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Livros, Resenhas

Resenha: Plataforma 11 – Uma história de amor, Roberta Carbonari e Paulo Muzy

“Eu amei e coloquei no papel cada lágrima e sorriso, tendo sido de tudo o que vivi, este o maior desafio. Escrever para vocês essa história para celebrar o amor, foi em parte reviver cada saudade, porque quem ama para uma vida, sofre na mesma intensidade. Portanto, dê atenção as pausas entre as palavras. Nesse branco da folha, que existe em tanta abundância quanto os pretos das letras, está cada segundo que permiti que essa mulher ficasse longe de mim. Leia os espaços, sim: são necessários para se compreender que cada momento feliz contém , em si, a tristeza pela sua irrecuperabilidade e singularidade – tornando a vida nem justa e nem certa, mas equilibrada. Leia as palavras com um sorriso, mesmo que sem querer você se reconheça nas pausas e se emocione, só porque estou pedindo. Porque a condescendência de um sorriso em uma emoção intensa é o bálsamo que contamos nos momentos mais íntimos nos quais parece que nossa alma fica boiando nos olhos… E não é por isso que os amantes choram nas despedidas?” Nota do Paulo

Não poderia iniciar a resenha de Plataforma 11, sem antes sobrelevar este trecho da nota do Paulo ao final do livro. Creio que após esta leitura inicial, o seu instinto literário foi aguçado e o seguinte questionamento pairou sobre a sua mente – se ‘isso’ é a nota, imagine o que está descrito no decorrer dos capítulos?” Sim, elementar meu caro Watson!

O escrito “Plataforma 11: Uma história de amor” é um romance autobiográfico escrito por Paulo Muzy e Roberta Carbonary e, ambos profissionais da área da saúde, constroem sua imagem como figuras públicas não só como influencers em atividades físicas, boa alimentação e um estilo de vida fitness, mas como um casal apaixonado que descobriram e redescobriram o valor de seus sentimentos.

Muzy e Carbonary expressaram um pouco de sua história de amor, e como eles mesmo descreveram, teremos uma continuação dessa linda história editado em papel.

Ao todo são vinte e cinco capítulos intercalados pelo casal, uma curiosidade: Paulo Muzy inicia e conclui o livro escrevendo o primeiro e último capítulo, ou seja, temos o depoimento de um homem apaixonado que inicia seu conto de amor em um jardim praiano e termina encontrando uma ficha médica bastante singular depois de nove anos de silencio entre os dois, ironias do destino.

Em alguns capítulos, como foi discutido, tem-se a voz de Roberta nos guiando em uma série de acontecimentos e rapidamente em outro capítulo, Paulo pega nossa mão e decide nos acompanhar reproduzindo afinco cada momento. Durante a leitura, corremos ao lado de Roberta pelas máquinas e sentimos o incomodo da areia em nossos dedos com Paulo, ambos possuem um certo tom de detalhismo, portanto, a leitura do romance se torna bem adocicada e ilustrativa.

“Pensei em lhe enviar o livro que começamos a escrever, ainda inacabado… Como uma forma de dizer que queria que ele o terminasse, e que queria um final feliz… Claro que me envergonhei disso também. Só salvei o arquivo, pois o teclado seria meu ombro amigo.” (capítulo 23, página 115)

Sim, estou considerando essa produção como um exemplar híbrido, adocicado como um romance de banca de revista; inquieto com o fomento da “quase” incompletude do amor, característica típica do romance medieval e de cavalaria, príncipe e princesa em constante encontros e desencontros, mas como a Roberta Carbonary nos ensina: “o que tem de ser, tem muita força…”

Certa vez, li um ensinamento chinês que diz assim: ás vezes, encontramos nosso destino no caminho que tomamos para evitá-lo, a última carta, a última crise, a última conversa pelo telefone só foram algumas peças de um quebra cabeças que demoraram alguns anos para saber onde são os seus lugares certos, e quando descobriram, tudo foi reconhecido como um sorriso escanteado. Todos temos nossas histórias e nossos conflitos, e somos guerreiros de nossas próprias batalhas, o amor só é encontrado por guerreiros que decidem combater as próprias guerras e vencê-las, pois, quando o assunto é Amor, ele se manifesta com toda força.

Livros, Resenhas

Resenha: Felizes para sempre, Kiera Cass

O que dizer de Felizes para sempre, livro extra da série A Seleção, de Kiera Cass? Melhor livro extra ever!!! Mesmo depois de ter me decepcionado muito com o extra de Fallen, não resisti. Quem me conhece sabe que eu não sou de ler extras, sempre acho que eles não acrescentam muita coisa, mas Kiera Cass fez eu morder minha língua milhões de vezes e mais alguns milhões só para garantir.

O livro tem tudo o que um fã poderia querer: ilustrações inéditas, introduções da própria autora para cada conto e, claro, contos que fazem toda a diferença. Fiquei tão encantada como quando li os livros oficiais da série, são histórias inéditas que esclarecem muita coisa e fazem com que conheçamos melhor os personagens.

Além dos quatro contos já divulgados (o príncipe, a rainha, o guarda e a favorita), tem um conto da Celeste, um da Lucy e o que eu mais amei de todos: um epílogo de “A Escolha”, que acontece 2 anos depois do casamento de Maxon com sua escolhida. Se você é fã da série, tem que ler esse extra, é maravilhoso! E além de tudo isso (sim, ainda tem mais), tem o primeiro capítulo do “A Sereia” e um marca página exclusivo na contra capa. Sério, gente, não tem livro mais perfeito!

Colunas, Livros

Especial dia dos namorados: 5 livros melosinhos para entrar no clima

Hoje, dia dos namorados, é o dia do romance, do amor, do chocolate, do filminho água com açúcar para curtir agarradinho e, por que não, dos livros. Sim, para entrar no clima desse dia cut cut, o Beco traz 5 dicas de livros beeeem românticos para você entrar no clima e sair distribuindo coraçõezinhos por aí.

1 – Como eu era antes de você, Jojo Moyes

Aos 26 anos, Louisa Clark não tem muitas ambições. Ela mora com os pais, a irmã mãe solteira, o sobrinho pequeno e um avô que precisa de cuidados constantes desde que sofreu um derrame. Trabalha como garçonete num café, um emprego que não paga muito, mas ajuda nas despesas, e namora Patrick, um triatleta que não parece interessado nela. Não que ela se importe.

Quando o café fecha as portas, Lou é obrigada a procurar outro emprego. Sem muitas qualificações, consegue trabalho como cuidadora de um tetraplégico. Will Traynor, de 35 anos, é inteligente, rico e mal-humorado. Preso a uma cadeira de rodas depois de um acidente de moto, o antes ativo e esportivo Will desconta toda a sua amargura em quem estiver por perto. Tudo parece pequeno e sem graça para ele, que sabe exatamente como dar um fim a esse sentimento. O que Will não sabe é que Lou está prestes a trazer cor a sua vida. E nenhum dos dois desconfia de que irá mudar para sempre a história um do outro.

2 – Apenas um dia, Gayle Forman

A vida de Allyson Healey é exatamente igual a sua mala de viagem: organizada, planejada, sistematizada. Então, no último dia do seu curso de extensão na Europa, depois de três semanas de dedicação integral, ela conhece Willem. De espírito livre, o ator sem destino certo é tudo o que Allyson não é. Willem a convida para adiar seus próximos compromissos e ir com ele para Paris. E Allyson aceita. Essa decisão inesperada a impulsiona para um dia de riscos, de romance, de liberdade, de intimidade: 24 horas que irão transformar a sua vida.
‘Apenas um Dia’ fala de amor, mágoa, viagem, identidade e sobre os acidentes provocados pelo destino, mostrando que, às vezes, para nos encontrarmos, precisamos nos perder primeiro… Muito do que procuramos está bem mais perto do que pensamos.

3 – Um homem de sorte, Nicholas Sparks

Logan é um jovem que esteve no Iraque com as forças dos Estados Unidos. Em um dia de treinamento ele encontra, no meio do deserto, uma foto de uma garota loira e linda. De início ele coloca aquela foto no mural para que o dono a encontre novamente. Mas passa algum tempo e ninguém a tira de lá, então, ele resolve tira-la de lá e guarda-la com ele. Após sobreviver a vários atentados e bombas e após vários jogos ganhos, Victor, seu amigo e também fuzileiro, tenta convencê-lo de que essa sorte sem tamanho tem vindo daquela foto. Ele era um homem de sorte graças àquela garota, graças àquela foto. Após cinco anos, seguindo o conselho de Victor, ele resolve sair em busca da garota da foto. Ele devia um obrigado a ela. Afinal, graças àquela foto, ele estava vivo até aquele dia. Porém a única pista que ele tinha era uma dedicatória atrás da foto com a inicial ‘E.’. Após várias procuras na própria foto Logan consegue imaginar onde ‘E.’ estaria. E foi então que ele resolveu rodar os Estados Unidos inteiro à pé com seu fiel amigo Zeus, um pastor alemão.

4 – Meu romeu, Leisa Rayven

Cassie está prestes a realizar o grande sonho – estrelar um espetáculo na Broadway. O que ela não esperava era ter que enfrentar o reencontro com o ex-namorado, que será novamente protagonista ao seu lado, em uma peça cheia de romance e cenas quentes. Trabalhar com Ethan traz o passado à tona, e lembra a Cassie que o que existe entre eles vai muito além de simples química.

5 – Eleanor & Park, Rainbow Rowell

Eleanor & Park é engraçado, triste, sarcástico, sincero e, acima de tudo, geek. Os personagens que dão título ao livro são dois jovens vizinhos de dezesseis anos. Park, descendente de coreanos e apaixonado por música e quadrinhos, não chega exatamente a ser popular, mas consegue não ser incomodado pelos colegas de escola. Eleanor, ruiva, sempre vestida com roupas estranhas e “grande” (ela pensa em si própria como gorda), é a filha mais velha de uma problemática família. Os dois se encontram no ônibus escolar todos os dias. Apesar de uma certa relutância no início, começam a conversar, enquanto dividem os quadrinhos de X-Men e Watchmen. E nem a tiração de sarro dos amigos e a desaprovação da família impede que Eleanor e Park se apaixonem, ao som de The Cure e Smiths. Esta é uma história sobre o primeiro amor, sobre como ele é invariavelmente intenso e quase sempre fadado a quebrar corações. Um amor que faz você se sentir desesperado e esperançoso ao mesmo tempo.

 

Atualizações, Filmes

5 filmes para assistir com seu Mozão no Dia dos Namorados

O Dia dos Namorados chegou, e fizemos uma listinha com cinco filmes românticos para te ajudar na escolha do programa a dois. Vem conferir, prometo não dar spoilers.

Amor e Outras drogas

Uma mulher com medo de se apaixonar e um homem com muito charme e muitas mulheres. Ambos não queriam compromisso, até que seus destinos se cruzam e em meio a muitos encontros começam a perceber que podem estar apaixonados um pelo outro.

Um Dia 

Emma e Dexter se conheceram na época da faculdade e tiveram um breve romance. Após a formatura seguiram caminhos diferentes, mas sempre se reencontravam todos os anos para contar as novidades.Uma adaptação do romance de David Nichollas, a história de Emma e Dexter não é apenas um romance, ela te inspira a mudar.

Amor a distância

Era para ser apenas um romance de verão, mas após seis semanas juntos, Erin e Garrett resolveram manter um relacionamento à distancia. Entre muitos voos, conversas pela webcan, alguns ciúmes, ofertas de empregos, eles precisarão se esforçar muito para manter essa relação.

De repente é amor

Oliver e Emily se conhecem em um avião e apesar de terem sentido uma conexão instantânea, decidem que seriam um péssimo casal. O tempo passa, eles se tornam amigos, seguiram suas vidas separados até que um dia o destino resolveu interferir.

A Proposta

Correndo o risco de ser deportada, Margareth finge estar noiva de seu assistente Andrew, para permanecer em Nova York. Porém as coisas não saíram como planejadas após uma visita aos pais de Andrew.

Simplesmente Acontece

O filme adaptado do livro de Cecelia Ahern, conta a história de Rosie e Alex. Eles cresceram juntos e são amigos desde que tinham sete anos. Seus caminhos se tornam diferentes quando terminam o colégio. Ela fica grávida e ele passa a morar em outra cidade.

Ps: Todos os filmes estão disponíveis na Netflix.

 

Livros, Resenhas

Resenha: Simplesmente Amor, Helena Andrade

Simplesmente Amor. Um amor que nem mesmo a perda da memória foi capaz de apagar.

Imagine encontrar o amor verdadeiro, vivenciá-lo em sua plenitude e depois perdê-lo nas entranhas da mente. Ao realizar uma viagem de férias à Europa, Alicia vive momentos que não só podem mudar seu futuro, mas também lhe trazem revelações do passado. Quando retorna ao Brasil, um acidente a coloca entre a vida e a morte, tendo como consequência a perda das lembranças. Sem consciência de suas experiências, ela retoma sua vida, casa com o antigo namorado e deixa o acaso conduzi-la. Porém, seu corpo começa a mostrar-lhe que existem mistérios por trás da amnésia, algo tão profundo que nem mesmo a perda da memória foi capaz de apagar.

Uma viagem inesquecível, um acidente, perda de memória, essa é receita perfeita!

A protagonista, Alicia está de volta da sua viagem de férias em Londres, cheia de novidades para contar. Quando um acidente muda completamente sua vida. Ela descobre que perdera sua memória recente e não se recorda nada sobre a viagem. Nem sobre o término com o namorado antes de embarcar. Se não bastasse isso, ela recebe uma notícia que vira sua vida de cabeça para baixo. No calor do momento, e por não se lembrar do término, ela aceita se casar com o ex-namorado Caio. E se vê tentando lidar com as lacunas que a falta de memória deixou, com o casamento repentino, com as mudanças na sua vida.

O tempo passa e Alicia percebe que não existem mais sentimentos entre ela e Caio, que cada dia estão mais distantes e infelizes. O sentimento de vazio, de que alguma coisa está faltando a persegue desde do acidente. A separação acontece e ela se vê tendo uma nova chance para recomeçar. Consegue um outro emprego e as coisas começam a dar certo. E num final de semana, em uma viagem a trabalho, seu caminho se cruza com o de Miguel e alguma coisa nela muda. Várias dúvidas, sensações, sentimentos vem à tona e ela se vê mais uma vez enfrentado mudanças e dilemas em sua vida.

Por que magoamos as pessoas que amamos? Será que é por que somos imperfeitos? Ou por julgarmos estar fazendo o melhor? O que sei é que ao buscarmos proteger o outro, também causamos sofrimento, ainda que não tenhamos intenção.

A escritora leva a história de uma forma atraente, sensível e bem romântica. O mistério no começo deu um ritmo ótimo a trama, o fato de nem o leitor saber o que aconteceu em Londres, criou uma empatia com Alicia, o sofrimento por não saber o que aconteceu, foi mútuo até o final. Todos personagens, desde os protagonistas aos secundários, são muito bem desenvolvidos, a leitura é suave e envolvente. O romance, as cenas românticas são definidas pelo título do livro, são simplesmente amor.

Tinha que admitir que algumas escolhas, por mais corretas que pudessem parecer, nem sempre nos levavam ao melhor caminho.

Alicia é uma mulher forte, consciente, uma profissional bem sucedida, apesar de ter vivido tantos altos e baixos. É aquela personagem que a gente se identifica. Ela se torna uma mãe maravilhosa,  mas seu único fracasso é o lado amoroso. Uma parte que gostei muito foram os pais de Alicia, que são um grande exemplo de casamento, de família e estão sempre por perto e são sempre muito compreensivos com ela.

O vazio em minha mente tornou-se o vazio em meu coração.

A mensagem mais importante do livro é sobre o Amor, de um modo geral, pela família, pelo amigos, pela vida. O amor é o que salvou a personagem, de todas essas maneiras, em vários momentos.

Para os apaixonados de plantão Simplesmente Amor  é “o” livro. Daqueles que nos restaura a fé no amor, que faz acreditar no destino e em segundas chances. Ele mostra que quando duas pessoas decidem lutar por um sentimento, a realidade é muito melhor que os contos de fadas.

Lembranças podem ser perdidas, apagadas mas os sentimentos ficam para sempre!

Obs: Para quem ama embalar sua leitura com música, no final do livro a autora deixou de presente uma playlist. Muito boa por sinal!

Colunas

Especial ‘A Bela e a Fera’: Descubra a verdadeira história do conto de fadas e sua evolução através do tempo

A Bela e a Fera (em francês La Belle et la Bête) teve sua primeira versão publicada por Gabrielle-Suzanne Barbot, Dama de Villeneuve, na La Jeune Ameriquaine et les Contes Marins, em 1740. A versão mais conhecida foi um resumo da obra de Madame Villeneuve, publicado em 1756 por Madame Jeanne-Marie LePrince de Beaumont, no Magasin des enfants, ou dialogues entre une sage gouvernante et plusieurs de ses élèves. A primeira versão inglesa surgiu em 1757. Desde então, variantes do conto foram surgindo pela Europa. Um exemplo é a versão lírica francesa “Zémire et Azor“, escrita por Marmontel e composta por Grétry, em 1771.

Na versão de Beaumont, o conto A Bela e a Fera relata a história da filha mais nova de um rico mercador que tinha três filhas, porém, enquanto as filhas mais velhas gostavam de ostentar luxo, festas e lindos vestidos, a mais nova, que todos chamavam de Bela, era humilde, gentil, generosa, gostava de leitura e tratava bem as pessoas.

O mercador perdeu toda a sua fortuna, com exceção de uma pequena casa distante da cidade. Bela aceitou a situação com dignidade, mas suas irmãs não se conformavam em perder a fortuna e os admiradores, e descontavam suas frustrações em Bela, que, humildemente, não reclamava e ajudava seu pai como podia.

Um dia, o mercador recebeu notícias de bons negócios na cidade e resolveu partir. As filhas mais velhas, esperançosas em enriquecer novamente, encomendaram-lhe vestidos e futilidades, mas Bela, preocupada com o pai, pediu apenas que ele lhe trouxesse uma rosa.

Quando o mercador voltava para casa, foi surpreendido por uma tempestade e se abrigou em um castelo que avistou no caminho. O castelo era mágico e o mercador pôde se alimentar e dormir confortavelmente, pois tudo o que precisava lhe era servido como por encanto.

Ao partir, pela manhã, avistou um jardim de rosas e, lembrando do pedido de Bela, colheu uma delas para levar consigo. Foi surpreendido, porém, pelo dono, uma Fera pavorosa, que lhe impôs uma condição para viver: deveria trazer uma de suas filhas para oferecer em seu lugar.

Assim que o mercador chegou em casa e contou a história para suas filhas, Bela resolveu se oferecer para a Fera, imaginando que seria devorada. Ao invés de devorá-la, a Fera foi se mostrando, aos poucos, como um ser sensível e amável, fazendo todas as suas vontades e tratando-a como uma princesa. Apesar de achá-lo feio e pouco inteligente, Bela se apegou ao monstro que, sensibilizado, a pedia constantemente em casamento, pedido que Bela gentilmente recusava.

Um dia, Bela quis visitar sua família, pedido que a Fera, muito a contragosto, concedeu com a promessa de que Bela retornaria em uma semana. O monstro combinou com Bela que, para voltar, bastaria colocar seu anel sobre a mesa, e magicamente retornaria.

Bela visitou alegremente sua família, mas as irmãs, ao vê-la feliz, rica e bem vestida, sentiram inveja, e a envolveram para que sua visita fosse se prolongando, na intenção de que a Fera ficasse aborrecida com sua irmã e a devorasse. Bela foi prorrogando sua volta até ter um sonho em que via a Fera morrendo. Arrependida, colocou o anel sobre a mesa e voltou imediatamente, mas encontrou a Fera caída no jardim, pois ela não se alimentara mais, temendo que Bela não retornasse.

Bela compreendeu que amava a Fera, que não podia mais viver sem ela, e confessou ao monstro sua resolução de aceitar o pedido de casamento. Mal pronunciou essas palavras, viu a Fera se transformar em um lindo príncipe, pois seu amor colocara fim ao encanto que o condenara a viver sob a forma de uma fera até que uma donzela aceitasse se casar com ele. O príncipe casou com Bela e foram felizes para sempre.

A versão de Villeneuve inclui alguns elementos omitidos por Beaumont. Segundo essa versão, a Fera foi um príncipe que ainda jovem perdeu o pai, e sua mãe partiu para uma guerra em defesa do reino. A rainha deixou-o aos cuidados de uma fada malvada, que tentou seduzi-lo enquanto ele crescia; quando ele recusou, ela o transformou em fera. A história revela também que Bela não é realmente uma filha do mercador, mas a descendente de um rei. A mesma fada que tentou seduzir o príncipe tentou matar Bela para casar com seu pai, e Bela tomou o lugar da filha morta do mercador para se proteger. Beaumont diminuiu o número de personagens e simplificou o conto.

La Belle et La Bête de 1946, dirigido por Jean Cocteau

Adaptado, filmado e encenado inúmeras vezes, o conto apresenta diversas versões diferentes do original que se adaptam a diferentes culturas e momentos sociais. Como um filme francês feito em 1946 que segue o conto de Beaumont, dando a Bela duas irmãs, mas também um irmão que fica cuidando delas enquanto o pai está desaparecido. Nessa versão, viram como necessário que tivesse algum homem na casa para proteger as moças, inclusive das investidas de casamento, o que reflete a visão da época. Já uma versão feita na União Soviética em 1952 foi baseada em uma versão de Sergei Aksakov chamada A flor vermelha (The scarlett flower), em referência à rosa que Bela pede para seu pai. Essa versão já se mantém mais fiel à história de Beaumont, mas o nome de Bela é mudado para Nastenka, um diminutivo de Anastásia.

A Bela e a Fera de 1987, dirigido por Eugene Marner

Em 1987, temos a primeira versão como musical com uma Bela loira e o tradicional vestido amarelo, e, em 1991, o conto é consagrado em uma animação da Disney, sendo a primeira animação a ser indicada ao Oscar de Melhor Filme. Nessa versão que aboliu as duas irmãs de Bela e também o irmão misterioso que apareceu em 1946, também não se viu necessário entrar em maiores detalhes sobre o motivo de Bela e seu pai viverem em um vilarejo pacato no interior da França. Bela é apresentada como uma moça forte e inteligente que adora ler e não se encaixa na visão retrógrada da época. Ela vai sozinha ao encontro de seu pai quando esse desaparece e se oferece por vontade própria para ficar no lugar dele. Vemos Bela como uma personagem feminina forte, corajosa e independente, que, ao contrário das outras princesas, salva seu príncipe e conquista o seu felizes para sempre. É nessa versão de 1991 que é baseado o live action estrelado por Emma Watson e que chega aos cinemas amanhã (16). CONFIRA NOSSA CRÍTICA AQUI!

A Bela e a Fera de 2017, estrelado por Emma Watson e com direção de Bill Condon

De abril de 1994 a julho de 2007, A Bela e a Fera ficou em cartaz na Broadway por um total de 5461 performances, sendo o oitavo musical por mais tempo em cartaz na história da Broadway. Produzido pela Walt Disney Theatrical, essa montagem foi inspirada na animação de 1991 e veio a se tornar a primeira da Disney nos palcos da Broadway (Nova Iorque – EUA), após a ideia de apresentar uma peça de 25 minutos sobre a história no Walt Disney World. Pelo sucesso do musical em Nova Iorque, foram montadas adaptações para inúmeras filiais da Broadway pelo mundo, como em São Paulo, no antigo teatro Abril (hoje, Teatro Reunalt), em 2002-2003 e novamente em 2009.

A Bela e a Fera exibido no antigo Teatro Abril em 2009

A Bela e a Fera é mais uma prova de como os contos de fadas são atemporais. Eles se adaptam às épocas e lugares e instigam a imaginação humana. Que menina nunca sonhou em ser uma princesa? Ou que menino nunca quis ser um bravo cavaleiro defendendo seu reino em batalhas épicas? As histórias de amor impossíveis e o triunfo do bem sobre o mal nunca vão deixar de encantar e nos trazer essa esperança de que tudo sempre dá certo no fim e de que todos têm direito ao seu felizes para sempre.

Livros, Resenhas

Resenha: O Primeiro Dia do Resto da Nossa Vida, Kate Eberlen

Tess e Gus foram feitos um para o outro. Só que eles não se encontraram ainda. E pode ser que nunca se encontrem. Tess sonha em ir para a universidade. Gus mal pode esperar para fugir do controle da família e descobrir sozinho o que realmente quer ser. Por um dia, nas férias, os caminhos desses dois jovens de 18 anos se cruzam antes que os dois retornem para casa e vejam que a vida nem sempre acontece como o planejado. Ao longo dos dezesseis anos seguintes, traçando rumos diferentes, cada um vai descobrir os prazeres da juventude, enfrentar problemas familiares e encarar as dificuldades da vida adulta. Separados pela distância e pelo destino, tudo indica que é impossível que um dia eles se conheçam de verdade… ou será que não? O Primeiro Dia do Resto da Nossa Vida narra duas trajetórias que se entrelaçam sem de fato se tocarem, fazendo o leitor se divertir, se emocionar e torcer o tempo todo por um encontro que pode nunca acontecer.

 

O Primeiro dia do Resto da Nossa Vida é um livro sobre o destino e como mesmo tomando diferentes decisões, estamos onde deveríamos estar.

 

O livro gira em torno da vida de Tess e Gus, acompanhando cada decisão, cada momento, cada descoberta. Os personagens são incríveis e as histórias bem reais, daquelas que você já ouviu falar ou que se encaixariam perfeitamente na sua vida. Por isso é um livro fácil de se identificar. Os personagens secundários, apesar de serem apenas coadjuvantes são aqueles que desenvolvem a trama quando achamos que nada vai acontecer, eles aparecem. Bem desenvolvidos, mas rasos. Portanto, não se apegue a eles.

Ele trata daquela parte do romance que quase nunca vemos, a expectativa, os momentos antes do primeiro encontro que muda a vida dos personagens, de como tudo conspira e os levou a chegarem ali. Em vários momentos eles se encontram no mesmo lugar mas o mistério do livro é realmente esse, se eles ficarão ou não juntos. O ponto de vista de cada um, a narrativa singular, faz com que a história cresça. O amadurecimento dos personagens durante a leitura é evidente. Nos fazendo assim conhecer a história de cada um e torcendo para um encontro a cada capítulo.

Porque se você acha que alguém é seu Par Perfeito e ele não for, então talvez você tenha perdido a chance de encontrar sua alma gêmea de verdade…

É um romance diferente, com uma narrativa atemporal e íntima. Nos leva a questionar várias vezes as situações problemáticas e reais do livro. Você acaba torcendo por um casal que nem se conhece ou sequer vai se conhecer. Você acaba desejando, mais do que o final feliz, que cada um consiga superar seus problemas e ser realmente feliz.

As mensagens que o livro carrega, a reflexão, foram alguns dos pontos que me surpreenderam. A autora soube trabalhar bastante o simbolismo, os pequenos detalhes que fazem toda a diferença.

Às vezes, as melhores coisas estão bem debaixo do seu nariz. Entende o que quero dizer?

Vale muito a pena a leitura! Destino, histórias que se entrelaçam, a expectativa, vemos que apesar dos desencontros, dos problemas que cercam a nossa vida, tudo tem o tempo e o momento certo de acontecer. O primeiro dia do resto de nossas vidas é todo dia!

Livros, Resenhas

Resenha: Não pare!, FML Pepper

Não Pare! é o livro 1 da primeira trilogia da queridíssima FML Pepper. Quem já teve o prazer de conhecê-la, sabe do que eu estou falando. Bem na capa do livro, temos a seguinte pergunta: “Para se sentir vivo, você entregaria sua vida nas mãos da morte?” Sentiu o drama? Pois é, eu também senti, por isso, não resisti ao ver esse livro na Bienal e ainda garanti um autógrafo super fofo! Mas, vamos à história…

À primeira vista, Nina é só uma menina extremamente azarada, com uma mãe super protetora e neurótica e uma deficiência peculiar nos olhos que faz suas pupilas parecerem com as de um gato. Estranho, você deve estar pensando, mas nada muito bizarro. Eu também pensei assim, até que a história começa a ficar mais estranha do que o “normal” e você percebe que os surtos de azar de Nina não são tão deliberados assim e começa a parecer que tem alguém tentando matá-la. Aí, você vai me perguntar: tem alguém tentando matar a menina e ela não sabe? Como assim? É, fica meio difícil identificar seu assassino quando ele é o assassino de todos nós: a própria morte.

Bugou geral? Eu sei como é. Fazia tempos que eu não me deparava com uma história tão bugante assim. A trama é totalmente fora do padrão que temos visto por aí, chega a ser viciante de tão boa! É uma trilogia, ou seja, tem muito ainda para acontecer e é meio difícil falar desse livro sem dar spoilers, pois a história flui frenética do início ao fim, mas, tentando dar uma ideia geral, posso dizer que, na história de Pepper, a morte é como mensageiros de um povo que vive em outra dimensão e vêm para a nossa para dar fim à vida daqueles de quem chegou a hora, uma maldição que eles carregam desde o início dos tempos.

Nina é o resultado de quando o encarregado da morte de alguém se apaixona por esse alguém e não o mata, pelo contrário, faz um filho com ele. Agora, ela é vista como uma ameaça a esse equilíbrio e deve ser eliminada antes de seu aniversário de 17 anos, quando terá acesso à dimensão de seu pai. No meio de tudo isso, temos Richard, o encarregado pela morte de Nina, descrito como um bad boy charmoso e sedutor, aiai…

Além de seu próprio resgatador, Nina também tem que se preocupar com os outros resgatadores de Zyrk, planeta desse povo amaldiçoado, formado por 3 clãs que lutam pela sua posse. Afinal, ela é uma híbrida (junção de uma humana com um zirquiniano) e, de acordo com a lenda, é dotada de uns poderes um pouco peculiares, como o poder de fazê-los “sentir”. Sentir? Sim, sentir bons sentimentos, como o prazer sexual. É, minha gente, em um lugar onde ninguém sente nada de bom e só faz sexo para procriação, Nina vale mais do que todo o ouro de todas as dimensões juntas, e isso causa muita confusão.

Não preciso nem dizer que recomendo a leitura e estou ansiosa para ler o resto da série e saber o que acontece com a menina, com o bad boy, com o equilíbrio, se mais alguém morre, enfim, as coisas de sempre. Não pare!, Não olhe! e Não fuja! estão disponíveis em livro físico e e-book em todo o país e, principalmente, na internet, já que foi na Amazon que a autora começou a vender a sua história, sendo publicada depois pela Editora Valentina.

Resenhas

Resenha: One Man Guy

One Man Guy é uma história que comprova a frase “os opostos se atraem,”, nos apresentando ao romance de Alek, que é um garoto armênio que tem uma educação extremamente rígida, e por conta do genocídio armênio sofrido por seus antepassados, tem como obrigação ser um garoto exemplar, tirando as melhores notas da classe, participando de turmas especiais (avançadas), frequentando a igreja aos domingos e estar sempre próximo de sua família e Ethan que é o garoto descolado, que anda de skate, mata aula para ir para Nova York se divertir e tem uma vida social bem agitada.

Os dois se conhecem quando no caminho da escola para casa, Alek resolve sair um pouco da rota e chega à pista de skate que Ethan frequenta, e por ser literalmente um outsider no local, é rodeado por garotos que não querem sua presença e tem sua pele salva por Ethan.  Após este incidente, os dois começam a se falar na escola e a ficarem mais próximos. Desesperado pelo que estava sentindo, Alek procura sua melhor amiga Becky, que confunde tudo o que o amigo está passando e tenta beija-lo, achando que ele estava apaixonado por ela, já que ele não deixou claro para ela que estava gostando de garoto, o que é um ponto bem interessante, pois Alek já tinha tido algumas namoradas no passado e até então não tinha descoberto sua sexualidade.

Não somos apresentados apenas a um romance gay, mas somos imersos pelas diferenças um dos outros, da paciência e tolerância necessária para se respeitar o próximo e ter assim uma relação bacana. É bom ver Alek se desprendendo de tudo e deixando de levar uma vida tão certinha e Ethan entendendo a importância de se preservar algumas tradições familiares e valorizar estes laços. Os diálogos com Becky são de um humor sutil e ela realmente parece uma amiga que todos nós temos: livre e desbocada. As constantes brigas com o irmão ou uma família que não nos compreende: todos os elementos da vida da maior parte dos jovens estão ali. Sem dúvidas é uma leitura prazerosa que com certeza você irá se identificar em alguma parte.

Livros, Resenhas

Resenha: Entrelinhas, Tammara Webber

Reid Alexander, um dos jovens atores mais bem pagos da atualidade, está acostumado a conseguir o que quer – e o que ele quer agora é Emma Pierce, a atriz novata que vai fazer par romântico com ele no próximo filme. Os astros parecem estar se alinhando para realizar o seu desejo, até que ele se vê diante de dois obstáculos inesperados: uma ex-namorada ressentida e um rival que vai disputar o coração de Emma. Emma Pierce acaba de receber uma oportunidade de ouro após anos atuando em comerciais e filmes para TV. Fazer o papel principal em um filme de grande orçamento, contracenando com o lindo Reid Alexander, deveria ser a realização de um sonho. Mas o coração de Emma esconde uma fantasia secreta: ela quer ser uma garota normal. Entrelinhas é o primeiro volume da série homônima de Tammara Webber, autora que já conquistou os leitores brasileiros com livros como Easy e Breakable. Embarque em mais esta história arrebatadora, que vai deixar você querendo muito mais.

É meio chocante quando uma das suas autoras preferidas escreve um dos livros mais decepcionantes que você já leu. Acontece que nós, brasileiros, conhecemos Tammara Webber pela sua obra prima, “Easy”, um livro tão tocante, delicado e que aborda temas importantes de uma maneira ao mesmo tempo leve e impactante (a resenha de Easy você encontra aqui). “Entrelinhas” é na verdade, o primeiro romance da autora, mas foi publicado posteriormente no Brasil, e podemos ver claramente a diferença no amadurecimento da autora.

O livro nos apresenta Emma Pierce, uma jovem atriz que luta para ser reconhecida pelo seu talento. Tendo participado de pequenos filmes e alguns comerciais de TV, Emma se dedica integralmente a carreira de atriz, inclusive tendo aula com tutores ao invés de frequentar uma escola regular. Emma vive com o pai e a madrasta, pessoas que não a entendem bem e querem que ela fique famosa acima de tudo, enquanto a menina quer distância disso. Eis aqui o primeiro problema de “Entrelinhas”: Emma é uma mocinha entediante. É aquele personagem passivo e sem carisma, ficando muito improvável torcer por alguém assim. Quando Emma é contratada para protagonizar um filme hollywoodiano, sua vida vira de cabeça pra baixo.

O par romântico de Emma no filme é o galá adolescente Reid Alexander, um jovem prodígio do cinema que conquista tudo e todos. Criado em berço de ouro mas tendo uma família que não se importa muito com ele, Reid foi educado entre cenários de gravação, fugindo de paparazzis e tendo o mundo aos seus pés. Eis aqui o segundo problema do livro: a autora abusou do clichê. Ao conhecer Emma, Reid se encanta por toda a ingenuidade da garota, e resolve conquistá-la.

O que ambos não esperavam era o aparecimento de Graham, um jovem responsável, dedicado e atencioso, que também entra na batalha pelo coração de Emma. Eis aqui o terceiro problema do livro: um triângulo amoroso onde, em momento nenhum o leitor fica em dúvida para quem torcer. A pessoa certa é óbvia, mas a mocinha é muito lerda para perceber isso. Emma, um pouco traumatizada por tudo que viveu e extremamente cautelosa com a loucura do mundo da fama tenta se destacar em seu trabalho enquanto sofre as investidas de seu parceiro de elenco Reid e seu novo amigo Graham.

“Eu devia ser grata, devia me sentir sortuda – e sou grata, me sinto sortuda. Mas, mesmo que você tenha tudo que todos desejam, se não for o que você deseja, não é o ponto-final.”

Embora a história não seja diferente ou inovadora, a autora consegue nos manter lendo pela sua capacidade de escrever muito bem e produzir uma leitura fluída mesmo quando o conteúdo não tão interessante. Talvez eu esteja sendo um pouco dura com o livro, mas acredito que o componente adolescente muito forte deixou a leitura um pouco superficial. A autora poderia elaborar mais os problemas familiares, tratando temas como alcoolismo e infidelidade, mas preferiu dar foco aos dramas adolescentes e o mundo da fama.

O final é uma das melhores partes da leitura e deixa o gancho para a continuação. “Entrelinhas” é uma série com mais três livros: “Onde você está” já publicado no Brasil e em breve aqui no Beco, “Good For You” e “Here Without You” ainda sem data de lançamento.

O livro é narrado em primeira pessoa, se dividindo entre os pontos de vista dos personagens, com a separação bem identificada, o que é ótimo para a leitura. Com relação a edição, a capa mantém o padrão da americana, folhas amarelas (<3), parágrafo e fonte agradáveis.

“As pessoas estão certas quando dizem que o tempo cura as feridas. Mas as cicatrizes estarão sempre lá, esperando alguma coisa cutuca-las.”