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Crítica: Duna - Parte 2 (2024)
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Críticas de Cinema, Filmes

Crítica: Duna – Parte 2 (2024)

Em Duna: Parte 2, assistimos o nascimento de uma lenda. Denis Villeneuve adapta a história cheia de abstrações de Frank Herbert para um espetáculo de imagem e som.

+ Inspirações da moda por trás dos figurinos de Duna

Dando continuidade ao primeiro livro, Paul (Timotheé Chalamet) e Lady Jessica (Rebecca Ferguson) se veem em território Fremen (Nativos de Arrakis) ao fugirem da armadilha que a casa Harkonnen articulou para eliminar a casa Atreides do poder. No deserto, o objetivo é único: sobreviver e voltar ao poder para vingar sua casa. Mas ainda que treinado pelos melhores sacerdotes e guerreiros, Paul não conseguiria prever o que significa ser um símbolo.

“Quando a lei e o dever, unidos na religião, são a mesma coisa, a pessoa nunca chega à consciência plena de si mesma. Será sempre pouco menos que um indivíduo.”

-excerto de “Muad’Dib: as noventa e nove maravilhas do universo”, da princesa Irulan

O povo de Arrakis, em sua genética, é programado a fazer muito do mínimo. Eles usam “trajestiladores”, trajes especiais que reutilizam os fluídos corporais e transformam em água para sua sobrevivência. Eles extraem água dos corpos de quem morre e armazenam como item sagrado, esperando pelo momento em que terão o suficiente para fazer a areia virar mar e as dunas, colinas verdejantes.

Esse sonho, anteriormente cultivado por outras Bene Gesserit que passaram pelo planeta, estrategicamente para momentos em que a genética de uma das Casas Maiores estivesse ameaçada, é a chave para a sobrevivência da casa Atreides. É acionando os gatilhos certos, criando mitos e reafirmando profecias que mãe e filho ganham a confiança do povo fremen: Lady Jessica através do fundamentalismo religioso e Paul através da luta e da estratégia, para trazer os céticos e construir seu exército.

No começo do filme, essa escalada para se tornar um fremen não é tão verossímil ao livro quanto o primeiro filme foi, o que a princípio pensei ser uma falha na continuidade mas percebi que era para que não só o público leitor se deleitasse com a história, mas também para que ela se comunicasse com a época contemporânea.

Não que Duna não seja atemporal. Como espécie, ainda temos os mesmos problemas: subdesenvolvimento decorrente da exploração, racismo, guerras santas, guerras por controle de recursos, genocídio…Mas Villeneuve fez escolhas que fizeram muito mais sentido para uma história que é feita por imagens do que apenas traduzir tudo o que o livro de 600 páginas, escrito na década de 60, diz. Por exemplo, a nossa noção de papel de gênero mudou bastante. No livro, Chani, a guerreira Fedaykin fremen por quem Paul se apaixona acaba por aparecer em poucos momentos, ainda que muito importante para o crescimento do Atreides, tendo seu ápice quando se torna mãe dos filhos de duna. Já no filme de 2024, Zendaya e Villeneuve fazem dela alguém que escolhe a honra de seu povo à amor, uma personagem implacável e fremen até a última gota de seu sangue. A Chani do filme não termina como consorte de Paulo enquanto a princesa Irulan, por estratégia, a esposa legítima, como no livro. Ela retorna para o deserto em cima de um shai-hulud, incapaz de lutar por alguém que também sabe que a religião é uma arma. Mal posso esperar para ver como o Paul do filme fará para que esta Chani volte.

Como o diretor mesmo disse em recente entrevista, imagem e som é o que fazem um filme ser inesquecível. Nesta 2ª parte eu percebi uma preocupação maior em mostrar o que está acontecendo, por quê, e para onde vai, fugindo um pouco mais de todos os detalhes que o universo de duna tem dentro do livro. É o que, para alguns espectadores, tenha passado a impressão de que este 2º filme é mais “agitado”. Sinceramente, quando olhei o relógio e vi que já tinha se passado 1h de filme, não acreditei. Acreditei menos ainda quando, depois de mais 1h, faltavam 40 minutos e o final do livro não estava nem próximo. Me contorci quando aceitei que a grande guerra ficaria para um 3º filme e quase gritei quando ela aconteceu, com a avó das tempestades de areia e tudo, bem na minha frente. E mais: O confronto final entre Paul e o Imperador.

Foi o momento em que me lembrei do que o termo adaptação significa e larguei mão de ficar procurando o que se parece com o livro e o que não. E esta foi feita com uma perspicácia que ainda não concebi como. E nem sei se quero. Todos os elementos para que leitores e não-leitores entendam a história estão ali, e ainda o fio que puxa para o 2º livro, o Messias de Duna.

Impossível não falar sobre esse elenco. Timotheé com a dor de um personagem que sabe de todos os caminhos que sua vida poderia tomar mas não pode escolher aquele que não seja o pior. Rebecca que precisa conciliar o ser uma santa com ser a mãe de um líder – dois na verdade. Uma história que a gente conhece muito bem.

Austin Butler é lindo à mesma medida que é aterrorizante como Feyd Rautha, o sobrinho do Barão Vladimir Harkonnen (Stellan Skarsgard, uma lenda), e Javier Bardem dá vida a um Stilgar muito divertido.

Entrei na sessão pensando em como as pessoas nunca vão conseguir dimensionar o tamanho do que foi o efeito Muad’Dib. Como se mostra anos e anos de tradição sendo construída? Como mostrar a presciência? Como fazer entender as reverendas madres que se apoderam da mente de um feto? A tecnologia? A geografia de duna e os outros planetas? São tantas perguntas mas acredito que Villeneuve apenas não subestimou o público e fez um dos melhores filmes da década de 2020.

Livros, Resenhas

Resenha: Quem mexeu no meu queijo?, Spencer Johnson

Sinopse: “É uma parábola que revela verdades profundas sobre mudança. Dois ratinhos e dois homenzinhos vivem em um labirinto em busca de queijo – uma metáfora para o que se deseja ter na vida: seja um bom emprego, um relacionamento amoroso, dinheiro, saúde ou paz espiritual. Um deles é bem-sucedido e escreve o que aprendeu com sua experiência nos muros do labirinto. As palavras rabiscadas nas paredes ensinam a lidar com a mudança para viver com menos estresse a alcançar mais sucesso no trabalho e na vida pessoal. Quem mexeu no meu Queijo? é uma leitura rápida mas suas ideias permanecerão por toda a vida.”

Quem mexeu no meu queijo? foi escrito por Spencer Johnson, de leitura rápida e perspectiva atual. Todos nós, em algum momento da vida, tivemos medo da mudança, daquilo que não conhecíamos. Imagina que você tem uma casa arrumada e um belo dia a encontra bagunçada. Está preparado para a mudança? Quem mexeu no meu queijo? te ajudará a refletir sobre, garanto que será uma leitura muito proveitosa!

Esta é uma história de mudança que acontece em um Labirinto, onde quatro personagens, dois ratinhos, Sniff e Scurry, e dois duendes, Hem e Haw, procuram por Queijo, para alimentá-los e fazê-los felizes. Durante dias, cada dupla com seu próprio método, corre pelo Labirinto até que em certo momento encontram o tipo de Queijo que precisam no Posto C.

A partir disso tanto os ratinhos quanto os duendes mantiveram uma rotina de todos os dias ir ao Posto C. Os ratinhos permaneceram acordando cedo todos os dias, corriam pelo labirinto e quando chegavam ao seu destino, vistoriavam a quantidade de Queijo. Já o duendes, acordavam um pouco mais tarde, pois haviam encontrado o Queijo e sabiam como ir até lá, portanto, não precisavam se preocupar mais.

Até que um dia quando chagaram ao Posto C, depararam-se com a seguinte situação: o estoque de Queijo havia acabado. O que fazer naquela situação?

Sniff e Scurry vistoriavam o estoque diariamente, sabiam que aquilo aconteceria, como estavam preparados para a mudança, buscaram por outro estoque de Queijo.

Contudo, isso não aconteceu com Hem e Haw, pois pensavam que o Queijo nunca acabaria, sentindo mais dificuldade em agir diante da mudança encontrada. No primeiro momento eles passaram pela fase de negação, esperavam que o Queijo ressurgisse, depois um deles, Haw, pela fase da aceitação e logo decidiu sair da zona de conforto e procurar novamente seu Queijo. Mesmo insistindo, Hem não saiu do lugar.

O interessante dessa parábola é que Sniff, Scurry e Haw, que não tiverem medo de se arriscar novamente pelo Labirinto encontraram um “Novo Queijo”. O Queijo é a metáfora para o que queremos na vida, seja passar na faculdade, um emprego, uma casa maior, um relacionamento, o reconhecimento, paz de espírito ou qualquer outro desejo. O “Labirinto”, por sua vez, é onde depositamos nossa energia ou que estamos.

A mudança sempre existirá, às vezes dá medo de encará-la, porém o melhor a se fazer é se adaptar. Não podemos deixar nosso “queijo” mofar ou perder o sabor.

Algumas frases motivacionais deixadas na parede do Labirinto pelos duendes ajudarão a compreender a mudança como necessidade e o porquê Quem mexeu no meu queijo? é um livro para levar por toda a vida.

“Quanto mais importante seu Queijo é para você menos você deseja abrir mão dele.”

“O que você faria se não tivesse medo?”

“Cheire o Queijo com frequência para saber quando está ficando velho.”

“Quanto mais rápido você se esquece do velho Queijo mais rápido encontra um novo.”

“Aprecie a mudança sinta o gosto da aventura e do novo Queijo.”

“Esteja preparado para mudar rapidamente muitas vezes continuam mexendo no Queijo.”

A releitura do livro, agora com mentalidade diferente, me fez encontrar novamente algo novo e útil, posso afirmar que a mudança é a responsável por isso.

Until Harry
Livros, Resenhas

Resenha: Until Harry, L.A. Casey

Sinopse Until Harry:

Voltar para casa é difícil para Lane. Difícil porque seu amado tio Harry morreu de repente, mas também por causa dele. Kale. Kale Hunt é seu melhor amigo desde a infância. Mas nunca foi tão simples. Ele foi o motivo de Lane para sair de casa e se mudar para Nova York. Vê-lo com outra pessoa, apaixonado por outra pessoa, não deveria ter doído. Mas sim. Realmente fez mesmo. Então, ela levantou palitos e saiu, começou uma nova vida e se separou de seu passado. Mas agora ela voltou e todos os sentimentos estão ali. Como se ela nunca tivesse saído. As emoções estão em alta, e a tragédia tem uma maneira engraçada de aproximar as pessoas. Mas Lane está lendo os sinais, certo? Eles ainda são apenas amigos ou há algo mais?

Era um dia qualquer, eu não tinha muito o que fazer, entrei na Amazon e comprei esse e-book, Until Harry.
Confesso que nem li a sinopse, gostei do nome e escolhi por isso…. E te digo que foi minha melhor decisão do dia.

Prepare um lencinho pois é um livro emocionante e eu chorei horrores, hormônios? Talvez…. Mas a estória é linda, rápida e comovente.

A narrativa é dada por Lane Edwards, uma mulher britânica, editora freelancer de 26 anos que mora em Nova York e logo no primeiro parágrafo do livro recebe a noticia que seu amado tio, Harry, faleceu. Então ela tem que voltar para casa, em York, Inglaterra, para o velório do tio.

Só que tem um porém, faz seis anos que ela não fala com ninguém da família dela a não ser por esse tio.

A trama toda se baseia em dois períodos de tempo, um capítulo é narrado no presente e o seguinte são memórias do passado.

Lane vem de uma família que tem muito amor, seus pais são melhores amigos de um outro casal com um filho de idade próxima então ela e seus irmãos foram criados junto com ele, Kale Hunt, que tem idade que seus irmãos e sempre foi considerado como um filho por sua família. Ele também calhou de ser seu melhor amigo a vida toda.

Com três anos de diferença entre eles, ela sempre o viu como um protetor, sempre sentiu ciúmes dele e ele sempre esteve lá por ela, e Lane é apaixonada por Kale desde que consegue se lembrar.

Então, vamos lá, logo no começo Lane tem um medo desesperador de voltar para casa, a única pessoa da família que ela ainda conversava era seu tio e agora ele era o motivo para que ela voltasse.

Lane deixou sua casa e seu pais há seis anos porque estava com o coração partido em mil pedaços. Sua melhor amiga faleceu e o homem que ela ama está com outra e esperando um filho. A única alternativa que ela enxergou no momento era fugir dali.

Após anos de depressão e agora uma volta repentina para Inglaterra ela começa a ver que não deu certo, ela ainda se sentia da mesma maneira por Kale quanto a seis anos antes.

“Mesmo eu morando a milhares de quilômetros de distância para escapar dele, todos os dias durante os últimos seis anos eu acordei com aqueles olhos avelã e cai no sono com sua calmante voz. Eu não conseguia esquecê-lo estando a meio mundo de distância ou na sala ao lado.”

É comovente porque os dois se amam mas sempre se auto sabotam.

Ela se sente ‘suja’ por estar apaixonada pelo menino que cresceu sendo considerado por toda sua família como um outro filho. E porque ela investiria nele se, de qualquer maneira, ela acha que ele só a ama como se fosse sua “irmã mais nova”?

À medida que crescem só piora, exceto que você percebe que Kale se sente da mesma maneira por ela, ou seja, também é apaixonado por Lane, e está lutando com os mesmos problemas, mas nenhum deles faz nada porque são péssimos em comunicação e nunca estão na mesma página ao mesmo tempo, ao que parece.

“- Por quê? – eu pressionei.
– Então eu poderia fazer meu jogo e tentar ganhar o seu coração de volta, porque eu sou seu legítimo proprietário.”

Nos capítulos do passado a história de como Lane e Kale estão nesse impasse tenso e comovente é contada e vemos os destaques na linha do tempo de seu relacionamento. Ao longo da narrativa você vê os erros que eles estão cometendo e da vontade de gritar!!!!

“Eu sempre vou amar Kale, Lane – ela continuou, – mas ele nunca foi meu.
Minhas mãos começaram a tremer. – Claro que ele era.
Ela balançou a cabeça. – Ele era seu. Ele só não sabia disso.(…)”

Kale Hunts precisou que Lane se mudasse para o outro lado do mundo para descobrir que não poderia viver sem ela, enquanto Lane Edwards precisou que seu tio a obrigasse a voltar para casa e realmente conversar com Kale para que pudesse se curar.

“- Você acha que as pessoas têm controle sobre suas vidas? – Eu interroguei.
Minha avó levemente sacudiu a cabeça. – Não, ninguém tem controle sobre a vida – está fora de nossas mãos. Mas podemos ter a rédea sobre como nos sentimos durante essa jornada. Você apenas tem que querer isso o suficiente, ou então a felicidade vai passar por você, e sua vida junto com ela.”

O livro é comovente, emocionante e romântico. Uma estória de perdas, mortes, luto, família e amor. E acima de tudo, uma estória de superação.

É uma leitura rápida e cheia de aprendizagens. Um amor de infância que passa por um milhão de dificuldades.

O romance é o foco do livro? Sim. Mas também tem muitos outros núcleos sendo explorados como: o amor de irmãos, o amor por um filho, o amor da família no geral, o sentido da amizade, da auto aceitação com quem você é. A superação de lutos e muito mais.

O último capítulo do livro é fundamental para enxergar que sua felicidade não tem que depender de outra pessoa e sim de você aceitar-lá, de todos os caminhos que ela possa vir. Ela tem que começar de dentro para fora.

“- Eu sempre pensei que não era forte, mas eu estou começando a ver o que o tio Harry e todos vocês vêem em mim. À minha própria maneira, eu sou uma guerreira.”

Recomendo a leitura para todos! Se prepare para chorar.

Livros, Resenhas

Resenha: O Acordo, Elle Kennedy

Romance de Elle Kennedy, The Deal ou O Acordo. É o primeiro livro da série “Amores Improváveis” , também conhecida como “Off-Campus”

Sinopse
Hannah Wells finalmente encontrou alguém que a interessasse. Mas, embora seja autoconfiante em vários outros aspectos da vida, carrega nas costas uma bagagem e tanto quando o assunto é sexo e sedução. Não vai ter jeito: ela vai ter que sair da zona de conforto… Mesmo que isso signifique dar aulas particulares para o infantil, irritante e convencido capitão do time de hóquei, em troca de um encontro de mentirinha. Tudo o que Garrett Graham quer é se formar para poder jogar hóquei profissional. Mas suas notas cada vez mais baixas estão ameaçando arruinar tudo aquilo pelo qual tanto se dedicou. Se ajudar uma garota linda e sarcástica a fazer ciúmes em outro cara puder garantir sua vaga no time, ele topa. Mas o que era apenas uma troca de favores entre dois opostos acaba se tornando uma amizade inesperada. Até que um beijo faz com que Hannah e Garrett precisem repensar os termos de seu acordo.

O acordo é o primeiro livro da série Amores Improváveis, de Elle Kennedy. Trazendo uma literatura New Adult a série conta com quatro livros, cada um conta a vida de um dos quatro amigos jogadores de hóquei que vivem na mesma república.

Então começamos com Garrett Graham, o capitão do time de hóquei da universidade Briar, filho de um famoso também jogador de hóquei. Desde pequeno o pai sempre cobrou o melhor do filho. Já pode sentir a pressão que ele tem né?

Afinal de contas, Phil Graham tem uma
reputação a zelar. Quer dizer, imagina só como ele se sentiria se o
filho não virasse um jogador profissional…

Pelo menos o esporte é algo que ele realmente ama.

Como atleta estrela, ele tem tantas conquistas no gelo quanto na cama, porém, em uma aula de ética começa seu problema, quando é quase reprovado. Se isso realmente acontecer ele não poderá jogar e é ai que entra Hannah Wells, a única que pode ajudá-lo a aprovar essa prova, sendo sua professora particular.

Um é o completo oposto do outro. Enquanto ele é despojado, atleta, capitão do time e tem uma líder de torcida diferente por noite, Hannah é uma estudante de música, tímida, de poucos amigos e que está focada em superar seu passado.

“Acho que você não entendeu, Wellsy. Não quero uma ligação
amorosa com você. Sei que você não tá a fim. Se isso a deixa feliz,
também não tô.”
“Isso me deixa mesmo muito feliz. Tava começando a me
preocupar que eu fosse de fato o seu tipo, e é uma ideia
aterrorizante demais de conceber.”

Então um acordo inesperado surge entre os dois (depois de muitaaaaa insistência de Garrett): ela dá aulas particulares e o ajuda a aumentar sua nota, enquanto ele finge estar saindo com ela para fazê-la chamar a atenção de um cara do campus por quem está interessada.

“Então, temos um acordo?”, arrisco.
Hannah fica em silêncio, mas quando estou prestes a perder
as esperanças, ela suspira e diz: “Tudo bem. Fechado”.

Contra todas as possibilidades, o acordo entre eles começa a funcionar e uma amizade começa a surgir.
Garrett não é o babaca que Hannah esperava, e ela não é tão tímida quanto parecia.

“É isso aí, Hannah e eu somos amigos. Na verdade, ela é a única amiga mulher que já tive. E quero continuar amigo de Hannah.”

O romance deles nasce de uma amizade, dia após dia vamos vendo seu desenvolvimento, começa com as aulas, sem perceberem já estão dividindo noite de pizza e série, é algo gostoso de ler, a confiança vai aparecendo, cumplicidade e um amor puro.

Abro os olhos lentamente e encontro Hannah aconchegada em
mim. Estou deitado de costas, os braços em volta dela, segurando-a
com força junto ao meu corpo. Não admira que meus músculos
estejam tão rígidos. Será que passamos a noite inteira assim?
Lembro de estarmos em lados opostos da cama quando peguei no
sono, tão distantes que até esperava encontrá-la no chão ao acordar.
Mas, agora, estamos emaranhados nos braços um do outro. É
gostoso.

A trama traz reflexões e assuntos pesados de maneira leve, como o passado da Hannah, uma vez que foi estuprada aos 15 anos e desde então se sente desconfortável em festas.
Porém, apesar de tudo que sofreu, ela não é aquele personagem traumatizado com homens igual vemos nas outras estórias, ela tem sim alguns problemas em decorrência do que aconteceu, mas é forte.

Garrett, por sua vez, tem que lidar com seu pai, que ao contrário do que todos pensam, não é aquele pai que vai em todos os jogos para apoiar o filho.

Apesar de ser uma história de amor o livro trata questões importantes sobre estupro e violência doméstica, mas de uma forma muito leve.

Mesmo com todos os problemas e sofrimentos dos passados de ambos, juntos eles vão superando tudo, se envolvendo mais e torcendo pelas vitórias um do outro.

“ Às vezes, as pessoas entram na sua vida e, de repente, você não sabe como foi capaz de viver sem elas antes. E já não consegue entender como vivia a vida, saía com os amigos e dormia com outras pessoas sem ter essa pessoa importante na sua vida”

Confesso que achei que seria mais um daqueles romances clichês que, não vou negar, eu amo!!!! Mas essa série é mais do que isso. É leve, rápida, sem mimimi. Me atrevo a dizer que acaba sendo voltado mais para uma comédia romântica.

É uma estória que você devora, quer saber logo o que vem depois e quando vê já terminou o livro. Eu mesma o li em uma noite!!!!!

Os livros, porque agora digo sobre a série no geral, fogem dos padrões que estamos acostumadas. Não é sobre o Badboy que se apaixona pela mulher mais improvável (para eles) da universidade, a virgem, boazinha e simples.
Tanto os homens quanto as mulheres nestes livros tratam da questão da sexualidade de uma forma muito tranquila e leve.

Eu simplesmente amei, amei, amei, amei, amei.
Recomendo para todo mundo que gosta dessa pegada mais New Adult.

45 do primeiro tempo, Patrick Santos
Livros, Novidades, Resenhas

Resenha: 45 do primeiro tempo, Patrick Santos

De leitura rápida, 45 do primeiro tempo é o primeiro livro do jornalista Patrick Santos, nascido em São Paulo, que ficou a frente de vários projetos na Rádio Jovem Pan por muitos anos, até que decidiu tirar um período sabático, deixando para trás uma carreira executiva estressante para encontrar mais equilíbrio em sua vida.

O livro é escrito como se fosse uma partida de futebol, em duas partes e com capítulos que também lembram certos momentos que rodeiam o jogo. Na primeira parte, Patrick comenta sobre as decisões e pensamentos que o fizeram chegar até o ano sabático. Com capítulos como “O caminho até o vestiário” e “Bate-bola na livraria”, ele tenta se encontrar e refletir se essa é mesmo a melhor decisão a se tomar naquele momento, levando em conta seu passado, presente e futuro, afinal, depois do sabático a vida continua.

Em certo ponto dos primeiros capítulos, o autor chega a comentar sobre suas primeiras experiências como estudante de Jornalismo e é impossível não se identificar. Acho que todos nós, jornalistas ou estudantes, chegamos na faculdade com aquela vontade de mudar o mundo com as nossas palavras, levando um pouquinho de cada um daqueles que admiramos na mochila.

Logo depois, ele conta sobre suas idas a livraria e esse é um outro momento que me identifiquei bastante e marquei para comentar. Santos fala sobre os livros milagrosos, que dizem que “basta querer mudar de vida para tornar-se um homem de sucesso”, que muitas vezes faz o efeito contrário na vida das pessoas e traz uma vida fadada ao fracasso, induzindo as pessoas a olharem suas dificuldades como uma falha de atitude. Sim, dramas reais exigem atitudes reais, não dez regras receita-de-bolo para mudar.

O autor então dá play no seu tão sonhado período sabático, na segunda parte do livro e nessa parte, somos transportados para sua vida pessoal como um livro aberto, literalmente. Aqui me identifico novamente quando ele comenta sobre pessoas revoltadas por vidas não vividas. É pesado conviver com elas ou somente estar ao lado delas.

Você já reparou como é pesado estar ao lado de alguém que cospe revolta por uma vida não vivida? A pessoa não sorri, nada pulsa nela, a não ser o pessimismo. Está morta, só não se deu conta do fato.

Outro ponto que vale a pena comentar é como nós jornalistas somos iguais em essência. Há um capítulo chamado “O mundo em meu bairro”, em que Patrick comenta que antes de conhecer o mundo, devemos conhecer o bairro em que vivemos, que me transportou diretamente para o meu primeiro semestre na faculdade de jornalismo. Chegamos entusiastas por fazer matérias investigativas criminais que revelariam para o mundo as falcatruas do governo. Minha professora olhou e disse as exatas palavras de Patrick: antes vocês precisam conhecer os problemas do bairro de vocês. E essa foi minha primeira matéria no jornalismo, meu bairro e os problemas de acessibilidade nas calçadas. Fui bloqueado por pelo menos cinco vereadores e meses depois, algumas reformas “de rotina” da prefeitura começaram nas ruas adjacentes a minha. Antes de mudar o mundo, podemos mudar o nosso primeiro mundo.

O livro se encerra com o fim do período sabático de Patrick Santos, e ele diz que pode reencontrar sua história e compreender que todos temos problemas, o que muda é a forma com a qual lidamos com eles. Revigorado, o autor agora se prepara para o início do seu segundo tempo no gramado da vida.

Posso estar sendo utópico, mas acredito firmemente que é preciso dar um sentido a nossa vida, cada um de nós, para que o mundo do futuro não seja apenas destruição e morte. É hora de subir as escadas e voltar ao gramado. O segundo tempo vai começar.

Críticas de Cinema, Filmes

“Era uma vez em… Hollywood” e o fascínio de Tarantino pelo universo cinematográfico

Tarantino ama cinema – você sabe disso e eu também. O diretor já trabalhou como balconista de uma rede de locadora de filmes e pouco depois escreveu o roteiro de Cães de Aluguel (1992), filme que definiu o tom dos que viriam a seguir, nos deixando sedentos pelas cenas de sangue e roteiros com diálogos afiados, cheios de referência ao universo pop.

Grande fã de “western spaghetti” (sub gênero do western das décadas de 60 e 70, estrelados por astros – já em decadência – que tentavam alavancar suas carreiras internacionais com os filmes), não é coincidência que Tarantino tenha escolhido como título de seu novo filme “Era uma vez em… Hollywood”, prestando homenagem e declarando sua admiração ao diretor Sergio Leone, de “Era uma vez no Oeste” (1968) e “Era uma vez na América” (1984).

Na trama, temos a dupla de personagens principais Rick Dalton (Leonardo DiCaprio) – ator de uma série de caubóis, já em decadência – e seu dublê, Cliff Booth (Brad Pitt), amigos que vivem uma espécie de bromance em Los Angeles. Na outra ponta da história temos os novos vizinhos de Dalton – e desta vez personagens que representam pessoas reais e conhecidas na indústria do cinema -, o casal formado pela atriz Sharon Tate (Margot Robbie atuando com incrível leveza) e o diretor polaco Roman Polanski (Rafal Zawierucha), que na época já vivia o prestígio pelo filme  “O bebê de Rosemary” (1968).

E como estamos falando em Los Angeles nestes anos, a história dos nossos personagens principais e da própria cidade se misturam com a figura e influência de Charles Manson . Se nomes como Charles Manson, Sharon Tate e Polanski são estranhos para você, vale dar um google antes de ver um filme. A história do filme também se mistura a do diretor, que adiciona elementos da sua infância, comos os cinemas que frequentou (Cinerama e Bruin), o carro que Cliff dirige é um Karmann Ghia, assim como o de seu pai e alguns elementos da casa de Rick são itens pessoais do Tarantino.

Temos belos enquadramentos e movimentos de câmera que ajudam a trazer ritmo para o longa – e marcam a longa parceria do diretor com Robert Richardson, diretor de fotografia que já trabalhou com Tarantino em filmes como Kill Bill, Bastardos Inglórios e Django Livre. Os últimos dois filmes citados, inclusive, aparecem reverenciados diversas vezes em “Era uma vez em… Hollywood”. A playlist também não deixa a desejar, com clássicos como “Mrs. Robinson” e “California Dreamin’”.

Entretanto, é notável a discrepância entre o número de falas da atriz Margot Robbie em relação aos seus colegas de cena Pitt e DiCaprio. Tanto que o assunto foi abordado durante sua exibição em Cannes, na qual Tarantino se irritou com o questionamento e declarou, “Não concordo”. Nada novo sob o sol quando se trata de Tarantino e as atrizes com quem trabalha.

Quem tem sede pelo “sangue tarantino” vai ter que ser paciente. As famosas cenas sanguinárias só aparecem lá pelo final do filme, quando já começa a se arrastar – e mesmo assim pode não satisfazer a tal sede do filme menos violento do diretor. Mas a tal grande cena mostra um Brad Pitt energético em suas cenas de ação. Já quem gosta dos diálogos característicos do diretor vai se satisfazer ao longo do filme.

No final de “Era uma vez em… Hollywood”, Tarantino dobra a realidade oferecendo uma alternativa mais otimista de um fato que realmente aconteceu – e aqui “traio” Tarantino que antes da exibição do filme deixou uma carta assinada pedindo que os jornalistas e críticos não dessem spoilers do filme. Sorry, Tarantino). Na vida real, a seita “La Familia”, liderada por Charles Manson foi a responsável por um massacre na residência Polanski-Tate, em 1969. Os membros mataram Tate – que estava grávida de oito meses, esperando o primeiro filho do casal – e mais quatro amigos da atriz. No filme, o grupo resolve invadir a casa de Rick Dalton e acaba se dando mal. No final feliz de Tarantino, Dalton acaba sendo chamado para frequentar a casa de Polanski pela própria atriz, após a invasão de sua casa.

Mas afinal de contas, é bom? O filme é um jogo de acerto e erros de um Tarantino que sempre tem ânsia de declarar seu amor ao cinema, tipo aqueles jovens hipsters que enchem o corpo de tatuagem com os filmes cult que amam. Mas esse é um Tarantino maduro que sabe imprimir a sua marca em tudo que faz. Não me satisfez como Cães de Aluguel, mas é um ótimo filme.

 

Críticas de Cinema, Filmes

Crítica: Turma da Mônica – Laços (2019)

A notícia que a Turma da Mônica ganharia um filme em live-action, divulgada em 2017, mexeu com o imaginário de milhares de pessoas, afinal, a galera do bairro do Limoeiro está presente na memória afetiva de diversas gerações. Adaptação da HQ “Laços”, publicado em 2013 pela Panini Comics, a história se deriva de um projeto da Maurício de Sousa produções que proporcionou releituras dos personagens sob a visão de diversos artistas brasileiros, neste caso, Vitor e Lu Casfaggi. Com direção de Daniel Rezende, que havia dirigido anteriormente Bingo: O Rei das Manhãs (2017), o filme Turma da Mônica – Laços cumpre bem o seu papel de apresentar o “Universo Turma da Mônica” nas telonas, sem precisar recorrer a técnicas caricatas ou que forçassem algum apego pelo peso nostálgico dos personagens principais.

É preciso, antes de tudo, reforçar que se trata de um filme infantil, logo, esperar grandes plow-twists e histórias complexas está completamente fora de cogitação. Mas desde seu começo, ao apresentar as características dos personagens, o filme demonstra que a escolha de elenco não se baseou em semelhanças físicas dos atores escolhidos aos personagens, mas também características próprias que reforçassem tal visão. Giulia Benite , Kevin Vechiatto, Laura Rauseo e Gabriel Moreira – Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão respectivamente – demonstram em tela um entrosamento e harmonia entre si que tornam a obra mais leve de acompanhar. Existiu ainda a preocupação de não apostar em violência física para definir Monica, uma vez que todas as cenas em que Sansão é usado para derrotar os seus inimigos nós não vemos a ação em si, nos restringido a ouvir sons e ver expressões daqueles que estão ao redor da cena. Com um visual colorido e despojado, a ambientação do filme grita “cidade do interior”, com seus coretos, cercas, pipoqueiros e vendedores de balões, nos levando para um universo onde crianças não ficam presas a gadgets o dia todo.

Se o entrosamento e desenvolvimento do elenco infantil ao decorrer do filme é boa, é preciso destacar dois personagens adultos que mandaram muito bem em seus papéis: Fafá Rennó ao dar vida a Dona Cebola chegou inclusive a chocar por sua semelhança com a mamãe que ficamos acostumados a acompanhar nas páginas de gibi – inclusive, aqui vem uma surpresa, pois em todas as divulgações realizadas, Monica Iozzi é destacada por dar vida a Dona Luísa, a mãe da dentuça “dona da rua”, porém, nos poucos momentos em que apareceu, foi engolida Fafá. Já Rodrigo Santoro ao viver o personagem Louco deu um banho, trazendo um alívio cômico (seria demais dizer que foi até mesmo filosófico?) necessário, uma vez que precisamos admitir que o filme fica bastante lento em determinado momentos.

Entrando neste aspecto sobre a lentidão apresentada no meio do filme, em que determinadas cenas até se assemelham a algumas barrigas para gerar tempo, é necessário nos lembrarmos sobre o público alvo que a história mira. Apesar de ter me incomodado, acompanhei uma sessão com diversas crianças e seus pais e as pude ouvir estar apreensiva e até mesmo com medo, especialmente em um momento em que a turma se adentra em um cemitério no meio da floresta – rendendo até cenas previsíveis como quando Cascão e Cebolinha se assustam consigo mesmos. Para um espectador mais adulto, tais momentos podem não ter sido o ápice do filme, mas, para as crianças que acompanhavam, com certeza, foi o clímax de tudo.

Por fim, podemos encorajar aqueles que são fãs da Turma da Monica a assistir ao filme, e o melhor, que assistam acompanhados de seus filhos, sobrinhos, primos ou irmãos. Será uma experiencia rica para ambos: aos mais velhos pelo fator nostálgico, que acaba sendo inevitável e alcançado de forma leve, e aos mais novos pela aventura e carisma que esbanja dos 4 personagens principais. Foi lindo ver a sensibilidade que a obra de Maurício de Sousa foi tratada – Ah! E claro, a breve participação do próprio cartunista, momento que deixa qualquer um com um sorriso de orelha a orelha.

 

Livros, Resenhas

Resenha: Um Milhão De Finais Felizes, de Vitor Martins

Um Milhão de Finais Felizes é o segundo romance do autor e ilustrador Vitor Martins. Publicado (nem tão) recentemente pela Globo Alt, a história dessa vez vai um pouquinho além no quesito idade dos protagonistas, se diferenciando um pouco do já resenhado por aqui, Quinze Dias. Aqui, os protagonistas já dividem o seu tempo com estudos, trabalhos, problemas familiares e a tentativa de conseguir manter uma vida social no meio de tudo. Já começo dizendo que ambos os livros não possuem relação, mas passa a impressão de que a melhor ordem de leitura é Quinze Dias > Um Milhão de Finais Felizes, pois, no primeiro você se encanta e no segundo você fica meio: “eita, essa é minha vida”.

Acompanhamos a história de Jonas, um ‘barman’ no conceituadíssimo Rocket Café, uma versão intergaláctica da Starbucks, que tenta mesclar seu tempo com sua cabeça multicriativa a ponto de ele andar com um bloquinho de anotações por aí para anotar qualquer ideia para um livro que ele possa ter ao decorrer do dia. Jonas lida com uma mãe bem religiosa e um pai que… bem, como podemos descrever? Folgado acho que se encaixa bem. Ele ainda não estuda, mas, já sente a pressão por ainda não ter ‘encontrado algo para fazer’, o que é bem normal quando estamos em nossos 19-20 anos (palavra de quem trocou 3 vezes de faculdade neste mesmo período). E é durante o expediente de trabalho que Jonas conhece Arthur, o lindo ruivo, com cabelos ruivos, coque e jeito bonitão que nos deixa babando. Arthur se torna uma inspiração para Jonas, que começa a escrever um romance LGBT com o bonitão em mente, que mais legal, é apresentado durante o livro! Ou seja, temos uma história nova dentro de uma história (e isso foi muito demais, sério).

Os encontros e desencontros desenvolvidos são muito corriqueiros e são coisas que realmente acontecem conosco – a dificuldade me reunir todos nossos amigos e a necessidade de tê-los com você quando as coisas se apertam, a frustração por acharmos que não estamos fazendo o que deveríamos – como se profissionalizando em algo ou buscando melhores oportunidades, por não nos encaixarmos em algum molde que a ‘sociedade’ julga que devemos estar. Os embates entre o personagem principal e a família são de dar um nó na garganta de tão reais. O que mais chama a atenção nessa parte é o fato de o assunto não ter se resolvido com a facilidade que estamos acostumados ao ler em outras histórias: não tivemos um final feliz ou triste, considero inclusive um final real, pois, é bem comum as coisas ficarem como estão e termos que lidar com isso: sem choro nem vela. A amizade de Jonas com sua companheira de trabalho Karina também é algo a se destacar: afinal, acaba sendo normal a gente se apegar muito aos amigos que estão inseridos em nossa rotina e acabar se culpando por se afastar daqueles de escola, e tentar juntar estes ciclos de amigos para ter todos juntos: as vezes dá certo, ás vezes não dá, e tudo bem com isso;  são os encontros e desencontros que falei ali em cima.

Preciso dizer que o melhor de Um Milhão de Finais Felizes está em Jonas: em seu jeito desajeitado, a forma que ele viu o Arthur e se encantou a ponto de se sentir tão inspirado por ele, o modo como tenta ajudar e ser um apoio para os seus amigos. Sabe aquele vídeo da Oprah dizendo “ela é a mãe que eu nunca tive, a irmã que todos querem, ela é a amiga que todo mundo merece, eu não conheço uma pessoa melhor”, se não viu, clique aqui, então. É o Jonas para mim. Inclusive, a Mariana Mortan fez um vídeo bem legal no canal dela, Chá de Prosa, que deixo aqui para vocês assistirem, que resume bem essa personalidade incrível do Jonas e a forma como o Vitor Martins conseguiu construí-lo de um jeito bem verossímil:

Imagem: Saraiva.com.br
Livros, Resenhas

Resenha: O Milagre da Manhã, Hal Elrod

Imagem: Saraiva.com.br

Apesar de estar cansada de saber e ouvir sempre que acordar cedo é bom, eu sou o tipo de pessoa que quando posso, não perco uma oportunidade de acordar depois das 10h da manhã. No Brasil (ou seria “No mundo”?), grande parte das pessoas acorda cedo para a rotina de estudos e trabalho e acredita que os dias de folga são justamente para descansar e dormir até não aguentar mais. Mas quão benéfico pode ser sair da cama mais cedo que o habitual? “O Milagre da Manhã” é capaz de responder!

O livro “O Milagre da Manhã”, escrito por Hal Elrod e publicado no Brasil pela editora Best Seller, é um livro curto, com menos de 200 páginas e parágrafos pequenos que apresentam linguagem simples, o que é ótimo pois a leitura não se torna maçante e é possível ir lendo nos intervalos das atividades do dia-a-dia. A leitura é muito gostosa, ainda que no início a ideia e o conceito do livro pareçam um pouco superestimados. Os poucos capítulos do livro são muito inspiradores, motivadores e fonte de muito ensinamento.

O Milagre da Manhã” nos faz pensar justamente por outra perspectiva. Você já acordou cedo um dia, resolveu várias pendências antes do meio dia e ficou se perguntando como aquilo foi possível? Talvez a parte mais difícil para a maioria de nós seja não dormir tão tarde para conseguir acordar mais cedo no dia seguinte. O autor, Hal Elrod, sugere acordar uma hora antes de iniciar suas atividades cotidianas, mas isso pode ser adaptável ao seu estilo de vida.

Mas daí surge aquela dúvida “Devo acordar mais cedo para ser mais produtivo, mas o que fazer nessa hora, por onde começar?” Uma coisa que funciona muito para mim e é ideia central do livro é: Ter motivação! Traçar um roteiro, planejar seu dia, organizar suas atividades… O Milagre da Manhã serve de corrimão, te guia, apoia e te indica um caminho, mas não necessariamente você deve fazer exatamente o que o autor indica, é possível personalizar seu roteiro de acordo com suas necessidades.  Hal Elrod pontua seis tópicos a serem trabalhados antes de “iniciar” seu dia, seja de estudo ou de trabalho:

Silêncio: Simplesmente, manter-se em silêncio! Seja meditando, refletindo ou qualquer outra atividade silenciosa (só não vale cochilar nesse momento, hein?).

Afirmações:  Ser positivo e generoso você mesmo, reconhecer suas qualidades, não se depreciar e apontar os próprios defeitos, falar em voz altas seus objetivos, trabalhar inseguranças e a autoestima.

Visualização: Avistar seu horizonte, seu futuro, pensar sobre onde você quer estar e quem quer ser no futuro, seja ele próximo ou distante.

Exercícios: Realizar qualquer tipo de atividade física, uma que você se identifique e te faça sentir bem e disposto.

Leitura: Procurar ler livros, revistas, artigos, o que quer que seja, que te acrescente algo.

Diário: Escrever ideias, metas, escrever razões pelo qual é grato, textos autorais, etc.

Vale lembrar que a ordem em que cada uma dessas atividades será realizada você quem vai decidir. Confesso que a parte de realizar exercícios físicos é a mais difícil para mim e por muitas vezes procrastinei até não dar mais tempo de fazer nenhuma atividade (não sigam meu exemplo!!) mas estou tentando reparar isso. Percebi ainda nesse período, quão fundamental é ficar em silêncio, desfrutando da minha companhia, pensando sobre coisas que são importantes para mim, geralmente, já aproveito o momento após o silêncio para anotar meus pensamentos e ideias.

Tendo em vista a dificuldade de acordar cedo e tornar esse tempo produtivo, Hal Elrod sugere se afastar de tudo aquilo que te afasta do seu objetivo. Não ficar perto de pessoas preguiçosas ou que te desmotivem pode ser determinante para o seu sucesso no desafio. Além disso, perder o hábito de dizer que não é uma pessoa matutina e se convencer do contrário também pode ser o empurrãozinho que te falta para tornar o ato de acordar cedo uma coisa natural.

No livro, o autor ensina também algumas táticas para não sabotar a si mesmo no desafio do milagre da manhã, como levantar e já trocar de roupa ou colocar o celular para despertar longe da cama e assim ser obrigado a levantar para desligá-lo. Sei que muitas pessoas rejeitam ou subestimam livros de desenvolvimento pessoal mas eu os convido a dar uma oportunidade para “O Milagre da Manhã” e depois se quiserem, compartilhar comigo a experiência nos comentários. Eu vou adorar saber o milagre da manhã de vocês!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A mulher na janela
Livros, Novidades, Resenhas

Resenha: A mulher na janela, A. J. Finn

A mulher na janela, de A. J. Finn, publicado pela editora Arqueiro, é o livro mais surpreendente que você vai ver esse ano e eu vou te dizer porquê. Vamos começar pelo autor que eu nunca tinha ouvido falar até o dia que recebi esse livro no evento da editora para livreiros e blogueiros e comecei a lê-lo.

A. J. Finn é formado em Oxford e já foi crítico literário em diversos jornais conceituados como o Los Angeles Times, The Washington Post e o The Times Literary Supplement. A mulher na janela é seu primeiro romance e já foi vendido para 36 países, está sendo adaptado para o cinema pela Fox e é número 1 na lista do The New York Times. Não é pouca coisa, né?

+ Especial: Conheça A. J. Finn

Continuando, bem na capa do livro, já temos a seguinte frase: Não é paranoia se está realmente acontecendo. Instigante. Aí, você já começa a leitura com essa pulga atrás da orelha. Existe a paranóia? Não existe? E se essa frase foi colocada ali só para me confundir? E se não foi? Você vai enlouquecendo um pouco no processo, mas é normal.

O livro começa contando a rotina da Dra. Anna Fox, uma psicóloga infantil que sofre de Agorafobia, medo de lugares abertos. No caso, a Dra. Fox sofre fortes crises de pânico e ansiedade quando é exposta a espaços fora da sua casa, mesmo que seja só o seu jardim. Na verdade, ela nem consegue deixar as janelas abertas ou se aproximar da porta da frente por saber o que a espera além daquilo.

Ela mora sozinha em uma casa constantemente fechada e escura, bebe muito vinho, é viciada em filmes antigos e seus passatempos incluem jogar xadrez online, orientar outras pessoas que sofrem de agorafobia em um fórum virtual e vigiar a vida dos vizinhos. Sim, munida de uma câmera com um super zoom e dona de uma casa de três andares com muitas janelas, Anna Fox sabe de tudo o que acontece em cada casa de sua pequena vizinhança, acompanhando a vida das outras pessoas que podem sair de casa e conviver em sociedade, tendo nisso uma espécie de distração e consolo, como se ela pudesse viver através delas.

Testemunha ocular de cada passo de seus vizinhos, Anna também vigia suas páginas em redes sociais, sabe onde trabalham, suas rotinas, quem vai embora e quem chega, enfim, nenhum detalhe escapa da sua super lente. É quando os Russell chegam. A família Russell composta pelo pai, a mãe e o filho adolescente rapidamente chama a atenção da Dra. Fox, afinal, era uma família totalmente nova para estudar. Ela teria que aprender a rotina deles, descobrir por que estavam ali, de onde vieram e o que faziam para poder integrá-los em seu pequeno reino particular.

Foi durante as várias horas de vigia que Anna começou a perceber algumas coisas que não se encaixavam e a se questionar outras que não conseguia entender. Por que o jovem Ethan estudava em casa, passava a maior parte do tempo parado diante do computador e parecia tão triste? Será que o Sr. Russell era um desses pais dominadores e abusivos? Por que a Sra. Russell só apareceu uma vez e, agora, ela não conseguia encontrá-la em nenhuma janela da casa?

Ao longo da descrição da rotina de Anna, vamos conhecendo mais sua história, como o acidente de carro que ela teve um tempo atrás e que desencadeou sua fobia, a fazendo viver longe do marido e da filha. Vamos vivendo junto com ela o drama das pessoas do fórum que desabafam suas próprias situações e o drama dos vizinhos que Anna continua vigiando.

Até que a tal Sra. Russell aparece em uma situação em que ajuda Anna em um ataque de pânico na porta de sua casa. As duas passam horas conversando, coisas são ditas ou insinuadas e o quebra-cabeça parece começar a se encaixar. Ou, pelo menos, era o que a Dra. Fox pensava antes de assistir Jane Russell ser esfaqueada bem de frente da janela de sua sala. Ali, na casa ao lado, no meio da madrugada e relativamente bêbada, Anna Fox não podia fazer muito mais do que chamar a polícia. E é aí que tudo começa.

Outra mulher aparece alegando ser Jane Russell e todos acreditam que Anna está delirando devido a sua grande quantidade de remédios misturados ao álcool. A partir daí, vivemos vários e vários capítulos envoltos nessa dúvida: Anna Fox viu mesmo o que disse ter visto ou tudo não passou de um delírio da sua doença aliado ao excesso de vinho? Ela conheceu mesmo Jane Russell naquele dia em sua casa ou fantasiou tudo aquilo por se sentir muito sozinha? Alistair Russell teria mesmo matado a sua mulher e colocado uma impostora no lugar ou eles são só uma britânica família comum sem nenhum segredo escuso?

Mergulhamos na cabeça de Anna, nos perguntamos junto com ela e duvidamos junto com ela. Afinal, seria A mulher na janela um emocionante thriller cheio de conspiração e suspense ou só os relatos de uma pobre mulher que enlouquece sozinha em sua casa depois de uma grande tragédia?

Volto à palavra que usei no primeiro parágrafo dessa resenha: surpreendente. Tenha certeza que sua opinião mudará várias e várias vezes durante essa leitura. Você duvidará de Anna, duvidará de todos os outros e duvidará até de si mesmo. Até que ponto algo é mesmo real e até que ponto não é? Quem conhece realmente os mistérios da mente humana e como podemos confiar 100% em tudo o que vemos? No fim, a frase que estampa a capa de A mulher na janela pode, afinal, ser usada como um norte e nos guiar para a verdade: Não é paranoia se está realmente acontecendo.