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Resenha: Saga – A Maldição do Tigre – (o compilado), Collen Houck

Atenção! Este texto contém spoilers! Para reler a resenha completa dos dois primeiros livros, clique:

A Maldição do Tigre – AQUI
O Resgate do Tigre – AQUI

Há um tempinho atrás, vim aqui falar pra vocês sobre minha nova paixão: o livro “A Maldição do Tigre”. Lembro como essa série conquistou meu coração com tanta facilidade, que eu mal terminei a última página e vim contar aqui o quanto vocês deveriam largar tudo que estavam fazendo e ler essa história.

– Você foi a escolhida, Kelsey. E, se eu tivesse a opção de escolher a garota que iria me salvar, ainda teria sido você.

Meu amor era tanto, que eu estava prestes a abandonar a faculdade e ir ao zoológico procurar um tigre pra chamar de meu. Recomendei a saga para todas as minhas amigas (e inclusive para todos vocês, leitores do site) e fiquei mais que feliz em saber que a série era formada por cinco livros!

“Acho que me apaixonar por ele seria como mergulhar de um precipício. Seria ou a melhor coisa que me aconteceria ou o erro mais idiota que eu cometeria. Faria com que minha vida valesse a pena ou com que eu me chocasse contra as pedras e me arrebentasse completamente.”

Depois do momento empolgação, fui tão ansiosa ler “O Resgate do Tigre“, segundo livro da série, que devorei todo em um dia. O livro começou perfeito e teve um desenvolvimento tão maravilhoso, que eu só fazia elogiar! Mas ao final do livro eu já imaginava como aquela história que parecia estar terminando iria ter fôlego para segurar mais 3 livros. Mas não duvidei em nenhum momento de Colleen Houck, afinal seus dois primeiros livros estavam impecáveis, então fiz a resenha do segundo livro (que você pode ler aqui) e parti para a próxima parada: o terceiro livro, “A Viagem do Tigre“. E foi aqui, meus amigos, que tudo começou a desandar…

Não me entendam mal, não me arrependo de ter lido a saga do Tigre em momento nenhum. Mas ao meu ver, os dois primeiros livros são muito superiores que os dois últimos livros da série. Acredito que a história poderia ter sido finalizada em uma trilogia, mas ao prolongar os acontecimentos para criar conteúdo para um outro livro, a autora perdeu a proposta do romance de uma maneira tão brutal, que as vezes eu tinha que parar e voltar algumas páginas para entender em que país Kelsey estava, ou que artefatos ela estava usando, ou se o pensamento dela no momento se referia a Ren ou a Kishan.

Entre deuses que iam e  voltavam, instrumentos que faziam a pessoa se transportar no tempo/espaço, árvores que falavam e um irmão cara de pau que não sabia respeitar os limites do brocode, fui tomando um desgosto tão grande pela leitura, que tive que me forçar a terminar o último livro, “O Destino do Tigre“. Final esse que deixou a desejar.

Eu até tentei fazer uma resenha específica para cada livro (assim com fiz com os dois primeiros volumes) mas preferi poupar vocês de ler minhas palavras desapontadoras, e então compilei aqui a minha opinião final: “A Maldição do Tigre” ainda é um dos melhores livros que já li, seguido de perto pelo segundo volume, que sustenta a qualidade da história e do romance. Mas a partir daí, só recomendo a leitura para quem gosta de um triângulo amoroso descarado ou de histórias indianas recheadas de mitos! A decisão final fica com vocês!

 

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Resenha: A Vingança de Mara Dyer, Michelle Hodkin

A Vingança de Mara Dyer é o terceiro e último volume da trilogia homônima, escrita por Michelle Hodkin.

Mara Dyer está cada vez mais longe de achar uma solução para os seus problemas. Após o incidente na clínica onde estava para tratar sua “loucura”, a garota se encontra em um local completamente desconhecido e se vê obrigada à achar respostas sobre tudo o que aconteceu em sua vida desde que brincou com um tabuleiro Ouija.

E mais uma trilogia chegou ao fim! Finalizar trilogias, séries, etc é sempre um caminho incerto para mim. Estou exposto a todo tipo de explicações e conclusões de histórias. Às vezes há aqueles finais épicos, que marcam, que chocam, que impressionam. Também há aqueles fechamentos medianos, que faltam explicações e que, num todo, acabam de, certa forma, decepcionando. E há aqueles que são incoerentes, fracos e fáceis de serem esquecidos.

Bem, quem acompanha o site sabe o quanto eu fiquei maravilhado com A Desconstrução de Mara Dyer e logo depois, uma faísca de decepção veio com A Evolução de Mara Dyer. Eu não sabia o que esperar de A Vingança de Mara Dyer e, gente, odeio informar isso mas, não consegui gostar. Juro para vocês. A saga começou de uma maneira tão brilhante e tão empolgante mas com o decorrer das continuações, o leitor que estava submergido na loucura que é a história de Mara, foi emergindo e caindo na dura e cruel realidade que foi Evolução e Vingança de Mara Dyer. O que foi realmente triste pois, quando a trama chegou à superfície, caiu na mesmice.

Enquanto no primeiro e até metade do segundo livro, éramos levados a pensar que o que circundava a vida de Mara, era algo paranormal, mas quem leu Evolução de Mara Dyer, sabe que os rumos que a história tomou foram completamente sem sentido, aliás divergiram do que foi passado no primeiro volume… Mas fazer o que né?

Passada a decepção com os caminhos que a trama tomou, os personagens ainda continuam tão misteriosos e apaixonantes. Mara, agora, além de ter toda uma loucura dentro de si, agora tem raiva, o que a deixa ainda mais fascinante. A garota é daquelas que vai lá e coloca a cara à tapa e isso é admirável! Já sobre o resto do elenco, não posso falar, mas esperem muita surpresas e preparem o coração. É apenas o que posso dizer.

Mesmo eu não tendo gostado das explicações e dos rumos que Hodkin decidiu utilizar, uma coisa que preciso ressaltar de A Vingança de Mara Dyer são as páginas finais. Que páginas foram essas, hein? Eu estava para me derreter de paixão. Cada frase que eu lia, eu ficava AAAAAAAAAA. Só vocês lendo para ver!

Enfim, eu não irei me prolongar mais. Apesar dos pesares, eu recomendo a trilogia. É intensa, intrigante e sufocante. Porém, não tenham muitas expectativas com as sequências.

Crédito da imagem de capa (x)

 

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Resenha: 1602, Neil Gaiman, Andy Kubert & Richard Isanove

“O ano é 1602, enquanto a Era Elisabetana se aproxima do fim, a Inglaterra é perturbada por tempestades inexplicáveis e boatos de poderosos seres inumanos espreitando a terra. Por toda a Europa, heróis e vilões estranhamente familiares, incluindo Nick Fury, Homem-Aranha, os X-Men e o Doutor Destino são arrastados para um intrincado plano de traição e perfídia. Um plano que pode muito bem trazer o fim de seu mundo.”

A premissa de 1602 parece bizarra para dizer o mínimo, recriar o universo Marvel como se tivessem existidos na Inglaterra elisabetana, não conseguimos nem imaginar a reação de todos na equipe que produziu a HQ ao ler a proposta pela primeira vez. Felizmente o editor-chefe, Joe Quesada, confiou nos instintos de Neil Gaiman e o deixou prosseguir com sua visão, que acabou se tornando um grande sucesso.

O roteiro é consistente e muito bem entrelaçado com a época que retrata, pondo os personagens em posições que de fato poderiam estar no séc. XVII, e a cultura da época é também muito bem retratada. A arte é um ponto forte nessa HQ, Andy Kubert e Richard Isanove fizeram um belo trabalho, principalmente com expressões bem detalhadas e cenários impressionantes.

A rainha da Inglaterra está enferma e a Inglaterra se retrai à sombra do Rei James da Escócia, que espera ansiosamente pela morte da rainha para que as portas da Inglaterra se abram e deem boas vindas ao seu novo rei. Em meio a tudo isso, um homem observa, Nick Fury, o líder da segurança real tem “olhos” por todas as partes e ouvidos em todos os becos, mas será isso suficiente para impedir uma tentativa de assassinato?

4cbe0d0b790b92515188-03Perto dali os “sangue bruxos” ou mutantes, estão reunidos sobre a liderança de Carlos Javier, que os mantêm em segurança e cuida para que eles não sejam capturados, sua raça é considerada uma abominação pelo povo e principalmente pelo rei James. Agora, a única coisa que protege os sangue bruxos de um destino mortal e cruel é a existência da Rainha da Inglaterra, mas os episódios de mutantes sendo perseguidos e queimados vivos estão cada vez mais frequentes diante da ameaça de coroação do Rei James, ele no poder seria a sentença de morte dos mutantes.

Recebendo conselhos de Stephen Strange, a rainha da Inglaterra dá ordens a Nick Fury de trazer uma relíquia templaria, que está sendo guardada pelo último membro vivo da ordem. É de conhecimento geral que o item em questão contém um grandioso poder, e podendo ser usado como arma para manter a cabeça do Rei James longe da coroa da Inglaterra. O único porém, é que a rainha não é a única que está atrás do artefato, e caso ele caia nas mãos erradas, poderá significar o fim de tudo o que é conhecido.

1602 é uma grande HQ, que traz para nós uma história criativa e inovadora, além de uma arte surpreendente e muito bem detalhada. Neil Gaiman trouxe vários personagens conhecidos do público e os adaptou ao século XVII de forma brilhante, como por exemplo o Demolidor, que na história é um bardo, os X-Men são perseguidos e judiados e Dr. Destino que…bem, continua sendo o soberano da Latvéria. Uma leitura recomendada a todos, do velho mundo ao novo mundo.

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Resenha: Grey, E.L. James

Christian Grey controla tudo e todos ao seu redor. Seu mundo é organizado, disciplinado e terrivelmente vazio – até o dia em que Anastasia Steele surge em seu escritório, uma armadilha de pernas torneadas e longos cabelos castanhos. Christian tenta esquecê-la, mas em vez disso acaba envolvido num turbilhão de emoções que não compreende e às quais não consegue resistir. Diferentemente de qualquer mulher que ele já conheceu, a tímida e quieta Ana parece enxergar através de Christian – além do empresário extremamente bem-sucedido, de estilo de vida sofisticado, até o homem de coração frio e ferido. Será que, com Ana, Christian conseguirá dissipar os horrores de sua infância que o assombram todas as noites? Ou seus desejos sexuais obscuros, sua compulsão por controle e a profunda aversão que sente por si mesmo vão afastar a garota e destruir a frágil esperança que ela lhe oferece?

Não é de hoje que o sucesso da versão masculina de romances vem tomando espaço nas estantes em todo o mundo. Entre os que amam e que odeiam, para o leitor o fato é o seguinte: vamos ler a exata mesma história. Sem nenhuma surpresa e nenhuma expectativa pois sabemos exatamente como aquilo vai terminar. Para prender durante a leitura, o autor dispõe de duas opções:
1- Ter construído um mocinho introspectivo e misterioso que aguce a curiosidade do leitor;
2- Ter construído um mocinho tão maravilhoso que se torna prazeroso reler aquelas palavras.

Posso citar aqui inúmeros POVs de sucesso: Essa Garota, Breakable, Sem Esperança… Utilizando um ou outro artifício, as autoras conseguiram convencer e conquistar o leitor. Mas não posso dizer isso da mais nova obra de E.L. James, Grey. Na verdade até agora não me decidi se achei a autora preguiçosa ou receosa.

Vamos ser sinceros e concordar que Cinquenta Tons de Cinza sempre conquistou o público, mas nunca conquistou a critica. Talvez com medo de perder a garantia do seu sucesso – as leitoras – James não quis se arriscar e nos entregou um livro muito semelhante aos anteriores, com pouquíssimas novidades e muita repetição.

Christian Grey é um personagem muito mais profundo e melhor construído do que Anastasia, e por isso achei que sua narração seria mais completa e até um pouco sombria. Mas veja só que ilusão… A autora não aproveitou para explorar a infância de Christian – os sonhos relembrados são quase os mesmos. Ela também não utilizou os recursos de uma narração mais adulta. Eu me senti lendo exatamente o mesmo livro, onde ela trocou os pronomes “ele” por “eu”.

A questão é que eu esperava mais de Grey – não apenas do livro, mas do personagem – mais da sua vida pré-Anastasia, mais da sua infância conturbada, mais da sua luta para se encaixar numa sociedade em que não se sentia merecedor, mais da conquista do seu império. Mas tivemos que nos contentar com os mesmos momentos do primeiro livro da série (Cinquenta Tons de Cinza.)

O livro começa no mesmo ponto que Cinquenta Tons, na entrevista que Anastasia faz a Christian para o jornal da faculdade e termina um pouco mais adiante. Enquanto na versão de Anastasia a leitura termina depois dela abandoná-lo em seu apartamento, em Grey acompanhamos o sofrimento de Christian com o término por mais uma semana, até ele decidir reconquistá-lo. Desta vez não temos a deusa interior, mas a falta de descrição dos eventos, os problemas de narração e repetição de palavras continua… Eu juro que se eu ler novamente as palavras: “Ela não vai aceitar. Talvez ela aceite. Foco, Grey!” meu estômago já começa a embrulhar.

Pelo lado positivo, acompanhamos muito mais de perto a transformação de Christian por Ana. Começamos a entender os seus sentimentos quando nem ele mesmo entende.

Eu nunca senti esse desejo, essa…. fome antes. É um sentimento novo, novo e luminoso. Eu espero tanto dela: sua confiança, sua obediência, sua submissão. Eu quero que ela seja minha, mas nesse exato momento… eu sou dela.

Embora a leitura seja rasa, ela acerta em seu objetivo: entreter o leitor e levar um pouquinho mais de Christian Grey para casa de cada leitora apaixonada!

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Resenha: A menina que colecionava borboletas, Bruna Vieira

Bruna Vieira está cada vez mais longe dos quinze, e sabe que crescer nunca é tão simples. Considerada uma das blogueiras mais influentes do mundo, mais uma vez ela dá vazão ao seu talento como escritora com este seu novo livro de crônicas e pensamentos, em que mostra o quanto amadurecer e conquistar a independência é maravilhoso, mas tem seus desafios e poréns. A garota do interior que usa batom vermelho e que realizou seus maiores sonhos continua inspirando adolescentes de todo o país. Para ela, as páginas deste livro significam o bater de asas das borboletas que colecionou dentro do peito por algum tempo e que agora, finalmente, pode deixar que voem livres por aí.

Confesso que nunca dei muito crédito para livros que blogueiras escreviam. Mas sempre fui um leitor assíduo do Depois dos Quinze, blog da Bruna Vieira, apesar de nunca ter ligado muito para seus livros. Achava que eram histórias que não iriam me agradar. Mas, após um amigo me falar várias frases de A menina que colecionava borboletas, resolvi dar uma chance.

E aconteceu que não era uma história. Eram várias crônicas, dos mais variados assuntos e que, para pagar minha língua daquela maneira bem típica, eu me identificava bastante. Além disso, me inspiravam bastante.

O livro da Bruna possui uma narrativa leve, daquela que podemos encontrar em uma conversa descontraída entre amigos. Arrisco dizer inclusive, que me sinto amigo dela depois da leitura. Ela trata de assuntos como popularidade na época do colégio, a não aceitação de nós mesmos, o primeiro amor, o primeiro fora, traição, confiança, as dificuldades de crescer… E quem não se identifica com isso, não é mesmo?

A autora ainda conta do seu período de adaptação conforme seu blog crescia na internet, e essa parte em particular me afetou bastante, afinal estava passando pela mesma coisa. Nossa vida não é nada além de uma transição atrás de outra.

O livro não é grande, mas demorei para lê-lo. Aquela demora proposital em que resolvemos enrolar, ler e reler cada página para que aquilo demore mais para acabar. É tipo comer um chocolate em pequenas mordidas e esperar que ele derreta em nossa boca. Foi assim que li A menina que colecionava borboletas, entre inúmeras pausas que eu dava para anotar algum quote, tirar uma foto bonitinha para o Instagram, ou até mesmo, escrever.

Bruna me inspirou a escrever meus melhores textos neste livro. Eu lia determinada frase e era como um estouro, em que palavras choviam na minha cabeça e lá estava eu, escrevendo milhares de novos contos inspirados no que tinha acabado de ler. É um livro especial, sim. Bruna Vieira sabe das coisas.

Muitos dizem que é o típico livro de menininha, mas já desconstruí esse padrão em outras postagens aqui. Não é. Livros não tem gênero. O livro da Bruna Vieira é para todos aqueles que sentem em demasia, para todos aqueles que são corajosos o suficiente para dar asas aos sentimentos mais profundos, sem medo da decepção. Mais que recomendado para todas as idades, todas as épocas e acima de tudo, todo tipo de sentimento capaz de existir.

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Resenha: Muito mais que 5inco minutos, Kéfera Buchmann

Com apenas 22 anos, a curitibana Kéfera Buchmann já reúne quase doze milhões de seguidores nas suas mídias sociais (YouTube, Facebook, Twitter e Instagram). São cinco milhões de assinantes só no seu canal no YouTube, “5inco minutos”, o quarto mais visto do Brasil. Ela recebe centenas de mensagens de fãs de todo o país diariamente e é sempre parada na rua. Se o YouTube é de fato a nova televisão, como argumentam alguns estudiosos, hoje Kéfera equivale aos antigos astros globais.

Com algumas diferenças, porém: enquanto aqueles atores e atrizes geralmente cultivavam um discurso de bons moços, Kéfera ficou conhecida por dizer o que pensa. E é daí, dessa sinceridade chocante e muitas vezes desbocada, que se alimenta o seu sucesso enorme. Muito mais que 5inco minutos traz essa Kéfera sem papas na língua, mas não é centrado na sua fase atual de youtubber popstar. O livro joga luz sobre uma Kéfera que nem todos os fãs conhecem, a Kéfera pré-fama.

A menina super sensível que sofreu bullying em quase toda a infância e que, em vez de se dobrar, se tornando uma pessoa amargurada, se reinventou e ressurgiu como uma jovem forte e alegre que serve de exemplo para milhares de meninos e meninas. Kéfera fala desses momentos difíceis e também da sua relação tortuosa com a matemática, do seu primeiro beijo, de moda e de relacionamentos. Não faltam, claro, momentos hilários. E outros de deixar o coração apertado. Ou seja, Kéfera sendo mais Kéfera do que nunca.

Acompanho a Kéfera e o seu canal do Youtube, 5inco Minutos desde os primórdios. Ok, nem tanto. Conheci ela em meados de 2012, quando todos já pareciam conhecê-la, menos eu. Me mostraram um vídeo dela no colégio e eu nunca havia rido tanto na minha vida. Resultado? Passei a madrugada desse dia vendo todos os seus outros vídeos. Sim, zerei o canal dela em uma madrugada e a partir de então, não perdi uma atualização sequer.

É engraçado quando nós acompanhamos alguém assim, do anonimato ao sucesso supremo. Eu me negava a dizer que era fã de uma Youtuber, porque nossa, quem é fã de uma pessoa que faz vídeos na internet? Mas tudo bem. Continuei acompanhando e quando dei por mim, já lutava por uma resposta dela no Twitter e fazia gifs de seus vídeos a rodo no Tumblr.

Quando fiquei sabendo, através do seu Snapchat, que teríamos um livro, já fiquei bastante animado, afinal, disso eu entendia muito. Acompanhei então, toda a saga da escrita, revisão, anúncio do título, capa, autógrafos… E o livro finalmente foi lançado. O primeiro que comprei na Bienal do Rio, para ser exato. E claro, impossível não folhear e ler logo de cara algumas frases.

Lembro que foi difícil de encontrar o livro porque foi um sucesso total de vendas. E quando achei duas cópias escondidas na Saraiva, certeza que alguém voltaria para pegar depois, já comprei sem hesitar. Uma para mim, e outra para minha irmã. E comecei a leitura no mesmo dia, como quem não quer nada. Terminei também. Na madrugada, jogado.

Não dava muito para um livro. A gente tem essa mania de julgar as coisas sem conhecer, mas ainda bem que resolvi lê-lo. Kéfera mostra que é muito mais que um rostinho bonito fazendo graça em frente a uma câmera. A autora mostra, que o buraco é mais embaixo realmente, e que é muito, mas muito mais que 5inco minutos, mesmo.

Com uma maturidade jamais vista, Buchmann expõe assuntos que são vistos por muitos como tabus intocáveis, tais como bullying, depilação íntima, o primeiro amor, o primeiro fora, permeando suas lições de moral com muito bom humor e exemplificando com fatos que aconteceram em sua própria vida. Devo admitir, são poucos os autores que conseguem, com tanta facilidade e delicadeza, tocar nos assuntos que Kéfera tocou, e saírem deles com êxito em demasia.

Além disso, temos algumas fotos exclusivas da atriz, feitas justamente para o livro, assim como da nossa queridíssima Vilma Tereza, o que ajuda a compor essa atmosfera leve em que a narrativa é levada. Leve, mas com profundidade inigualável. É o tipo de livro que eleva sua autoestima às nuvens, não importa se você tem doze ou trinta e poucos anos. Afinal, peguei minha irmã – de doze – e minha mãe – de trinta e poucos – no flagra, lendo o livro, que com certeza passará de mão em mão aqui em casa.

Finalizado com um epílogo que deixa um gosto de quero mais, Kéfera Buchmann mostrou que tem um potencial jamais visto anteriormente e um talento múltiplo, afinal, seu currículo agora ganha o título de autora de algo eterno e que, com certeza, será best-seller em alguns dias. Recomendo para todas as idades, e para todo o tipo de pessoa.

E se você tem preconceito, te convido a deixá-lo só um pouquinho de lado para experimentar o que Kéfera tem a te proporcionar com seu livro. Tenho certeza de que não vai se arrepender em momento algum!

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Resenha: Difamação, Renée Knight

Livros transformam. Te fazem acreditar em tais coisas, te induzem a criar, livros são perigosos. Knight nos joga nesse emaranhado de vozes, nos cospe em um debate frenético entre sanidade e loucura, em seu romance de estreia Renée desbanca renomes. Iguala-se a estes.

O cotidiano de Catherine assemelha-se ao de qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. Trabalho, casamento, filho, cansaço. Uma tela em branco que acaba sendo manchada nas primeiras páginas. O leitor perdeu sua zona de conforto em instantes. De início encaramos a Sr. Catherine Ravenscroft com diversos olhos, na verdade não queremos encara-lá de tão enfadonha que parece ser. A mulher deixa que seu misto de insegurança e medo transpasse os parágrafos e ninguém deseja sentir tais coisas, do mesmo modo que somos forçados a bel prazer a não desgrudar da obra. O livro que mudaria a história de Catherine tem como título “O Completo estranho”. Ele apareceu ali, no meio de suas coisas, entre as caixas da mudança e a falta de paciência para abri-las.

“É preciso coragem, certo? Para tirar a máscara e ver quem realmente somos.” (Pág. 222)

“O Completo Estranho” reserva surpresas, tanto para a leitora quanto para seus observadores. Catherine logo se dá conta que o que ali está escrito há anos se desgrudara das folhas, há décadas ocorrera friamente e por alguma razão fora aprisionado em mais de duzentas páginas. Propositalmente. Um livro não se escreve sozinho, assim como pessoas não se jogam no mar a toa. Catherine encara um labirinto, encara e é destinada a ele, mesmo que tema perder-se, mesmo sabendo que irá se perder entre os arbustos. Como está bem definido na sinopse do livro:

“Catherine Ravenscroft chegou à meia-idade levando uma vida perfeitamente normal: é casada, tem um filho, ama o emprego, gosta de ler nas horas vagas. Agora que o filho cresceu e seguiu seu próprio rumo, ela e o marido decidiram se mudar para uma casa menor. Em meio ao caos da mudança, Catherine encontra O completo estranho, um livro que não se lembra de ter comprado. 

Intrigada, ela inicia a leitura, mas logo se dá conta de algo terrível. O que está ali não é ficção. A narrativa traz, com riqueza de detalhes, o dia em que Catherine se tornou refém de um segredo sombrio. Até então, ela achava que ninguém mais sabia o que havia acontecido naquele verão, vinte anos antes. Pelo menos ninguém ainda vivo.

Agora o mundo perfeito de Catherine está desmoronando, e sua única esperança é encarar o que realmente aconteceu naquele dia fatídico. Mesmo que a verdade possa destruí-la. “

O segredo que guardara por anos começa a ser revelado, lentamente, assim deseja o autor, a pessoa que apropriou-se de histórias alheias para aterrorizar. O mistério perdura até a última página, mesmo que tudo aparente ter sido revelado. O mistério continua vivo até mesmo após a conclusão da leitura, é algo agonizante o que Knight provoca. Os temas são lançados, navegamos do erotismo até o egoísmo, entramos na mente de adolescentes, de maridos inseguros, de filhos ignorados, é um embate filosófico sobre existência e o porque de nunca conseguirmos aproveitar tal. A autora vai até o cerne humano e crava suas unhas por meio das palavras, meticulosamente escritas e planejadas, provocativa ao extremo, Renée Knight faz o que os escritores conseguem forjar melhor: Ela atua com diversas faces, ela é e não é ao mesmo tempo seus personagens, lhes dá forma e os deixa viver nos múltiplos universos que suas mentes produzem.

“É incrível como a raiva dá forças a alguém.” (Pág. 24)

A temporização usada na obra é um ponto a ser ressaltado. O tempo presente da narração é 2013, mas constantemente vamos até 1993, ou 1998, por questões necessárias, nada como visto na maioria dos livros onde essas viagem temporais só surgem para acrescentar pontos que nem deveriam existir ou para impedir lacunas. Knight acerta em tudo, e isso é raríssimo, posso identificar um dia quem sabe erros neste livro, em uma terceira ou quarta leitura (pois é impossível ler uma só vez esse romance), mesmo que ache isso uma tarefa dificílima. A edição da Suma de Letras é impecável, da escolha do papel até a diagramação da obra. A capa permite que o leitor faça suas escolhas, assim como o livro, sobre o gênero e sobre do que se trata. A tensão começa a partir dai, o romance é mascarado, sombrio e calculado com uma frieza monstruosa.

“Há de parecer um acidente, e Catherine sabe com que facilidade os acidentes acontecem.” (Pág. 55)

Catherine parece ser o centro das atenções do enredo, surge como a esposa com um passado enevoado e como mãe displicente, é essa a imagem que temos por páginas e páginas. Com o andar das coisas fica explícito que Catherine nada mais é que uma peça entre tantas, que no tabuleiro ela se encarrega de ser a rainha, cercada por torres, bispos e um rei que necessita das mais variadas proteções. Seu marido, assim como se referiu ao próprio o autor de “O Completo Estranho”, é uma ponte entre a mulher seu filho, Nicholas. Mas pontes, quando feitas as pressas, desabam.

“E, com ela ao meu lado, não será preciso muito para levar essa espécime débil até a beira do precipício. Só preciso alimentar seu lado sombrio e levá-lo a um ponto sem volta, deixá-lo, equilibrando-se na beirada.” (Pág. 163)

O responsável pelas mudanças na vida rotineira da família Ravenscroft não demora para mostrar sua face. Não fica no escuro ocultando suas origens, suas histórias e seus desejos. Ele é melancólico na maioria das vezes e seu caráter saudosista o cega em diversos momentos, mas também o alerta no menor indício de perigo. Portador de segredos, o homem (Sim, ao menos isso posso revelar) a vida de alguns em um inferno com direito a seus nove níveis. O interessante é que em seu estado de ódio, o sujeito, por mais que tente evitar, acaba se perdendo. Acaba mergulhando neste inferno, cria sua, e ardendo nas palavras que por raiva incontrolável disparou. Sua trama difamatória nos conduz para desfechos eletrizantes. Os pontos finais da autora queimam.

“Difamação” é atípico, guiado com a sutileza de uma escritora sarcástica, levado para as livrarias com o ar que merece e que atinge a qualquer leitor. Do início ao fim a missão que Knight destinou a si mesma é cumprida, a crueza de seus capítulos surpreendem o mais bem avisado. Nada ocorre por motivos do destino na obra, a concha vai aos poucos unindo suas pontas até transformar-se em uma gigantesca rede de informações, uma rede traiçoeira, munida de verdades sobre tudo e todos. Uma partícula de humanidade foi injetada no romance, provocando assim o surgimento de muitas outras. Fica claro que não se deve, nem na mais segura situação, confiar.

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Resenha: Wolverine: Origem, Paul Jenkins, Andy Kubert & Richard Isanove

“Ele é o melhor no que faz… Mas quem seria na verdade esse misterioso mutante? Seu passado permaneceu um grande mistério… até agora. Nesta edição, você irá conhecer a chocante história daquele que um dia se tornaria Wolverine, quando sua incrível origem será finalmente revelada.”

Uma das histórias mais esperadas entre os fãs dos X-Men, a origem do Wolverine demorou 27 anos para ser revelada e era até então rodeada de mistérios, entre os ávidos leitores era comum até mesmo a criação de teorias sobre o seu passado, entretanto, a história oficial não decepcionou, pelo contrário, não poderia ser mais empolgante.

A história foi escrita por Paul Jenkins, que teve que lidar com uma grande pressão devido a súbita popularidade que o Wolverine ganhou graças ao primeiro filme dos X-Men, felizmente seu roteiro fez jus a grandeza e a popularidade do personagem. A arte feita por Kubert e Isanove utilizou uma técnica de colorização que conferiu um estilo único à série, feito diretamente no lápis.

Tudo começa quando Rose, uma jovem moça órfã, se muda para a casa dos Howlett para assumir seu novo posto como babá de James, um garoto com saúde frágil e fraco. Na casa dos Howlett Rose também conhece outro garoto, de nome desconhecido e conhecido como “o cão”, é filho do Sr. Logan, um dos funcionários da casa, é um homem alcoólatra grosseiro, com um complexo de inferioridade.

Com o tempo, a babá e os dois garotos, tornaram-se bons amigos, e aos poucos vemos grandes mudanças em suas personalidades, principalmente no garoto de nome desconhecido, que era constantemente agredido pelo seu pai pelos motivos mais fúteis, forjando sua personalidade de forma bruta e covarde. Para a babá Rose e James tudo continua da maneira que estava pois sempre que se separavam de seu amigo, voltavam para a mansão juntos, já “o cão” voltava para casa onde provavelmente apanharia mais uma vez.

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Quando “o cão” passa a se interessar romanticamente por Rose percebemos as consequências dos traumas que sofreu, quem era outrora um menino bom e altruísta, torna-se um jovem ambicioso e egoísta, que não mede as consequências para ter o que quer. Quando James flagra seu “amigo” tentando forçar Rose a ficar com ele, corre para pedir ajuda a seu pai, isso foi visto como um grande erro pelo “cão”, pois a partir dali a história dos três tomaria um rumo completamente diferente.

“Wolverine – Origem” é uma das HQs mais bem trabalhadas da Marvel, não só no quesito roteiro, mas também em relação a sua arte, o peso de criar uma origem para um personagem que já fazia sucesso a 27 anos era enorme, porém Jenkins soube honrar essa tarefa, contando de forma genial uma grande história original. O Wolverine é mais do que se imaginava nessa HQ, vemos um lado dele que nunca poderíamos sequer imaginar, descobrimos o que o deixou perturbado por tanto tempo, do que ele tanto tentou fugir, a história é repleta de cenas memoráveis e imprevisíveis, uma das melhores já lançadas pela Marvel e definitivamente recomendada a todos.

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Resenha: O Círculo Rubi, Richelle Mead

É com muita honra e tristeza que hoje venho com a resenha de O Círculo Rubi, sexto e último livro da série Bloodlines, spin-off da saga Academia de Vampiros.

Então, como estarei falando sobre o final de uma série ou seja terá spoilers dos livros anteriores, sintam-se avisados.

Depois de conseguir sair da reeducação, Sydney parece está longe de se livrar dos problemas. Mesmo estando casada com o amor de sua vida, o Moroi Adrian, tudo segue de mal ao pior na vida das pessoas próximas ao casal. Eles só poderão ter a tão sonhada paz quando resgatarem Jill, a irmã da Rainha Moroi.

Quem acompanha o site, sabe o quanto eu sou apaixonado por Academia de Vampiros e Bloodlines. As duas séries possuem uma riqueza inestimável tanto no quesito de história quanto no de personagens. Creio eu que, ambas sagas são uma das únicas que eu gosto de todo o elenco. Sem exceção. Eu amo a vida que Mead dá à eles e a forma como ela cria os relacionamentos é sensacional. Eu já havia morrido de amores com o romance intenso de Rose e Dimitri, com Adrian e Sydney a coisa foi mais forte porque era um amor proibido e o que seria de mim sem essas histórias de paixões impossíveis? Quando eu comecei a ler Bloodlines, já conhecia bem o Adrian e a Sydney, mas com o decorrer dos livros, percebi que eles eram além daquilo que imaginei. Sydney tirou a máscara de durona e mostrou o quão sensível era. Já Adrian rasgou todos os panos que cobriam seus sentimentos e mostrou toda as suas qualidades. Tudo isso em seis livros, seis tomos que foram incríveis e apaixonantes.

Agora falando em O Círculo Rubi: o que se esperar de quando não se sabe o que lhe aguarda?
Sei que a frase deve ter parecido meio confusa, mas a verdade é que eu não sabia o que esperar desse livro. Mesmo a série não tendo grandes mistérios, ela também não é clichê. Quando terminei Sombras Prateadas, fiquei ansioso e triste por saber que estava perto do fim da história de Adrian e Sydney, porém, não tinha especulações sobre o que teria acontecido com Jill. Então comecei Círculo Rubi apenas na expectativa de que ele me deixasse todo derretido de amores com o romance principal. O livro cumpriu com êxito esse quesito. (Se forem contar o tanto de vezes que eu falei “awwwwww” na leitura de Coração Ardente, Sombras Prateadas e O Círculo Rubi, daria o número que eu gostaria de ter na minha conta bancária.)
Já em relação à conclusão das lacunas deixadas abertas nos volumes anteriores, foram condizentes e satisfatórias.
Existe uma coisa nesse livro que achei bem intrigante foi o fato de uma das tramas paralelas ter sido explicadas de forma superficial e, assim, dando ganchos para possíveis futuras séries. (Espero que isso se concretize!!)

Enfim gente, O Círculo Rubi fecha com congratulações uma das melhores séries de romance sobrenatural que eu já li. Se você ainda não leu Bloodlines, corre na livraria mais próxima e adquira! Adrian e Sydney, já estou morrendo de saudades de vocês.

Menções honrosas: Editora Seguinte, muitíssimo obrigado por traduzir essa série, não apenas traduzir, mas também publicá-la com edições extraordinárias. A experiência de leitura e de ansiedade na espera dos volumes não teria sido as mesma sem vocês. Mais uma vez, um grande obrigado!

Livros, Novidades, Resenhas

Resenha: O retorno de Izabel, J.A. Redmerski

Determinada a levar o mesmo estilo de vida do assassino que a libertou do cativeiro, Sarai resolve sair sozinha em missão, com o propósito de matar o sádico e corrupto empresário Arthur Hamburg. No entanto, sem habilidades nem treinamento, os acontecimentos passam muito longe de sair como o planejado. Em perigo, Sarai nem acredita quando Victor Faust aparece para salvá-la — de novo. Apesar de irritado pelas atitudes inconsequentes dela, ele logo percebe que a garota não vai desistir de seus objetivos. Então não há outra opção para ele a não ser treiná-la. Com tamanha proximidade, para eles é impossível resistir à atração explosiva. Nem Victor nem Sarai podem disfarçar o que sentem, ou negar o desejo que os une. No entanto, depois de tantos anos de sofrimento e tantas cicatrizes emocionais, será que eles conseguirão lidar com um sentimento como amor? Só que Sarai — novamente na pele de Izabel Seyfried — ainda terá que passar por um último teste; um teste para provar se conseguirá viver ao lado de Victor, mas que, ao mesmo tempo, poderá fazê-la questionar os próprios sentimentos e tudo que sabe sobre esse homem.

Atenção! Este texto contém spoilers do livro #1 A Morte de Sarai

Foi com muita surpresa que recebi “O Retorno de Izabel” este mês. Não esperava uma continuação em tão pouco tempo, mas isso só demonstra que muitos outros leitores, assim como eu, estavam ansiosos pra saber o que acontece na história de Victor e Sarai. Calma, não tá lembrando? Vem relembrar tudo que aconteceu na nossa resenha do primeiro livro da série Na Companhia de AssassinosA Morte de Sarai (AQUI).

Após terminar o primeiro livro da saga de forma tensa e com as coisas meio no ar, J.A. Redmerski aposta novamente no suspense. Nossa história agora começa um pouco depois de Sarai ser deixada por Victor em uma nova cidade para tentar levar uma vida normal. Se sentindo abandonada pelo homem que ela não consegue esquecer, Sarai encontra dificuldades para conseguir ser uma jovem normal e passar despercebida. E vamos combinar, como ser uma pessoa normal após sair de anos de cativeiro? Como esquecer tudo que passou e tudo que viu de uma hora pra outra?

“Acho que a vingança sempre encontra um caminho, mesmo nos gestos mais insignificantes.”

É com esse pensamento que encontramos nossa heroína novamente. E são nesses argumentos que eu me agarro para tentar entender as ações de Sarai no inicio da leitura. Após conseguir se firmar e até construir relações com vizinhos, amigos e até um namorado maravilhoso, Sarai decide simplesmente ir atrás do assassino Arthur Hamburg, em busca da sua vingança. Ok Sarai, você pode estar revoltada e toda trabalhada no rancor, mas como uma jovem sem nenhum treinamento ou experiência pretende matar um importante empresário infiltrado na máfia??? Miga, melhore!

Esses momentos me deixam muito irritada em uma leitura. Você sabe que a mocinha está indo diretamente pra maior roubada da sua vida, e é previsível tudo que vai acontecer e todos os erros que ela vai cometer. E ela vai lá e comete! Aqui foi o momento em que fui de agonia e irritação com a mocinha para a empolgação: Victor volta para salvá-la, e com ele o maior plot twist da leitura, deixando quase impossível o leitor desgrudar desse livro.

É importante ressaltar que Victor não volta sozinho. Com ele, chegam Fredrik e Niklas, personagens secundários que conseguem roubar a cena mesmo com toda a trama centrada em Sarai. Estou muito ansiosa pra conhecer um pouco mais da história de Fredrik (que está no próximo livro! Yay!) e de Niklas (o irmão ora malvado, ora maravilhoso de Victor) que até hoje não me decidi se é um cara de confiança ou não, e devo continuar nessa dúvida por mais tempo, o livro de Niklas é o quinto e último da série!

Victor percebe que é impossível fazer essa menina desistir de sua ideia suicida de vingança e decide então treinar nossa mocinha, para que ela pelo menos tenha uma chance diante de tudo que pretende enfrentar. E é ai que temos de volta a explosiva interação entre os dois e fica difícil não imaginar o que está por vir…

“Parece que fomos feitos um para o outro, como duas peças de um quebra-cabeça que de início parecem não se encaixar, mas que se adaptam perfeitamente quando vistas pelo mais improvável dos ângulos.”

O livro continua com sua narrativa compartilhada (um capítulo de Victor e outro de Sarai) o que nos traz a enorme vantagem de compreender cada ação e pensamento do personagem. A Suma de Letras está (novamente) de parabéns pela edição e pela capa maravilhosa! Já estou ansiosa pelo terceiro e próximo livro da série “O cisne e o chacal“! Leitura recomendada!