Kate Blackwell é sinônimo de poder e prosperidade. No mundo dos negócios, ela conseguiu manter a solidez do império financeiro que herdou do pai – uma fortuna construída com a exploração e o comércio de diamantes na África do Sul. Mas luxo e riqueza não são os únicos elementos que fazem parte de sua história – a tragédia também acompanhou a trajetória de quase todos os seus familiares, como um legado de maldição. Agora, ao comemorar 90 anos, Kate é obrigada a lidar com os fantasmas de uma vida de chantagens e assassinatos. Fantasmas de um império fundamentado em pura ambição.
O livro O Reverso da Medalha nos traz um enredo sobre quatro gerações de uma família. A trama é marcada por sentimentos de esperança, amor, ódio e vingança. Nas primeiras páginas, o leitor conhece Kate Blackwell e é levado a viajar profundamente através das memórias dessa mulher dona de um verdadeiro império e que não mediu esforços para conseguir manter seu poder.
O livro é relativamente grande (592 páginas), mas a história é de prender qualquer um. Começa com o personagem Jamie McGregor, um garoto pobre, mas honesto e que sonhava em ser rico para dar melhores condições de vida a sua família. Então, ele sai de sua casa, na Escócia, e embarca para a África do Sul, em busca de diamantes.
O garoto sofreu muito e, logo que chegou na África e teve sua primeira descoberta, fora enganado por Salomon Van Der Merwe e isso fez com que nele crescesse um sentimento de vingança. Jamie conta com a ajuda de Banda, um negro, também empregado de Salomon. Para que o plano de vingança fosse realmente concluído, Jamie engravidou a filha de Salomon, Margareth, e recusou-se a casar com ela. Assim que a criança nasce, Margareth, que ainda tinha sentimentos por Jamie, deixa o filho, Jamie, na casa dele durante uma semana. Quando ela volta, Jamie lhe informa que quer ficar com a criança, mas não queria ficar com Margareth. Ela convence-o a se casar com ela, mas o casamento não se consumava. Jamie não mantinha relações com elas, mas sim com as prostitutas da cidade. Até que, uma noite, ao chegar bêbado em casa, ele dorme com Margareth e, nessa noite, é gerada Kate McGregor.
“Mas é claro que Kate saberia o preço de qualquer homem. Wilde podia estar se referindo a Kate quando falara de alguém que sabia o preço de tudo, mas não conhecia o valor de nada. Tudo sempre fora pela companhia. E a companhia era Kate Blackwell.”
Um dia, o filho do casal é assassinado, Jamie tem um AVC e, agora, Margareth tem o que queria: poderia estar mais perto do marido e cuidar muito bem dele. O tempo passa, Kate cresceu e se tornou teimosa e uma garota que não tolerava sermões. Determinada, fez tudo para que pudesse comandar o império que o pai construíra. Cresceu nutrindo uma paixão pelo braço direito do pai, David Blackwell. Interferiu na vida dele tanto quanto pode, de forma que não havia ninguém ao lado dele que não fosse a própria Kate. Eles casaram-se, mas David morre sem conhecer o filho, Tony.
Durante a narrativa, Sheldon nos mostra que Kate é uma mulher inescrupulosa e que não mede esforços para conseguir o que quer. Interferiu na vida e no casamento de seu filho, Tony, e também das suas netas Eve e Alexandra. Suas netas eram gêmeas que, apesar de fisicamente idênticas, tinham personalidades completamente diferentes e essa descoberta foi um choque para Kate.
A história das gêmeas marca a última parte do livro e nos traz um final surpreendente e trágico. A escrita é espetacular, fazendo com o que o leitor se coloque, de fato, no lugar de cada personagem. Sheldon nos traz personagens fantásticos e únicos e o leitor mantém uma relação de amor e ódio com cada um deles, ora você ama aquele personagem, ora você odeia, principalmente quando se trata da poderosa Kate Blackwell.
Um livro marcado pela ação, reviravoltas, sexualidade e suspense, como é digno de Sidney Sheldon. Vale a pena cada página!