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Resenha: Plataforma 11 – Uma história de amor, Roberta Carbonari e Paulo Muzy

“Eu amei e coloquei no papel cada lágrima e sorriso, tendo sido de tudo o que vivi, este o maior desafio. Escrever para vocês essa história para celebrar o amor, foi em parte reviver cada saudade, porque quem ama para uma vida, sofre na mesma intensidade. Portanto, dê atenção as pausas entre as palavras. Nesse branco da folha, que existe em tanta abundância quanto os pretos das letras, está cada segundo que permiti que essa mulher ficasse longe de mim. Leia os espaços, sim: são necessários para se compreender que cada momento feliz contém , em si, a tristeza pela sua irrecuperabilidade e singularidade – tornando a vida nem justa e nem certa, mas equilibrada. Leia as palavras com um sorriso, mesmo que sem querer você se reconheça nas pausas e se emocione, só porque estou pedindo. Porque a condescendência de um sorriso em uma emoção intensa é o bálsamo que contamos nos momentos mais íntimos nos quais parece que nossa alma fica boiando nos olhos… E não é por isso que os amantes choram nas despedidas?” Nota do Paulo

Não poderia iniciar a resenha de Plataforma 11, sem antes sobrelevar este trecho da nota do Paulo ao final do livro. Creio que após esta leitura inicial, o seu instinto literário foi aguçado e o seguinte questionamento pairou sobre a sua mente – se ‘isso’ é a nota, imagine o que está descrito no decorrer dos capítulos?” Sim, elementar meu caro Watson!

O escrito “Plataforma 11: Uma história de amor” é um romance autobiográfico escrito por Paulo Muzy e Roberta Carbonary e, ambos profissionais da área da saúde, constroem sua imagem como figuras públicas não só como influencers em atividades físicas, boa alimentação e um estilo de vida fitness, mas como um casal apaixonado que descobriram e redescobriram o valor de seus sentimentos.

Muzy e Carbonary expressaram um pouco de sua história de amor, e como eles mesmo descreveram, teremos uma continuação dessa linda história editado em papel.

Ao todo são vinte e cinco capítulos intercalados pelo casal, uma curiosidade: Paulo Muzy inicia e conclui o livro escrevendo o primeiro e último capítulo, ou seja, temos o depoimento de um homem apaixonado que inicia seu conto de amor em um jardim praiano e termina encontrando uma ficha médica bastante singular depois de nove anos de silencio entre os dois, ironias do destino.

Em alguns capítulos, como foi discutido, tem-se a voz de Roberta nos guiando em uma série de acontecimentos e rapidamente em outro capítulo, Paulo pega nossa mão e decide nos acompanhar reproduzindo afinco cada momento. Durante a leitura, corremos ao lado de Roberta pelas máquinas e sentimos o incomodo da areia em nossos dedos com Paulo, ambos possuem um certo tom de detalhismo, portanto, a leitura do romance se torna bem adocicada e ilustrativa.

“Pensei em lhe enviar o livro que começamos a escrever, ainda inacabado… Como uma forma de dizer que queria que ele o terminasse, e que queria um final feliz… Claro que me envergonhei disso também. Só salvei o arquivo, pois o teclado seria meu ombro amigo.” (capítulo 23, página 115)

Sim, estou considerando essa produção como um exemplar híbrido, adocicado como um romance de banca de revista; inquieto com o fomento da “quase” incompletude do amor, característica típica do romance medieval e de cavalaria, príncipe e princesa em constante encontros e desencontros, mas como a Roberta Carbonary nos ensina: “o que tem de ser, tem muita força…”

Certa vez, li um ensinamento chinês que diz assim: ás vezes, encontramos nosso destino no caminho que tomamos para evitá-lo, a última carta, a última crise, a última conversa pelo telefone só foram algumas peças de um quebra cabeças que demoraram alguns anos para saber onde são os seus lugares certos, e quando descobriram, tudo foi reconhecido como um sorriso escanteado. Todos temos nossas histórias e nossos conflitos, e somos guerreiros de nossas próprias batalhas, o amor só é encontrado por guerreiros que decidem combater as próprias guerras e vencê-las, pois, quando o assunto é Amor, ele se manifesta com toda força.

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RESENHA: ATRAVÉS DO ESPELHO, JOSTEIN GAARDER

Nós enxergamos tudo num espelho, obscuramente. Às vezes conseguimos espiar através do espelho e ter uma visão de como são as coisas do outro lado. Se conseguíssemos polir mais esse espelho, veríamos muito mais coisas. Porém não enxergaríamos mais a nós mesmos.

Do mesmo autor de O Mundo de Sofia, os livros de Jostein Gaarder são escritos no mesmo molde, sempre com crianças curiosas e bem espertas. As histórias sempre despertam imensamente minha curiosidade, são sempre incríveis e me faz quase que devorar o livro inteiro.

Em Através do Espelho, a norueguesa Cecília Skotbu é uma garotinha muito inteligente e bastante curiosa, doente em sua cama, seu problema de saúde não é revelado na história, embora seja notável, a gravidade da doença. Certo dia ela recebe a visita do anjo Ariel.

Cheia de questionamentos, Cecília faz interrogatórios ao anjo que por várias vezes resolve fazer algumas visitas, embora ela nunca se dê por satisfeita com as respostas de Ariel.

Inclusive a garota desconfia se Ariel é de fato um anjo. Na verdade, é uma troca de perguntas e respostas, Cecília pergunta se anjos existem, e se as pessoas vão para o céu, enquanto Ariel quer saber como é ser de carne e osso, e como é sentir e ter sentimentos de verdade.

Doente, a menina está morrendo vagarosamente, e com Ariel, Cecília aos poucos enxerga através de um espelho.

O anjo que sabe voar, mas que não tem asas, leva Cecília para andar de esqui e escorregar no tobogã, proporciona a menina o contato com a neve novamente e assim a menina sempre vê a vida com muita esperança e com muita alegria. Vivendo sempre intensamente e se rendendo aos encantos da filosofia.

Todas as estrelas um dia acabam caindo. Mas uma estrela é apenas uma pequenina centelha do grande facho de luz que há no céu.

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Resenha: Tudo e Todas as Coisas, Nicola Yoon

Madeline Whittier está há 17 anos sem sair do seu quarto. Com SCID, uma condição de saúde rara que faz com que ela tenha alergia ao mundo “Lá Fora”, Maddie vive sua vida em meio a aulas de arquitetura online, noite de jogos com a sua mãe e livros, muitos livros. De maneira bem humorada, a narrativa em primeira pessoa, nos apresenta uma menina inteligente e divertida que enxerga o mundo sob uma perspectiva bastante interessante e própria.

O ponto central da trama ocorre quando a garota observa, pela janela de seu quarto, uma movimentação na casa vizinha. Uma família nova acaba de se mudar e, com ela, Olly – o garoto que mudará o modo com que Maddie verá a vida. Os dois passam a se comunicar trocando olhares pela janela e mensagens pelo celular. Pouco a pouco, vamos conhecendo a vida desse menino que vive em meio aos dramas familiares, sobretudo, por ter um pai problemático e abusivo.

“Não saio de casa. Nunca saí em toda minha vida. As únicas pessoas que já vi foram minha mãe e minha enfermeira, Carla. Eu estava acostumada com minha vida até o dia que ele chegou. (…) Talvez eu não possa prever o futuro, mas posso prever algumas coisas. Por exemplo, estou certa de que vou me apaixonar por Olly. E é quase certo que será um desastre.”

O enredo nos convida  a entrar no universo dessa menina e dos outros personagens centrais da história, fazendo com que criemos um laço com cada um deles. Nos familiarizamos com Maddie, seus interesses, suas curiosidades e como ela se sente em relação às suas limitações. A história leva o leitor a redescobrir o mundo junto com Maddie que, com a ajuda de Carla e Olly, vivencia coisas que antes só conhecia por meio dos inúmeros livros que lia.

O livro de estréia da autora Nicola Yoon, publicado no Brasil, na sua edição mais recente, pela editora Arqueiro é Um Young Adult bem escrito, de leitura leve. O sucesso do livro foi tanto que a história teve uma adaptação para filme estreada em junho de 2017. Então, vale a pena conferir essa história!

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Resenha: O Vilarejo, Raphael Montes

O Vilarejo é o segundo livro que li do Raphael Montes (o primeiro foi Jantar secreto, que já tem resenha aqui no Beco), fica claro que seu estilo é marcado pelo choque causado pela violência, nesses dois livros, pelo menos em algum momento você sentirá ânsia ao ler.

O vilarejo é um livro pequeno, com pouco menos de 100 páginas, com contos que se passam num mesmo universo (um vilarejo europeu), todos os contos são fechados, porém, formam pontes com todos os outros, sendo que o último amarra todas as pontas deixadas pelos anteriores.

Além disso, há uma história maior, que ocorre antes e depois da coletânea, que pretende assim dar um ar de realidade à história, um detalhe bem interessante.  O livro mostra cada pecado capital como um demônio, cada conto representa um desses demônios, embora as situações sejam criadas pelos humanos, direta ou indiretamente influenciados. Sobre os personagens abordados, todos são odiáveis, não há como se identificar com algum, uma pena, gosto de sentir empatia, mesmo que o personagem seja cheio de defeitos, aqui todos são merecedores de seus karmas. Ao final ocorre toda uma explicação sobre as histórias que foi desnecessária, não subjugue seus leitores, Montes, eles conseguem fazer associações sozinhos!

Não é um livro ruim, é impactante, e cumpre ao que se propõem, apenas se comparar à Jantar secreto pode-se perceber que talvez não seja o melhor dele, isso se deve por já começar a leitura sabendo o que se pode esperar, se você não leu nenhum livro dele, acredite, não sabe o que esperar.

A quem tiver estômago, é uma boa recomendação.

SPOILERS A SEGUIR – SÓ CONTINUE SE JÁ TIVER LIDO

O cramunhão, sete-peles, mochila de criança, pé fendido… Falou que apenas aflorou o que cada um tinha de pior, por isso o preguiçoso escravizou crianças, o marceneiro pegou lepra, etc. Mas a garota do primeiro conto, o pecado dela era a gula, o argumento para ela foi ter negado ALGUNS OSSOS DE RATO para ele, ela estava lutando pela vida dela e dos filhos, isso não é gula, é sobrevivência. E mesmo se argumentar sobre os jantares cheios de fartura que era feitos, foram em tempos de vacas gordas, e todos os moradores da região comiam e abundancia.

Achei um pouco exagerado esse argumento, mas nada a prejudicar, apenas uma curiosidade.

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Resenha: A Travessia, William P. Young

Tomar uma decisão sobre um assunto em que não só os resultados são imprevisíveis, como a própria situação na qual você se encontra é desconhecida provocava uma sensação estranha.

A Travessia conta a história de Anthony Spencer, um homem rico, bem-sucedido e influente. Aquele típico estereótipo de pessoa “completa”, porém, totalmente infeliz.

Apesar de toda a sua fortuna, Tony, se vê sozinho. Incapaz de sentir algo por alguém ao seu redor além de mágoa e rancor, inclusive, por sua ex esposa, com quem foi casado duas vezes, sua filha e por seu irmão.

Após um derrame cerebral Tony entra em coma, e como em uma viagem se encontra com Jesus e o Espírito Santo implorando por uma segunda oportunidade.

O empresário egocêntrico recebe o dom de curar uma única pessoa, mas para isso, ele precisa enfrentar seus fantasmas, medos e conflitos internos.

Além disso, “entrará” na mente de algumas pessoas e passará a enxergar a vida de outra forma, a partir dos olhares, dessas pessoas. Ele conhecerá Cabby, um garoto de 16 anos com síndrome de Down, sua irmã Lindsay, internada no hospital e diagnosticada com leucemia, sua mãe Molly, e a amiga Maggie.

A Travessia é uma lição sobre esperança, amor, novas oportunidades, arrependimento, é sobre se permitir dar uma nova chance.

Só porque você não consegue ver algo, não significa que não esteja ali.

Finalmente, Tony reconhece o que precisa ser feito, mas se vê diante de um dilema: curar outra pessoa ou curar ele mesmo?

William P. Young, o mesmo autor de A Cabana, nos faz refletir sobre questões fundamentais através de diálogos e situações em que Tony Spencer vivencia o tempo todo. Ah, o mais importante de tudo é ler o livro desapegado de qualquer crença religiosa, deixe-se levar apenas pela imaginação.

Esperamos que goste e boa leitura!

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Resenha: A Ascensão dos Nove, Vol. 3, Os Legados de Lorien, Pittacus Lore

No terceiro livro da série Os Legados de Lorien, A Ascensão dos Nove, conhecemos mais membros da Garde que vão sendo encontrados em busca do plano maior, que é juntar a todos e treinar a fim de vencer os Mogadorianos. Os capítulos são narrados pela visão de mais personagens, além de John e Marina, e conhecemos mais sobre Seis, Nove (que John resgata de uma base Mogadoriana) e Oito (que estava fingindo ser um deus na Índia).

É meio difícil falar de cada livro separadamente porque a história é muito contínua, mas o mais importante nesse terceiro volume é o conhecimento do restante da Garde (fora o Cinco), a revelação de seus Legados, como eles conseguem se unir em pró do plano de derrotar Setrákus Rá (o líder mogadoriano) e que, apesar de virem de outro planeta, não são tão diferentes de nós com seus medos, dúvidas e amores.

É interessante também como cada um tomou um rumo diferente assim que chegaram na Terra quando eram crianças. John foi levado para uma vida mais parecida com a nossa, indo para a escola e fazendo amigos, apesar de seu estilo um pouco nômade. Seis ficou sozinha ainda criança quando sua tutora foi assassinada e teve que aprender a se proteger sozinha, o que a faz ter uma visão mais dura da vida e de nós, terráqueos. Marina ou Sete passou muitas necessidades até que acabou vivendo em um convento com uma tutora que não queria mais saber de missão nenhuma, só viver em paz, então, ela é a menos treinada do grupo, tanto que nem sabia nada sobre seus legados. Oito acabou na Índia, onde era idolatrado como um deus graças a sua habilidade de se transformar em animais. Já o Nove é o mais irônico e tranquilo de todos, vivendo como um playboy em Chicago, com direito a cobertura de luxo e carros esportivos. Cada um com sua própria história na Terra, mas todos com a mesma origem e o mesmo objetivo, vingar seu povo e voltar para Lorien.

Estou completamente apaixonada por essa série, tanto pela história, como por todo o mistério que a ronda (ainda não superei o fato do autor ser um Ancião de Lorien). Se você ainda não leu nenhum livro, não se preocupe: tem alguns spoilers nessa resenha, já que é impossível falar sobre uma série sem contar algumas coisas que acontecem nos livros anteriores, mas não é nada comparado com tudo que acontece na história. Por Lorien!

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Resenha: A Cabana, William P. Young

Jamais desconsidere a maravilha das suas lágrimas. Elas podem ser águas curativas e uma fonte de alegria. Algumas vezes são as melhores palavras que o coração pode falar.

A Cabana era aquele livro que eu via nas mãos de muita gente, mas não imaginava do que se tratava, era totalmente ao contrário do que eu pensava, e de fato, me surpreendeu. 

Durante muito tempo, eu acreditava ser, apenas, mais uma história comum, mas quando o livro surgiu para que o lesse, fui surpreendida, e agradeço por ter lido no momento ideal.

Falar sobre esse livro, é um pouco difícil, embora, seja maravilhoso. Mas por que?

Um dos livros mais vendidos do The New York Times, A Cabana, do escritor William P. Young, conta a história de Mackenzie Allen Phillips, um pai que decide fazer uma viagem de férias com seus filhos, mas durante a viagem sua filha mais nova, desaparece e mais tarde são encontradas evidências de um assassinato brutal em uma cabana.

Alguns anos depois, Mack, recebe um bilhete (que aparenta ser de Deus) o convidando para retornar a cabana onde tudo aconteceu. Por muito tempo, e infeliz com a Grande Tristeza, ele resolve ir até lá, mas novamente é desapontado.

Ao perceber que nada mudaria e que a Grande Tristeza permaneceria, Mack decide ir embora, mas logo em seguida, muitas transformações acontecem à sua volta, no entanto, não acredita se são reais ou não

Bom, às vezes a vida é dura, mas eu tenho muita coisa para agradecer.

Mack se vê diante de Deus, Jesus e o Espírito Santo, mas faz muitos questionamentos, como por exemplo, se Deus é bom, por que sua filha tão inocente foi morta de maneira tão brusca? Por que Deus não a protegeu? Por que há tantas injustiças no mundo?

A Cabana é um livro ideal para reflexões, para que o que temos como verdadeiro seja descontruído, que nos encha de dúvidas e incertezas, que nos faça parar por um momento e compreender que as coisas nem sempre sairão como queremos, mas nem por isso, serão ruins. É sobre ter esperança sempre.

Por fim, espero que essa história se torne especial para você da mesma forma como se tornou para mim.

Ah, lembrando que a história foi adaptada também para o cinema, vale a pena dar uma conferida!

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Resenha: Lua de larvas, Sally Gardner

Standish Treadwell é um jovem disléxico que vê o mundo de maneira diferente da maioria. Graças a essa visão, ele percebe que o mundo lá de fora não tem que ser necessariamente cinzento e opressor. Quando seu melhor amigo, Hector, é de repente levado embora, Standish percebe que cabe a ele, a seu avô e a um pequeno grupo de rebeldes enfrentar e derrotar a opressão permanente das forças da Terra Mãe. Com o pano de fundo de um regime implacável, disposto a tudo para vencer seus rivais na corrida para chegar à Lua. Este impressionante Lua de larvas é o novo livro da premiada autora Sally Gardner.

Lua de larvas é um livro de leitura rápida, mas tão intenso quanto um soco no estômago, não se deixe levar pela sua aparente simplicidade, ou logo será nocauteado sem perceber de onde veio o golpe.

Seu formato a principio pode estranhar, seus capítulos são minúsculos, cerca de dois parágrafos apenas. Cada capítulo é sempre seguido por alguma imagem (preste atenção nessas imagens, elas contarão uma história nem tão paralela ao livro, lembre-se que ratos são tidos como traidores). Como um todo, é um livro belo, sua arte de capa é certamente um detalhe chamativo, é sempre bom ter um livro de capa bonita na estante!

Sobre a trama, Standish é um garoto com dislexia numa sociedade totalitária, um adolescente solitário refém de uma realidade repressora e violenta, sua heterocromia não colabora, visto que crianças diferentes são brutalmente repreendidas. Não foi estabelecida a época em que ocorre, pode ser no passado ou num futuro distópico, mas aos poucos fica claro que o país em que ele vive — a Terra Mãe — é uma clara alusão à Alemanha nazista, e isso fica muito evidente devido às saudações, os soldados aqui chamados de “moscas verdes” e os agentes de casaco, muito parecidos com aqueles agentes estilosos que usavam trajes Hugo Boss.

Não é mostrado um clima de guerra, e sim, pós-guerra muito semelhante à guerra-fria, a tensão é constante, traições e falsas acusações são constantes, e até mesmo estimuladas nas escolas. É nesse caos que Standish conhece Hector, um garoto que ele confia e adora, nutrindo uma amizade que nunca experimentou antes.

Por fim, é um livro simples, num final de semana pode-se acabar, mas nem por isso é raso, pelo contrário, tal leveza só garante que você baixe a guarda, para quando isso acontecer, tome um golpe direto no queixo, como dito no titulo, é como dar um selinho numa granada de mão, é um história marcante, sua narrativa em primeira pessoa apenas garante uma maior aproximação do leitor, super recomendo!

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RESENHA: Eu sou o número quatro, Vol. 1, Os Legados de Lorien, Pittacus Lore

Eu sou o número quatro é o primeiro livro da série Os Legados de Lorien e, além da história, tem uma coisa meio curiosa: não tem autor! Quer dizer, até tem, mas ele é colocado como um ancião do planeta Lorien que está escondido na Terra narrando os livros, Pittacus Lore. Tudo é colocado como real e isso dá um gostinho a mais à leitura. Mas, vamos à história: Lorien é um planeta do nosso sistema solar ainda desconhecido pelos seres humanos, que foi atacado por um povo (os mogadorianos) que queria seus recursos naturais. Tudo foi destruído, mas uma nave contendo nove crianças e um tutor para cada uma é enviada para a Terra, a fim de que as crianças fiquem escondidas, cresçam, desenvolvam seus Legados (poderes como super força, invisibilidade, resistência ao fogo) e possam, um dia, retornar a Lorien e recomeçar. Há enviados dos mogadorianos na Terra caçando essas crianças, então, basicamente, eles fogem e se escondem o tempo todo e nenhum sabe onde o outro está.

A história é narrada por John, a quarta criança, o número quatro. Ele e seu cêpan, Henri, fazem o que foram orientados a fazer, mudam de cidade em cidade, tentam passar despercebidos e treinam para que os Legados de John desenvolvam e ele fique cada vez mais perto de vingar seu povo. Tudo corre bem até que eles chegam a Paradise, Ohio, e John conhece Sam (seu primeiro amigo de verdade) e Sarah (garota que se torna sua namorada) e ele não quer mais ir embora. Claro que isso não ia dar certo e não demora muito para que ele seja rastreado e a perseguição comece. Os outros três já estão mortos e ele é o próximo na lista, já que, graças a um feitiço, as crianças só podem ser mortas na ordem em que foram marcadas.

História elaborada, diferente e que foge do tradicional mundo pós-apocalíptico. Comecei o segundo livro e, até agora, está bem promissor. Não me lembro de alguma série sobre aliens adolescentes com crise de existência e sentimentos tão próximos dos seres humanos, talvez esse seja o charme maior da história. Um mundo não tão diferente do nosso, com seres não tão diferentes de nós que lutam para sobreviver e serem felizes, assim como nós.

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Resenha: O Francês, Daniel de Carvalho

Lançamento da Editora Pandorga, O Francês, escrito pelo administrador de empresas, Daniel José de Carvalho, conta uma incrível história de amor entre um francês e uma descendente de indígenas tupi-guarani. Esta relação é brutalmente interrompida para ressurgir com todas as forças depois de 272 anos.

Uma parte desse caso de amor se passa no município de Carvalhos, no Estado de Minas Gerais, no ano de 2013. A outra parte se passa no Arraial dos Franceses, na Capitania de Minas Gerais, no século XVIII. O “Mon Journal”, um estranho diário, desaparece misteriosamente no ano de 1741, no Arraial dos Franceses, para ser encontrado apenas no ano de 2013 em Carvalhos. Tal diário é o elo que esclarece a relação entre os dois casais de épocas tão distantes e tão diferentes.

O autor viajou diversas vezes a trabalho, permanecendo longas temporadas em diversos países da Europa, Ásia, África, América do Norte, Central e do Sul. Essas viagens lhe deram a oportunidade de conviver com muitas famílias e pessoas de outras culturas, enriquecendo seu conhecimento da natureza humana e ajudando-o na composição dos personagens. Com 232 páginas, este romance também tem uma pitada de suspense, que fará o leitor se envolver e se encantar com a narrativa rica em detalhes.

“Se você não existisse, por que eu existiria?”

O escritor Daniel de Carvalho certamente, penso eu quando li sua biografia, se inspirou em suas inúmeras viagens para retratar a sua história: O Francês. Inicio minha resenha elucidando esta afirmativa em meus pensamentos, pois seu livro retrata uma história de amor entre jovens de lugares diferentes, França e Brasil, no interior do estado de Minhas Gerais.

O livro de duzentas e vinte e oito páginas me cativou lentamente e, através da leitura, ao descobrir que eram duas histórias de amor intercruzadas, quatro vidas entrelaçadas pelo destino vivendo e revivendo o mesmo ciclo de paixão ardente e confidente em tempos totalmente diferentes, me fez reservar um tempo maior para me dedicar ao pegar o “mon journal”

O amor constrói. O amor não mente. Uma promessa feita pelo/através do amor, pode demorar mais de cem anos, mas ela se concretiza, ao ler esse livro aprendemos este ensinamento. O amor sempre cumpre suas promessas:

“O suave som dos violinos, na extasiante e tão característica acústica da igreja, mesclava-se com os murmúrios e exclamações de encanto com a beleza.” [página 228]

Sem mais delongas, o livro: “O Francês” (Editora Pandorga), narra duas histórias de amor: no primeiro momento, Jean e Karina; uma moça do interior de Minas Gerais, nascida e criada no Arraial dos Franceses, capitania de Minhas Gerais e Jean, um francês sociólogo recém formado. Anos antes, no século XVII, Andrien e Yara interpretando o mesmo estereótipo de casal. O amor tendo a oportunidade de ser vivido duas vezes.

Como toda trama a ser desenvolvida, vários acontecimentos permeiam o andamento da narrativa dando oportunidades para o aparecimento de vários sentimentos, opiniões e reflexões sobre a história. É encantador toda abordagem histórica ilustrada com a chegada da Família Dubois no ano de 1720.

É uma leitura rica e muito doce, sem contar com a estética do livro: formidável! Os detalhes em arabescos nas páginas, a fonte da letra e até mesmo, o uso da caixa alta é possível perceber a ênfase e a jogada de ideias numa possível reconstrução de um diário e também de uma carta.

Quer descobrir o poder do amor em cumprir sua palavra?

Só consigo te dar uma resposta, leia “O Francês”.