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Resenha: Um Holograma Para o Rei

Um Holograma Para o Rei é um livro do roteirista Dave Eggers lançado em 2012 chegou há cerca de um ano no Brasil pela Companhia das Letras, talvez por conta do filme que estreia em 14 de julho de 2016, estrelado por Tom Hanks e pelo prestígio alcançado por Eggers com seus lançamentos anteriores como “O Círculo” e  “Os Monstros“.

A história conta a vida de Alan Clay, um americano que vendia bicicletas em seus tempos áureos, mas que por decisões erradas, levou o negócio da família às ruínas e para manter seu estilo de vida, passa a ser uma espécie de representante comercial de uma empresa de tecnologia. A grande oportunidade que tem para sair das dívidas está em conseguir vender alguns produtos da empresa para um rei na Arábia Saudita, e ele junto de alguns jovens, vai até a futura “nova Dubai” para conseguir fechar o negócio. A grande questão é: o rei nunca aparece.

Tudo se une e faz sentido a partir de então: o homem está no meio do deserto, em uma cidade quase fantasma e percebe que sua vida É um grande deserto. Sem certezas, sem fundações, sem ter do que se orgulhar e vivendo apenas de memórias de um passado distante. Em “Um Holograma Para O Rei” nada acontece. Não existem reviravoltas e nem uma trama consistente para seguir, nada além de entrar no psicológico de Alan e conhecer suas vidas e percalços. Apesar desta vastidão, nos levanta alguns questionamentos interessantes, sobre decisões que tomamos o medo de se arriscar e fazer o que quer, e o desenvolvimento dos países emergentes, além de nos mostrar um pouquinho da cultura árabe.

Alguns personagens secundários são rapidamente introduzidos, e acredito que o ponto mais interessante seja a vida de um motorista que se torna amigo de Alan e mostra a ele um pouco de sua vida e da cultura árabe. Ele inclusive tem um affair com uma jovem moça e entra em fuga após ser ameaçado de morte pelo marido dela, e acaba colocando seu novo amigo nessa escapada.

Já tradicional da escrita de Eggers, este lançamento não foge a narrativa questionável e detalhamentos excessivos em tiradas sem importância. Talvez o vazio do personagem principal prejudique a leitura no decorrer de tudo, pois se nota uma falta de objetivo nisso tudo. Ao chegar ao final, meu maior medo foi passar a me identificar com Alan em alguma parte da minha vida, e acredite, não é algo que desejo para ninguém.

Por curiosidade, segue o trailer do filme que será lançado aqui no Brasil em julho:

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