Livros, Resenhas

RESENHA: CAIXA DE PÁSSAROS, JOSH MALERMAN

Romance de estreia de Josh Malerman, Caixa de Pássaros é um thriller psicológico tenso e aterrorizante, que explora a essência do medo. Uma história que vai deixar o leitor completamente sem fôlego mesmo depois de terminar de ler.

“Basta uma olhadela para desencadear um impulso violento e incontrolável que acabará em suicídio. Ninguém é imune e ninguém sabe o que provoca essa reação nas pessoas. Cinco anos depois do surto ter começado, restaram poucos sobreviventes, entre eles Malorie e dois filhos pequenos. Ela sonha em fugir para um local onde a família possa ficar em segurança, mas a viagem que tem pela frente é assustadora: uma decisão errada e eles morrerão.”

Caixa de Pássaros pra mim, foi uma experiência e tanto! Tenho contado nos dedos os livros desse gênero que realmente me aterrorizaram. Ele não é apenas mais um livro de terror, ele traz a mística dele mais o suspense, com uma grande carga psicológica. É um livro agonizante do começo ao fim. Para quem gosta de tensão e sustos, esse é o livro certo.

“Em um mundo de recursos escassos, olhos vendados e um terror persistente, encarar os próprios medos é apenas o início da viagem.”

Acompanhamos a história da Malorie em um mundo (pré) e pós-apocalíptico, do momento que ela descobre sua gravidez em meio as ocorrências de acontecimentos estranhos, até quando ela resolve sair da casa onde está com seus filhos, à procura de um lugar melhor. A história é contada em dois tempos: no passado (no início dos acontecimentos obscuros) e no presente. Os capítulos são alternados, até se encontrarem na narrativa final.

Como pode esperar que alguém sonhe em chegar às estrelas se não a permite erguer a cabeça e olhar para elas?

 

Tudo começa quando pessoas começam a cometer suicídios extremamente violentos e aparentemente sem motivo, geralmente antecedidos de ataques à pessoas próximas. O caos se instaura a medida que as noticias se viralizam pelos meios de comunicação mundiais. Nada foi poupado, ninguém sabe como começou, nem o que causara essas mortes. Várias teorias foram inventadas mas nenhuma provada,  as pessoas acabam acreditando que algum tipo de visão levava elas a se matarem. A ideia de algo tão maligno e imperceptível, causou o medo e a histeria globalizada. Assim, o mundo virou escuridão. O pânico foi tomando conta e nada mais era seguro, tudo poderia ser o gatilho para aquele fim horrível. A insegurança virou instinto, e sair de casa, do seu lugar “seguro”, não era mais uma opção. O único meio de comunicação que restou era o telefone fixo, ninguém queria arriscar sair de casa. No presente, o dilema é sobreviver, a escassez atinge, o que eles devem fazer? O mundo ainda é um lugar perigoso, mas não existe alternativa, se ficarem eles vão morrer. A decisão é partir, a audição é a chave, mas nunca, nunca abra os olhos!

caixa

 

Não consegui desgrudar por um minuto desse livro, um misto de curiosidade, desespero e medo (muito medo). A narrativa nos coloca na perspectiva do personagem, você se sente protagonizando a história. O fato das pessoas não saberem o que, quando, quem deve temer, torna tudo mais sombrio e a situação muito mais tensa. Além da fome, da incerteza, das mentes “vazias”. O medo se torna o personagem principal. Um livro que abusa do pavor do desconhecido, tocando lá no fundo dos seus mais terríveis medos. Foi uma experiência totalmente sensorial e claustrofóbica. Algumas cenas são tão angustiantes que você não sabe se lê ou corre pra se esconder. O clima pesado e deprimido dá um ar melancólico, que se encaixa perfeitamente na trama.

Posso dizer que esse é um livro que veio pra marcar o gênero e conquistou o seu lugar.

 

Você ja leu? Quer ler? Conta pra gente o que achou! 

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