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Experiência: Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro (05/09/15)

Toda a minha vida, sempre fui nas bienais do livro de São Paulo (leia minha última experiência aqui). Jamais havia ido ao Rio de Janeiro, sequer. Então, alguns dias antes do evento, surgiu a oportunidade de ir. Fui, sem nem conseguir uma credencial de blogueiro como sempre faço em SP. Comprei meu ingresso, e entrei normalmente, como não fazia há séculos. É engraçado como a gente se acostuma com a vida boa de ter credencial e não enfrentar fila embaixo de chuva. Mas é bom voltar a ser fanboy.

Moro em São José dos Campos, interior de São Paulo. Fui para o Rio de Janeiro de carro. Saí daqui as quatro da manhã, e cheguei no local as nove e meia. Antes disso, não havia dormido uma hora sequer. Fui para a casa da minha amiga Mariana lá pelas nove, porque sairíamos de lá. E você sabe o que acontece quando vamos dormir em casas de amigos, não é? Sempre tem mais um vídeo para mostrar no Youtube, mais um episódio de seriado, mais um assunto para colocar em dia… Não dormimos e embarcamos virados, mesmo, com nossas mochilas cheias de lanche. Era a primeira vez das minhas amigas em bienal, e eu recomendei que levássemos comida, porque comprar lá é bem caro.

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Derrotados na van, mas comendo muito pão com patê.

Dormimos quase que a viagem toda nas posições mais tortas possíveis. Um em cima do outro, com malas, mochilas, equipamentos… Mal cabíamos dentro do veículo. Mas chegamos bem no Rio, onde o tempo estava fechado, com uma garoa fina. Entramos na fila quilométrica. Confesso que senti falta, e muita, da minha credencial nessa hora. Desculpem-me, mas jamais gostei de filas grandes e esperas infinitas. Mas foi legal, porque logo na fila, conheci vários leitores do site, distribuí muitos marcadores e filmei os Jogos Vorazes que foi a entrada. Que caótico!

Entramos e tudo o que eu conseguia pensar era: UAU! Três pavilhões de evento, três vezes maior que a Bienal de São Paulo. Talvez estivesse mais lotada, apesar de não parecer. O espaço é realmente enorme e aconchegante. Já garantimos nosso mapa e fomos até o pavilhão azul, onde estava a alma do evento. Tão vazio, tão cheiroso, dava até desespero! Mesmo sem credencial, fomos os primeiros a entrar.

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Ah, a fila! Mirella, eu e Mariana, da esquerda para a direita.

O primeiro estande que fomos, como mostrei no daily vlog que deixarei incorporado no final do texto, foi o da Intrínseca porque como eu disse, geralmente é o mais lotado depois de algumas horas. Faz até fila pra entrar depois, e geralmente não conseguimos comprar nada ou já está tudo esgotado pelo dia. Éramos os únicos nele, parecia até um sonho. Pegamos muitos marcadores, dos mais variados livros, deixei vários marcadores do site e finalmente adquiri meus exemplares de Não se apega, não Não se iluda, não da Isabela Freitas. Mirella e eu surtamos de uma maneira jamais vista anteriormente porque estava muito barato. Ela pagou cerca de cinco reais no exemplar de Círculo (veja a resenha aqui e a entrevista com os autores aqui!), e eu paguei mais de quarenta, no mesmo livro há algum tempo pela internet.

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O estande da Intrínseca, ô coisa linda e cheirosa!

Ok, todo mundo sabe que só pegamos mapas caso algo dê ruim. Ninguém realmente pega um mapa e o segue à risca com um itinerário pronto. Então saímos meio sem rumo, procurando o próximo estande legal para se visitar. Chegamos no compartilhado da Arqueiro com a Sextante. Estávamos hanging around quando de repente eu pego o braço da Mariana e tudo o que eu sei dizer é “Julia Quinn!”. Ela me olha meio qual a sua doença? Eu só aponto para o crachá da gringa do meu lado e para a pilha de livros na frente dela. A autora estava do meu lado, e então, tudo foi um borrão. Tudo o que eu lembro é de dizer “Can we take a picture?” e dela respondendo da maneira mais amável possível “Sure”. Eu estava tremendo bastante e por isso, a moça da editora se ofereceu para tirar. Lembro-me também de ter dado um marcador e falado algo do tipo “Please, visit my website.” porque nem pra pedir um autógrafo eu servi. Ok, a gente supera com o tempo.

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Julia Quinn e eu (tremendo muito!) no estante da Arqueiro

Só sei que demorei um pouco para superar o fato de que eu havia acabado de conhecer Julia Quinn. Fui então até o caixa com os livros dela na mão e paguei. Ainda não sei porque não pedi pra ela autografar. Os livros estavam na mão e ela do meu lado. Só precisava falar “Write something in here, please!”. Mas não foi dessa vez, mesmo.

Não me lembro muito da ordem dos estantes que seguimos além disso. A bienal foi lotando aos poucos, mas nada tão insuportável como chegou a ser em São Paulo, porque lá, muitas vezes eu cheguei a me sentir realmente mal. No Rio, além de ter uma organização parecida, apesar de levemente melhor, a lotação é totalmente suportável. Não colocam mais pessoas que o suportável. Lotou sim, bastante, peguei filas enormes, mas era totalmente compreensível e frequentável. Nada muito absurdo.

Como se não bastasse o grande tiro que levei na cara ao encontrar com Julia Quinn, encontro – de longe – com o grande mito Maurício de Souza. Ok, não dava pra perder a oportunidade de me aproximar do mestre. Não consegui uma foto com ele, nem um autógrafo porque não deixaram, mas cheguei na multidão igual um cortador de gramas, câmera em mãos e sou jornalista, licença por favor! E as pessoas acreditaram.

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Obrigado, ser que colocou o cotovelo no canto da minha foto!

Bom, foi incrível “conhecer” Maurício de Souza, mesmo que de maneira indireta. Ele fez parte da minha infância, assim como de muita gente que acompanha o site, tenho certeza. Gostaria de ter dado o marcador pra ele, mas estavam realmente com uma marcação muito cerrada com relação a quem se aproximava dele. E minha cota de sorte do século acabou naquele encontro com a Julia Quinn, né?

Estava rolando também, uma pequena homenagem comemorando os oitenta anos do criador da Turma da Mônica, com um mural de post its de recados de fãs, e uma exposição exclusiva com ilustrações lindas de todos os personagens do autor. Veja no slideshow abaixo todos os registros que fiz dessa seção (que ocupava uma grande parte do terceiro pavilhão):

Nessa altura, já tínhamos comprado pelo menos uns cinco livros cada um e estávamos todos com os braços cortados de tanto carregar sacola. Mas é uma dor boa, afinal, a ansiedade pra chegar em casa e ver os novos filhos é cada vez maior né? Seguimos então para o estande da Novo Século, onde conversamos com mais alguns autores, distribuímos mais marcadores, conversei com vários membros da Armada Escarlate e claro, tirei uma foto nova com a Renata Ventura, uma das minhas escritoras preferidas e ambos de chapéu coco:

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Grande Renata! Sempre uma honra trocar mesmo que poucas palavras com ela…

Fiquei o dia todo na Bienal, mas são tantos lugares para visitar, tantos estandes para ver, tanta gente pra conhecer, que o dia acaba por passar muito rápido. O legal foi que conheci muitos leitores do site, tirei foto com vários deles (se você tem alguma inclusive, me manda!) e quando foi umas duas da tarde, não aguentávamos mais. Então sentamos em um canto e dormimos, literalmente. Sei que amarrei minha câmera, mochila e abracei meus livros e dormi ali no chão mesmo. Micão total, mas o que não faz o cansaço, não é mesmo?

Acordamos uma hora e meia depois, aproximadamente e fomos até o estande da Novo Conceito para a sessão de autógrafos do Pedro Chagas Freitas, autor de Prometo Falhar. Mas antes, deixei minha amiga na fila um pouco para conhecer Renan Carvalho, autor de Supernova: O Encantador de Flechas. E o que seria de mim sem um pequeno mico perante meus autores preferidos? No emaranhado de sacolas, mochila, câmera, acabei por tropeçar e cair antes de pegar o autógrafo. Obrigado. Eis a foto:

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Vamos tirar uma foto sorrindo, fingindo que o leitor não pagou micão perto do autor preferido… (logo tem resenha!)

Feito isso, voltei então para a fila do Pedro Chagas, que não estava tão grande, apesar de que odeio esperar. Enquanto isso, fui ver como estava a vida nas redes sociais, fazer uma pequena cobertura no Twitter e coisas assim. Eis que chega uma avalanche de mensagens no meu celular assim que ligo o 3G. “Isabela Freitas postou sua foto.” Fiquei totalmente sem entender o que estava acontecendo, achei que todos estavam enlouquecidos, mas só para confirmar, abri o Instagram. E isso tinha acontecido:

O quão legal é uma das suas autoras preferidas postar sua foto no Instagram? E há quem tenha dito que eu estava pagando o maior mico da minha vida ao tirar essa foto. Ok, né. Mas quem está no Insta da Isa mesmo? Ah tá!

Chegou minha vez de ser atendido pelo autor de Prometo Falhar, e olha, sem palavras. Além de escrever uma dedicatória especial para cada leitor, ele ainda bate um papo com cada um deles. E foi nessa que ele disse que gostaria de ler meu livro que lançarei em breve, e para eu nunca desistir dos meus sonhos. Engraçado porque, era justamente o que eu precisava ouvir no momento. Essas coisas acontecem né?

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“Você é um sonhador, como eu? Continue assim.”

Saímos todos realizados da Bienal. Com muitos livros que nem sabíamos como levaríamos embora, alguns autógrafos e com certeza, ótimas lembranças. Arrisco dizer que gostei mais dessa do que a do ano passado, em São Paulo. Tanto no quesito organização, quando no quesito preço, presenças ilustres, infraestrutura… Tudo magnífico! Parabéns para a organização. Se na última postagem de experiência eu falei mal dela, deixo aqui meus mais sinceros elogios.

E você, o que achou da Bienal do Livro do Rio de Janeiro? Conta pra gente nos comentários!

Veja também, o daily vlog que gravei enquanto estava lá:

E o vídeo especial mostrando tudo o que comprei e ainda dando breves comentários sobre o que escrevi acima:

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