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O Ceifador

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RESENHA: A Nuvem, Neal Shusterman

Quando falamos do primeiro volume da série Scythe no ano passado, O Ceifador, não imaginamos que o segundo volume dessa história, A Nuvem, poderia ir mais além e nos deixar ainda mais boquiabertos. Pois Neal Shusterman conseguiu. Ele nos entregou uma sequencia recheada de plow-twists e viradas impressionantes. Se no primeiro título da série perdemos um pouco da sensação de aventura por estar conhecendo o universal, em A Nuvem somos imediatamente surpreendidos pelo decorrer da história.

Como sabemos, o mundo está sendo governado pela Nimbu-Cúmulo, que eu particularmente chamo de Siri, que gerencia tudo aquilo que é vital para a vida humana com perfeição, exceto a morte. Quem fica responsável por isso é a Ceifa, e este núcleo de pessoas honoráveis está extremamente corrompido e isso fica mais claro agora. Se anteriormente fomos apresentados aos modos como as coisas perfeitas aconteciam, dessa vez tivemos uma visão interna, demonstrando o quanto o ser humano e o seu modo político pode afundar até aquilo que nasceu para ser bem-sucedido. É simples: estragamos aquilo que tocamos. Seja por ego, por desejo de ser maior ou por querer que os outros caiam. Carregamos um rastro de destruição conosco apenas por existir.

Entre as passagens de capítulos somos inundados por pensamentos da Nimbu, que muito embora seja uma máquina, possuí sentimentos, se questiona, se emociona e pensa como se fosse uma de nós. E o melhor é que são nestes momentos que a história é facilmente manipulada, pois são justamente nestes momentos que vemos as situações com mais clarezas e muitas vezes, mudamos de opinião ou expectativa sobre o que vem a seguir.

Citra Terranova, a honorável Ceifadora Annastacia cresceu. Cresceu e se adaptou muito bem em sua função. Se tornou respeitada e influente, ao contrário de Rowan, que já começa a história com uma mudança brusca de personalidade. É claro que o grande casal de protagonistas segue sendo o destaque central da história, mas o que mais realmente chama a atenção em A Nuvem é o crescimento dos personagens secundários e o quanto eles se tornaram essenciais: eles interagem de uma forma diferente com Nimbu, quase como uma relação familiar, que demonstra a força e a vontade da consciência robótica de assumir o controle sobre a morte, que está em jurisdição da Ceifa.

O livro nos entrega diversos pontos de vista da mesma história, excelente plow-twists, narrativa veloz e até seu final foi capaz de gerar ansiedade pelo próximo volume da saga. Neal Shusterman é dono de uma escrita excelente, sabe detalhar sem se perder e ir direto ao assunto sem deixar pontas soltas. Tanto O Ceifador quanto A Nuvem são uma obra prima, deliciosa e viciante. Para nós, a grande surpresa do ano.

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Resenha: O Ceifador, Neal Shusterman

Imagine viver em um mundo onde a medicina e a ciência evoluíram de tal modo que conseguimos vencer as doenças e todos se tornam imortais. Isso mesmo, imortais. Graças aos avanços tecnológicos a morte também foi vencida, de modo que se alguém comete suicídio a pessoa é rapidamente ressuscitada e retorna a vida. Para completar, existem técnicas rejuvelhecedoras capazes de fazer pessoas centanárias parecerem ter apenas 20. Sim, este é o mundo que você irá encontrar em O Ceifador, primeiro livro da trilogia Scythe, do autor Neal Shusterman.

“Nós afastamos da natureza no momento que vencemos a morte”

É claro que viver em um mundo que ninguém morre tem seus problemas. Afinal, nossos recursos são limitados e não há planeta que comporte uma população que só cresce, certo? Para conter o aumento populacional, é criado uma profissão que está acima de tudo e todos: Os ceifadores. Pessoas que em tese são treinadas para selecionar algumas pessoas para morrer, e transformar sua morte em algo honroso e gentil. Mas como em qualquer instituição, existe o bem e o mal e na “ceifa” existe jogo de poder, ego e ganância como em qualquer outro.

Os ceifadores são escolhidos por profissionais que já estão nessa profissão há várias décadas, e são treinados por eles até realizarem testes finais em reuniões regionais de ceifadores, chamados de Conclave. O honroso e lendário Faraday escolhe um casal de aprendizes para isso, Citra e Rowan, mas as disputas de poder internas da ceifa os coloca em uma posição difícil: aquele que for aprovado nos testes finais terá de coletar o outro. Isso já seria complicado mas a tarefa se torna mais árdua quando ambos se encontram apaixonados um pelo o outro.

Citra é uma jovem querida pela família, estudiosa e dedicada. Rowan é membro de uma família de 19 membros e não se sente muito querido por eles. Apesar da diferença, ambos tem muito a perder: sua vida. Ser aprendiz de ceifador não é opcional. Caso seja escolhido não existe escapatória.

O mundo sob jurisdição de um computador, tendo governos e distribuição de riquezas a cargo de uma “nuvem”, um ser onipresente e justo como se deve ser. A possibilidade de ficar vivo toda a eternidade. A vitória sobre doenças e a própria morte. E acima disso tudo, um instigante romance. O Ceifador questiona aquilo que queremos ser, sobre as conquistas dos antepassados que vemos com desdém e sobre como a ganância pode acabar com o mundo. Tem um ritmo leve e te faz querer devorar capítulo após capítulo até chegar ao fim da história o mais rápido possível. É sem dúvidas uma saga jovem que há bastante tempo não víamos e já estamos na expectativa do segundo livro da trilogia, que chegará às livraria no próximo ano.

Vale dizer que a Universal Studios adquiriu os direitos do livro para adaptação no cinema. O  roteiro será escrito por Josh Campbell e Matt Stuecken, responsáveis pelo filme Rua Cloverfield, 10.

Se procura uma saga de aventura, romance e um mundo utópico, se junte ao clube. O Ceifador é uma excelente história que merece ser passada para frente.

Teste. Teste. Teste. Teste. Teste. Teste. Teste. Teste. Teste. Teste.

O Ceifador

Autor: Neal Shusterman

Editora: Seguinte – Companhia das Letras

Preço: R$13,95 (kindle) ou R$31,90 (livro físico).