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Resenha: Sob a Redoma, Stephen King

O suspense está no ar. A luta pela sobrevivência dos habitantes de uma pequena cidade vai te prender do começo ao fim em Sob a Redoma, de Stephen King. Em 960 páginas, você verá uma pacata cidade interiorana ser misteriosamente isolada do restante do mundo por meio de um campo de força invisível. Nada pode ser aproximar dos limites dessa barreira e não há nenhum tipo de comunicação possível com o mundo lá fora.

Mistério, suspense, política, mortes, medo, angústia, consequências ecológicas desastrosas. Qual será o desenrolar dessa trama?

Até agora não caiu a ficha de que eu acabei este livro! De início, parece ser enorme, porém quando vamos começando a ficar enclausurados junto com os moradores da cidade em formato de bota, começamos a viver suas vidas, sentir seus medos e, claro, suas aflições em relação ao confinamento. Sério, são 960 páginas que mais parecem 400. Foi impossível não ficar sob a redoma!

Tenho que confessar que era louco para ler este livro desde 2012 e só agora, em 2015, tive a oportunidade de adentrar na vida dos cidadãos da pacata Chester’s Mill, e foi uma aventura alucinante e ao mesmo tempo agoniante. Alucinante pois nunca havia lido algo de tamanha complexidade, e agoniante porque entramos na vida de pessoas tão distintas e vemos até onde elas vão para poder sobreviver. Essa mistura foi algo que casou perfeitamente bem. Mas também porque temos na direção do futuro da cidade nada mais nada menos que Stephen King, um autor cultuado, renomado, incrivelmente criativo e inteligente.

Muitos podem pensar que, o foco do livro é a ficção, porém, o grande trunfo é o fato de termos pouca coisa fictícia e termos um banquete de realidade. A grande jogada de King nesta trama é o convívio das pessoas em situações extremas. É impressionante o modo como Stephen trata a sociedade. Ele não mede palavras e cenas. As coisas beiram a realidade, o que chega a ser assustador.

Ainda falando em King, uma coisa que eu simplesmente adorei foi que tive a chance de ver o ponto de vista de todo o elenco. Isso foi incrível! Além disso, o regionalismo é bem pesado e, diga-se de passagem, bem trabalhado.

O livro em si é muito bom, porém, há um problema. O desfecho. Bem, é bem triste um enredo tão bom e tão rico acabar tendo um desfecho tão mísero. Assim, o clímax foi bom mas a resolução foi bem mediana. Depois de 900 páginas majestosas, as 60 que eram para ser as mais importantes acabaram me decepcionando. Mas não desanimem, isso não tira o brilho de Sob a Redoma.

É uma experiência fantástica e única. Só tenho uma recomendação: prepare-se para grandes emoções.

Atualizações

Divulgada imagem da adaptação "Celular", de Stephen King

A Clarius Entertainment adquiriu os direitos para a produção da adaptação do thriller “Celular” (Cell), baseado no livro de Stephen King, que também fez o roteiro. E ontem, dia 5, a primeira imagem das filmagens foi divulgada!

cell
Nela estão John Cusack, Samuel L. Jackson e Isabelle Fuhrman (Jogos Vorazes). O filme também tem a participação de Stacy Keach (Nebraska) e direção de Tod “Kip” Williams, de Atividade Paranormal 2.

Confira a sinopse do longa:

Quando um poderoso sinal é transmitido através de redes móveis em todo o mundo, as mentes dos usuários de telefone celular são reprogramados instantaneamente e perigosamente. Rumo ao norte pela Nova Inglaterra em busca de sua esposa e filho, Clay Riddell (Cusack) é acompanhado por um grupo de sobreviventes na esperança de afastar os sanguinários e hiper-conectado “phoners.”

Fonte: Collide

Resenhas

Resenha: It – A Coisa, Stephen King

Durante as férias escolares de 1958, em Derry, pacata cidadezinha do Maine, Bill, Richie, Stan, Mike, Eddie, Ben e Beverly aprenderam o real sentido da amizade, do amor, da confiança e… do medo. O mais profundo e tenebroso medo. Naquele verão, eles enfrentaram pela primeira vez a Coisa, um ser sobrenatural e maligno que deixou terríveis marcas de sangue em Derry.
Quase trinta anos depois, os amigos voltam a se encontrar. Uma nova onda de terror tomou a pequena cidade. Mike Hanlon, o único que permanece em Derry, dá o sinal. Precisam unir forças novamente. A Coisa volta a atacar e eles devem cumprir a promessa selada com sangue que fizeram quando crianças. Só eles têm a chave do enigma. Só eles sabem o que se esconde nas entranhas de Derry. O tempo é curto, mas somente eles podem vencer a Coisa. Em It : A Coisa, clássico de Stephen King em nova edição, os amigos irão até o fim, mesmo que isso signifique ultrapassar os próprios limites.

A cada vinte e sete anos, desaparecimentos e mortes misteriosas ocorrem em Derry, no Maine. Uma força sobrenatural reside na cidade se alimentando de seus piores medos e angustias, enfrentá-la pode ser a única maneira de se ver livre dela pra sempre, mas isso já foi feito uma vez e quando o ciclo recomeçou ela parecia mais faminta do que nunca.

Stephen King conseguiu me prender a sua narrativa de uma forma que poucos autores conseguiram, pois apesar de ser um livro relativamente grande ele não se torna cansativo, fazendo você perder o sono e não largá-lo até o seu desfecho, que por sinal foge do clichê substituindo os arrepios por lágrimas.

Seus esforços serão falhos caso tente não se apegar aos personagens, pois cada um deles possui personalidades fortes e características únicas, tornando o suspense ainda mais apavorante quando o seu personagem favorito está a um passo de ser devorado, mas enquanto a isso você terá de se acostumar pois brutalidades é o que não faltam no decorrer da trama.

Em 1958 um grupo de amigos enfrentaram a Coisa, pode parecer injusto que crianças na faixa de 12 anos tenham tido tal responsabilidade mas isso só fez mostrar o quão forte era sua amizade, depois de derrotá-la achavam que a tinham matado, mas a duvida insistia em permanecer, então os sete fizeram um pacto de sangue prometendo voltar a cidade e acabar de uma vez por toda com o mal que ali habitava.

A Coisa na maioria das vezes assume a forma de um palhaço, aliás qual a melhor forma de atrair uma criança? Elas são suas vitimas favoritas, possuem a mente criativa e cheia de medos a serem explorados e logo após de a terem cativadas a Coisa se transforma no seu pior pesadelo, devorando-a em parte e deixando o resto jogado a esmo até que um pobre coitado encontre o que sobrou de seu jantar.

Richie, Ben, Beverly, Eddie, Bill e Stan já não moram mais em Derry, cada um tinha seguido sua vida que não incluía uns aos outros e obtido um sucesso profissional cobiçado por muitos. Em uma noite recebem uma ligação, trinta anos após o juramento que fizeram, um ligação capaz de aterrorizá-los tanto quanto quando estavam naquela maldita cidade, era Mike, o único que tinha permanecido em Derry e reuniu provas de que a Coisa voltou, e agora eles estão acorrentados a uma promessa que fizeram no passado tendo de voltar onde tudo começou e junto com Mike derrotar a Coisa, mas primeiro será preciso lembrar de como aconteceu, muitos anos se passaram e poucas foram as memórias que restaram.

Um suspense repleto de flashbacks que vai fazer qualquer leitor querer mais, não importa o quanto o presente seja esclarecedor e superficialmente suficiente, King sempre nos joga no passado mostrando ainda mais detalhes para provar que sempre a algo mais a ser explorado.

Atualizações

"Novembro de 63", de Stephen King, vai virar série do Hulu

O site Hulu, concorrente direto do Netflix, encomendou para ninguém menos que J.J. Abrams (Star Wars: Episódio VII e Star Trek) uma adaptação do romance Novembro de 63 (Suma de Letras), de Stephen King. A série contará com nove episódios, com uma hora cada.

O livro conta a história de um viajante no tempo que tenta evitar o assassinato do ex-presidente americano John F. Kennedy.

Enquanto Abrams será o produtor executivo da série, junto com o próprio King, Bryan Burk (Lost) e Bridget Carpenter (Friday Night Lights), ajudarão na produção do roteiro. A ideia do Hulu é disputar espaço com seus concorrentes Amazon e Netflix na produção de seriados próprios.

Sem data de estreia, o site ainda não sabe se disponibilizará alguns episódios para o público em geral ou se somente assinantes poderão acompanhar a série.

Mesmo não estando disponível no Brasil, a novidade deixa os fãs de King ansiosos!

 

Fonte: VEJA

Foto: Reprodução

Atualizações, Colunas

Especial Stephen Hawking (1942-2018)

O físico teórico e cosmólogo britânico Stephen Hawking faleceu nessa quarta-feira (14/03), e o Beco resolveu fazer um especial como reconhecimento a toda a contribuição que ele fez nas ciências.

Stephen Hawking

Stephen William Hawking nasceu no dia 08 de janeiro de 1942, exatamente no aniversário de 300 anos da morte de Galileu, em Oxford, Inglaterra. Entrou, em 1959, na University College, Oxford, onde pretendia estudar matemática, conflitando com seu pai, que gostaria que Stephen estudasse medicina. Como não pôde, por não estar disponível em tal universidade, optou então por física, formando-se três anos depois (1962). Seus principais interesses eram termodinâmica, relatividade e mecânica quântica. Obteve o doutorado na Trinity Hall, em Cambridge, em 1966, de onde era um membro honorário. Depois de obter doutorado, passou a ser pesquisador e, mais tarde, professor no Gonville and Caius College. Depois de abandonar o Instituto de Astronomia em 1973, Stephen entrou para o Departamento de Matemática Aplicada e Física Teórica tendo, entre 1979 e 2009, ano em que atingiu a idade limite para o cargo, ocupando o posto de professor lucasiano de Matemática, cátedra que fora de Isaac Newton, tendo sido professor lucasiano emérito da Universidade de Cambridge.

Casou pela primeira vez em julho de 1965 com Jane Hawking, separando-se em 1991, com quem teve três filhos. Casou depois com sua enfermeira, Elaine Mason, em 16 de setembro de 1995, da qual se divorciou em 2006. Hawking era portador de esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma rara doença degenerativa que paralisa os músculos do corpo sem, no entanto, atingir as funções cerebrais, sendo uma doença que ainda não possui cura. A doença foi detectada quando ele tinha 21 anos. Em 1985, Hawking teve que submeter-se a uma traqueostomia após ter contraído pneumonia visitando o CERN, na Suíça, e, desde então, utilizava um sintetizador de voz para se comunicar. Gradualmente, foi perdendo o movimento dos braços e pernas, assim como do resto da musculatura voluntária, incluindo a força para manter a cabeça erguida, de modo que sua mobilidade era praticamente nula. Em 2005, Hawking usava os músculos da bochecha para controlar o sintetizador, e, em 2009, já não podia mais controlar a cadeira de rodas elétrica.

Os principais campos de pesquisa de Stephen Hawking foram cosmologia teórica e gravidade quântica. Em 1971, em colaboração com Roger Penrose, provou o primeiro de muitos teoremas de singularidade; tais teoremas fornecem um conjunto de condições suficientes para a existência de uma singularidade no espaço-tempo. Este trabalho demonstra que, longe de serem curiosidades matemáticas que aparecem apenas em casos especiais, singularidades são uma característica genérica da relatividade geral.

Hawking também sugeriu que, após o Big Bang, primordiais ou miniburacos negros foram formados. Com Bardeen e Carter, ele propôs as quatro leis da mecânica de buraco negro, fazendo uma analogia com termodinâmica. Em 1974, calculou que buracos negros deveriam, termicamente, criar ou emitir partículas subatômicas, conhecidas como radiação Hawking. Além disso, também demonstrou a possível existência de miniburacos negros. Stephen Hawking também participou dos primeiros desenvolvimentos da teoria da inflação cósmica, no início da década 80, com outros físicos como Alan Guth, Andrei Linde e Paul Steinhardt, teoria que tinha como proposta a solução dos principais problemas do modelo padrão do Big Bang.

Escreveu diversos livros que ajudaram a divulgar complexas teorias cosmológicas em linguagem fácil para leigos. O primeiro foi Uma Breve História do Tempo, escrito entre 1982 e 1984 e vendendo mais de 10 milhões de cópias. Obras seguintes incluem O Universo numa Casca de Noz (2001), Uma Nova História do Tempo (2005, versão atualizada de sua estreia co-escrita com Leonard Mlodinow) e God Created the Integers (2006). Em parceria com sua filha Lucy Hawking, também escreveu livros infantis sobre o universo, como George e o Segredo do Universo (2007) e suas duas continuações. O asteróide 7672 Hawking foi nomeado em sua homenagem.

A vida de Stephen Hawking já foi contada em dois documentários e dois filmes. Os documentários foram A Brief History of Time (1991), em que Errol Morris usou o livro homônimo como base para relatar a vida do cientista, e Hawking (2013), narrado pelo próprio Stephen. Em 2004, o filme televisivo Hawking foi lançado pela BBC Two. Dirigido por Philip Martin, o filme estrela Benedict Cumberbatch como Hawking, focando em seu período na Universidade de Cambridge. Outra biografia mais abrangente foi lançada nos cinemas em 2014, The Theory of Everything (No Brasil, A Teoria de Tudo), baseado no livro de memórias de Jane Hawking, Travelling to Infinity: My Life with Stephen. Confira a crítica que o Beco fez do filme aqui!

Stephen Hawking morreu na sua casa em Cambridge no dia 14 de março de 2018, aos 76 anos, devido a complicações da sua doença degenerativa.

Curiosidades
  • Quando tinha 9 anos, ele foi considerado o pior aluno da turma.  Apesar disso, sempre demonstrou interesse pelas coisas, principalmente em descobrir como elas funcionavam de fato. Nessa época, seu apelido era Einstein.
  • Antes de ter sua doença diagnosticada, Hawking fazia parte de uma equipe de remo em Oxford, o que acabou de vez com a impopularidade do estudante quietinho de Física. O lado ruim é que, uma vez popular, seus hábitos de estudo começaram a diminuir, já que ele treinava seis tardes por semana.
  • Uma de suas maiores pesquisas diz respeito à teoria de que o Universo é ilimitado. Para explicar isso, Hawking usa como exemplo a própria Terra que, se imaginada em sua forma, não apresenta um começo ou um fim – é tudo uma coisa só. A única diferença é que o nosso planeta é tridimensional, enquanto o Universo se apresenta em 4D.Outra teoria a respeito do Universo sem limites é a que relaciona tempo e espaço. Nesse caso, podemos fazer a mesma comparação com a Terra, mas pensando agora em tempo. Einstein já mostrou que tempo e espaço são relativos, mas alguns físicos já conseguiram provar que o Universo está em expansão, o que pode afetar o tempo como um todo.
  • Em 1974, tornou-se membro da Academia Real de Ciência, criada em 1660. Um ano depois, recebeu das mãos do papa uma medalha de ouro em homenagem aos seus estudos científicos. Além disso, foi o ganhador do Prêmio Albert Einstein. Em 1980 ele foi condecorado comandante do Império Britânico, cargo que é apenas um nível abaixo da condecoração de cavaleiro. Em 2009, recebeu das mãos do presidente Barack Obama uma medalha de liberdade, a mais alta honraria civil concedida pelos EUA.
  • Durante o aniversário de 50 anos da NASA, em 2008, que ele declarou acreditar na possibilidade de vida em outros planetas além da Terra.
  • Em 2007, Hawking experimentou os efeitos da gravidade zero e, pela primeira vez em décadas, conseguiu sair por alguns instantes de sua cadeira de rodas e até mesmo praticar alguns exercícios. Sua vontade de experimentar esse tipo de efeito ia além da óbvia paixão pelo Universo: ele queria incentivar o aumento de viagens espaciais, bem como a sua acessibilidade. Segundo ele, é importante que os homens possam logo viajar de um planeta para outro, pois no futuro isso pode garantir a sobrevivência da Terra.
  • Além de ser um físico famoso, Hawking também é conhecido por ter um excelente senso de humor. Ele apareceu pessoalmente pela primeira vez na televisão em 1993, em um episódio de Star Trek: The Next Generation e depois na famosa série The Big Bang Theory. Além disso, versões animadas dele apareceram em The Simpsons e Futurama, onde ele próprio emprestou a voz de seu famoso sintetizador de voz.
  • O sintetizador original da voz de Stephen Hawking foi criado por uma empresa Californiana. Inicialmente, o programa permitia que Hawking “falasse” usando um clicker manual, onde ele escolhia as palavras que apareceriam em uma tela. Como Hawking já não era capaz de usar as mãos, ele passou a usar um sensor infravermelho em seus óculos, que gerava as palavras detectando o movimento de sua bochecha.Apesar de ser britânico, sua voz artificial tinha um sotaque americano. Embora vozes melhores e mais claras já estejam disponíveis, Hawking se recusou a trocá-la, pois ele acreditava que essa voz já havia se tornado uma parte de sua identidade. Além disso, a voz do sistema de fala de Hawking já não é mais utilizada pela empresa, fazendo com que ela seja única.
  • Seu QI é 160 pontos (o mesmo que Einstein). Para uma pessoa ser considerada um gênio, precisa ter um QI mínimo 140. Pessoas comuns possuem um QI de 100.
  • Hawking já se casou duas vezes, e sua vida matrimonial com sua segunda esposa, Elaine Mason, não foi marcada apenas por momentos felizes. Em 2000, ele foi parar no hospital com ferimentos compatíveis com violência (cortes e hematomas), mas negou ter sofrido maus-tratos. Porém, em 2003, sua filha Lucy confessou que ele apanhava da esposa.
Resenha: A firma, John Grisham
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Resenha: A firma, John Grisham

A Firma foi o primeiro livro que li de John Grisham, por indicação de ninguém menos que Stephen King. Sim, ele mesmo. Em seu livro Sobre a Escrita, King menciona que escritores devem abordar temas que dominam, assim como Grisham fez com A Firma, logo após se formar em Direito.

Quando Mitch McDeere aceita trabalhar na Bendini, Lambert & Locke, em Memphis, tem certeza de que ele e sua linda esposa, Abby, tiraram a sorte grande.

Além de ser uma firma que se orgulha de ter os maiores salários e benefícios do país, ainda lhe oferece um BMW, quita suas dívidas estudantis, arranja um financiamento de imóvel a juros baixos e contrata uma decoradora para sua casa.

Justamente quando começa a achar que tudo parece bom demais para ser verdade, Mitch é procurado por um agente do FBI, que lhe revela informações confidenciais sobre a empresa e lhe diz que ele mesmo está sob investigação.

Ao ser pressionado para se tornar informante, Mitch se vê num beco sem saída. Se não concordar em colaborar, será denunciado à justiça, mas se a firma descobrir seu papel duplo, o preço a pagar pode ser a própria vida.

O livro narra a história de Mitch McDeere, um advogado recém-saído da faculdade, com dezenas de propostas de emprego. Sendo um aluno de destaque, todas as empresas o querem. Ele acaba optando pela enigmática Bendini, Lambert & Locke, em Memphis, que oferece benefícios incomparáveis – como uma BMW para todos os advogados contratados, financiamentos com juros baixíssimos para comprar um imóvel, tudo em troca de dedicação total. Mitch e sua esposa, Abby, acreditam ter encontrado a oportunidade dos sonhos e se mudam para a cidade sem hesitar.

+ Resenha: Sobre a escrita – A arte em memórias, Stephen King

Em seu novo emprego, Mitch mergulha de cabeça. Chega a trabalhar catorze, dezoito horas por dia, com a promessa de alcançar seu primeiro milhão aos 45 anos e uma aposentadoria tranquila. Vale a pena se sacrificar agora, certo?

Enquanto acompanhamos a história pelo ponto de vista de McDeere, começamos a perceber que a estrutura da Bendini, Lambert & Locke é mais sombria do que aparenta. A pulga atrás da orelha surge com a existência de uma misteriosa central de segurança no último andar, além de sinais de que a casa, o carro e até as conversas de Mitch estão sob vigilância constante. Não é apenas uma firma.

Essa suspeita se confirma quando, em um almoço rotineiro, Mitch é abordado por um agente do FBI, que revela que ele está sendo investigado. Agora, ele tem duas opções: cooperar com o FBI para desmascarar a firma ou fingir que nada aconteceu, correndo o risco de que o esquema não seja desmantelado sem ajuda interna. Preso em uma encruzilhada, Mitch descobre que está trabalhando para a máfia. Sim, isso mesmo. A firma é fachada para os esquemas bilionários de uma família mafiosa. E agora, eles têm provas contra Mitch. Alguns dias antes, dois advogados que decidiram cooperar com o FBI desapareceram sem deixar rastros.

A trama se desenvolve de forma tão envolvente que é difícil largar o livro. A história vai se afunilando, inicialmente sob o ponto de vista de Mitch, e, aos poucos, outros personagens da firma ganham voz, até que, de repente, o leitor também conhece os planos da máfia. A escrita de Grisham prende a atenção. É um livro relativamente longo, com mais de 400 páginas, mas terminei em apenas três dias, mesmo conciliando com trabalho e estudos. Se não fossem essas obrigações, provavelmente não teria parado até o fim.

Em certo ponto, a firma descobre que Mitch está colaborando com o FBI, iniciando uma verdadeira caçada. Algumas informações vazam, e Mitch percebe que não pode confiar em nenhum dos lados. Minha única crítica é a quantidade de personagens, muitos com nomes difíceis, que alternam entre primeiro nome e sobrenome. Não foram poucas as vezes em que me peguei pensando: “Quem é esse mesmo?” ou “Já vi esse personagem antes?”.

Durante essa perseguição, a narrativa acelera bastante. Os capítulos trocam de ponto de vista rapidamente, o que pode ser frustrante para leitores mais detalhistas, como eu. O desfecho, no entanto, me decepcionou. A construção da trama foi desfeita de forma rápida e fácil demais. Mitch fugir com o dinheiro da máfia para uma ilha onde a máfia tinha suas maiores operações, mesmo com boa parte dela desmantelada pelo FBI, me pareceu inverossímil. Esperava um final mais desafiador, considerando o império criminoso meticulosamente descrito ao longo da história.

Ainda assim, eu daria quatro estrelas de cinco. É uma leitura agradável, sobre um tema que me interessa muito (e ao qual eu ainda não havia dado chance na ficção), então recomendo. Só não espere muito do final.

Governo de Santa Catarina censura livros em escolas, veja
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Governo de Santa Catarina censura livros em escolas, veja

A Secretaria de Educação de Santa Catarina determinou às bibliotecas escolares na última terça (7) que nove livros fossem retirados de escolas de Florianópolis e fossem armazenados em “local não acessível à comunidade escolar”. O ofício ainda dizia que em breve chegariam novas orientações.

+ Censura na Bienal do Rio – como foi e o que podemos fazer sobre

Entre os livros censurados estão títulos como “Laranja Mecânica”, que aborda temáticas de regimes autoritários, “O Diário do Diabo”, que critica uma figura importante próxima a Adolf Hitler e “A Química Entre Nós”, que retrata o romance entre duas adolescentes.

Procurada pela CartaCapital, a Secretaria de Educação negou a censura e alegou que se trata de uma redistribuição das obras dentro da rede estadual. “A Secretaria de Estado da Educação (SED), por meio da Coordenadoria Regional de Educação de Florianópolis, informa que está redistribuindo alguns dos títulos das bibliotecas das unidades escolares da região, buscando melhor adequar as obras literárias às faixas etárias das diferentes modalidades oferecidas na rede estadual de educação”.

A decisão causou preocupação e indignação nas redes sociais, uma vez que a pasta ainda não anunciou o destino das obras, nem como será feita a redistribuição.

Lista de obras que sofreram censura:

  • A química entre nós, Larry Young e Brian Alexander
  • Coração satânico, William Hjortsbert
  • Donnie Darko, Richard Kelly
  • Ed Lorraine Warren: demonologistas – arquivos sobrenaturais, Gerald Brittle
  • Exorcismo, Thomas B. Allen
  • It: A coisa, Stephen King
  • Laranja Mecânica, Anthony Burguess
  • Os 13 porquês, Jay Asher
  • O diário do diabo: Os segredos de Alfred Rosenberg, o maior intelectual do nazismo, Robert K. Wittman e David Kinney

Veja abaixo a reprodução completa do ofício enviado às escolas:

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Halloween: 5 livros de terror para ler hoje
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Halloween: 5 livros de terror para ler hoje

O fim de Outubro chegou, e com ele veio a época favorita dos amantes de terror. O Halloween é uma tradicional festa norte-americana que surgiu nas Ilhas Britânicas e é reproduzida em diferentes países, inclusive no Brasil. Pensando nisso, a Disal, referência no mercado editorial, criou a campanha “Circo das Palavras Sombrias”, para os fãs que buscam uma boa história fazer parte da sua noite sombria. 

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 A celebração conta com várias simbologias e personagens que abraçam o misterioso e enriquecem a atmosfera do medo. No âmbito científico, essa atração pelo sobrenatural pode ser justificável. Segundo especialistas, algumas pessoas são naturalmente predispostas a sentir atração por histórias de terror. Pode haver componentes hereditários, acompanhados de alterações localizadas nos sistemas neuronais responsáveis pela capacidade de gerar empatia e de sentir medo.

De acordo com o Relatório anual de Author’s Earnings de 2021, devido ao seu caráter literário especulativo, os gêneros suspense e terror são um dos mais lidos porque as pessoas querem saber sobre os segredos por trás do lado paranormal, místico e sombrio da vida humana. E você? Prefere doces, travessuras, um livro ou tudo junto?

Confira a seleção feita em parceria com o Beco Literário:

Box “Terríveis Mestres”

Nada melhor que entrar no clima de Dia das Bruxas com alguns dos maiores nomes do horror mundial. Histórias de Edgar Allan Poe, H.P. Lovecraft e Arthur Conan Doyle estão reunidas no box “Terríveis Mestres” e, com narrativas carregadas de mistérios e personagens sombrios, prometem prender o leitor da primeira à última página. 

“Carrie” – Stephen King

Em “Carrie”, adaptado para os cinemas como “Carrie, a Estranha”, King mescla o fanatismo religioso, as mudanças típicas da adolescência feminina e ocorrências sobrenaturais em uma de suas obras mais famosas. 

“O Vilarejo” – Raphael Montes

O horror nacional está mais vivo que nunca. Em “O Vilarejo”, Raphael Montes, autor de “Bom Dia, Verônica” e vencedor prêmio Jabuti de 2020, conta a história de um padre e demonologista que investiga a conexão de cada um dos pecados capitais com um demônio. A partir disso, descobre registros de um amaldiçoado vilarejo onde, gradativamente, a população é extinguida.

Por se tratar de um curto livro de contos, é uma alternativa perfeita para entreter-se na noite de Halloween.

“Frankenstein” – Mary Shelley

Em um dos mais célebres romances do século XX, Mary Shelley conta a história do cientista Victor Frankenstein que, após inúmeras tentativas, consegue dar vida a um monstro feito de restos humanos. Além do aspecto sombrio, a obra também aborda reflexões profundas sobre a solidão, o preconceito e a prepotência humana. 

“Drácula” – Bram Stoker

É impossível citar livros de terror para o Halloween sem mencionar o vampiro mais notório da história mundial. Em uma obra atemporal e majestosamente construída, Bram Stoker utiliza fragmentos de cartas, notícias e diários para narrar o conflito entre uma população londrina coagida pelo medo iminente e Conde Drácula, criatura morta-viva sedenta por sangue humano.

Lançamento: Rita Hayworth sai do poster e protagoniza romance sobre o filme Um sonho de liberdade
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Lançamento: Rita Hayworth sai do poster e protagoniza romance sobre o filme Um sonho de liberdade

Rita Hayworth poderia ser apenas um pôster daqueles popularizados nos anos 1940 e que se espalharam em oficinas, borracharias ou celas de presídios, reduzindo a inacessibilidade das mulheres maravilhosas das telas de cinema a uma possibilidade de contato mais próximo. Marcos Alexandre Faber é poeta, ficcionista, músico, ensaísta e escritor. Rita está no livro Rita Hayworth and Shawshank Redemption, de Stephen king (1982), e no filme Um sonho de Liberdade, de Frank Darabont (1994), como uma imagem na parede de uma cela e cúmplice da trajetória de um prisioneiro. Marcos tornou-a mulher na legítima essência feminina neste seu novo romance livremente inspirado em ambas as obras anteriores.

No livro de Faber, Rita narra os acontecimentos das quase duas décadas de encarceramento do banqueiro Dufresne, inocente condenado por assassinar a esposa com o amante. Considerada a maior garota pin-up da época, ela protagoniza esta novela desfazendo-se do glamour conquistado em seis dezenas de filmes para tornar-se quase humana, como se voltasse à Margarita Carmen Cansino, filha de ciganos, como ela nasceu, e mostrando, então, a força e a beleza da alma feminina, muitas vezes tratada como frágil, ao desvendar-se.

“Geralmente escrevo porque preciso dizer alguma coisa. Muitas coisas no livro, eu disse naturalmente, com muito coração, queria dizer, queria que alguém escutasse”, revela Faber. Talvez pela veia poética do autor, o livro é leve e profundo ao mesmo tempo, a narrativa enquanto Rita parece fluir naturalmente num diálogo franco com a mulher contemporânea que também se encontra envolta em rótulos, mas prefere ver reconhecidas e respeitadas suas perspectivas de vida.

Não é a primeira personagem feminina que Faber apresenta. Essa facilidade em assumir o discurso de Rita não deixa de despertar certa curiosidade sobre como Marcos Alexandre fala com tanta naturalidade na voz da estrela despida do glamour dos holofotes. “Quando você encontra a voz na personagem, ela fala. E pela voz feminina, tenho mais facilidade e me sinto confortável em tecer o discurso. É como se a mulher tivesse uma licença para falar”, explica o autor.

A Rita Hayworth no romance se apresenta atemporal e maior do que a mulher glamourosa das telas, descrita pela imprensa no auge da sua carreira como a “Deusa do Amor”, para então observar e ter direito de ler o mundo conforme suas convicções e desejos.

Sobre o autor:
Marcos Alexandre Faber inventou-se poeta no Recife. Aprendeu poesia pelo olhar, pelo cinema da palavra. Precisava da música ao redor e escreveu canções com os amigos. Teorizou a poesia com um doutorado na Cidade do Porto. Virou professor na universidade e em dois estudos pós-doutorais vem esquadrinhando as relações da literatura com o cinema e com a música. Trocou o litoral pelo Sertão. Mudou de nome. Pôs o poema deitado na folha e se botou a narrar histórias. Dependente de café, prefere ler e ouvir canções em suportes como o livro e o disco de vinil. Faz do voto um ato de esperança contra o medo. Ambiciona deixar para os filhos um mundo mais justo e criativo.

Algumas obras:

Ficção: A leitora de poesia (Reformatório, 2021); O lampejo do vaga-lume (EDUFPE, 2018).
Poesia: Recife Porto (EDUFPE, 2004); Da destruição do poema (EDUFPE, 2007).
Crítica literária: A geração dos discos (EDUFPE, 2012); A poesia da Geração 65 (CEPE, 2019).
Música: A lenda da doce nuvem, 1996; O Engenho de Orpheu, 2013.

Deve-se viver apesar de
Autorais, Livros

Deve-se viver apesar de

Tem uma frase da Clarice Lispector de “Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres” que diz que devemos viver apesar de. Que é o apesar de que nos empurra pra frente.

“Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente.

+ “O Livro dos Prazeres” abre o Festival do Rio de 2021
+ Resenha: Felicidade clandestina, Clarice Lispector

Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita fui a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso.”

E, recentemente, venho pensando sobre trabalho. Apesar de, temos trabalho pra fazer. Todos nós. Alguns trabalham para ter o que comer. Outros trabalham pra ter uma casa limpa. Outros trabalham fazendo terapia. Todos trabalham limpando a bunda. Tudo isso é trabalho. Higienizar, dar brilho, manter… É tudo trabalho.

Existem coisas na vida que são prazeirosas e coisas que não são. E existem coisas que são apenas trabalho. Não são nada, mas ainda sim devem ser feitas. E deve-se viver apesar de.

Encarar o trabalho dessa forma tem feito o trabalho ser mais leve. De vez em quando, me sinto sobrecarregado. Culpado. Triste. Queria viver só sendo escritor de ficção e me sinto mal de ter que escrever coisas da vida real para ganhar dinheiro e sobreviver. Mas isso é manutenção da minha vida social. Manutenção é trabalho. Precisa ser feito, não precisa sempre dar prazer. E nem sempre vai.

Talvez nada na vida sempre dê prazer. É ingenuidade pensar assim. Talvez nem se eu fosse um escritor de ficção em tempo integral tipo o Stephen King, eu teria prazer sempre.

E o fato é que isso me mata. Eu sou comandado pelo princípio de prazer, pelo ID, como chamaria Freud. E outras pessoas conseguem encarar o trabalho apenas como trabalho e viver apesar de.

Eu não consigo. Me mata encarar o trabalho como trabalho e encarar como algo que precisa ser feito.

Precisa ser feito apesar de.