No meio de tantas emoções que enfrentamos, especialmente no período de pós-festas, o sentimento do luto pode vir à tona com mais força e ser invalidado por muitas pessoas que não compreendem que é o processo é único para cada um. Com isso, a literatura pode emergir como uma ferramenta valiosa para lidar com os desafios do luto. Nessa jornada íntima e por vezes solitária, separamos três livros que podem ajudar para aqueles que buscam elaborar melhor a dor da perda e os sentimentos do luto.
Ao invés de clichês reconfortantes, esses livros jogam luz sobre a complexidade das emoções enfrentadas durante o processo de luto, nas mais variadas crenças e situações, promovendo uma compreensão mais profunda da natureza humana diante da perda. Mesmo que já estejamos no final de janeiro, mês dedicado à saúde mental, a importância de abordar o tema do luto de maneira franca e inclusiva deve permanecer o ano inteiro. Confira:
Patrícia desencarnou aos dezenove anos. No mundo dos espíritos, recorda que despertou tranquilamente no plano espiritual, sentindo-se entre amigos. Feliz com a acolhida, adaptou-se à nova vida auxiliada por espíritos benfeitores que a receberam na Colônia São Sebastião. Em Violetas na janela, Patrícia explica o que é a desencarnação. Descreve as belezas do plano espiritual, onde não faltam trabalho, estudo e diversão. No início, estava cheia de dúvidas… Do que se alimentaria? O que vestiria? Sentiria as mesmas necessidades? Enfrentaria o calor, o frio? Aos poucos, tudo se esclareceu ao conviver com outros jovens desencarnados. Conheça o outro lado da vida: entenda como devemos proceder diante da morte de um ente querido – o que fazer para superar a separação e confortar aquele que partiu. Patrícia exemplifica a lição, relembrando a inesquecível ajuda que recebeu de familiares espíritas. Leia a resenha do livro aqui.
Um comovente e hilário livro de memórias da estrela Jennette McCurdy sobre suas lutas como ex-atriz infantil – incluindo distúrbios alimentares, vícios e o complicado relacionamento com sua mãe autoritária – e como retomou o controle de sua vida. Jennette McCurdy tinha seis anos quando realizou seu primeiro teste para atriz. O sonho de sua mãe era que sua única filha se tornasse uma estrela, e Jennette faria qualquer coisa para deixá-la feliz. Então obedeceu ao que a mãe chamava de “restrição calórica”, comendo pouco e pesando-se cinco vezes por dia. Também sofreu extensos procedimentos estéticos “caseiros”, como na passagem onde a mãe insistia que Jennette tingisse os cílios: “Seus cílios são invisíveis, sabia? Você acha que a Dakota Fanning não pinta os dela?” Jennette chegou ao cúmulo de ser banhada pela mãe até os dezesseis anos, além de ser forçada a mostrar o conteúdo de seus diários e e-mails e compartilhar toda a sua renda. Em Estou Feliz que Minha Mãe Morreu, Jennette narra tudo isso em detalhes – assim como o que acontece quando o sonho finalmente se torna realidade. Lançada em uma nova série da Nickelodeon chamada iCarly, ela foi impelida à fama. Embora sua mãe estivesse em êxtase, enviando e-mails aos moderadores do fã-clube e tratando os paparazzi pelo primeiro nome (“Oi, Gale!”), Jennette sentia muita ansiedade, vergonha e autoaversão, que se manifestavam na forma de distúrbios alimentares, vícios e uma série de relacionamentos tóxicos. Tais problemas só pioraram quando, logo após assumir a liderança no spin-off de iCarly, Sam & Cat, ao lado de Ariana Grande, sua mãe veio a falecer de câncer. Finalmente, depois de descobrir a terapia e parar de atuar, Jennette embarcou na recuperação e passou a decidir, pela primeira vez na vida, o que realmente queria. Narrada com franqueza e humor ácido, Estou Feliz que Minha Mãe Morreu é uma história inspiradora de resiliência, independência e a alegria de poder lavar o próprio cabelo. Leia a resenha do livro aqui.
É a única certeza da vida. Então, por que evitamos tanto falar sobre ela? A morte é inevitável, sentimos muito. Mas pelo menos, como descobriu Caitlin Doughty, ficar a sete palmos do chão ainda é uma opção. ”Confissões do Crematório” reúne histórias reais do dia a dia de uma casa funerária, inúmeras curiosidades e fatos históricos, mitológicos e filosóficos. Tudo, é claro, com uma boa dose de humor. Enquanto varre as cinzas das máquinas de incineração ou explica com o que um crânio em chamas se parece, Caitlin Doughty desmistifica a morte para si e para seus leitores. O livro de Caitlin – criadora da websérie Ask a Mortician e da – levanta a cortina preta que nos separa dos bastidores dos funerais e nos faz refletir sobre a vida e a morte de maneira honesta, inteligente e despretensiosa – exatamente como deve ser. Como a autora ressalta na nota que abre o livro, “a ignorância não é uma benção, é apenas uma forma profunda de terror”. Caitlin Doughty é agente funerária, escritora e mantém um canal no YouTube onde fala com bom humor sobre a morte e as práticas da indústria funerária. É criadora da websérie Ask a Mortician, fundadora do grupo The Order of the Good Death (que une profissionais, acadêmicos e artistas para falar sobre a mortalidade) e também autora de Confissões do Crematório. Leia a resenha do livro aqui.
Dez anos de paixão pela leitura, cultura e entretenimento; dez anos de resenhas inspiradoras, artigos sobre filmes e séries, histórias autorais cativantes e muito mais. É com grande alegria que Gabu Camacho e a equipe do Beco Literário comemoram uma década desde o lançamento do Beco Literário.
Fundado em 10 de dezembro de 2013, o Beco Literário, apesar do nome, transcende os limites literários e se estende por uma ampla gama de tópicos relacionados à cultura e ao entretenimento. O blog, criado por Gabu Camacho, escritor e jornalista de 26 anos, oferece aos leitores um universo de histórias onde palavras ganham vida de muitas formas e com muitas vertentes.
Gabu Camacho, criador do Beco Literário, expressa sua gratidão pela jornada de uma década: “Comecei o blog como uma forma de compartilhar minhas paixões e perspectivas com o mundo, de encontrar meu lugar no mundo. Ao longo desses dez anos, expandimos nosso escopo para abranger uma variedade de tópicos, sempre mantendo a narrativa como nosso fio condutor.”
Sobre o Beco Literário
O Beco Literário surgiu em 2011, sob o nome de Ink Nightmare, no Tumblr. Naquela época, o blog criado por Gabu Camacho tinha como objetivo principal compartilhar suas leituras, discutir livros e antecipar spoilers de obras ainda não lançadas no Brasil. O blog ganhou destaque com as adaptações cinematográficas de séries populares como Harry Potter, Crepúsculo, Jogos Vorazes e obras de John Green.
Com o passar do tempo, o blog cresceu e, em dezembro de 2013, transformou-se oficialmente no Beco Literário. Mantendo os objetivos iniciais, agora contava com uma equipe dedicada a compartilhar resenhas, resumos e outros conteúdos relacionados ao vasto mundo da literatura.
Ao longo dos anos, o Beco se tornou um espaço cada vez mais plural, refletindo as mudanças de gostos e interesses de seu público-alvo, composto principalmente por jovens adultos entre 18 e 28 anos. A literatura continuava a ser uma paixão central, mas também passou a ser abordada em seu contexto mais amplo. O blog começou a explorar tópicos que iam além das páginas dos livros, incluindo cinema, televisão, viagens, comportamento, celebridades, cultura e muito mais. A missão permaneceu a mesma: comunicar e enriquecer a cultura entre o público jovem.
Em 2020, após os desafios de uma pandemia inesperada, o Beco Literário passou por mais uma transformação. O blog se reinventou mais uma vez, oferecendo o melhor conteúdo da internet para aqueles que sempre buscam mais (assim como nós), mantendo uma abordagem mais pessoal e humanizada, sem perder sua essência literária.
Ao longo dos anos, o Beco Literário tem evoluído e crescido, adaptando-se às mudanças e necessidades de seus leitores. Gabu Camacho e sua equipe continuam comprometidos em proporcionar uma experiência enriquecedora e envolvente para todos aqueles que compartilham a paixão pela leitura, cultura e entretenimento.
Romance de Elle Kennedy, The Deal ou O Acordo. É o primeiro livro da série “Amores Improváveis” , também conhecida como “Off-Campus”
Sinopse Hannah Wells finalmente encontrou alguém que a interessasse. Mas, embora seja autoconfiante em vários outros aspectos da vida, carrega nas costas uma bagagem e tanto quando o assunto é sexo e sedução. Não vai ter jeito: ela vai ter que sair da zona de conforto… Mesmo que isso signifique dar aulas particulares para o infantil, irritante e convencido capitão do time de hóquei, em troca de um encontro de mentirinha. Tudo o que Garrett Graham quer é se formar para poder jogar hóquei profissional. Mas suas notas cada vez mais baixas estão ameaçando arruinar tudo aquilo pelo qual tanto se dedicou. Se ajudar uma garota linda e sarcástica a fazer ciúmes em outro cara puder garantir sua vaga no time, ele topa. Mas o que era apenas uma troca de favores entre dois opostos acaba se tornando uma amizade inesperada. Até que um beijo faz com que Hannah e Garrett precisem repensar os termos de seu acordo.
O acordo é o primeiro livro da série Amores Improváveis, de Elle Kennedy. Trazendo uma literatura New Adult a série conta com quatro livros, cada um conta a vida de um dos quatro amigos jogadores de hóquei que vivem na mesma república.
Então começamos com Garrett Graham, o capitão do time de hóquei da universidade Briar, filho de um famoso também jogador de hóquei. Desde pequeno o pai sempre cobrou o melhor do filho. Já pode sentir a pressão que ele tem né?
Afinal de contas, Phil Graham tem uma
reputação a zelar. Quer dizer, imagina só como ele se sentiria se o
filho não virasse um jogador profissional…
Pelo menos o esporte é algo que ele realmente ama.
Como atleta estrela, ele tem tantas conquistas no gelo quanto na cama, porém, em uma aula de ética começa seu problema, quando é quase reprovado. Se isso realmente acontecer ele não poderá jogar e é ai que entra Hannah Wells, a única que pode ajudá-lo a aprovar essa prova, sendo sua professora particular.
Um é o completo oposto do outro. Enquanto ele é despojado, atleta, capitão do time e tem uma líder de torcida diferente por noite, Hannah é uma estudante de música, tímida, de poucos amigos e que está focada em superar seu passado.
“Acho que você não entendeu, Wellsy. Não quero uma ligação
amorosa com você. Sei que você não tá a fim. Se isso a deixa feliz,
também não tô.”
“Isso me deixa mesmo muito feliz. Tava começando a me
preocupar que eu fosse de fato o seu tipo, e é uma ideia
aterrorizante demais de conceber.”
Então um acordo inesperado surge entre os dois (depois de muitaaaaa insistência de Garrett): ela dá aulas particulares e o ajuda a aumentar sua nota, enquanto ele finge estar saindo com ela para fazê-la chamar a atenção de um cara do campus por quem está interessada.
“Então, temos um acordo?”, arrisco.
Hannah fica em silêncio, mas quando estou prestes a perder
as esperanças, ela suspira e diz: “Tudo bem. Fechado”.
Contra todas as possibilidades, o acordo entre eles começa a funcionar e uma amizade começa a surgir.
Garrett não é o babaca que Hannah esperava, e ela não é tão tímida quanto parecia.
“É isso aí, Hannah e eu somos amigos. Na verdade, ela é a única amiga mulher que já tive. E quero continuar amigo de Hannah.”
O romance deles nasce de uma amizade, dia após dia vamos vendo seu desenvolvimento, começa com as aulas, sem perceberem já estão dividindo noite de pizza e série, é algo gostoso de ler, a confiança vai aparecendo, cumplicidade e um amor puro.
Abro os olhos lentamente e encontro Hannah aconchegada em
mim. Estou deitado de costas, os braços em volta dela, segurando-a
com força junto ao meu corpo. Não admira que meus músculos
estejam tão rígidos. Será que passamos a noite inteira assim?
Lembro de estarmos em lados opostos da cama quando peguei no
sono, tão distantes que até esperava encontrá-la no chão ao acordar.
Mas, agora, estamos emaranhados nos braços um do outro. É
gostoso.
A trama traz reflexões e assuntos pesados de maneira leve, como o passado da Hannah, uma vez que foi estuprada aos 15 anos e desde então se sente desconfortável em festas.
Porém, apesar de tudo que sofreu, ela não é aquele personagem traumatizado com homens igual vemos nas outras estórias, ela tem sim alguns problemas em decorrência do que aconteceu, mas é forte.
Garrett, por sua vez, tem que lidar com seu pai, que ao contrário do que todos pensam, não é aquele pai que vai em todos os jogos para apoiar o filho.
Apesar de ser uma história de amor o livro trata questões importantes sobre estupro e violência doméstica, mas de uma forma muito leve.
Mesmo com todos os problemas e sofrimentos dos passados de ambos, juntos eles vão superando tudo, se envolvendo mais e torcendo pelas vitórias um do outro.
“ Às vezes, as pessoas entram na sua vida e, de repente, você não sabe como foi capaz de viver sem elas antes. E já não consegue entender como vivia a vida, saía com os amigos e dormia com outras pessoas sem ter essa pessoa importante na sua vida”
Confesso que achei que seria mais um daqueles romances clichês que, não vou negar, eu amo!!!! Mas essa série é mais do que isso. É leve, rápida, sem mimimi. Me atrevo a dizer que acaba sendo voltado mais para uma comédia romântica.
É uma estória que você devora, quer saber logo o que vem depois e quando vê já terminou o livro. Eu mesma o li em uma noite!!!!!
Os livros, porque agora digo sobre a série no geral, fogem dos padrões que estamos acostumadas. Não é sobre o Badboy que se apaixona pela mulher mais improvável (para eles) da universidade, a virgem, boazinha e simples.
Tanto os homens quanto as mulheres nestes livros tratam da questão da sexualidade de uma forma muito tranquila e leve.
Eu simplesmente amei, amei, amei, amei, amei.
Recomendo para todo mundo que gosta dessa pegada mais New Adult.
Nesse período de quarentena, nada melhor do que aproveitar um bom livro. Mas em meio a tantos títulos para escolher, fica difícil fazer a leitura de apenas um. Ao longo da quarentena aproveitei para estender minha coleção e fazer a leitura de alguns livros que ainda não tinha tido a oportunidade de ler. Dessa maneira, resolvi resolvi indicar alguns títulos e selecionei alguns livros que vocês não podem deixar de fazer a leitura durante esse tempo de pandemia/quarentena. Essa seleção foi baseada nas leituras que até o momento realizei. Vamos nos aventurar nessas histórias?
1. Sherlock Holmes – Arthur Conan Doyle
Para quem adora aventuras, dramas de investigação e entre outros conteúdos, os livros de Sherlock Holmes são ótimos para passar o tempo e dar uma de detetive e desvendar os mistérios que cercam os livros.
Esse na verdade é um box de livros que irão conter as histórias de Sherlock Holmes e seu parceiro John Watson. O box possui 4 livros que terão por exemplo os contos de Um estudo em vermelho, Os cães de Baskerville entre outros. O autor nos leva para dentro do livro e enquanto vamos lendo, vamos também investigando o mistério até que chegar a desvendá-lo.
Essa coleção é para quem é fã do sobrenatural e de romances. Essa coleção possui até o momento 4 livros, sendo respectivamente, sua ordem, Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer, e em breve será lançado um novo livro da coleção que se chama Sol da meia-noite.
Eu não poderia deixar de mencionar essa coleção, ela é minha favorita entre os livros que possuo e desde do primeiro livro lançado eu me apaixonei. Para não dar muitos spoilers e vocês terem a emoção, como eu tive, a coleção irá retratar a história de Isabella Swan e o vampiro Edward Cullen que se apaixonam perdidamente, mas entrar no mundo sobrenatural não é para qualquer um e os dois “pombinhos” terão que enfrentar muitos obstáculos para conseguir seu “Felizes para sempre”. Além disso, esses livros fizeram tanto sucesso que ganharam o direito a ter o filme contando sua história.
3. Para todos os garotos que já amei – Jenny Han
Faz parte de uma trilogia que possuí os títulos Para todos os garotos que já amei, P.S Ainda amo você e Agora e para sempre Lara Jean. Essa trilogia é perfeita para quem ama romance adolescente, os livros irão contar a história de Lara Jean e Peter Kavinsky que irão começar a namorar de mentira após o recebimento de uma carta escrita por Lara Jean quando criança. Mas isso é apenas o começo, não foi apenas Peter que recebeu aquela carta. O que será que vai acontecer com esses dois e seu namoro? Só lendo para descobrir o final dessa história.
Então, esses foram os três livros/coleções que eu realizei a leitura e quis compartilhar e indicar para vocês. Espero que se emocionem com eles, tanto quanto eu me emocionei e me apaixonei.
Boa leitura a todos e se cuidem nesse período de quarentena!
Duas semanas após sua estreia é inegável que Coringa se tornou um sucesso. Muitas expectativas foram criadas em torno do novo filme, embaladas pelos elogios recebidos em festivais e os trailers que entregavam pequenos vislumbres da atuação primorosa de Joaquin Phoenix. Com a estreia nas bilheterias, Coringa não tardou em ser o filme número um no mundo, eclipsando as outras produções em cartaz e arrecadando mais de 500 milhões em bilheterias. Diante de tanto sucesso, resolvemos trazer para vocês uma Análise com Spoilers.
Afinal, cheio de críticas sociais e carregado numa série de polêmicas, o filme de Todd Philips é ambíguo, fundado em bipolaridades e equilibra uma prosa dramática e grotesca ao mesmo tempo. Se você ainda não viu, mas não se aguenta de curiosidade, ou quer relembrar e entender melhor alguns temas que o longa aborda, essa resenha é perfeita para você!
Durante toda a minha vida, eu nem sabia se eu existia de verdade, mas eu existo e as pessoas estão começando a perceber
A CIDADE E O POVO DE GOTHAM
Gotham é um epicentro de problemas.
Sempre foi assim nas histórias do homem-morcego e aqui as coisas não são diferentes. Retratada no início dos anos 80, a cidade está imersa em pobreza e desigualdade, acentuada por uma enorme crise de desemprego. Abandonada pelo governo, nem mesmo o lixo é recolhido nas ruas, levando Gotham a uma infestação de ratos. Como se não bastasse, as diferenças sociais se condensam em uma enorme onda de tensão, colocando os ricos contra as classes mais empobrecidas num clima de desesperança e desespero.
Dentro desse contexto, Arthur Fleck é um homem que representa essa população desolada da cidade. Vive para sobreviver, tendo acompanhamento psicológico pago pelo governo, um emprego precário, fazendo bicos como palhaço, e uma mãe doente para cuidar. Sua única esperança, ou objetivo a longo prazo, parece ser sua espera por uma chance de se tornar comediante de Stand Up – e mesmo essa mínima fantasia do personagem soa como uma piada irônica e constrangedora.
Sua primeira cena, uma das mais icônicas, mostra o palhaço forçando um sorriso entre os lábios – enquanto uma única lágrima borra sua maquiagem. Na sequência seguinte, ele é roubado enquanto trabalha em frente a uma loja e, ao perseguir os ladrões, é espancado.
O filme tem um aspecto gélido, explorando com calma a situação agonizante de Arthur. As cenas em que volta pra casa são marcas do tom em que a história se passa – há uma frieza que ronda as ruas, uma sensação de vazio e tensão iminente.
Quando chega em casa, Arthur precisa cuidar de uma mãe raquítica e doente. É um ponto interessante na trama, já que é na relação entre os dois que o aspecto humano do personagem se revela mais forte.
Embora pareça senil, Penny Fleck tem uma enorme consciência da situação em que se encontram e das condições em que o filho vive. Sua única esperança, contudo, está depositada em enormes ilusões – cartas que escreve para o milionário e candidato a prefeito, Thomas Wayne, de quem fora funcionária 30 anos antes.
Faça uma cara feliz!
Como uma cereja no topo desse bolo de desgraças, Arthur ainda sofre de uma condição rara, que o faz gargalhar em situações inoportunas, sem ter qualquer controle. Nesses momentos o brilho de Joaquim Phoenix é inegável – seus lábios gargalham, mas seus olhos permanecem em uma profunda agonia, revelando todo o abismo que mora dentro da personagem.
Conforme Arthur escreve suas piadas, temos acesso a sua parte mais profunda e essencial – e não há dúvidas de que encontramos um homem à beira do colapso. Porém, o que mais chama atenção, são seus esforços para se adaptar e manter o controle da situação.
Querendo ou não, ele vai as consultas com a analista, ele toma seus remédios, ele tem um emprego… Arthur não é um monstro, a verdade é muito mais difícil, ele é só um homem comum – imerso até o pescoço em uma série de problemas.
OS ASSASSINATOS DO METRÔ
Uma série de incidentes compõe a base da transformação de Arthur.
Por conta da surra que levou de alguns moleques, enquanto trabalhava para divulgar uma queima de estoque, um de seus companheiros lhe oferece uma arma – para que pudesse se proteger. Arthur aceita, mesmo sabendo que não deveria.
Sem qualquer bom senso, Fleck leva a arma para um hospital cheio de crianças, onde está se apresentando. Acaba por se demitido, quando a arma escorrega por sua roupa e fica à vista de todo mundo. A cena é uma das primeiras que produzem aquela sensação de humor incomodo, como se ríssemos de nervosismo – coisa que o filme faz muito bem.
Voltando para casa, no metrô, Arthur fica no mesmo vagão em que três rapazes – depois ditos funcionários da Wayne Enterprises – importunam uma garota. A mulher saí do vagão, mas Arthur permanece, gargalhando. Fantasiado de palhaço, solitário e preso em seu acesso de risos, é uma presa fácil.
Os três homens o espancam, mas diferente da última vez, Arthur revida. Tudo é rápido. Tiros e tiros, o sangue jorra, um dos homens caí. Mais tiros, e o segundo segue o companheiro. O terceiro consegue fugir, assim que o metrô para. Arthur o persegue e fuzila seu corpo, descarregando todas as balas que tinha em seu revólver.
“A pior parte de ter uma doença mental é que as pessoas esperam que você aja como se não a tivesse
Desesperado, o assassino foge e se tranca em um banheiro público e, então… dança. Dança como se seu corpo fosse guiado por uma música suave e inaudível. A polícia começa a investigar o caso e testemunhas relatam ter visto um homem vestido de palhaço saindo da cena do crime. Thomas Wayne dá uma entrevista, lamentando a morte de seus três funcionários e, sem qualquer tato, chama a população de baixa renda de palhaços e os critica pelo suposto ódio que propagam contra os ricos.
Algumas cenas antes de tudo isso ocorrer, é mostrado que Arthur passa a se relacionar com uma de suas vizinhas, Sophie, que sendo jovem e mãe solteira, parece ser um par improvável para Fleck. Ainda assim, após cometer os crimes, o relacionamento deles parece alavancar. Juntos eles vão a um show de stand up, onde Arthur finalmente se apresenta. Tudo começa mal, mas a impressão é que ele passa a fazer as piadas certas em algum momento.
Nesse passeio, discutem sobre os recentes assassinatos e sobre como as pessoas passaram a usar uma máscara de palhaço como símbolo dos manifestantes contra o governo e a elite da cidade. A garota parece acreditar que o suposto palhaço assassino é um herói para Gotham – e Arthur sorri. E até mais do que isso, ele começa e encontrar uma identidade para si.
AS CARTAS PARA O PASSADO
Apesar do filme dar sinais de que as coisas se alinharam para Arthur, não demora para que sua vida desande mais uma vez.
Sua assistência vinda do governo é cortada, como parte de uma proposta de redução de verba pública, já que a cidade vai de mal a pior. É interessante notar como Gotham parece mais uma cidade-estado nessa mitologia, do que um município comum. Como se não bastasse, ele finalmente vai de encontro com uma verdade avassaladora – ao abrir uma das cartas que sua mãe envia frequentemente para Thomas Wayne, descobre que ele pode ser seu pai.
A mera suposição do Coringa ser irmão do Batman faz os nervos dos fãs entrarem em colapso – para o bem ou para o mal. Mas, mesmo após discutir com sua mãe e ela admitir ter tido um caso com o Wayne, a possibilidade disso ser verdade parece bastante remota.
Contudo, Arthur se anima. Vai até a mansão Wayne e encontra, mesmo separados por um portão, o jovem Bruce. Sua cena fazendo um sorriso falso em seus lábios vai habitar a imaginação dos fãs por um bom tempo. Finalmente, ele é expulso de lá, ouvindo pela primeira vez a afirmação de que sua mãe seria uma lunática.
É impressão minha ou o mundo está ficando mais doido?
Enquanto volta para casa, descobre que a polícia o procurou para falar sobre os assassinatos do metrô. Sua mãe entra em pânico ao ser interrogada por um dos oficiais e acaba passando mal. Arthur fica com ela no hospital e Sophie o acompanha também. É ali que, assistindo ao show de Murray Franklin, um comediante e apresentador por quem tem uma enorme fascinação, vê sua apresentação de Stand Up sendo transmitida. A princípio, sente que seu sonho está se realizando, mas caí em desilusão quando percebe que estão apenas gozando dele.
Se apegando as esperanças que ainda restam para ele, Fleck vai até um evento onde o próprio Thomas Wayne está presente. Ao interceptar o homem no banheiro, Arthur basicamente se declara, exigindo a atenção e o carinho de seu suposto pai. Contudo, recebe apenas um soco de partir o nariz e uma história intragável: sua mãe seria uma ex-funcionária mentalmente instável, que teria inventado a história sobre seu caso com Wayne, após adotar Arthur.
Incrédulo, Arthur vai até o Sanatório Arkham, onde vemos algumas referências a outros vilões do Batman, como o Charada. Ali ele consegue ver os relatórios psiquiátricos sobre sua mãe e os rouba. Finalmente a verdade vêm à tona: Penny o adotou, mas deixava-o totalmente alheio de qualquer cuidado. Mais do que isso, ela teria permitido que seu namorado da época tivesse torturado tanto ela quanto a criança. Arthur teria ficado acorrentado por dias, sem comida ou bebida.
Inconsolado, sem rumo ou propósito, Arthur vai até o apartamento de Sophie. Plot twist: descobrimos que todas os momentos que eles teriam passado juntos, foram criados pela própria mente psicótica de Fleck. A cena é breve, mas agoniante. Quando Arthur saí, sem deixar claro o que realmente teria acontecido, só podemos supor o pior.
ABREM-SE AS CORTINAS: COM VOCÊS, O HOMEM QUE RI!
Já sem qualquer limite exterior imposto, o homem vai até o hospital, onde finalmente confronta sua mãe e assume saber a verdade sobre seu passado. Sem dar tempo para que Penny absorvesse suas palavras, ele a sufoca com seu próprio travesseiro.
É então que ele finalmente recebe uma chamada para participar do programa de Murray. Após aceitar, ele começa a ensaiar para o programa e descobrimos que seu plano é cometer suicídio ao vivo – num último e grande ato.
Quando pinta o cabelo de verde, Arthur já não é mais Arthur. A máscara finalmente caí e o interior se liberta. Vemos o eclodir de uma nova persona – Coringa. Enquanto se produz vemos a construção de seu verdadeiro rosto – decidido, frio e violento.
Dois de seus antigos colegas vão ao seu apartamento, prestar condolências pela morte de sua mãe, e então temos a cena mais gráfica do filme. Coringa mata brutalmente o colega que lhe deu a arma, num ímpeto de fúria e frieza. O outro, um anão que já era alvo de sátiras durante o filme, fica encurralado, totalmente sem reação.
“Só espero que minha morte valha mais centavos do que minha vida”
Coringa permite que ele parta, pois admite que o homem nunca o tratara mal. O anão não consegue abrir a porta por causa do seu tamanho, fazendo com que Coringa o assuste antes de deixa-lo sair, dando-lhe um beijo em sua testa. Mas a cena em si causa uma reação confusa nos espectadores – nesse momento, o cômico e o grotesco se misturam como nunca. Alguns riem, enquanto outros se encaram, atônitos.
Totalmente trajado, já assumindo sua nova identidade, Coringa dança por uma escadaria de seu bairro. É encontrado pelos policiais que o procuravam e decide fugir deles. Para esse dia, uma manifestação está marcada para o centro da cidade. Coringa entra no metrô, onde um enorme grupo de manifestantes está usando máscaras de palhaço. Ele consegue se camuflar no meio da multidão e uma confusão começa com a entrada dos policias que, pressionados, acabam por atirar em um homem. Coringa saí na estação, eufórico, enquanto um dos policiais é linchado.
Nos camarins do show de Murray, um dos produtores não quer permitir sua presença, já que seu visual pode ser associado aos movimentos políticos. O próprio apresentador questiona seu convidado, que garante não ter qualquer vínculo com os manifestantes. Após entrarem em um acordo, ele pede para que Murray o apresente como Coringa.
Aqui vale uma nota, já que talvez nada seja mais impactante em todo o longa do que a cena de Coringa coreografando sua dança macabra atrás das coxias. Ele está, enfim, pronto para o que tem de fazer.
A conversa com Murray, contudo, não poderia ser pior. É até difícil perceber o momento em que começa a desandar – simplesmente, parece destinado ao fracasso desde o princípio. Em determinado momento, Coringa admite a responsabilidade pelos assassinados do metrô. “Estou cansado de fingir que não foi engraçado”, é o que ele diz. A sensação do espectador é que cada frase a mais nessa conversa é um erro.
Tensão, tensão e um novo plot twist – Coringa dispara contra Murray. Correria, gritos, desespero… p agente do caos se revela. Ele encara uma das câmeras, antes que a transmissão seja interrompida: “And remeber ‘That’s’… ”, tenta dizer, quando as imagens são cortadas.
ENFIM, OS APLAUSOS!
Coringa é preso, levado em um carro de polícia enquanto contempla a cidade ser consumida pela fúria dos manifestantes, que encaram seu ato de assassinato como um gesto de rebeldia e afronta contra as instituições que eles combatem.
De repente, um caminhão acerta o carro de polícia, e Coringa é liberto pelos manifestantes. Nesse mesmo momento, ao saírem de um cinema que exibia a Máscara de Zorro, fugindo para um beco ao tentarem sair do epicentro do tumulto, os Thomas e Marta Wayne encontram seu fim trágico e reimaginado, diante do pequeno Bruce.
Coringa, por outro lado, se vê rodeado por homens e mulheres mascarados que bradam o seu nome. Usando seu próprio sangue, ele desenha um sorriso distorcido em sua face. É seu momento de glória. O caos domina a cidade, Thomas Wayne está morto, Penny Fleck, Murray Franklin e o próprio Arthur também, mas o palhaço vive.
É uma noite sombria para Gotham City.
A tela, enfim, escurece e ouvimos o som de sua risada rouca e involuntária. Há mais um trecho para a conclusão do filme, uma conversa entre Coringa e sua psiquiatria, provavelmente preso no Asilum Arkham.
– Qual é a graça? – A mulher pergunta para ele.
– Eu pensei numa piada – Coringa responde antes de cair na gargalhada.
– Quer me contar?
– Você não vai entender – Ele responde e traga seu cigarro.
A música “That’s Life” de Frank Sinatra inicia. Coringa a canta em conjunto com o fundo. Então, ele aparece correndo pelos corredores, sendo perseguido por funcionários numa cena que remete aos filmes pastelões.
Seus passos deixam marcas de sangue pelo corredor.
Disseram que eu não sou engraçado o suficiente, dá pra acreditar?
Qual a conclusão que podemos chegar?
Nenhum filme de super-herói, talvez em todos os anos de existência do cinema, tem metade da profundidade que Coringa. A proposta do longa, somados a sua execução por parte de uma direção impecável e uma atuação de tirar o fôlego de Phoenix, criaram uma obra digna de tanta repercussão.
Há muitas polêmicas envoltas ao filme, certamente. Contudo, parece bastante claro que Arthur Fleck não se tornou Coringa porque teve um dia ruim, nem mesmo porque tinha uma condição psiquiátrica, ou porque era socialmente isolado. Mas sua transformação foi uma fusão de todos esses fatores, ainda mais intensificados pela situação política e precariedade social de Gotham.
Arthur era um homem que queria ter uma vida normal. Mas foi sendo tragado por circunstâncias que o levaram a um ponto de ruptura. Nesse estágio, sem ter qualquer suporte, optou pela via mais agressiva – escolheu parar de tentar conter seu lado mais sombrio e usou-o como ferramenta para se libertar.
Coringa é um vilão. Mas é muito mais complexo do que um vilão que nasce assim, como os da Disney, ou daqueles que se tornam antagonistas por terem algum objetivo controverso e impopular, como Thanos. Arthur Fleck foi sendo minado pela doença, pela sociedade e por pessoas a sua volta, e esse homem sucumbiu ao Coringa, que assumindo no controle da situação, optou por virar o mundo de cabeça para baixo.
Sim, essa perspectiva é assustadora. Não porque o filme é puramente polêmico, mas porque ele reflete a nossa realidade. Dessa forma, não é o filme que deve ser combatido, mas sim os nossos próprios valores sociais – que acabam por permitir que um filme de ficção seja tão próximo da realidade.
Tarde Demais, é o sexto livro da autora Colleen Hoover que eu tive a oportunidade de ler. Cada livro conta uma história que mostra perspectivas diferentes sobre alguns temas, em Tarde Demais isso não foi diferente.
Desta vez, Colleen nos apresenta a estudante Sloan, que durante a sua aula de espanhol não consegue manter seus olhos abertos. Cochilando na aula, a jovem não percebe que Carter senta-se justamente ao seu lado.
Carter gostaria de entender o motivo pelo qual a garota parece estar tão exausta logo pela manhã. Eles conversam e logo fazem uma brincadeira em que escrevem frases sem sentido, apenas com palavras que vem à mente. Enquanto ele não tira a garota da cabeça, ela não imagina que a partir daquela manhã nunca seria tarde demais para perder o medo e recomeçar.
Sloan é a namorada de Asa Jackson, o maior traficante de drogas nos campus universitários. A casa onde eles vivem está sempre repleta de pessoas, festas na piscina todas as noites, bebidas e sempre sobra muita bagunça para Sloan.
A vida da jovem é um inferno diário e embora a casa esteja sempre uma bagunça, para ela é uma distração arrumá-la. De alguma maneira limpando tudo, Sloan se transporta telepaticamente para outra dimensão.
Ele abriu as mãos e largou as preocupações dela, incapaz de pegá-las para si. Mas ela as pegou de volta e espanou a poeira. Quer segurá-las sozinha agora.”
Só que ela não esperava ser apresentada a Carter por Asa, o mesmo rapaz que a viu babando de sono na faculdade. E quando achou que Carter fosse uma pessoa diferente, na verdade estava metido com todo o trabalho sujo feito por seu namorado. O que Sloan não sabe é que Carter ou melhor Luke têm muitos motivos para querer se aproximar de Asa e conquistar sua confiança.
Para Sloan, Asa, é um cara que embora tenha inúmeros defeitos, a ama. Quando na verdade o motivo para que ela não o deixe é muito maior. Por isso, Sloan sempre encontra justificativas para o comportamento de Asa, até mesmo na forma como ele a trata, se submetendo a humilhações, situações, pessoas ou lugares que não gostaria de estar.
Ele é arrogante, tem temperamento forte, é difícil lidar às vezes. Mas me ama. Ele me ama para cacete. E eu estaria mentindo se dissesse que não o amo também. Se pudesse, eu mudaria muitas coisas em Asa, mas ele é tudo que tenho no momento, então aguento. Ele me trouxe para casa quando eu não tinha mais para onde ir. Ninguém mais com quem contar. Só por esse motivo eu o aturo. Não tenho escolha.”
O relacionamento entre Asa e Sloan vai ficando cada vez pior. Asa é extremamente possessivo e não aceita que nenhum cara olhe para Sloan, embora já tenha percebido que existe algo entre sua namorada e Carter. A medida que os dias passam, a vida de Sloan está em perigo, mas Carter precisa ser paciente para não colocar tudo a perder.
Colleen Hoover trás mais uma história sobre relacionamento abusivo e violência doméstica em que quanto mais você espera que as coisas melhorem, mais você se afundará na situação e cada vez mais será difícil sair dela, principalmente quando há alguém obsessivo e paranóico como Asa.
Tarde Demais é mais uma história em que a culpa nunca será da vítima e que nenhum comportamento do agressor deve ser justificado. Com Asa, Sloan esteve diante da morte diversas vezes e a cada dia é como se precisasse salvar a própria vida, sobreviver a mais um dia. Com Luke espera ser salva e reconhece que nunca é tarde demais para recomeçar.
É Assim Que Acaba é o quinto livro da autora, Colleen Hoover, que li. A primeira vez que vi o livro na livraria, me apaixonei pela capa, mas não o comprei de primeira.
Só depois, o levei para casa e não esperava que de todas as histórias que li da autora, essa foi a que mais me tocou, a que mais me fez chorar e refletir sobre inúmeras questões… E sabe por que?
Inicialmente eu pensei que a história de Lily e Ryle fosse como a de Tate e Miles em O Lado Feio do Amor, onde a garota não aceita sexo casual e o rapaz esconde um passado, e no final os dois se apaixonam e tentam fazer com que o relacionamento dê certo. Não!
Quando começamos a ler a história dos dois em É Assim que Acaba, pensamos o quanto Lily e Ryle, apesar das diferenças, fazem um belo casal e têm uma relação que qualquer pessoa gostaria de ter.
Lily com seu sonho em abrir seu próprio negócio, uma floricultura. Enquanto Ryle deseja se tornar o melhor neurocirurgião em Boston. Lily leva consigo inúmeras lembranças da infância e adolescência enquanto Ryle carrega repulsa por relacionamentos.
A escrita da Colleen é tão fluída, tão natural que em pouco tempo, várias páginas são lidas, e a busca pelo o desfecho é enorme.
O livro é divido em duas partes.
Lily relembra momentos com seu amigo Atlas, que conheceu enquanto ainda estava no colegial e foi seu primeiro amor. Através do seu diário, ela lembra o quanto a amizade deles se fortaleceu, além da grande ajuda que um proporcionou ao outro.
E mesmo depois da mudança para Boston, algumas coisas não foram bem resolvidas entre Lily e Atlas, mas tudo bem, o tempo passou, as coisas mudaram. Lily conheceu novas pessoas, novos lugares e conheceu Ryle que a faz muito feliz.
O que Lily não esperava era reencontrar Atlas em Boston e se perguntar como teria sido se as coisas tivessem sido diferentes. Mas além disso, o que Lily não conseguia acreditar é que estava passando pelo o mesmo que sua mãe com o seu pai.
Ryle sempre foi o cara perfeito à sua maneira, com defeitos, mas com qualidades que sobressaiam qualquer coisa. Na segunda parte do livro, ele começa a ter comportamentos e ações que fazem com Lily perceba a semelhança entre ela e sua mãe.
É Assim Que Acaba é muito mais do que aversão a sexo casual ou relacionamento. O que mais me impressionou é que eu estava diante de um livro que fala sobre relacionamento abusivo e sobre a violência doméstica presente na vida de tantas mulheres.
Onde a vítima tenta sempre justificar o comportamento e ações do agressor, se culpando por fazer ou não fazer certas coisas, consideradas naturais, sempre com medo do que o parceiro vai pensar ou reagir.
É o dilema de tentar mais uma vez, perdoar ou não, se esforçar mais para fazer o relacionamento dar certo, ou simplesmente deixar tudo para trás, mas ao mesmo tempo ter esperanças de que as coisas irão mudar, que sejam diferentes. Mas e quando tudo passa a envolver uma criança, ou um velho amor?
Espero que essa história faça entender que a culpa nunca será da vítima e que nada, nada mesmo, justifica as ações do agressor.
É sobre fins e recomeços…
Não existem pessoas ruins. Todos somos humanos e, às vezes, fazemos coisas ruins.’
O Beco Literário, além de portal de entretenimento e cultura, agora também investe no incentivo a leitura de livros físicos
De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Instituto Pró-Livro (IPL), o brasileiro não tem um hábito consolidado de leitura, pelo menos em sua maioria. 56% da população tem o hábito de ler e, quando comparado a países vizinhos como Venezuela, Argentina e México, a terra de Monteiro Lobato perde feio. Mas o cenário está prestes a mudar, para alegria daqueles que esperam por um futuro melhor, e o Beco Literário é a prova viva.
A plataforma surgiu no final de 2012, como um blog pessoal do dono, Gabu Camacho, para compartilhar o amor pelos livros e as notícias acerca do universo do entretenimento cultural. Hoje, com mais de dois milhões de acessos e uma média de dez mil pessoas por dia, o blog cresceu e conta com uma equipe de quase 20 pessoas só para a área de conteúdo. “Quando me perguntam o que é o Beco, digo que é um portal híbrido. Tem notícias, mas também tem artigos utilitários nossos, temos de tudo, e é para todo mundo”, comenta Gabu, hoje, CEO do Beco. “Não é um site de cultura pop. Existem várias culturas e nós queremos falar com todas”, completa.
Mas a paixão pela leitura não parou entre a equipe do Beco Literário. Em agosto de 2017, foi lançado o “Becolab”, uma sessão de produção de conteúdo colaborativo do Beco, em que qualquer pessoa pode se inscrever e, após aprovada, escreve artigos para serem postados no site. Cada artigo, rende uma quantidade de pontos, que muda também, de acordo com a repercussão que ele teve. Por sua vez, cada quantidade de pontos vale um livro físico: a pessoa pode escolher e receber em casa, sem custo algum, e ainda ter a oportunidade de ser lida por todos os “Becudos” (como chamam os usuários do site), além de criar portfólio concreto. “Nós sabemos como é um momento delicado no jornalismo, e muitos estudantes possuem dificuldade em criar portfólio. Nós queremos ajuda-los, e ainda fomentar a leitura. É um pacote completo”, acrescenta Camacho. E de fato ajuda: a plataforma mantém dados de várias pessoas que já conseguiram empregos melhores e aumentos, só por terem uma participação no Beco Literário no currículo.
Direta ou indiretamente, o cenário na literatura já vem mudando, comparado à pesquisa do IPL. Comparado a 2011, os hábitos de leitura dos brasileiros vem crescendo em torno de 6% ao ano, e não só para os best-sellers, mas também, para os autores nacionais. Segundo dados do Beco Literário, 40% das pesquisas nas resenhas produzidas pela plataforma, são de livros nacionais. “Acho que finalmente as pessoas entenderam que a leitura é o caminho principal para buscar um mundo melhor e não cometer os mesmos erros do passado”, finaliza Gabu.
Nesta segunda-feira, 3, a Netflix anunciou que os assinantes poderão realizar o download por Streaming de vídeo em computadores. Para tal é necessário realizar o download do aplicativo na loja do dispositivo, ou atualizar o mesmo, caso já o tenha baixado em versões anteriores. O novo recurso já encontra-se disponível inclusive no Brasil e permite o acesso a uma infinidade de seriados e filmes, que podem ser encontrados no menu “Disponíveis para download”. Porém, esse recurso limita-se apenas para dispositivos que possuam o Windows 10.
Como achar o download do Netflix (Crédito: Reprodução)
O serviço de Streaming de vídeo permite aos assinantes do serviço de transmissão assistir séries de TV, documentários e filmes sem estar conectados à internet no momento. Esse recurso já havia sido disponibilizado para dispositivos móveis, smartphones e tablets, em novembro do ano anterior. Contudo, outras empresas, que oferecem serviços semelhantes aos da Netflix, já disponibilizavam o mesmo recurso para computadores de mesa.
Há um tempo, depois de algumas mudanças na vida, redescobri em mim a necessidade de escrever. Como a faculdade tinha terminado e todas as possibilidades estavam em aberto, resolvi tentar me dedicar um pouco a isso, à escrita. Comecei a procurar coisas que pudessem ajudar, não só com dicas, mas também com encorajamento, e agora divido algumas delas com vocês, leitores do Beco. Talvez essas referências ajudem a dar os primeiros passos na escrita; de qualquer forma, tenho certeza de que não vão atrapalhar.
A primeira dica é o AntiCast, um site que abriga vários podcasts interessantes. O primeiro que ouvi foi o “3 páginas”, onde os participantes lêem e comentam textos enviados pelos ouvintes. Além dele, você pode encontrar no site podcasts sobre filosofia, design, análise de filmes, entrevistas, discussões quanto aos acontecimentos no mundo da política e da arte, entre outros. Conhecer a técnica é importante, mas é preciso conhecer também os conteúdos, e lá você consegue um pouco dos dois.
Esse livro é curto e muito interessante. A primeira parte é uma autobiografia, uma leitura bem tranquila que mostra a trajetória que levou King a se tornar um escritor. Ver um cara com uma carreira tão consolidada passando por dificuldades similares às de muitos de nós, é aquele tapinha nas costas que todos precisamos na hora do desespero. É como se ele dissesse “cara, não existe milagre. Se você precisa escrever, escreva! E chega de drama!”. A segunda parte dá algumas dicas quanto ao processo de escrita que vão desde a gramática até a fase de venda do seu trabalho. Apesar de o livro fazer mais sentido na realidade estadunidense dos anos 2000, ainda tem MUITO a oferecer.
Ah, que descoberta maravilhosa foi o Medium! Ele é uma plataforma na qual você pode criar um perfil que funciona como um blog, onde publica seus textos, fotos, HQ’s, entre outros; pode também “seguir” pessoas ou publicações, que são como revistas eletrônicas – lá tem várias ótimas em português. Mas o mais interessante do Medium, para mim, é a rede que ele proporciona. Tem muita coisa, de todo o tipo: crônicas, jornalismo, poesia, ficção… Dá para trocar informação com muita gente que está ou esteve em situação parecida em relação à escrita, além de ter acesso a mais fontes de informação, para além da mídia tradicional. Façam um perfil e dêem uma olhada, acho que vão gostar!
Uma das dicas que você verá em Sobre a Escrita é a importância de ler tudo que você puder, dos clássicos às novidades. Até mesmo um livro ruim, como coloca King, pode te ensinar muito do que não fazer, afinal, quando a gente lê bastante fica mais fácil identificar um diálogo meio forçado, uma descrição exagerada ou um personagem fraco demais e, assim, não cometer tais erros. O mesmo vale para não-ficção: ainda que seu desejo seja escrever na área do jornalismo, o ritmo de escrita e as formas de abordar um tema são essenciais. Por isso indico o BecoClub. É fácil encontrar dicas quanto aos livros clássicos, e é INDISPENSÁVEL lê-los. Mas quando se trata das novidades, que são muitas, fica mais difícil escolher, e é comum que, sem saber o que ler, acabemos por não ler nada. O BecoClub te envia mensalmente um livro, marcadores, revista e brindes, dando um empurrãozinho para que você não passe nem um mês sem ler um novo livro. Mas se a grana está curta, uma forma de conhecer esses livros é ler as resenhas que postamos aqui; assim você pode ter uma noção de seus conteúdos e escolher o que mais chamar a atenção.
Como bônus, dou um último conselho, que é algo que tenho dito constantemente a mim mesma: desligue a tv! Não digo isso em relação a filmes, documentários ou boas séries. Mas sabe aquele costume de ligar a tv aleatoriamente, só para esperar o tempo passar? Esse costume consome um tempo em que poderíamos estar lendo, vendo um filme interessante, ESCREVENDO ou mesmo “curtindo” um momento de solidão, desses que podem nos fazer repensar a vida ou, pelo menos, descansar o cérebro.
É isso. Boa caminhada para nós. Se quiser trocar uma ideia, comenta aqui e procura a gente nas redes sociais!