Atualizações, Resenhas

Resenha: Todo Dia, David Levithan

O livro é um Young adult que narra uma história completamente peculiar, intrigando o leitor a a cada capítulo que passa. Em Todo Dia, conhecemos A, um ser que, todos os dias, habita um corpo diferente. A cada amanhecer, A está em uma vida nova, rodeado por pessoas novas e em lugares diferentes. A pega a vida da pessoa emprestada por um dia, sendo que a pessoa nunca se lembra de sua presença e ele nunca sabe quem será o próximo corpo a ser habitado, apenas que terá 16 anos, assim como ele.

“Não vou de 16 anos para 60. Nesse momento, é apenas 16. Não sei como isso funciona, nem o porquê. Parei de tentar entender há muito tempo. Nunca vou compreender, não mais do que qualquer pessoa normal entenderá a própria existência. Depois de algum tempo é preciso aceitar o fato de que você simplesmente existe”

O ponto chave a da história é quando A acorda no corpo de um garoto prepotente do ensino médio, Justin. Ele percebe, logo ao despertar em seu quarto, que Justin não é um menino legal, mas, geralmente, decide não afetar a vida da pessoa na qual habita. No entanto, assim que chega ao colégio, A percebe que Justin tem uma namorada a qual não trata tão bem assim. Rhiannon é uma garota insegura e de bom coração que faz de tudo por Justin. Logo, A sente uma conexão não usual com ela, a ponto de transcender as 24 horas que ele tem no corpo de Justin.  A questão é que ele não deve influenciar na vida da pessoa na qual reside e, também, não poderia se apegar a qualquer pessoa com cuja vida cruzasse. Rhiannon o fará quebrar as regras que colocou para si mesmo, mudando completamente sua vida.

Todo Dia trás uma premissa interessante por ser diferente do que já foi apresentado em livros do gênero. A criatividade do autor é explorada a todo momento, pois quando o personagem acorda em uma nova vida, nos apresenta novos personagens a cada capítulo, fazendo com que o leitor entre na vida dessas pessoas juntamente com A, conhecendo-as pouco a pouco. Além disso, a narrativa traz questões importantes sobre identidade de gênero, causa LGBTQ+ e saúde mental. Como caímos, junto com o personagem, em uma nova pessoa, também temos a oportunidade de entrar na vida de pessoas distintas e aprender um pouco mais sobre suas batalhas pessoais, as quais A, muitas vezes, também tem que lutar.

“Na minha experiência, desejo é desejo, amor é amor. Nunca me apaixonei por um gênero. Apaixonei-me por indivíduos. Sei que é difícil as pessoas fazerem isso, mas não entendo por que é tão complicado, quando é tão óbvio.”

O mais interessante do livro é que A não tem gênero, portanto, não temos descrição física para imaginá-lo fora dos corpos os quais habita. Assim, o livro acaba se tornando uma verdadeira lição de empatia, colocando o leitor no centro de situações distintas. Por mais que a premissa seja boa, o gancho que envolve a história é um pouco repetitivo, por focar demasiadamente no amor entre A sente por Rhiannon. A leitura, no entanto, é válida por todos os outros aspectos que envolvem a trama e é, sem dúvidas, um livro que merece atenção.

A adaptação cinematográfica chega às telas em Fevereiro de 2018 nos EUA, mas ainda está sem previsão de estreia para o Brasil. Confira o trailer.

Anterior Seguinte

Você também pode gostar de...

Comentários do Facebook







1 comentário

  • Responder Lua 23/07/18 em 13:54

    Oii!!! Acabei de ler o livro todo dia é me deparei com sua resenha. Concordo muito com o que disse, principalmente sobre, apesar de abordar assuntos pertinentes, o livro se tornar um pouco repetitivo. Além disso, me decepcionei muito com a personagem Rhiannon e principalmente com o desfecho.
    Bjss

  • Deixar um comentário