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Resenha: Uma Flor do Nosso Jardim, Alceu Costa Filho

Uma Flor do Nosso Jardim, conta a história da jovem Celina, uma garota que perdeu seu pai muito cedo e aos 15 anos também perde sua mãe, Carmela, as duas viviam sozinhas em Santa Catarina, no sul do Brasil.

Órfã tão cedo, Celina apenas queria que sua mãe retornasse para sua vida e seu lar, e questionava por que sua mãezinha havia partido tão jovem, deixando-a sozinha naquele mundo. Ela pensava em como conseguiria sobreviver com tão pouca idade e sem nenhum familiar na cidade, em como se alimentaria. Certamente, uma hora a dispensa ficaria vazia…

Você, jovem, que alimenta sonhos, cultiva esperanças, faz planos para suas vitórias e conquistas, não considere o amanhã tão longe.

Celina mesmo sem saber exatamente o que fazer, em espírito, é envolvida pelo amor de Nina, junto com Matias, que passa a ser chamado de jardineiro. Os dois juntos com outros amigos do bem ajudam a jovem menina na tomada de decisões e buscam mostrar à ela alternativas nos momentos mais difíceis que possam surgir.

O que a garota não esperava era encontrar uma pequena criança deixada na entrada de sua casa em um dia chuvoso e bastante frio, mas com a ajuda da vizinha Lucélia, elas decidem acolher o bebê abandonado. Após este ato de amor e compaixão para com o próximo, Celina se vê diante de uma sequência de acontecimentos, onde suas escolhas, com a ajuda do amigo jardineiro, são sábias para cada momento.

A menina cheia de amor que havia perdido seus pais, madura e consciente demais para a idade que tinha, reencontra seus avós da forma mais linda, emocionando o leitor. Além de estender as mãos por tantas vezes sem esperar nada em troca, sem mesmo saber como os problemas seriam resolvidos diante das condições atuais, apenas pedia à Deus e a seus amigos espirituais que a guiassem e a ajudassem.

Por fim, em Uma Flor do Nosso Jardim, Celina é uma flor que jamais estará sozinha no jardim da vida.

Nascer, viver, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.

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Resenha: Um capricho dos deuses, Sidney Sheldon

“Não sou mais a mesma pessoa que era quando cheguei aqui, pensou Mary. Eu era uma inocente. Amadureci da maneira mais árdua, mas amadureci.”

Nesse livro, Sidney Sheldon nos leva a adentrar no mundo da política, da Guerra Fria e dos países da Cortina de Ferro. A protagonista do livro, Mary Ashley, não é nem de longe uma Jenniffer Parker ou uma Tracy Whitney, outras protagonistas do autor que possuem personalidades fortes e envolventes, mas nos envolve e desperta as emoções típicas de Sheldon: suspense, amor, medo, ansiedade.

Mary é uma professora universitária, casada, mãe de dois filhos e leva uma vida pacata em uma pequena cidade do Kansas. Seu avô era romeno e, por isso, ela se especializou sobre países do Leste Europeu. Mary é convidada a ser embaixadora dos Estados Unidos na Romênia para convencer o atual presidente romeno, Alexandros Ionescu, a estabelecer uma relação de aproximação com os EUA. Mary não aceita o convite, pois seu marido é médico e muito ligado ao hospital em que trabalha, entretanto ele morre em um misterioso acidente de carro e, a partir daí, Mary decide aceitar o convite para tentar amenizar sua dor.

Mary é, então, levada por um caminho político cheio de intrigas, corrupção e o pior: uma conspiração para matá-la. Ela se vê atraída por dois homens: o médico da embaixada francesa, Louis Deforges, e seu subchefe, Mike Slade. Um deles está por trás dessa conspiração para acabar com a vida de Mary. Mas qual?

“- Não mesmo? – Stickley recostou-se e sua cadeira. – Você é mulher e está sozinha. Pode estar certa de que já a classificaram como um alvo fácil. Vão jogar com a sua solidão. Cada movimento que fizer será observado e registrado. Haverá microfones secretos na embaixada e na residência. (…)”

Além deles, Mary também está na mira de Angel, um assassino que nunca fracassou ao tentar tirar a vida de alguém:

“Nunca fracassei, pensou Angel. Sou Angel. O anjo da morte.”

Durante a narrativa, Mary se mostra um pouco desorientada ao buscar uma cura para seu sofrimento e uma maneira de lidar com os filhos que não queriam mudar de país, o que faz com que ela apresente mudanças de humor, deixando o leitor, muitas vezes, perdido. Todavia, aos poucos, ela vai se tornando forte e uma grande protetora de seus princípios e ideais, com isso vai ganhando a simpatia do leitor e sua personalidade de uma mulher guerreira fica mais evidente.

Típico de Sheldon, a trama tem um desfecho inusitado e um pano de fundo como a Guerra Fria que faz a trama misturar ficção e realidade. Aqui, faço um pedido: ao ler esta obra, caros leitores, reflitam sobre algumas questões que Sheldon aborda na narrativa: até que ponto temos nossa vida determinada por nossos governantes e outras autoridades? Até que ponto somos um mero capricho para aqueles que se consideram deuses?

Boa leitura!

O vencedor Mauro Maciel - Foto: Guilherme Sabota
O vencedor Mauro Maciel – Foto: Guilherme Sabota
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Mauro Maciel vence o 2º Prêmio Kindle de Literatura

A Amazon e a editora Nova Fronteira anunciaram hoje em São Paulo o vencedor do 2º Prêmio Kindle de Literatura. “O Memorial do Desterro”, de Mauro Maciel foi o título vencedor e será publicado em versão imprensa no segundo semestre deste ano. O autor vencedor também recerá um prêmio em dinheiro no valor de R$30.000.

Emocionado, Mauro falou sobre os desafios de ser um escritor no Brasil e na falta de reconhecimento fora das grandes cidades “Publiquei dois romances, dois romances em que me emprenhei bastante, e nem um convite para falar em alguma escola eu recebi. E eu sou uma pessoa que estou sempre com livros, os meus eu colocava no braço e ia passear com eles nas cidades, com desejo de apresenta-los (aos leitores) ”, disse. Nascido em Alegrete, Rio Grande do Sul, em 1971, o autor começou sua carreira em 1988, em um concurso locais de contos. Já publicou A Pedra do Doutor Getúlio (editora Movimento, 2011) e A Travessia do Rio Japeju (Editora Benvirá, 2014, finalista do Prêmio Saraiva de Literatura).

Maciel competiu com outros 1,700 títulos, que foram publicados através do KDP, plataforma de auto-publicação da Amazon. Os livros passaram por uma banca curadora da editora Nova Fronteira que chegou aos 5 finalistas e ao título vencedor anunciado hoje.

O Memorial do Desterro começa com o inquilino de um renomado escritor encontrado morto na fictícia cidade de Santa Maria do Mar Revolto. O morto permanece insepulto por vários dias, sem que nenhum parente, amigo ou vizinho aparecesse para prestar as últimas homenagens. Diante dessa inusitada situação, o redator-chefe de obituários do jornal da cidade resolve telefonar para o escritor, solicitando que assumisse o encargo de realizar o sepultamento. O escritor conhece um policial e com ele procura elucidar o mistério que envolve a vida do homem falecido. O Memorial do Desterro é um romance marcado por sucessivos dramas humanos, tratando da perene necessidade do ser humano em escrever e registrar suas memórias.

O romance segue disponível para compra do e-book na loja virtual e é um título disponível no programa Kindle Unlimited, que permite o download gratuito de livros participantes do programa, mediante pagamento de uma assinatura mensal. Clique aqui para comprar a sua versão digital.

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Resenha: Violetas na Janela, Vera Lúcia M. de Carvalho

Violetas na Janela é um dos livros mais vendidos sobre espiritismo. Com uma linguagem simples e clara, o livro nos apresenta como é a continuação da vida após a morte do corpo físico.

Para isso, Patrícia, uma jovem de 19 anos, desencarna muito cedo e através de sua tia Vera Lúcia, por meio da psicografia, nos conta como é a vida em uma colônia espiritual.

A jovem que partira tão tranquilamente, narra como é a convivência com os desencarnados no plano espiritual e na Colônia São Sebastião, além disso, trás questionamentos sobre as necessidades humanas como ir ao banheiro, sentir fome, ter sede, tomar banho ou simplesmente dormir.

A leitura nos mostra de maneira simples que precisamos pensar sobre a morte enquanto encarnados, e fala ainda sobre a aceitação da morte de um ente querido para aqueles que ficaram. Patrícia conta suas experiências, seus aprendizados, sobre as lições que aprende, e inclusive dos trabalhos a serem feitos nas Colônias, nos Postos de Socorro, no Educandário junto às crianças e inclusive no Umbral, para socorrer os desencarnados com vícios e que precisam de ajuda espiritual.

A alma, o espírito, tem sempre muitas oportunidades e pode, pelo seu livre-arbítrio, refletir o belo e o bem, ou o feio e o mal. O belo e o bem apresentam-se em harmonia e com equilíbrio, e dessa união surge o amor que os leva a progredir espiritualmente.

Violetas na Janela vai explicar à você o que é a desencarnação, e como é a continuação da vida, rodeada de amigos espirituais e bons ensinamentos. Patrícia continua a descrever o outro lado da vida em Vivendo no mundo dos espíritos, A Casa do Escritor e O voo da gaivota.

Esperamos que seja um grande aprendizado para você, cheio de alegria e muito amor. Desejamos uma ótima leitura!

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Conheça: 3 livros que todo aspirante a escritor deve ler

Há muitos manuais de escrita espalhados pelas livrarias que prometem ajudar os aspirantes a escritores a aprimorarem suas habilidades mas, muitos deles, são repletos de regras e fórmulas que pouco ajudam quem está começando. Esses 3 livros te ajudarão de forma verdadeira e inspiradora a tirar da cabeça suas histórias e colocá-las, enfim, no papel.

Sobre Escrita – Stephen King

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Nesse livro, o leitor pode entrar na cabeça do autor e entender o processo de criação de seus livros. A obra é separada em “Currículo” parte na qual ele apresenta sua história de vida e todos os acontecimentos que o levaram a ser o escritor que é – desde sua infância e suas inúmeras histórias que enviava à revistas, até a publicação de livros bem sucedidos como “Carrie, a estranha”. Essa primeira parte leva o leitor a conhecer as inspirações e motivações de King, por meio das peculiaridades e interesses do autor que conta, inclusive, sobre seu problema com álcool e o acidente que quase o matou em 1999.
A segunda e terceira parte, “Caixa de ferramentas” e “Sobre Escrita”, trazem um compilado de dicas e sugestões aos aspirantes a escritores, mostrando as ferramentas necessárias para aprimorar a escrita. De maneira muito inspiradora e sem ditar regras absolutas, King traça os caminhos para produzir uma boa obra, analisando alguns livros seus e de outros autores. Os conselhos vão desde questões técnicas, até organização e manejamento do seu espaço de trabalho. Segundo ele, não é possível transformar um escritor ruim em um bom escritor, mas é possível transformar um escritor competente em um bom. A leitura é quase obrigatória para todos que se interessam por escrita, seja de horror ou ficção no geral.

Para ler como um escritor – Francine Prose

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O livro da escritora, jornalista e professora é de grande importância para quem deseja tornar-se autor de romances. Ela divide, didaticamente, o livro em capítulos como “Leitura atenta”, “Palavras”, “Parágrafos” e “Diálogos”, analisando obras de grandes autores como Fitzgerald, Virginia Woolf e Tchekov. Francine defende o método “close reading”, no qual há uma leitura atenta às obras, pensando sobre questões como a estruturação dos parágrafos e a escolhas das palavras feita pelo autor ao escrever o livro. Além disso, o livro traz uma vasta e excelente gama de referências bibliográficas – livros que são importantes para serem tomados como guia, devendo ser lidos atentamente por aquele que deseja escrever. Sem apresentar regras fixas de escrita, a autora analisa os livros e, através de exemplos, defende que há o aprendizado ocorre por meio de uma leitura minuciosa e atenta das grandes obras.

A Jornada do Escritor – Christopher Vogler

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Vogler construiu a obra com base na teoria da Jornada do Herói, de Joseph Campbell (O Herói de Mil Faces), teoria na qual se apresenta o percurso similar que os heróis da ficção percorrem. O livro de Christopher Vloger apresenta, então, a jornada de um escritor de modo a dividir o livro em 19 partes, desde a primeira, com “O mundo comum”, até O “Chamado à aventura” e, por fim, o “Retorno com o elixir”. O autor analisa o estudo de Campbell acerca do herói através de diversos filmes importantes na indústria cinematográfica. A obra não é um manual de escrita, mas apresenta pontos importantes em relação à construção de um enredo e personagens.
Vale mencionar que o livro remete muito ao ambiente cinematográfico, portanto, é uma boa opção para quem se interessa pelo assunto, sobretudo construção de roteiro. É interessante a análise feita pelo autor acerca das histórias famosas hollywoodianas, como Star Wars.

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Resenha: O Jovem Sherlock Holmes, Andrew Lane

Você pode deduzir quanto quiser, mas dedução é inútil sem conhecimento. A informação é a base de todo pensamento racional. Busque-a. Procure-a com assiduidade. Não tente distinguir entre fatos importantes e triviais: todos são potencialmente importantes.

Quem nunca se surpreendeu ao ler os romances policiais de Arthur Conan Doyle vivenciados pelo incrível Sherlock Holmes?

Pois então, as deduções quase que obvias, mas que não são percebidas, por nós, leitores…

Em O Jovem Sherlock Holmes: Nuvem da Morte de Andrew Lane, Sherlock tem apenas 14 anos e passará uma pequena temporada durantes as férias na casa da família. O que jovem não imagina é encontrar um corpo no caminho nas redondezas da propriedade em que está hospedado e em seguida desvendar um grande mistério.

A adaptação do livro é boa, em determinado ponto, a leitura fica ainda mais interessante e envolve o leitor, fazendo com que leiamos até o fim. Apresentar Holmes enquanto adolescente é uma sacada diferente que talvez tenha dado certo.

Embora, para leitores e fãs de carteirinha de Sherlock e Doyle a história desenvolvida por Lane não tenha agradado completamente, ou seja, preferindo os clássicos romances do detetive mais famoso do mundo.

Já outros leitores preferem permanecer com o tradicional, e nem mesmo se arriscam a ler a nova adaptação onde Sherlock ainda é adolescente e começa a desenvolver suas habilidades de investigação, mas que não tem as mesmas características quanto adulto.

Então, o livro tem dois pontos de vistas diferentes entre leitores. Talvez se a adolescência de Holmes fosse narrada por Doyle agradasse mais os antigos leitores.

Já para os que estão conhecendo agora essa nova versão de Holmes, é aconselhável ler alguma obra original primeiro. Embora, as adaptações sejam só adaptações, não é possível carregar as mesmas características feitas pelo escritor original, tanto em detalhes quanto peculiaridades de personagens ou até mesmo o texto.

A adaptação de Andrew Lane já conta com outras publicações. Boa leitura!

“Você acha que o conhece? Pense duas vezes.”
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Resenha: O Perfume da Folha de Chá, Dinah Jefferies

Em 1925, a jovem Gwendolyn Hooper parte de navio da Escócia para se encontrar com seu marido, Laurence, no exótico Ceilão, do outro lado do mundo. Recém-casados e apaixonados, eles são a definição do casal aristocrático perfeito: a bela dama britânica e o proprietário de uma das fazendas de chás mais prósperas do império.
Mas ao chegar à mansão na paradisíaca propriedade Hooper, nada é como Gwendolyn imaginava: os funcionários parecem rancorosos e calados, e os vizinhos, traiçoeiros. Seu marido, apesar de afetuoso, demonstra guardar segredos sombrios do passado e recusa-se a conversar sobre certos assuntos.
Ao descobrir que está grávida, a jovem sente-se feliz pela primeira vez desde que chegou ao Ceilão. Mas, no dia de dar à luz, algo inesperado se revela. Agora, é ela quem se vê obrigada a manter em sigilo algo terrível, sob o preço de ver sua família desfeita.

Em uma de minhas andanças pelas livrarias me deparei com o livro “O Perfume da Folha de Chá” e fui surpreendido pela qualidade do material, começando pela delicada textura que encontrei na capa desta edição. Logo após, li a sinopse e tive a certeza que seria um daqueles livros que a leitura me seria agradável e renderia bons momentos para imaginar uma realidade do começo do século passado tão distinta da que vivemos hoje.

Para conseguir mergulhar nesta nova realidade vejo duas situações possíveis, a autora dar poucos detalhes e nos deixar imaginar o resto ou uma narração bem detalhista e fornecer uma visão completa da situação. No caso de Dinah Jefferies, ela optou totalmente pela segunda opção. Sua narrativa de mais de 400 páginas são repletas de detalhes e constroem facilmente as paisagens dos cenários escolhidos para este romance de época.

Você já ouviu falar no Ceilão? Pois é lá que a obra se passa. Ceilão é um país insular asiático, localizado ao largo da extremidade sul do subcontinente indiano e atualmente é conhecido como Sri Lanka. Achei a escolha do local incrível, pois foge do clichê dos países mais tradicionais quando esse tipo de romance é escrito.

A história de “O Perfume da Folha de Chá” é uma história de segredos ocultados, através de aparências perfeitas. Tudo se passa em 1925 quando Gwendolyn Hooper, aos 19 anos, vai até o Ceilão para começar uma nova fase de sua vida com o seu recém esposo Laurence, que é proprietário de uma incrível fazenda de chá. Após uma temporada na Inglaterra, onde foi seu casamento, Gwendolyn começa a notar que seu marido esconde segredos obscuros do passado e que começa a se afastar dela gradativamente.

Com o tempo, Gwen (eu a chamava assim durante a leitura) se tornaria uma dona de casa legítima do início do século passado e começa a ter responsabilidades que eram usuais como controle de gastos e gerenciando o andamento da casa. Acontece que ela percebe que há contas da casa que não coincidem e que a família de Laurence tem vários mistérios e intrigas.

O fato é que o casal mal se comunica e existe a insistência de manter o passado ocultado de Gwendolyn durante a história, mesmo que ela insista para que ele conte o que aconteceu. Um fato interessante do livro é que a autora nos engana muito bem, pois durante a leitura eu tinha certeza como seria o final deste livro, mas fui surpreendido com uma série de acontecimentos que me fizeram correr para chegar na última página.

Além de segredos, o enredo mostra fortemente os conflitos internos da Gwendolyn e todos os acontecimentos que ela presencia e passa naquele vilarejo. É um livro que por mais que seja narrado em terceira pessoa, tem um bom desenvolvimento e mostra de maneira intensa e emocional o que acontece com a personagem principal, mas deixa a desejar com outras personagens secundários que despertam nossa atenção e não tem seus conflitos resolvidos.

“O Perfume da Folha de Chá” irá chamar sua atenção por toda transmissão de uma cultura diferente da nossa e a possibilidade de se aventurar em uma história longa que flui de maneira harmoniosa e cria excelentes ligações com as tramas lançadas no livro. Posso dizer também que estarei procurando outras obras de Dinah Jefferies para me entreter com novas histórias de dramas familiares, os quais acho muito interessantes.

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Resenha: Escrito nas estrelas, Sidney Sheldon

 

Angústia, romance, suspense… Escrito nas estrelas é um livro para despertar todos esses sentimentos e nos fazer viajar pelo mundo dos negócios imobiliários. Lara Cameron não teve uma infância muito fácil: nasceu em uma pequena cidade da Escócia, sua mãe morreu no parto e ela foi criada por um pai alcoólatra e frequentador de prostíbulos e, como se não bastasse, culpava Lara por todo o seu azar.

Ele trabalhava como cobrador de aluguéis de uma pensão, mas, devido à bebida, adoeceu e Lara teve que ficar responsável pela cobrança dos aluguéis, apesar de ainda muito nova e do descrédito do dono da pensão, que achava que ela seria “passada para trás” por todos. Entretanto, Lara se sobressai nas cobranças e acaba conhecendo Charles Cohn, um homem que se hospeda na pensão e lhe ensina muito sobre construções e finanças. Isso a motiva a pedir um empréstimo bem alto ao dono da pensão, Sean MacAllister. Ele lhe promete o empréstimo em troca de que ela vá para a cama com ele. A ambição fala mais alto e Lara resolve ceder.

“Lara sentia-se irrequieta. (…) Não havia anda que ela pudesse fazer. E se acostumara a mais ação. Gostava de ter meia dúzia de projetos em andamento ao mesmo tempo.

– Por que não procuramos por outro negócio? – perguntou ela a Keller.”

Assim, Lara constrói seu primeiro prédio e não parou mais. Conquistou Chicago e metade de Nova York. Percorrendo um caminho tortuoso e caminhando em uma trilha perigosa entre o jogo de mentiras e fraudes do mundo dos negócios, Lara ficou conhecida como A Borboleta de Ferro, tornou-se uma inspiração para mulheres e um obstáculo para os homens do ramo imobiliário. Mesmo com tantas coisas conquistadas, Lara sente que lhe falta algo, então conhece Philip Adler, um pianista, e se apaixona. Os problemas começam.

Enquanto construía seu enorme império, Lara tinha um relacionamento com um homem casado e que tinha ligações com a Máfia: Paul Martin. Ele não aceitaria a traição de Lara e está cada vez mais difícil para ela conciliar sua vida pessoal e profissional. Tudo começa a desmoronar.

Em seu aniversário de 40 anos, ela planeja uma festa para duzentos convidados e está disposta a entrar no salão, de cabeça erguida e enfrentar tudo e todos, mas o que acontece é algo realmente inesperado para a protagonista!

Uma obra que faz o leitor ir da pobreza para riqueza e da ingenuidade e pureza para a determinação e ambição. Ódio, vingança, rejeição, amor… A Borboleta de Ferro nos traz inúmeras vivências e muitas surpresas em um destino cheio de suspense e reviravoltas!

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Resenha: O dia do Curinga, Jostein Gaarden

O Dia do Curinga é um livro incrivelmente mágico, mas com uma magia diferente, envolvente, nos prende por completo a fim de descobrirmos o desfecho dessa aventura fascinante.

É aquele livro que depois de lido, nos transforma de alguma forma. A trama gira em torno do garoto Hans-Thomas que junto com seu pai vai até a Grécia atrás de sua mãe que precisava se encontrar.

É verdade… Existem cerca de cinco bilhões de pessoas nesse planeta. Mas a gente acaba se apaixonando por uma pessoa determinada e não quer trocá-la por nenhuma outra.

No meio do caminho Hans ganha um saco com pães e um deles esconde um pequeno livro, este, entrelaça duas histórias com uma diferença extensa de anos, embora, no final, elas se encontrem maravilhosamente.

Náufragos, mitos gregos, cartas vivas de um baralho, um padeiro, um anão, a tão saborosa bebida purpura, e principalmente um curinga, completam essa história que nos prende a todo o momento.

Além de muita magia o autor Jostein Gaarder, o mesmo de O mundo de Sofia e Através do Espelho, brinca com a imaginação do leitor de forma que poucos autores conseguem fazer com excelência, e nos faz refletir sobre perguntas importantes através dos questionamentos que a filosofia é capaz de permitir.

Por fim O Dia do Curinga, é realmente um livro mágico e difícil de ser descrito, mas extremamente fácil de ser lido.

Aliás, você já se perguntou por que existe apenas um curinga no baralho?

O curinga (…) é um caso à parte; uma carta sem
relação com as outras. Ele está no mesmo monte das outras cartas, mas
aquele não é seu lugar. Por isso pode ser separado do monte sem que
ninguém sinta falta dele.

Boa leitura!

 

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Resenha: Black Silence, Mary Cagnin

No futuro a Terra está com os dias contados. Uma equipe de astronautas é convocada para fazer reconhecimento de um planeta que pode ser a única chance de sobrevivência dos seres humanos.

Lucas é um exobiólogo renomado que se encontra numa situação complicada e sua carreira está por um triz. O destino o leva até Nee, uma militar com uma reputação e tanto, que o faz uma proposta irrecusável. O que ele não sabe é que esta missão mudará tudo o que ele acreditava um dia ser verdade.

Imagem, Mary Cagnin, Divulgação

Black Silence é uma HQ brasileira de ficção científica, da quadrinista Mariana Cagnin (Mary Cagnin), ambientada em um futuro pós-apocalíptico, onde os humanos estão procurando recursos e estabelecer colônias em outros planetas, pois a Terra está com os seus dias contados. Essa é a missão da oficial Neesrin Ubuntu e sua tripulação, composta por Fumika Yamamoto, uma geóloga; Peter Logrado, um engenheiro espacial, Joana Finnigan, copiloto da nave e braço direito de Neesrin; e Lucas Ferraro, um exobiólogo que está com sua carreira por um fio e com problemas com as autoridades. Conhecemos Lucas logo no início da HQ, sendo recrutado pela própria comandante Neesrin, na cadeia; e de início ele está relutante a ir, mas logo aceita pela curiosidade de descobrir novos mundos, e pela grande reputação da comandante Neesrin.

Com a tripulação reunida, eles logo partem para o espaço, e descobrem um novo planeta, que eles denominam Adda- 48B. No entanto, o que seria só uma viagem de reconhecimento, logo se torna um dos piores pesadelos para Neesrin e toda sua tripulação.

Na minha vida, vi coisas extraordinariamente terríveis. Vi crianças serem tiradas de seus pais e homens sendo mortos diante dos meus olhos. Eu vi o nosso mundo ruir. Ainda assim, eu não estava preparada para isso. Existem muitos tipos de violência… E o silêncio é uma delas.

ALGUNS SPOILERS ABAIXO

O grande trunfo de Black Silence é a atmosfera. Mary Cagnin conseguiu transpor uma atmosfera densa de medo e paranoia, elementos importantes para uma boa história de terror psicológico, em cada página. A HQ tem uma narrativa simples e que com certeza você já viu em filmes de ficção científica hollywoodianos: uma tripulação de uma nave partem para uma missão no espaço, e param em um planeta desconhecido, com um terror desconhecido, o que será a condenação deles. Geralmente o terror desconhecido é algum/alguma civilização alienígena, porém no caso de Black Silence o terror está exatamente no silêncio do espaço e no desconhecido.

Ao pousarem no planeta Adda-48B, que aparentemente é um planeta inabitado, a tripulação dá de cara com uma Pirâmide Negra. Isso mesmo, um monumento construído por alguma civilização antiga, mas se alguma vez existiu civilização naquele planeta arenoso, não existe mais há muito tempo. A presença daquela Pirâmide misteriosa afeta Neesrin mais do que ele imaginavam. Se de início é um enigma que eles precisam decifrar, logo passa a ser uma presença extremamente perturbadora, exatamente pelo fato de eles não saberem o que é e o que significa.

Logo, eles começam a ouvir vozes, há algo falando com eles, seja uma presença alienígena, seja o seu próprio consciente; deixando todos em um estado perpétuo de paranoia e medo. A tensão entre os personagens é crescente, assim como o medo e o desespero irracional. Não é um alien que é a causa de sua destruição, e sim os seus próprios medos e inseguranças. E o silêncio. Aquele silêncio incômodo que enlouquece, e não há uma resposta lógica ou racional, apenas o silêncio.

Toda essa tensão é passada com maestria com o roteiro de Mary Cagnin, que de acordo com o seu Editorial, queria passar para os leitores a mesma sensação que ela tem com a imensidão do universo, o que ela consegue com maestria:

Quando decidi fazer um sci-fi espacial, eu queria passar a sensação, o sentimento que tenho em relação ao universo: o desespero e o terror diante do desconhecido, do imensurável. Existem certas coisas que nossa compreensão, tão humana, não é capaz de decifrar, e o que sentimos é aquela estranha… insignificância. Afinal, quem somos nós em relação ao resto do mundo? Talvez um pequeno, ínfimo grão de areia.

Essa estranheza diante do desconhecido, também é passada para os leitores, pois não sabemos tanto quanto os personagens o que diabos está acontecendo, e a cada página somos pegos com situações, que assim como Neesrin e sua tripulação, não estávamos preparados. Outro trunfo da HQ, é a construção  dos personagens e a sua diversidade: Neesrin, a comandante e protagonista, é uma mulher negra (um refresco, diante de narrativas de ficção científica onde apenas homens brancos são permitidos a desbravar o universo); e além dela há mais duas mulheres, uma mulher asiática e a outra também negra (adeus Princípio de Smurfette!); e dois homens. A construção da personalidade de cada um é feita de uma forma em que você consegue se identificar com os personagens, mesmo que no fim, a narrativa não se aprofunde na vida de cada um, muito devido às poucas páginas.

Neesrin é uma protagonista maravilhosa, e apesar do final conclusivo, eu queria ler mais histórias com a comandante. Os traços dos desenhos, é outro ponto alto, em uma arte linda em P&B.

Black Silence é uma ficção científica de qualidade, com uma atmosfera de terror psicológico primoroso, e Mary Cagnin é definitivamente uma das quadrinistas brasileiras que vale a pena ser acompanhada.

Vocês podem comprar Black Silence no site da autora, e acompanhá-la no Facebook, Twitter e Instagram.