Críticas de Cinema, Filmes

CRÍTICA DE CINEMA: Thor – Ragnarok (2017)

Thor: Ragnarok chega aos cinemas dia 26 de outubro, mas o Beco teve acesso a uma sessão exclusiva para jornalistas no dia 17 e, devido às regras de embargo, só pudemos falar a respeito hoje. O filme que é o terceiro da franquia continua a saga de Thor dentro do universo dos Vingadores, com participação do Dr. Estranho e Hulk.

Depois de passar dois anos atrás das jóias do infinito, Thor (Chris Hemsworth) resolve voltar para Asgard, já que, em sua jornada, notou que os nove reinos estavam se juntando para se rebelar contra Odin, quem não parecia estar se importando muito, além de acreditar que já havia cumprido sua missão de evitar o Ragnarok. Desconfiado, ele concretiza suas suspeitas e desmascara Loki (Tom Hiddleston), o levando para a Terra para buscar Odin (Anthony Hopkins) que estava exilado. É nessa hora que o Dr. Estranho faz uma participação de 5 minutos totalmente desnecessária e que deixou bem claro ser só para inseri-lo na franquia, fazer um link entre ele e os Vingadores. Quando eles encontram Odin, o pai de todos diz que está morrendo e conta sobre Hela (Cate Blanchett), sua primogênita que era mantida presa enquanto ele permanecesse vivo. Com sua morte, ela voltaria a fim de reivindicar seu direito ao trono, dominar Asgard e instaurar seu reino de terror, já que ela é a Deusa da Morte. E isso acontece imediatamente após Odin sumir em partículas de luz. Assim, bem imediatamente mesmo. Thor e Loki não tem nem tempo de sofrer o luto e já são atacados pela irmã mais velha.

Graças à covardia de Loki diante da destruição do Mjölnir, os dois acabam levando Hela para Asgard sem querer e, durante o transporte naquele feixe de luz multicolorido, ela consegue jogar os dois para fora, fazendo com que caiam em um planeta estranho onde cai tudo o que está perdido. Lá, Thor é escravizado como um lutador em um esporte que se assemelha à luta livre e é dominado por um neurótico que se chama Grão-Mestre (Jeff Goldblum). É aí que ele encontra o Hulk que é o grande campeão e que está dominando o corpo do Dr. Benner por dois anos seguidos, desde a batalha contra o Ultron. O interessante aí é que vemos o Hulk de uma forma diferente, mais humanizada. Ele fala mais, expressa suas frustrações, seus medos, sua dor por assustar as pessoas e sua busca por aceitação. Mostra um Hulk com consciência de quem é e seu desejo de existir, não só ficar controlado dentro do Dr. Benner. Vemos a intenção clara de reafirmar o Hulk como um herói, um vingador, não um monstro. Quanto ao Thor, vemos a construção de sua identidade como o Deus dos Trovões. Sem o martelo, ele tem que aprender a usar seu poder por si só e isso lhe causa muitas dúvidas e crises de identidade e merecimento. Vemos também o lado mais humano dele, menos deus. O lado que teme em falhar, o lado que sofre a perda do pai, o lado que só queria estar em casa.

A ação propriamente dita começa quando Thor resolve fugir desse planeta, voltar para Asgard e derrotar Hela. Ele consegue alguns aliados pelo caminho que incluem o próprio Hulk e Loki que, para variar, tenta trai-lo de novo, mas não consegue. A comicidade continua presente junto com boas frases de efeito, bem mais do que em Thor: Um mundo sombrio. Para quem gosta de muitas cenas de ação, não vai se decepcionar, além dos efeitos especiais excelentes. Só achei a trilha sonora meio fraca. Na verdade, só tem uma música, a mesma usada no filme Mulher Maravilha, da concorrente DC Comics. Não há como comparar os três filmes e dizer qual é o melhor, muito menos avaliar dentro de todo o universo Marvel, mas o filme é bom, atende às expectativas, tem uma boa história, uma boa produção e responde muitas perguntas, como, por exemplo, o que aconteceu com o Hulk quando ele entrou naquele jato e sumiu.

Pode-se dizer que é um filme que buscou mais a humanidade do que o heroísmo, apesar das grandes cenas de lutas e o poder extraordinário que o Thor desenvolve ao não poder mais se apoiar no martelo. Mas é um filme que desconstrói o monstro, o deus e até o vilão. Apesar de tudo, o Loki sofre quando Odin morre e volta para salvar seu irmão quando ele mais precisa. Há duas cenas pós-crédito, mas nada muito surpreendente. Aliás, essa é uma marca constante no filme porque foi revelado tanto nos trailers, que não sobrou nada para nos surpreender. Afinal, todos já sabíamos sobre a Deusa da Morte, a destruição do Mjölnir, o reencontro com o Hulk, o corte do cabelo icônico do Thor (a qual, aliás, é uma das cenas mais engraçadas do filme), então, sobrou pouca coisa de novidade.

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