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"Morte Súbita", de J.K. Rowling será adaptado para a TV

“Morte Súbita”, primeiro romance adulto da escritora J.K. Rowling, ganhará uma adaptação para a televisão, anunciou a emissora pública britânica BBC na segunda-feira.

A BBC 1 e a BBC Drama encomendaram uma adaptação exclusiva para a agência literária The Blair Partnership, que representa Rowling. A série deve ir ao ar em 2014.

Rowling vai colaborar “de perto” com o projeto, segundo a emissora. O número e duração dos episódios ainda não foi definido.

“Sempre senti que, se fosse para ser adaptado, este romance estaria mais adequado à televisão, e acho que a BBC é o lar perfeito”, disse Rowling em nota.

A série juvenil “Harry Potter”, que lançou a escritora para o estrelato, deu origem a uma das séries cinematográficas mais lucrativas de todos os tempos.

“Morte Súbita” (“The Casual Vacancy”, no original) aborda conflitos de ideais, classes e gerações em uma pacata cidade inglesa. O livro lidera as listas de best-sellers em vários países, mas sem o sucesso do fenômeno Potter.

Atualização: Fontes dizem que as gravações estão previstas para começarem em 16 de junho e terminarem em agosto, no Reino Unido.

Fonte

Resenha: O portador da espada, Cassandra Clare
Beco Literário
Livros, Resenhas

Resenha: O portador da espada, Cassandra Clare

O portador da espada é o primeiro livro de alta fantasia adulta de Cassandra Clare, fora do mundo dos Caçadores de Sombra que a gente tanto ama. Por isso, fiquei extremamente ansioso desde o anúncio da nova série, dos personagens e da ambientação com a mitologia judaica, intrigas entre cortes, chefões do crimes e enemies to lovers.

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Eu gosto muito de uma trama política permeada com intrigas políticas, como é o caso de O povo do ar, da Holly Black. Tem uma pitada de romance, uma porcentagem maior de política e uma leve sombra de crônica. E fui com sede ao pote pensando em encontrar algo parecido no livro, só que mais desenvolvido – algo intermediário entre O príncipe cruel e Guerra dos Tronos, sabe? E aconteceu o quê? Me decepcionei, muito.

Os ricos vivem no alto e os pobres vivem no baixo.

O pessoal da Galera Record me enviou uma cópia de O portador da espada (obrigado demais, Galera! <3) alguns dias antes do lançamento em novembro. Meu plano era devorar o livro em uma semana e postar a resenha simultânea ao lançamento, afinal, todo livro da Cassandra eu não consigo largar até terminar. E nesse aqui, eu só conseguia largar – capítulos longos demais, histórias repetitivas demais, crônicas que não saem e não chegam a lugar algum… Foi um sonífero pra mim a maior parte da leitura.

Não se pode ter tudo, ou os Deuses invejariam os mortais.

O portador da espada conta a história de Kellian, um garoto órfão que é escolhido para ser o portador da espada do príncipe herdeiro, Connor, um cargo de respeito cuja missão é proteger o príncipe custe o que custar. Kel é então criado lado a lado com o príncipe, treinando junto, comendo junto, dormindo junto… Eles se tornam grandes amigos e confidentes e o trabalho de Kel é justamente estar sempre um passo a frente para proteger Con, mesmo que isso implique arriscar a própria vida de vez em quando utilizando um talismã que cria um certo glamour nas pessoas a sua volta e elas pensam que Kel é Conor.

Ele não sabia o que era ser necessário para outra pessoa: que despertava uma vontade de proteger essa pessoa. Para sua própria surpresa, ele queria proteger esse garoto, o príncipe de Castellane.

Paralelo a isso, conhecemos também a história de Lin, uma médica que precisou lutar contra o sistema em que nasceu para que pudesse estudar e se formar, já que a sociedade em que ela está inserida é completamente machista, apesar de cultuar uma deusa. A motivação de Lin é Mariam, sua melhor amiga, que tem uma doença que parece não ter cura. Lin busca desesperadamente estudar e aprender cada vez mais para que ela possa curar Mariam antes que a doença venha avassaladora e ela não tenha mais tempo.

Afinal, a ordem ilegal era melhor do que o caos legal.

O livro então passa boas trezentas páginas só falando disso: de Kel e Conor saindo para se divertir, de como Kel precisa proteger Conor a todo custo, Lin procurando novas técnicas de medicina para curar Mariam, Mariam já está sem esperanças… Não acontece nada até a página trezentos, sem exagero. Nesse ponto da história, a história dos quatro personagens começa a ligeiramente se misturar quando Kel é procurado pelo Rei dos Ladrões, uma espécie de realeza suburbana de Castellane, dizendo que sem sua ajuda, ele jamais poderá ajudar Conor. Lim também é procurada pelo Rei, sob a proposta de que sem a ajuda dele, ela jamais conseguirá curar Mariam. Apesar disso, cooperar com o Rei dos Ladrões pode significar traição contra a realeza de Castellane.

– Os músicos fazem parecer que é horrível se apaixonar – comentou Lin. – Um monte de lamentação sem fim, todos solitários porque ninguém os aguenta.

Nesse ponto da história começa a se desenvolver um romance tímido entre Kel e Lin, Conor e Lin, que não vai para nada além de um beijinho mixuruca na boca. Uma coisa que gostei muito no ponto de romance do livro é a forma como a sociedade Castellana é dividida: todos gostam de todos. Não tem essa de ser hétero, homo, bi… Todos os homens podem se apaixonar por homens ou mulheres, todas as mulheres por mulheres ou homens e isso é perfeitamente normal, não causa escândalos.

A preferência geral de Connor era por mulheres, mas de forma alguma era regra.

Um personagem que ganhou muito o meu coração foi Merren Asper, por quem Kel nutre uma pequena paixãozinha e acaba beijando em uma hora da trama. Não é nada demais, não acontece nada além disso – apesar de eu querer muito um fast burn -, mas neste ponto da trama qualquer coisinha que acontece de diferente é motivo pra gente dar um berro.

Eu entendo perfeitamente que O portador da espada é um livro introdutório a um novo universo extremamente complexo, com muitas cortes e nisso, eu tiro o chapéu para Cassandra Clare. Ela consegue criar histórias com complexidade sobre-humana, o que não é muito comum em livros de fantasia aos quais eu estou acostumado. Neste ponto, acho que ele até ganha um pouco de O povo do ar, minha série preferida, mas quando o assunto é fazer a trama render, acho que nisso ela peca e peca muito. Os capítulos são exageradamente longos, alguns passando de 60 páginas, com muitas páginas sem diálogo e só descritivas das crônicas de Castellane. Ela descreve o aroma, os pratos, o aroma dos pratos e muitas vezes a gente nem tem referência disso. Eu não sei qual é o cheiro de madressilva.

O fim costumava acontecer nas vigílias tarde da noite, mas a cura também: a morte e a vida atacavam nas horas sombrias.

Por serem crônicas, a gente já deveria esperar e entender que uma vibe meio Morte súbita ou Cem anos de solidão poderiam aparecer, mas senti falta de ritmo e de uma escrita um pouco mais cativante. Particularmente, não gosto muito de capítulos longos, mas todos os livros dos Caçadores de Sombras – que também têm capítulos longos – eu conseguia ler sem pensar três mil vezes se não queria abandonar. Para mim, a história só foi ficar boa depois da página 400, que foi quando teve um ritmo um pouco maior e eu consegui acabar em uma sentada só.

Todo mundo quer falar a você que não é tão ruim assim, mas é. Você ficará muito triste e sentirá que vai morrer. Mas você não morrerá. E, a cada dia que se passar, você recuperará um pedacinho de si.

No total, foram quase três meses de leitura, muitos livros lidos no espaço entre o dia que comecei e o dia que terminei, muitos dias que dormi em cima do livro, mas consegui vencer. É uma história complexa, introdutória e lenta que tem personagens cativantes e esse é outro ponto positivo (principalmente Merren, meu preferido <3).

Leia ciente que O portador da espada é mais parecido com Guerra dos Tronos do que a gente gostaria, mas sem tanta escandalização que talvez desse um pouco mais da sensação de “algo aconteceu” na obra. O próximo livro, O rei dos ladrões já foi confirmado e deve ser lançado em 2025. Espero que eu lembre da trama até lá porque não sei se vou conseguir reler para ler a sequência. Cassandra Clare, você prometeu!

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Rádio Unitau (Quadro Beco Literário, no programa Panorama)

A Última Música, Nicholas Sparks

 

Jantar Secreto, Raphael Montes

 

As duas guerras de Vlado Herzog, Audálio Dantas

 

Cidade dos Ossos, Cassandra Clare

 

Bling Ring: A Gangue de Hollywood, Nancy Jo Sales

 

Querido dane-se, Kéfera Buchmann

 

House of Night, P.C. Cast e Kristin Cast

 

Morte Súbita, J.K. Rowling

Atualizações

Está confirmado: BBC irá produzir minissérie "O Chamado do Cuco"

No dia 24 de setembro a BBC confirmou a produção da série de Rober Galbraith (pseudônimo de Rowling) como uma minissérie de televisão.

Intitulada como “The Cormoran Strike Mysteries”, a minissérie terá como foco o primeiro livro do detetive Cormoran Strike, “O Chamado do Cuco”.

O roteiro fica sob responsabilidade de Sarah Phelps, que já adaptou “Morte Súbita” de Rowling. Já o roteiro do segundo livro, “O Bicho-da-Seda” ficará sob responsabilidade de Ben Richards. A direção é de Julian Fariano e nenhum nome do elenco foi confirmado até agora.

O terceiro livro da série, “Career of Evil”, que será lançado em outubro nos EUA deverá ser adaptado na minissérie junto com os outros dois volumes.

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The Epic Battle: O preconceito, o homofóbico e o Guarda-Roupa

Há alguns dias, por meio do twitter, J.K. Rowling, escritora da saga “Harry Potter”, do livro “Morte Súbita” e da série “Cormoran Strike”, rebateu uma pergunta com a melhor e mais simples reposta que alguém um dia poderia dar sobre o assunto. Confira:

Vraaa

Perceba, a fã, em primeira instância, elogia o trabalho de Joanne e agradece profundamente por ter lhe proporcionado o mundo mágico de Harry Potter, a ironia é que a moça não conseguira captar a principal mensagem da obra, pois ainda na mesma linha ela questiona:  “Eu fico imaginando porque você disse que Dumbledore é gay, porque não consigo imaginar ele desse jeito.” Essa moça, Ana alguma coisa, sofreu nocaute quando vira a resposta, primeiramente receber uma mensagem de Rowling já é uma honra fora do comum, e logo uma dessas. Bem, meus amigos, assim respondera a criadora do garoto bruxo: ” Talvez porque gays se parecem com… pessoas?”. Emoldurem esse trecho e vamos para o próximo parágrafo.

Estamos vendo uma comoção nacional: todos contra a novela das nove. Meu senhor, que absurdo, olhem essas mulheres se beijando na TV, ninguém faz nada… Eu vou dizer, Sr. Preconceituoso, o porque de não fazermos nada. Não existe nada a se fazer, quantas vezes seu filho, o inocente de dezoito anos ou até mesmo a criança de cinco, não ficou colado à TV para ver um beijo quente do galã com a mocinha ou até mesmo uma transa sob lençóis brancos que de nada escondem? Neste momento eu garanto que você, pai, mãe, irmão ou seja lá o que for, apenas sorriu ou também admirou a cena, o máximo que pode ter dito foi: “mas essa Paola Oliveira…”.

É aí que questiono mais uma vez: qual a diferença? O que separa um beijo hétero de um beijo gay? Não, irei desmentir-me, não existe essa de beijo gay ou beijo hétero, é beijo e pronto. É sexo e ponto final. Duas pessoas estão ali, amando-se ou não, isso ocorre com o ser humano, muitas vezes é impulsionado pelo prazer, outras por questões emocionais, somos pessoas como falara J.K. Rowling. O real problema não está na novela ou na série, está na barreira criada por você, querido homofóbico. Ontem, ou bem antes de ontem, estava eu debatendo este assunto na academia, reafirmando tudo que disse neste parágrafo e como quem não quer nada um estudante, igual a mim ou a qualquer outro na universidade cuspira a seguinte frase: “Então vai lá beijar um cara!”. Responderei como respondi no momento. Cada um beija o que bem entender, não deve ser julgado por isso. Homens se beijando não ferem a constituição. Um casal de mulheres adotando uma criança não transforma o indivíduo em um animal abominável. Abominável é o preconceito, a repulsa. Mas defendo sim, sua opção de escolha, posicionar-se entre um dos lados, o que aceita ou que não consegue compreender tudo isso, é de livre escolha para todos os públicos, o problema é agredir, verbal ou fisicamente as escolhas. Isso extrapola o que chamamos de preconceito, isso é crime.

Para encerrarmos o debate sobre a televisão e partirmos para a literatura, só quero dizer que precisamos ser bem mais corajosos nas diversas emissoras, explorar o caminho que ninguém nunca desejou invadir, por puro medo de recusa. Nunca pensei que iria parabenizar a rede Globo, mas hoje rendo-me à tal, pois após anos de atitudes ofuscadas, consegue criar a verdadeira arte, não por ter tramas incríveis, mas sim por não impor limites. Há décadas o cinema vem martelando em cenas como as que a globo está expondo agora. O francês vem com uma bandeira gigantesca com “Azul é a cor mais quente”, o cinema alternativo europeu premia seus telespectadores com cenas realistas do que seria um relacionamento gay: um relacionamento como qualquer outro. O mundo das séries já quebrara esse paradigma há muito tempo. Game of Thrones, Orange is the new Black, Skins… façam o favor, parem de tanto moralismo barato, assistam tais séries e desmitifiquem seus medos, sua ira.

Milhões e milhões de crianças leem “Harry Potter”, essas crianças cresceram e muitas delas hoje já tem seus filhos, suas famílias constituídas, eis a pergunta: Dumbledore esteve presente nas centenas de páginas, ativamente apareceu do primeiro até o sexto livro, até mesmo após sua morte, lá estava Alvo, convivemos tanto tempo com ele e porque será, raios o parta, que não somos gays? Todos nós, os milhões de leitores? Essa é a lógica de quem renega uma pessoa apenas por ser quem é. Amigo, amiga, quando estiver com raiva de seu conhecido por ele ser gay, pegue seu preconceito e deixe-o reservado em seu guarda-roupa, ele ficará bem mais protegido lá, sem ninguém tocar. Ou quem sabe, você, por ser oprimido, por ter que enfrentar a ridicularização em sua própria casa, tenha terror de se declarar, de gritar “I will survive” como Gloria Gaynor gritou, de dizer aos seus amigos o que está acontecendo, desista desse empoeirado armário, ele não o levará para Nárnia alguma, apenas te diminuirá mais e mais a cada segundo.

Como muitos pensam, ser mulher não é crime, ser gay não é violação, ser homem não te faz machista. É necessário romper correntes, absorver o que as artes nos proporcionam. E, parafraseando Raul Seixas, “Faz o que tu queres, há de ser” quase “tudo da lei”. Amar é permitido, ofender, nunca. Escrever sobre é obrigação, não por ser pró ou contra, mas por ser quem é. Agente de toda a sociedade, transformador de visões, observador dessas, corra contra o preconceito ao invés de fortalecê-lo.

Atualizações

J.K. Rowling recebe prêmio da Cruz Vermelha Britânica

Devido ao seu trabalho na instituição “Lumos” (fundada também por J.K. Rowling) a autora de Harry Potter, Morte Súbita e da série “Cormoran Strike” recebeu hoje o prêmio “Humanity Award” da Cruz vermelha Britânica. A honraria é destinada a filantropos proeminentes e humanitários, cujo trabalho tem mudado a vida das pessoas em todo o mundo. Um dos representantes da Cruz Vermelha, Mike Adamson, declarou:

“Poucas pessoas podem ter tocado tantas vidas através de sua generosidade e coragem de falar como JK Rowling – ela é uma inspiração para os outros “.

Poucas imagens foram divulgadas (por hora) do evento. Mas nós disponibilizamos uma, na qual Joanne recebe o troféu que simboliza toda a condecoração.

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Reviews de Séries

Review: The Casual Vacancy 1×01 – Episode 1

Contém spoilers e comparações com a obra homônima de J.K. Rowling. Leia, ciente disso, por sua conta e risco.

The Casual Vacancy é a adaptação do livro Morte Súbita da autora J.K. Rowling (Harry Potter), que foi formatado em minissérie com três episódios, roteirizados por Sarah Phelps. Desde que foi anunciada, os fãs nutrem grandes esperanças e expectativas sobre o que o livro se tornaria ao ser adaptado para a televisão, já que, como todos sabemos, seria uma maneira de manter sua fidelidade ao máximo possível, mesmo que em três episódios. Mas após assistir a esse primeiro episódio, eu me pergunto, será que conseguirão manter a essência do livro? Será que conseguirão manter a história cativante que Rowling criou ao menos em sua forma mais superficial? Depois dos rumores de que a produtora mudou o final por ser muito triste para a televisão, eu acredito que não. Mas veremos.

Este primeiro capítulo se inicia de uma maneira um tanto vaga e introdutória, até então, tudo certo. Conhecemos Barry Fairbrother, o personagem principal, e vemos o quão grande é sua relação com a população de Pagford. Barry é bastante engajado, conhece muita gente e, inclusive, exerce influência na vida dessas pessoas. O típico político do bem, que nos é apresentado de maneira tão demorada no decorrer do livro, mas que é entregue de maneira tão fácil na primeira metade do episódio. Gostaria de fazer uma pequena ressalva à cena em que Barry está escovando os dentes e, de repente, vemos um efeito em que seu espelho trinca, e ele cai de maneira teatral no chão. Não gostei disso, achei falso, excessivamente teatral. Entendo que era pra ser um efeito de confusão, algo perturbador, mas simplesmente não deu certo pra mim.

Após essa pequena introdução, voltei a me perguntar, será que era realmente necessária? Foram 25 minutos de cenas conjugadas, que são apresentadas no livro aos poucos. Com tanto tempo perdido, fica complicado manter a fidelidade à obra, certo? Todas essas informações a respeito do Barry, poderiam muito bem ser dosadas em flashbacks no decorrer dos três episódios. Muito mais atraente de se assistir.

A ambientação do seriado, neste princípio, ficou magnífica, ao menos Pagford. Conseguiram mostrar com fidelidade o que Rowling descreveu em sua obra, mas receio não poder dizer o mesmo sobre Fields, cuja ambientação me pareceu mais arrumada e, se a palavra me permite, limpa, que o normal. Tudo muito certinho, isso no núcleo externo, já que internamente – Casa da Terri – , está tudo como é apresentado pela autora no sentido mais primitivo e sujo possível. Não há ressalvas para se fazer, nem algo a comentar. Perfeito.

Inclusive, a frase adicionada à porta de Robbie, provavelmente por Krystal, Don’t even fuckin’ try!! (Nem pense em tentar!!), contribuiu ainda mais para o ambiente que queríamos ver bem adaptado, uma ótima sacada dos produtores, o que também reforça nossa percepção de que a garota se preocupa com o irmão de uma maneira incondicional, mais que a própria mãe.

Um outro ambiente que não me agradou muito, foi o esconderijo do Arf e do Bola. Substituíram a caverna do rio por um casebre de madeira no campo, o que, nem de longe, contribuiu para a percepção inicial do objetivo da “base” deles: ficarem escondidos de tudo e todos.

Falado sobre a ambientação, vamos analisar o novo enredo conjugado com a atuação do elenco, e suas capacidades de darem vida aos personagens a que nos apegamos tanto:

– Terri, interpretada pela Keeley Forsyth: Mal tenho palavras para descrever a atuação de Keeley. Esplêndida, conseguiu passar exatamente a essência da mãe de Krystal e Robbie. Simplesmente magnífica, o que inclui também sua caracterização.

– Sukhvinder e Parminder, interpretadas por Ria ChoonyLolita Chakrabarti: Ria me pareceu uma ótima escolha para Sukhvinder, dizendo fisicamente, já que ela não teve uma fala sequer neste episódio. Espero, realmente, que não cortem suas cenas, que são importantíssimas para a mensagem final do livro. Com relação a Lolita, só tenho a dizer o quanto gostei, de sua caracterização, atuação e do que ela acrescentou à Parminder que conhecemos. Concordaram em gênero, número e grau com o que eu havia imaginado.

– Paul e Andrew, interpretados por Sonny Ashbourne Serkis e Joe Hurst: Sonny interpretou Paul com uma maestria de ator veterano. Pena não poder dizer o mesmo de Joe, que deu vida a um Andrew sem sal, semimorto e distante daquele dos livros. O ator parecia não expressar emoções, falando de maneira monótona, atuando como se tivesse má vontade. Não me conquistou como Andrew, o que me decepcionou bastante, porque era o meu personagem preferido nos livros.

– Julia e Aubrey, interpretados por Emilia FoxJulian Wadham: Uma grande interrogação no enredo. Mal tiveram espaço, em uma cena totalmente dispensável, não conquistaram a minha atenção, o que se deve à falta de atenção no quesito de quem são eles? Alguém que assista à minissérie sem ler o livro, provavelmente desistiria com uma grande sensação de falta de explicação. Espero que isso seja explicado melhor nos próximos capítulos.

– Simon e Ruth, interpretados por Richard GloverMarie Critchley: Richard conseguiu captar a essência do personagem. Apesar de sua caracterização não ser das melhores, o ator conseguiu nos cativar interpretando um Simon extremamente fiel ao do livro. Perturbador, impaciente, agressor, rancoroso (principalmente na cena em que vai reconhecer o corpo de Barry no hospital). Super bem retratado. Já Marie, não teve muito espaço na série, e possuiu uma caracterização extremamente falha, também. No entanto, passa a impressão de que seremos surpreendidos ainda, espero não estar errado e ficar muito surpreso com a Ruth na minissérie, também.

De resto, as atuações e caracterizações estavam extremamente boas, a produção da série está de parabéns. Barry e Mary, retratados com grande fidelidade, assim como Miles e Samantha – que convenhamos, é uma personagem magnífica nos livros, que foi transportada para a televisão da mesma maneira, sem nenhuma perda.

A cena da morte de Barry, com a qual o livro se inicia, foi mostrada com os mesmos sentimentos, repetindo o tal efeito do espelho se quebrando, que já comentei no início da review, com a única diferença de que, nesta parte, podemos sentir a aflição que Fairbrother estava possivelmente sentindo. Uma das melhores cenas, que só perde para a introdução de Krystal, que chega na escola atraindo a atenção de tudo e todos, causando. Uma atriz bem caracterizada, com uma atuação impecável e que conseguiu transmitir com exatidão a personagem de Joanne. Fiquei um tanto impressionado, inclusive, porque é raro ver algo assim.

Apesar das ressalvas, o primeiro episódio ficou com uma boa qualidade de adaptação para quem leu o livro, acredito que dificilmente cativará alguém de fora, como era a intenção dos produtores. Espero que continue dessa maneira e que não siga a linha de mistério de Pretty Little Liars ou Gossip Girl à qual somos introduzidos na cena final, onde o suposto fantasma de Barry Fairbrother é alguém que está assistindo o povo de Pagford, e está a par de todos os segredos.

Resenhas

Resenha: Em Janeiro, Caio Bersot

Os protagonistas de Em Janeiro poderiam ser jovens normais. Isso se não tivessem de lidar com segredos guardados por anos, relacionamentos perigosos e um brutal assassinato. Assim, esses sete jovens amigos, que mal terminaram a escola, precisarão fazer escolhas que podem mudar suas vidas de vez: lidar com os traumas do passado ou negar para sempre um grande amor? Permanecer tranquilo com a família ou arriscar a própria vida por um romance? Viver numa casa detestável ou trilhar caminhos estreitos para fugir dela? Com suas vidas entrelaçadas por um passado obscuro, eles terão de encontrar respostas que os libertem das correntes que ainda os prendem.

Em Janeiro foi o tipo de livro que me deixou com uma pulga atrás da orelha desde que assisti ao trailer e li sua sinopse. Aliás, o título já havia me intrigado bastante.

O livro de Bersot conta a história de sete adolescentes centrais, que vivem no Rio de Janeiro e estão aprendendo a lidar com suas próprias vidas. Aprendendo a tomar decisões sozinhos, com seus acertos, erros, triunfos e derrotas. Mas a vida deles não é, nem de longe, normal. Suicídios, assassinatos, traições, alcoolismo, depressão… Tudo parece assolar suas realidades de uma só vez.

Seus enredos se entrelaçam e se soltam com uma maestria inigualável, e que me deixou, como leitor, confuso inúmeras vezes e ansioso pelas próximas páginas. É praticamente impossível pegar o livro para ler aos poucos, mas acabei tendo de fazer isso porque o tempo não me permitiu ler tudo de uma só vez.

Adolescentes sentem uma necessidade imensa de se sentirem infinitos. E para isso, eles tentam de tudo. Em Em Janeiro nós vemos isso retratado da maneira mais bruta, humana e precária, sem máscaras, sem a fantasia na qual os livros não ficcionais são embalados ao irem para as prateleiras.

Não pude deixar de perceber a semelhança notável dessa obra com Morte Súbita, de J.K. Rowling, que também retrata humanos sendo… humanos. Nada além disso.

A mensagem que Caio Bersot passa de que a juventude é algo totalmente efêmero e que, para morrer, basta estar vivo, serve de lição de vida para muitos casos que vemos nos dias de hoje, seja nos noticiários ou nas redes sociais, onde jovens maximizam seus sofrimentos mínimos, conjugando-os com dramas desnecessários, pela exclusiva necessidade de se sentirem vivos. Parece até que estamos vivendo a geração romântica do mal do século. Mas nada disso é necessário para ser vivo ou aproveitar a vida. E, no livro de Caio, as personagens aprendem isso da maneira mais brutal possível. Achei incrível o sangue frio do autor para acabar com alguns personagens que eu considerava tanto (Lúcio e Rosemeire </3). Exemplo de que vida de leitor que shippa casais em livros não é fácil, também.

Outro ponto bastante explorado é a superação. Quando adolescentes perdem um amor, se descabelam, quase se matam achando que nunca mais encontrarão ninguém na vida… Mas tudo é passageiro, até mesmo a vida. Nada é permanente, e o ponto final pode vir em um estalar de dedos. Superação, idas e vindas são uma parte fundamental da nossa formação humana e emocional, uma parte essencial do nosso amadurecimento.

Não existe uma maneira de eu introduzir vocês à história sem dar nenhum spoiler, porque ela já começa mostrando para que veio. Nada de brincadeiras, nada de rodeios desnecessários.

O livro não é leve, muito pelo contrário. Sua densidade vai muito além dos números de páginas e por este motivo, recomendo Em Janeiro para todos os adolescentes. Leitura obrigatória para estes seres dramáticos que culpam seus hormônios pelos humores bipolares. Leiam e aprendam lições valiosíssimas de vida. E guardem o nome de Caio Bersot, porque o cara é promissor!

Saiba mais sobre o livro (clicando aqui) e baixe-o (clicando aqui).

https://www.youtube.com/watch?v=oQsqP3F8Km0

 

 

 

 

Resenhas

Resenha: O Bicho-da-Seda, Robert Galbraith (J.K. Rowling)

O detetive Cormoran Strike, protagonista de O chamado do Cuco, está de volta, ao lado de sua fiel assistente Robin Ellacott, no segundo livro de Robert Galbraith, pseudônimo de J.K. Rowling. Dessa vez, o veterano de guerra terá que solucionar o brutal assassinato de um escritor. Quando o romancista Owen Quine desaparece, sua esposa procura o detetive particular Cormoran Strike. Incialmente, ela pensa apenas que o marido se afastou por alguns dias como fez antes e quer que Strike o encontre e o leve para casa. Mas, à medida que investiga, fica claro para Strike que há mais no sumiço de Quine do que percebe a esposa. O escrito acabara de concluir um livro retratando maldosamente quase todos que conhece. Se o romance fosse publicado, a vida deles estaria arruinada – assim, muita gente pode querer silenciá-lo. E quanto Quine é encontrado brutalmente assassinado em circunstâncias estranhas, torna-se uma corrida contra o tempo entender a motivação de um assassino impiedoso, diferente de qualquer outro que Strike tenha encontrado na vida.

Após rejeitar um caso promissor, Cormoran atira às cegas e acerta bem no meio do alvo. O segundo romance da série “Cormoran Strike” elimina todos os concorrentes do gênero, traz à tona o bom e velho gênero policial. Em Londres, hoje, pouco se fala de Sherlock e Watson, outra dupla figura nos jornais e na televisão.

Resenhar um livro de J.K. Rowling sem ser tendencioso é algo impossível quando o escritor é um bruxo. É isso que todo e qualquer fã fala antes de escrever algo do gênero, e, por mais que tente, não posso fugir do clichê. “Morte Súbita” demonstrou que Joanne sobreviveria em qualquer meio literário, já o “O Chamado do Cuco” surgiu para reafirmar: “J.K. Rowling consegue ser J.K. Rowling até quando não é J.K. Rowling.” O segundo volume da série devasta qualquer leitor. Com um início parecido com o de “Cuco”, cheio de dúvidas sobre assassinato ou desaparecimento, o leitor logo descobre que Owen Quinne está muito mais que morto.

Algo que melhora entre “Cuco” e “Seda” é a relação entre Cormoran e Robin. No segundo livro podemos notar um maior envolvimento dos dois, e é de conhecimento geral que a maioria dos fãs “shippa” o casal, mesmo que Matthew, o noivo da secretária, marque presença na maioria das páginas destinadas à personagem. O ponto forte de “O Bicho-da-Seda” é o fato de falar sobre o mercado literário. Digamos que J.K. Rowling fez questão de demonstrar como é suja a seleção de originais, a publicação de renomes e como se sente um escritor em crise. A própria sofrera em seu início de carreira, quando teve seu “Harry Potter e a Pedra Filosofal” rejeitado por doze editoras no Reino Unido. O simbolismo usado em “O Bicho-da-Seda” é algo secular. O uso de obras clássicas em meio aos capítulos só deixa tudo mais sofisticado e com a real feição Londrina.

A conclusão do romance deixa todo leitor boquiaberto. A teia construída por Joanne resulta em um menestrel literário. Não foi só um assassinato. A morte, juntamente com o desfecho, vira um afresco que deve ser admirado por séculos. O discurso existencialista abordado nas quatrocentas e poucas páginas é feito lentamente, mas com uma eficácia tremenda. Cormoran é a fantasia real que faz falta em meio a distopias e livros juvenis com pouco conteúdo.

O plano de fundo usado por Rowling, desde Londres a estradas pintadas por nevascas, foi altamente elaborado. Sente-se o cheiro da fumaça londrina, da espessura dos prédios seculares, é o estopim da Literatura Policial. Muitos julgaram “Seda” um livro enfadonho, sem atrativos. O segundo volume da História de Strike, para mim, é eletrizante, não se desgruda, não se esquece das frases lidas. Um realismo fortíssimo foi empregado em cada parágrafo, desde as partidas do Arsenal assistidas por Cormoran até as discussões de Robin com seu noivo. Joanne só precisou de um assassinato para provocar a crítica mundial. Um assassinato para desbancar o mercado das letras, ao qual faz uma crítica ferrenha. Rowling obriga o leitor a desvendar o mistério. Ou descobre ou descobre, não existe outra opção. Como dissera Strike em uma conversa com sua secretária sobre o assassino: “Eu sinto o cheiro, Robin”. Se pudesse, o completaria, e afirmaria “O Bicho-da-Seda tem o cheiro do melhor livro do ano. Cheiro de obra que não se desfaz através dos anos”.

Seremos presenteados com a adaptação das aventuras (ou desventuras) de Strike para a televisão, a BBC já anunciara. Será uma grande estreia do mundo das séries, assim como foi no âmbito literário.

Resenhas

Resenha: O Chamado do Cuco – Robert Gailbraith (J.K. Rowling)

Sinopse: Quando uma modelo problemática cai para a morte de uma varanda coberta de neve, presume-se que ela tenha cometido suicídio. No entanto, seu irmão tem suas dúvidas e decide chamar o detetive particular Cormoran Strike para investigar o caso. Strike é um veterano de guerra, ferido física e psicologicamente, e sua vida está em desordem. O caso lhe garante uma sobrevida financeira, mas tem um custo pessoal: quanto mais ele mergulha no mundo complexo da jovem modelo, mais sombrias ficam as coisas e mais perto do perigo ele chega. Um emocionante mistério mergulhado na atmosfera de Londres, das abafadas ruas de Mayfair e bares clandestinos do East End para a agitação do Soho. O chamado do Cuco é um livro maravilhoso. Apresentando Cormoran Strike, este é um romance policial clássico na tradição de P. D. James e Ruth Rendell, e marca o início de uma série única de mistérios.

Quando descobri que J.K. tinha lançado mais um livro (usando o pseudônimo Robert Gailbraith, não vou negar que fiquei tensa. Tensa porque não importa o que essa mulher lançar, eu sei que terei a obrigação de ler, seja bom ou ruim! Tensa porque ela sempre vai sofrer de uma enorme cobrança em seus trabalhos pós-era Harry Potter. E tensa porque me decepcionei com “Morte Súbita” e estava com medo de que não gostasse mais de nenhuma obra de J.K. Mas felizmente estava enganada!

O livro começa com a morte da supermodelo Lula Landry, que cai da varanda do seu prédio em uma rua em Londres, deixando uma multidão de fotógrafos, fans e curiosos na calçada, na expectativa de novas notícias. Após sua morte ser declarada como suicídio pela polícia, o irmão de Lula, John Bristow, não se conforma. Mesmo depois de 3 meses, ele não acredita que sua irmã tenha tirado a própria vida, ela procura o detetive particular, Cormoran Strike, para investigar o caso. Strike é um veterano de guerra que sobrevive de bicos investigativos. Ferido fisicamente e psicologicamente, abandonado pela sua mulher e vendo seus negócios se afundarem em dívidas, ele se contenta a trabalhar em um minusculo escritório, onde não ganha nem o suficiente para pagar o aluguel, e vê na proposta de John Bristow uma alternativa de ganhar dinheiro, mesmo sem muita perspectiva de encontrar um assassino, afinal a polícia já havia decretado o suicídio. Mas como negar um caso que vem com uma bolada de dinheiro, milhares de documentos obsessivamente arrumados, gravações de entrevistas e cópias de documentos (tudo investigação pessoal do irmão de Lula)?

Em meio a entrevistas de amigos, familiares, policiais, porteiros, seguranças e conhecidos da vida de Lula, Strike vai descobrindo que o irmão dela não poderia estar mais certo: há muito mais por trás da morte da modelo do que ele imaginava. Contando com a ajuda de uma super-eficiente secretária temporária (que se apaixona pelo trabalho e não consegue se imaginar sendo temporária por muito mais tempo) Robin, Strike mergulha cada vez mais fundo na vida de Lula, e descobre uma trama repleta de traições, armações e ilusões que acobertam a morte da modelo.

O chamado do cuco não decepciona em sua história policial, sendo um livro afiado com intrincadas tramas, personagens interessantes e um mistério que consome o leitor até o final da leitura.Em um ritmo rápido, nos vemos cercados pela investigativa e sempre ávidos a continuar a leitura em busca do assassino. A história de Cormoran Strike fez sucesso antes mesmo de ter sido divulgado seu verdadeiro autor, e com razão!

Não leia esse livro porque é mais um de J.K., leia este livro porque ele é realmente bom! Tão bom que afinal terá continuação: “The Silkworm”, previsto para lançamento no dia 24 de junho! Vamos aguardar!