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Crítica: Vingadores, A Guerra Infinita (SEM SPOILERS) - Beco Literário
Crítica: Vingadores, A Guerra Infinita (SEM SPOILERS) – Beco Literário
Atualizações, Críticas de Cinema, Filmes

Crítica: Vingadores – A Guerra Infinita (The Infinity War, 2018)

É genial, é extremamente empolgante, e te deixa em êxtase. “Guerra Infinita” é um dos maiores acertos da Marvel!

Sinopse: Homem de Ferro, Thor, Hulk e os Vingadores se unem para combater seu inimigo mais poderoso, o maligno Thanos. Em uma missão para coletar todas as seis pedras infinitas, Thanos planeja usá-las para infligir sua vontade maléfica sobre a realidade. Duração: 2h40min.

É um filme extremamente extasiante, em que sempre está acontecendo alguma coisa e, a cada cena, algo importante é incrementado na trama. É um exemplo de filme em que nenhuma cena foi desperdiçada (levando em consideração o controle tênue entre seriedade e piada que a Marvel usa em seus filmes).

O filme se inicia com Thanos atrás da primeira joia que ele busca, ameaçando Thor, Loki e o povo de Asgard (que estão destinados a viver em outro lugar após o Ragnarok em “Thor: Ragnarok”). Já é a abertura perfeita pro filme, e já é uma cena que vai ter relevância pelo resto do filme.

O filme se passa em vários locais diferentes, com encontros e desencontros, pouco a pouco, os personagens principais (Os Vingadores, o Homem-Aranha, o Doutor Estranho e os Guardiões da Galáxia) vão se juntando. O filme muda constantemente de foco (o que causa o fenômeno de sempre estar acontecendo alguma coisa), revezando entre Espaço e Terra, tendo no espaço diferentes lugares (Luganenhum, Titan, entre outros), e na Terra, o mesmo (Nova Iorque, Wakanda, entre outros).

É um filme de longa duração, entretanto, quase qualquer coisa que seja descrito, pode ser considerado spoiler por alguns. Por isso, caso você queira ver os spoilers, veja nossa postagem com todos os spoilers aqui.

Pontos positivos: Quase todos, a Marvel acertou em cheio, repleto de referências e easter eggs, e elementos que os fãs já esperavam, como uma exploração ainda maior do Homem-Aranha no Universo dos Vingadores, sua relação com Tony, a relação entre Steve e o povo de Wakanda, o destino de Wanda e Visão, e o Bruce em guerra interior com o Hulk.

Pontos negativos: Não consegui achar muitos, embora ainda esteja absorvendo o filme, porém, vi algumas referências que podem fazer os leigos se perderem um pouco, e, tendo em vista que grande parte dos telespectadores são leigos, possa ser que essas referências possam ter passado em branco. Por isso, não se esqueça de ver todos os filmes antes – confira a ordem aqui.

E sobre a participação do Stan Lee: Magnífico, como sempre. Vamos ao cinema para ver a participação do Stan Lee, o filme é brinde!

Fez o cinema inteiro rir, sorrir, gargalhar, roer as unhas, e claro, chorar. É um amontoado de sentimentos simultâneos e compartilhados. É algo que eu nunca vi em uma sala de cinema.

Conhecendo melhor Thanos, e explorando ainda mais cada personagem, “Guerra Infinita” ficará marcado na história, e é um dos filmes mais importantes da década, sem dúvida alguma! Um pouco mais que isso, eu acabaria por soltar spoilers, então, assistam “Guerra Infinita”, e não compartilhem spoilers sem avisar. Como um amigo meu disse ao sair do cinema: É um filme que merece ser assistido e sentido, sem ter a emoção cortada por spoilers.

Para terminar, vem uma utilidade pública: Tem cena pós-crédito! Eles rodam quase todos os créditos do filme antes da cena, por um momento, o cinema se indagava se realmente teria cena pós-crédito, mas foi a primeira vez que vi uma sala inteira permanecer em suas poltronas por todos os créditos, esperando o pós-crédito. Tem cena pós-crédito sim, e que cena pós-crédito!! Um filme, por completo, genial!

Livros, Resenhas

Resenha: Star Wars – Skywalker Ataca (Marvel)

Escrita por Jason Aaron (Thor: God of Thunder, 2013) e com a arte de John Cassaday (The Planetary Omnibus, 2014), “Skywalker Ataca” é o primeiro arco da série da Marvel Comics, que se iniciou em 2015 nos Estados Unidos, Star Wars.

O quadrinho acompanha Luke, Han, Leia, R2D2 e C-3PO, e ocorre entre os episódios IV e V. No Brasil, foi publicado pela Panini Comics, e compila os capítulos 1 ao 6 de Star Wars.

Após a destruição da Estrela da Morte, o grupo de Rebeldes ganha grande força e vantagem sob o Império. A historia se inicia com uma tentativa de ataque do grupo de Leia ao Império, tendo como alvo uma grande fábrica de armas (situada na Cymoon 1).

Após a infiltração de Han, Leia, Luke e R2D2 na fábrica, a mesma é posta em estado de alerta, enquanto Darth Vader chega ao local.

No arco, acontece o confronto entre Vader e Luke (por ser um cânone entre os episódios IV e V, Luke ainda não tem conhecimento de sua peculiar paternidade), e Vader, após a fuga de Luke da Cymoon 1, põe-se a caçar e descobrir quem é o garoto que o extinto Jedi Kenobi deixou como legado (e essa fica como uma das três partes do arco).

Como uma, por assim dizer, segunda parte, temos um mulher misteriosa (e muito hábil, devo destacar) revirando a galáxia buscando Han Solo.

E, por último, acompanhamos também durante esse arco, Han e Leia, estudando possibilidades de movimentações estratégicas dos Rebeldes, e a necessidade de uma nova base para que os Rebeldes possam ter condições de enfrentar o Império.

Ao meu ver, é um ótimo início de uma saga cânonica, com personagens carismáticos e que já conhecemos muito bem. Como primeiro arco, não poderia ser melhor!

Com a genial ideia de mostrar a série de incidentes que nos levam ao Episódio V após a destruição da Estrela da Morte, e o ponto de vista de todos os personagens do grupo, “Skywalker ataca” é mais uma bem-sucedida expansão do Universo Star Wars.

Livros, Resenhas

Resenha: Deixados para trás, Vi Keeland & Dylan Scott

Este livro te faz acreditar em destino, em universo conspirando a favor, acreditar em felicidades após algo de ruim acontecer em sua vida. Faz refletir sobre como a vida é cheia de altos e baixos, e que nada neste mundo acontece por acaso. Foi assim que me senti quando terminei de ler Deixados para trás.

Ele traz a história de duas pessoas que acabam de passar por um momento muito ruim de suas vidas e de repente seus caminhos se encontram. A trama inicia mostrando como os dois estão tentando lidar com a morte de uma pessoa que amam: Zack acabou de perder sua melhor amiga e namorada que amava mais que tudo e Nikki acaba de perder a mãe que era sua única família.

Nikki apesar de triste pela perda, ainda busca sua felicidade, tendo como objetivo encontrar sua irmã gêmea, que não sabia dá existência até ler a carta deixada pela falecida mãe.

Do outro lado da história está Zack, que não lida bem com a situação de ter perdido o amor de infância, se culpa e não sente que tem o direito de ser feliz, quando sua Emily não está viva para viver esses momentos com ele, ele se afasta de todos e tudo que gostava, em um período de luto.

Nikki então muda do Texas para a Califórnia para viver com a tia, e é em sua nova cidade, durante sua corrida, que os caminhos dela e Zach se cruzam. A intensidade e significância deste encontro, mesmo sem terem conversado, foi de extremo impacto na vida dos dois.

Depois disso, eles acabam por estudar na mesma escola e quando precisam fazer um trabalho juntos, começam a construir uma amizade que rapidamente se torna um romance intenso, profundo e emocionante, principalmente pela ligação que compartilham em relação a perda.

É uma história de amor, complicada e simplesmente maravilhosa, que nos faz acreditar que no fim tudo dará certo, que os momentos ruins sempre passam e que o destino trará felicidade e amor para compensar aquilo de mal que tivemos que passar. Faz crer que tudo na vida acontece por uma razão maior.

Críticas de Cinema, Filmes

Crítica: Aniquilação – Complexo e Belo (2018)

Aniquilação conta a história da bióloga Lane (Natalie Portman). Seu marido, Kane (Oscar Isaac), é o único a voltar vivo após um ano ter embarcado em uma missão secreta do governo americano. A expedição envolvia uma dimensão alienígena chamada Área X. Para salvar o marido, Lane se junta a mais quatro cientistas para adentrar “O Brilho” e descobrir seus mistérios.

O filme estreou 12 de março na Netflix Brasil, escrito e dirigido por Alex Garland, com a obra baseada no livro de mesmo nome, do escritor Jeff VanderMeer. Aniquilação mistura ficção científica, ação e filosofia na mesma produção, resultando em uma obra surpreendente.

A parte de ficção científica é muito bem elaborada pelo diretor Alex Garland, do aclamado Ex Machina. Este outro mundo é composto de misteriosa atmosfera capaz de misturar DNAs e transformar a vida que conhecemos em algo extraordinário. Além de colorido e fascinante, os conflitos enfrentados pelas personagens são de caráter psicológicos, o que encaixa o filme em uma categoria de suspense/ terror também.

As atuações são ótimas, mas com personagens unidimensionais, as acompanhantes de Lane, interpretadas por Gina Rodriguez, Tessa Thompson, Jennifer Jason Leigh e Tuva Novotny não são perfeitamente aproveitadas. Natalie Portman, entretanto, entrega uma performance incrível para o projeto apresentado. O último ato do filme é complexo, cheio de minúcias referentes a profundidade do roteiro, com cenas filosóficas e difíceis, e Portman consegue carregar a lentidão filosófica das cenas com destreza.

Visualmente o filme seria perfeito para o cinema e foi até cogitado para ser lançado nas telonas. Entretanto, o projeto foi vendido para a Netflix, com um dos maiores porquês o fato do filme ser muito intelectual e complicado de entender.

Contando a história de forma propositalmente lenta, Garland inclui com alguns flashes forwards reveladores, mas que podem confundir o espectador. Mesmo assim, a proposta do filme é labiríntica e Garland traduz esse mundo e a história muito bem.

Como outros trabalhos do diretor, é nas entrelinhas em que o tema existencial humano norteia. A história sem uma resposta concreta é a intenção de Garland, e torna o filme memoravelmente perturbador quando acaba.

Atualizações, Livros, Resenhas

Resenha: A Lista de Brett, Lori Nelson Spielman

Brett Bohlinger parece ter tudo na vida — um ótimo emprego como executiva de publicidade, um namorado lindo e um loft moderno e espaçoso. Até que sua adorada mãe morre e deixa no testamento uma ordem: para receber sua parte na gorda herança, Brett precisa completar a lista de sonhos que escreveu quando era uma ingênua adolescente.

Deprimida e de luto, Brett não consegue entender a decisão de sua mãe — seus desejos adolescentes não têm nada a ver com suas ambições de agora, aos trinta e quatro anos. Alguns itens da lista exigiriam que ela reinventasse sua vida inteira. Outros parecem mesmo impossíveis.

Com relutância, Brett embarca numa jornada emocionante em busca de seus sonhos de adolescência. E vai descobrir que, às vezes, os melhores presentes da vida se encontram nos lugares mais inesperados.

Brett é uma mulher de 34 anos, bem resolvida na carreira profissional e tem um relacionamento estável com seu namorado perfeito. Tudo parece ir muito bem em sua vida, até que sua mãe vem a falecer de um câncer e isso acaba por abalar o emocional da nossa querida personagem.

Mesmo que a perda da mãe venha a ser algo ruim, o seu maior choque e indignação acontece quando na leitura do testamento, descobre que a mãe não deixou nada para ela, nem casa, nem ações e nem a diretoria da empresa, algo que Brett esperava com anseio. A única coisa deixada por sua mãe para ela é a lista de desejos que escreveu quando era uma adolescente cheia de sonhos.

Saiba que o amor é a única coisa sobre a qual você nunca deve chegar a um meio-termo.

Então, a partir do momento em Brett descobre, toda sua vida começa a mudar completamente, tudo o que era sólido e real em sua vida, cai por terra. Segundo a lista e realizando os itens contidos nela, ela recebe uma carta de sua mãe, cartas em ela parece adivinhar tudo que a filha passou para realizar o objetivo proposto.

Durante todo o livro, a personagem vai se descobrindo: amizades, relacionamentos, verdades e desejos são destruídos e substituídos por algo muito mais real e desejado por Brett. Este livro mostra para aquele que lê, como o medo e as inseguranças podem influenciar e mudar o seu eu verdadeiro.

O livro demonstra a importância de simplesmente parar e começar a conhecer a si mesmo, e como saber seus desejos mais íntimos e sinceros é necessário, ter uma conversa consigo mesmo e aprender a se conhecer melhor a cada dia que passa é fundamental para ter felicidade verdadeira.

Livros, Resenhas

Resenha: Felizes para sempre, Nora Roberts

Em Felizes para sempre, último livro da série Quarteto de Noivas, você vai descobrir que o amor não avisa que está a caminho e, quando chega, vira seu mundo de cabeça para baixo. Parker Brown sabe que subir ao altar é um dos momentos mais extraordinários na vida de um casal. Por isso ela administra a Votos a bem-sucedida empresa de organização de casamentos que fundou com suas três melhores amigas com pulso firme e muita dedicação. Seu dia de trabalho começa cedo às vezes de madrugada, quando alguma noiva ansiosa lhe telefona aos prantos. Mas ela não se importa. Cada vez que ajuda uma mulher a escolher o vestido perfeito para o grande dia ou vê o sorriso nervoso e feliz de um noivo no altar, ela sente que está dando sua contribuição para uma história igual à de seus pais. Porém a rica, linda e inteligente Parker também quer ser feliz no amor. Só que, em vez do intelectual sensível que sempre esteve em seus planos, parece que o destino lhe reservou uma surpresa. Malcolm Kavanaugh é um mecânico de automóveis e ex-dublê de filmes de ação. Amigo do irmão de Parker, ele não tem vergonha de elogiar as belas pernas da moça e, com suas mãos ásperas, faz com que a empresária certinha e controladora simplesmente perca o chão. Agora eles vão descobrir que, mesmo com suas diferenças, podem completar um ao outro. E quem disse que o príncipe encantado não pode chegar numa Harley-Davidson?

No último livro do Quarteto de Noivas, vamos conhecer melhor Parker Brown, a empresária, conselheira e organizadora da Votos. Parker é uma mulher bonita e muito organizada, sempre com seu BlackBerry na mão, resolve todos os problemas das noivas da Votos e das suas amigas e familiares.

A narrativa começa contando como a Votos foi criada: Parker havia acabado de perder os pais e decidiu não ficar parada durante seu luto. Conversou com a governanta, sra. G, e ela lhe deu total apoio para a ideia que surgia na cabeça de Parker. Então, as quatro amigas se reuniram e Parker explicou a elas o que estava pensando, todos concordaram e assim surgia a Votos com Emma como florista e decoradora, Mac, a fotógrafa e Laurel, a boleira.

Parker está muito feliz pelas amigas e muito ocupada com o casamento de cada uma delas. Por ser um pouco viciada em seu trabalho, não tem tempo para romances, mas nem imagina que o amor está ali, bem pertinho dela.

Malcolm Kavanaugh é mecânico de automóveis e ex-dublê de filmes de ação. Não teve uma vida fácil, perdeu o pai muito cedo e foi alvo de abusos e agressões do tio. Malcolm é um dos melhores amigos de Del, muito verdadeiro, fala o que lhe vem à cabeça e pega o hábito de chamar Parker de Pernas, alegando que suas pernas são dignas de Hollywood. Ele não é nenhum príncipe encantado, mas é extremamente sexy.

Decidido a mostrar a Parker que eles podem dar certo, Malcom faz de tudo para tê-la por perto e Parker resolve embarcar nessa aventura. Ela sempre muito certinha, organizada e controladora, não sabe como lidar com a paixão que começa a crescer dentro dela, pois Malcom a deixa atrapalhada e confusa.

“Não era de espantar que ele nunca tivesse se encantado por ninguém como se encantara por ela. Nem de longe existia outra mulher como ela.”

Mas Parker não quer apenas sexo e uma paixão, ela busca uma vida estável, uma família como a que seus pais construíram e, para isso, precisa de um homem que seja seu companheiro e que lhe proporcione um amor sincero e profundo. O empecilho começa a surgir: eles são muito diferentes, Parker precisará abandonar seus planos de um amor ideal e Malcom precisará esquecer suas inseguranças e traumas do passado. Será que eles estão prontos para isso?

Um livro emocionante, sensual, romântico e divertido. Com um epílogo digno de lágrimas, com uma cena de um momento muito especial entre as quatro amigas, Nora Roberts, mais uma vez, nos traz mensagens de felicidade e amor, nos encantando com sua escrita e nos fazendo perceber que os obstáculos que aparecem em nossos caminhos nos tornam mais fortes e que é preciso estar preparado para reconhecer e aceitar o amor quando ele bate à sua porta.

“As suas meninas, pensou a Sra. Grandy. Todas felizes, apaixonadas e espetaculares. Às minhas meninas, pensou ela, erguendo sua taça num brinde solitário. Às noivas da Votos e seus finais felizes.”

Fenômenos internacionais na Netflix
Fenômenos internacionais na Netflix
Colunas, Filmes

Fenômenos internacionais na Netflix

Podemos atribuir à Netflix uma das maiores causas do nosso tempo “perdido” assistindo séries e filmes. Depois da chegada do streaming, a facilidade para consumir produções audiovisuais aumentou demasiadamente. Com o sucesso, a empresa começou a investir em obras originais. Isso se tornou um proveito não apenas lucrativo para a Netflix, mas como espaço de representatividade que Hollywood e seus canais tradicionais não permitiam.

O fácil acesso junto o investimento fez com que mais séries internacionais entrassem para o nosso catálogo. Apresentando outras realidades, diferentes linguagens e novos talentos, algumas séries se destacaram neste último ano. Três sucessos incríveis que assisti recentemente foram Dark, La Casa de Papel e As Telefonistas.

Provavelmente a mais famosa das três, La Casa de Papel é um suspense original da Espanha criada por Álex Pina para um canal televisivo do país e foi lançada na Netflix em 25 de dezembro de 2017. Quase imediato a sua estreia na plataforma, o sucesso veio alavancando séries famosas. Nada se falava além de La Casa de Papel.

Curiosamente, a série foi inicialmente lançada em 15 episódios de 70 minutos, porém a Netflix decidiu separá-los em duas temporadas com episódios de menor duração, a primeira com 13 capítulos, com a chegada dos seis restantes prevista para 06/04.

Fica claro com essas séries as impressionantes narrativas e direções que apenas acreditamos existir em produções hollywoodianas. Assim como as outras duas séries citadas aqui, temos enredos fechados e bem escritos e atuações de tirar o folego de atores desconhecidos que marcam muito mais a universo audiovisual do que qualquer outra série americana.

Além disso, saber que existem séries com pessoas que falam a mesma língua que a sua, diretores de sua terra natal, cria um sentimento de identificação muito maior dentro das narrativas.

Dark, minha favorita das três, é um suspense de ficção científica distribuída pela Netflix, de origem alemã, com 10 episódios de aproximadamente uma hora. Ela se destaca por ter um tema conhecido, porém é tratado de um modo como nada visto na televisão. Ademais, a fotografia e as atuações dos jovens atores superam suas comparações como Stranger Things.

Outro fenômeno da Netflix vai ter sua continuação em 2018. As Telefonistas (do original Las Chicas del Cable) se passa nos anos 1920, e traz a histórias de quatro mulheres lutando pela liberdade que este novo trabalho – de telefonista – pode trazer como forma de revolução na vida social delas. As temáticas apresentadas de maneira moderna, nos faz refletir sobre como a luta feminina é de muitos anos, com aspectos que ainda não foram mudados.

Com essa leva de investimentos internacionais, só podemos esperar cada vez mais séries de alta qualidade e representatividade. Assim, aspiramos que as produções brasileiras futuras sejam inclusas e dadas o valor merecido tanto quanto outras séries.

Livros, Resenhas

Resenha: Bem-Casados, Nora Roberts

SINOPSE: Bem-casados, terceiro livro da série Quarteto de Noivas, é uma linda história sobre a doçura do amor. Quando terminar de lê-lo, você terá certeza de que os sonhos podem se realizar das formas mais inesperadas. Parker, Mac, Emma e Laurel, amigas de infância, ganham a vida realizando o sonho de inúmeros casais apaixonados. As quatro são proprietárias da Votos, uma empresa de organização de casamentos. Após ter trilhado um caminho muito duro para conseguir ser alguém na vida, Laurel McBane se tornou a criadora dos bolos e quitutes mais lindos e saborosos do estado. Ela preza sua independência acima de tudo e não aceita que ninguém interfira em suas decisões. Talvez por isso, apesar do sucesso profissional, ainda não tenha se entregado ao amor. Apaixonada desde sempre por Delaney Brown, irmão de Parker, ela nunca teve coragem de revelar seus sentimentos. Afinal, sabe que é como uma irmã para ele. Advogado da Votos, Del se sente responsável por cuidar não só dos assuntos burocráticos da empresa, mas também do bem-estar das quatro sócias. Porém, sua postura paternalista e superprotetora começa a gerar desentendimentos entre ele e Laurel. Mas essas diferenças de opinião também fazem ferver uma química que vinha cozinhando em fogo brando havia muito tempo, acendendo uma faísca que eles não sabem se conseguirão – ou se querem – conter. Agora Laurel e Del precisarão conciliar suas convicções e personalidades para que o orgulho não fale mais alto que a paixão.

No terceiro volume do Quarteto de Noivas, vamos acompanhar a história de Laurel McBane, criadora dos bolos da Votos. Ela e Del, advogado da empresa e irmão de Parker, são amigos desde a infância e sempre estiveram juntos em todos os momentos, fossem eles bons ou ruins. Agora, eles estão descobrindo que o que sentem vai muito além da amizade do laço fraterno.

“Talvez fosse a champanhe. Talvez fosse apenas loucura. Ou o olhar perplexo e irritado no rosto dele. Mas Laurel seguiu o impulso latente nela há anos. Agarrou-o pelo nó perfeito da elegante gravata e a puxou para baixo enquanto lhe segurava os cabelos e o trazia para a frente. Em seguida, colou à boca dele em um beijo ardente e frustrado que fez seu coração saltar no peito enquanto sua mente sussurrava: eu sabia!”

Laurel teve a infância marcada pelo casamento instável dos pais: a mãe não lhe dava atenção e o pai, além de suas traições, vivia aplicando golpes na Receita Federal. A história começa com as quatro amigas, ainda muito jovens, se preparando para o baile de formatura. As amigas já tinham seus planos e estavam com a vida definida: Mac faria um curso de fotografia e Emma e Parker iriam para a faculdade. Laurel não tinha muito o que fazer, então iria para uma faculdade pública, fazer um curso qualquer para trabalhar muito e pagar seu curso de Confeitaria.

Mas a sra. Grady, governanta da casa dos Brown, família de Parker, resolve ajudar Laurel e paga o curso de Confeitaria para ela. Laurel foi para Nova York fazer o curso e, muito grata a sra. G pela ajuda, se entregou de corpo e alma aos estudos.

“Agora seus bolos de casamento são a própria perfeição, obras de arte surpreendentes que completam as belas fotografias de Mac e os arranjos de flores de Emma.”

Mas, mesmo indo embora por um tempo, ela nunca se esqueceu de Del. Ela sempre fora apaixonada por ele, mas tinha consciência de que Del a via apenas como uma irmã. Um dia, após um beijo acidental, Del e Laurel decidem tentar se envolver só para ver como vão terminar e se o relacionamento daria certo ou não.

“Agora as fantasias tinham se transformado em realidade e os desejos estavam sendo satisfeitos. Durante um beijo sentiu a necessidade de Del aumentar junto com a dela. Não importava o que acontecesse, aquele momento, aquele fim de dia, seria sempre dela.”

Um ponto divertido na história é que as amigas juntamente com Jack e Carter resolvem fazer uma aposta: quanto tempo Laurel e Del conseguiriam namorar sem sexo. O problema é que Del não sabia muito bem como lidar com a situação de se envolver com uma das garotas que ele tanto protegia e cuidava como se fossem suas irmãs. E Laurel queria algo que ela achava que Del não fosse querer.

O relacionamento deles é marcado por muito amor, mas também por muitos empecilhos que os dois adoram colocar como o fato de Del a ver como uma irmã e a diferença entre as classes sociais: Laurel não vinha de nenhuma família rica ou influente, ao passo que Del vinha de uma família influente em todo o Estado.

Mais uma vez Nora Roberts nos premia com uma escrita maravilhosa e que nos prende do início ao fim. A história foca em Laurel, mas não esquece de Emma e Mac e já nos dá pistas de como será a história de Parker, no último livro. A autora nos faz viajar e relembrar como é gostoso namorar, andar de mãos dadas e aproveitar aqueles beijos que fazem o coração disparar. Sem dúvidas, uma leitura digna de te fazer rir, suspirar, sonhar com finais felizes e, claro, passar muita vontade com todas as cenas e descrições das criações de Laurel na cozinha!

Livros, Resenhas

Resenha: Belle, Lesley Pearse

SINOPSE: Londres, 1910. Belle, de 15 anos, viveu em um bordel em Seven Dials por toda sua vida, sem saber o que acontecia nos quartos do andar de cima. Mas sua inocência é estilhaçada quando vê o assassinato de uma das garotas e, depois, pega das ruas pelo assassino para ser vendida em Paris. Sem poder ser dona de seu próprio destino, Belle é forçada a cruzar o mundo até a sensual Nova Orleans onde ela atinge a maioridade e aprende a aproveitar a vida como cortesã. A saudade de casa — e o conhecimento de que seu status como garota de ouro não durará muito — a leva a sair de sua gaiola de ouro. Mas Belle percebe que escapar é mais difícil do que imaginou, pois sua vida inclui homens desesperados que imploram por sua atenção. Espirituosa e cheia de desenvoltura, ela tem uma longa e perigosa jornada pela frente. A coragem será suficiente para sustentá-la? Ela poderá voltar para sua família e amigos e encontrar uma chance para a felicidade? Autora # 1 bet-seller, Lesley Pearse criou em Belle a heroína de nossos tempos: uma mulher forte que luta por seus direitos em um mundo perigoso.

 

Belle é uma adolescente inocente e linda que mora em uma aparentemente normal e tem uma vida comum e tranquila. Sua mãe, uma mulher enigmática e fria, a obrigava a trancar-se cedo no quarto (em um sótão) e nunca sair de lá no meio da noite para ver o que acontecia na casa e, por isso, Belle nem imaginava que sua mãe administrava um bordel.

Em um passeio durante a manhã, ela conhece Jimmy, um garoto que foi morar próximo à sua casa, e nasce entre eles uma amizade pura e sincera.

“- Não acho que o tempo que você conhece alguém é importante. Eu conheço meu tio a vida toda, mas não posso confiar nele. Porém, eu só falei com você alguns minutos e te contei coisas sobre minha mãe – Respondeu.”

Um dia, Belle recebe autorização de sua mãe para limpar um dos quartos, mas o cansaço a faz adormecer na cama. Ela é despertada com um barulho de vozes no corredor, esconde embaixo da cama e, então, descobre da pior forma possível o que se passava em sua casa.

Quem estava entrando no quarto era Millie e um acompanhante. Belle presenciou toda a cena de sexo e viu o homem se tornar violento e assassinar a garota. Assustada, Belle sai correndo para pedir ajuda, ainda que já fosse tarde demais. Após alguns dias, Belle é seqüestrada pelo assassino da prostituta e obrigada a entrar no mercado da prostituição.

Ela acaba virando uma cortesã e foi muito maltratada pelas pessoas que cruzaram seu caminho, mas isso só fez com que ela se tornasse mais forte. Após umas experiências horríveis, Belle vai para outro país e viaja com Ettiene para a cidade de Nova York. Ele não conhece Belle, pois seu serviço é apenas levar as pessoas para outros países sem serem descobertas. Mas, durante a viagem, eles acabam se conhecendo melhor e criam um grande carinho um pelo outro.

Chegando em New Orleans, eles tem seus caminhos separados e, após um tempo, Belle tem a oportunidade de ir morar com um cliente chamado Faldo. Sair do bordel e casar com um homem rico era o sonho de todas as cortesãs, mas, para Belle, acabou se tornando um pesadelo, pois Faldo a tratava muito mal. Após uma “separação” trágica, Belle encontra-se, novamente, sozinha e perdida. Viaja para Paris, mas não imaginava o que estava por vir, todo o sofrimento que ainda a esperava.

A narrativa nos mostra a trajetória de Belle e a angústia daqueles que não se cansam de procurá-la, como Jimmy e Mog. Um enredo que traz temas polêmicos como o tráfico de pessoas e a prostituição, escrito sempre com um pouco de incerteza para despertar a curiosidade e não conseguir parar de ler! Lesley Pearse irá nos mostrar os dois lados de uma história, cenas chocantes e emocionantes te esperam nessa grande obra, afinal, muitas vezes, coragem e esperança é o único luxo que podemos nos permitir!

“Você ainda está lidando com a perda da inocência, com as pessoas que a machucaram. Porém, aposto que há pessoas que ficaram felizes em conhecê-la e coisas que você viu e mudaram sua forma de pensar. Um dia, você vai acordar e ficar feliz por isso.”

Atualizações, Críticas de Cinema

Crítica: Três Anúncios para um Crime (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri, 2017)

A premissa de Três Anúncios para um Crime já é incômodo e indigesto. Ao saber o que está escrito nos outdoors colocados pela protagonista Mildred Hayes (Frances McDormand), o filme embrulha o estômago desde o começo. E assim prossegue suas duas horas de produção.

A obra conta a história de Mildred que teve sua filha estuprada e assassinada, quando sete meses passados não há nenhum indício de evolução do caso pela polícia, liderado pelo xerife Bill Willoughby (Woody Harrelson), da pequena cidade conservadora de Ebbing, Missouri. A raiva e a dor de uma mãe frustrada, que também é uma mulher forte, sem piegas, executada com maestria por McDormand, é o que faz o filme apaixonante e obscuro.

Completando o elenco incrível com o sem escrúpulos e racista policial Jason Dixon (Sam Rocwell), o filme trata todo o drama com um humor negro, te fazendo rir em momentos inadequados. Assim, o diretor Martin McDonagh se destaca por contar uma história onde o ódio não é a solução, muito menos uma explicação para os preconceitos apresentados no filme. Assim, ódio, ressentimento e redenção são as três palavras para definir a obra.

E McDonagh conta a história de um modo diferente já visto, apresentando a loucura, mas também momentos de vulnerabilidade em todos os personagens. Um grande exemplo disso é o tratamento de Mildred com os animais, quando em uma das primeiras cenas, ela ajuda um besouro ao reorientá-lo. Isso torna a jornada do espectador muito mais interessante, pois ao mesmo tempo, o filme te leva a odiar e amar os protagonistas.

Entretanto, a redenção de Dixon sem nenhum tipo de justiça incomoda. Além disso, com a atual situação política nos Estados Unidos, contra o porte de armas e a violência, tornam o final questionável. Ainda assim, McDonagh completa a obra sem focar especificamente no crime e sim, nas conseqüências dele e todo o sofrimento que o persegue, revelando uma essência original e digna de Oscar.