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Resenha: Planeta Hulk, Greg Pak, Carlo Pagulayan & Aaron Lopresti

“Traído por seus amigos e exilado no planeta Sakaar, Hulk se tornou escravo do cruel Rei Vermelho. Forçado a lutar como gladiador na Grande Arena, ele passa a ser um líder relutante para o povo oprimido de Sakaar. Mas será que ele escolherá libertar o planeta ou destruí-lo?”

Segundo os próprios fãs, Planeta Hulk é a história definitiva do gigante esmeralda nas últimas décadas. Tirado da terra e colocado em uma situação onde não é mais o único monstro, Hulk acaba se tornando algo maior do que apenas uma criatura movida pela raiva, sua fúria é totalmente liberada em uma jornada clássica de herói, como resultado, o Hulk se transforma em uma criatura mais nobre com uma ira justa e capaz de unir um mundo ou destruí-lo.

Greg Pak, responsável pelo roteiro de Planeta Hulk, fez um incrível trabalho, trazendo não só uma história fenomenal como também um clássico instantâneo, o roteiro não deixa uma ponta solta e os novos “irmãos de guerra” do Hulk mostram-se bem mais leais que os antigos. A arte é outro ponto alto passando a sensação de velocidade nas cenas de ação com êxito.

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Os Illuminati, grupo formado por super-heróis como Homem de Ferro, Dr. Estranho, Sr. Fantástico, Raio Negro, Namor e Professor X, foram os responsáveis pelo exílio do Hulk, que logo após uma missão espacial é preso a uma nave que estava programada para leva-lo a um planeta deserto e pacífico, porém, no meio do caminho a nave acaba passando por um buraco de minhoca, mudando assim sua rota e fazendo-a colidir com o planeta Sakaar.

Enfraquecido pelo impacto, Hulk sai da nave e se depara com vários nativos, que rapidamente tentam captura-lo sem sucesso, em seguida inúmeros soldados reais chegam clamando direito sobre o monstro verde e após uma breve batalha o aprisionam por meio de um disco de obediência, que faz com o que o gigante não possa fugir ou lutar diretamente. A partir disso, o herói é obrigado a sangrar incessantemente na Grande Arena, ao lado dos outros prisioneiros e irmãos de guerra, esperando a chance de dar o troco ao cruel Rei Vermelho.

Planeta Hulk é uma daquelas histórias que merecem se tornar animação e filme, a animação já temos, mas em relação ao filme, ficamos ansiosamente a espera. Um exemplo de um personagem que conseguiu evoluir através de circunstancias extremas, o Hulk mudou graças a isso, mas foi preciso um exílio em outro planeta e sua transformação em escravo e gladiador para fazê-lo crescer e se tornar algo além de uma máquina de esmagar.

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Resenha: Toda Luz Que Não Podemos Ver, Anthony Doerr

Marie-Laure vive em Paris, perto do Museu de História Natural, onde seu pai é o chaveiro responsável por cuidar de milhares de fechaduras. Quando a menina fica cega, aos seis anos, o pai constrói uma maquete em miniatura do bairro onde moram para que ela seja capaz de memorizar os caminhos. Na ocupação nazista em Paris, pai e filha fogem para a cidade de Saint-Malo e levam consigo o que talvez seja o mais valioso tesouro do museu. Em uma região de minas na Alemanha, o órfão Werner cresce com a irmã mais nova, encantado pelo rádio que certo dia encontram em uma pilha de lixo. Com a prática, acaba se tornando especialista no aparelho, talento que lhe vale uma vaga em uma escola nazista e, logo depois, uma missão especial: descobrir a fonte das transmissões de rádio responsáveis pela chegada dos Aliados na Normandia. Cada vez mais consciente dos custos humanos de seu trabalho, o rapaz é enviado então para Saint-Malo, onde seu caminho cruza o de Marie-Laure, enquanto ambos tentam sobreviver à Segunda Guerra Mundial.

Olá pessoal, como vocês estão? Hoje eu vim aqui comentar e compartilhar meus sentimentos sobre um livro maravilhoso que li recentemente: Toda Luz Que Não Podemos Ver.

Para quem não conhece, o livro foi o grande lançamento da Intrínseca para esse ano. Obviamente, a obra chegou ao topo de vendas aqui no Brasil e continua no ranking de mais vendidos, etc. Mas todo esse sucesso não é atoa. Vocês sabem aquele tipo de história que se eterniza na mente? Que te faz ficar pensando sobre diversos assuntos? Então, Toda Luz Que Não Podemos Ver se encaixa perfeitamente nesse perfil. Bem, imagine aí uma narrativa que se passa durante a Segunda Guerra Mundial, entre o ponto de vista de uma menina francesa cega e de um garoto alemão que acaba indo para uma escola de treinamento nazista. Por aí você já sente todo o drama que a trama carrega…

Para evitar spoilers, decidi apenas deixar a sinopse oficial e ir direto às minhas impressões. Tudo em respeito à vocês, ok? Vamos lá!

Eu não sei se vocês sabem, mas a Intrínseca todo ano realiza uma mega turnê de eventos pelo Brasil para divulgar os lançamentos e ter um contato maior com os seus leitores. Durante o evento na minha cidade, as moças do marketing comentaram sobre o livro de Doerr e, pelo o que elas falaram, me deu uma imensa vontade de ler. Tudo bem, houve o lançamento da obra, etc, mas infelizmente não pude ler devido aos vários livros que já estavam na lista. Sendo que pouco depois que o livro chegou às livrarias, saiu o anúncio de que ele havia vencido o prêmio Putlizer de melhor ficção e, com isso, minha curiosidade aumentou ainda mais. (Para quem desconhece o que é um prêmio Putlizer, é uma das maiores premiações no ramo da literatura.) Enfim, passou-se um tempo e, ATÉ QUE ENFIM, tive a oportunidade de ler devido ao clube do livro da Intrínseca que ocorre aqui na minha cidade.

Sabe a maior lição da história? A história é aquilo que os vitoriosos determinam. Eis a lição. Seja qual for o vencedor, ele é quem decide a história. Agimos em nosso próprio interesse. Claro que sim. Me dê o nome de uma pessoa ou de um país que não faça isso. O truque é perceber onde estão os seus interesses.

Quando comecei a leitura, fiquei fascinado e assustado desde o primeiro capítulo. O autor já começa te colocando dentro daquela realidade cruel e pavorosa que foi a Segunda Guerra. Ele introduz primeiro o cenário e logo depois os personagens, o que eu achei uma sacada muito bacana por parte dele pois é como se estivéssemos vendo um filme. E engana-se quem pensa que Doerr usa uma linguagem difícil, apesar de que algumas vezes ele utiliza algumas palavras rebuscadas, porém não é algo que atrapalhe.

Todo efeito tem sua causa, e todo problema tem sua solução.

Além de uma narrativa extremamente intricada, Anthony cria personagens incrivelmente humanos e profundos. Não há como não sentir os seus dramas e aflições. Quando a Guerra começa à entrar no seu auge, todo o elenco do livro passa por situações que são de deixar o leitor imerso em todo aquele horror que foi a Segunda Guerra. E, meus amigos, são poucos os autores que conseguem te deixar tão próximo e tão comovidos pelos medos de seus personagens.

A vida é um caos, senhores.

Em meio à tantos livros fracos, mal elaborados e que só trazem mais do mesmo, Toda Luz Que Não Podemos Ver é literalmente uma luz de esperança na literatura. É poético, cativante, melancólico e impactante. Sem sombra de dúvidas um livro que deve ser lido pois não é todo dia que achamos uma obra-prima como esta.

Já anseio para o próximo livro do autor.

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Resenha: A aposta, Vanessa Bosso

Uma viagem de formatura. Uma aposta perigosa. Lex, o galinha do colégio, terá apenas sete dias para derreter o congelado coração de nina, a garota que odeia quem use cuecas. Nina enlouquece quando descobre sobre a grande aposta do ano. E agora ela quer sangue: o sangue de lex. Em meio a chantagens, intrigas, vinganças, diálogos ácidos, aventuras, romance e momentos hilários, as páginas desse livro entrarão em combustão espontânea. Quem sairá vencedor? Façam suas apostas. O jogo de sedução está prestes a começar.

Quando peguei “A aposta” para ler, me espantei por nunca ter ouvido falar dele antes. O livro é um fenômeno de vendas na Amazon. Ele seguiu a mesma linha de “Não pare” da FML Pepper, e foi uma publicação independente. Depois do sucesso, “A aposta” chamou a atenção das editoras e aqui no Brasil foi publicado pela Novo Conceito.

Dessa vez conhecemos a história de Nina, uma adolescente durona e explosiva, que devido a traumas do passado, odeia todos os homens do mundo. Eu sou uma eterna defensora das protagonistas independentes e que vão de encontro as mocinhas inocentes e ingênuas que estamparam tantas histórias de romance por ai. Mas no caso de Nina, achei a atitude da personagem um pouco forçada. Entre seu mal-humor e algumas atitudes exageradas de sua parte, não consegui criar um vínculo muito forte com a perosangem.

No outro lado da história, conhecemos Lex, um jovem despreocupado e divertido, que é a personificação do clichê adolescente: lindo, sedutor, engraçado, simpático… e justamente por ter inúmeras qualidades, Lex é acostumado a ter tudo que sempre quis, e para sair do tédio, aceita todos os tipos de apostas que é desafiado no colégio. A partir daí não fica muito difícil imaginar o que vai acontecer, certo?

A aposta lançada dessa vez terá o cenário em uma ilha, onde os alunos do colégio irão comemorar o fim do ano escolar. Para ganhar o dinheiro que precisa para consertar sua moto, Lex precisa conquistar Nina. Enquanto isso, do outro lado da aposta, Nina tem o objetivo de resistir aos charmes de Lex. É ai que meus problemas com “A aposta” começam. É bastante claro ao leitor os motivos de Lex para entrar na competição, mas e os de Nina? Mas ok, vamos lá, a mocinha aceitou tentar resistir aos encantos do nosso protagonista, e tem inicio então a maior aposta do colégio.

Uma vez na ilha, somos convidados a conhecer um pouquinho mais dos nossos personagens. É muito fácil se encantar por Lex, que se mostra desde o inicio um personagem maravilhoso, mesmo lidando com o mal-humor de Nina na maior parte do tempo. É bastante previsível imaginar o futuro dessa história… Aos poucos, Lex vai começando a entender porque Nina criou tantas barreiras em volta de si mesma, e começa a quebrar uma a uma, se aproximando cada vez mais da nossa mocinha.

“Lex toma o rosto dela entre as mãos. Algo devastador a inunda nesse instante. É uma sensação grandiosa demais para ser desprezada.”

Embora Nina tente resistir, se vê cada vez mais envolvida com a presença de Lex, mas não consegue esquecer da aposta e do fato de que todo o colégio está apenas aguardando o final dessa história. Mais uma vez, não consigo simpatizar com a situação de Nina. Ela entrou em uma aposta que poderia ter ganho facilmente, apenas evitando a presença de Lex, mas não, ela simplesmente deixa acontecer e isso não condiz com a personalidade que a autora nos apresenta de Nina (teoricamente uma garota explosiva e irritada, que faz o que bem entender) e vai contra tudo o que ela alegava querer para si.

A partir dai já podemos imaginar tudo que irá acontecer nas próximas páginas… Para dificultar ainda mais a situação, também temos uma vilã clássica/ex-namorada que faz questão de se envolver em todos os momentos de Nina e Lex, elaborando planos mirabolantes e seduzindo colegas para ajudá-la a concretizar todos eles, o que achei uma vibe bem Malhação, inclusive…

O livro tem o diferencial de possuir um narrador participativo na história. Ainda que seja em terceira pessoa, o narrador não apenas nos conta os fatos, como também sua opinião sobre eles e o que ele acha que vai acontecer. Embora clichê, “A aposta” atinge seu objetivo ao entregar ao leitor uma leitura leve e despretensiosa.

“- Não foi só a gravação, é o todo, você entende?
– Começou tudo errado, eu concordo com você. Mas precisa terminar errado?

 

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Resenha: Invasão Secreta, Brian Michael Bendis & Leinil Francis Yu

“A raça de transmorfos alienígenas conhecidos como skrulls infiltrou-se secretamente em cada organização superpoderosa do planeta com um objetivo: invasão total! Os heróis mais poderoso da Terra devem se unir para rechaçar o ataque – mas como eles podem ter sucesso se o inimigo pode ser qualquer um? Com todo herói sendo um atacante alienígena em potencial, os heróis devem perguntar a sim mesmos: em quem você confia?”

A primeira aparição dos alienígenas skrulls foi na segunda edição do quarteto fantástico em 1962, há mais de meio século eles dão trabalho a todos os heróis da Marvel com suas habilidades de se transformar em qualquer um, espalhando caos e confusão por onde passam. Porém, apenas recentemente, em “Invasão Secreta”, que os Skrulls fizeram sua tentativa mais audaciosa de conquistar a Terra.

O enredo escrito por Brian Michael Bendis vinha sendo construído desde “Vingadores: A Queda”, onde era possível perceber inconsistências em alguns personagens, que já haviam sido substituídos por skrulls, porém Elektra foi o primeiro alienígena a ser descoberto, uma descoberta espantosa, que fez com que os personagens passassem a desconfiar uns dos outros. A arte feita por Leinil Francis Yu é simplesmente espetacular, o que contribuiu bastante para o sucesso da HQ, enquanto lemos a história nos deparamos com algumas páginas duplas impressionantes, ao ponto de nos ser impossível não pausar a leitura para apreciar a cena.

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Quando o skrull que havia tomado a forma de Elektra foi descoberto, o seu corpo foi enviado para que Tony Stark, Reed Richards e Hank Pym o examinassem. Impressionados pelo fato de ele não ter sido detectado por nenhuma tecnologia ou poder, eles logo suspeitam que qualquer um possa ser na verdade um skrull infiltrado. Em meio a análise do corpo, o Homem de Ferro é contatado por Maria Hill, avisando com urgência que uma nave skrull havia caído nas terras selvagens, uma ilha pré-histórica e inexplorada, intocada pelo tempo ou pelo homem.

Vários heróis vão ao local e imediatamente torna-se perceptível as suspeitas e desavenças entre eles, a confiança de todos está abalada. Em meio a todas as discussões, um dos heróis, Luke Cage, decide abrir a nave e, mesmo contra a vontade de todos, ele usa sua superforça e abre a comporta, iniciando inadvertidamente a invasão skrull. O primeiro afetado é Tony Stark, logo após a nave ser aberta um vírus ataca o sistema de sua armadura, assim como todo o sistema construído pelas indústrias Stark responsáveis por nada mais nada menos que a segurança de toda a Terra.

Uma HQ genial, Invasão Secreta surpreende a cada página, quem é aliado e quem é inimigo? Para poder salvar o planeta não apenas heróis lutarão mas também vilões e até mesmo civis, todos são suspeitos até que se prove o contrário. Repleto de batalhas épicas, dramas pessoais e reviravoltas, uma HQ completa e recomendadíssima.

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Resenha: A Febre, Megan Abbott

Até um certo tempo atrás, o mercado editoral estava abarrotado de distopia, mas como tudo é fase, parece que a vasta gama de livros futuristas se esgotou. No fim desse período distópico veio o boom que foi Garota Exemplar e com isso, editoras e autores migraram para as obras de suspense ou policiais. Hoje, você entra na livraria e encontra uma infinidade de obras com tramas misteriosas e com uma citação mais ou menos desse jeito na capa: “Se você gostou de Garota Exemplar, irá amar este livro.”. O que deixa os leitores que amaram a história de Amy curiosos para saber se o produto ofertado irá conseguir surpreendê-los tanto quanto a jornada da nossa querida garota exemplar. Só que existe um grande perigo nisto: a pessoa se empolgar para ler e ver que aquilo não tem nada haver com o que lhe foi oferecido.
Recentemente eu li A Garota no Trem, o livro que está sendo cotado para substituir a posição de Garota Exemplar e eu havia visto diversos e diversos comentários comparando as duas histórias. Quando li, vi que não existia nenhuma relação ou algo semelhante nas duas tramas e o mesmo aconteceu com A Febre. Então, antes de ler os dois livros que mencionei agora, esqueçam de Garota Exemplar, ok? Cada um tem sua história e ambas se destoam completamente uma das outras.
Mas enfim, vamos conversar sobre o que realmente interessa.

A Febre vai contar a história de um estranho acontecimento em uma cidade. Do nada, durante a aula, Lise Daniels começa a ter uma convulsão, o que causa alarde pois não se sabe o que levou àquela situação. Logo após disso, casos parecidos com o de Lise começam a acontecer o que acaba gerando um grande medo entre as alunas e nos pais. Suspeitas começam a circundar na cabeça da população… Seria uma vacina contra HPV que todas as garotas da escola de Lise tiveram que tomar que estava gerando tudo aquilo?

Recentemente, eu havia visto um anúncio gigante no Skoob sobre esse livro, o que me chamou a atenção pois havia um comentário bem generoso da Gillian Flynn, uma das minhas autoras favoritas. Então estava eu na Cultura quando vi um exemplar de A Febre e para passar o tempo, o peguei para ler. E socorro, me sentei e quando percebi, já estava na página 100, mas houve um grande problema, eu não tinha dinheiro pra comprar e tampouco tinha epub dele na net. O que me fez deixou louco, pois eu estava completamente absorto na história criada por Megan Abbott, então passou-se uma semana e, ATÉ QUE ENFIM, consegui ler o resto de A Febre.
Mas vamos ao que importa.

Com uma premissa bem atraente, A Febre começa com todo aquele clima de suspense e eu até arriscaria dizer paranoico, mas eu sabia que o livro não iria puxar para algo sobrenatural. Mas enfim, quando eu comecei a ler, fiquei completamente imerso em tudo o que estava acontecendo com Deenie e suas amigas. Aliás, quem não fica absorto numa boa história de suspense? A narrativa de Abbot é sensacional! Viciante e impactante. Faz com que cem páginas não pareçam nada e com que você fique curioso e a ansioso para saber o que realmente está acontecendo. Eu a aplaudo de pé.

Os personagens foram bem construídos e aos poucos foram desabrochando com o decorrer das páginas e a autora soube muito bem abrir um pouco de cada um no momento certo para não haver previsibilidade no desfecho.

Por falar em desfecho, eu não imaginava que o causador da “febre” fosse o que foi. Fui pego de supetão! Porém, eu esperava algo mais BOOM devido à toda narrativa que o livro estava sustentando, mas a conclusão foi satisfatória!

Sem mais delongas, eu recomendo A Febre para você que procura algo denso, forte e de qualidade. Sem dúvidas esse livro entra para o Hall onde está Objetos Cortantes.

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Resenha: Cinco dias, Julie Lawson Timmer

Até que ponto você estaria disposto a se sacrificar por amor? Mara Nichols é uma advogada bem-sucedida, esposa e mãe dedicada. Ela está doente. Uma doença devastadora. Ela precisa colocar um fim ao sofrimento dos últimos tempos. Scott Coffman é um professor do ensino fundamental que precisa cuidar de um garoto de oito anos enquanto a mãe do menino cumpre pena na prisão. Mara e Scott têm apenas cinco dias para dizer adeus àqueles que amam. Essa talvez seja a maior prova de amor que poderiam dar a essas pessoas.

Ao receber “Cinco dias” em casa, não esperava que ele fosse me monopolizar por tanto tempo. É aquele tipo de livro que você acaba de ler mas não coloca um ponto final. Você passa dias refletindo sobre tudo que leu e o quanto aquilo se encaixa, de alguma maneira, em sua própria vida. Toda reflexão ainda não é suficiente para tentar compreender todas as mensagens que Julie Lawson Timmer nos passa em sua obra, e até hoje ainda terminei de assimilar tudo que li.

Neste livro somos convidados a acompanhar 5 dias na vida de Mara e Scott. Embora não se conheçam pessoalmente, ambos interagem e são amigos em um fórum virtual sobre família, e acabam ajudando um ao outro sem nem fazer ideia da importância de suas palavras de apoio para o outro, mesmo que vindas de um desconhecido. Essa é a maior premissa do fórum: quando você se despir de tudo que lhe faz ser reconhecido: seu rosto, sua profissão e suas conquistas, você se torna muito mais aberto para expor e compartilhar partes de sua vida que até então nem você mesmo tinha pensado.

Mara era uma advogada de sucesso, sócia de sua firma e completamente independente. Sempre se orgulhou em resolver seus problemas e ser um ícone entre suas amigas sobre como tomar as rédeas da sua própria vida. No entanto, ela foi diagnosticada com uma doença degenerativa incurável, Huntington, que ao atacar seu sistema nervoso, aos poucos vai tirando tudo que torna Mara uma pessoa: primeiro o controle dos seus movimentos, depois a sua memória e por fim a sua vida. Ao ver sua vida esvair diante dos seus próprios olhos e observar como sua família tem se sacrificado para tornar seus dias mais confortáveis em meio a tanta dor, Mara toma uma decisão: quando o primeiro sintoma do pior declínio da sua doença aparecer, ela vai tirar a própria vida, para poupar seu marido, filha e seus pais de presenciarem a agonia do seu fim e para não viver sendo um estorvo para aqueles que ama. Para isso, ela escolhe a data do seu aniversário, para que sua família não precise se lembrar duas vezes por ano, mas apenas uma, dela e de sua morte. Faltando 5 dias para a ocasião, acompanhamos Mara tomar decisões – tanto as práticas quanto as emocionais – do dia em que irá tirar sua própria vida enquanto sua família pensa em como comemorar o dia do seu nascimento.

Scott é um professor de uma escola pública que dedica sua vida para tornar a vida daqueles alunos que não tiveram oportunidades em algo melhor. Ao encontrar um ex-aluno em uma situação complicada, sem ter como estudar, trabalhar e cuidar do irmãozinho, Scott resolve ajudá-lo e adotar seu irmão menor por um período de um ano, tempo em que a mãe dos meninos irá sair da prisão. O que Scott não esperava era se afeiçoar tanto a Curtis, e se sentir mais pai daquele menino que conheceu há pouco tempo do que do bebê que sua esposa espera na barriga. Quando se dá conta, Scott só tem mais 5 dias ao lado de Curtis antes de ter que se despedir daquele que já considera parte fundamental da sua família.

O livro é narrado em terceira pessoa, mas ainda assim conseguimos nos sentir tão próximos dos personagens quanto se os mesmos estivessem contando suas dores. Intercalando entre as duas histórias, o livro não se passa completamente em cinco dias, ele relembra todos os momentos que foram decisivos para chegar nos dias de hoje, convidando o leitor a mergulhar na vida dos nossos protagonistas.

Confesso que lia esperando a narrativa de Mara. Não me entendam mal, Scott é um personagem maravilhoso e sua trama é emocionante, mas Mara partiu meu coração. A construção dessa personagem ávida e cheia de energia em minha mente ia sendo contrastada com a pessoa que ela se tornou, e mesmo sendo completamente contra a sua decisão, eu conseguia entender o que levou Mara a tomar essa atitude. Ela não queria ser apenas a sombra da mulher que ela já tinha sido um dia.

— Acho que o intelecto e a lógica não sabem merda nenhuma de como é ser diagnosticado com uma doença incurável.”

Acompanhar todo esse drama nos faz ficar completamente envolvidos na narrativa, e em alguns trechos, minha angústia beirava o desespero e não conseguia me imaginar naquelas situações. “Cinco dias” nos faz refletir sobre inúmeros fatores em nossas vidas e sobre como gostaríamos de aproveitá-la. É uma leitura densa, profunda e muito triste. Não recomendo para quem quer ler para se distrair, mas para quem quer ler para ser modificado.

As vezes, amar alguém significa deixá-lo ir embora”

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Resenha: O Espetacular Homem-Aranha – O Nascimento de Venom, David Michelinie & Todd McFarlane

“Venom: uma sombria e aterrorizante forma de vida que incorpora todos os poderes do Homem-Aranha! Quando o Escalador de Paredes rejeita o simbionte alienígena que havia se transformado em seu todo poderoso uniforme preto, a criatura é forçada a encontrar uma outra vítima: Eddie Brock. Consumido por um ódio insano pelo Aranha, sentimento também compartilhado pelo novo hospedeiro, Venom surge como o mais perigoso inimigo do herói aracnídeo.”

Durante anos o Duende Verde foi considerado o arqui-inimigo do Homem-Aranha, mas em 1988 um novo e ainda mais mortífero vilão surgiu conquistando os fãs de imediato, atendendo apenas por Venom o sádico vilão obcecado por matar o Aranha se tornou um grande sucesso entre os leitores, principalmente com o publico mais jovem.

O roteiro escrito por David Michelinie dá continuação a saga do cabeça de teia com o seu retorno a terra após a saga de Guerras Secretas. David faz um grande trabalho demostrando as dificuldades de Peter como sua tia May, Mary Jane, seu trabalho como fotografo freelancer, sua namorada a Gata Negra e como ele volta a se adaptar ao seu dia a dia antes das guerras secretas, isso tudo sem esquecer o sarcasmo e humor do personagem. A arte por Todd McFarlane é brilhante relembrando levemente o estilo de Guerras Secretas

O aranha acaba de retornar a Terra após uma longa batalha contra Beyonder o ser espacial misterioso, responsável por transportar os maiores vilões e heróis para uma enorme batalha do outro lado da galáxia. Mas com o seu retorno ele terá vários problemas para resolver e pôr em dia graças a sua longa ausência. Apesar das dificuldades que enfrentou em sua aventura espacial Peter traz consigo uma lembrança deste embate, um novo uniforme negro e misterioso que obedece a cada comando pensado por quem estiver usando-o, podendo aderir a várias formas.

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Pouco tempo depois de retornar ele retoma suas atividades de combater o crime que na ausência dos maiores heróis da terra havia crescido. Apesar do crime em alta outra coisa perturba Peter, seu uniforme misterioso ainda não foi analisado por Reed Richards, não se sabe do que ele é composto e suas utilidades impressionantes são convenientes demais. Isso faz com que o aranha assim que possível leve rapidamente seu uniforme para ser analisado, pra completar, desde que voltara a terra Peter tem se sentido muito cansado, não tem dormido bem como se nem ao menos tivesse dormido.

O que é descoberto no laboratório do Sr. Fantástico é algo que mudará Nova York para sempre, uma criatura simbiótica estava drenando as forças do Homem-Aranha como um parasita, se alimentando de sua vitalidade e consequentemente deixando-o cada vez menos disposto, a criatura toma a forma que quiser e o uniforme do Homem-Aranha foi o mais adequado para conseguir um hospedeiro, a partir desse momento Peter decide se livrar do uniforme, deixando-o no laboratório com o quarteto fantástico, mas a criatura não desistirá tão facilmente de seu hospedeiro.

O Nascimento de Venom descreve perfeitamente a chegada de um dos vilões mais adorados pelos leitores, sua sede por vingança e aparência o transforma em um dos personagens mais brutais e perigosos do universo Marvel, para todos que são fãs do amigão da vizinhança é uma leitura obrigatória, para os que não são também.

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Resenha: Zac & Mia, A.J. Betts

A última pessoa que Zac esperava encontrar em seu quarto de hospital era uma garota como Mia – bonita, irritante, mal-humorada e com um gosto musical duvidoso. No mundo real, ele nunca poderia ser amigo de uma pessoa como ela. Mas no hospital as regras são diferentes. Uma batida na parede do seu quarto se transforma em uma amizade surpreendente. Será que Mia precisa de Zac? Será que Zac precisa de Mia? Será que eles precisam tanto um do outro? Contada sob a perspectiva de ambos, Zac e Mia é a história tocante de dois adolescentes comuns em circunstâncias extraordinárias.

Quando recebi Zac & Mia em casa eu estava muito empolgada. Como vivo tentando me despistar dos spoilers que assolam o mundo, escolhi fechar os olhos todos os dias que lia algum comentário sobre esse livro. Estava esperando um romance que tinha agradado muito a crítica, tudo que eu não estava esperando era mais um livro sobre o câncer.

Eu estou oficialmente cansada de livros sobre o câncer. Não me entendam mal, não sou insensível e não acho que esse tema deveria ser escondido de todos nós. Muito pelo contrário! O mundo tem que perder o medo da palavra câncer e de todo o paradigma que a cerca, mas não do jeito que ando lendo por aí. Desde “A Culpa é das Estrelas” – diga-se de passagem, um dos meus livros favoritos – fomos levados por uma enxurrada de livros com a temática hospitalar, onde jovens lutam bravamente e diariamente para chegar ao fim de um mais dia e nem sempre tem um final feliz.

É a história clássica de um herói que trava uma batalha silenciosa dentro de si mesmo, mas que ainda conseguem preservar sua essência, levar sua vida normalmente e ainda nos dar uma lição como devemos aproveitar mais a nossa vida. Mas veja bem, o câncer não é nada romantizado. O câncer é feio, silencioso e letal. Ele é vencido (ou não) pelo cansaço. Ele luta não somente com um paciente, mas com todos os médicos que estudam diariamente novas drogas para combatê-lo, com as enfermeiras, que estão a todo o momento preocupadas com o bem-estar do paciente, ele luta com as mães desesperadas na beira da cama, com os pais resistentes na força filho, com os irmãos, irmãs, esposas, filhos e filhas que estão batalhando junto com o doente. O câncer modifica a vida de uma família inteira e não era bem isso que eu andava lendo e vendo por ai…

Nunca li um livro sobre a temática (e olha que li bastante viu? Aliado a meu fraco por romances, eu faço medicina, então a combinação dos dois temas sempre foi o suficiente para me chamar atenção) que abordasse o que sempre pensei: essa não é uma tarefa que se luta sozinho, e ao ler as palavras de Zac sobre sua doença, percebi que esse seria um livro diferente de todos que já li

Logo de cara conhecemos Zac, um garoto de 17 anos que está no pós-operatório de um transplante de medula, na segunda tentativa de curar sua leucemia. Em isolamento no seu quarto, ele fala de como toda a sua força e todo o seu sacrifício é para a sua família, que esteve ao seu lado e realmente lutou para ajudá-lo. De como as pessoas se referem a ele como “corajoso” e “guerreiro”, quando na verdade ele não fez nenhum grande ato heroico, não ajudou ninguém, não fez nenhuma nova descoberta. Mas Zac em momento nenhum é ressentido ou amargo. Ele é o personagem mais bem-humorado e engraçado do livro, e quando percebi isso, me apaixonei por Zac.

De todos, eu sou o menos corajoso. Nunca me alistei para essa guerra. A leucemia me convocou, essa filha da Puta.”

Vamos conhecendo toda sua história: de um garoto ativo, que morava numa fazenda com uma família amorosa, praticava esportes e saia com os amigos até a descoberta sobre sua doença, seus tratamentos e seu atual dia-a-dia no hospital, preso a uma cama, com pessoas medindo a quantidade de glóbulos brancos no seu sangue.

Seu cotidiano entendiante muda com a chegada de Mia, uma adolescente linda e rabugenta que chega para o quarto ao lado. Entre sua falta de educação com as enfermeiras e a música alta que ela coloca em pleno hospital, Mia muda o foco da atenção de Zac e consegue distraí-lo como ninguém nunca conseguiu por ali. Mia é briguenta e fútil, se preocupa mais com seu cabelo do que com seu osteosarcoma, mas ela também é a personagem que mais cresce em tão pouco tempo.

Ouço coisas como ‘você ter descoberto a tempo de se tratar é muita sorte…’ É impossível, essa coisa de sorte. Eu queria que a sorte desse o fora e me deixasse cometer meus próprios erros. Quero ter o controle sobre a minha vida novamente.

Acostumado a só ter companheiros de hospital na base dos 60 anos, Zac não tem como não se aproximar de Mia, e essa história passa longe de ser a mais romântica ou a mais convencional, mas com certeza é uma das mais lindas que já vi.

“Zac & Mia” fala sim sobre câncer, fala sim sobre aproveitarmos nossa vida ao máximo, porque podemos não saber até quando poderemos fazer isso, fala sim sobre valorizar a família e as coisas que realmente importam. Dito isso pode parecer bastante clichê, certo? Mas acredite, ele não é. O livro tem uma forma tão leve e ao mesmo tempo tão profunda de tratar sobre assunto que tentei procurar um outro livro semelhante pra exemplificar pra vocês e não consegui… Zac & Mia é único.

“Confie em mim, penso. Confie em mim. Então ela se apoia em mim como se eu fosse o único amigo que restasse no mundo.”

Leitura recomendada e entrou pro top das favoritas desse ano!

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Resenha: O despertar do príncipe, Colleen Houck

O Despertar do Príncipe – Quando a jovem de dezessete anos, Lilliana Young, entra no Museu Metropolitano de Arte certa manhã, durante as férias de primavera, a última coisa que esperava encontrar é um príncipe egípcio ao vivo com poderes divinos, que teria despertado após mil anos de mumificação.E ela realmente não poderia imaginar ser escolhida para ajudá-lo em uma jornada épica que irá levá-los por todo globo para encontrar seus irmãos e completar uma grande cerimônia que salvará a humanidade.Mas o destino tem tomado conta de Lily, e ela, juntamente com seu príncipe sol, Amon, deverá viajar para o Vale dos Reis, despertar seus irmãos e impedir um mal em forma de um deus chamado Seth, de dominar o mundo.

O quão hipócrita eu seria por ter julgado os últimos livros da Collen Houck na semana passada e hoje vir aqui recomendar a leitura desse novo lançamento da autora? Bom, por que foi isso mesmo que vim fazer aqui! Hateres gonna hate, mas vim contar pra vocês sobre a mais nova obra da autora, que cá entre nós, está muito boa!

Antes de começar qualquer resenha, deixo claro que: irão haver comparações! Acho muito difícil falar sobre esse livro sem fazer alguma comparação com a outra série de Collen Houck, A maldição do tigre, até porque a autora investiu na mesma temática (mocinha humana + herói não-humano maravilhoso + jogar um um bando de lendas e crenças de outro país pra completar e = TCHARAM! Novo best seller saindo do forno!) Então eu vou tentar ser imparcial, mas vou comparar sim, me desculpem desde já!

Então vamos lá? No livro somos apresentados a Lilliana – ou Lily – uma adolescente séria que luta diariamente pra esconder seu lado sarcástico e aventureiro de seus pais extremamente rigorosos, que só ligam pras aparências.

Podemos começar essa comparação com um grande plus: Lily é infinitas vezes melhor que Kelsey. Muito mais decidida, não se deixa levar pelos acontecimentos sem fazer nada, e o melhor de todas as suas qualidades: saber que é bonita. Gente, eu não sei se é porque leio demais, mas simplesmente cansei de mocinhas sem auto-estima que passam metade do livro se perguntando porque o herói quer ficar com ela. Miga, se um semi-deus/príncipe reencarnado em animal/vampiro milenar/lobisomem rei quer ficar com você, mesmo você sendo 100% sem graça, levanta as mãos pro céus e aceita, não tenta lutar contra não! Continuando…

Em mais um dia comum e entediante do seu dia, Lily vai até uma seção fechada do Museu Metropolitano de Arte para poder ler em paz sem ser incomodada, quando percebe que não está sozinha lá. E aqui somos apresentados a Amon… Definindo Amon para os leitores da Saga do Tigre, Amon é o nosso Ren. Para quem não leu, Amon é atencioso, educado, engraçado, lindo, e ah… Amon também é o príncipe do Sol, que desperta uma vez a cada mil anos para realizar uma cerimônia ao lado de seus irmãos para salvar a terra e a humanidade da magia poderosa do Deus Seth (mas bobagem essa última parte, né?).

Depois de se apresentar, Amon diz a Lily que, por não estar encontrando seus vasos canópicos (no Egito, os vasos canópicos são onde os servos guardam os órgãos das múmias, para elas utilizarem quando reencarnarem), ele vai precisar fazer uma ligação com ela, para usar sua energia vital. Ele explica que só fez isso devido a importância de terminar a sua tarefa de deixar o Deus Seth adormecido, devido ao seu enorme poder e maldade (uma ressalva aqui que nós só ouvimos falar desse Seth. Conhecemos seus seguidores e servos durante todo o livro, mas esse  Seth bonitinho nunca deu as caras). Acreditando que está diante de uma pessoa mentalmente doente, Lily tenta ajudar Amon e até levá-lo para um hospital. Mal sabe a nossa mocinha que está prestes a viver a maior aventura da sua vida controlada.

Amon realmente é o príncipe do Sol e utilizou os órgãos de Lily para conseguir energia suficiente para terminar sua missão na terra:
1. Encontrar sua tumba e recuperar seus vasos canópicos
2. Despertar seus irmãos
3. Realizar a cerimônia milenar para derrotar o Deus Seth (que nunca vi, nem comi, eu só ouço falar)
E por estar conectada a ele com uma ligação ainda não totalmente compreendida, Lily tem que acompanhar nosso Deus do Sol em toda a sua aventura.

“Sem você eu seria uma balsa lançada em uma mar revolto sem vela nem ancora. Estaria realmente perdido”

E é durante toda essa corrida para salvar o mundo que Lily se apaixona por Amon. Não pelo príncipe, ou pela múmia, mas pelo homem abnegado e maravilhoso que Amon é, mas só pode mostrar um pouquinho de si a cada mil anos. Digo com pesar que perdemos em O despertar do príncipe o meu fator preferido em A maldição do tigre: o romance doce e caramelizado. O despertar traz muito mais ação e um herói totalmente decidido a terminar seus objetivos e não se entregar a um romance com uma mortal. Não posso dizer o quanto essa determinação foi suficiente, mas dou créditos pela tentativa.

Hakenew, Lily.
– Isso quer dizer “obrigado”, não é?
– Quer dizer mais do que um simples obrigado. Expressa um profundo sentimento de gratidão por outra pessoa. É um agradecimento pelo calor e pelo conforto duradouros que sente na companhia de alguém especial. Não estou agradecendo a você, Lily. Estou agradecendo por você.”

Sobre a parte cultural… Não sei se foi por uma preferência pessoal, mas achei a cultura Egípcia muito mais interessante e menos confusa do que a Indiana que tivemos em Maldição do Tigre. Eu realmente gostava de ler aquelas histórias e os significados egípcios, diferentemente das milhares de lendas malucas que eu lia no Tigre, quando minha vontade era pular logo pra voltar pros braços de Ren e do romance.

O Símbolo é um sinal de proteção do deus do sol e um lembrete: quando somos privados de tudo aquilo que valorizados, finalmente conseguimos ver a verdade.”

Assim como na saga anterior, a edição continua impecável! Com uma capa maravilhosa e temática (as capas dos primeiros volumes de ambas as séries estão entre as minhas preferidas de todas que tenho), o livro é dividido em 3 partes, que também são detalhadas e diferenciadas no meio da leitura. Assim como na saga do Tigre (juro que é a última comparação rsss) temos um final forte e que nos deixa ansiosos pela próxima leitura! O segundo livro da série “O coração da esfinge” ainda não tem previsão de lançamento pela Editora Arqueiro, mas eu já estou aguardando ansiosamente por esse segundo volume!

” — A Eternidade é um tempo longo demais para não se ter  alguma coisa para lembrar.”

Livros, Resenhas

Resenha: O incrível Hulk: Gritos Silenciosos, Peter David & Dale Keown

“Bruce Banner embarca numa busca desesperada para encontrar sua esposa, Betty Ross. Enquanto isso, seu alter ego, o Hulk Cinza, reúne-se aos seus colegas membros fundadores dos Defensores, Namor e Doutor Estranho, para lutar contra uma invasão de outra dimensão. Para piorar as coisas, o Hulk se depara com um insidioso plano elaborado pelos sinistros transmorfos alienígenas skrulls.”

Contando uma das muitas histórias criadas por Peter David, Gritos Silenciosos mostra perfeitamente o quanto o autor se aprofundou no personagem desenvolvendo várias perspectivas de como é a batalha interna entre Bruce Banner e o Hulk, tendo usado até mesmo a infância do herói e seu posterior distúrbio de múltiplas personalidades para justificar o seu temperamento e a própria existência do Hulk. A arte feita por Dale Keown determina uma época dourada para as HQs do Golias Esmeralda, seus traços são limpos, incisivos e com um belo sombreamento.

O herói estava desaparecido a meses, depois de enfrentar uma explosão de uma bomba gama ele havia sido considerado morto, porém foi encontrado inconsciente pelo dono de um casino em Las Vegas e graças a explosão Joe Tira-Teima mais conhecido como o Hulk Cinza agora ficava 100% do tempo transformado. Acabou se tornando leão de chácara de um casino, nesse período de tempo também fez parte do Novo Quarteto Fantástico e teve um romance com uma dançarina local.

Ao retornar para Nova York, Banner procura por sua esposa que não vê a meses. O fato de estar vivo não era do conhecimento de muitos e Betty Ross sua esposa havia seguido em frente superando sua suposta perda. Mas quando ele finalmente a encontra o exército aparece para contê-lo.

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Após fugir do exército, Hulk e Betty tentam encontrar Rick Jones, um grande amigo de Banner, o herói não sabe ainda mas Rick havia sido raptado pelos Skrulls, alienígenas transmorfos, capazes de assumir várias formas para enganar seus inimigos. Além dos Skrulls Bruce terá que enfrentar vários problemas para encontrar a si mesmo, pois neste exato momento seu corpo possui três personalidades, Hulk, Joe Tira-Teima e Bruce Banner e todas elas lutam por controle. Para conseguir se livrar disso ele receberá ajuda do Dr. Leonard Samson, um psiquiatra que tratará o distúrbio de múltiplas personalidades de Bruce antes que ele perca totalmente o controle e acabe casualmente destruindo todo o continente.

Caso você esteja se perguntando, Peter David explicou de forma psicológica porque Banner conseguiu se transformar em Hulks de cores diferentes. Após presenciar seu pai assassinando sua mãe, Bruce com apenas 7 anos, desenvolveu um quadro de múltiplas personalidade despertado totalmente quando atingido pela radiação gama. Assim o Hulk Verde, sempre querendo ficar sozinho e sem muita inteligência, seria sua personalidade infantil; o Hulk Cinza seria a personalidade adolescente entre o fim da escola e início da faculdade.

O incrível Hulk: Gritos Silenciosos é uma HQ repleta de ação, que, com certeza, agradará a todos os fãs do Golias Esmeralda. O maior destaque vai para profundidade dada ao personagem por Peter David, é possível ver a evolução do herói que outrora era “burro e servia apenas para esmagar e assustar”. Se você não é um fã do “verdão” certamente irá se tornar depois de ler Gritos Silenciosos.