Imagine viver em um mundo onde a medicina e a ciência evoluíram de tal modo que conseguimos vencer as doenças e todos se tornam imortais. Isso mesmo, imortais. Graças aos avanços tecnológicos a morte também foi vencida, de modo que se alguém comete suicídio a pessoa é rapidamente ressuscitada e retorna a vida. Para completar, existem técnicas rejuvelhecedoras capazes de fazer pessoas centanárias parecerem ter apenas 20. Sim, este é o mundo que você irá encontrar em O Ceifador, primeiro livro da trilogia Scythe, do autor Neal Shusterman.
“Nós afastamos da natureza no momento que vencemos a morte”
É claro que viver em um mundo que ninguém morre tem seus problemas. Afinal, nossos recursos são limitados e não há planeta que comporte uma população que só cresce, certo? Para conter o aumento populacional, é criado uma profissão que está acima de tudo e todos: Os ceifadores. Pessoas que em tese são treinadas para selecionar algumas pessoas para morrer, e transformar sua morte em algo honroso e gentil. Mas como em qualquer instituição, existe o bem e o mal e na “ceifa” existe jogo de poder, ego e ganância como em qualquer outro.
Os ceifadores são escolhidos por profissionais que já estão nessa profissão há várias décadas, e são treinados por eles até realizarem testes finais em reuniões regionais de ceifadores, chamados de Conclave. O honroso e lendário Faraday escolhe um casal de aprendizes para isso, Citra e Rowan, mas as disputas de poder internas da ceifa os coloca em uma posição difícil: aquele que for aprovado nos testes finais terá de coletar o outro. Isso já seria complicado mas a tarefa se torna mais árdua quando ambos se encontram apaixonados um pelo o outro.
Citra é uma jovem querida pela família, estudiosa e dedicada. Rowan é membro de uma família de 19 membros e não se sente muito querido por eles. Apesar da diferença, ambos tem muito a perder: sua vida. Ser aprendiz de ceifador não é opcional. Caso seja escolhido não existe escapatória.
O mundo sob jurisdição de um computador, tendo governos e distribuição de riquezas a cargo de uma “nuvem”, um ser onipresente e justo como se deve ser. A possibilidade de ficar vivo toda a eternidade. A vitória sobre doenças e a própria morte. E acima disso tudo, um instigante romance. O Ceifador questiona aquilo que queremos ser, sobre as conquistas dos antepassados que vemos com desdém e sobre como a ganância pode acabar com o mundo. Tem um ritmo leve e te faz querer devorar capítulo após capítulo até chegar ao fim da história o mais rápido possível. É sem dúvidas uma saga jovem que há bastante tempo não víamos e já estamos na expectativa do segundo livro da trilogia, que chegará às livraria no próximo ano.
Vale dizer que a Universal Studios adquiriu os direitos do livro para adaptação no cinema. O roteiro será escrito por Josh Campbell e Matt Stuecken, responsáveis pelo filme Rua Cloverfield, 10.
Se procura uma saga de aventura, romance e um mundo utópico, se junte ao clube. O Ceifador é uma excelente história que merece ser passada para frente.
Teste. Teste. Teste. Teste. Teste. Teste. Teste. Teste. Teste. Teste.
O Ceifador
Autor: Neal Shusterman
Editora: Seguinte – Companhia das Letras
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