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Como foi o show da DNCE e do Bruno Mars em terras brasileiras?
Como foi o show da DNCE e do Bruno Mars em terras brasileiras?
Atualizações, Colunas, Música

Como foi o show da DNCE e do Bruno Mars em terras brasileiras?

Dia 18 de novembro de 2017. Show de abertura da DNCE para a 24K Magic World Tour do Bruno Mars, na Apoteose, Rio de Janeiro. Que dia!

A guerra começou ainda em maio, na compra dos ingressos: esgotados em questão de horas, na pré-venda! Tamanha era a espera do público brasileiro, não só pelo Bruno Mars, mas também pela estreia da DNCE, atual banda de Joe Jonas, em terras latino-americanas. Tiveram que adicionar mais um show, tanto em São Paulo, quanto no Rio, e o público mostrou que a decisão tinha valido à pena rapidamente.

O dia tão aguardado finalmente chegou. E valeu muuuuuuito. Um show que fez 35.000 pessoas pularem em uma noite de sábado quente e com ameaça de chuva.

A abertura: DNCE

O show da DNCE começou pontualmente às 20:15, assim como informava o ingresso e, depois de mais de 4 anos sem ver Joe Jonas ao vivo em cima de um palco, pude testemunhar toda a sua alegria e presença de palco mais uma vez. Jonas estava muito feliz e sua banda inteira deu tudo de si naquele show arrancando muito aplausos e gritos da plateia. Mesmo se apresentando para um público que não era exatamente seu, eles não deixaram nem um pouco a desejar. Um orgulho enorme ver pessoas, que às vezes nem faziam ideia de quem eles eram, comentando depois o quanto o show de abertura tinha sido bom.

Uma setlist maravilhosa que incluiu várias músicas de seu único CD, a presença da canção “Da Ya Think I’m Sexy?” de Rod Stewart, que fez com que o público mais velho se identificasse, e dois covers que fizeram todo mundo cantar: “Wannabe”, das Spice Girls e “Oops!…I Did It Again”, de Britney Spears, de quem Joe fez a abertura da turnê Femme Fatale durante sua época de carreira solo em 2011. Mas, o ponto alto mesmo foi quando eles cantaram seu maior sucesso, Cake by the Ocean. Posso afirmar que mais da metade daquelas 35.000 cantava a música aos berros. Para finalizar, Joe ainda quase matou suas fãs quando relembrou que da última vez que esteve em cima daquele mesmo palco estava junto com seus irmãos, no primeiro show dos Jonas Brothers no Rio, em 2009.

24k Magic: Bruno Mars

Bruno Mars se atrasou um pouco, começando o show por volta das 21:50, quando estava marcado para às 21:30. Porém, nem preciso dizer que cada segundo de atraso foi recompensado com um show merecedor de prêmios. A estrutura trazida para os solos brasileiros foi a mesma, ou até maior, do que a usada nos EUA. O fato de o show ser em um local aberto, criou diversas possibilidades e, como não sou fã de fato do cantor, posso dizer que fui surpreendida muitas vezes durante mais de uma hora e meia de show.

Ele começou o show com muita luz e dança ao som de “Finesse”, mas, pra mim, o show começou mesmo na segunda música, a super agitada, e que empresta seu nome à turnê: “24K Magic”. Nesse momento, eu não tenho palavras para descrever a sensação de todas aquelas pessoas cantando e dançando juntas e, para melhorar, havia fogos! Isso mesmo, fogos! À cada vez que Bruno Mars e a plateia gritavam “MOON” no refrão da música, fogos de artifício dourados explodiam no ar. E os fogos não pararam por aí, diversas outras músicas contaram com a presença deles ao longo do espetáculo.

A chuva ameaçou algumas vezes durante a noite, chegando a chuviscar um pouco, mas nada que atrapalhasse o espetáculo pirotécnico que Bruno Mars e sua equipe trouxeram para nós. A setlist continuou incrível contando com vários sucessos antigos, ainda que a maioria das músicas fosse do seu novo CD.

Com direito à atuação e até uma palinha em português em músicas como “Calling All My Lovelies”, em que Bruno Mars pegou um telefone cenográfico e disse as palavras “Te quero, gatinha” levando à plateia ao delírio e às gargalhadas.

No final, ainda fomos presenteados com um bis em que o cantor voltou para o palco terminando o show com, nada mais nada menos, do que “Locked Out Of Heaven” seguida de “Uptown Funk” fazendo todo mundo gritar e dançar muito, mesmo que cansados já ao final de um show tão espetacular e dançante. Bruno Mars em um momento chegou a brincar pedindo que o público o deixasse cantar para eles de tanto que as pessoas gritavam as letras. Os fãs brasileiros sempre se destacando!

Livros, Resenhas

Resenha: O Reverso da Medalha, Sidney Sheldon

Kate Blackwell é sinônimo de poder e prosperidade. No mundo dos negócios, ela conseguiu manter a solidez do império financeiro que herdou do pai – uma fortuna construída com a exploração e o comércio de diamantes na África do Sul. Mas luxo e riqueza não são os únicos elementos que fazem parte de sua história – a tragédia também acompanhou a trajetória de quase todos os seus familiares, como um legado de maldição. Agora, ao comemorar 90 anos, Kate é obrigada a lidar com os fantasmas de uma vida de chantagens e assassinatos. Fantasmas de um império fundamentado em pura ambição.

O livro O Reverso da Medalha nos traz um enredo sobre quatro gerações de uma família. A trama é marcada por sentimentos de esperança, amor, ódio e vingança. Nas primeiras páginas, o leitor conhece Kate Blackwell e é levado a viajar profundamente através das memórias dessa mulher dona de um verdadeiro império e que não mediu esforços para conseguir manter seu poder.

O livro é relativamente grande (592 páginas), mas a história é de prender qualquer um. Começa com o personagem Jamie McGregor, um garoto pobre, mas honesto e que sonhava em ser rico para dar melhores condições de vida a sua família. Então, ele sai de sua casa, na Escócia, e embarca para a África do Sul, em busca de diamantes.

O garoto sofreu muito e, logo que chegou na África e teve sua primeira descoberta, fora enganado por Salomon Van Der Merwe e isso fez com que nele crescesse um sentimento de vingança. Jamie conta com a ajuda de Banda, um negro, também empregado de Salomon. Para que o plano de vingança fosse realmente concluído, Jamie engravidou a filha de Salomon, Margareth, e recusou-se a casar com ela. Assim que a criança nasce, Margareth, que ainda tinha sentimentos por Jamie, deixa o filho, Jamie, na casa dele durante uma semana. Quando ela volta, Jamie lhe informa que quer ficar com a criança, mas não queria ficar com Margareth. Ela convence-o a se casar com ela, mas o casamento não se consumava. Jamie não mantinha relações com elas, mas sim com as prostitutas da cidade. Até que, uma noite, ao chegar bêbado em casa, ele dorme com Margareth e, nessa noite, é gerada Kate McGregor.

“Mas é claro que Kate saberia o preço de qualquer homem. Wilde podia estar se referindo a Kate quando falara de alguém que sabia o preço de tudo, mas não conhecia o valor de nada. Tudo sempre fora pela companhia. E a companhia era Kate Blackwell.”

Um dia, o filho do casal é assassinado, Jamie tem um AVC e, agora, Margareth tem o que queria: poderia estar mais perto do marido e cuidar muito bem dele. O tempo passa, Kate cresceu e se tornou teimosa e uma garota que não tolerava sermões. Determinada, fez tudo para que pudesse comandar o império que o pai construíra. Cresceu nutrindo uma paixão pelo braço direito do pai, David Blackwell. Interferiu na vida dele tanto quanto pode, de forma que não havia ninguém ao lado dele que não fosse a própria Kate. Eles casaram-se, mas David morre sem conhecer o filho, Tony.

Durante a narrativa, Sheldon nos mostra que Kate é uma mulher inescrupulosa e que não mede esforços para conseguir o que quer. Interferiu na vida e no casamento de seu filho, Tony, e também das suas netas Eve e Alexandra. Suas netas eram gêmeas que, apesar de fisicamente idênticas, tinham personalidades completamente diferentes e essa descoberta foi um choque para Kate.

A história das gêmeas marca a última parte do livro e nos traz um final surpreendente e trágico. A escrita é espetacular, fazendo com o que o leitor se coloque, de fato, no lugar de cada personagem. Sheldon nos traz personagens fantásticos e únicos e o leitor mantém uma relação de amor e ódio com cada um deles, ora você ama aquele personagem, ora você odeia, principalmente quando se trata da poderosa Kate Blackwell.

Um livro marcado pela ação, reviravoltas, sexualidade e suspense, como é digno de Sidney Sheldon. Vale a pena cada página!

Mundi: Saiba escolher seu hotel na Disneyland Paris
Mundi: Saiba escolher seu hotel na Disneyland Paris
Atualizações, Lugares

Mundi: Saiba escolher seu hotel na Disneyland Paris

Em 2016, fiz um intercâmbio de três semanas na Europa. Na última semana, fizemos um “mini tour” pelo continente, passando por países como França, Bélgica, Alemanha e Holanda.

Minha maior ansiedade era para a chegada dos últimos três dias de viagem: chegaríamos em Paris e passaríamos esses três dias hospedados em um hotel da Disney! A combinação perfeita para uma pessoa com 18 anos e alma de criança. Por sinal, já falei sobre o complexo de parques da Disneyland Paris em outro post aqui no site.

Não sabia como seriam nenhum dos hotéis em que ficaríamos hospedados, fechei um pacote que já incluía estadia, e só aceitei o que foi decidido previamente. Ficamos hospedados em hotéis incríveis ao longo dessa semana. Alguns são como borrões na minha mente, às vezes acordávamos em um hotel e à noite já dormíamos em outro. Era tudo bem corrido.

Parecia que o padrão dos hotéis só aumentava, então a expectativa pro padrão Disney já estava quase na lua. E que decepção foi abrir a porta daquele quarto. Sério!

O quarto era apertado, mal iluminado (não tinha uma lâmpada no teto, só uns 3 abajures que mal iluminavam alguma coisa) e não tinha uma única decoração de qualquer personagem da Disney que fosse. O Algonquin’s Explorers Hotel era temático de piratas, não me perguntem o motivo, mas não havia nenhum personagem da Disney, nem unzinho sequer. Decepcionante.

O café da manhã também foi com certeza o mais fraco de todos. A variedade era mínima, e não tinha ovo mexido. Como pode um café da manhã de hotel sem ovo mexido? O Wi-Fi era bem precário, principalmente nos quartos, e o 3G, que era ótimo em todos os lugares, pegava muito mal lá.

Apesar dos apesares, a estrutura do hotel era ótima, só os quartos que não eram dos melhores. E a minha parte favorita: eles tinham uma lanchonete que vendia uma pizza maravilhosa! Toda noite, eu e as duas meninas que dividiam quarto comigo pedíamos duas pizzas (elas eram pequenas) e dividíamos o preço. Não lembro ao certo quanto dava para cada uma, mas lembro que era um pouco caro. Aceitávamos porque já estávamos no final da viagem e tínhamos economizado bastante desde o início para quando chegássemos na Disney, e também porque, na maioria das vezes, não dava mesmo tempo de comer na rua, então comer no hotel era a opção que sobrava.

Mais pro final, descobrimos o porquê do hotel realmente não ser tão incrível. A Disneyland Paris tem um complexo de hotéis com os mais diversos tipos de hotéis, dos mais caros, luxuosos e perto dos parques possível; ao nosso. O nosso provavelmente era o último ou penúltimo na hierarquia dos hotéis, o que no início me deixou frustrada, já que tinha tantas expectativas, mas depois nem liguei, afinal a viagem estava sendo incrível e os parques em si não decepcionaram em nada!

Então, fica a dica pra quem vai viajar para lá e quer dicas de hotéis. Se você faz questão de ficar em um hotel da Disney, veja a hierarquia, ela é real. E se você também pretende aproveitar Paris, não recomendo que fique no hotel em que ficamos. Ele era bem longe da cidade, cerca de 40 à 50 minutos de distância. Acho que nem ficava exatamente em Paris. Nós tínhamos um ônibus para toda a excursão, então não era tão ruim, era até um momento para botar o sono em dia, mas realmente é cansativo ir e voltar para a cidade todo dia. Então se programe, talvez seja melhor ficar em um hotel em Paris, e uns dois dias em um hotel da Disney para aproveitar os parques com mais calma e mais proximidade.

O cinema de artes marciais e seus novos representantes
O cinema de artes marciais e seus novos representantes
Atualizações, Colunas, Filmes

O cinema de artes marciais e seus novos representantes

Como vários jovens, sempre fui aficionado por filmes de artes marciais, adorava filmes do Van Damme, o mix de ação e comédia do Jackie Chan ou até os inúmeros filmes de roteiro parecido do Steven Seagal, reprisados eternamente pelo SBT. Embora essas lendas (ok, não estou incluindo o Steven em “lendas”, desculpe amigão) continuem na ativa, como podemos notar pelo remake de kickboxer, no qual JCVD agora faz o papel de mestre (um tanto canastrão, devo dizer), e Jackie Chan, que ultimamente tem filmes fora do eixo acrobacia-humor, com o surpreendente The Foreigner.

Afirmar que outros atores fora os clássicos são os novos representantes pode parecer exagero, mas deve-se lembrar que os clássicos sempre estarão lá, sempre poderemos ver O grande dragão chinês Bruce Lee, Sonny Chiba e sua trilogia mítica Street Fighter, Sammo Hung e companhia ou todos os brutamontes hollywoodianos, citarei atores já consagrados, porém, que ainda vejo a possibilidade de crescerem mais, e terem o reconhecimento que merecem.

Tony Jaa
Foi reconhecido após a trilogia Ong Bak e a duologia O protetor, filmes de roteiros simples mas que garantem diversão pelas cenas de ação. Após isso já atuou em filmes maiores como velozes e furiosos 7 e ao lado de Ivan Drago Dolph Lundgren em Skin Trade, porém, seu filme mais divertido depois dos citados é Spl 2 em que atua ao lado de Jackie Wu e o veterano Ken Lo. Muai thai no cinema é sinônimo de Tony Jaa.

Donnie Yen
Dentre os aqui citados, provavelmente Donnie Yen é o mais famoso. Tornou-se conhecido mundialmente após a incrível trilogia O grande mestre, baseada na vida de Ip Man, mestre de Wing Chun conhecido por ter sido mestre de Bruce Lee. Sua atuação como Chirrut em Rogue One: Uma História Star Wars confirmou ser um ator consagrado. Entretanto, pretendo citar aqui outros filmes dele, Kung fu mortal, Identidade especial e Flashpoint, nesses três filmes um pouco menos populares por aqui, mas com uma característica interessante em comum, durante os combates, são mescladas as habilidades em Wushu de Donnie com grappling, golpes tradicionais com armlocks, mata-leões e outras imobilizações, uma interessante junção entre o estilo clássico de combate e lutas modernas.

Jeeja Yanin
Ela só teve um filme de grande relevância até o momento, mas já é possível supor que Jeeja Yanin será a maior atriz feminina de artes marciais. Em Chocolate, é tratado de forma sensível o autismo da personagem, que aprendeu por mimetismo muai thai, embora o chamativo seja as incríveis cenas de artes combate, de coreografia limpa, outro ponto alto é a ausência de dublês, característica marcante de filmes tailandeses, as cenas pós-créditos confirmam isso, mostrando como os atores se esforçaram e sofreram para trazer tais cenas. O diretor de Chocolate é Prachya Pinkaew, o mesmo de Ong Bak e O protetor.

Scoot Adkins
O primeiro ocidental da lista se autodenominava o lutador mais completo do mundo. Sem dúvidas, o papel mais icônico de Adkins foi como Yuri Boyka na atual quadrilogia O Imbatível, embora tenha aparecido como antagonista no segundo filme, sua personalidade marcante logo o tornou protagonista dos filmes seguintes, sua parceria com o diretor Isaac Florentine sempre gera bons frutos, pois conseguem fazer filmes agradáveis com pouca verba. Teve papeis menores em Os mercenários 2, no excelente Cão de briga, com Jet Li, e ainda trabalhou nas coreografias de Dr. Estranho e fez uma ponta como um dos capangas de Kaecilius, interpretado por Mads Mikkelsen. Para Adkins, só resta lhe darem um papel a sua altura, num filme de maior peso, por enquanto seguirei gritando Boyka Boyka Boyka Boyka…

Iko Uwais
O indonésio Iko Uwais sem dúvidas é o ator/artista marcial revelação da década, sua parceria com o diretor Gareth Evans e o ator Yayan Ruhian geraram excelentes frutos. Iko estreou em Merantau Warrior, mas foi em seu segundo filme com a trupe que mostrou que veio para ficar, The raid é um filme frenético, de coreografia incrível, utilizando um estilo de luta próprio do país, a duologia mostra combates intensos que não se intimida em mostrar cenas violentas, porém não se resume a isso, tornando apenas um adendo e não uma finalidade. Gostou das cenas de lutas em corredores da serie Demolidor, da Netflix? Aqui encontrará os melhores combates em corredores e espaços pequenos do cinema. Em The raid 2, o espaço expandiu, o roteiro foi melhor desenvolvido, e as cenas de ação não deixaram a desejar, sobretudo, uma personagem roubou a cena, e o coração de fãs do gênero, uma mulher e um par de martelos, Julie Estelle é a mulher que pode bater de frente com Jeeja Yanin.

A hammergirl e Iko Uwais contracenaram novamente em Headshot, dessa vez sem a direção de Gareth Evans, o filme manteve o padrão de qualidade nas cenas de ação, pecando apenas nos efeitos de tiroteios, com aquele sangue digital que some antes de tocar o chão (também visto em os mercenários 2), mas nada que estrague a experiência.

Filmes de artes marciais sempre foram considerados de segunda categoria, não deveria. Embora seus roteiros sejam por vezes simples, ou efeitos especiais regulares a fracos, é uma diversão descompromissada, e deve ser assistido como tal, muitas vezes o filme trás mais do que apenas combates, gratas as surpresas.

Filme desse nicho, como pode ser percebido, ainda são dominados pelos orientais, embora as verbas sejam menores que grandes produções americanas, há um grande empenho na coreografia, raramente pecam em aplicar a horrível câmera tremida, que é um recurso para disfarçar as más coreografias, se procura ação, nesses filmes poderá ver sem ficar tonto pelo movimento incomodo de câmeras. Seus atores experientes em artes marciais, campeões em seus estilos são apenas uma bonificação aos expectadores.

Sabe o que todos os atores citados acima têm em comum? Todos atuarão juntos em Triple Threat! Essa é a maior reunião de atores de diferentes etnias e estilos marciais do cinema atual, para os fãs, o hype apenas aumenta, contemplem:

Atualizações, Livros, Resenhas

Resenha: Sete minutos depois da meia-noite, Patrick Ness

Você não escreve sua vida com palavras. (…) Você escreve com ações. O que você pensa não é tão importante. Só é importante o que você faz.

Nesta obra, conhecemos um garoto de treze anos chamado Connor e que, apesar da pouca idade, já está passando por situações bem difíceis: a mãe luta contra um câncer em estágio avançado, o pai mora em outro país com outra família, a avó não é uma pessoa fácil de lidar e ele precisa morar com ela enquanto a mãe faz um tratamento e ainda sofre bullying na escola.

O protagonista tem um pesadelo todas as noites e acorda sempre no mesmo horário: 00:07h. Quando ele acorda, ele escuta um chamado vindo do lado de fora da sua casa e é nesse momento que ele se depara com um monstro que lhe diz que está ali para lhe contar três histórias que irão ajudá-lo a compreender tudo que se passa em seu íntimo. E o monstro ainda lhe dá um aviso: haverá uma quarta história que será contada pelo próprio Connor.

– Histórias são criaturas selvagens. – afirmou o monstro. – Quando você as solta, quem sabe o que podem causar?

A narrativa se faz simples e emocionante ao misturar fantasia e realidade. A relação do garoto com a mãe é tocante, despertando profundos sentimentos no leitor. A metáfora da obra se faz no monstro, que está ali sempre o garoto necessita seja para chorar ou quebrar coisas e colocar a raiva para fora.

Já na escola, Connor é ignorado por todos, exceto pelos alunos que praticam o bullying contra ele. Aqui, merece destaque o garoto Harry, que é o que mais irá despertar a ira de Connor e, consequentemente, uma reação incrível e, vale ressaltar que o monstro estará presente.

Em casa, Connor não tem a presença do pai, o que já nos leva a refletir acerca da importância da mãe na vida do garoto, porque é tudo o que ele tem. A avó é uma mulher ressentida e com quem Connor sempre bate de frente, o que torna a convivência muito difícil.

A trama se faz bem intensa e rápida. O monstro e suas histórias ajudam o garoto a se libertar e se ajudar. O final da obra é emocionante, sendo impossível não levar o leitor a refletir acerca de cada palavra lida.

A obra foi adaptada para as telas do cinema, estreou no Brasil no dia 05 de janeiro desse ano e está disponível na Netflix. Connor é interpretado pelo jovem ator Lewis MacDougall, que interpretou com maestria cada cena. De início, pode-se pensar que trata-se de um filme/livro de fantasia, mas percebe-se que, na verdade se trata do mundo que cada um de nós carrega dentro de si. É simplesmente sensacional, e já tem crítica no Beco, que você pode conferir clicando aqui.

Veja o trailer:

A psicologia por trás do porquê você não consegue largar seu celular
A psicologia por trás do porquê você não consegue largar seu celular
Atualizações, Colunas

A psicologia por trás do porquê você não consegue largar seu celular

Acontece que escrever esse artigo foi difícil. Detestei.

Quer dizer, detestar é uma palavra forte, mas ninguém gosta de ouvir verdades sobre si mesmo. E eu me vi nesta imagem de menina-do-século-21.

É a doença dessa década, se me permite dizer.

Sobre o último mês que passou. Como você viveu ele? Você se perdeu no meio de uma conversa com seu filho, amigo ou outro significante porque uma notificação do Facebook, Instagram ou Whatsapp te tirou totalmente a atenção? Dormiu com seu celular bem debaixo do seu travesseiro, e acordou no meio da noite, com aquela luz azul quase cegante da tela? Caiu no buraco negro de ler uma mensagem, e acabar atrasado por gastar horas em uma conversa de grupo? E, quando esqueceu seu celular, sentiu como se estivesse faltando seu braço esquerdo?

Devo dizer que mesmo não sendo uma entendedora destas tecnologias (ou mesmo interessada em aparelhos ou programas inovadores), também não sou anti-internet. Ela tem seus lados bons, é claro! Nós podemos fazer tudo com a internet! Porém, às vezes, é restaurador se desapegar de tudo isso – pelo menos por um momento – para prestar atenção no que está acontecendo agora, no momento presente.

Os likes, comentários e posts que nós compartilhamos nas mídias sociais podem parecer sem consequência, mas eles significam. Eles tocam nos elementos que nos fazem humanos: nossos vícios, desejos, ansiedades e alegrias. As grandes corporações trabalham para que as redes sociais ou programas que eles vendem, seja viciante. É proposital. – Tudo culpa do Mark Zuckerberg!

Existem duas substâncias químicas chamadas dopamina e oxitocina, que são suas “substâncias químicas da felicidade/prazer”. Elas são ativadas quando você come algo bom, está com alguém que você gosta e, no caso que estamos falando hoje: quando você mexe no celular/computador. Mas, logo estas são metabolizadas e você precisa fazer mais do que ativou elas, para receber mais destas substâncias químicas. Ou seja, você precisa fazer esta mesma atividade que liberou dopamina e oxitocina várias e várias vezes – isso explica também alguns tipos de vícios, ou a paixão.

E aí seu coração acelera quando seu telefone toca! Ou quando você recebe uma mensagem!

Talvez seja porquê você tá fugindo de uma ex maluca, da polícia ou algo assim. Ou – hehehe – é porque seu cérebro procura por bons sentimentos, já que estes tem ligação com a sua própria sobrevivência. Você liga a tela do seu celular toda vez que tem um momento de tédio porquê seu cérebro procura por dopamina e oxitocina, pelos caminhos que já funcionou antes.

Eu vou evitar, por agora, a parte desse assunto em que toca na sua saúde mental e física – tal como a conexão entre passar muito tempo na internet e a depressão, insônia, etc. Esse não é o meu foco. O meu ponto é trazer o “Efeito Kim Kardashian” para discussão – não atacando ninguém, obviamente.

Procurar validação online não vai te trazer felicidade de verdade. E é meio triste, na verdade. A pressão de ser socialmente aceito e celebrado pode se tornar algo sufocante e, sim, isso afeta a auto-estima de muitos usuários de redes sociais. Se você está entre esses, talvez seja hora de reavaliar seus valores, o que internet significa para você e como você quer utilizá-la. Não se mede o valor de alguém pelo número de likes que ela recebe.

Não estou dizendo que influência digital não é algo válido e inteligente, e certamente, não é necessário você se retirar completamente do mundo on-line. Portanto, se você sente um impacto negativo ao fazer o uso da rede, algo está errado.

“O que será que estamos perdendo passando tanto tempo nos nossos celulares?” Sendo direta: rede social não substitui interações na vida real. Se a pessoa está ‘disponível’, você devia verdadeiramente passar seu tempo com ela. Não há nada como ver a natureza, ou simplesmente o que está tem em volta de você com cores e sensações que a tela HD ou 3D não transmite. Livros, música, cultura. Saboreie as cores de um pôr-do-sol, ou das árvores de um parque. Absorva e respire a companhia de quem está do seu lado, sem checar seu celular a cada 5 minutos. Não seja o tipo de pessoa que ninguém quer ser: imerso em rotina e superficialidade.

Se desconecte, nem que seja por um período curto. Não há problema nenhum em não postar uma foto instantaneamente, ou atualizar seu status enquanto faz alguma coisa. Há algo mais real e humano sobre fazer certas coisas e não postar, ou não ter – pelo menos uma parte da – sua vida documentada.

O lado bom: esses aparelhos realmente tem um botão de desligar. Para você, lendo este artigo agora, TE DESAFIO a passar pelo menos 30 minutos fora da internet. Viva no mundo real.

Você já conhece fantástico cinema sul-coreano?
Você já conhece fantástico cinema sul-coreano?
Atualizações, Colunas, Filmes

Você já conhece fantástico cinema sul-coreano?

Certas vezes, encontramos filmes que são verdadeiras pepitas de ouro, dado a sua qualidade, outras vezes, encontramos uma verdadeira jazida, como é o caso dos thrillers sul-coreanos.

Os filmes desse país, geralmente policiais, mostram técnicas habilidosas de gravação, violência estilizada e roteiros impactantes. Muitas de suas produções parecem não se importar se o expectador ficará chocado ao acabar de assistir, ou melhor, procuram o deixar de queixo caído.

Algumas características podem ser notadas facilmente, como as tramas intricadas, muitas vezes os protagonistas são policiais (nos casos dos thrillers policiais), ou Salaryman, utilizando o termo japonês para executivos. Nota-se também pouca utilização de armas de fogo, já que muitas das cenas são utilizados materiais inusitados, como martelos (Oldboy) ou até um osso (The yellow sea)!

Oldboy — versão coreana com o maravilhoso Min sik Choi, esqueça a versão americana — foi a minha porta de entrada nesse mundo, porém, há muito mais a se assistir. Do próprio Min Sik, aliás, o ator demonstra sua capacidade em outros excelentes filmes, seja um general estrategista em A Batalha de Myeongryang, um policial cansado em New World, um velho caçador que perdeu o filho em The Tiger, ou um psicopata terrível em I saw the devil, todos os (excelentes) filmes em que ele atua mostram o quão bom ator é.

Além dos filmes mencionados, falarei brevemente de outros grandes filmes sul-coreanos, sem ordem de preferência, que superam facilmente produções hollywoodianas em questão de enredo e/ou ação.

A Hard Day: No dia da morte da mãe, o detetive Gun-Soo se envolve num acidente de carro, com vítima fatal, como se as coisas não estivessem ruins o bastante, logo depois ele passa a receber ligações o ameaçando. É incrível as situações de extrema tensão combinada com momentos quase que engraçados.

O homem de lugar nenhum: Um agente exilado vive num mercadinho isolado de todo o mundo externo, tendo algum tipo de interação apenas com uma menina, quando ela e sua mão são sequestradas, o homem resolve se vingar…

O caçador: Um ex-detetive e agora cafetão volta a ativa quando um serial killer passa a matar mulheres, o mais interessante nesse filme é que as ações deles são criveis.

Mother – A Busca Pela Verdade: Quando o filho com retardo mental é acusado de um assassinato, e a justiça dá o caso por encerrado, cabe à mãe procurar sozinha por respostas. Atente-se à fotografia desse filme, uma obra de arte.

Sede de Sangue: Um padre participa de um experimento, no qual muitos não sobrevivem, como o titulo dá a entender, ele vira um bebedor de sangue, diferente dos que brilham no sol, toda a trama tramita entre os prazeres carnais e a culpa.

Train to Busan: Quando os filmes de zumbis ficaram saturados, surgiu esse achado, unindo ação e drama, ele conseguiu ser inovador quando tudo era mais do mesmo. Assim como Oldboy, esse também ficou popular em vários países.

E esses são apenas alguns exemplos, ainda há muitos outros grandes filmes. Costuma-se associar o cinema coreano apenas a filmes sobre vingança, no qual, diga-se de passagem, são muito bons, mas esse país vai mais além, basta se aventurar e descobrir as surpreendentes obras!

Há um problema que assola a maior parte dos jovens escritores
Há um problema que assola a maior parte dos jovens escritores
Atualizações, Colunas, Livros

Há um problema que assola a maior parte dos jovens escritores

Quando comecei a escrever, adorei a sensação de poder, eu poderia escrever o que quisesse e isso era incrível!
As pessoas podem não gostar, criticar a minha obra, ou até mesmo escrever algo melhor, mas não podem me impedir, sou livre pra escolher o que quero fazer. Queimem, boicotem, escrevam em resposta, mas nunca poderão me calar.

A liberdade é encantadora, e aqueles que desfrutam disso não querem perde-la. Se quiser escrever sobre a visão romantizada de um assassino de prostitutas, só pra chocar quem lê ao revelar, eu posso. Talvez escrever sobre uma criança abusada sexualmente pelo que ela acredita serem monstros do guarda-roupa, ou um cara que enfia um consolo na bunda pra ver Deus. Céus! Eu posso colocar um astronauta junto com um ser mitológico grego numa taberna medieval multidimensional no espaço, e ninguém pode me proibir.

Acredite, eu escrevi essas coisas, apenas por saber que eu podia fazer.

Então vejo outros garotos que estão começando, assim como eu, mas eles não escrevem antes de pedir permissão, não, estão perdidos. Estar perdido é bom, você não se adéqua a realidade e quer mudar, mas é essa liberdade que eles não percebem. Eles têm duvidas, mas os questionamentos são quase que pedidos por aprovação, “e se meu protagonista estiver morto?”, “posso nomear capítulos?”, “posso falar de tal marca?” ou “posso escrever uma palavra errada para simular a fala do personagem?”.

Sim! Todos podem fazer o que quiserem, não há um regulamento para padronizar textos, ninguém será preso se tentar se arriscar um pouquinho. Pode ser que não gostem, problema deles, na nossa constituição não há um lugar que afirma a quantidade de palavras por capítulos, não existe uma organização regulamentadora que ditam o que podemos escrever. Apenas não cometa crimes, faça o que queres e o resto há de ser da lei.

É claro, não digo para negarem qualquer comentário, mas leia as criticas com cuidado, acate sugestões que ache que sejam proveitosas para você, é isso que leitores betas fazem, mas o autor é que deve estar no controle, não levem todos os conselhos como ordens.

Crítica: O Abutre (Nightcrawler, 2014)
Crítica: O Abutre (Nightcrawler, 2014)
Críticas de Cinema, Filmes

Crítica: O Abutre (Nightcrawler, 2014)

Cenas fortes em jornais em horários totalmente inapropriados. Falta de respeito com o telespectador e com as vítimas. Falta de humanidade desse tal jornalismo sensacionalista. Essas são algumas críticas do filme “O abutre” estrelado por Jake Gyllenhaal, ator que eu nunca consigo ter certeza se atua bem ou não, a cada filme tenho uma opinião diferente. Nesse, vejo até que a atuação dele foi boa, ele conseguiu entrar no papel de um personagem com estilo meio sociopata sem sentimentos, ou seria ele que transparece um estilo blasé que fica parecendo ser do personagem? Fico quase sempre com esse mesmo questionamento, como em “Os suspeitos”, que conta com atuação incrível de Hugh Jackman, que contrasta absurdamente com a de Jake.

Voltando ao filme, fiquei presa nele do início ao fim. Ele trata a questão da falta de respeito, da falta de humanidade, da ganância e da vontade de ultrapassar seus próprios limites como profissional de uma forma maravilhosa. Fica claro como muitas pessoas do meio jornalístico não se importam em como conseguir manter uma audiência, contanto que a mantenham. Eles buscam a tragédia, e são até capazes de criá-la, tudo para continuarem em seus empregos, e talvez por algo mais que se desenvolve dentro deles. Eles criam pânico desnecessário aumentando histórias, acrescentando mais crueldade e violência aos fatos reais, tudo para que a população fique alarmada e se mantenha ligada ao jornal 24 horas por dia.

A cada ação do protagonista eu ficava mais indignada, não conseguia acreditar naquilo, mas o jornalismo sensacionalista está aí diariamente jogando na nossa cara como a vítima é desrespeitada em seu momento de sofrimento e o telespectador dentro da sua própria casa.

Por mais impressionante que pareça, há leis sobre esse assunto. Imagens fortes só podem ser mostradas com aviso prévio para o espectador e, mesmo assim, nem tudo pode ser mostrado, mas, ninguém é punido por uma criança ser exposta a esse tipo de imagem recorrentemente às seis da tarde porque sua mãe precisa trabalhar e acaba não prestando tanta atenção ao que seu filho assiste na televisão.

Um filme que me fez pensar muito, que leva várias ações ao extremo. Fiquei um pouco insatisfeita com a falta de contextualização dos acontecimentos anteriores na vida dos personagens. Porém, a crítica foi feita de forma muito boa o que faz com que o filme valha muito a pena, levantando questionamentos: até onde o jornalismo deve ir para que a informação chegue até nós? Essa ainda é a prioridade deles afinal de contas?

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Resenha: O Vilarejo, Raphael Montes

O Vilarejo é o segundo livro que li do Raphael Montes (o primeiro foi Jantar secreto, que já tem resenha aqui no Beco), fica claro que seu estilo é marcado pelo choque causado pela violência, nesses dois livros, pelo menos em algum momento você sentirá ânsia ao ler.

O vilarejo é um livro pequeno, com pouco menos de 100 páginas, com contos que se passam num mesmo universo (um vilarejo europeu), todos os contos são fechados, porém, formam pontes com todos os outros, sendo que o último amarra todas as pontas deixadas pelos anteriores.

Além disso, há uma história maior, que ocorre antes e depois da coletânea, que pretende assim dar um ar de realidade à história, um detalhe bem interessante.  O livro mostra cada pecado capital como um demônio, cada conto representa um desses demônios, embora as situações sejam criadas pelos humanos, direta ou indiretamente influenciados. Sobre os personagens abordados, todos são odiáveis, não há como se identificar com algum, uma pena, gosto de sentir empatia, mesmo que o personagem seja cheio de defeitos, aqui todos são merecedores de seus karmas. Ao final ocorre toda uma explicação sobre as histórias que foi desnecessária, não subjugue seus leitores, Montes, eles conseguem fazer associações sozinhos!

Não é um livro ruim, é impactante, e cumpre ao que se propõem, apenas se comparar à Jantar secreto pode-se perceber que talvez não seja o melhor dele, isso se deve por já começar a leitura sabendo o que se pode esperar, se você não leu nenhum livro dele, acredite, não sabe o que esperar.

A quem tiver estômago, é uma boa recomendação.

SPOILERS A SEGUIR – SÓ CONTINUE SE JÁ TIVER LIDO

O cramunhão, sete-peles, mochila de criança, pé fendido… Falou que apenas aflorou o que cada um tinha de pior, por isso o preguiçoso escravizou crianças, o marceneiro pegou lepra, etc. Mas a garota do primeiro conto, o pecado dela era a gula, o argumento para ela foi ter negado ALGUNS OSSOS DE RATO para ele, ela estava lutando pela vida dela e dos filhos, isso não é gula, é sobrevivência. E mesmo se argumentar sobre os jantares cheios de fartura que era feitos, foram em tempos de vacas gordas, e todos os moradores da região comiam e abundancia.

Achei um pouco exagerado esse argumento, mas nada a prejudicar, apenas uma curiosidade.