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Rafaela Donadone

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Resenha: Zac & Mia, A.J. Betts

A última pessoa que Zac esperava encontrar em seu quarto de hospital era uma garota como Mia – bonita, irritante, mal-humorada e com um gosto musical duvidoso. No mundo real, ele nunca poderia ser amigo de uma pessoa como ela. Mas no hospital as regras são diferentes. Uma batida na parede do seu quarto se transforma em uma amizade surpreendente. Será que Mia precisa de Zac? Será que Zac precisa de Mia? Será que eles precisam tanto um do outro? Contada sob a perspectiva de ambos, Zac e Mia é a história tocante de dois adolescentes comuns em circunstâncias extraordinárias.

Quando recebi Zac & Mia em casa eu estava muito empolgada. Como vivo tentando me despistar dos spoilers que assolam o mundo, escolhi fechar os olhos todos os dias que lia algum comentário sobre esse livro. Estava esperando um romance que tinha agradado muito a crítica, tudo que eu não estava esperando era mais um livro sobre o câncer.

Eu estou oficialmente cansada de livros sobre o câncer. Não me entendam mal, não sou insensível e não acho que esse tema deveria ser escondido de todos nós. Muito pelo contrário! O mundo tem que perder o medo da palavra câncer e de todo o paradigma que a cerca, mas não do jeito que ando lendo por aí. Desde “A Culpa é das Estrelas” – diga-se de passagem, um dos meus livros favoritos – fomos levados por uma enxurrada de livros com a temática hospitalar, onde jovens lutam bravamente e diariamente para chegar ao fim de um mais dia e nem sempre tem um final feliz.

É a história clássica de um herói que trava uma batalha silenciosa dentro de si mesmo, mas que ainda conseguem preservar sua essência, levar sua vida normalmente e ainda nos dar uma lição como devemos aproveitar mais a nossa vida. Mas veja bem, o câncer não é nada romantizado. O câncer é feio, silencioso e letal. Ele é vencido (ou não) pelo cansaço. Ele luta não somente com um paciente, mas com todos os médicos que estudam diariamente novas drogas para combatê-lo, com as enfermeiras, que estão a todo o momento preocupadas com o bem-estar do paciente, ele luta com as mães desesperadas na beira da cama, com os pais resistentes na força filho, com os irmãos, irmãs, esposas, filhos e filhas que estão batalhando junto com o doente. O câncer modifica a vida de uma família inteira e não era bem isso que eu andava lendo e vendo por ai…

Nunca li um livro sobre a temática (e olha que li bastante viu? Aliado a meu fraco por romances, eu faço medicina, então a combinação dos dois temas sempre foi o suficiente para me chamar atenção) que abordasse o que sempre pensei: essa não é uma tarefa que se luta sozinho, e ao ler as palavras de Zac sobre sua doença, percebi que esse seria um livro diferente de todos que já li

Logo de cara conhecemos Zac, um garoto de 17 anos que está no pós-operatório de um transplante de medula, na segunda tentativa de curar sua leucemia. Em isolamento no seu quarto, ele fala de como toda a sua força e todo o seu sacrifício é para a sua família, que esteve ao seu lado e realmente lutou para ajudá-lo. De como as pessoas se referem a ele como “corajoso” e “guerreiro”, quando na verdade ele não fez nenhum grande ato heroico, não ajudou ninguém, não fez nenhuma nova descoberta. Mas Zac em momento nenhum é ressentido ou amargo. Ele é o personagem mais bem-humorado e engraçado do livro, e quando percebi isso, me apaixonei por Zac.

De todos, eu sou o menos corajoso. Nunca me alistei para essa guerra. A leucemia me convocou, essa filha da Puta.”

Vamos conhecendo toda sua história: de um garoto ativo, que morava numa fazenda com uma família amorosa, praticava esportes e saia com os amigos até a descoberta sobre sua doença, seus tratamentos e seu atual dia-a-dia no hospital, preso a uma cama, com pessoas medindo a quantidade de glóbulos brancos no seu sangue.

Seu cotidiano entendiante muda com a chegada de Mia, uma adolescente linda e rabugenta que chega para o quarto ao lado. Entre sua falta de educação com as enfermeiras e a música alta que ela coloca em pleno hospital, Mia muda o foco da atenção de Zac e consegue distraí-lo como ninguém nunca conseguiu por ali. Mia é briguenta e fútil, se preocupa mais com seu cabelo do que com seu osteosarcoma, mas ela também é a personagem que mais cresce em tão pouco tempo.

Ouço coisas como ‘você ter descoberto a tempo de se tratar é muita sorte…’ É impossível, essa coisa de sorte. Eu queria que a sorte desse o fora e me deixasse cometer meus próprios erros. Quero ter o controle sobre a minha vida novamente.

Acostumado a só ter companheiros de hospital na base dos 60 anos, Zac não tem como não se aproximar de Mia, e essa história passa longe de ser a mais romântica ou a mais convencional, mas com certeza é uma das mais lindas que já vi.

“Zac & Mia” fala sim sobre câncer, fala sim sobre aproveitarmos nossa vida ao máximo, porque podemos não saber até quando poderemos fazer isso, fala sim sobre valorizar a família e as coisas que realmente importam. Dito isso pode parecer bastante clichê, certo? Mas acredite, ele não é. O livro tem uma forma tão leve e ao mesmo tempo tão profunda de tratar sobre assunto que tentei procurar um outro livro semelhante pra exemplificar pra vocês e não consegui… Zac & Mia é único.

“Confie em mim, penso. Confie em mim. Então ela se apoia em mim como se eu fosse o único amigo que restasse no mundo.”

Leitura recomendada e entrou pro top das favoritas desse ano!

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Resenha: O despertar do príncipe, Colleen Houck

O Despertar do Príncipe – Quando a jovem de dezessete anos, Lilliana Young, entra no Museu Metropolitano de Arte certa manhã, durante as férias de primavera, a última coisa que esperava encontrar é um príncipe egípcio ao vivo com poderes divinos, que teria despertado após mil anos de mumificação.E ela realmente não poderia imaginar ser escolhida para ajudá-lo em uma jornada épica que irá levá-los por todo globo para encontrar seus irmãos e completar uma grande cerimônia que salvará a humanidade.Mas o destino tem tomado conta de Lily, e ela, juntamente com seu príncipe sol, Amon, deverá viajar para o Vale dos Reis, despertar seus irmãos e impedir um mal em forma de um deus chamado Seth, de dominar o mundo.

O quão hipócrita eu seria por ter julgado os últimos livros da Collen Houck na semana passada e hoje vir aqui recomendar a leitura desse novo lançamento da autora? Bom, por que foi isso mesmo que vim fazer aqui! Hateres gonna hate, mas vim contar pra vocês sobre a mais nova obra da autora, que cá entre nós, está muito boa!

Antes de começar qualquer resenha, deixo claro que: irão haver comparações! Acho muito difícil falar sobre esse livro sem fazer alguma comparação com a outra série de Collen Houck, A maldição do tigre, até porque a autora investiu na mesma temática (mocinha humana + herói não-humano maravilhoso + jogar um um bando de lendas e crenças de outro país pra completar e = TCHARAM! Novo best seller saindo do forno!) Então eu vou tentar ser imparcial, mas vou comparar sim, me desculpem desde já!

Então vamos lá? No livro somos apresentados a Lilliana – ou Lily – uma adolescente séria que luta diariamente pra esconder seu lado sarcástico e aventureiro de seus pais extremamente rigorosos, que só ligam pras aparências.

Podemos começar essa comparação com um grande plus: Lily é infinitas vezes melhor que Kelsey. Muito mais decidida, não se deixa levar pelos acontecimentos sem fazer nada, e o melhor de todas as suas qualidades: saber que é bonita. Gente, eu não sei se é porque leio demais, mas simplesmente cansei de mocinhas sem auto-estima que passam metade do livro se perguntando porque o herói quer ficar com ela. Miga, se um semi-deus/príncipe reencarnado em animal/vampiro milenar/lobisomem rei quer ficar com você, mesmo você sendo 100% sem graça, levanta as mãos pro céus e aceita, não tenta lutar contra não! Continuando…

Em mais um dia comum e entediante do seu dia, Lily vai até uma seção fechada do Museu Metropolitano de Arte para poder ler em paz sem ser incomodada, quando percebe que não está sozinha lá. E aqui somos apresentados a Amon… Definindo Amon para os leitores da Saga do Tigre, Amon é o nosso Ren. Para quem não leu, Amon é atencioso, educado, engraçado, lindo, e ah… Amon também é o príncipe do Sol, que desperta uma vez a cada mil anos para realizar uma cerimônia ao lado de seus irmãos para salvar a terra e a humanidade da magia poderosa do Deus Seth (mas bobagem essa última parte, né?).

Depois de se apresentar, Amon diz a Lily que, por não estar encontrando seus vasos canópicos (no Egito, os vasos canópicos são onde os servos guardam os órgãos das múmias, para elas utilizarem quando reencarnarem), ele vai precisar fazer uma ligação com ela, para usar sua energia vital. Ele explica que só fez isso devido a importância de terminar a sua tarefa de deixar o Deus Seth adormecido, devido ao seu enorme poder e maldade (uma ressalva aqui que nós só ouvimos falar desse Seth. Conhecemos seus seguidores e servos durante todo o livro, mas esse  Seth bonitinho nunca deu as caras). Acreditando que está diante de uma pessoa mentalmente doente, Lily tenta ajudar Amon e até levá-lo para um hospital. Mal sabe a nossa mocinha que está prestes a viver a maior aventura da sua vida controlada.

Amon realmente é o príncipe do Sol e utilizou os órgãos de Lily para conseguir energia suficiente para terminar sua missão na terra:
1. Encontrar sua tumba e recuperar seus vasos canópicos
2. Despertar seus irmãos
3. Realizar a cerimônia milenar para derrotar o Deus Seth (que nunca vi, nem comi, eu só ouço falar)
E por estar conectada a ele com uma ligação ainda não totalmente compreendida, Lily tem que acompanhar nosso Deus do Sol em toda a sua aventura.

“Sem você eu seria uma balsa lançada em uma mar revolto sem vela nem ancora. Estaria realmente perdido”

E é durante toda essa corrida para salvar o mundo que Lily se apaixona por Amon. Não pelo príncipe, ou pela múmia, mas pelo homem abnegado e maravilhoso que Amon é, mas só pode mostrar um pouquinho de si a cada mil anos. Digo com pesar que perdemos em O despertar do príncipe o meu fator preferido em A maldição do tigre: o romance doce e caramelizado. O despertar traz muito mais ação e um herói totalmente decidido a terminar seus objetivos e não se entregar a um romance com uma mortal. Não posso dizer o quanto essa determinação foi suficiente, mas dou créditos pela tentativa.

Hakenew, Lily.
– Isso quer dizer “obrigado”, não é?
– Quer dizer mais do que um simples obrigado. Expressa um profundo sentimento de gratidão por outra pessoa. É um agradecimento pelo calor e pelo conforto duradouros que sente na companhia de alguém especial. Não estou agradecendo a você, Lily. Estou agradecendo por você.”

Sobre a parte cultural… Não sei se foi por uma preferência pessoal, mas achei a cultura Egípcia muito mais interessante e menos confusa do que a Indiana que tivemos em Maldição do Tigre. Eu realmente gostava de ler aquelas histórias e os significados egípcios, diferentemente das milhares de lendas malucas que eu lia no Tigre, quando minha vontade era pular logo pra voltar pros braços de Ren e do romance.

O Símbolo é um sinal de proteção do deus do sol e um lembrete: quando somos privados de tudo aquilo que valorizados, finalmente conseguimos ver a verdade.”

Assim como na saga anterior, a edição continua impecável! Com uma capa maravilhosa e temática (as capas dos primeiros volumes de ambas as séries estão entre as minhas preferidas de todas que tenho), o livro é dividido em 3 partes, que também são detalhadas e diferenciadas no meio da leitura. Assim como na saga do Tigre (juro que é a última comparação rsss) temos um final forte e que nos deixa ansiosos pela próxima leitura! O segundo livro da série “O coração da esfinge” ainda não tem previsão de lançamento pela Editora Arqueiro, mas eu já estou aguardando ansiosamente por esse segundo volume!

” — A Eternidade é um tempo longo demais para não se ter  alguma coisa para lembrar.”

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Resenha: Saga – A Maldição do Tigre – (o compilado), Collen Houck

Atenção! Este texto contém spoilers! Para reler a resenha completa dos dois primeiros livros, clique:

A Maldição do Tigre – AQUI
O Resgate do Tigre – AQUI

Há um tempinho atrás, vim aqui falar pra vocês sobre minha nova paixão: o livro “A Maldição do Tigre”. Lembro como essa série conquistou meu coração com tanta facilidade, que eu mal terminei a última página e vim contar aqui o quanto vocês deveriam largar tudo que estavam fazendo e ler essa história.

– Você foi a escolhida, Kelsey. E, se eu tivesse a opção de escolher a garota que iria me salvar, ainda teria sido você.

Meu amor era tanto, que eu estava prestes a abandonar a faculdade e ir ao zoológico procurar um tigre pra chamar de meu. Recomendei a saga para todas as minhas amigas (e inclusive para todos vocês, leitores do site) e fiquei mais que feliz em saber que a série era formada por cinco livros!

“Acho que me apaixonar por ele seria como mergulhar de um precipício. Seria ou a melhor coisa que me aconteceria ou o erro mais idiota que eu cometeria. Faria com que minha vida valesse a pena ou com que eu me chocasse contra as pedras e me arrebentasse completamente.”

Depois do momento empolgação, fui tão ansiosa ler “O Resgate do Tigre“, segundo livro da série, que devorei todo em um dia. O livro começou perfeito e teve um desenvolvimento tão maravilhoso, que eu só fazia elogiar! Mas ao final do livro eu já imaginava como aquela história que parecia estar terminando iria ter fôlego para segurar mais 3 livros. Mas não duvidei em nenhum momento de Colleen Houck, afinal seus dois primeiros livros estavam impecáveis, então fiz a resenha do segundo livro (que você pode ler aqui) e parti para a próxima parada: o terceiro livro, “A Viagem do Tigre“. E foi aqui, meus amigos, que tudo começou a desandar…

Não me entendam mal, não me arrependo de ter lido a saga do Tigre em momento nenhum. Mas ao meu ver, os dois primeiros livros são muito superiores que os dois últimos livros da série. Acredito que a história poderia ter sido finalizada em uma trilogia, mas ao prolongar os acontecimentos para criar conteúdo para um outro livro, a autora perdeu a proposta do romance de uma maneira tão brutal, que as vezes eu tinha que parar e voltar algumas páginas para entender em que país Kelsey estava, ou que artefatos ela estava usando, ou se o pensamento dela no momento se referia a Ren ou a Kishan.

Entre deuses que iam e  voltavam, instrumentos que faziam a pessoa se transportar no tempo/espaço, árvores que falavam e um irmão cara de pau que não sabia respeitar os limites do brocode, fui tomando um desgosto tão grande pela leitura, que tive que me forçar a terminar o último livro, “O Destino do Tigre“. Final esse que deixou a desejar.

Eu até tentei fazer uma resenha específica para cada livro (assim com fiz com os dois primeiros volumes) mas preferi poupar vocês de ler minhas palavras desapontadoras, e então compilei aqui a minha opinião final: “A Maldição do Tigre” ainda é um dos melhores livros que já li, seguido de perto pelo segundo volume, que sustenta a qualidade da história e do romance. Mas a partir daí, só recomendo a leitura para quem gosta de um triângulo amoroso descarado ou de histórias indianas recheadas de mitos! A decisão final fica com vocês!

 

Atualizações

Maratona Voltando pra Hogwarts!

Todo fã de Harry Potter é um eterno órfão. Nós temos a sorte de ter uma autora maravilhosa que vira e mexe libera novas histórias (sejam elas do futuro dos personagens ou do passado de cada um) no Pottermore para tapar um pouquinho do buraco que o fim da série nos deixou.

Embora sejamos agraciados com esses presentes (que são sempre postados e traduzidos aqui no Beco), as vezes isso não é suficiente! Para matar as saudades, eu e a Pri (do canal Geek Lady) criamos a maratona Voltando pra Hogwarts! Vamos reler todos os livros da série aos poucos e comentando com vocês! Nosso objetivo é, além de reler as histórias maravilhosas criadas pela J.K., observar os detalhes que não percebemos quando lemos a primeira vez e podermos ir comentando com os amigos que estão lendo ao mesmo tempo! Gostaram?

O projeto não é só nosso! É para todos os leitores que amam a série e só precisavam daquele estímulo para ler de novo! Queremos comentar com todos vocês! Vamos estar sempre atentas a participação de vocês pelos comentários aqui, pelos videos do canal, pelo twitter (com a #becoliterario) ou pelo nosso grupo no Viber chats!

Já pegaram o seu exemplar de Harry Potter e a Pedra Filosofal? Contamos com todos vocês! A magia não acaba nunca!

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Resenha: Grey, E.L. James

Christian Grey controla tudo e todos ao seu redor. Seu mundo é organizado, disciplinado e terrivelmente vazio – até o dia em que Anastasia Steele surge em seu escritório, uma armadilha de pernas torneadas e longos cabelos castanhos. Christian tenta esquecê-la, mas em vez disso acaba envolvido num turbilhão de emoções que não compreende e às quais não consegue resistir. Diferentemente de qualquer mulher que ele já conheceu, a tímida e quieta Ana parece enxergar através de Christian – além do empresário extremamente bem-sucedido, de estilo de vida sofisticado, até o homem de coração frio e ferido. Será que, com Ana, Christian conseguirá dissipar os horrores de sua infância que o assombram todas as noites? Ou seus desejos sexuais obscuros, sua compulsão por controle e a profunda aversão que sente por si mesmo vão afastar a garota e destruir a frágil esperança que ela lhe oferece?

Não é de hoje que o sucesso da versão masculina de romances vem tomando espaço nas estantes em todo o mundo. Entre os que amam e que odeiam, para o leitor o fato é o seguinte: vamos ler a exata mesma história. Sem nenhuma surpresa e nenhuma expectativa pois sabemos exatamente como aquilo vai terminar. Para prender durante a leitura, o autor dispõe de duas opções:
1- Ter construído um mocinho introspectivo e misterioso que aguce a curiosidade do leitor;
2- Ter construído um mocinho tão maravilhoso que se torna prazeroso reler aquelas palavras.

Posso citar aqui inúmeros POVs de sucesso: Essa Garota, Breakable, Sem Esperança… Utilizando um ou outro artifício, as autoras conseguiram convencer e conquistar o leitor. Mas não posso dizer isso da mais nova obra de E.L. James, Grey. Na verdade até agora não me decidi se achei a autora preguiçosa ou receosa.

Vamos ser sinceros e concordar que Cinquenta Tons de Cinza sempre conquistou o público, mas nunca conquistou a critica. Talvez com medo de perder a garantia do seu sucesso – as leitoras – James não quis se arriscar e nos entregou um livro muito semelhante aos anteriores, com pouquíssimas novidades e muita repetição.

Christian Grey é um personagem muito mais profundo e melhor construído do que Anastasia, e por isso achei que sua narração seria mais completa e até um pouco sombria. Mas veja só que ilusão… A autora não aproveitou para explorar a infância de Christian – os sonhos relembrados são quase os mesmos. Ela também não utilizou os recursos de uma narração mais adulta. Eu me senti lendo exatamente o mesmo livro, onde ela trocou os pronomes “ele” por “eu”.

A questão é que eu esperava mais de Grey – não apenas do livro, mas do personagem – mais da sua vida pré-Anastasia, mais da sua infância conturbada, mais da sua luta para se encaixar numa sociedade em que não se sentia merecedor, mais da conquista do seu império. Mas tivemos que nos contentar com os mesmos momentos do primeiro livro da série (Cinquenta Tons de Cinza.)

O livro começa no mesmo ponto que Cinquenta Tons, na entrevista que Anastasia faz a Christian para o jornal da faculdade e termina um pouco mais adiante. Enquanto na versão de Anastasia a leitura termina depois dela abandoná-lo em seu apartamento, em Grey acompanhamos o sofrimento de Christian com o término por mais uma semana, até ele decidir reconquistá-lo. Desta vez não temos a deusa interior, mas a falta de descrição dos eventos, os problemas de narração e repetição de palavras continua… Eu juro que se eu ler novamente as palavras: “Ela não vai aceitar. Talvez ela aceite. Foco, Grey!” meu estômago já começa a embrulhar.

Pelo lado positivo, acompanhamos muito mais de perto a transformação de Christian por Ana. Começamos a entender os seus sentimentos quando nem ele mesmo entende.

Eu nunca senti esse desejo, essa…. fome antes. É um sentimento novo, novo e luminoso. Eu espero tanto dela: sua confiança, sua obediência, sua submissão. Eu quero que ela seja minha, mas nesse exato momento… eu sou dela.

Embora a leitura seja rasa, ela acerta em seu objetivo: entreter o leitor e levar um pouquinho mais de Christian Grey para casa de cada leitora apaixonada!

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Resenha: O retorno de Izabel, J.A. Redmerski

Determinada a levar o mesmo estilo de vida do assassino que a libertou do cativeiro, Sarai resolve sair sozinha em missão, com o propósito de matar o sádico e corrupto empresário Arthur Hamburg. No entanto, sem habilidades nem treinamento, os acontecimentos passam muito longe de sair como o planejado. Em perigo, Sarai nem acredita quando Victor Faust aparece para salvá-la — de novo. Apesar de irritado pelas atitudes inconsequentes dela, ele logo percebe que a garota não vai desistir de seus objetivos. Então não há outra opção para ele a não ser treiná-la. Com tamanha proximidade, para eles é impossível resistir à atração explosiva. Nem Victor nem Sarai podem disfarçar o que sentem, ou negar o desejo que os une. No entanto, depois de tantos anos de sofrimento e tantas cicatrizes emocionais, será que eles conseguirão lidar com um sentimento como amor? Só que Sarai — novamente na pele de Izabel Seyfried — ainda terá que passar por um último teste; um teste para provar se conseguirá viver ao lado de Victor, mas que, ao mesmo tempo, poderá fazê-la questionar os próprios sentimentos e tudo que sabe sobre esse homem.

Atenção! Este texto contém spoilers do livro #1 A Morte de Sarai

Foi com muita surpresa que recebi “O Retorno de Izabel” este mês. Não esperava uma continuação em tão pouco tempo, mas isso só demonstra que muitos outros leitores, assim como eu, estavam ansiosos pra saber o que acontece na história de Victor e Sarai. Calma, não tá lembrando? Vem relembrar tudo que aconteceu na nossa resenha do primeiro livro da série Na Companhia de AssassinosA Morte de Sarai (AQUI).

Após terminar o primeiro livro da saga de forma tensa e com as coisas meio no ar, J.A. Redmerski aposta novamente no suspense. Nossa história agora começa um pouco depois de Sarai ser deixada por Victor em uma nova cidade para tentar levar uma vida normal. Se sentindo abandonada pelo homem que ela não consegue esquecer, Sarai encontra dificuldades para conseguir ser uma jovem normal e passar despercebida. E vamos combinar, como ser uma pessoa normal após sair de anos de cativeiro? Como esquecer tudo que passou e tudo que viu de uma hora pra outra?

“Acho que a vingança sempre encontra um caminho, mesmo nos gestos mais insignificantes.”

É com esse pensamento que encontramos nossa heroína novamente. E são nesses argumentos que eu me agarro para tentar entender as ações de Sarai no inicio da leitura. Após conseguir se firmar e até construir relações com vizinhos, amigos e até um namorado maravilhoso, Sarai decide simplesmente ir atrás do assassino Arthur Hamburg, em busca da sua vingança. Ok Sarai, você pode estar revoltada e toda trabalhada no rancor, mas como uma jovem sem nenhum treinamento ou experiência pretende matar um importante empresário infiltrado na máfia??? Miga, melhore!

Esses momentos me deixam muito irritada em uma leitura. Você sabe que a mocinha está indo diretamente pra maior roubada da sua vida, e é previsível tudo que vai acontecer e todos os erros que ela vai cometer. E ela vai lá e comete! Aqui foi o momento em que fui de agonia e irritação com a mocinha para a empolgação: Victor volta para salvá-la, e com ele o maior plot twist da leitura, deixando quase impossível o leitor desgrudar desse livro.

É importante ressaltar que Victor não volta sozinho. Com ele, chegam Fredrik e Niklas, personagens secundários que conseguem roubar a cena mesmo com toda a trama centrada em Sarai. Estou muito ansiosa pra conhecer um pouco mais da história de Fredrik (que está no próximo livro! Yay!) e de Niklas (o irmão ora malvado, ora maravilhoso de Victor) que até hoje não me decidi se é um cara de confiança ou não, e devo continuar nessa dúvida por mais tempo, o livro de Niklas é o quinto e último da série!

Victor percebe que é impossível fazer essa menina desistir de sua ideia suicida de vingança e decide então treinar nossa mocinha, para que ela pelo menos tenha uma chance diante de tudo que pretende enfrentar. E é ai que temos de volta a explosiva interação entre os dois e fica difícil não imaginar o que está por vir…

“Parece que fomos feitos um para o outro, como duas peças de um quebra-cabeça que de início parecem não se encaixar, mas que se adaptam perfeitamente quando vistas pelo mais improvável dos ângulos.”

O livro continua com sua narrativa compartilhada (um capítulo de Victor e outro de Sarai) o que nos traz a enorme vantagem de compreender cada ação e pensamento do personagem. A Suma de Letras está (novamente) de parabéns pela edição e pela capa maravilhosa! Já estou ansiosa pelo terceiro e próximo livro da série “O cisne e o chacal“! Leitura recomendada!

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Resenha: À Flor da Pele, Helena Hunting

Tudo na tímida Tenley Page intriga o tatuador Hayden Stryker de um modo que ninguém jamais conseguiu: do cabelo longo e esvoaçante com aroma de baunilha até a curva suave do quadril… E o interesse dele só aumenta quando ela pede que ele tatue um desenho incomum em suas costas.
Com seu jeito durão, Hayden é tudo que Tenley nunca se atreveu a desejar. A química entre os dois é instantânea e desperta nela o desejo de explorar o corpo escultural que há por baixo de tantas tatuagens. Traumatizada por um passado trágico, Tenley vê em Hayden a chance de um recomeço. No entanto, o que ela não sabe é que ele também tem segredos que o impedem de manter um relacionamento por muito tempo.
Quando os dois mergulham em uma relação excitante e enfim passam a confiar um no outro, lembranças e problemas batem à porta — e talvez nem mesmo a paixão entre eles seja capaz de fazê-los superar seus traumas.

Quando recebi “À Flor da Pele” em casa, logo me apaixonei. Não foi pela sinopse (na verdade, eu nunca nem tinha ouvido falar dessa série) mas sim pela capa maravilhosa (me atrevo a dizer que é uma das mais bonitas que já vi). Mas como aprendi a nunca julgar um livro pela capa (valeu pela lição, Easy!) fui interessada procurar saber mais. E confesso, me assustei demais com a notícia: são cinco livros!!!!!!!

Já comecei desconfiada porque achei um exagero! Conheço poucas outras séries que publicaram tantas sequências e o resultado disso pode ser ou maravilhoso (Harry Potter, Maze Runner) ou desastroso (A maldição do Tigre). Para sustentar cinco livros, a história tem que ser uma combinação de empolgante e misteriosa. Por exemplo: A Maldição do Tigre é uma história sensacional, e o primeiro livro da série é um dos meus favoritos da vida, mas ao esticar a história por muito mais livros que o necessário, eu senti que a história perdeu o fôlego e começou a embolar um pouco no meio de campo. Então pensei comigo como um livro new adult e sobre romance se estenderia tanto? Resposta: sendo maravilhoso.

Em A Flor da Pele, conhecemos Tenly, uma jovem que chega na cidade de Chicago para recomeçar. Após perder seu noivo e toda a sua família e amigos em um acidente, Tenly, se sentindo culpada e solitária se muda para um apartamento próximo ao seu novo emprego de meio período para se dedicar ao seu mestrado e esquecer de toda a solidão que carrega consigo. Determinada a afastar qualquer vínculo emocional e social com as pessoas (para não perdê-las de novo), ela vê seu plano ir por água a baixo quando conhece Hayden.

Hayden é completamente oposto ao seu ex noivo: um tatuador que não liga para regras ou em como se apresentar a sociedade. E é justamente isso que a atraí: a possibilidade de ser totalmente diferente, de se reconstruir. Ao se conhecerem, Tenley logo mostra a tatuagem que ela deseja fazer e essa aproximação é só um gostinho do quanto a sua vida vai mudar ao lado dele.

Qualquer tipo de alteração, seja para modificar as características físicas, como a cirurgia plástica, ou para decorar, como piercings e tatuagem, causa algum tipo de desconforto. Mas essa é a intenção, não é? É catártico porque é a promessa de mudança, de um jeito ou de outro.”

A Flor da Pele se desenvolve muito bem por diversos fatores. Entre eles, a narração compartilhada (um capítulo de Tenley e outro de Hayden) faz o leitor se solidarizar com todos os personagens e entender cada pensamento por trás das atitudes deles. Os personagens secundários também funcionam muito bem, sendo todos interessantes e participantes ativos da história do casal principal. A escrita é fluída (com algumas cenas bem 50 tons, vale ressaltar) e fácil. A edição está impecável com a capa mais linda do ano e a boa e velha folha amarelada.

Todo mundo tem cicatrizes,Tenley.Com sorte, elas permanecem só do lado de fora.

Ainda não sei se A Flor da Pele tem fôlego suficiente para se manter firme e nesse nível ótimo em mais quatro livros, mas após essa leitura sensacional, eu não duvido nem um pouco! Já estou ansiosa pelo próximo livro “Marcados para sempre“. Para quem se interessou ou quem já leu este título, a série conta com um ebook disponível na Amazon sobre os dois antes de se conhecerem “Doce tatuagem“. Leitura recomendada!

Não se iluda, não, Isabela Freitas
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Resenha: Não se iluda, não, Isabela Freitas

Não se iluda, não é continuação de Não se apega, não. Depois de passar um ano sem namorado, Isabela está determinada a realizar o grande sonho de ser uma escritora reconhecida. Resolve dar os primeiros passos anonimamente, criando um blog onde assina como ‘A Garota em Preto e Branco’. Em seu diário virtual, ela desabafa, fala dos amigos, dos não tão amigos assim, e confessa suas aventuras e desventuras amorosas. Assunto é o que não falta. Durante uma temporada agitada em Costa do Sauípe, na Bahia, acompanhada por Pedro, Amanda e sua insuportável prima Nataly, Isabela conhece o irresistível Gabriel, um sujeito praticamente perfeito, a não ser por um pequeno detalhe… Entre shows e passeios na praia, Isabela precisa admitir para si mesma que sente uma atração cada vez maior pelo seu melhor amigo. Em seu segundo livro, Isabela Freitas dá sequência às histórias dos personagens de ‘Não se apega, não’. Dessa vez, com a cabeça nas nuvens e os pés firmemente no chão, a personagem Isabela vai em busca daquilo que seu coração realmente deseja, mesmo quando seu caminho é bem acidentado e cada curva parece esconder uma nova surpresa.

Começo essa resenha afirmando que eu criei muitas expectativas para essa leitura. A estrutura de livros da Isabela (meio história e meio comentários da personagem sobre os acontecimentos) nunca foi a minha preferida, mas ela conseguiu me conquistar em “Não se apega, não” de uma maneira que nunca achei ser possível, e quando terminei seu primeiro livro já comecei uma contagem regressiva para o segundo.

Confesso que sou uma pessoa sonhadora, e grande parte disso se deve aos livros. Passo boa parte do meu dia em um mundo literário que é maravilhoso, mas inexistente (entenda leitor, isso não é uma reclamação. Acredito que poder “viver” dentro de um mundo imaginário traz um pouco de magia às nossas vidas). Mas é cansativo ler sobre personagens maravilhosos quando de verdade, não conheço ninguém assim. Em um mundo onde os mocinhos são tão perfeitos e as heroínas tão intocáveis que nem um fio de cabelo sai do lugar, é bom ler um livro real. Em que as pessoas são como eu e você, onde elas cometem erros e se arrependem (ou não) deles. Onde existem dúvidas, incertezas e os sentimentos são mutáveis. Nessa temática, Isabela Freitas consegue atingir todas as melhores expectativas.

Em “Não se iluda, não” temos a sequência da história entre a personagem Isabela e seus amigos. Neste livro temos uma mocinha muito mais madura em relação aos seus sentimentos. É notável a evolução da Isabela do primeiro livro para o segundo. Em meio a continuação da sua vida amorosa, a personagem corre atrás do seu maior sonho: escrever.

“Escrever é como uma terapia pra mim, os sentimentos vêm e eu preciso colocá-los para fora. Em forma de palavras. Tem um modo mais bonito de sentir? Se tiver, desconheço. É como se o ato de colocar um sentimento em palavras fizesse com que ele se concretizasse.

Embora a temática gire em torno de relacionamentos, este está longe de ser o foco da autora. Acredito que o objetivo de seus textos tenha sido incitar o leitor a sempre correr atrás dos seus sonhos e não desanimar mesmo que a vida não se mostre fácil. Superar as suas dificuldades e ser capaz de sonhar (e não se iludir) é a mensagem passada ao fim de cada capítulo.

Pedir um tempo é admitir para o mundo que você é covarde demais para dar uma conclusão. Quem precisa de um tempo para viver um amor talvez precise de um tempo para entender um pouco mais a vida em si.

Assim como no primeiro livro, a linha do tempo da história se divide entre os momentos narrados pela personagens e alguns textos (maravilhosos) relacionados. A leitura é fácil e fluí numa rapidez que se você não tomar cuidado termina a leitura em uma sentada! Eu continuo não sabendo classificar essa série. Não é autoajuda, nem um romance, nem ficção, semi-baseado na realidade… E olha, rotular pra quê? Acho que é justamente o fato de o livro ser uma mistura que o torna especial.

O amor é engraçado, e pode acontecer de diversas formas. Você pode ajudar a reacender aquele amor de outra pessoa que está fraco, quase apagando. Você pode entregar o seu amor em uma bandeja e não deixar sobrar nada dentro de si… Ou você pode dividir esse amor com alguém e ter dois corações pulsantes em corpos diferentes.

Leitura mais que recomendada!  
P.S. Vale ressaltar para as leitoras de plantão: quanto ao final um tanto polêmico, fiquem tranquilas pois a série será uma trilogia!

Atualizações, Novidades, Resenhas

Resenha: Tocando as estrelas, Rebecca Serle

Quando Paige Townsen deixa de ser uma simples aluna do ensino médio para se tornar uma celebridade, sua vida muda do dia para a noite. Em menos de um mês, ela troca as ruas da sua cidade natal por um set de filmagem no Havaí e agora está conhecendo melhor um dos homens mais sexies do planeta segundo a revista People. Tudo estaria perfeito se o problemático astro Jordan Wilder não fincasse o pé em uma das pontas desse triângulo cinematográfico. E Paige começa a acreditar que a vida, pelo menos para ela, imita a arte.

Logo que li a sinopse desse livro, me lembrei de outro lançamento deste ano com a mesma temática. Em “Entrelinhas” da Tamara Webber, também temos uma jovem que sempre teve uma vida normal e que vê sua vida mudar completamente quando é escolhida para viver a protagonista de um filme baseado em uma série de livros de sucesso. Lá a mocinha conhece dois astros (e inimigos) de Hollywood, um extremamente simpático, que se torna seu melhor amigo em diversas situações, e o outro misterioso e enigmático, com quem ela tem uma aproximação inexplicável. E sim, isso acontece nos dois livros. E sim, a semelhança é perturbadora.

Em “Tocando as estrelas” conhecemos Paige, uma adolescente de 17 anos que sonha em ser atriz e vive numa casa extremamente movimentada (pais, irmãos, irmã, sobrinha…) e passa seu tempo de verdade com seus melhores amigos, Cassandra e Jake. E é por influência de Cassandra, que Paige se inscreve nos testes para viver August, a personagem principal de uma trilogia de sucesso chamada “Locked”. Foi exatamente nesta parte da leitura que senti falta de um pouco mais… O processo entre o teste de Paige e sua chamada para o filme ocorreu de uma forma abrupta: em um parágrafo ela falava sobre a audição, e no outro ela já tinha sido chamada. Senti falta dos detalhes do teste, da ansiedade do resultado, da reação da sua família etc…

Essa é uma verdade sobre o sucesso. Muita coisa muda, mas nem tudo. Você ainda tem dias de cabelo ruim. Amizades que se desfizeram não serão reparadas milagrosamente. E pessoas que não amavam você antes continuarão a não amar. Uma coisa que o sucesso não muda, não importa a que nível você chegue, são as coisas que já viraram passado

Em poucos meses já acompanhamos a mudança de Paige para o Hawai, onde começam as filmagens de Locked. Logo de cara ela conhece Reiner, o mocinho simpático e engraçado, que facilita sua vida no set. Com seu jeito sedutor e divertido, Reiner conquista todos no estúdio, e se torna o melhor amigo e conselheiro de Paige para todas as dúvidas de uma recém-celebridade. É muito gostoso de ler a fluidez da amizade dos dois, os sutis flertes escondidos entre as frases de dois amigos. Tudo anda as mil maravilhas até a chegada de Jordan, o terceiro elemento do triângulo amoroso de Locked (e de “Tocando as estrelas” também). Jordan tem uma fama de encrenqueiro e mal encarado, mas seus segredos vão muito além de umas brigas no set. Desnecessário falar que, assim como a August em Locked, Paige em “Tocando as estrelas” também se encontra dividida nessa história.

“Isso não importa mais. É como um guarda-chuva no meio de uma tempestade depois de estar completamente molhado. Exatamente o que você precisava, o que você queria, mas já é tarde”

Talvez por já ter lido “Entrelinhas” ou talvez pela história ser realmente fundamentada em um clichê, achei a história bastante previsível, porém agradável. Embora sem muitas surpresas e reviravoltas, “Tocando as estrelas” atinge seu objetivo e consegue divertir com facilidade. O livro é o primeiro de uma trilogia “Famous in Love”. O segundo livro  “Truly, Madly, Famously” será lançado este ano nos EUA, ainda sem previsão para o Brasil. A Novo Conceito fez um trabalho maravilhoso com a edição: a capa é linda e o interior do livro é repleto de detalhes cinematográficos que só deixam a edição ainda mais especial! Eu já estou curiosa para saber o fim das duas mocinhas – Paige e August-  e ansiosa para o lançamento do próximo.

“E, veja bem, isso é o que eu não entendia. O que ninguém conta. Só porque você encontrou o amor, não significa que é para você guardar para si. O amor nunca pertence a você. Pertence ao universo. Ao mesmo vento que sopra nas ondas dos surfistas e na corrente que os carrega de volta à praia. Você não pode se apegar, porque ele é muito maior que qualquer coisa que alguém jamais poderia conceber ou tocar com as próprias mãos. É maior que tudo.”

 

Atualizações, Resenhas

Resenha: Eu estive aqui, Gayle Forman

Quando sua melhor amiga, Meg, toma um frasco de veneno sozinha num quarto de motel, Cody fica chocada e arrasada. Ela e Meg compartilhavam tudo… Como podia não ter previsto aquilo, como não percebera nenhum sinal?
A pedido dos pais de Meg, Cody viaja a Tacoma, onde a amiga fazia faculdade, para reunir seus pertences. Lá, acaba descobrindo muitas coisas que Meg não havia lhe contado. Conhece seus colegas de quarto, o tipo de pessoa com quem Cody nunca teria esbarrado em sua cidadezinha no fim do mundo. E conhece Ben McCallister, o guitarrista zombeteiro que se envolveu com Meg e tem os próprios segredos.
Porém, sua maior descoberta ocorre quando recebe dos pais de Meg o notebook da melhor amiga. Vasculhando o computador, Cody dá de cara com um arquivo criptografado, impossível de abrir. Até que um colega nerd consegue desbloqueá-lo… e de repente tudo o que ela pensou que sabia sobre a morte de Meg é posto em dúvida.
Eu estive aqui é Gayle Forman em sua melhor forma, uma história tensa, comovente e redentora que mostra que é possível seguir em frente mesmo diante de uma perda indescritível.

Quando me preparo para ler algum trabalho da Gayle Forman, tiro meu dia só pra isso. Infelizmente, é impossível ler aguma coisa dessa mulher no trânsito, no ônibus, na faculdade… porque das duas uma: ou eu vou começar a chorar, ou eu vou ficar eternamente reflexiva. Então tirei um domingo preguiçoso inteirinho pra me dedicar a “Eu estive aqui” e olha… foi a melhor coisa que fiz hoje.

Em “Eu estive aqui” conhecemos Cody, uma adolescente que cresceu com uma mãe ausente e pai desconhecido, e que tem como base familiar a familia da sua melhor amiga, Meg. A identificação por Cody é quase imediata e é impossível não torcer por ela. Cody é uma heroína literária maravilhosa: objetiva e esforçada, ela passa por situações impossíveis, e tem sentimentos confusos e dúvidas em grande parte do livro, coisa que adorei. Ela é uma personagem real, com medos e angústias, mas não deixa nada disso atrapalhar seus objetivos. Em uma cidade pequena, Cody e Meg cresceram juntas e inseparáveis, e foi com o maior choque do mundo que Cody (e eu) lemos, logo na primeira página do livro, a carta de despedida de Meg: sua melhor amiga, a melhor parte da sua vida, tinha se suicidado.

Afastadas desde que Meg foi para uma nova faculdade, Cody se sente culpada por nunca imaginar o que a amiga estava passando e então começa a investigar cada vez mais fundo a vida de Meg. Como poderia uma menina alegre, engraçada e badass perder absolutamente toda a esperança? Então, ao chegar na na faculdade da amiga, Cody se depara com um mundo inteiramente desconhecido em que sua Meg vivia. E é nessa nova cidade, conhecendo os novos amigos e hobbies da sua amiga, que Cody descobre uma nova Meg. E o melhor de tudo, também descobre uma nova Cody.

“A vida pode ser difícil, bonita e caótica, mas, com um pouco de sorte, a sua será longa. Se for, você verá que é também imprevisível e que há momentos de escuridão. Mas eles passam, às vezes graças a muito apoio externo, e o túnel se alarga, permitindo que os raios de sol entrem. Se você estiver na escuridão, pode parecer que vai continuar nela para sempre. Tateando às cegas. Sozinho. Mas não vai – e não está sozinho.”

Este não é o primeiro livro de suicídio que leio este ano. “Por lugares incríveis” tratou do tema de uma maneira maravilhosa e nunca antes vista, que me marcou profundamente e subiu para a lista dos meus livros favoritos.  O suicídio nunca foi um tema fácil, por ser ser cercado de tabus e difícil aceitação, mas Gayle o aborda com maestria, e me pego refletindo sobre todas as indagações e completamente mergulhada nesse mundo que aflige tanta gente e que nós nem imaginamos. “Eu estive aqui” é um livro completo: entre romance, mistério e muita reflexão, terminei a leitura transformada. Recomendo!