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Ana Sarah

6 dicas para quem pretende fazer intercâmbio
6 dicas para quem pretende fazer intercâmbio
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6 dicas para quem pretende fazer intercâmbio

Pensando em começar 2018 bem e fazer intercâmbio ou só uma viagem para outro país? Então se liga nessas dicas que elas serão bem úteis para você, seja sozinho ou acompanhado de amigos e familiares:

Vá sozinho se quiser ser independente

Eu sou bastante tímida, então, se tenho que pedir informação ou falar com alguém que eu não conheço, eu peço pra alguém fazer isso por mim. Como eu fui sozinha para o intercâmbio, eu não tinha ninguém em quem me “escorar”, tive que simplesmente enfrentar minha vergonha e ser independente, caso contrário, ninguém faria aquilo por mim.

No início, foi bastante assustador e solitário. Eu não conhecia nenhuma das pessoas que fazia parte do meu grupo, então passei os três primeiros dias me sentindo sozinha e com muita saudade de casa, mas conforme fui me familiarizando com todo mundo, fui vendo o quanto eu tinha me tornado mais independente por estar sozinha.

Nem tudo é um mar de rosas

Antes de ir, vi vários vídeos no YouTube e li vários textos sobre intercâmbio. O problema é que eu achava que tudo seria lindo e maravilhoso do início ao fim, não pensei que nada de ruim ou desconfortável pudesse acontecer. Fui ingênua demais, não fui preparada o suficiente, tive que me preparar enquanto estava lá, e isso foi difícil.

Sempre sonhei em fazer intercâmbio, mas nunca tinha parado pra pensar como seria estar sozinha lá. Só pensei nos passeios e nos lugares novos que ia conhecer. Não pensei em me sentir um pouco deslocada, em ter que estar disposta a enfrentar diversas situações que nem sempre te deixam tão a vontade.

Viver duas semanas na casa de estranhos é, no mínimo, estranho. Você tem que dispor algumas horas do seu dia para conversar com eles, viver de acordo com as regras deles, comer a comida deles, usar o banheiro deles!

Minha hostfamily foi ótima, mas ainda assim é algo esquisito viver na casa de alguém que você não conhece.

Todas as pessoas que eu conheci foram super receptivas e educadas, não tive nenhum problema com isso, mas algumas pessoas passam por situações desconfortáveis por estarem em uma cultura tão diferente da sua. Esteja sempre aberto para novas situações e lembre-se que nem tudo vai ser como você quer, você é o visitante ali.

O frio não é tão maravilhoso assim

Sério! Desde muito pequena lembro de dizer que meu sonho era ver neve e que eu gostaria de morar em um lugar muito frio, meu Deus, eu era louca!

Eu não gosto de calor, o verão me irrita, e eu sou carioca, então imaginem meu desespero. Esse intercâmbio no inverno da Europa era tudo que eu mais queria que chegasse enquanto eu sofria no calor daqui.

Cheguei lá e achei incrível. Era um frio ótimo, as casas eram aquecidas então nada do problema de tomar banho no frio, dentro de casa ainda estava quentinho.

(Ah! Não cometam o mesmo erro que eu, no primeiro dia em que saí de casa fui burra o suficiente para ser enganada pelo aquecedor da casa, achei que “não estava tão frio assim” já que em casa estava uma temperatura ótima, conclusão: congelei o dia todinho.)

Mas o problema do frio, pra mim, foi o quanto ele é deprimente. Aqui no Brasil, em geral, quando está frio o céu continua azulzinho, já lá eu peguei basicamente três semanas de céu cinza. Da pra contar nos dedos de uma mão quantos dias o céu ficou azul. E isso realmente é muito deprimente. Fora que o dia só ficava claro às 8 e às 16 já começava a escurecer. Era bizarro.

Música ajuda muito!

Nada de novo nessa afirmação, né? Na primeira semana, foi tudo muito corrido, eu ainda estava me acostumando ao ritmo da casa e da excursão então acabei não ouvindo muita música, estava o tempo todo cansada de tanto andar durante o dia e chegava em casa querendo dormir.

Na minha casa, tenho muito hábito de ouvir música, o tempo todo, fazendo qualquer coisa. E um dia lá eu estava bem triste, com saudade de casa, estava no meio do SISU e tudo estava dando errado com relação a isso, até que resolvi ouvir música. Gente, música faz toda a diferença quando você está em um lugar desconhecido com pessoas desconhecidas, a partir desse dia comecei a ouvir música em todo tempo livre que eu tinha: no ônibus, quando chegava em casa e ia arrumar as minhas coisas, sempre que dava eu estava de fone.

Sono, você vai ter muito

O grande problema de querer dormir mas também querer aproveitar o dia ao máximo. Nas primeiras semanas, eu tinha aula, então tinha que acordar às 7, acabava indo dormir cedo porque estava morta de cansaço e teria que acordar cedo no dia seguinte.

Mas durante a terceira semana, minha rotina de sono virou uma loucura. Dormir? O que é isso? Nessa semana, a gente foi a vários países em uma sucessão de hotéis louca. A gente chegava no hotel uma hora da manhã e tinha que acordar às 6 para sair. Eu parecia um zumbi. A técnica era tentar deixar tudo agilizado o máximo possível no quarto (nada de bagunça) pra quando chegasse tarde não perder tempo arrumando nada e ter mais tempo de sono. Também vivemos a base de cochilos em qualquer trajeto de 5 minutos no ônibus.

Por último, comida

Eu sou chata pra comer, muito mesmo. Já fui pensando nisso, como ia ficar na casa de estranhos, comendo a comida deles, não queria ser chata. Queria estar disposta a prova coisas novas, por mais que não gostasse.

No primeiro dia, minha hostmom já perguntou o que a gente não gostava de comer (eu dividia o quarto com outra menina), eu tenho uma lista enorme de coisas que eu não gosto de comer, mas só respondi que não gostava de peixe. Eu sabia que os ingleses comiam muito peixe e isso era uma coisa que eu realmente não gostava, já tinha comido mais de uma vez e não gostava.

Ela não fez peixe nenhum dia, mas fez várias comidas que às vezes eu nem sabia o que eram. E basicamente todas eram boas! Ficar aberta as opções e aceitar o que ela fazia sem frescura foi a melhor coisa que eu fiz. Só teve uma coisa, que eu até hoje não sei bem o que era, que eu não gostei. Fora isso, comi várias coisas diferentes que amei, se fosse em outra situação, eu nem provaria, o que é ridículo.

Agora com relação a quanto eles comem. Eles comem muito! No início, eu não aguentava tudo que colocavam pra mim, e largava comida cheia de vergonha, mas realmente não cabia mais. Conforme os dias foram passando, eu fui me forçando a comer cada vez mais para não ter que jogar comida fora, o que funcionou, mas me proporcionou uns quilos a mais, e não perdi tudo até hoje, além de comer mais do que eu costumava comer, até hoje também.

Mas, a maior dica de todas é: vá disposto a aprender, a mudar, a experimentar. Gaste seu dinheiro com experiências, não só com coisas. Coma comidas maravilhosas e diferentes, faça passeios legais, não perca tanto tempo em lojas, isso você pode fazer no Brasil.

Várias pessoas que eu conheço falam até hoje o quanto aquela viagem me mudou, eu voltei menos inibida, mais falante, mais disposta a tentar coisas novas, menos fresca para comer… tudo isso porque eu fui disposta a mudar.

Como foi o show da DNCE e do Bruno Mars em terras brasileiras?
Como foi o show da DNCE e do Bruno Mars em terras brasileiras?
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Como foi o show da DNCE e do Bruno Mars em terras brasileiras?

Dia 18 de novembro de 2017. Show de abertura da DNCE para a 24K Magic World Tour do Bruno Mars, na Apoteose, Rio de Janeiro. Que dia!

A guerra começou ainda em maio, na compra dos ingressos: esgotados em questão de horas, na pré-venda! Tamanha era a espera do público brasileiro, não só pelo Bruno Mars, mas também pela estreia da DNCE, atual banda de Joe Jonas, em terras latino-americanas. Tiveram que adicionar mais um show, tanto em São Paulo, quanto no Rio, e o público mostrou que a decisão tinha valido à pena rapidamente.

O dia tão aguardado finalmente chegou. E valeu muuuuuuito. Um show que fez 35.000 pessoas pularem em uma noite de sábado quente e com ameaça de chuva.

A abertura: DNCE

O show da DNCE começou pontualmente às 20:15, assim como informava o ingresso e, depois de mais de 4 anos sem ver Joe Jonas ao vivo em cima de um palco, pude testemunhar toda a sua alegria e presença de palco mais uma vez. Jonas estava muito feliz e sua banda inteira deu tudo de si naquele show arrancando muito aplausos e gritos da plateia. Mesmo se apresentando para um público que não era exatamente seu, eles não deixaram nem um pouco a desejar. Um orgulho enorme ver pessoas, que às vezes nem faziam ideia de quem eles eram, comentando depois o quanto o show de abertura tinha sido bom.

Uma setlist maravilhosa que incluiu várias músicas de seu único CD, a presença da canção “Da Ya Think I’m Sexy?” de Rod Stewart, que fez com que o público mais velho se identificasse, e dois covers que fizeram todo mundo cantar: “Wannabe”, das Spice Girls e “Oops!…I Did It Again”, de Britney Spears, de quem Joe fez a abertura da turnê Femme Fatale durante sua época de carreira solo em 2011. Mas, o ponto alto mesmo foi quando eles cantaram seu maior sucesso, Cake by the Ocean. Posso afirmar que mais da metade daquelas 35.000 cantava a música aos berros. Para finalizar, Joe ainda quase matou suas fãs quando relembrou que da última vez que esteve em cima daquele mesmo palco estava junto com seus irmãos, no primeiro show dos Jonas Brothers no Rio, em 2009.

24k Magic: Bruno Mars

Bruno Mars se atrasou um pouco, começando o show por volta das 21:50, quando estava marcado para às 21:30. Porém, nem preciso dizer que cada segundo de atraso foi recompensado com um show merecedor de prêmios. A estrutura trazida para os solos brasileiros foi a mesma, ou até maior, do que a usada nos EUA. O fato de o show ser em um local aberto, criou diversas possibilidades e, como não sou fã de fato do cantor, posso dizer que fui surpreendida muitas vezes durante mais de uma hora e meia de show.

Ele começou o show com muita luz e dança ao som de “Finesse”, mas, pra mim, o show começou mesmo na segunda música, a super agitada, e que empresta seu nome à turnê: “24K Magic”. Nesse momento, eu não tenho palavras para descrever a sensação de todas aquelas pessoas cantando e dançando juntas e, para melhorar, havia fogos! Isso mesmo, fogos! À cada vez que Bruno Mars e a plateia gritavam “MOON” no refrão da música, fogos de artifício dourados explodiam no ar. E os fogos não pararam por aí, diversas outras músicas contaram com a presença deles ao longo do espetáculo.

A chuva ameaçou algumas vezes durante a noite, chegando a chuviscar um pouco, mas nada que atrapalhasse o espetáculo pirotécnico que Bruno Mars e sua equipe trouxeram para nós. A setlist continuou incrível contando com vários sucessos antigos, ainda que a maioria das músicas fosse do seu novo CD.

Com direito à atuação e até uma palinha em português em músicas como “Calling All My Lovelies”, em que Bruno Mars pegou um telefone cenográfico e disse as palavras “Te quero, gatinha” levando à plateia ao delírio e às gargalhadas.

No final, ainda fomos presenteados com um bis em que o cantor voltou para o palco terminando o show com, nada mais nada menos, do que “Locked Out Of Heaven” seguida de “Uptown Funk” fazendo todo mundo gritar e dançar muito, mesmo que cansados já ao final de um show tão espetacular e dançante. Bruno Mars em um momento chegou a brincar pedindo que o público o deixasse cantar para eles de tanto que as pessoas gritavam as letras. Os fãs brasileiros sempre se destacando!

Mundi: Saiba escolher seu hotel na Disneyland Paris
Mundi: Saiba escolher seu hotel na Disneyland Paris
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Mundi: Saiba escolher seu hotel na Disneyland Paris

Em 2016, fiz um intercâmbio de três semanas na Europa. Na última semana, fizemos um “mini tour” pelo continente, passando por países como França, Bélgica, Alemanha e Holanda.

Minha maior ansiedade era para a chegada dos últimos três dias de viagem: chegaríamos em Paris e passaríamos esses três dias hospedados em um hotel da Disney! A combinação perfeita para uma pessoa com 18 anos e alma de criança. Por sinal, já falei sobre o complexo de parques da Disneyland Paris em outro post aqui no site.

Não sabia como seriam nenhum dos hotéis em que ficaríamos hospedados, fechei um pacote que já incluía estadia, e só aceitei o que foi decidido previamente. Ficamos hospedados em hotéis incríveis ao longo dessa semana. Alguns são como borrões na minha mente, às vezes acordávamos em um hotel e à noite já dormíamos em outro. Era tudo bem corrido.

Parecia que o padrão dos hotéis só aumentava, então a expectativa pro padrão Disney já estava quase na lua. E que decepção foi abrir a porta daquele quarto. Sério!

O quarto era apertado, mal iluminado (não tinha uma lâmpada no teto, só uns 3 abajures que mal iluminavam alguma coisa) e não tinha uma única decoração de qualquer personagem da Disney que fosse. O Algonquin’s Explorers Hotel era temático de piratas, não me perguntem o motivo, mas não havia nenhum personagem da Disney, nem unzinho sequer. Decepcionante.

O café da manhã também foi com certeza o mais fraco de todos. A variedade era mínima, e não tinha ovo mexido. Como pode um café da manhã de hotel sem ovo mexido? O Wi-Fi era bem precário, principalmente nos quartos, e o 3G, que era ótimo em todos os lugares, pegava muito mal lá.

Apesar dos apesares, a estrutura do hotel era ótima, só os quartos que não eram dos melhores. E a minha parte favorita: eles tinham uma lanchonete que vendia uma pizza maravilhosa! Toda noite, eu e as duas meninas que dividiam quarto comigo pedíamos duas pizzas (elas eram pequenas) e dividíamos o preço. Não lembro ao certo quanto dava para cada uma, mas lembro que era um pouco caro. Aceitávamos porque já estávamos no final da viagem e tínhamos economizado bastante desde o início para quando chegássemos na Disney, e também porque, na maioria das vezes, não dava mesmo tempo de comer na rua, então comer no hotel era a opção que sobrava.

Mais pro final, descobrimos o porquê do hotel realmente não ser tão incrível. A Disneyland Paris tem um complexo de hotéis com os mais diversos tipos de hotéis, dos mais caros, luxuosos e perto dos parques possível; ao nosso. O nosso provavelmente era o último ou penúltimo na hierarquia dos hotéis, o que no início me deixou frustrada, já que tinha tantas expectativas, mas depois nem liguei, afinal a viagem estava sendo incrível e os parques em si não decepcionaram em nada!

Então, fica a dica pra quem vai viajar para lá e quer dicas de hotéis. Se você faz questão de ficar em um hotel da Disney, veja a hierarquia, ela é real. E se você também pretende aproveitar Paris, não recomendo que fique no hotel em que ficamos. Ele era bem longe da cidade, cerca de 40 à 50 minutos de distância. Acho que nem ficava exatamente em Paris. Nós tínhamos um ônibus para toda a excursão, então não era tão ruim, era até um momento para botar o sono em dia, mas realmente é cansativo ir e voltar para a cidade todo dia. Então se programe, talvez seja melhor ficar em um hotel em Paris, e uns dois dias em um hotel da Disney para aproveitar os parques com mais calma e mais proximidade.

Crítica: What The Health (2017)
Crítica: What The Health (2017)
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Crítica: What The Health (2017)

Nunca pensei em ser vegetariana. Mesmo. Não entendia bem o que levava alguém a ser vegetariano. Viver sem carne? É possível? Não conseguia enxergar isso. Até conseguia imaginar um dia ou outro sem carne, mas simplesmente decidir “nunca mais vou comer carne” me parecia radical demais.

Até que eu assisti um documentário, disponível na Netflix, chamado “What The Health”. A ideia do documentário veio de um americano hipocondríaco, o que faz com que ele sempre duvide da procedência dos alimentos que consome. Ele leu diversas pesquisas que comprovavam que a carne é um dos alimentos mais cancerígenos, pela quantidade de hormônio e criação dos animais, cada vez mais acelerada para que o produto final chegue rapidamente até nós.

Não é um documentário que trata do vegetarianismo e do veganismo através da violência animal. Não é uma sucessão de imagens de animais sendo torturados. Todas as informações são embasadas com dados e falas de médicos. Isso foi uma grande novidade pra mim, nunca tinha visto um documentário que tratasse do assunto e não tivesse imagens chocantes. Eles mostram que um ser humano consegue sim viver muito bem sem consumir carne, a nossa anatomia nem mesmo é preparada para receber tanta carne assim.

Mas aí você para e pensa: se a carne é tão perigosa assim, como eu nunca fiquei sabendo disso? Acontece que as produtoras de carne são patrocinadoras das mais diversas áreas, o que faz com que esse tipo de informação não seja amplamente divulgada, afinal eles perderiam dinheiro e muitos patrocínios seriam desfeitos. Impressionante como o dinheiro fica na frente da saúde na nossa sociedade.

Achei um documentário incrível, com muita informação, às vezes tinha que pausar e pensar para conseguir absorver tudo. Muitas “certezas” que eu tinha foram totalmente derrubadas, e fiquei chocada com a quantidade de dados apresentados.

Porém, quando acabei de assistir, comecei a pensar em outras questões como as verduras e legumes com seus agrotóxicos que não foram nem um pouco exploradas. O documentário se propõe a falar sobre comida, não somente sobre carne. Me pareceu meio suspeito que esse assunto tão discutido tenha ficado de fora. Dessa forma, comecei a duvidar de algumas coisas e já não sei exatamente em que acreditar. Sei que a cada semana um novo alimento é tido como altamente cancerígeno e na semana seguinte já não é mais. Porém esse documentário realmente me pareceu diferente, fiquei um pouco frustrada quando essas dúvidas começaram a aparecer na minha cabeça.

Independente disso, decidi tentar diminuir meu consumo de carne, já que ela parece não acrescentar tanto a minha saúde. E você? Comente aqui a sua opinião sobre esse assunto tão complexo.

Crítica: O Abutre (Nightcrawler, 2014)
Crítica: O Abutre (Nightcrawler, 2014)
Críticas de Cinema, Filmes

Crítica: O Abutre (Nightcrawler, 2014)

Cenas fortes em jornais em horários totalmente inapropriados. Falta de respeito com o telespectador e com as vítimas. Falta de humanidade desse tal jornalismo sensacionalista. Essas são algumas críticas do filme “O abutre” estrelado por Jake Gyllenhaal, ator que eu nunca consigo ter certeza se atua bem ou não, a cada filme tenho uma opinião diferente. Nesse, vejo até que a atuação dele foi boa, ele conseguiu entrar no papel de um personagem com estilo meio sociopata sem sentimentos, ou seria ele que transparece um estilo blasé que fica parecendo ser do personagem? Fico quase sempre com esse mesmo questionamento, como em “Os suspeitos”, que conta com atuação incrível de Hugh Jackman, que contrasta absurdamente com a de Jake.

Voltando ao filme, fiquei presa nele do início ao fim. Ele trata a questão da falta de respeito, da falta de humanidade, da ganância e da vontade de ultrapassar seus próprios limites como profissional de uma forma maravilhosa. Fica claro como muitas pessoas do meio jornalístico não se importam em como conseguir manter uma audiência, contanto que a mantenham. Eles buscam a tragédia, e são até capazes de criá-la, tudo para continuarem em seus empregos, e talvez por algo mais que se desenvolve dentro deles. Eles criam pânico desnecessário aumentando histórias, acrescentando mais crueldade e violência aos fatos reais, tudo para que a população fique alarmada e se mantenha ligada ao jornal 24 horas por dia.

A cada ação do protagonista eu ficava mais indignada, não conseguia acreditar naquilo, mas o jornalismo sensacionalista está aí diariamente jogando na nossa cara como a vítima é desrespeitada em seu momento de sofrimento e o telespectador dentro da sua própria casa.

Por mais impressionante que pareça, há leis sobre esse assunto. Imagens fortes só podem ser mostradas com aviso prévio para o espectador e, mesmo assim, nem tudo pode ser mostrado, mas, ninguém é punido por uma criança ser exposta a esse tipo de imagem recorrentemente às seis da tarde porque sua mãe precisa trabalhar e acaba não prestando tanta atenção ao que seu filho assiste na televisão.

Um filme que me fez pensar muito, que leva várias ações ao extremo. Fiquei um pouco insatisfeita com a falta de contextualização dos acontecimentos anteriores na vida dos personagens. Porém, a crítica foi feita de forma muito boa o que faz com que o filme valha muito a pena, levantando questionamentos: até onde o jornalismo deve ir para que a informação chegue até nós? Essa ainda é a prioridade deles afinal de contas?

Maratonar séries: até que ponto isso é bom?
Maratonar séries: até que ponto isso é bom?
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Maratonar séries: até que ponto isso é bom?

Outro dia, um post aqui do site me chamou muita atenção: a Netflix divulgou os países que mais faziam maratona de séries e quais eram as séries mais maratonadas.

Não estou aqui de forma alguma para falar mal da Netflix ou de quem faz maratonas. Acho que a Netflix foi uma das melhores invenções do ser humano e maratonar séries é meu esporte favorito. Faltei aula e ainda acordei às 6 da manhã para ver “Gilmore Girls: A Year in the Life” em novembro do ano passado. Só não faltei aula para maratonar “13 Reasons Why” porque realmente não dava, mas, ainda assim, acabei a série no dia seguinte e fui no trem pra faculdade assistindo aos episódios baixados. Obrigada por essa tecnologia, Netflix!

Porém, tem me chamado muito a atenção como maratonar séries foi algo que cresceu. Pessoas que nem ligavam tanto para séries agora assistem a todos os episódios 24 horas depois da Netflix liberar a temporada. Séries são assuntos nos mais variados lugares. Eu curso Comunicação na faculdade, então séries são assunto inclusive de aulas.

Mas, em algum lugar no meio do caminho, parece que assistir série deixou de ser só entretenimento e passou a ser um pouco obrigação. A maioria das pessoas não assiste mais no seu próprio ritmo, elas assistem correndo para serem as primeiras, para fazerem parte dos assuntos, para não pegarem spoilers, para se vangloriarem! Qual o sentido?

Às vezes me pego assistindo séries que nem gosto tanto só porque todos assistem e comentam. Larguei 4 séries ano passado quando vi que tinha se tornado uma obrigação assisti-las.

Você é julgado por só assistir séries que são canceladas na primeira temporada, ou só as que são “modinha”, ou só séries desconhecidas. Nunca é o suficiente.

Além disso tudo, até que ponto é saudável largar a sua vida para assistir uma série? Não me arrependo de ter faltado aula para assistir Gilmore Girls, mas isso foi algo pontual. Há pessoas que cancelam compromissos ou não os marcam para aquela data, dizem que estão doentes no trabalho, as mais diversas desculpas para verem uma série antes de todo mundo.

Os conteúdos “On demand” e as plataformas de streaming vieram, teoricamente, para nos livrar da escravidão de depender da programação da televisão. Agora nós assistimos o que quisermos quando quisermos. Mas acho que erramos em algum lugar e acabamos nos tornando escravos disso também.

Mundi: Conheça a Disneyland Paris!
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Mundi: Conheça a Disneyland Paris!

O complexo da franquia Disney se encontra em um distrito a cerca de 40km de Paris e é dividido em dois parques: Disneyland Park e Walt Disney Studios. Bem diferente do complexo de Orlando, a Disneyland Paris (antiga Eurodisney) é formada por parques consideravelmente menores e próximos um do outro. Dessa forma, os dois podem ser visitados, sem correria, em apenas um dia. O complexo também é o segundo mais visitado da Disney.

Assim que você entra no maravilhoso mundo de Disney, você está no Disney Village, uma área bem característica da franquia, com muitas lojas, das marcas mais variadas, restaurantes diversos e áreas de recreação.

O Walt Disney Studios é o menor parque e conta com algumas das atrações mais eletrizantes, como a Rock ‘n’ Roller Coaster starring Aerosmith, uma montanha russa totalmente coberta, com jogos de luzes, uma série de loopings e uma velocidade absurda, tudo ao som da banda de rock Aerosmith; e a The Twilight Zone Tower of Terror, um brinquedo que imita um hotel antigo e mal assombrado no qual você faz um pequeno passeio até chegar na atração em si: a réplica de um elevador com defeito que despenca do décimo terceiro andar do prédio. Isso, com certeza, vai fazer seu estômago revirar!

Mas não é só de adrenalina que é formada a Disney, já que nesse mesmo parque também temos atrações temáticas de filmes famosos como Toy Story, Ratatouille, Aladin e Procurando Nemo, brinquedos bem mais tranquilos e atrativos, principalmente para os pequenos. O Walt Disney Studios também conta com muitas lojas e restaurantes de ótima qualidade, onde você pode descansar e se reabastecer depois de tantas emoções.

Mundi: Conheça a Disneyland Paris!

Foto: Acervo Pessoal

Já o Disneyland Park é um parque maior (dá até para se perder um pouco nele) e mais diversificado. É lá que encontramos o castelo da princesa Aurora (Bela Adormecida), que é o principal ponto do parque, assim como é em Orlando o castelo da Cinderela, no Magic Kingdom.

O parque é dividido em cinco áreas de atração diferentes, cada uma com sua própria temática: Main Street USA, Frontierland, Adventureland, Fantasyland e Discoveryland. Lá encontramos montanhas russas radicais como a do Indiana Jones e a Space Mountain: mission 2, e brinquedos mais tranquilos e relaxantes como os carrinhos da Autopia. Também há diversos brinquedos temáticos de clássicos da Disney e muitas lojas e restaurantes. Além disso tudo, também é nesse parque que ocorre diariamente a famosa Disney Parade, o desfile pelas ruas do parque com diversos personagens que promete emocionar não só as crianças como também os adultos.

O passeio vale muito a pena, não só na companhia dos menores, mas também para adultos que ainda tem a sua criança interior bem viva. Acredito que é quase impossível tentar não fazer comparações com outros parques da franquia, mas cada um tem seu próprio charme e merece ser visitado por motivos e atrações diferenciadas.

Livros, Resenhas

Resenha: Confesse, Colleen Hoover

Um romance sobre arriscar tudo pelo amor — e sobre encontrar seu coração entre a verdade e a mentira. Da autora das séries Slammed e Hopeless.
Auburn Reed perdeu tudo que era importante para ela. Na luta para reconstruir a vida destruída, ela se mantém focada em seus objetivos e não pode cometer nenhum erro. Mas ao entrar num estúdio de arte em Dallas à procura de emprego, Auburn não esperava encontrar o enigmático Owen Gentry, que lhe desperta uma intensa atração. Pela primeira vez, Auburn se vê correndo riscos e deixa o coração falar mais alto, até descobrir que Owen está encobrindo um enorme segredo. A importância do passado do artista ameaça acabar com tudo que Auburn mais ama, e a única maneira de reconstituir sua vida é mantendo Owen afastado.

Me considero bem suspeita quando o assunto é Colleen Hoover, desde o primeiro livro que li dela, Métrica, soube que ela se tornaria minha autora favorita.

Sei dos problemas que as histórias dela têm: o fato de sempre representar casais brancos privilegiados, as protagonistas sempre serem mocinhas frágeis e os homens sempre machos alfas que protegem suas damas de todas as formas. Acrescento também uma coisa que me irritou nos últimos livros que li: por que o cara já conhece a menina em 90% das vezes e a menina não lembra? Mas, ao mesmo tempo, ela tem representado alguns personagens fora dos padrões em livros como Novembro, 9 e Talvez um dia, o que me agradou bastante.

Independente desses problemas, o que mais me encanta na autora, além da escrita e construção de personagem incríveis (afinal ela tem um padrão de personagens bem formado, mas ainda assim todos eles ficam gravados de forma muito clara na minha cabeça e eu não confundo suas personalidades e o que aconteceu com eles), é o fato de que a história nunca se trata só daquele romance clichê da sinopse. Tem romance clichê? Tem sim, tem muito, mas ela também trata de assuntos sérios, como abuso infantil, mães adolescentes, mortes de pessoas queridas, e várias outras questões que te fazem sentir a dor dos personagens e sofrer com cada decisão.

Agora, falando diretamente sobre Confesse, esse se tornou um dos melhores livros da autora, na minha opinião. Por não ser a primeira história dela que leio, já sabia que haveria uma camada mais profunda e tentei descobrir qual era desde o início. A cada momento que eu achava que tinha finalmente desvendado o plot twist, CoHo pisava na minha cara mostrando várias outras coisas que eu não havia percebido.

A premissa da história é encantadora por si só: um dos protagonistas, Owen, é um pintor e sua arte se baseia em nada mais nada menos do que confissões anônimas deixadas por pessoas em seu ateliê, como se não bastasse, as confissões são reais de leitores da Colleen Hoover, tem como amar mais essa mulher? Fiquei encantada com essa ideia e, como ela não brinca em serviço, no final ainda podemos ver alguns dos quadros que foram pintados por um artista especialmente para o livro. Do outro lado, temos Auburn, uma menina que perdeu o seu primeiro e único namorado, Adam, aos 15 anos, quando ele morre, e agora ela se muda para Dallas pra tentar reconstruir sua vida, mesmo que já tenha passado muitos anos desde todos os acontecimentos que marcaram sua vida para sempre.

Nem preciso falar que os dois vão se envolver de alguma forma, mas vários empecilhos vão aparecer. Porém, a questão com Colleen Hoover é que ela pega os clichês e as situações que a gente já espera e faz com que elas sejam incríveis mesmo assim. Por mais que você espere que algo aconteça, você nunca espera que seja o que ela faz. Ela usa questões muito reais e de fácil identificação, não há acontecimentos super mirabolantes, na maior parte das vezes, e, particularmente, em Confesse também não. É algo que pode acontecer com qualquer um e isso torna o sofrimento muito palpável.

A história ainda conta com uma mini série gravada pelo site Go90 que, infelizmente, não disponibiliza os episódios para o Brasil, mas, com um pouco de paciência (leia-se muita), dá pra assistir tudo no YouTube. Eu, particularmente, não gostei muito da série. Achei as atuações muito fracas e a história se tornou muito banal, partes muito importantes e profundas foram simplesmente deixadas de lado, mas, ainda assim, acho que vale a pena conferir.

PS.: Vocês já ouviram o CD “Maybe Someday” do Griffin Peterson? É a trilha sonora de Talvez um dia, e um dos CDs que eu mais amo no mundo todo.

Crítica: The True Cost (2015)
Crítica: The True Cost (2015)
Atualizações, Críticas de Cinema, Filmes

Crítica: The True Cost (2015)

Nos últimos meses, tenho tentado me informar mais sobre movimentos que vão contra essa cultura hegemônica atual de consumismo excessivo. Acabei me interessando por dois movimentos: o minimalismo e o lowsumerism (slow consumerism – “consumo lento” em tradução livre).

Muitas das coisas que eu tenho aprendido foram através de canais no YouTube e, principalmente, documentários na Netflix. Descobri um mundo submerso na plataforma que conta com muitos documentários sobre diversos assuntos, e só tenho elogios a todos que assisti até agora.

O documentário que eu gostaria de destacar nesse post é o “The True Cost”, para pessoas que querem começar a entender sobre o assunto, acho que é um bom ponto de partida.

Ele aborda a questão da “moda rápida“, ou “fast fashion” como eles chamam, em que há cerca de 52 coleções diferentes nas lojas por ano, o que nos faz acreditar que precisamos de todas elas para sermos felizes e socialmente aceitos. A obra audiovisual mostra como isso afeta a vida de milhares de pessoas, principalmente asiáticas, que trabalham de forma exaustiva diariamente por apenas 2 dólares para produzi-las.

Sabe todas aquelas roupas super baratas que você comprou em lugares como Forever 21, H&M, Zara, e muitas outras? Elas foram produzidas por essas pessoas que, literalmente, dão seu sangue por apenas 2 dólares ao dia. Elas são atingidas de formas inimagináveis, tudo por peças de roupas mais baratas e, muitas vezes, de qualidade questionável que acabam durando pouquíssimo tempo. Quando foi que paramos de prezar pela qualidade para nos gabarmos com quantidade?

Cada peça de roupa que simplesmente descartamos, demora mais de um século para se decompor, causando uma poluição ambiental enorme. O documentário enfatiza como somos responsáveis por cada peça que possuímos até mesmo depois de descartá-las, pois nós as escolhemos, e elas só foram produzidas porque pessoas como nós possivelmente as comprariam. Então, não descarte suas roupas, tente consertá-las, doa-las, vendê-las.

Depois de assistir esse e outros documentários, que pretendo comentar aqui também em outros posts, mudei muito meu pensamento sobre esse consumismo desenfreado. Sobre como crescemos acreditando que uma nova compra vai nos deixar mais felizes, mas, desde que comecei a pesquisar mais sobre o tema, o inverso tem acontecido: cada vez que eu vou ao shopping e não faço nenhuma compra, me sinto mais confortável comigo mesma. Sou capaz de olhar para peças de roupas e claramente pensar que não preciso delas, porque realmente não preciso.

Se esse post conseguir fazer pelo menos uma pessoa assistir ao documentário e se interessar pelo assunto, acho que já vou ter conseguindo melhorar, um pouquinho que seja, o mundo. Vamos tentar pensar mais antes de consumir, não só pelo nosso próprio bolso, mas pela qualidade de vida de outras pessoas e gerações, além do meio ambiente. A sensação de estar se libertando desse ciclo vicioso do consumo é muito boa, eu recomendo.