Wild. Presente na lista dos livros representativos canônicos da Literatura Mundial, hoje conversando com essa nova geração de leitores e acompanhando resenhistas e bookbloggers, vejo que este livro não está em alta na toplist de leitura. A imagem marcante da decadência britânica está meio que esquecido entre o público leitor, salvo pelos interessados nos clássicos e/ou conservadores.

#2 – FACEBOOK: Um livro que todo mundo tem;
Sem medo de errar, afirmo que todo leitor possui um exemplar de “O Pequeno Príncipe”, livro escrito pelo francês Antoine de Saint-Exúpery. Este livro está na lista das primeiras leituras e dos primeiros passos de todo mundo. Apaixonante!

#3 – YOUTUBE: Um livro criativo, com uma história original, inovadora;
“Ensaio sobre a Cegueira”, José Saramago. Na verdade, reconheço este livro como uma das maiores criações artísticas da Literatura Mundial. A narrativa é totalmente inovadora e original, a cegueira é branca/leitosa e não negra, como imaginamos ao fechar os olhos e deduzir como é a realidade de um deficiente visual, a verdadeira face do “homem” (em sua totalidade).

#4 – INSTAGRAM: Um livro visualmente bonito (capa, diagramação, elementos gráficos, ilustração…);
Geralmente a Editora Barnes and Noble possuem um trabalho bastante singular em seus livros, as edições parecem artesanais e muito clássicas. Tenho um exemplar de “Razão e Sensibilidade”, escrito por Jane Austen, que é perfeito! Capa dura em tom de verde que nos transmite uma imagem de ser tipicamente camurçado, páginas em dourado e em todo livro linhas também em dourado contornando como se fosse um móvel Luís XV. Magnífico!

#5 – WHATSAPP: Um livro que as personagens trocam mensagens;
“A Culpa é das Estrelas”, John Green; “Os 13 Porquês”, Jay Asher. Foi um pouco complicado responder essa tag. Se levar em consideração o termo “mensagem” em amplo sentido, cartas também são mensagens e eu poderia citar as obras de Charlotte Bronte ou Jane Austen. Entretanto, decidi exemplificar com uma publicação contemporânea, então citei dois romances adolescentes que há a presença de troca de mensagens via celular. Ninguém troca mais mensagens e vive online melhor que adolescente, não é mesmo?

#6 – TINDER: Um livro com muita pegação;
“Voraz”, de Barbara Shenia (tem resenha deste livro maravilhoso aqui). Tenho pouquíssima experiencia com romances eróticos, mas este livro me deu uma boa primeira impressão. Leia o livro e, também a resenha!

#8 – TWITTER: Livro com poucas páginas;
“A Metamorfose”, de Franz Kafka. Publicado pela Companhia das Letras e traduzido por Modesto Carone, o livro de 96 páginas prende a atenção de qualquer leitor  (seja iniciante ou experiente), o interessante é que o leitor se torna marcado pela reflexão abordada na obra. Não há a possibilidade, mesmo que mínima, para continuar o mesmo após a leitura deste.

#9 – TUMBLR: Livro que todo mundo ama;
“O Diário de Anne Frank”, um dos livros escritos pela garota judia enquanto tentava sobreviver ao período da segunda grande guerra. Li a edição publicada pela Editora Record, esse mesmo exemplar passou pelo crivo do pai de Anne, Otto H. Frank, e possui textos e fotos inéditas. Nunca ouvi alguém corresponder negativamente a este livro, todos os leitores são impactados pela inteligência e criticidade da jovem que teve seu destino traçado pela insana ambição de um homem. Vale a pena o amor dedicado a esta leitura.

#10 – PINTEREST: Um livro que te inspira/inspirou;
“As Crônicas de Nárnia”, C.S. Lewis. Sim, inscrevo toda a saga de Nárnia na tag do livro que me inspirou. Todas as sete crônicas possuem um espaço bem especial na minha memória e em meu coração. Este mega livro se tornou minha leitura anual, acredite, você também irá se inspirar ao lê-lo.

#11 – SARAHAH: Livro com bom suspense, ou que tenha te surpreendido;
“A Thousand Splendid Suns”, Khaled Hosseini. Um dos primeiros livros que li em Língua Inglesa. Portanto, me deixou surpreso em todos os sentidos: seja pelo conteúdo da narrativa e/ou pela minha capacidade em ler em outro idioma. Foi lindo!

Um grande abraço e até a próxima!

Evento reúne booktubers em Taubaté para discutir leitura e mercado editorial
Evento reúne booktubers em Taubaté para discutir leitura e mercado editorial
Atualizações, Cultura, Livros

Evento reúne booktubers em Taubaté para discutir leitura e mercado editorial

Três dos principais “booktubers” brasileiros, que juntos foram assistidos quase 40 milhões de vezes, participarão da nova edição do Brain Fitness no dia 24 de setembro, às 16h, no Taubaté Shopping.

Com o tema “Ler pra quê? um debate de ideias”, o evento terá a participação da jornalista Isabella Lubrano, do canal “Ler Antes de Morrer” (130 mil inscritos), da professora Tatiana Feltrin, do canal “Tiny Little Things” (252 mil inscritos) e de Danilo Leonardi, criador do canal Cabine Literária (150 mil inscritos).

Conhecidos como  “Booktubers”, pessoas que falam de livros e temas literários no YouTube, eles são um fenômeno que está sacudindo o mercado literário brasileiro ao despertar numa nova geração o interesse pela leitura. Hoje eles são requisitados nos maiores eventos literários do país.

No bate-papo, os booktubers falarão sobre sua experiência literária na internet, formação de novos leitores, como funciona seu trabalho e sobre suas obras favoritas.

Após o bate-papo haverá lançamento do livro “Coisas Inatingíveis”, seguido de sessão de autógrafos. O livro é o segundo título publicado por Danilo Leonardi e entrelaça histórias de quatro jovens com visões e caminhos diferentes, mas que tem um único anseio: aproveitar todos os dias como se fosse único.

A terceira edição do BrainFitness acontece no espaço em frente ao Moviecom Cinemas do Taubaté Shopping. O evento é gratuito.

O BrainFitness é um evento cultural realizado pelo Taubaté Shopping, Livraria Leitura e a produtora Almanaque Urupês, com a missão de formar público para novos eventos, incentivar o hábito da leitura e estimular o mercado consumidor de produtos e serviços da nossa indústria cultural.

Quem são os booktubers?

Tatiana Feltrin, do canal Tiny Little Things, é de São José dos Campos. Formada em Letras – tradutora e intérprete e pós-graduada em ensino de idiomas -, ela é a mais antiga dos booktubers e desde 2007 compartilha em seu canal o amor pelo livros.

Isabella Lubrano, do canal Ler Antes de Morrer, é  formada em jornalismo e direito. Começou o blog  “Ler antes de morrer” em 2011 e o canal no youtube em 2014. A booktuber tem como meta ler e resenhar 1001 livros.

Danilo Leonardi é criador do canal Cabine Literária. É autor do livros “Por que Indiana, João?” e “Coisas Inatingíveis”.

Livros, Música, Resenhas

Resenha: Shawn Mendes – Edição Especial para Fãs

Um guia ilustrado com 70 fotos incríveis que conduzirá você ao palco, às turnês e aos bastidores, além de revelar um Shawn que poucos conhecem. Em 2013, o canadense Shawn Mendes começou a gravar vídeos no Vine sem saber que, três anos depois, seria considerado o novo Príncipe do Pop, um talento precoce da música internacional. Neste livro você vai conhecer um pouco mais sobre a origem e a carreira do cantor. Também descobrirá várias curiosidades, como a playlist que ele gosta de ouvir em casa, seus 10 tuítes mais populares e a música que considera mais pessoal.

Depois do show do Shawnzinho no Rock in Rio, todos estamos nessa vibe meio chorei, não disse por onde, né não? Foi exatamente assim que eu estava quando o carteiro chegou em casa com o Shawn Mendes – Edição Especial para Fãs, presente da Sextante que eu quase surtei enquanto abria o pacote.

O livro, de capa dura e de ótima qualidade, é um guia ilustrado e um verdadeiro presente para quem já é fã de longa data e para quem se tornou fã depois do Rock in Rio, lançado pela Editora Sextante nessa edição promocional que vai te deixar emocionado só de segurar.

Na edição, temos várias fotos do cantor em diversos momentos de sua carreira, seja em shows, ensaios, vida pessoal, além de entrevistas, informações de prêmios e trabalhos, curiosidades… Todas as fotos são bem “fofas”, concentradas no rosto do cantor, já que o livro é destinado para o público adolescente, por isso, se você quer fotos do Shawn sem camisa, vai pro Google porque aqui não tem nenhuma.

Produzido inteiramente em folha de papel fotográfico, tem um ótimo custo-benefício, pelo preço de capa (deve ter em promoção em vários lugares, só procura). De modo geral, o livro mostra com a ajuda das fotos, a história da carreira de Mendes, que começou a postar no Vine covers de músicas de bandas como One Direction e 5 Seconds of Summer. É legal porque ele apresenta suas expectativas para sua turnê de 2017 (um dos shows da turnê foi o do Rock in Rio), então é aquela mistura de MEU DEUS QUE FOFO e SOCORRO JÁ SOU FÃ a cada página.

Então, se você virou fã, é um livro que vale bastante a pena para você conhecer toda a carreira e trabalho do Shawn Mendes. Tem muito pouco sobre a sua vida pessoal, e isso pode ser visto como um problema para muitas pessoas, mas para mim, foi ótimo porque não é todo mundo que gosta de se expor ao máximo por aí, né?! Vem ver também o especial que fizemos sobre o Shawn aqui.
Resenhas

Resenha: O Sol Também é Uma Estrela, Nicola Yoon

Natasha: Sou uma garota que acredita na ciência e nos fatos. Não acredito na sorte. Nem no destino. Muito menos em sonhos que nunca se tornarão realidade. Não sou o tipo de garota que se apaixona perdidamente por um garoto bonito que encontra numa rua movimentada de Nova York. Não quando minha família está a 12 horas de ser deportada para a Jamaica. Apaixonar-me por ele não pode ser a minha história.

Daniel: Sou um bom filho e um bom aluno. Sempre estive à altura das grandes expectativas dos meus pais. Nunca me permiti ser o poeta. Nem o sonhador. Mas, quando a vi, esqueci de tudo isso. Há alguma coisa em Natasha que me faz pensar que o destino tem algo extraordinário reservado para nós dois.

O Universo: Cada momento de nossas vidas nos trouxe a este instante único. Há um milhão de futuros diante de nós. Qual deles se tornará realidade?

O livro “O Sol Também é Uma Estrela” é uma obra de lições. Teve destaque no mundo e chegou forte no Brasil em uma linda edição pela Editora Arqueiro. Foi questão de tempo para que as pessoas lessem e se identificassem com as personagens, além disso, que pudessem se questionar sobre várias questões que o livro remete e se deliciar em um amor juvenil cheio de complexos e diferenças.

Nesse segundo livro de Nicola Yoon, autora best-seller de “Tudo e Todas as Coisas”, conheceremos a história de Natasha e Daniel. Ela é uma imigrante Jamaicana que vive nos Estados Unidos, desde os oito anos, cresceu sendo uma garota que ama o lugar que vive e desenvolveu aptidão para ciências e tudo que seja comprovado. Nada de sorte ou destino, para ela, tudo são fatos, metodologias e ciências. Por outro lado, Daniel é um garoto coreano totalmente oposto a Natasha, acredita em destino, é sonhador, almeja ser poeta e leva tudo e todas as coisas com o coração.

Natasha gosta de sua vida em Nova York, exceto pelo fato dela e sua família estarem morando ilegalmente no país e estarem a poucos passos de serem deportados. Ela acha que culpa da deportação da família é de seu pai e que não é justo que toda sua família pague esse preço por um erro dele. Com isso, a personagem tenta cancelar a decisão do juiz sobre a deportação e vai atrás dele.

Com essa difícil missão em mãos, Natasha corre atrás disso e acaba passando ocasionalmente ao lado de Daniel, que estava vestido de terno e gravata vermelha, pela primeira vez e o garoto começou a segui-la como quem teve uma paixão a primeira vista, até que em certo momento se encontraram em uma loja de discos, no início dessa “perseguição” que não acabou por ai.

Um dia. A história se passa em um dia. E é nesse tempo que a vida um do outro começou a mudar. Nas primeiras conversas Daniel consegue ver que Natasha é desacreditada em destino ou amor a primeira vista e ele está convencido que se apaixonou por ela. O garoto sugere que façam um experimento “cientifico” que levaria os dois a se apaixonarem, porém ele tinha pouco tempo para fazer isso, aproximadamente 12 horas.

Aparentemente temos a receita de uma história clichê, mas Nicola Yoon surpreende novamente com uma narrativa ágil e bem escrita. Temos a possibilidade de acompanhar em capítulos rápidos a visão das personagens principais em primeira pessoa e aproveitar para ler em terceira pessoa as escritas de alguns personagens secundários e explicações para certos eventos que trouxeram um ar mais interessante a obra.

Tudo acaba acontecendo tão rápido que nem temos tanto tempo para nos aprofundarmos nas construções das personagens, afinal, são 276 páginas que basicamente narram um único dia. Mas com toda sua simplicidade e envolvência tiramos várias lições do livro e mergulhamos em observar todas diferenças trazidas a tona pelos personagens e ver como se constrói as soluções dos conflitos abordados.

Ensaio: Elementos Estruturais da Narrativa - Espaço #02
Ensaio: Elementos Estruturais da Narrativa – Espaço #02
Colunas, Livros

Ensaio: Elementos Estruturais da Narrativa – Espaço #02

Pensando em seu desenvolvimento e amadurecimento como ledor, caro leitor, me senti encorajado para escrever alguns ensaios cujo objetivo seja auxiliá-lo a inferir, interpretar e/ou facilitar qualquer tipo de leitura que esteja fazendo. Fundamento nossa discussão norteando a sua criticidade para os cinco elementos de análise literária de textos, que são:

  1. Foco Narrativo
  2. Tempo
  3. Espaço
  4. Personagens
  5. Enredo

Já foi publicado um escrito a respeito do Foco Narrativo (post intitulado de: Elementos Estruturais da Narrativa – #1 Foco Narrativo), neste espaço, separei um assunto bem interessante sobre o espaço, o espaço dentro dos romances, contos e crônicas.

Vamos utilizar Gaston Bachelard para ser o fundamento do nosso estudo, especificamente seu livro: “A Poética do Espaço”. A ideia do filósofo e ensaísta francês é discutir o espaço em dois grandes polos, através do polo material, real, geográfico e também ideal, não material e psicológico.

Portanto, para Bachelard, o espaço dentro de uma narrativa por exemplo, não será necessariamente uma cidade, ou uma casa, talvez um quarto (limitando este espaço somente ao seu aspecto físico e material), mas sim uma manifestação psicológica advinda de um aspecto físico. Parece complicado, não é? Mas fique tranquilo, é mais fácil que pensamos.

Ao ler o livro “A Poética do Espaço”, inferimos em cada capítulo uma alusão a essa união entre o material e não material e físico com psicológico. Os títulos são:

Capítulo 1 — A casa. Do porão ao sótão. O sentido da cabana;
Capítulo 2 — Casa e universo
Capítulo 3 — A gaveta. Os cofres e os armários
Capítulo 4 — O ninho
Capítulo 5 — A concha
Capítulo 6 — Os cantos
Capítulo 7 — A miniatura
Capítulo 8 — A imensidão íntima
Capítulo 9 — A dialética do exterior e do interior
Capítulo 10 — A fenomenologia do redondo

Podemos imaginar o livro sendo uma casa, não é mesmo? E cada cômodo um capítulo. O autor constrói em seu livro essa imagem, e é assim que se deve analisar o espaço de um livro. Cada lugar reserva tanto ao personagem quanto ao narrador, um comportamento específico, e em alguns casos, o enredo da história se torna cativo do espaço.

Por exemplo, no livro “Estórias da casa velha da ponte”, da escritora goiana Cora Coralina, a casa que se encontra aos arredores da ponte da Cidade de Goiás, antiga capital goiana, se torna uma personagem de grande importância no desenvolvimento da narrativa. É possível observar o amadurecimento da personagem principal do livro através do retrato do envelhecimento da casa.

É possível também discutir a vivacidade e psiqué do espaço lendo Machado de Assis e observando o contraste e retrato da sua linda e marcante cidade do Rio de Janeiro em seus romances e contos.

Quer mais um exemplo? “Os Sertões” de Euclides da Cunha. O aspecto seco e árido do sertão nos traz uma leitura desgastante (não, no sentido de leitura ruim). O espaço produz um homem que precisa ultrapassar a sequidão do sertão e de seus relacionamentos. O homem deve ser duro, combatente a fome e a sede. Não pode transmitir fraqueza, nem mesmo em suas relações.

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Livros, Resenhas

Resenha: Livro-me, Áurea Stela

Talvez o leitor possa considerar que o título desta obra sugira que alguém necessite desfazer-se de alguma coisa. A licença poética, contudo, permite-me transformar o substantivo “livro” em verbo. Neste caso, o verbo “livrar-se” toma para si o sentido do substantivo e deixa de significar tornar-se livre de alguma coisa, passando a exprimir a ideia de transformar-se em livro.

“Estou envolvida até o último fio de cabelo com a palavra. É uma relação de fiel cumplicidade. Eu a escrevo. Ela me descreve e explica. Eu a calo em mim. Ela diz tudo o que em mim é ininteligível. Eu dela abuso e uso prosa e verso. É ela que faz de mim poesia. Com a palavra na mão, não há solidão. Ela conta a minha história e as histórias que quero contar. É uma troca incessante entre palavras e imagens minuciosamente por elas construídas. ” Áurea Stella, 2013.

Foram com essas palavras que Áurea Stella me arrebatou em minha primeira leitura de um livro de sua autoria intitulado Livro-me, publicado pela Editora Pandorga. “Palavra minha lavra”, o primeiro de uma compilação de textos é a transcrição mais autêntica do eu-escritor/ eu-leitor de qualquer apaixonado pela leitura. A fiel tradução do mais ínfimo envolvimento entre uma pessoa e a palavra até o mais extremo relacionamento entre o ledor e a palavramundo.

Palavra essa que transforma e evolui o homem em suas habilidades retornando a sua gênese, distanciando-o de seu status quo autodestrutivo; portanto, o torna um ser mais sensível, ser mais crítico, ser mais humano.
Áurea Stella escreve para o seu leitor um diário de estilhaços, um devocional de observações dos questionamentos do cotidiano com uma leve pegada filosófica e jogo de ideias, tecendo assim um texto leve e profundo.
Alguns títulos que são encontrados no livro (exemplifiquei aqueles que marcaram a minha memória ao remeter a obra futuramente):

  • Só queria entender (p.53)
  • Todo mundo (p.45)
  • E a vida o que é? (p.31)
  • Confuso (p.39)
  • Não é para entender (p.57)
  • Quem sou (p.79)

Exemplo o fragmento denominado de “Minha morte”, dialética nem de longe tão simplista e nem de perto tão usual, a ressignificação do conceito morte e a sua justificativa prende a atenção em uma leitura ligeira. Rapidez, essa é uma característica marcante nos escritos da autora. Os textos não são extensos e com uma linguagem bem simples e objetiva, a escritora alcança qualquer tipo de leitor, seja experiente ou calouro. Sem contar na estética do livro, gracioso.

Cada texto um conto, cada conto um retalho e a cada retalho uma nova forma de vestir uma ideia. Ao tentar entender o livro, é possível compará-lo a um diário, pois em cada texto está descrito o dia de sua criação. Ao todo são trinta e seis textos e entre eles: contos (a maioria) e poemas (alguns), distribuídos em 123 páginas.

Não “livro-me” da possibilidade de reler este livro futuramente.