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Sessão da Tarde: Programe-se para assistir os filmes da semana!

O start de uma nova semana foi dado e você já sabe o que vai passar na TV? A Sessão da Tarde desta semana traz opções super divertidas com filmes de comédia, aventura e romance. Para iniciar, teremos a clássica comédia “Esposa de Mentirinha” de Adam Sandler e Jennifer Aniston que conquistou o mundo com uma história super divertida e cheia de bordões. Os filmes dos outros dias seguem a mesma linha, com bastante entretenimento e risadas.

Confira as sinopses da semana:

13/11 – Esposa de Mentirinha (2011)
Danny Maccabee (Adam Sandler) queria um relacionamento sério, mas foi infeliz em sua tentativa de casamento. Para driblar a carência, passa a vivenciar somente namoricos e transas sem o menor compromisso. Assim, ele toca sua vida como cirurgião plástico bem sucedido, tendo sua melhor amiga Katherine (Jennifer Aniston), mãe solteira de um casal de pirralhos, como fiel escudeira. Mas um dia ele conhece a jovem Palmer (Brooklyn Decker) e a paixão toma conta de ambos. Disposto a se casar com ela, Danny pisa na bola quando, para conquistá-la, inventa que é marido da amiga, pai das crianças e que vai se separar. Começa então uma verdadeira aventura amorosa recheada de confusões de todos os tipos.

14/11 – Mamãe Precisa Casar (2014)
A adolescente Headly (Matreya Fedor) e sua mãe, Rene (Lea Thompson), são inseparáveis desde a morte do pai da garota. Ao encontrar seu primeiro amor, Headly percebe que já é hora de sua mãe voltar à namorar e decide ajudá-la a encontrar um novo par perfeito.

15/11 – MIB – Homens de Preto 3 (2012)
O terrível Boris, o Animal (Jemaine Clement) foi capturado no passado pelo agente K (Tommy Lee Jones) e na época perdeu o seu braço. Vivendo na prisão lunar de segurança máxima, o alienígena consegue bolar um plano de fuga para dar andamento ao seu objetivo de recuperar o membro de seu corpo e ainda acabar com K de uma vez por todas. Para isso, ele pretende viajar no tempo e mudar o rumo da história. Para evitar que ele triunfe em seu plano maligno, o agente J (Will Smith) também volta ao passado e lá encontrará os jovens agentes K (Josh Brolin) e O (Alice Eve), descobrindo segredos que mudarão sua vida e a amizade de ambos.

16/11 – Sem Reservas (2007)
Kate Armstrong (Catherine Zeta-Jones) é a chef de um sofisticado restaurante de Manhattan. Ela leva seu trabalho com muita seriedade, o que faz com que as pessoas ao seu redor se intimidem com seu jeito. Sua natureza perfeccionista é colocada à prova quando é contratado Nick (Aaron Eckhart), um animado subchef que tenta alegrar a todos na cozinha e gosta de ouvir ópera enquanto trabalha. Ao mesmo tempo Kate precisa lidar com a súbita chegada de Zoe (Abigail Breslin), sua sobrinha de 9 anos, que se sente deslocada na rotina da tia.

17/11 – O Amor É Cego (2001)
Hal (Jack Black) é um homem que segue à risca o conselho de seu pai e apenas se interessa por mulheres que tenham um físico perfeito. Mas tudo muda quando ele por acaso se encontra com Anthony Robbins, um guru de auto-ajuda que o hipnotiza e faz com que ele apenas possa visualizar a beleza interior das mulheres, em detrimento de seu físico. Sem saber que está sob o efeito de hipnose, Hal então se apaixona por Rosemary (Gwyneth Paltrow), uma mulher obesa que é vista por ele como se fosse uma verdadeira deusa. Até que, após ser retirado da hipnose por seu amigo Mauricio (Jason Alexander), ele passa a ver como Rosemary é de verdade fisicamente e precisa tomar uma decisão sobre seu relacionamento com ela.

Não se esqueça, a Sessão da Tarde é exibida de segunda a sexta-feira às 15h05.

Autorais

Autorias: Infindável Outono, Yago Luiz


  Dê play e sinta-se acolhido, afinal estamos todos presos no limbo do Infindável Outono

Cá estou. Escrevendo na tentativa de me libertar dessa constante monotonia que define a minha pseudo-vida. Horas, dias, semanas, meses e anos se passam, mas parecem ser sempre os mesmos. O roteiro da vida parece estar pré-definido, sem lacunas a serem preenchidas. A cada gole de café, uma morte. A cada palavra lida em um clássico livro, um sonho destruído. Expectativas frustradas. Amores emergem e afundam subitamente. Tudo isso justificado pelo grande sonho de consumo da raça humana: a felicidade. Ironicamente, é improvável que você a encontre em uma mercearia na esquina do seu bairro.

O outono está logo ali, tão próximo. Rente a janela são perceptíveis diversas folhas caídas ao chão que variam do vermelho ao amarelo. O meu maior desejo seria ter ânimo em sair e sentir essa brisa matinal consumir o meu ser, mas tudo o que consigo fazer é sentar na velha e empoeirada poltrona que ocupa grande parte da sala, observando o café se esvair, a cada gole, da xícara. E a cena se repete a cada dia.

A realidade em que vivemos pode ser definida por uma única palavra: camuflagem. As pessoas usam máscaras. Todas querem ser protagonistas nessa peça cíclica. As personagens mentem e corrompem para obter êxito. Elas querem sobressaírem.

A realidade em que vivemos pode ser caracterizada por uma palavra: imoral. Confesso que não tenho alento em viver em uma realidade como essa. Entretanto, como diz aquele velho ditado: “A esperança é a última que morre”. Anseio que esse outono triste e vazio passe e que ceda espaço para uma linda primavera que traga consigo todo amor, veracidade e compaixão.

Todavia, enquanto as flores não desabrocham, encontro-me condenado a dias confinado, longe dessa realidade desumana, apenas escrevendo na tentativa de me libertar dessa constante monotonia que define a minha pseudo-vida.

Atualizações, Livros

Leia o Capítulo 1 de “The Hammer of Thor”

Mais cedo eu postei aqui sobre a capa e um trecho de “The Hammer of Thor”, segundo livro da saga “Magnus Chase e os deuses de Asgard” que foi revelado pelo site EW.

 

Omartelo de Thor

 

Agora você pode conferir o 1º capítulo traduzido exclusivamente para o Beco Literário:

Trecho liberado de Magnus Chase: O Martelo de Thor por Rick Riordan

Capítulo 1: Você pode por favor parar de matar meu bode?

NOTA MENTAL: Se você leva uma Valquíria para tomar um café, você vai ficar com a conta e com um corpo morto.

Eu não via Samirah al-Abbas a quase 6 meses, então quando ela ligou e disse que precisávamos conversar sobre uma questão de vida ou morte eu concordei na hora.

(Tecnicamente eu já estou morto, o que significa que toda essa história de vida ou morte não funcionou, mas mesmo assim… Sam soava ansiosa.)

Ela ainda não tinha chego quando eu cheguei no Thinking Cup em Newbury Street. O lugar estava lotado como sempre, então eu entrei na fila para comprar café. Alguns segundos depois, Sam voou, literalmente, logo acima da cabeça dos donos do Café.

Ninguém olhou ou piscou. Mortais comuns não são muito bons em entender de coisas mágicas, o que é muito bom, senão teríamos moradores de Boston gastando a maioria do seu tempo correndo em círculos fugindo em pânico de gigantes, trolls, ogros e einherjar com machados de batalha e café quente.

Sam pousou perto de mim no seu uniforme escolar – tênis brancos, calças cáqui e uma camisa de manga comprida da marinha com o logotipo da King Academy nela. Um hijab verde cobria seus cabelos. Um machado estava pendurado em seu cinto. Eu estava bem convencido de que o machado não fazia parte das normas da escola.

Por mais grato que eu estivesse por vê-la, notei que a pele embaixo dos seus olhos  estava mais escura que o normal. Ela estava tremendo sobre os próprios pés.

“Oi, ” eu disse. “Você está horrível.”

“Muito bom te ver também, Magnus.”

“Não, quero dizer… não horrível como diferente do normal horrível. Apenas horrivelmente exausta. ”

“Quer que eu arranje para você uma pá para você cavar esse buraco mais fundo? ”

Levantei minhas mãos, me rendendo. “Onde você esteve durante um mês e meio? ”

Os ombros dela enrijeceram. “Minha carga horária esse semestre está me matando. Eu estou ensinando crianças depois da escola. Depois, como você deve lembrar, tem o meu trabalho de meio período ceifando almas e realizando missões ultrassecretas para Odin. ”

“Vocês crianças de hoje e seus horários ocupados. ”

“E no topo de tudo isso… tem as aulas de pilotagem. ”

“Aulas de pilotagem? ” Nós tínhamos passado do limite. “Tipo aviões?

Eu sabia que o sonho da Sam era ser piloto profissional algum dia, mas eu não tinha me dado conta que ela já estava tendo aulas. “Você pode fazer isso com dezesseis anos? ”

Os olhos dela faiscaram de empolgação. “Meus avós nunca que poderiam pagar pelas aulas, mas os Fahdlans têm um amigo que tem uma escola de pilotagem. Eles finalmente convenceram Jid e Bid”

“Ah.” Eu sorri. “Então as aulas são um presente de Amir. ”

Sam corou. Ela é a única adolescente que eu conheço que é comprometida, e é fofo como ela fica nervosa quando fala sobre Amir Fahdlan.

“Essas aulas foram as coisas mais esclarecedoras, mais incríveis… ” Ela suspirou nervosamente. “Mas chega disso. Eu não te trouxe aqui para falar da minha carga horária. Nós temos um informante para encontrar. ”

“Um informante? ”

“Essa pode ser a chance que eu tenho esperado. Se a informação dele for boa.“

O celular dela tocou. Ela tirou ele do bolso, olhou para a tela e amaldiçoou. “Eu tenho que ir. ”

“Mas você acabou de chegar. ”

“Negócios de valquíria. Possivelmente um código 3-8-1: morte heroica em progresso. ”

“Você tá inventando isso.”

“Não estou.”

“Então… alguém pensa que está prestes a morrer e mandam uma mensagem pra você ‘Estou caindo! Preciso de uma Valquíria urgente!’ seguido por um monte de emojis de carinhas triste?”

“Eu me recordo de ter pego sua alma e levado para Valhalla. Você não me mandou mensagem. ”

“Sim, mas eu sou especial. ”

“Apenas pegue uma mesa lá fora, ” ela disse. “Encontre meu informante. Eu estarei de volta o mais breve possível. ”

“Eu não sei nem como o seu informante aparenta ser. ”

“Você vai reconhece-lo quando o ver. ” Sam prometeu. “Seja corajoso, e me compre um bolinho. ”

Ela voou para fora como uma Super Muçulmana, me deixando paea pagar nosso pedido.

Eu comprei dois cafés extragrandes e dois bolinhos e encontrei uma mesa do lado de fora.

A primavera chegou cedo em Boston. Manchas de neve suja ainda se agarravam aos freios como placa bacteriana, mas as cerejeiras estalaram com botões brancos e vermelhos. As janelas das lojas exibiam as mais sortidas plantas florescidas. Turistas lotavam as ruas para aproveitar a luz do sol.

Sentado do lado de fora da cafeteria, confortável em minha recém-lavada calça jeans, camisa e uma jaqueta jeans, eu me toquei que essa seria a primeira primavera em 3 anos que eu não seria um sem-teto.

Março passado, eu estaria arrecadando comida de lixeiras. Estaria dormindo embaixo da ponte do Public Garden, vagando por aí com os meus parceiros Heart e Blitz, evitando os policiais e tentando ficar vivo.

Então, dois meses atrás, eu morri lutando contra um gigante de fogo. Acordei no Hotel Valhala como um dos guerreiros einherjar de Odin.

Agora eu tenho roupas limpas. Eu tomo banho todos os dias. Eu durmo em uma cama confortável todos os dias. Posso me sentar nessa mesa de café, comer comida que eu realmente tenha pago por ela, e sem estar preocupado com quando o guarda me expulsaria dela.

Desde meu renascimento, eu me acostumei com um monte de coisas estranhas. Viajei os Nove Mundos encontrando deuses Nórdicos, elfos, anões e um monte de monstros cujo os nomes eu não consigo pronunciar. Consegui uma espada mágica que está presa ao meu pescoço na forma de um cordão com um pingente que é uma runa. E além disso, tive uma conversa de derreter os miolos com minha prima Annabeth sobre os deuses Gregos que estão em volta de Nova York e fazem a vida dela bastante complicada. Aparentemente a América do Norte estava cheia de Deuses Antigos. Nós temos uma grande infestação.

Tudo isso eu aprendi a aceitar.

Mas voltar para Boston em um belo dia de primavera, passeando por ai como uma criança normal?

Isso foi estranho.

Analisei a multidão de pedestres, procurando pelo informante de Sam. Você vai reconhece-lo quando vê-lo, ela prometeu. Perguntei-me que tipo de informação esse cara tinha, e porque Sam definiu como caso de vida ou morte.

Minha visão se prendeu na loja do outro lado da rua. Acima da entrada, a placa de bronze e prata ainda brilhava orgulhosamente: Blitzen’s Best, mas a loja estava fechada. A janela da frente estava coberta por uma camada de papel posta por dentro, com uma mensagem escrita à mão com marcador vermelho: Fechado para remodelamento. Voltamos em breve!

Estava esperando que pudesse perguntar a Samirah sobre isso. Eu não tinha a menor ideia do motivo do meu velho amigo Blitzen ter desaparecido subitamente. Um dia a algumas semanas atrás, eu estava andando e encontrei a loja fechada. Desde então, não tenho ouvido nenhuma palavra de Blitz ou Hearthstone, o que não era do feitio deles.

Pensar nisso me deixou tão preocupado que eu quase não vi nosso informante antes que ele tivesse quase em cima de mim. Mas Sam estava certa: Ele se destaca na multidão. Não é todo dia que você vê um bode em um casaco caro.

Havia um chapéu de porco preso entre seus chifres encaracolados. Um par de óculos escuros estava preso ao seu nariz. Seu casaco caro vivia se emaranhando em seus cascos traseiros.

Apesar de seu inteligente disfarce, eu o reconheci. Eu matei e comi essa cabra em particular em um outro mundo, o que é o tipo de experiência que você não esquece.

“Otis, ” Eu disse.

“Shhh, ” Ele disse. “Eu estou disfarçado. Me chame de… Otis. ”

“Eu não estou seguro de que essa seja a definição de disfarce, mas ok. ”

Otis, conhecido como Otis, subiu na cadeira que eu tinha reservado para Sam. Ele se sentou em seus quartos traseiros e botou seus cascos frontais em cima da mesa.

“Onde está a Valquíria? Ela está disfarçada também? ” Ele cheirou a pasta suspensa na cadeira da mesa ocupada mais próxima como se achasse que Sam estaria escondida dentro da pasta.

“Samirah teve que ir ceifar uma alma, ” Eu disse. “Ela voltará logo. ”

“Deve ser muito legal ter um propósito na vida, ” Otis suspirou. “Bem, obrigado pela comida. ”

“Isso não é pra…“

Otis devorou o bolinho da Sam com embalagem e tudo.

Na mesa próxima a nossa, um casal de idosos olhou para meu amigo bode e sorriu. Talvez o senso mortal deles tenha percebido que era uma criança fofa ou um cachorrinho divertido.

“Então,” Tive um momento difícil vendo Otis devorar a pasta da mesa ao lado e ver o amontoado de papéis babados escorrendo pelo seu casaco caro. “Você tinha alguma coisa pra nos contar? ”

Otis arrotou. “É sobre o meu mestre.”

“Thor.”

Otis estremeceu.

“Sim, ele.”

Se eu trabalhasse para o deus do Trovão, eu também estremeceria ao ouvir o nome de Thor. Otis e seu irmão, Marvin, puxavam a carruagem do deus. Eles também proviam um estoque de carne de bode infinito. Toda noite, Thor mata os dois e os devora no jantar. Toda manhã, Thor ressuscita eles. Esse é o motivo pelo que vocês têm que ir para a escola crianças. Para quando vocês crescerem não terem que arranjar um emprego como bode mágico.

“Eu finalmente tenho uma pista. ” Otis disse, “Sobre aquele certo objeto que meu mestre perdeu. ”

“Você quer dizer o mart…”

“Não diga isso em voz alta!” Otis avisou. “Mas, sim… seu mart.”

Lembrei-me do último janeiro, quando conheci o deus do Trovão. Bons tempos ao redor da fogueira, ouvindo os peidos de Thor, falando sobre suas séries favoritas, reclamando sobre seu martelo perdido com o qual ele costumava matar gigantes e assistir streaming de séries, e mais peidos.

“Ainda está perdido? ” perguntei.

Otis bateu seus cascos contra a mesa. “Bem, não oficialmente, é claro. Se os gigantes soubessem com toda certeza que Thor está sem o seu você-sabe-o-quê, eles invadiriam o mundo dos mortais, destruiriam tudo e me mandariam para um fosso extremamente fundo. Mas, não oficialmente…sim. Nós temos procurado por meses sem sorte. Os inimigos de Thor estão ficando mais ousados. Eles sentem fraqueza. Eu falei para o meu terapeuta que isso me lembra quando eu era uma criança bode na escola de bodes e os valentões me intimidavam. ” Otis ficou com um olhar extremamente distante em seus olhos de bode amarelos com duas listras pretas. “Eu acho que foi quando meu stress pós-traumático começou. ”

Essa foi a minha deixa para passar horas falando com Otis sobre seus sentimentos. Sendo uma pessoa ruim como sou, não aproveitei.

“Otis, ” Eu disse, “Da última vez que nós vimos você, nós encontramos um bom bastão de ferro para usar como arma substituta. Ele não é exatamente indefeso. ”

“Não, mas o bastão não é tão bom quanto o.…mart. Ele não inspira o mesmo terror nos gigantes. Além disso, Thor fica nervoso ao tentar ver suas séries. A tela é pequena e o sinal é péssimo. Eu não gosto quando Thor está nervoso. Fica mais difícil pra mim de manter o meu espaço feliz.

Um monte de coisas sobre isso não fazia sentido: Por que Thor teria tanto problema pra encontrar seu próprio martelo; como ele conseguiu manter o segredo sobre sua perda longe dos gigantes por tanto tempo; e a ideia de que Otis tivesse um espaço feliz.

“Então, Thor quer a nossa ajuda. ” Eu adivinhei.

“Não oficialmente. ”

“Claro que não. Todos nós temos que usar casacos caros e óculos escuros. ”

“Essa é uma excelente ideia, ” Otis disse. “De qualquer forma, eu disse à Valquíria que manteria ela informada já que ela é a encarregada de Odin… você sabe, missões especiais. Essa é a primeira pista boa que eu consegui sobre a localização daquele certo objeto. Minha fonte é confiável. Ele é um outro bode que vai ao mesmo psiquiatra. Ele ouviu alguns rumores no seu celeiro.

“Você quer que nós persigamos uma pista baseada em fofoca de celeiro que você ouviu na sala de espera do psiquiatra. ”

“Isso seria incrível. ” Otis tinha se levantado tanto sobre os cascos traseiros que eu fiquei com medo que ele caísse da cadeira. “Mas vocês precisam que ser muito cuidadosos.”

Precisei de toda a minha força para não rir. Eu joguei pegue-a-bola-de-lava com gigantes de fogo. Eu voei de águia sobre os terraços dos prédios de Boston. Eu pulei de cima da Serpente do Mundo dentro do Massachusetts Bay e derrotei o lobo Fenrir com um novelo de lã. Agora esse bode estava dizendo para ter cuidado.

“Então onde está o mart?” Eu perguntei. “Jotunheim? Nilfheim? Peidodethorheim?

“Você está provocando” O óculos preto escorregou sob o focinho do Otis. “Mas o mart está em um diferente tipo de local perigoso. Está em Provincetown.”

Eu tinha memórias vagas sobre o local. Minha mãe me levou no local para um final de semana durante um verão quando eu tinha 8 anos. Lembrei-me de praias, cascas de lagostas e um monte de galerias de arte. A coisa mais perigosa que encontramos foi uma gaivota com síndrome de intestino irritável.

Otis abaixou a sua voz. “Tem um carrinho de mão em Provincetown – o carrinho de mão da Criatura.

“Isso é como um carrinho de rolimã?”

“Não, não. Uma Criatura…” Otis estremeceu. “Bem, uma Criatura é um poderoso morto-vivo que gosta de coletar objetos mágicos. Uma tumba de uma Criatura é chamada de­…é chamada de carrinho de mão. Desculpe, eu tenho dificuldades em falar sobre Criaturas, me faz lembrar do meu pai.”

Isso levantou mais um monte de questões sobre a infância do Otis, mas eu decidi deixa-las para o terapeuta dele.

“Tem um monte de lar de Criaturas Vikings mortos-vivos lá?” Perguntei.

“Só uma, até onde sei. Mas é o suficiente. Se aquele certo objeto estiver lá, será bem difícil de recuperar debaixo da terra e guardado por magias poderosas. Você vai precisar dos seus amigos — O anão e o elfo.”

Isso seria ótimo, se eu tivesse alguma ideia de onde qualquer um desse amigos estavam. Eu esperava que Sam soubesse mais do que eu.

“Por que Thor não vai e checa esse carrinho de mão ele mesmo?” Perguntei. “Espere…deixe eu adivinhar. Ele não quer chamar atenção. Ou ele quer nos dar uma chance de ser heróis. Ou é trabalho pesado e tem algumas séries que ele está atrasado.”

“Para ser justo,” Otis disse. “A nova temporada de Jessica Jones acabou de começar a ser exibida via streaming.

Não é culpa do bode, eu disse a mim mesmo. Ele não merece levar um soco.

“Tudo bem,” Eu disse. “Quando a Sam chegar aqui, vamos falar sobre estratégia.” “Eu não estou tão certo de que deveria esperar com você.” Otis lambeu uma migalha da sua lapela. “Eu devia ter mencionado isso antes, mas entenda, alguém… ou alguma coisa…tem estado me perseguindo.”

Os pêlos da minha nuca se arrepiaram. “Você acha que eles te seguiram até aqui?”

“Não tenho certeza,” Otis disse. “Espero que meu disfarce tenho jogado eles para longe.”

Ah, incrível. Pensei.

Eu verifiquei a rua mas não vi nenhum óbvio inimigo. “Você conseguiu dar uma boa olhada nesse alguém-barra-alguma coisa?”

“Não,” Otis admitiu. “Mas Thor tem uma gama muito grande de inimigos que adorariam impedi-lo de pegar de volta o seu… o seu mart de volta. Eles não gostaria que eu passasse essas informações para você, especialmente essa última parte. Você tem que avisar Samirah que…”

THUNK.

Vivendo em Valhalla, estou acostumado com armas mortais vindo absolutamente do nada, mas mesmo assim eu fiquei surpreso em ver um machado atravessado no peito do Otis.

Eu pulei sobre a mesa para ajudar Otis. Como filho de Frey, deus da fertilidade e da saúde, Eu consigo fazer algumas coisas bem legais do tipo primeiros socorros mágicos de vez em quando. Mas assim que eu toquei Otis eu percebi que era tarde demais. O machado tinha atravessado seu coração.

“Oh, deuses.” Otis tossiu sangue. “Eu vou apenas…morrer… agora.”

Sua cabeça pendeu para trás. Seu chapéu de porco saiu rolando pelo pavimento. Uma moça sentada atrás de nós começou a berrar em pânico como se tivesse acabado de perceber que Otis não era um bebê fofo ou um cachorrinho. Ele era, de fato, um bode morto.

Olhei pelos terraços dos prédios do outro lado da rua. Julgando pelo ângulo que o machado veio, ele deve ter vindo de algum lugar mais ou menos…Sim. Eu peguei um lampejo de movimento, assim que o assassino desviou para fora da vista, uma figura vestida de preto com um capacete de metal.

Tanta coisa por um agradável copo de café. Puxei o pingente mágico do meu cordão e corri atrás do assassino de bodes.

P.s.: em caso de reprodução, favor dar os devidos créditos.

Atualizações, Livros

FORBES: Escritores mais bem pagos de 2015

Mais uma lista da Forbes e dessa vez é sobre nossos amados escritores. Confira abaixo o nome e a bolada acumulada por eles e caso haja resenha de algum de seus livros aqui no BL, deixamos disponível o link para resenha de seus livros (é só clicar no nome deles)!

1º – James Patterson – US$ 89 milhões

2º – John Green – US$ 26 milhões

3º – Veronica Roth – US$ 25 milhões

3º – Danielle Steel – US$ 25 milhões

4º – Jeff Kinney – US$ 23 milhões

5º – Janet Evanovich – US$ 21 milhões

6º – J.K. Rowling – US$ 19 milhões

6º – Stephen King – US$ 19 milhões

7º – Nora Roberts – US$ 18 milhões

8º – John Grisham – US$ 14 milhões

9º – Dan Brown – US$ 13 milhões

9º – Gillian Flynn – US$ 13 milhões

9º – Rick Riordan – US$ 13 milhões

9º – Suzanne Collins – US$ 13 milhões

10º – E.L James – US$ 12 milhões

10º – George R.R. Martin – US$ 12 milhões

Atualizações

Traduzido: Confira os dois primeiros capítulos de "Career Of Evil", de Robert Galbraith

Foram divulgados há alguns dias, os dois primeiros capítulos de Career Of Evil, terceiro livro da série Cormoran Strike, de Robert Galbraith, pseudônimo da rainha mundialmente conhecida, J.K. Rowling.

O livro tem lançamento previsto para o final deste ano nos Estados Unidos e no Reino Unido, e para 2016 no Brasil. Sem mais delongas, confira os dois capítulos traduzidos abaixo pela equipe do Potterish:

CAREER OF EVIL
Capítulo 1 publicado pelo The Guardian

Traduzido por: Luiza Miranda.
Revisado por: Pedro Martins.
2011

Este Não é o Verão do Amor

Ele não havia conseguido se livrar de todo o sangue dela. Uma linha escura, como um parêntese, jazia sob a unha do seu dedo médio esquerdo. Ele se pôs a removê-la, apesar de gostar bastante de vê-la ali: uma lembrança dos prazeres do dia anterior. Depois de um minuto de raspagem em vão, ele colocou a unha sangrenta na boca e chupou. O amargor do ferro o remeteu ao grande fluxo que escorrera desenfreado pelo chão de azulejos, respingando nas paredes, encharcando seus jeans e transformando as toalhas de banho cor de pêssego – macias, secas e dobradas com cuidado – em trapos ensopados de sangue.

As cores pareciam mais vibrantes naquela manhã e o mundo, um lugar mais agradável. Ele se sentia sereno e revigorado, como se a houvesse absorvido, como se a vida dela houvesse sido transferida para dentro dele. Uma vez que os matasse, eles pertenciam a você: era um prazer muito superior ao sexo. O simples fato de saber quais eram suas expressões no momento da morte era uma intimidade que ia além de qualquer coisa que dois corpos vivos podiam experimentar.

Com um sentimento de entusiasmo, ele refletiu que ninguém sabia o que ele havia feito, nem o que planejava fazer em seguida. Ele chupou o dedo médio, feliz e plácido, recostado na parede morna ao sol fraco de abril, seu olhar voltado à casa do outro lado da rua.

Não era uma casa elegante. Comum. Inegavelmente um lugar melhor para morar do que o minúsculo apartamento onde sacos de lixo preto com as roupas enrijecidas de sangue de ontem aguardavam incineração, e onde suas facas, reluzentes depois de lavadas com água sanitária, haviam sido socadas em um compartimento debaixo da pia da cozinha.

Esta casa tinha um pequeno quintal na frente, uma cerca preta de metal e o gramado que precisava ser podado. Duas portas brancas haviam sido espremidas lado a lado, dando a entender que a construção de três andares fora convertida em apartamentos superiores e inferiores. Uma garota chamada Robin Ellacott morava no térreo. Mesmo que estivesse determinado a descobrir o seu verdadeiro nome, ele mentalmente a chamava de A Secretária. Ele acabara de vê-la passando em frente à janela projetada, facilmente reconhecida pelo seu cabelo brilhante.

Observar A Secretária era um extra, um bônus prazeroso. Ele tinha algumas horas de folga, então decidira vir e olhar para ela. Hoje era um dia de descanso, entre as glórias de ontem e de amanhã, entre a satisfação do que fora feito e a empolgação para o que aconteceria em seguida.

A porta da direita se abriu inesperadamente e A Secretária saiu, acompanhada de um homem.

Ainda encostado na parede morna, ele fitava o resto da rua, com a silhueta voltada para eles de tal modo que parecesse estar esperando por um amigo. Nenhum dos dois prestou atenção nele. Eles se afastaram subindo a rua, lado a lado. Depois de lhes dar um minuto de vantagem, ele decidiu segui-los.

Ela usava jeans, uma jaqueta leve e botas rasteiras. O longo cabelo ondulado ficava ligeiramente ruivo agora que ele a via sob a luz do sol. Ele pensou notar uma certa limitação entre o casal, que não conversava entre si.

Ele era bom em desvendar pessoas. Ele havia desvendado e seduzido a garota que morrera ontem entre as toalhas cor de pêssego encharcadas de sangue.

Mais adiante na longa rua residencial, ele os acompanhava com as mãos nos bolsos, vagando como se fosse em direção às lojas, os óculos de sol adequados para esta brilhante manhã. As árvores balançavam suavemente com a leve brisa da primavera. No fim da rua, a dupla à frente virou à esquerda em uma avenida larga, movimentada, ladeada por escritórios. Janelas de vidro cintilavam com os raios de sol à medida que eles passavam pelo prédio da câmara municipal de Ealing.

Agora, o colega de quarto, ou namorado, ou o que quer que ele fosse – vaidoso e de maxilar quadrado – d’A Secretaria estava falando com ela. Ela respondeu rapidamente e não sorriu.

Mulheres eram tão mesquinhas, malvadas, sujas e pequenas. Vadias rabugentas, todas elas, esperando que os homens as façam felizes. Apenas quando jaziam mortas e vazias na sua frente era que se tornavam puras, misteriosas e até maravilhosas. Naquele momento, elas eram inteiramente suas, incapazes de discutir ou lutar ou ir embora, suas para você fazer o que desejasse com elas. O cadáver da outra tinha ficado pesado e mole ontem, depois que ele drenou todo o seu sangue: seu passatempo em tamanho real, seu brinquedo.

Ele seguiu A Secretária e seu namorado pelo movimentado shopping Arcadia, deslizando atrás deles como um fantasma ou um deus. Será que os compradores de sábado conseguiam vê-lo, ou ele havia de alguma forma se transformado, duplamente vivo, agraciado com a invisibilidade?

Eles haviam chegado em um ponto de ônibus. Ele se demorou ali por perto, fingindo olhar através da porta de um restaurante de curry, as frutas empilhadas na frente de uma mercearia, máscaras de papelão do Príncipe William e Kate Middleton penduradas na janela de uma banca, tudo enquanto observava o reflexo do casal no vidro.

Eles pegariam o número 83. Ele não tinha muito dinheiro nos bolsos, mas estava gostando tanto de acompanhá-la que ainda não queria que isso acabasse. Ao embarcar depois deles, ele ouviu o homem mencionar Wembley Central. Ele comprou uma passagem e os seguiu escada acima.

O casal se acomodou lado a lado, bem na frente do ônibus. Ele escolheu um lugar não muito longe, próximo de uma mulher mal-humorada a quem ele forçou que afastasse as sacolas de compras. Ora ou outra, as vozes deles podiam ser ouvidas sobre o murmúrio dos outros passageiros. Quando não estavam conversando, A Secretária olhava através da janela, séria. Ela não queria ir para seja lá onde estivessem indo, ele tinha certeza disso. Quando ela afastou uma mecha de cabelo dos olhos, ele notou que ela usava um anel de noivado. Então ela ia se casar… ou assim ela pensava. Ele sorriu discretamente por trás da gola levantada da sua jaqueta.

O sol quente do meio-dia atravessava as janelas sujas do ônibus. Um grupo de homens embarcou e ocupou os assentos restantes. Alguns usavam camisetas de rugby vermelhas e pretas.

Subitamente, ele sentiu que o brilho daquele dia havia se apagado. Aquelas camisetas, com a lua crescente e a estrela, remetiam-no a coisas de que ele não gostava. Elas o lembravam de um tempo em que ele não se sentia como um deus. Ele não queria que este dia feliz fosse manchado por memórias antigas, memórias ruins, mas sua euforia de repente começou a se esvair. Nervoso – um adolescente do grupo o encarou, mas logo virou o rosto, alarmado –, ele se levantou e voltou para as escadas.

Um pai e seu pequeno filho se agarravam firme a barra do lado das portas do ônibus. Uma explosão de raiva na boca de seu estômago: ele deveria ter tido um filho. Ou melhor, ele ainda devia ter um filho. Ele imaginou o menino parado ao seu lado, admirando-o, considerando-o um herói – mas seu filho não estava mais ali, e era tudo culpa de um homem chamado Cormoran Strike.

Ele iria se vingar de Cormoran Strike. Ele iria devastar a vida dele.

Quando desceu na calçada, ele ergueu o olhar para as janelas frontais do ônibus e avistou pela última vez a cabeça dourada d’A Secretária. Ele a veria em menos de vinte e quatro horas. Essa ideia acalmou a raiva repentina que o acometeu com a visão daquelas camisetas do Saracens. O ônibus partiu com um ruído e ele tomou a direção contrária, tranquilizando-se enquanto caminhava.

Ele tinha um plano maravilhoso. Ninguém sabia. Ninguém suspeitava. E ele tinha algo muito especial aguardando-o na geladeira de casa.


CAREER OF EVIL
Capítulo 2 publicado pelo Time

Traduzido por: Luiza Miranda.
Revisado por: Pedro Martins.
Uma rocha através de uma janela nunca vem com um beijo.
Blue Öyster Cult
Madness to the Method

Robin Ellacott tinha 26 anos e estava noiva há mais de um ano. Seu casamento deveria ter acontecido três meses antes, mas a morte inesperada de sua futura sogra levou ao adiamento da cerimônia. Muito aconteceu desde então. Será que ela e Matthew estariam se dando melhor se houvessem trocado votos?, ela se perguntava. Eles estariam discutindo menos se uma faixa dourada repousasse abaixo do anel de noivado de safira que se tornara ligeiramente largo no seu dedo?

Tentando passar pelos cascalhos da Tottenham Court Road na segunda-feira de manhã, Robin mentalmente reviveu a briga do dia anterior. As sementes foram plantadas antes mesmo de eles saírem de casa para o jogo de rugby. Parecia que, sempre que se encontravam com Sarah Shadlock e seu namorado Tom, Robin e Matthew acabavam se desentendendo – algo que Robin mencionou enquanto a discussão, que começou a tomar forma no jogo, arrastava-se pelas primeiras horas da manhã.

– A Sarah p-provocou, pelo amor de Deus, você não percebe? Foi ela quem ficou perguntando sobre ele, várias vezes, não fui eu que comecei…

As obras sem fim ao redor da estação Tottenham Court Road obstruíam o caminho para o trabalho de Robin desde que ela começara na agência de investigação particular na Denmark Street. Seu humor não melhorou quando ela tropeçou num pedaço enorme de cascalho; ela cambaleou por alguns metros antes de recuperar o equilíbrio. Uma enxurrada de assobios e comentários obscenos emergiu de um buraco profundo no meio da rua cheio de homens em capacetes e coletes fluorescentes. Sacudindo os cabelos louro-avermelhados para longe dos olhos, o rosto vermelho, ela os ignorou, involuntariamente voltando a pensar em Sarah Shadlock e suas perguntas dissimuladas e persistentes sobre o chefe de Robin.

– Ele é estranhamente bonito, não é? Um pouco surrado, mas eu nunca liguei para isso. Ele é sexy de verdade? É um cara grandão, não é?

Robin viu o maxilar de Matthew enrijecer conforme ela tentava responder calma e indiferente.

– São só vocês dois no escritório? Sério? Mais ninguém?

“Vadia”, pensou Robin, cujo bom humor natural nunca se estendeu a Sarah Shadlock. Ela sabia exatamente o que ela estava fazendo.

– É verdade que ele foi condecorado no Afeganistão? É? Uau, então estamos falando de um herói de guerra também?

Robin tentara com todas as suas forças terminar com o monólogo de apreciação de Sarah por Comoran Strike, mas sem sucesso: ao fim do jogo, uma frieza havia se instalado nas atitudes de Matthew para com a sua noiva. No entanto, seu desgosto não o impediu de rir e brincar com Sarah no caminho de volta do Vicarage Road, e Tom, que Robin sempre achou chato e estúpido, gargalhou junto, alheio a quaisquer entrelinhas.

Empurrada por pedestres que também tentavam passar pelas trincheiras na rua, Robin finalmente chegou à calçada oposta, passando pela sombra do obelisco de concreto quadriculado que era o Centre Point e se enraivecendo novamente ao lembrar o que Matthew havia lhe dito à meia-noite, quando a briga voltara à vida.

– Você não consegue calar a boca sobre ele, consegue? Eu ouvi você para a Sarah…

– Eu não comecei a falar sobre ele de novo, foi ela, você nem estava ouvindo…

Mas Matthew a havia imitado, usando a voz genérica que representava todas as mulheres, aguda e imbecil:

– Oh, o cabelo dele é tão atraente…

– Pelo amor de Deus, você é completamente paranoico! – Robin gritara. – Sarah estava enlouquecendo pela merda do cabelo de Jacques Burger, não pelo do Cormoran, e eu só falei…

– “Não pelo do Cormoran” – ele repetiu naquele guinchado estúpido.

Enquanto fazia a curva para entrar na Denmark Street, Robin se sentiu tão furiosa quanto estava oito horas atrás, quando saíra do quarto batendo os pés e fora dormir no sofá.

Sarah Shadlock, maldita Sarah Shadlock, que tinha frequentado a universidade com Matthew e tentado com todas as forças roubá-lo de Robin, a garota que ele deixou para trás em Yorkshire… Se Robin tivesse certeza de que jamais veria Sarah novamente, estaria satisfeita, mas Sarah estaria no casamento deles em julho, e Sarah sem sombra de dúvidas continuaria a atormentar sua vida de casados, e quem sabe um dia ela tentaria se esgueirar para dentro do escritório de Robin para conhecer Strike, se seu interesse fosse genuíno e não uma mera manobra de semear a discórdia entre Robin e Matthew.

“Eu jamais vou apresentá-la a Cormoran”, pensou Robin com selvageria quando se aproximou do carteiro que estava do lado de fora da porta do escritório. Ele tinha uma prancheta em uma mão enluvada e um pacote retangular comprido na outra.

– É para Ellacott? – perguntou Robin assim que chegou perto o suficiente para ser ouvida.

Ela estava aguardando um pedido de câmeras descartáveis de papelão branco que seriam lembrancinhas do seu casamento. Suas horas de trabalho estavam tão irregulares ultimamente que ela achou mais fácil endereçar os pedidos feitos pela internet direto para o escritório ao invés do apartamento.

O carteiro assentiu e estendeu a prancheta sem retirar seu capacete de moto. Robin assinou e recolheu o pacote grande, que era muito mais pesado do que ela esperava; parecia que um único objeto grande deslizou dentro dele quando ela colocou o pacote debaixo do braço.

– Obrigada – ela disse, mas o mensageiro já havia virado as costas e lançado uma perna sobre a moto. Ela o ouviu dirigir para longe enquanto entrava no prédio.

Ela subia pelas escadas de metal que ecoavam ao redor do elevador quebrado em forma de gaiola, os saltos batendo no metal. A porta de vidro brilhou enquanto ela a destrancava e abria, e a legenda gravada – C. B. STRIKE, DETETIVE PARTICULAR – se destacava, escura.

Ela chegara propositalmente cedo. Eles estavam abarrotados de casos no momento e ela queria se atualizar com a papelada antes de voltar à sua vigilância diária de uma jovem dançarina russa.

Pelo som das passadas pesadas logo acima, ela deduziu que Strike ainda estava em seu apartamento.

Robin deixou o seu pacote grande na mesa, tirou o casaco e o pendurou juntamente com a bolsa em um gancho atrás da porta, acendeu as luzes, encheu a chaleira e a colocou para ferver, então alcançou o afiado abridor de cartas na mesa. Lembrando da recusa categórica de Matthew em acreditar que era o cabelo ondulado do flanqueador Jacques Burger que ela estivera admirando, e não o cabelo curto e – francamente – com cara de pelos púbicos de Strike, ela apunhalou a ponta do pacote com raiva, abriu-o e desmontou a caixa.

A perna decepada de uma mulher havia sido enfiada à força dentro da caixa, os dedos do pé dobrados para que coubessem ali.

Resenhas

Resenha: Escolhida (House of Night 3), P.C. Cast e Kristin Cast

Neste terceiro livro da série House of Night os acontecimentos tomam um rumo misterioso e perturbador. Zoey tenta encontrar uma solução para ajudar Steve Rae, que luta para manter sua frágil humanidade, antes que ela se transforme em um monstro. Entretanto, salvar sua melhor amiga significa ir contra Neferet, e para conseguir o que quer, Zoey acaba se aliando a uma inesperada pessoa, tornando-se sua confidente e parceira. Para complicar, o horror atinge a Morada da Noite quando dois assassinatos ocorrem. Zoey se vê num drama pessoal e numa posição realmente delicada. Deve guardar segredos, até mesmo de seus amigos, tomar decisões muito importantes, e agora que acabou se envolvendo com um terceiro cara, deverá lidar com os três, já que não consegue se decidir entre eles.

Escolhida é terceiro livro da cativante e viciante série House of Night, escrita pelas autoras americanas P.C. Cast e Kristin Cast e, todo o seu enredo é de certa maneira, transitivo entre os fatos que ocorreram no livro anterior (Traída, leia resenha aqui) e o próximo, Indomada.

No último livro, Zoey descobre que sua grande mentora e sacerdotisa, Neferet, criou uma nova raça de vampiros, através daqueles que morreram ou rejeitaram a transformação, inclusive sua melhor amiga, Stevie Rae. Os novatos vermelhos, como são chamados, retornam da morte com a marca da Deusa vermelha, em vez de azul, uma tatuagem em forma de meia lua na testa que cresce conforme o vampiro amadurece, e além disso, não podem sair ao sol sem entrar em combustão espontânea, ou adentrar a casa de algum desconhecido sem convite do proprietário do local.

Você está mudando, Zoey. E eu não tenho certeza do que você está se tornando.

O enredo do livro, se dá com a protagonista Zoey tentando ajudar a melhor amiga, Stevie Rae, que havia rejeitado a transformação e agora era uma vampira vermelha, a superar todos os desafios que sua nova espécie impõe. Rae, estava vivendo na clandestinidade assim como os outros novatos, e sem qualidades básicas de vida ou saneamento, isto é, como se escondiam nos túneis subterrâneos de Tulsa – uma rede subterrânea de túneis enormes, com galerias e salas, quase sob os pés -, não tinham acesso a banheiro, roupas limpas, nem tampouco sangue fresco e por isso, deveriam consegui-lo por meios próprios, isto é, matando humanos.

Oh, Zoey passarinha, eu chamei o marido da sua mãe de droga de cocô de macaco em voz alta?

Enquanto isso, Aphrodite, que subitamente perdeu a marca de Nyx no último livro e virou humana novamente, passa a ter visões relacionadas a Zoey e seu futuro, que agora está totalmente incerto e mais arriscado que nunca, já que ajudar os novatos vermelhos a saírem da clandestinidade é o mesmo que enfrentar Neferet abertamente e, apesar do círculo da horda de nerds ser extremamente poderoso, será que serão páreos para uma vampira completa e extremamente poderosa, que ainda por cima tem livre autonomia sob os alunos?

Como todos os outros livros da série, Escondida te prende a cada página e te faz querer ler mais e mais, até que quando você cai em si, já terminou a série. Nos apresenta e esclarece um pouco mais as dúvidas abertas no livro anterior, sem deixar a desejar em muitos aspectos, a não ser um, que me incomoda até hoje: como Neferet criou os novatos vermelhos? Tal questão não foi sanada em nenhum dos livros da série até o momento e, apesar de parecer apenas algo fútil, você se perguntará ao ler a história, já que qualquer informação mitológica ou cultural dos vampiros parece importar para nós, meros humanos.

Independente disso, recomendo House of Night para todos aqueles que buscam uma série de fantasia capaz de tirar o fôlego do começo ao fim, além de te fazer especular o futuro dos personagens e imaginá-los vivos dentro de sua cabeça. O livro é extremamente leve, e a leitura não é nada cansativa, é como ver um filme que passa dentro da cabeça do leitor onde este é o diretor principal e tem autonomia para moldá-lo como bem entender.

Resenhas

Resenha: Sereia, Tricia Rayburn

Vanessa Sands, de 17 anos, tem medo de tudo – do escuro, de altura, do mar –, mas sua destemida irmã mais velha, Justine, está sempre por perto para guiá-la a cada desafio. Até que Justine vai mergulhar num precipício uma noite, perto da casa de veraneio da família em Winter Harbor, e seu corpo sem vida aparece na praia no dia seguinte. Os pais de Vanessa tentam superar a tragédia retornando à vida cotidiana em Boston, mas ela sente que a morte da irmã não foi acidental. Depois de descobrir que Justine estava escondendo diversos segredos, Vanessa volta para Winter Harbor, esperando que Caleb, o namorado de sua irmã, possa esclarecer algumas coisas, mas o garoto está desaparecido. Logo, não é apenas Vanessa que está com medo. Winter Harbor inteira fica em alvoroço quando outro corpo aparece na praia, e o pânico se instala à medida que a pequena cidade se torna palco de uma série de acidentes fatais relacionados com a água, em que as vítimas são encontradas sorrindo horrivelmente de orelha a orelha. Vanessa e Simon, irmão mais velho de Caleb, unem forças para investigar os estranhos acontecimentos e, no caminho, a amizade de infância se transforma em algo mais. Conforme eles vão encontrando ligações entre a morte de Justine e a súbita erupção de afogamentos assustadores na cidade, Vanessa descobre um segredo que ameaça seu romance com Simon – e que vai mudar sua vida para sempre.

Sereia é o primeiro livro da trilogia “Sereia”. Desde a primeira vez que vi este livro na livraria me encantei pela capa de tal maneira que foi impossível não comprar, além de falar de criaturas míticas como as sereias, ainda tem muito mistério neste maravilhoso livro.

O livro conta a história de Vanessa Sands, uma garota comum de 17 anos que tem medo de tudo a sua volta, e que tem como um exemplo e inspiração sua irmã mais velha, Justine. Justine sempre a ajudou a superar, ou melhor dizendo, acalmar seus medos.

Minha irmã Justine sempre acreditou que a melhor maneira de lidar com o medo do escuro é fingir que ele é passageiro…

Vanessa, ou Nessa como a chamam, nunca pensou muito em garotos e nunca se sentiu bonita ao menos uma vez na vida, sempre tudo o que fazia era com sua irmã que por sinal também é sua melhor amiga. As duas moram em Boston mas seus pais tem uma casa em Winter Harbor, que é onde passam todos os verões.

Só que neste verão, elas acabaram de chegar em Winter Harbor e algo totalmente inesperado acontece com sua irmã, e com esse ocorrido, Nessa vai ter que superar seus medos e enfrentar o que está causando um desequilibro na cidade litorânea e descobrir o que está por trás das recentes mortes.

Com todos os mistérios e acontecimentos acontecendo, Vanessa e Simon, seu amigo de infância que convivia com ela todos os verões, juntam forças para investigar os estranhos ocorridos e no caminho, a amizade de infância se torna em algo mais. E conforme vão descobrindo os segredos guardados e os mistérios sendo desvendados, Vanessa descobre um segredo que ameaça seu romance com Simon – e que vai mudar sua vida para sempre.

Minha boca ainda não havia tocado a dele quando ele me pegou pela cintura e me puxou para si. Ele me beijou como se seu coração fosse parar se ele não fizesse isso…

Sereia é um livro que quando você o pega, pensa que será aquela típica história de romance adolescente, mas assim que você começa a lê-lo, percebe que não é nada disso e acaba se surpreendendo demais com a história e seu conteúdo.

Com uma incrível intervenção mítica que é a base de tudo e mais o romance, os mistérios e suspenses o livro acaba sendo um dos mais maravilhosos livros que eu já li na minha vida! ( sem exagero, é sério). Este livro, apesar do nome “Sereia”, é um tema que não é tão abordado no começo, e vai se desenrolando mais ao final e na continuação, Encanto e Profundezas.

Os personagens são super bem descritos, cada um com uma personalidade forte e importantíssima para o decorrer da história, Nessa tem seu amadurecimento que, apesar de um pouco forçado, foi vital para sua vida e  para a continuidade dos acontecimentos.

Tricia Rayburn, escritora desta trilogia, escreve de uma maneira maravilhosa e cativante, faz com que não queiramos parar de ler até acabarmos o livro e assim que acaba temos aquela “fome” pelo próximo e isso é encantador. Se você é uma pessoa que gosta desse gênero de misticismo, mistério e suspense, vai se apaixonar por está série. E o misticismo desta série não é como os das outras, não entra nos temas de Vampiros, Lobisomens e essas coisas que estamos acostumados, é algo diferente e fantástico, criaturas subaquáticas que quase nunca são exploradas, nestes volumes são elas o foco.

 

Recomendo a todos os leitores que gostem de suspense, romance e coisas sobrenaturais.

 

Resenhas

Resenha: Percy Jackson e o Ladrão de Raios, Rick Riordan

Os deuses do Olimpo continuam vivos, em pleno século XXI! Eles ainda se apaixonam por mortais e têm filhos que podem se tornar grandes heróis, mas que acabam, na maioria das vezes, encontrando destinos terríveis nas garras de monstros sem coração.

Apenas alguns descobrem sua identidade e conseguem chegar à Colina Meio-Sangue, um acampamento de verão em Long Island dedicado ao treinamento de jovens semideuses. Essa é a revelação que leva Percy Jackson a uma incrível busca para ajudar seu verdadeiro pai – o deus dos mares! -, a evitar uma guerra no Olimpo.

Com a ajuda do sátiro Grover e de Annabeth, uma filha de Atena, Percy é encarregado de cruzar os Estados Unidos para capturar o ladrão que roubou a mais poderosa arma de destruição já concebida: o raio mestre de Zeus.

Percy Jackson é um garoto como tantos outros que não se ajustam aos padrões sociais. Em seis anos ele já frequentou seis escolas, e acredita que isso tenha ocorrido porque tudo de ruim acontece com ele, principalmente durante as excursões escolares, o que então motiva imediatamente sua expulsão da instituição em que se encontra.

O garoto acredita que não pode ser melhor que os outros, nem mesmo tão bom quanto eles, pois seus problemas de dislexia – dificuldades para ler, escrever e soletrar – e de transtorno do déficit de atenção não o permitem.

O único professor com quem ele tem mais afinidade na atual escola – a Academia Yancy, um internato particular de Nova Iorque, exclusivo para crianças consideradas portadoras de problemas -, o Senhor Brunner, mestre de latim, acredita realmente que ele é mais talentoso do que imagina.

Senhor Brunner mais conhecido como Quíron na mitologia grega é o diretor de atividades do Acampamento Meio-Sangue. Ele é um centauro (um cavalo branco da cintura para baixo) e um eterno treinador de semideuses. Ele é um grande professor e mentor e é extremamente sábio e inteligente, ao contrário dos outros centauros. Ele também é um excelente lutador, perito em arco e flecha. Embora é dito que ele é imortal, na mitologia ele não é, pois Hércules trocou sua imortalidade quando ele estava a beira da morte pela vida de Prometeu, mas nas séries do Acampamento Meio-Sangue é dito que os deuses concederam a imortalidade a Quíron para que ele pudesse ensinar os meio-sangues. Ele é o filho de Cronos. Na mitologia grega, Quíron ensinou muitos dos heróis famosos, como Aquiles, Hércules/Herácles e outros.

Em uma excursão para o Metropolitan Museum of Art, ele descobre inesperadamente que tem poderes desconhecidos, revelados subitamente quando sua colega de escola, Nancy Bobofit, humilha Grover, seu melhor amigo. De repente, sem saber como, ele ingressa em um universo paralelo, no qual seus professores não são mais o que parecem ser.

Percy acaba descobrindo que é um meio-sangue. Ele acaba tendo que fugir o mais depressa possível, juntamente com Groover (seu melhor amigo na academia Yancy) que agora revelara a ele que era o seu protetor e sua mãe. No caminho da fuga a mãe de Percy, o explica que o que estava acontecendo era culpa de seu pai e que para onde iam ele estaria seguro. Acabam indo parar em um acampamento, o Acampamento Meio-Sangue, e então Percy descobre que estava sendo acusado de ter roubado o Raio de Zeus, mas como ele não é o ladrão, ele recebe uma Missão que é resgatar o raio e entregá-lo para Zeus evitando uma guerra entre os Deuses. E ele recebe a ajuda de Groover e de Annabeth.

Annabeth Chase é uma semideusa grega, filha de Atena e Frederick Chase, aos 7 anos de idade fugiu encontrando outros dois semideuses e que foram juntos para o Acampamento Meio-Sangue.

Grover Underwood é um amigo de Percy Jackson e um sátiro . Na série, os sátiros são responsáveis ​​pela identificação semideuses que vivem no mundo mortal.

É com estes elementos que o autor, Rick Riordan, tece o primeiro volume da série Percy Jackson e os Olimpianos, O Ladrão de Raios, que ocupou durante muito tempo o topo da lista das sagas mais vendidas no The New York Times. O que mais fascina o público infanto-juvenil, e até mesmo alguns adultos, nesta obra, é a forma como o escritor entretece ancestrais mitos gregos e os enredos que compõem as narrativas de aventuras do nosso século.

Nesta trama deuses e semideuses, como os antológicos heróis da antiga Grécia, estão bem vivos, mas eles normalmente não atingem a fase adulta, pois é desta forma que o destino escreve suas trajetórias. Nos tempos atuais, eles não têm consciência de quem são, e é neste caso que se enquadra o protagonista desta história.

Isto explica porque as coisas mais estranhas ocorrem com ele, e dá um certo sentido a sua até então insípida existência. De repente o garoto-problema se converte em um herói no estilo das lendas narradas pelos gregos. Ele não é mais um incapaz, rejeitado por todos, mas alguém com uma missão a cumprir, mesmo que esta tarefa coloque sua vida em risco. Quem se importa com isso se, subitamente, conquista um status heróico, ainda que seja em uma realidade alternativa? Com certeza é esta possibilidade que realmente cativa o leitor.