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Resenha: Sobre a escrita - A arte em memórias, Stephen King
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Resenha: Sobre a escrita – A arte em memórias, Stephen King

Sobre a escrita, de Stephen King é um livro soberano. Com um pouco mais de 200 páginas, arrisco dizer que vale como uma pós-graduação na área de escrita. E posso falar com propriedade, porque sou graduado e pós-graduado. De início, achei que não seria tão bom assim, já que a primeira parte do texto, intitulada de “Currículo”, King faz um apanhado de sua vida, contando fatos que culminaram para que ele fosse o escritor bem sucedido que se tornou.

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Nesse ponto, tendemos a pensar tá, mas e daí?, mas conforme avançamos na leitura de Sobre a escrita, percebemos que sim, o currículo faz toda a diferença na carreira dele, que é um dos maiores escritores da atualidade com mais de trinta títulos publicados, tendo começado do zero. Ele começou escrevendo na lavanderia de um trailer, passou fome e muitas necessidades com a sua família, mas sempre manteve acesa a chama do seu sonho de ser escritor algo que, por experiência própria, posso afirmar que não é tão fácil assim.

Mestre ― essa é a palavra que costumam usar para se referir a Stephen King, um dos maiores escritores de ficção de todos os tempos. Sendo assim, Sobre a escrita é tanto uma autobiografia quanto uma aula de um mestre, eleita pela Time Magazine um dos 100 melhores livros de não ficção do mundo e vencedora dos prêmios Bram Stoker e Locus na categoria Melhor Não Ficção.

O livro começa com um relato íntimo e honesto das memórias e experiências de Stephen King, desde a infância até a carreira literária, passando pelos vícios em drogas e por um acidente quase fatal. Essa narrativa autobiográfica introduz com perfeição os conselhos de King sobre a profissão de escritor, já que contempla os livros e filmes que o influenciaram na juventude, seu processo criativo de transformar uma ideia em um novo livro, os acontecimentos que inspiraram seu primeiro sucesso e muito mais. Usando exemplos que vão de H. P. Lovecraft a Ernest Hemingway, de John Grisham a J. R. R. Tolkien, o autor ensina como aplicar suas ferramentas criativas para construir personagens e desenvolver tramas, construindo uma obra essencial sobre a arte de contar uma história em palavras.

Depois, na segunda parte de Sobre a escrita, começamos a falar sobre escrever de verdade e de forma profissional. Aqui, ele fala diretamente com pessoas que já são escritoras ou que desejam desesperadamente ser. Ele pede para que a escrita seja levada a sério e não somente como um hobby, se não, ela tenderá a continuar dessa forma. Ele mostra como ele fez para vender o seu primeiro livro, seus primeiros contos e receber o primeiro adiantamento do seu agente literário.

Logo em seguida, vemos uma verdadeira aula de técnica, que resumi em alguns tópicos que quero dividir com você, caro Becudo. Também, para eu não esquecer quando estiver escrevendo:

  1. Quando escrevemos, contamos a história para nós mesmos. Quando reescrevemos, devemos cortar da história tudo aquilo que não é necessário;
  2. A vida não é um suporte à arte. É o contrário;
  3. Use sempre a primeira palavra que vier a cabeça se for adequada e interessante, não invente muito;
  4. Evite a voz passiva. Ela é segura demais. Demonstra medo de não ser levado a sério;
  5. O advérbio não é seu amigo. O escritor que tem medo de não passar sua mensagem pelas ações do personagem, usa o advérbio. Se expresse bem;
  6. Nunca use advérbios com verbos dicendi;
  7. Não tente inventar muito vitaminando os verbos dicendi. O melhor é usar o “dizer”;
  8. Use a estrutura Frase-Síntese, seguida de frases descritivas e complementares;
  9. Use a linguagem fonética;
  10. Escreva todos os dias, pelo menos 2 mil palavras;
  11. Escreva o que quiser, encharque de vida, torne sua história única, acrescente seu conhecimento pessoal e intransferível do mundo;
  12. Escreva sobre trabalho + gênero que você mais ama;
  13. Histórias vindas de enredos são artificiais e duras;
  14. As situações mais interessantes para um livro começam com “e se…”;
  15. Em descrições, gere identificação mútua, não dê muitos detalhes. Ela deve começar na cabeça do escritor e terminar na do leitor;
  16. Não diga em narração ou descrição algo que você pode montar com falas.

E então, preciso dizer mais alguma coisa dessa obra prima que é Sobre a escrita? Acho que não.

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O início de um novo ano é um bom momento para começar a escrita de um livro

Todo final de ano traz consigo a vontade de iniciar algo novo, seja no âmbito pessoal ou profissional. Por isso, trata-se de uma época favorável para tirar do papel as ideias que estavam há tempos guardadas e colocá-las em prática. Com a escrita de um livro, não é diferente.

Eduardo Villela, book advisor e profissional com mais de 16 anos de experiência no mercado editorial, explica que, “o início do ano é ótimo porque é um momento em que as pessoas realmente pretendem colocar em prática os principais projetos que planejaram para si. E escrever um livro é sonho importante para muitas pessoas. Se o autor começar a trabalhar na escrita de seu livro já em janeiro, são boas as chances de ele já ter o conteúdo da obra pronto ainda no primeiro semestre, o que torna viável que ela seja publicada no segundo semestre”, diz.

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“Para começar bem a escrita de seu livro, primeiro cuide bem de seu espaço de escrita” destaca o especialista. Confira suas sugestões a seguir:

  • Escolha um ambiente onde você possa ficar isolado – É muito fácil se distrair com objetos e ruídos ao seu redor, como TV, barulhos diversos da rua etc. Por isso, se possível, escolha um local em que você possa ficar sozinho e que te permita ficar relaxado e focado. Mantenha distantes todos os itens e dispositivos eletrônicos não relacionados ao trabalho;
  • Mantenha organização – É importante que o ambiente esteja organizado. Um lugar bagunçado ou uma mesa lotada de papéis, documentos e outros objetos desnecessários gera caos e desorganização no pensamento do autor no momento de escrita. Uma mesa desordenada tira a atenção de seu trabalho. Um espaço de trabalho bagunçado desorganiza a mente e drena energia, o que afeta na qualidade de escrita;
  • Busque conforto – Um espaço de trabalho desconfortável também impacta na produtividade de quem escreve. Se possível, certifique-se de que tudo o que você tem em seu espaço de escrita inspire sentimentos positivos e aumente seu conforto. Contudo, não exagere! O ideal é não ser tão confortável a ponto de relaxar muito o corpo e a mente;
  • Tenha tudo o que você precisa por perto – O ambiente precisa ter o que você precisa para escrever. Além de ferramentas básicas como canetas, lápis e algumas folhas, alguns escritores, por exemplo, gostam de manter um caderno ao lado do notebook para anotações ou deixam algumas revistas e livros na mesa para pesquisas e consultas;
  • Preste atenção à ergonomia – Ficar sentado por muito tempo de forma inadequada pode prejudicar sua coluna. E, como escritor, você passará muito tempo sentado. É importante, então, investir em uma cadeira de escritório confortável para o adequado apoio das costas. A postura é muito importante na hora da escrita, pois desconfortos no corpo podem atrapalhar o raciocínio;
  • Hidrate-se e alimente-se – Ao entrar em estado de fluxo e trabalhar por horas seguidas, o autor geralmente não percebe o tempo passar. Escrever é uma atividade intelectual na qual o cérebro gasta bastante energia, por isso é fundamental fazer algumas pausas para se hidratar e alimentar-se.

Outro ponto importante: quando se trata da escrita do primeiro livro, principalmente, o escritor precisa entender qual tema ele pretende tratar. “É muito comum pessoas que querem escrever seu primeiro livro de não ficção ficarem em dúvida sobre qual tema escolher. Assim, trago algumas sugestões servem como um guia útil para começar essa jornada”, complementa.

  • É importante a escolha de um tema que você conheça bem e tenha pleno domínio. Só assim você estará em condições de produzir um conteúdo que possa ser aplicado pelos leitores em seu dia a dia e ser útil na vida deles;
  • Outra boa maneira de encontrar seu tema é observar em quais assuntos as pessoas ao seu redor (clientes, parceiros de negócios, amigos etc.) te consideram referência. Você costuma ser consultado sobre o quê? É considerado expert em algo? Para quais temas as pessoas te procuram quando estão com alguma dificuldade, querem se aprofundar ou desejam aproveitar determinada oportunidade?
  • Por fim, observe assuntos pelos quais você tem paixão. São aqueles sobre os quais você pensa todos os dias, que está sempre imerso e buscando saber mais e mais. Pode ser algum hobby ou mesmo alguma atividade específica dentro de sua atuação profissional.

“Saber com precisão quem serão os leitores de seu livro é outro item fundamental para quem está começando”, observa o book advisor. Os leitores só se interessarão por um livro se ele atender suas necessidades. Tais necessidades podem ser diversas: compreender um tema por alguma razão específica; busca de ferramentas, técnicas e metodologias para solução de problemas; informações que ajudem na realização de algum sonho; dentre outras. “Um dos maiores objetivos de quem deseja lançar seu livro é que ele seja lido pelo maior número possível de pessoas. Para que isso aconteça, o autor deve escrever seu livro tendo em mente as características e a realidade dos leitores, ou seja, pensar como a obra vai contribuir para melhorar a vida deles e levar isso para o conteúdo” explica Villela. Por fim, Villela recomenda que o autor busque assessoria especializada para construir seu livro. “Escrever não é uma tarefa fácil, por isso é importante contar com o auxílio de um especialista.

Como ela concilia a carreia de médica e escritora?
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Como ela concilia a carreia de médica e de escritora?

Anne C. Beker é formada em Medicina, com especialização em endocrinologia pediátrica, há mais de vinte anos, mas no momento, ser escritora é o novo desafio que ela enfrenta. Subterrâneo: ascensão é seu lançamento futurista, em que a civilização foi forçada a viver no subsolo, pois o ar tóxico tornou a superfície terrestre inabitável.

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Ao decorrer da trama, Anne desvenda um mistério que instiga os personagens: o que acontece com as pessoas que voltam para a superfície? Essa mudança radical no enredo é proposital. É assim que a autora convoca o leitor a acompanhar esta jornada épica no segundo tomo da saga de três volumes.

Na entrevista a seguir, a médica e escritora revela mais detalhes sobre como concilia as duas carreias e compartilha detalhes da produção da obra. Confira:

Por que você decidiu entre tantos gêneros escrever ficção científica distópica?
Anne C. Beker: Eu adoro distopias e ficção científica, então o mais lógico foi juntar os dois estilos. Seja em filmes, séries ou livros, sempre me chamaram atenção. Além disso é interessante pensar, algumas vezes, como essas distopias podem fazer paralelos à nossa realidade e o que estamos fazendo hoje que poderia nos levar a essas realidades no futuro.

Teve algum escritor ou escritora como inspiração?
Anne C. Beker: Meu escritor favorito é Dan Brown, que escreve ficção, mas não distopia. Mas já vi várias entrevistas dele de como ele pensa os livros e as histórias e isso realmente me inspirou. Inclusive a trajetória de escritor dele.

Você é formada em medicina. Quando e como surgiu sua paixão pela escrita?
Anne C. Beker: Minha paixão por escrita e literatura começou muito antes da medicina. Eu comecei a ler e escrever com 3 para 4 anos. Aos 12 eu lia compulsivamente nos fins de semana, adorava livros enormes e muitas vezes passava as madrugadas lendo. Adolescente comecei um caderno de poemas e contos, escrevi outras coisas na faculdade, mas só tomei coragem de publicar ano passado.

Quais são os desafios de ser escritora e também médica? Como concilia as duas carreiras?
Anne C. Beker: Os desafios de ser médica e escritora hoje, para mim, são maiores que ser médica, afinal na medicina já formei há mais de 20 anos, então a experiência ajuda. O ser escritora é um mundo novo que ainda estou aprendendo. Então o escrever, fazer a história ter coerência, revisar, escolher parceiros para revisão, capa e tudo que envolve o livro, para mim ainda é desafiador. E claro, dividir o tempo entre família, escrever, trabalhar, e outros hobbies é sempre um desafio.

Como surgiu a inspiração para criar este livro? Qual foi a motivação?
Anne C. Beker: A inspiração surgiu em uma conversa com uma prima muito querida e então foi amadurecendo. Mas tem uma mistura de várias distopias, filmes e outras fontes que eu gosto. A motivação foi juntar esse pano fundo em uma história para refletir sobre: um, o que vai acontecer com nosso planeta se não pensarmos em ser mais sustentáveis e dois, a importância das pessoas que ocupam cargos de chefia, liderança e/ou governo.

Qual é a principal mensagem que a obra traz aos leitores?
Anne C. Beker: Reflexão sobre a importância dos objetivos das pessoas na vida e quanto pode ser desafiador e importante escolher entre o que é certo e o que é fácil.

Algum personagem do livro foi inspirado em sua vivência?
Anne C. Beker: Eu tenho dois filhos adolescentes e um pouco do temperamento dos personagens principais têm relação a personalidade e temperamento deles.

Você fez alguma pesquisa para escrever o livro, qual? Quanto tempo levou para escrevê-lo??
Anne C. Beker: Fiz algumas pesquisas para me certificar que era possível algumas formas de geração de energia que eu cito no livro, como por reciclagem de lixo e se haveria como fazer cultivo de alimento exclusivo em estufa, sem luz do sol. Demorei mais ou menos 6 meses para escrever, descontando a revisão e as outras etapas.

Você vai produzir um audiolivro de “Subterrâneo – Ascensão” pela Tocalivros. Porque decidiu apostar também neste formato?
Anne C. Beker: Decidi fazer audiolivro porque é uma mais uma forma de atingir as pessoas que preferem audiolivro ao invés de e-Book ou livro físico. Conversando com alguns amigos e ouvindo os leitores nas minhas redes sociais, alguns hoje preferem ouvir livros no carro ou quando fazem atividades físicas, então achei uma oportunidade de difundir mais a história.

Além desse lançamento, você pretende publicar duas obras que serão continuações. O que seus leitores e leitoras podem esperar para essas histórias?
Anne C. Beker: Podem esperar uma história com diversidade, protagonistas femininas independentes e fortes, vários plot twists e muitos jogos de poder e traições.

Além da arte da escrita
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Além da arte da escrita: Autores nacionais também investem na ilustração

Muito pouco valorizada em território brasileiro, a literatura é uma arte cheia de benefícios coletivos e individuais capaz de proporcionar grandes aventuras e conhecimentos ao público consumidor. Com o marco dos grandes escritores clássicos e com a chegada dos excelentes contemporâneos, muitos leitores estão se envolvendo cada vez mais com os artistas por meio das populares redes sociais, um dos meios facilitadores de comunicação e que estabelece fortes conexões com o público, desta forma, muitos estão descobrindo o dom artísticos de autores além da escrita.

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“Meu contato com os desenhos é desde pequeno, sempre fui fascinado pela forma como os personagens eram ilustrados e sempre tentava reproduzir. A história do Walter Elias Disney também foi um grande incentivador para eu investir no meio artístico”Samuel Alexandre, autor de “Benjamin Pollux e o Medalhão da Lua”, começou a compartilhar suas ilustrações realista no Instagram utilizando Katy Perry como a principal refém da sua arte.

Hoje o artista reconhece sua evolução com os traços, inclusive já ilustrou grandes atrizes, cantores e personagens dos filmes, livros, séries e músicas, tais como Olivia Rodrigo, Nathasha Romanoff em Viúva Negra, Feiticeira Escarlate em WandaVision, e entre diversos outros disponíveis em seu Instagram (@sam_alex4ndre).

“Maurício de Souza e seus personagens de Turma da Mônica foram bastantes recorrentes em minha vida, eles também me fizeram ter ainda mais admiração pela arte e me levaram a criar personagens e histórias que hoje se materializaram no meu livro”Samuel Alexandre se prepara para o lançamento de “Benjamin Pollux e o Medalhão da Lua”, obra que já está concorrendo sua primeira premiação literária como Melhor Fantasia 2021 na sexta edição do Coerência Choice Awards.

Kildary Costa, autor de “A Parca”, também utiliza o Instagram (@kildarycosta) para compartilhar suas artes. O artista diletante e autodidata já compartilhou diversas telas de pintura que fez inspirado no que varia entre o impressionismo e pós-impressionismo, e agora conversa com seu público por meio de ilustrações feitas com lápis de cor.

“É uma forma de unir a escrita com meu maior prazer: o desenho”, o artista vem se dedicando à leitura coletiva que acontecerá do seu livro, assim, nas últimas semanas compartilhou com os leitores um dos brindes que os participantes do projeto irão receber. Kildary Costa desenhou em trinta marcadores itens que trazem referência à história e, além disso, acrescentou frases escritas à mão.

Recentemente o artista fez uma homenagem a Caetano Veloso com uma ilustração feita com lápis de cor de “Alegria Alegria”, primeiro disco do cantor. Nos traços, o desenhista fez pequenas alterações, iniciando uma nova série que pretende dar continuidade por meio de outros discos que ele possa envolver “A Parca”, obra nacional de realismo fantástico.

Ao contrário deles, Helena Grillo ilustra por hobbie e também como trabalho “faço alguns freelancers e também recebo encomendas de muitos casais, aniversariantes e datas comemorativas”, a autora de “Honra Pirata” não tem o grande hábito de compartilhar os resultados das ilustrações no Instagram (@autorahelenagrillo), mas em entrevista informou que já está planejando um projeto para conectar seus leitores com a arte dos traços.

Fanarts e desenhos de “Honra Pirata” são algumas das ilustrações que os seguidores da artista já conferiram, e ela acredita esta conexão é bastante importante “a ilustração e a escrita andam de mãos dadas”, informou ao afirmar que o papel deu vida aos personagens e algumas histórias que circulavam sua mente, “Se completam e não se atrapalham”, concluiu.

Além de ser escritora e ilustradora, Helena Grillo atua em diversos outros segmentos. No momento, a artista concorre ao Coerência Choice Awards 2021 ao lado de outros escritores e seu livro também foi indicado na categoria Melhor Fantasia 2021, sendo a segunda participação da obra em uma premiação literária.

Ensaio: Quem quer ser um escritor?
Ensaio: Quem quer ser um escritor?
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Ensaio: Quem quer ser um escritor?

A Teledramaturgia vem conquistando um espaço e tanto em nossos planos para aproveitar o tempo. Biografias que viraram filmes, romances que saíram das páginas em papeis e invadiram as cenas das telonas, uma variedade e tanto de assuntos e categorias de filmes, séries, programas televisivos para abranger a nossa discussão e facilitar o nosso raciocínio. Filmes de ação, biográficos, românticos, comédias ou dramáticos.

Continuamos sendo uma sociedade construída pelo método empírico de conhecimento, especificamente através da visão, mas estamos pluralizando os objetos de análise, antes era somente a leitura e a elaboração de uma boa crítica sobre o livro lido, hoje temos livros e filmes, longas e curta metragens para agigantar ainda mais a imaginação de quem assiste/lê.

O objetivo deste ensaio é te indicar alguns filmes mega interessantes para te inspirar a ser um bom escritor. Sim, filmes que te ajudarão (certamente) a refletir sobre o eu-escritor que existe dentro de você.

Os filmes são construídos através de várias histórias que perpassam vários ensinamentos, não só a respeito da arte da escrita, mas também de questões sociais e filosóficas. Questões que atravessam a existência humana e centraliza todo o esforço de seu comportamento em valores, cultura, estereótipos sociais e a convicção do que é certo e errado.

Estes filmes servirão de base para refletir tanto o conteúdo de tudo aquilo que quer escrever, quanto a forma em que você como escritor quer se expressar e mostrar para os teus futuros leitores.

01 – Histórias Cruzadas
Ambientado no estado do Mississipi, Estados Unidos, em meados a década de 60. Uma cidade interiorana e também puramente racista, com ideários e imaginários construídos na ideologia de que a cor branca é supervalorizada. Dentro deste paradigma, uma moça branca contrapõe todos os tabus sociais ao escrever um livro dando voz as escravas, mulheres negras e sofridas.

02 – Escritor Fantasma
Um filme de suspense e intrigante. Conspiração política e difamação social. Um escritor fantasma, um escritor de biografias, se encontra em uma situação de vida e morte ao escrever as memorias de um ex primeiro ministro do governo britânico.

03 – Meia noite em Paris
Uma comédia romântica fabulosa em que o escritor se encontra na cidade de Paris com alguns dos escritores renomados da Literatura Universal, Gertrudes Stein e Ernest Hemingway são alguns dos artistas/escritores citados.

04- Escritores da Liberdade
A típica sala de aula da contemporaneidade, o estereótipo de professor e alunos desinteressados. A luta diária dos profissionais docentes em fazer com que seus alunos se encontrem no conhecimento.

Há um problema que assola a maior parte dos jovens escritores
Há um problema que assola a maior parte dos jovens escritores
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Há um problema que assola a maior parte dos jovens escritores

Quando comecei a escrever, adorei a sensação de poder, eu poderia escrever o que quisesse e isso era incrível!
As pessoas podem não gostar, criticar a minha obra, ou até mesmo escrever algo melhor, mas não podem me impedir, sou livre pra escolher o que quero fazer. Queimem, boicotem, escrevam em resposta, mas nunca poderão me calar.

A liberdade é encantadora, e aqueles que desfrutam disso não querem perde-la. Se quiser escrever sobre a visão romantizada de um assassino de prostitutas, só pra chocar quem lê ao revelar, eu posso. Talvez escrever sobre uma criança abusada sexualmente pelo que ela acredita serem monstros do guarda-roupa, ou um cara que enfia um consolo na bunda pra ver Deus. Céus! Eu posso colocar um astronauta junto com um ser mitológico grego numa taberna medieval multidimensional no espaço, e ninguém pode me proibir.

Acredite, eu escrevi essas coisas, apenas por saber que eu podia fazer.

Então vejo outros garotos que estão começando, assim como eu, mas eles não escrevem antes de pedir permissão, não, estão perdidos. Estar perdido é bom, você não se adéqua a realidade e quer mudar, mas é essa liberdade que eles não percebem. Eles têm duvidas, mas os questionamentos são quase que pedidos por aprovação, “e se meu protagonista estiver morto?”, “posso nomear capítulos?”, “posso falar de tal marca?” ou “posso escrever uma palavra errada para simular a fala do personagem?”.

Sim! Todos podem fazer o que quiserem, não há um regulamento para padronizar textos, ninguém será preso se tentar se arriscar um pouquinho. Pode ser que não gostem, problema deles, na nossa constituição não há um lugar que afirma a quantidade de palavras por capítulos, não existe uma organização regulamentadora que ditam o que podemos escrever. Apenas não cometa crimes, faça o que queres e o resto há de ser da lei.

É claro, não digo para negarem qualquer comentário, mas leia as criticas com cuidado, acate sugestões que ache que sejam proveitosas para você, é isso que leitores betas fazem, mas o autor é que deve estar no controle, não levem todos os conselhos como ordens.

Vestibular: Ensaio sobre tipologia textual - Beco Literário
Vestibular: Ensaio sobre tipologia textual – Beco Literário
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Ensaio sobre tipologia textual

Após a primeira reflexão encontrada no primeiro texto publicado ontem aqui no Beco, é possível avançar mais um passo e perscrutar o que a arte da escrita nos reserva, ao separarmos algum tempo útil nos esforçando para entende-la.

Ao entender que todo escritor já rege seu pensamento através da escrita com o objetivo seja alcançar um público determinado, podemos entender claramente cada estrutura textual de vários tipos de textos diferentes, existentes e funcionais.

Parte da ciência que se responsabiliza a estudar e catalogar cada conhecimento relacionado a palavra e a textos, é chamado de Tipologia Textual. Para ser mais didático, entende-se que esta nomenclatura deriva da língua grega e separando cada centro vocabular se tem:

Tipo: propriamente dito o tipo, espécie, qualidade;

Logia: logos, ciência, estudo;

Textual: palavra que designa ao termo texto, tudo que se relaciona ao texto e palavras em formação de sentido;

Falando em tipologia – tipos, vários tipos, espécies de textos – vamos relembrar alguns que são mais comuns e rotineiramente encontramos no nosso dia a dia?

– Lembrete

– Mensagem (termo hoje substituído por whatsapp)

– Carta (tipo de comunicação esquecido pelas pessoas, mas substituído pela Carta Argumentativa usado em avaliações de vestibulares)

– Dissertação Argumentativa

– Artigo de Opinião

O tamanho do texto, a linguagem usada, a pessoa inscrita dentro da produção textual, tudo é diferente. Tudo. Entretanto, há uma particularidade singular entre todas as espécies de textos: introdução, desenvolvimento e conclusão, exatamente nesta ordem.

Já discutimos que os textos possuem o único objetivo de transmitir uma informação, algum tipo de conhecimento como em um diálogo falado (só que regido pela lei gramatica da escrita).

Logo, é possível entender que:

– Introdução: abordagem do conceito retratado na proposta temática a ser desenvolvida. Apresentação da discussão. Abertura do tema.

– Desenvolvimento: Exposição de fatos, acontecimentos históricos e pensamentos/frases de escritores e famosos. Conhecido como fundamentação teórica do texto, local onde se discute toda a base de argumentação da problemática retratada na proposta temática. Lugar de exposição de dados, pesquisas, testes, provas, gráficos. Argumentos.

– Conclusão: Posicionamento ideológico em relação ao tema proposto, ideia final, a conclusão dos argumentos discutidos no desenvolvimento. Opinião, as vezes em primeira pessoa, as vezes em terceira, mas sempre uma opinião. Proposta para resolver um possível problema do tema proposto, uma saída, argumento final que fecha toda argumentação.

No nosso próximo encontro teremos uma discussão de cada tipo de texto, mas apreenda o objetivo de cada estrutura textual, fixando cada função, será fácil reconhecer a problemática retratada em qualquer proposta e discorrer ideias a seu respeito com facilidade.

Ensaio sobre escrever
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Ensaio sobre escrever

Escrever. O “homem”, em sua totalidade, vem usufruindo da arte da escrita há séculos, milênios. Criando um sistema configurado em vários elementos: letras, números, marcas de pontuações, regras gramaticais e diferenciando os vários produtos que se pode ter através do uso das palavras em textos. Vários tipos de textos. Tal variedade textual é, portanto, uma expressão dos pensamentos e sentimentos do indivíduo que organiza e reorganiza as palavras, ou seja, escreve. Mediante a esta reflexão, voltamos a ideia inicial deste parágrafo justificando o motivo do uso da escrita ser tão presente na vida das pessoas há tanto tempo. Libertar o que está dentro.

Escrever concede ao ser poder, poder de conquistar o que se almeja, poder de criar e viver várias vidas, inúmeras realidades, poder de sonhar, e o melhor, sonhar acordado. O ato de escrever nunca está sozinho, sempre bem acompanhado. A escrita é confidente da leitura, amante, companheira de jugo, fiel escudeira, a irmã gêmea, a outra parte da alma, enquanto a escrita se completa como “s”, a leitura é o “2” (“s2”, entendeu?, ironia).

“Uma palavra escrita é semelhante a uma pérola.” Johann Goethe

“A história é escrita pelos vencedores.” George Orwell

“Uma palavra escrita é a mais fina das relíquias.” Henry David Thoreau

“Uma vida bem escrita é quase tão rara como uma bem vivida.” Thomas Carlyle

É preciso entender a arte da escrita, e escrever diz respeito a regras, até para ser livre exige um comportamento a ser seguido, uma norma, algumas regras. Antes de entrarmos na análise de tipologia textual, é preciso refletir sobre o primeiro processo de escrita primeiro, a gênese.

A primeira avaliação a ser feita, é entender que toda escrita perfaz um sistema chamado de Situação Conversacional. Esse sistema nos ensina que todo emissor (seja aquele que emite pela fala ou pela escrita) precisa transmitir sua mensagem mediante a um código entendível ao receptor (aquele que recebe).

Vamos ilustrar!

Imagem: Divulgação / Google

Imagem: Divulgação / Google

Emissor: também conhecido como primeira pessoa, aquele que emite, aquele que escreve, aquele que fala, aquele que deseja transmitir alguma informação;

Receptor: também conhecido como segunda pessoa, aquele que recebe, aquele que lê, aquele que recebe a informação/conteúdo do emissor;

Mensagem: a informação que se deseja transmitir, o conteúdo;

Código: habilidade linguística, sistema linguística, língua em que a mensagem está fundamentada, língua em que o conteúdo ou informação esteja escrito ou falado;

Contexto: situação ou meio que o diálogo ou a escrita esteja acontecendo, a realidade temporal e geográfica;

Contextualizando esse conteúdo a nossa reflexão, todo emissor é escritor, e para escrever é preciso entender esse sistema básico, a escrita deve estar fundamentada em um código entendível ao leitor para que, ao ser lido, seja compreendido. Por exemplo, o emissor deste ensaio é o Gustavo Machado, o receptor é você leitor, a mensagem a ser transmitida é a respeito da prática da escrita e o código a qual está fundamentada é a Língua Portuguesa.

Simples, não é?

Antes de escrever qualquer palavra, qualquer texto, é preciso ter em mente esse sistema. Qual público quero alcançar? Qual mensagem quero transmitir?

Após refletirmos e encontrarmos as respostas para estes primeiros passos, pode-se avançar e perscrutar tudo aquilo que sua imaginação lhe permite.