Busca

escola do bem e do mal

Atualizações, Livros, Novidades, Resenhas

10 romances para ‘chorar muito’ após o dia dos namorados

Bom, o dia dos namorados já passou, e com o clima de romance, postamos uma relação de 10 livros de ‘amor trágico’ para ler depois de assistir “Como Eu Era Antes de Você”. Agora, trazemos uma relação de 10 novos livros de romance para ler após essa data, feliz para alguns e trágica para outros, que vão fazer você chorar todos os seus órgãos para fora do corpo. Aliás, esses livros aqui, não precisa nem ser dia dos namorados para chorar. Qualquer época, são lágrimas na certa. Preparados? Peguem os lencinhos e continuem descendo a página.

Clique no nome dos livros para ler a nossa resenha de cada um deles.

1. O Teorema Katherine, John Green
Amazon | Saraiva | Submarino

Após seu mais recente e traumático pé na bunda – o décimo nono de sua ainda jovem vida, todos perpetrados por namoradas de nome Katherine – Colin Singleton resolve cair na estrada. Dirigindo o Rabecão de Satã, com seu caderninho de anotações no bolso e o melhor amigo no carona, o ex-criança prodígio, viciado em anagramas e PhD em levar o fora, descobre sua verdadeira missão: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que tornará possível antever, através da linguagem universal da matemática, o desfecho de qualquer relacionamento antes mesmo que as duas pessoas se conheçam.

É possível amar muito alguém, ele pensou. Mas o tamanho do seu amor por uma pessoa nunca vai ser páreo para o tamanho da saudade que você vai sentir dela.

Uma descoberta que vai entrar para a história, vai vingar séculos de injusta vantagem entre Terminantes e Terminados e, enfim, elevará Colin Singleton diretamente ao distinto posto de gênio da humanidade. Também, é claro, vai ajudá-lo a reconquistar sua garota. Ou, pelo menos, é isso o que ele espera.

2. Quem é você, Alasca?, John Green
Amazon | Saraiva | Submarino

Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras que, cansado de sua vidinha pacata e sem graça em casa, vai estudar num colégio interno à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o “Grande Talvez”. Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young, uma garota inteligente, espirituosa, problemática e extremamente sensual, que o levará para o seu labirinto e o catapultará em direção ao “Grande Talvez”.

Se as pessoas fossem chuva, eu era garoa e ela, um furacão.

3. A Escolha, Nicholas Sparks
Amazon | Saraiva | Submarino

Travis Parker possui tudo o que um homem poderia ter: a profissão que desejava, amigos leais, e uma linda casa beira-mar na pequena cidade de Beaufort, Carolina do Norte. Com uma vida boa, seus relacionamentos amorosos são apenas passageiros e para ele, isso é o suficiente. Até o dia em que sua nova vizinha, Gabby, aparece na porta.

Às vezes, as pessoas não têm noção das promessas que estão fazendo no momento em que as fazem.

Apesar de suas tentativas de ser gentil, a ruiva atraente parece ter raiva dele. Ainda sim, Travis não consegue evitar se engraçar com Gabby e seus esforços persistentes o levam a uma jornada que ninguém poderia prever.

Abrangendo os anos agitados do primeiro amor, casamento e família, A Escolha nos faz confrontar a questão mais cruel de todas: Até onde você iria manter o amor de sua vida?

4. A menina que colecionava borboletas, Bruna Vieira
Amazon | Saraiva | Submarino

Bruna Vieira está cada vez mais longe dos quinze, e sabe que crescer nunca é tão simples. Considerada uma das blogueiras mais influentes do mundo, mais uma vez ela dá vazão ao seu talento como escritora com este seu novo livro de crônicas e pensamentos, em que mostra o quanto amadurecer e conquistar a independência é maravilhoso, mas tem seus desafios e poréns.

Eu não quero te consertar. Nunca quis. Quero é provar que podemos ser exatamente assim, cheios de defeitos e sem nenhuma garantia. Invisíveis para o resto do mundo, mas o suficiente um para o outro.

A garota do interior que usa batom vermelho e que realizou seus maiores sonhos continua inspirando adolescentes de todo o país. Para ela, as páginas deste livro significam o bater de asas das borboletas que colecionou dentro do peito por algum tempo e que agora, finalmente, pode deixar que voem livres por aí.

5. As Vantagens de Ser Invisível, Stephen Chbosky
Amazon | Saraiva | Submarino

Ao mesmo tempo engraçado e atordoante, As vantagens de ser invisível reúne as cartas de Charlie, um adolescente de quem pouco se sabe – a não ser pelo que ele conta nessas correspondências -, que vive entre a apatia e o entusiasmo, tateando territórios inexplorados, encurralado entre o desejo de viver a própria vida e ao mesmo tempo fugir dela.

Não há nada como a respiração profunda depois de dar uma gargalhada. Nada no mundo se compara à barriga dolorida pelas razões certas.

As dificuldades do ambiente escolar, muitas vezes ameaçador, as descobertas dos primeiros encontros amorosos, os dramas familiares, as festas alucinantes e a eterna vontade de se sentir “infinito” ao lado dos amigos são temas que enchem de alegria e angústia a cabeça do protagonista em fase de amadurecimento. Stephen Chbosky capta com emoção esse vaivém dos sentidos e dos sentimentos e constrói uma narrativa vigorosa costurada pelas cartas de Charlie endereçadas a um amigo que não se sabe se real ou imaginário.

Íntimas, hilariantes, às vezes devastadoras, as cartas mostram um jovem em confronto com a sua própria história presente e futura, ora como um personagem invisível à espreita por trás das cortinas, ora como o protagonista que tem que assumir seu papel no palco da vida. Um jovem que não se sabe quem é ou onde mora. Mas que poderia ser qualquer um, em qualquer lugar do mundo.

6. A Probabilidade Estatística do Amor à Primeira Vista, Jennifer E. Smith
Amazon | Saraiva | Submarino

Com uma certa atmosfera de Um dia, mas voltado para o público jovem adulto, A probabilidade estatística do amor à primeira vista é uma história romântica, capaz de conquistar fãs de todas as idades. Quem imaginaria que quatro minutos poderiam mudar a vida de alguém? Mas é exatamente o que acontece com Hadley. Presa no aeroporto em Nova York, esperando outro voo depois de perder o seu, ela conhece Oliver. Um britânico fofo, que se senta a seu lado na viagem para Londres.

As pessoas que se encontram em aeroportos têm 72 por cento mais chance de se apaixonarem que as pessoas que se encontram em outros lugares.

Enquanto conversam sobre tudo, eles provam que o tempo é, sim, muito, muito relativo. Passada em apenas 24 horas, a história de Oliver e Hadley mostra que o amor, diferentemente das bagagens, jamais se extravia.

7. A Culpa é das Estrelas, John Green
Amazon | Saraiva | Submarino

A culpa é das estrelas narra o romance de dois adolescentes que se conhecem (e se apaixonam) em um Grupo de Apoio para Crianças com Câncer: Hazel, uma jovem de dezesseis anos que sobrevive graças a uma droga revolucionária que detém a metástase em seus pulmões, e Augustus Waters, de dezessete, ex-jogador de basquete que perdeu a perna para o osteosarcoma. Como Hazel, Gus é inteligente, tem ótimo senso de humor e gosta de brincar com os clichês do mundo do câncer – a principal arma dos dois para enfrentar a doença que lentamente drena a vida das pessoas.

Mas eu acredito em amor verdadeiro, sabe? Não acho que todo mundo possa continuar tendo dois olhos nem que possa evitar ficar doente, e tal, mas todo mundo deveria ter um amor verdadeiro, que deveria durar pelo menos até o fim da vida da pessoa.

Inspirador, corajoso, irreverente e brutal, A culpa é das estrelas é a obra mais ambiciosa e emocionante de John Green, sobre a alegria e a tragédia que é viver e amar.

8. Simplesmente Acontece, Cecelia Ahern
Amazon | Saraiva | Submarino

O que acontece quando duas pessoas que foram feitas uma para outra simplesmente não conseguem ficar juntas? Todo mundo acha que Rosie e Alex nasceram para ser um casal. Todo mundo menos eles mesmos. Grandes amigos desde criança, eles se separaram na adolescência, quando Alex se mudou com sua família para os Estados Unidos. Os dois não conseguiram mais se encontrar, mas, através dos anos, a amizade foi mantida através de emails, mensagens de texto, cartas, cartões-postais… Mesmo sofrendo com a distância, os dois aprenderam a viver um sem o outro. Só que o destino gosta de se divertir, e já mostrou que a história deles não termina assim, de maneira tão simples.

Como a vida é engraçada, né? Bem na hora em que você pensa que está tudo resolvido, bem na hora em que você finalmente começar a planejar alguma coisa de verdade, se empolga e sente como se soubesse a direção em que está seguindo, o caminho muda, a sinalização muda, o vento sopra na direção contrária, o norte de repente vira sul, o leste vira oeste, e você fica perdido.

9. Não se apega, não, Isabela Freitas
Amazon | Saraiva | Submarino

Desapegar: remover da sua vida tudo que torne o seu coração mais pesado. Loucos são os que mantêm relacionamentos ruins por medo da solidão. Qual é o problema de ficar sozinha? Que me desculpe o criador da frase “você deve encontrar a metade da sua laranja”. Calma lá, amigo. Eu nem gosto de laranja. O amor vem pros distraídos.Tudo começa com um ponto final: a decisão de terminar um namoro de dois anos com Gustavo, o namorado dos sonhos de toda garota. As amigas acharam que Isabela tinha enlouquecido, porque, afinal de contas, eles formavam um casal PER-FEI-TO! Mas por trás das aparências existia uma menina infeliz, disposta a assumir as consequências pela decisão de ficar sozinha.

A vida é uma eterna roda gigante. Ora estamos em cima, ora estamos embaixo.Tudo na vida é mutável, tudo mesmo, inclusive nós. Por isso precisamos aprender a “deixar ir”. Nada é para sempre, por mais que queiramos que seja.

Estava na hora de resgatar o amor próprio, a autoconfiança e entrar em contato com seus próprios desejos.Parece fácil, mas atrapalhada do jeito que é, Isabela precisa primeiro lidar com o assédio de um primo gostosão, das tentações da balada e, principalmente, entender que o príncipe encantado é artigo em falta no mercado.

10. Como eu era antes de você, Jojo Moyes
Amazon | Saraiva | Submarino

Aos 26 anos, Louisa Clark não tem muitas ambições. Ela mora com os pais, a irmã mãe solteira, o sobrinho pequeno e um avô que precisa de cuidados constantes desde que sofreu um derrame. Trabalha como garçonete num café, um emprego que não paga muito, mas ajuda nas despesas, e namora Patrick, um triatleta que não parece interessado nela. Não que ela se importe. Quando o café fecha as portas, Lou é obrigada a procurar outro emprego. Sem muitas qualificações, consegue trabalho como cuidadora de um tetraplégico.

Poucas coisas ainda me fazem feliz, e você é uma delas.

Will Traynor, de 35 anos, é inteligente, rico e mal-humorado. Preso a uma cadeira de rodas depois de um acidente de moto, o antes ativo e esportivo Will desconta toda a sua amargura em quem estiver por perto. Tudo parece pequeno e sem graça para ele, que sabe exatamente como dar um fim a esse sentimento. O que Will não sabe é que Lou está prestes a trazer cor a sua vida. E nenhum dos dois desconfia de que irá mudar para sempre a história um do outro. Como eu era antes de você é uma história de amor e uma história de família, mas acima de tudo é uma história sobre a coragem e o esforço necessários para retomar a vida quando tudo parece acabado.

E vocês, já leram algum desses livros e também choraram toda a água do corpo? Conta pra gente nos comentários, vamos debater e nos amar muito! <3

Ainda não leu algum deles? Eita, então está na hora de conhecer o Méliuz! Com ele você recebe de volta uma porcentagem do valor gasto em sua compra e ainda pode aproveitar os cupons de desconto para pagar menos. Incrível, né? Você pode comprar essa lista inteira – e alguns ainda podem sair de graça, afinal, você pode comprá-los com a grana que recebeu de volta! (Tem linkizinho bonitinho em cada um dos livros, yay). Aproveite, porque cadastrando-se no Méliuz por este link, você já começa ganhando R$10!

Colunas

O mundo não gosta dos introvertidos

Sempre tive uma mania de prestar atenção em mim mesma e nas pessoas ao meu redor, no modo que elas falam, que agem e se comportam. Tenho curiosidade em entender as pessoas, achar diferenças e semelhanças entre nós. E foi ao analisar a mim mesma e aos outros que tirei a inspiração para escrever esse texto, meu título pode ter sido um pouco dramático. “O mundo não gosta dos introvertidos” soa um tanto pesado, mas definitivamente, o mundo não faz da vida dos introvertidos uma tarefa fácil, já sofri e já vi muitos amigos sofrendo com isso e é em nome dessas pessoas que eu quero falar.

Eu me considero uma pessoa introvertida e desde que me lembro, sempre fui assim. Se você também é, sabe que pode ser bem complicado. Todo tímido tende a ser introvertido, mas se engana quem acha que todo introvertido é tímido. Temos nosso grupo de amigos e nos sentimos muito confortáveis com ele, podemos conversar sobre tudo, saímos e nos divertimos, mas diferente das pessoas extrovertidas, gostamos muito de ficar sozinhos, passar um tempo em casa, vendo filmes, séries e lendo um bom livro, não precisamos estar fora de casa e na presença de pessoas para se sentir bem.

É totalmente possível que o introvertido participe de atividades com grande interação social, como fazer palestras, dar aulas, fazer uma apresentação de teatro, pois como eu disse, introspecção não é sinônimo de timidez, o problema maior é conhecer gente nova, manter uma conversa com alguém desconhecido ou pior, puxar assunto (o que pode ser bem estressante).

Normalmente não somos o tipo de pessoa que fala alto, ri alto e gosta de chamar atenção (não tem problema nenhum se você for assim), mas por favor, não nos faça se sentir mal se não agirmos assim, nem nos force a fazer algo que não queremos.

Há momentos que não temos muita vontade de conversar, não por sermos anti-sociais, por estarmos tristes, nem estressados, simplesmente por essa ser uma característica nossa. Também temos a necessidade de agradar as pessoas, tentamos ser educados e gentis sempre, jamais queremos criar um clima ruim. Muitos aproveitam dessa situação, sendo grosseiros ou intimidadores, exatamente por saber que não vamos responder.

Outra característica que todos precisam saber é que quando ficamos um longo período expostos a estímulos externos, ou seja, se ficamos o dia todo tendo que interagir ou em um lugar lotado, nos cansamos muito e meio que nos “desligamos”, paramos de responder a todos os estímulos, você já deve ter ouvido sua mãe falar: “Melhora essa cara!”, acham que somos pessoas sérias, porque não sorrimos o tempo todo, ou que estamos emburrados, quando na verdade entramos em “stand-by” por assim dizer, não é tristeza, nem raiva, só cansaço mesmo.

Mas o mundo entende isso? Não. Desde pequenos somos estimulados a fazer tarefas em grupo, comunicar-se com as pessoas, fazer apresentações em público, expor suas ideias e sentimentos, como se todos nós fôssemos iguais, mas não somos. Na televisão, na internet, vemos pessoas extrovertidas, engraçadas, comunicativas e elas são extramente valorizadas por essas características.

Há pessoas que se sentem muito confortáveis com isso, outras não. É claro, que o ser humano é um ser social, precisamos viver em grupo para nossa própria sobrevivência e a escola, os pais, não estão errados em estimular isso. Porém, é necessário que se saiba os limites de cada um.

Ser introvertido, muitas vezes, faz com que a pessoa seja insegura e ansiosa (não são todos, como já disse, todos nós somos diferentes). Quando estamos em um grupo no qual não estamos familiarizados, agir “naturalmente” pode ser um desafio. Você pensa onde colocar as mãos, se sorri ou se fica sério, se fala ou se fica quieto e o pior, quando fala, 3 situações desagradáveis podem acontecer: primeiro, alguém fala algo do tipo, “Olha, fulano tá falando!”; segundo, tiram sarro de você; terceiro, sequer prestam atenção no que você disse, é ignorado e interrompido. O introvertido vai se sentir muito estimulado a falar de novo, pode ter certeza!

Enfim, ser introvertido não é fácil, as relações sociais não são tão simples, mas não precisa se preocupar, é muito normal, muita gente é assim e se isso não atrapalha sua vida e impede que você faça alguma coisa, não é de modo algum, um problema.

Agora um recadinho do coração para os extrovertidos, o seu modo de viver, comportar-se e até mesmo o modo em que você se diverte não são os únicos no mundo, por exemplo, ir a uma festa pode ser super legal para você, mas tem gente que realmente não gosta (por mais estranho que pareça, é verdade), ou seja, o que serve para você, não serve para todos.

Para o extrovertido não é problema nenhum falar com os mais variados tipos de pessoas o que der vontade, expressar suas opiniões e ideias, mas pode acontecer de você não prestar atenção ao introvertido do seu grupo e apagar completamente a presença dele. Quando ele falar, ouça, pode ter sido um esforço para ele, não tente desmerecer o que ele disse, não faça “brincadeiras” chatas e opressivas com ele, principalmente em público, por saber que ele não vai responder, não vai brigar. Pode parecer esquisito, mas eu já vi isso acontecer várias vezes e sim, isso é bullying, não é legal.

Enfim, espero que você introvertido tenha se identificado com o texto. Saiba que você não está sozinho e que sua maneira de ser feliz é tão válida quanto a de qualquer outra pessoa. Para quem não é, espero que tenha entendido melhor sobre o assunto e que comece a ter mais empatia a partir de agora. Lembrando que é importantíssimo respeitar as pessoas por mais diferentes que elas sejam de você.

Música

Música: Os 5 melhores sambas-enredo de 2016 (RJ)

Não tem tristeza ou desilusão nesta quarta-feira de cinzas, mas claro que não, tem é muito samba, frevo e axé para quem quiser. Nós do Beco Literário ouvimos todos os sambas do grupo especial do Rio de Janeiro e assim como no ano passado, escolhemos os cinco melhores. Você confere a lista abaixo das mais belas composições e arranjos desse ano que mal começou mas já amamos por demais. Liga o som bem alto ai e faça o que todo e qualquer brasileiro sabe fazer de melhor: Sorrir em meio ao caos.

  • 5º LUGAR

G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel

Samba-enredo: Memórias Do “Pai Arraia” – Um Sonho Pernambucano, Um Legado Brasileiro.

Com um grupo de compositores como esse (Mart’Nalia, Martinho da Vila, Arlindo Cruz e outros…) o selo “bom samba” de garantia estava garantido. Narrando um pedacinho de Pernambuco por meio da história de Miguel Arraes, um dos maiores nomes da política nacional, a Vila Isabel nos ofereceu um samba maravilhoso, tendo como refrão-marca o “Silenciar jamais” tão abordado nas luta que teve como farol Arraes. Sente o samba:

  • 4º LUGAR

G.R.E.S São Clemente

Samba-enredo: “Mais de mil palhaços no salão!”

A Agremiação que para muitos não duraria no Grupo Especial por muito tempo, surpreendeu. Com um tema que aparentemente é simples, a São Clemente fincou bandeira no grupo das tão admiradas 12 e grita com seu enredo que não, não vai sair tão fácil deste. Um sensacional samba que fica fácil na mente, que não enjoa, é filho daquelas composições antigas que há tempos não vemos semelhantes.

  • 3º LUGAR

G.R.E.S Acadêmicos do Salgueiro

Samba-enredo: A Ópera dos Malandros  

Em homenagem aos malandros de todo o país e à obra gigantesca de Chico Buarque, a escola adentrou na sapucaí com um samba nutrido daquilo que o compositor já citado e dono da peça que inspirou tal enredo mais utiliza: Detalhismo. Aproveite a maravilha e o misticismo da composição.

  • 2º LUGAR

G.R.E.S.E.P. De Mangueira

Samba-enredo: Maria Bethânia, A Menina Dos Olhos De Oyá

Eparrei, bela Oyá. Que samba singular foi esse. Lembro bem que no fim do ano passado, conversando com um amigo meu que acompanha carnaval faz uns dez anos, colocamos o samba da Estação Primeira em discussão, e não deu outra, chegamos ao consenso de que seria esse o mais belo e bem produzido samba do ano, mas alto lá, tínhamos esquecido do que vem por ai em primeiro lugar, tínhamos deixado passar um detalhe pequeno até demais que separa a Mangueira de sua co-irmã escolhida por nós como a dona do melhor samba de 2016. No samba da Mangueira nada falta, é completo em tudo, tem um arranjo incrível, consegue relacionar músicas da homenageada, que é ninguém mais, ninguém menos que a mais aclamada cantora da música brasileira. Dona Maria Bethânia, com seus cinquenta anos de carreira recebeu, assim como nós, uma imensa canção para apreciar. Bravo, Mangueira, como nós antigos e gloriosos carnavais, lado a lado com sua concorrente histórica.

  • 1º LUGAR

G.R.E.S. Portela

Samba-enredo: No Vôo Da Águia, Uma Viagem Sem Fim

Cá estamos, novamente, com a dona do melhor samba do ano, NOVAMENTE. Ano passado coroamos a azul e branco de Madureira com o primeiro lugar e sim, o raio de Oyá cai duas vezes no mesmo lugar. A Portela consegue lançar mais um samba DIGNO DE PORTELA. Quem não conhece o acervo de composições incríveis dos senhores e senhoras de Madureira? Quem não recorda da história imensa da escola neste e em muitos outros sentidos? Pois bem, se não lembra, faz mal não, pois está acontecendo novamente, graças a meu bom Deus, a Portela ocupa seu lugar de direito é reafirma seu posto de Majestade, dona do Carnaval, digna de mil elogios por um samba que retrata a história do homem em busca do homem. É um samba para ouvir, e ouvir, e ouvir mais uma vez e não cansar, sambar, ouvir e por fim, adotar tal como hino. E até para aqueles não portelenses, o grito de “Eu sou a águia” ecoa, vai lá no fundo e desperta aquela vontade de ser azul e branco, de poder falar “Fale de mim quem quiser”, de ter o melhor samba do carnaval.

Atualizações, Filmes

Mais detalhes sobre as Escolas de Magia pelo mundo

O Pottermore está fazendo parte do evento A Celebration of Harry Potter, e em seu estande há um mapa que mostra a localização das escolas bruxas de todo o mundo. Pode-se ver a Beauxbatons, Durmstrang, Hogwarts, a escola norte-americana, a brasileira, a africana e a japonesa. E é sobre estas últimas que foi liberado mais detalhes. Veja abaixo os textos sobre a escola Uagadou e a Mahoutokoro.

“Mesmo que a África tenha um número expressivo de escolas de magia menores, há apenas uma que continua funcionando mesmo após um longo período de tempo (pelo menos mil anos) e atingiu uma inegável reputação internacional: Uagadou. Sendo a maior de todas as escolas de bruxaria, ela aceita alunos de todas as partes do enorme continente. O único endereço já revelado é “Montanhas da Lua”: os visitantes falam de um edifício maravilhoso que se localiza em uma montanha e é envolto em neblina, o que dá a impressão que está flutuando no ar. Grande parte da magia (algumas pessoas diriam toda) foi originada na África e os graduados na Uagadou são especialistas em Astronomia, Alquimia e Transfiguração.

A varinha é uma invenção européia, e mesmo que bruxos e bruxas africanos tenham a adotado como um objeto muito útil no último século, muitos feitiços são feitos sem ela: apenas apontando o dedo ou através de gestos manuais. Isso confere aos estudantes da Uagadou uma ótima saída quando acusados de violar o Estatuto Internacional de Sigilo (“Eu estava apenas acenando, nunca quis que o queixo dele caísse”). Em um Simpósio Internacional de Animagos recente, a equipe da escola de Uagadou atraiu a imprensa quando exibiu uma transfiguração sincronizada. Muitos bruxos e bruxas mais velhos e experientes sentiram-se ameaçados por estudantes de quatorze anos que mostraram sua habilidade em transformar-se em elefantes e macacos quando bem queriam e uma queixa formal foi apresentada por Adrian Tutley, para a Confederação Internacional dos Bruxos. A enorme lista de aclamados ex-estudantes de Uagadou inclui Babajide Akingbade, que sucedeu Alvo Dumbledore como o “Cacique Supremo” da Confederação Internacional dos Bruxos.

Os estudantes recebem a notícia de que estudarão em Uagadou do “Mensageiro dos Sonhos”, enviada pelo diretor ou diretora do dia. O “Mensageiro dos Sonhos” aparecerá para a criança enquanto ela dorme e deixará um sinal, geralmente uma pedra inscrita que é encontrada na mão da criança quando ela acorda. Nenhuma outra escola emprega esse método de seleção de alunos.”

E sobre a Mahoutokoro

“Esta antiga escola japonesa tem o menor corpo estudantil das onze grandes escolas de magia e aceita alunos a partir dos sete anos de idade (embora eles não embarquem até que estejam com onze). Já que são estudantes diurnos, as crianças bruxas são trazidas e enviadas para suas casas todos os dias, viajando nas costas de um bando de painhos gigantes. O ornamentado e requintado palácio de Mahoutokoro é feito de nefrita, e fica na parte mais alta da “inabitada” (ou assim pensam os trouxas) ilha vulcânica Minami Iwo Jima.

Estudantes são presenteados com capas encantadas quando chegam, que crescem no tamanho quando eles crescem e mudam de cor gradualmente, à medida em que o conhecimento de seus donos aumenta, começando por um rosa fraco e tornando-se (se notas máximas forem conquistadas em todas as matérias) dourada. Se as capas se tornarem brancas, é uma indicação de que o estudante traiu o código bruxo japonês e adotou práticas ilegais (o que na Europa nós chamamos de ‘magia das trevas’) ou quebrou o Estatuto Internacional de Sigilo. A capa “ficar branca” é uma terrível desonra, que resulta na expulsão imediata da escola e um julgamento no Ministério da Magia japonês. A reputação de Mahoutokoro não reside apenas em sua impressionante proeza acadêmica, mas também em sua excelente reputação no quadribol, o qual, segundo a lenda, foi introduzido no Japão há séculos atrás por um bando de imprudentes estudantes de Hogwarts durante uma tentativa de dar a volta ao globo em vassouras totalmente inadequadas foram soprados para fora de seu caminho. Resgatados por um grupo de funcionários da Mahoutokoro, que estavam observando os movimentos dos planetas, eles permaneceram como convidados tempo suficiente para ensinar aos seus colegas as noções do jogo, um ato que eles viveram para se arrepender. Todo membro do time de quadribol do Japão e seus atuais vencedores da Liga dos Campeões (os Toyohashi Tengu) atribuem suas proezas ao difícil treino que eles recebem em Mahoutokoro, onde às vezes eles praticam sobre um mar turbulento e tempestuoso, forçados a ficar atentos não apenas aos balaços, como também aos aviões de uma base aérea trouxa de uma ilha vizinha.”

Também foi divulgado um texto com informações gerais sobre as Escolas.

“A quantidade de países que têm sua própria escola de magia é minúscula se comparada àqueles que não têm. Isso porque a maior parte da população de bruxos opta por estudar sem sair de seu país. Eventualmente, a comunidade mágica de um determinado local é pequena e cursos por correspondência são um meio mais eficaz em termos de custo para a educação dos jovens.

Há onze antigas e prestigiadas escolas de magia pelo mundo, todas registradas pela Conferência Internacional de Bruxos. As instituições menores e não regulamentadas surgiram e desapareceram, pois é difícil manter o controle delas e raramente são registradas por um Ministério adequado (além de que não podemos garantir a qualidade e o padrão de ensino). Qualquer um que deseje saber se há uma escola regulamentada em sua região, deve enviar uma coruja ao escritório oficial da Conferência Internacional de Bruxos.

A localização exata dessas escolas é um segredo muito bem guardado. Isso ocorre não somente por medo que os trouxas possam encontrá-la, mas sim porque infelizmente, em vários momentos da história, elas foram afetadas pelos efeitos das guerras bruxas além de serem hostilizadas por outras comunidades nacionais e estrangeiras (não é apenas na Grã-Bretanha que a educação de jovens sofre a intervenção ou pressão do Ministério). Como uma regra geral, as escolas de magia tendem a se situar longe do litoral, em áreas montanhosas (embora haja exceções notáveis, como veremos depois), porque são regiões de difícil acesso para os trouxas e mais bem protegidas dos Bruxos das Trevas.”

Mais informações serão liberadas hoje, então fique de olho para qualquer novidade aqui no Beco.

Autorais

Crônica: É terra sem dono

Esse sou eu, emissário do futuro para aquele que desejar ler. Venho de lugares desconhecidos por todos, vocês que pensam ter o destino em mãos. Sou a desilusão que se aproxima no fim da madrugada, aquela que faz com que homens cometam erros pensando que estão acertando, sou eu e nada mais. Lembro bem que em meu passado distante, lá estava minha mãe a ensinar como se entra no mar. “Não, não vai entrando assim, tem que pedir licença.” E eu, com sete anos não sabia a quem pedir licença. “Mas a quem, mamãe?” Ela nunca me respondeu. Fora preciso alguns anos para compreender que o mar tem dona, tem domínio e não, não se pode invadir lugar tão sagrado de tal modo. Lembro também que em meu passado sempre me fiz de tolo e desgovernado, andava por ai sem saber com quem e como, mas a vida ensina e hoje, no futuro que tanto almejei, sei por onde ir. Esse passado nunca me condenou, longe disso, deu álibi para as tarefas futuras. Conquistas. Derrotas. Todas minhas, de mais ninguém. Compreendi que do mesmo modo que para entrar no mar é preciso permissão, para se fazer, qualquer coisa fora dele, também é necessário alvará. Entendi após erros e erros, muitos por conta de ingenuidade, outros por bem querer, sabendo que estava por errar.

Fé, palavra que faltava e hoje, no futuro, é de grande presença. Era uma fé inexistente a que tivera enquanto vivia no escuro, uma consciência culpada por não ter essa tal fé. Hoje, no futuro, a tenho como guia, mas não só ela, pois já dissera vovó, mulher de fé, que ao exagerar no uso de certa coisa, se cega. Aprendi com vovó que ficar cego não é uma das melhores coisa do mundo. E do mundo ela me ensinou tanta coisa, desde quando cantávamos às cinco da manhã, até quando acendia seu cigarro, tossia por conta da asma, sorria para a doença e acendia logo outro daqueles que era para não dar espaço para a morte. Nunca tivera medo da morte, a velha, e nem tem, ela continua aqui, falando comigo e dizendo: Tem fé. E tenho. Graças à ela todo dia oito de dezembro é sagrado, e toda manhã é triste. Bate as cinco e ouço sua voz desafinada: Vai boiadeiro, que a noite já vem. Me ensinou tudo e quase, a mulher.

Em meu passado ouvia canções inspiradas em Pessoa, poeta sem medo. Poeta com fé. Escrevia sempre que podia, com oito, nove anos, e no fim de tudo matava os personagens que com tanto zelo e inocência criava. Era cansativo viver, mas vivia, não por algo sobrenatural que me guiava, mas por ser teimoso desde pequeno. Olho para aquele garoto, ciente de uma coisas, de outras nem tanto, mas corajoso, ninguém lhe dizia um não e esse não continuava por vigorar. Ah, maldito moleque negro e descalço que subia ladeira correndo, pensando em ser o maior entre todos. Espiava lá do alto, via casas e mais casas, e pensava ser dono de todas elas. Moleque independente, prisioneiro de sua mente sonhadora. Hoje não sonho tanto, matei o garoto e lhe joguei na vala mais próxima. Hoje penso no moleque querendo sonhar, mas não consigo, é só nostalgia e medo. Mas tem fé, criança.

Esse mesmo menino aguardava o carnaval como se fosse a última coisa que veria na vida. Achava maravilhoso a brincadeira que transcorria nas ruas, via de sua janela os homens voltarem no fim da tarde encharcados de álcool, espiava os blocos lotados de conhecidos, seus e da família. Era belo de se observar, gente triste que naqueles poucos dias se fazia a mais bela e feliz gente do mundo. A noite era hora de esperar, aguardava todas aquelas escolas passarem na televisão, até que chegasse a vez da Portela. Toda de azul e branco, desfilando em homenagem ao bom samba. Não se entra no mar sem pedir licença. O carnaval de meu passado era assim, azul, branco, frevo e samba, alegria sem tamanho que resguardo bem no fundo de meus arrependimentos.

Não fora de minha época, mas me lembro como sendo, aquela mulher cantando “Bandeira branca, amor”, com uma voz piedosa e vingativa. Ela cantava aquilo com um quê de perdão, mas sempre soube que ali residia raiva e ódio, mas ambos são primos do falsário amor. Da voz de Dalva lembro bem mais do que da minha, até hoje não a conheço, mas penso que canto bem, bandeira branca cantei por diversas vezes, como hino sem significado. Músicas que embalaram infância e adolescência, essas de longe, de um passado que tento lembrar aos poucos. Mas minha missão aqui não é fazer retrospectiva, muito menos lamentar e chorar o leite que não aproveitei direito. Venho do futuro e lhes digo com a certeza que nunca tivera: Fiquem onde estão, não se arrisquem, não venham. Tenham fé e apenas, não se esforcem nem pensem no que está por vir. Não tentem sair de onde estão. Ai é quente, é bom, é o que é. Aqui é incerto, é terra desabitada de esperança e paixão. Aqui é território do medo, não, não se esforcem.

Atualizações, Livros, Resenhas

Resenha: Toda Luz Que Não Podemos Ver, Anthony Doerr

Marie-Laure vive em Paris, perto do Museu de História Natural, onde seu pai é o chaveiro responsável por cuidar de milhares de fechaduras. Quando a menina fica cega, aos seis anos, o pai constrói uma maquete em miniatura do bairro onde moram para que ela seja capaz de memorizar os caminhos. Na ocupação nazista em Paris, pai e filha fogem para a cidade de Saint-Malo e levam consigo o que talvez seja o mais valioso tesouro do museu. Em uma região de minas na Alemanha, o órfão Werner cresce com a irmã mais nova, encantado pelo rádio que certo dia encontram em uma pilha de lixo. Com a prática, acaba se tornando especialista no aparelho, talento que lhe vale uma vaga em uma escola nazista e, logo depois, uma missão especial: descobrir a fonte das transmissões de rádio responsáveis pela chegada dos Aliados na Normandia. Cada vez mais consciente dos custos humanos de seu trabalho, o rapaz é enviado então para Saint-Malo, onde seu caminho cruza o de Marie-Laure, enquanto ambos tentam sobreviver à Segunda Guerra Mundial.

Olá pessoal, como vocês estão? Hoje eu vim aqui comentar e compartilhar meus sentimentos sobre um livro maravilhoso que li recentemente: Toda Luz Que Não Podemos Ver.

Para quem não conhece, o livro foi o grande lançamento da Intrínseca para esse ano. Obviamente, a obra chegou ao topo de vendas aqui no Brasil e continua no ranking de mais vendidos, etc. Mas todo esse sucesso não é atoa. Vocês sabem aquele tipo de história que se eterniza na mente? Que te faz ficar pensando sobre diversos assuntos? Então, Toda Luz Que Não Podemos Ver se encaixa perfeitamente nesse perfil. Bem, imagine aí uma narrativa que se passa durante a Segunda Guerra Mundial, entre o ponto de vista de uma menina francesa cega e de um garoto alemão que acaba indo para uma escola de treinamento nazista. Por aí você já sente todo o drama que a trama carrega…

Para evitar spoilers, decidi apenas deixar a sinopse oficial e ir direto às minhas impressões. Tudo em respeito à vocês, ok? Vamos lá!

Eu não sei se vocês sabem, mas a Intrínseca todo ano realiza uma mega turnê de eventos pelo Brasil para divulgar os lançamentos e ter um contato maior com os seus leitores. Durante o evento na minha cidade, as moças do marketing comentaram sobre o livro de Doerr e, pelo o que elas falaram, me deu uma imensa vontade de ler. Tudo bem, houve o lançamento da obra, etc, mas infelizmente não pude ler devido aos vários livros que já estavam na lista. Sendo que pouco depois que o livro chegou às livrarias, saiu o anúncio de que ele havia vencido o prêmio Putlizer de melhor ficção e, com isso, minha curiosidade aumentou ainda mais. (Para quem desconhece o que é um prêmio Putlizer, é uma das maiores premiações no ramo da literatura.) Enfim, passou-se um tempo e, ATÉ QUE ENFIM, tive a oportunidade de ler devido ao clube do livro da Intrínseca que ocorre aqui na minha cidade.

Sabe a maior lição da história? A história é aquilo que os vitoriosos determinam. Eis a lição. Seja qual for o vencedor, ele é quem decide a história. Agimos em nosso próprio interesse. Claro que sim. Me dê o nome de uma pessoa ou de um país que não faça isso. O truque é perceber onde estão os seus interesses.

Quando comecei a leitura, fiquei fascinado e assustado desde o primeiro capítulo. O autor já começa te colocando dentro daquela realidade cruel e pavorosa que foi a Segunda Guerra. Ele introduz primeiro o cenário e logo depois os personagens, o que eu achei uma sacada muito bacana por parte dele pois é como se estivéssemos vendo um filme. E engana-se quem pensa que Doerr usa uma linguagem difícil, apesar de que algumas vezes ele utiliza algumas palavras rebuscadas, porém não é algo que atrapalhe.

Todo efeito tem sua causa, e todo problema tem sua solução.

Além de uma narrativa extremamente intricada, Anthony cria personagens incrivelmente humanos e profundos. Não há como não sentir os seus dramas e aflições. Quando a Guerra começa à entrar no seu auge, todo o elenco do livro passa por situações que são de deixar o leitor imerso em todo aquele horror que foi a Segunda Guerra. E, meus amigos, são poucos os autores que conseguem te deixar tão próximo e tão comovidos pelos medos de seus personagens.

A vida é um caos, senhores.

Em meio à tantos livros fracos, mal elaborados e que só trazem mais do mesmo, Toda Luz Que Não Podemos Ver é literalmente uma luz de esperança na literatura. É poético, cativante, melancólico e impactante. Sem sombra de dúvidas um livro que deve ser lido pois não é todo dia que achamos uma obra-prima como esta.

Já anseio para o próximo livro do autor.

Atualizações

Spoilers: Saiba tudo sobre "Life and Death", livro que comemora os 10 anos da saga Crepúsculo

Conforme postamos no começo do dia, Stephenie Meyer, autora de Crepúsculo, divulgou que publicara uma espécie de Crepúsculo reinventado, isto é, uma releitura da série de quatro livros, só que desta vez, com o sexo dos personagens trocados.

O casal principal que antes consistia em Bella e o vampiro Edward, agora é composto por Beau e a vampira Edythe. Meyer explica que decidiu recriar a história com os sexos trocados para reforçar a ideia de que Bella não é uma “donzela em perigo”, como críticos acusam. Para ela, trata-se de um “humano em perigo”, ou “um ser humano normal cercado, por todos os lados, por pessoas que são basicamente super-heróis e supervilões”. (Para ler a notícia completa do anúncio, clique aqui).

O livro foi lançado no dia de hoje durante o programa Good Morning America, em que a autora esteve presente e ganhou o nome de Life and Death (Vida e Morte, em tradução livre) e possui cerca de 400 páginas. O livro foi integrado à edição especial de aniversário que possui conteúdo extra e a capa ganhou uma mão segurando uma maçã verde.

“Eu queria fazer algo divertido para o 10º aniversário e a editora queria algo como um prefácio, e eu pensei ‘Bem, talvez algo mais interessante’”, disse Stephenie Meyer.

A história, como era de se esperar, é toda contada por Beau. Meyer disse que foi inspirada pelas perguntas que ela recebeu de leitores de Crepúsculo, questionando se a série pintava Bella como uma donzela típica em perigo.

“Isso sempre me incomodou um pouco, porque ninguém cercado por super-heróis vai estar… em perigo. Não temos os poderes”, disse Meyer. “Eu pensei: ‘E se nós mudamos-a um pouco e vemos como um menino faria?’, e, você sabe, é sobre a mesma coisa.”

“Quanto mais você entrar, mais isso muda porque as personalidades ficam um pouco diferentes, mas ele começa muito semelhante e realmente, realmente é a mesma história porque é apenas uma história de amor e não importa quem é o menino e quem é a garota, ela ainda funciona”, disse ela.

O material bônus do 10º aniversário era para ser apenas “um ou dois” capítulos, Meyer escreveu no prefácio do livro, mas se transformou em quase 400 páginas depois de Meyer dizer que ela achou a re-imaginação da história “realmente rápida e fácil” de escrever.

“Eu me pergunto se ele vai mudar a forma como as pessoas olham para Bella um pouco, vê-la como ele,” Meyer, 41, disse no Good Morning America. “Eu sinto que é realmente muito semelhante, então eu acho que a minha esperança é que talvez os leitores mais jovens serão reintroduzidos porque muitos dos meus leitores, você sabe, eles estão todos 10 anos mais velho agora e por isso há uma geração totalmente nova”.

Dois personagens de “Crepúsculo” que escapam da troca de gênero no novo livro são Charlie e Renee, os pais de Beau-Bella. Aqueles dois não foram alterados porque, de acordo com Meyer no prefácio, “Eu passei um tempo muito difícil acreditando que qualquer juiz naquela época (ou até mesmo agora) daria um filho a um pai desempregado, prestes a se mudar, ao invés de dar a uma mãe com mais de um emprego estável e fortes laços com a sua comunidade.”

A edição de 10º aniversário de “Crepúsculo” está nas livrarias americanas hoje (e em novembro no Brasil) e a mudança se estende até mesmo para a capa do livro. A edição especial apresenta a capa do primeiro livro de “Crepúsculo” na parte dianteira, quando a parte traseira do livro revela a capa especial para a “Life and Death: Twilight Reimagined”.

Embora os originais de “Crepúsculo” tenham inspirado novas sequências e cinco filmes de grande sucesso, a autora diz que ela acredita que esta será a única vez que os leitores lerão sobre Beau.

“Eu acho que esta é apenas uma versão com Beau”, disse ela.

Quando perguntada se ela tinha começado a imaginar “Twilight Reimagined” como um filme, Meyer respondeu: “Eu realmente não vejo isso acontecendo e muitas das pessoas que eu ia colocar nisso seriam como Grace Kelly por isso é um pouco atrasado demais para algumas das minhas primeiras escolhas.”

Veja fotos da autora no programa Good Morning America:

Confira também, a entrevista completa da autora no programa, onde ela diz que a história é basicamente a mesma, no entanto, como os gêneros estão trocados, as personalidades dos personagens mudam um pouco e conforme a leitura se desenrola, as diferenças com relação ao livro original se tornam mais evidentes:

https://www.youtube.com/watch?v=YxeZc8QMbwo

O site TwilightLexicon separou também, dez fatos sobre o novo livro, Life and Death:

1. Você pode consegui-lo como parte da nova edição do 10º aniversário de Crepúsculo, que está disponível em capa dura e no Kindle agora (nos Estados Unidos) e em pré-venda no Brasil.

2. Life and Death não só é uma troca de sexo de Bella e Edward (Beau e Edith), mas cada personagem no romance original terá mudanças, exceto Charlie e Renee.

3. Stephenie Meyer não tem planos imediatos para um novo romance de Crepúsculo que continuaria a história de Jacob e Renesmee e a história de Leah, mas ela acabará por revelar quais seus finais felizes, mesmo que seja em seu leito de morte.

4. Se Stephenie tivesse continuado com romances de Crepúsculo, Renesmee seria a narradora.

5. Stephenie tem várias sessões de autógrafo do novo romance. Veja seu website para mais detalhes.

6. Não há planos imediatos para um filme grande em torno de quaisquer personagens da série, mas Stephenie gostou dos filmes curtas de Crepúsculo que foram feitos por fãs e que saíram no início deste ano.

7. Stephenie estava no Good Morning America hoje para falar sobre o romance.

8. Life and Death não é apenas uma mudança de gêneros, nomes e pronomes. O enredo é essencialmente o mesmo, mas não é uma repetição palavra por palavra.

9. Não há planos imediatos para ter uma troca de Bella e Edward por Beau e Edith em outros romances da série.

10. Stephenie decidiu fazer isso porque, de acordo com a EW, “Meyer explica em seu prefácio da edição do romance de aniversário que ela decidiu trocar de gêneros para sublinhar a sua posição de que Bella não é uma “donzela em perigo” como alguns críticos têm acusado. Em vez disso, a autora insiste, o personagem é um “ser humano em perigo”, ou como Meyer chama de “um ser humano normal sendo cercado por todos os lados por pessoas que são basicamente super-heróis e super-vilões.’”

E é claro, que muitos já leram o romance e têm spoilers quentinhos para nós. Então, continue por sua conta e risco. SPOILERS DE LIFE AND DEATH A PARTIR DESTE PONTO.

Conheça Beau Swan e Edythe Cullen. Como Bella, Beau se muda para Forks, Washington vindo da ensolarada Jacksonville, Florida, durante seu último ano do ensino médio. Beau é um adolescente típico desajeitado e magro – com as referências da WWE para provar isso – que se apaixona por uma bonita garota intocável da escola, Edythe Cullen.

“Life and Death” é uma releitura bastante simples de “Crepúsculo”, mas existem algumas diferenças importantes, especialmente quando você estiver na direção desses poucos capítulos finais. “Life and Death” é quase idêntico a “Crepúsculo”, com exceção de nomes de personagens (embora, a primeira letra de cada nome seja a mesma) e algumas situações. Mas Beau ainda tem muito do pequeno cordeiro de Edythe, se você entende o que queremos dizer. Depois de ler a totalidade de sua história, aqui estão 21 alucinantes coisas que você precisa saber:

1. É EDYTHE, NÃO EDITH

Não me entendam mal… como Beau… que fala errado o nome dela em sua cabeça por um capítulo inteiro. Bem, pelo menos sabemos que ele é um narrador confiável! Citação direta do romance: “Era Edythe, não Edith. Eu nunca tinha visto esse nome soletrado dessa maneira, mas se encaixa melhor a ela.” É verdade!

2. VOCÊ DEVE CHAMÁ-LO DE BEAU, E NÃO BEAUFORT

Que tipo de nome é Beaufort, de qualquer maneira? Semelhante a Isabella Swan, Beau tem um nome tradicional que ele odeia. Ele constantemente tem que corrigir seus colegas de classe e professores, e honestamente, é algo cativante. Porque ao contrário do nome de Isabella (que é bastante comum), Beaufort é um primeiro nome seriamente feio. Além disso, Bella e Beau ambos fazem alusão a beleza, então nós vemos o que você fez aqui, Meyer.

3. TODOS OS PERSONAGENS TIVERAM MUDANÇA DE GÊNERO, ATÉ A SECRETÁRIA DA ESCOLA

Edward e Bella não são os únicos personagens que foram trocados de sexo no experimento de Meyer. Carlisle Cullen agora é Carine, matriarca da família. Esme é agora Earnest (hipoteticamente falando, Renesmee agora seria… Chearnest?), e em vez de Alice, Emmett, Rosalie e Jasper, agora temos Archie, Eleanor, Royal e Jessamine. Ah, e Billy Black agora atende pelo nome de Bonnie Black, o que significa que Jacob (<3) é agora conhecido como Julie. Alguém ficou com arrepios ao pensar sobre quão valentes e matriarcais os Quileutes são agora?

4. EXCETO CHARLIE E RENEE

De acordo com Meyer, teria sido em grande parte inédito para um pai receber a custódia primária em 1987 (aka o ano em que Beau nasceu), a menos que a mãe não tivesse condições para a custódia. Uma vez que Meyer não queria sacrificar o personagem de Renee em uma mudança de gênero dos dois papéis, Charlie e Renee são os dois únicos que permanecem completamente intocados pela mudança … o que significa que Charlie ainda recebe o bruto comportamento de Beau ~que estava fingindo~ e vai para a Flórida para despistar Joss (anteriormente conhecido como James).

5. SIM, EDYTHE AINDA QUER MATAR BEAU NA AULA DE BIOLOGIA

Esta cena icônica do romance, e mais tarde, do filme hit de 2008 estrelado por Kristen Stewart e Robert Pattinson, é praticamente a mesma em “Life and Death”. Se olhares pudessem matar, Edythe teria assassinado Beau na classe de biologia porque ele cheira tão deliciosamente.

6. BEAU TAMBÉM AMA SUA CAMINHONETE

Diga o que quiser sobre Bella Swan, mas garota amava sua velha caminhonete. Estamos felizes de informar que é amor à primeira vista para Beau e sua caminhonete também. Quem precisa de um Volvo estúpido quando você tem uma caminhonete com tanta personalidade?!

7. MEYER TESTOU SUA ESCRITA COM COISAS DE GAROTOS

A autora credita aproximadamente cinco por cento das mudanças desse livro às alterações de gênero. De acordo com Meyer, Beau é “mais neurótico” que Bella. Além disso, ele diz coisas como “código de homem” e “abraços de amigos.” Oh, e nossa diferença favorita, ele gosta de Dwayne “The Rock” Johnson. Veja como Beau descreve Royal, o musculoso ~ irmão distante ~ dos Cullen:

“De qualquer forma, Royal estava com a mão casualmente no quadril da menina realmente alta com o cabelo encaracolado escuro, que parecia que estava tão familiarizada com o peso da sala, como ele estava. Ele tinha que ser umas boas duas polegadas mais alto do que eu era, mas ele só tinha uma meia polegada a mais que ela. Embora ele estivesse, obviamente, muito seguro de si mesmo, eu ainda estava meio que surpreso de que ele se sentia confortável fazendo isso. Não que ela não fosse gata, ela era muito, muito gata, mas não… acessível. Tipo, nem mesmo The Rock se atreveria a assobiar para ela, se você entende o que quero dizer.”

Primeiro de tudo, The Rock nunca iria assobiar para uma mulher, porque ele é um cavalheiro. Mas para sermos honestos, nós estamos apenas para ver o nosso garoto sendo referenciado em um romance “Crepúsculo”. VOCÊ QUE MANDA, BEAU.

8. BEAU PRECISA SER SALVO… INÚMERAS VEZES

Beau primeiro desconfia de Edythe quando ela salva ele de ser esmagado pela van de Taylor (Tyler) – e exibe algumas qualidades super-humanas ao fazê-lo. De lá, a desconfiança de Beau e o desejo de Edythe de protegê-lo se intensifica.

Isso aumenta no momento cavaleiro-branco de Edythe em Port Angeles. Quando Beau é assediado por dois bêbados – uma mulher e um homem – que estão convencidos de que ele é um policial, é Edythe que vem em seu socorro. Em “Crepúsculo”, esta cena é particularmente angustiante, com os “bandidos” quase raptando Bella. Em “Life and Death”, parece um pouco diferente. Para ser honesta, eu nunca temi que Beau fosse agredido sexualmente da maneira que eu temia pela segurança de Bella, e talvez seja por causa do meu próprio preconceito de gênero como uma mulher… que é justamente a proposta de Meyer com “Life and Death”.

Dito isto, é realmente impressionante ver Edythe na pancadaria para proteger seu homem. Tome ISSO, normas de gênero. Ah, os passeios com Beau nas costas de Edythe também não são ruins.

9. VAMPIROS AINDA BRILHAM

COMO SE MEYER OUSASSE MEXER COM ESSA LÓGICA. Ainda é uma das melhores revelações vampíricas, bom, de todos os tempos. Também, Edythe – assim como Edward – leva Beau para vários passeios na floresta com ele em seus ombros.

10. A CENA DE AMOR MAIS FAMOSA, NA CLAREIRA, CONTINUA A MESMA

Exceto que, neste caso, é Edythe que é o leão e Beau que é o estúpido cordeiro. Awwwn.

11. NÃO HÁ REALMENTE UM TRIÂNGULO AMOROSO

Os fãs do time Jacob provavelmente não vão amar “Life and Death”. Beau e Julie só compartilham um momento significativo em conjunto, e com uma releitura de “Lua Nova” para comparar, a história de Julie só parece como uma tentativa tímida de homenagear o personagem.

12. ARCHIE É O MELHOR

Claro que Archie é o melhor! Archie baseia-se em Alice e é, por conseguinte, o melhor. Além disso, Archie tem um pouco mais para fazer nesta versão dos acontecimentos do que Alice fez. De acordo com Meyer, em romances posteriores, a mitologia das visões de Alice é expandida, o que significa que “Twilight” tem uma lógica um pouco falha quando se trata de Alice – tudo foi corrigido por Meyer em “Life and Death”.

13. O FINAL É COMPLETAMENTE DIFERENTE

Em “Crepúsculo”, Bella é mordida por James, mas Edward é capaz de sugar o veneno para fora de seu dedo, salvando assim a sua humanidade. No entanto, em “Life and Death”, a situação é demasiada terrível para Beau. Como a visão de Archie prevê, se Edythe tenta sugar o veneno para fora do dedo de Beau, ele vai morrer – assim os Cullens deixam Beau escolher o seu destino. Obviamente, Beau escolhe se transformar em um vampiro, porque ele simplesmente não pode viver sem Edythe. (Diga o que quiser sobre Bella, mas ela sempre tinha uma escolha, e nós estamos felizes em ver que Beau fez uma, também.)

E, assim, Beau é transformado em um vampiro. O Cullen em última análise, fingem a sua morte, o que é doloroso para Charlie e Renee, que, obviamente, não têm idéia de que seu filho é realmente um vampiro. Mas eles precisam manter isso em segredo por causa do Volturi, sabe? (Beau recebe um curso intensivo divertido sobre todas as coisas do Volturi durante sua transformação.)

No final, Edythe e Beau vivem felizes para sempre… sem a pequena Renesmee Chearnest porque GRAÇAS A DEUS. (Desculpe, Julie.)

FIM DOS SPOILERS.

E por fim, temos um pequeno trecho do áudio livro de Life and Death, que narra a cena da cafeteria, onde Beau narra os momentos em que viu os Cullen pela primeira vez, confira:

Como postamos aqui, a Editora Intrínseca publicará a edição comemorativa em formato vira-vira, e tem lançamento previsto para 1 de novembro.

Já estão tão ansiosos quanto eu para ler o novo romance? Comentem a opinião de vocês e garanta sua cópia na pré-venda da Amazon clicando aqui.

Fonte de Informações e Tradução

Atualizações

Crônica: Gênios em tornados borbulhantes de tinta aquarela

Pedir um tempo é admitir para o mundo que você é covarde demais para dar uma conclusão. Quem precisa de um tempo para viver um amor talvez precise de um tempo para entender um pouco mais a vida em si. – Isabela Freitas

Algumas pessoas são marcantes. Não sei como, mas marcam de certa maneira que nunca imaginei que aconteceria. E então, borbulhamos numa torrente de sentimentos que se mexem dentro de nós feito um tornado. E uma hora, eles saem. Sabe, como nos desenhos animados, o gênio saía da lâmpada.

E cada um de nós, demonstra de um jeito. Alguns, choram. Outros, sorriem. Eu, escrevo. Todos os dias abro essa tela vazia, ou uma folha em branco do meu diário, e deixo as palavras saírem, do jeito que elas querem. Muitas, nem sei o significado. Apenas saem, e se encaixam ali. Isabela Freitas diz que é o modo mais bonito de sentir. Escrevendo. Porque é como se o ato de colocar um sentimento em palavras, fizesse com que ele se concretizasse.

De certo modo, tenho essa mania chata de escrever sobre tudo. Fotografo, e escrevo sobre tudo, porque sei que no final, só sobram as memórias. Muitas vezes não consigo fotografar tudo, mas sei que sempre posso escrever sobre tudo. Sei que meus contos sempre podem ser criados da maneira que eu quero. Porque neles, os corações jamais se quebram e o tempo jamais passa, e isso é confortante. Sinto que talvez escrevendo sobre corações inquebráveis ou tempos congelados, a realidade passará a ser assim. Não poderia estar mais enganado, obviamente.

Mas é uma analogia engraçada. O gênio sai da lâmpada em uma espécie de furação, e realiza três desejos. Nossos sentimentos saem em forma de palavras, da mesma maneira. Será que nossos desejos mais profundos tem o poder de se realizarem assim também? Talvez não. Mas sempre podemos escrever, e as pessoas sempre podem ler, imaginar e dar vida àquilo. Ou talvez ninguém aguente mais ler esses textos de memórias, porque eles só importam para nós mesmos. Sempre queremos mostrar, mas raramente alguém vai lê-los porque realmente quer saber o que você sente. É difícil encontrar alguém que surpreenda numa quinta-feira a noite querendo ler aqueles textos manchados pelo seu próprio sono desregrado e eventuais lágrimas que caíram enquanto você dormia debruçado sobre o moleskine preto. É simplesmente difícil achar alguém capaz de surpreender.

Talvez seja mais difícil porque pedimos tempos de intervalo entre os eventos da nossa vida. Levamos a sério aquele ditado de que a vida é uma escola. Mas a verdade, é que não temos intervalo algum, tudo vai acontecendo de maneira sequencial, e se não tivermos atentos o suficiente, a oportunidade passa, assim como o ônibus que eu perdi porque estava perdido dentro dos meus próprios pensamentos nessa manhã. Acontece, sempre. Não precisamos de tempo, precisamos de ações, apenas. Precisamos enfrentar nossos medos, remendar nossas feridas, e seguir em frente.

Já vi amigos sendo julgados por emendar relacionamentos. Eu sempre era o único genuinamente feliz por eles, porque sei que tempo é relativo, e não podemos perder nada – se a oportunidade vem, agarre-a, sem julgamentos, ou neuras. Digo sempre que se estressar nunca vai adiantar nada, chorar talvez também só te deixe pior, mas quem consegue seguir os próprios conselhos? É como lamber o cotovelo. J.K. Rowling não virou bruxa escrevendo sobre bruxos. Cassandra Clare não virou Caçadora de Sombras, também.

É engraçado porque sentimentos são meio osmose. Passam do nada. Se estou triste, posso deixar alguém próximo de mim mal. O oposto também acontece. E como podemos evitar isso? Não podemos. Simples. Podemos sempre simplificar tudo, mas escolhemos complicar. Podemos sempre falar, mas preferimos esconder. Temos medo. Mas também temos amor. Até o mais frio de nós, tem amor. E é ele que vai passar por cima de tudo isso como um pincel passa sobre uma tinta aquarela. Manchando tudo e, talvez, formando desenhos bonitinhos…

Autorais

Autorias: A primeira vez em que alguém havia me salvado dos meus próprios pensamentos, por Gabu Camacho

Todos temos inúmeras crushes durante a vida, durante a festa, durante o dia ou até mesmo, durante a ida de ônibus para a escola ou trabalho. Muitas delas, são efêmeras, vem e vão, e isso que talvez seja o mais gostoso nessa casualidade toda. Mas existem exceções, e algumas crushes ficam. Talvez não na sua vida, mas marcadas em você como tatuagem feita à ferro. Você pode começar a namorar, esquecer, deixar de falar com a pessoa… Mas o sentimento primitivo ainda está ali, só esperando a chance de se mostrar sem culpa, sem medo.

Eu sempre fui meio Augustus Waters, meus pensamentos são estrelas que jamais conseguirei organizar em constelações, não importa quantos moleskines eu compre, e quantas noites eu perca escrevendo coisas aleatórias no parque perto de onde eu trabalho. Nunca organizarei minha cabeça da maneira apropriada, nunca deixarei de sucumbir aos meus próprios pensamentos suicidas.

Confesso que não gosto de casualidades, não gosto muito de surpresas – mas amo ser surpreendido -, e fiquei um pouco sorridente quando você confirmou nossa ida ao café. Eu estava trabalhando, rodeado por pessoas, e não deveria mexer no celular. Mas foi impossível conter minha excitação, então, cheguei a afastar a cadeira da mesa só para que eu pudesse te responder da maneira mais apropriada possível. Achei que só iríamos ao café mesmo, a princípio.

Você, era uma daquelas pessoas pelas quais eu nutria o sentimento de crush, apesar de reprimido entre o turbilhão de outras coisas que se passavam pela ponte aérea entre minha cabeça e coração. Mas naquele dia, eu havia decidido me reinventar, eu estava com a minha mente limpa, tranquila, e fui com a cara e a coragem mostrar meus manuscritos mal feitos e manchados por eventuais lágrimas. É bom sentir a tranquilidade de novo, é bom se sentir valorizado.

Sempre me entreguei demais, e recebi de menos. Sempre fui o nadador que se joga de cabeça na piscina rasa, e acaba machucado no final. Nunca liguei muito para os conselhos que me davam, e talvez seja por isso que eu me arrastei tanto por algo que jamais teria um final feliz, e reprimi os sentimentos que deveria ter deixado aflorar logo naquela festa em que eu bebi um pouco além dos limites e talvez tenha feito bosta.

Apesar de tranquilo, apesar de bem resolvido, minha cabeça ainda estava totalmente bagunçada, sei que você percebeu. Mas tudo começou a seguir outro rumo quando você me beijou ao som de Take me to church com aquela chuva fria de julho como testemunha. Eu então, senti algo que jamais havia provado antes naqueles lábios maravilhosos com gosto de cereja mentolada. Aquela, havia sido a primeira vez em que alguém havia me salvado dos meus próprios pensamentos. Aquela, havia sido a primeira vez em que eu havia entendido o que era ser valorizado como a pessoa maravilhosa que eu era – sem joguinhos de ego inflado, dessa vez.

E ah, como foi bom te ter nos meus braços, como a âncora que eu precisava para manter os meus pés no chão, ou então, o balão que eu precisava para me libertar, e me deixar voar. Eu estava salvo dos meus próprios pensamentos que ameaçavam boicotar o bom funcionamento do meu coração. Eu estava, finalmente salvo, liberto.

Resenhas

Resenha: Escola Noturna – O Legado – C. J. Daugherty

Allie Estou tentando salvar você, Allie. A Escola Noturna não é só uma escola, uma época maluca para a gente lembrar quando ficarmos velhas e chatas. É para a vida toda. No ano anterior, Allie Sheridan viu sua família se dissolver e foi presa três vezes. Ir para um colégio interno parecia um pesadelo, mas a Academia Cimmeria acabou se tornando um lar — o primeiro lugar onde ela se sentiu realmente bem-vinda. No entanto, os salões da escola eram mais sombrios do que Allie poderia imaginar, e um ataque brutal quase lhe tirou a vida. Um grupo misterioso está disposto a destruir a Escola Noturna e tudo que ela representa. Agora, os estudantes correm perigos que ainda não compreendem. E, para piorar, a família de Allie — especialmente sua poderosa avó e seu irmão desaparecido — está bem no meio de tudo isso. Allie precisa de respostas. Mas, para consegui-las, terá que escolher se confia na família ou nos amigos. Porque segredos podem ser mortais e destruir até o mais forte dos relacionamentos. E, dessa vez, Allie está sozinha.

Capa_Escola noturna - legado.ai

A Cimmeria ardia em chamas, os alunos ainda se recuperavam do choque que fora o ataque de um grupo secreto mas que no fim das contas era íntimo da maioria dali, no meio de tudo isso uma heroína emergia. Allie foi sendo esculpida durante todo o primeiro livro, explorada ao máximo para que pudéssemos ter a garota sem receios como acontecera no primeiro volume de “Escola Noturna.” O Legado inicia eletrizante, uma perseguição entre as ruas londrinas marca o ponto inicial, vemos em poucas páginas o frágil treinamento do ano que passara sendo colocado em prática pela garota Sheridan. Ela é retirada da situação por Raj Patel, pai de Rachel.

Na casa da amiga Allie sente algo que raramente sentira: Estava em família. Após alguns dias na residência de Rachel, o retorno à Academia Cimmeria vem junto com diversas desconfianças. Nathaniel estaria a espreita? Seria realmente seguro voltar ao local onde tudo acontecera e insistir para que na melhor das hipóteses, aquilo tudo se repetisse? Eles arriscam. A Escola vai tomando ritmo aos poucos. Temos a inclusão de novos personagens, como a garota prodígio, Zoe, que seria a parceira de Allie nos treinamentos na Escola Noturna (Sim, ela entrou e já estava certo, depois do que fizera, depois da revelação de seu histórico familiar, a Escola Noturna era o lugar de Allie). Retornaremos para a relação Allie-Zoe daqui a pouco, mas antes falemos deste tal “Histórico Familiar”. Vimos no primeiro livro o retorno do então desaparecido irmão de Allie, ele estava lá, do lado contrário da força. Páginas e páginas dedicadas a esse embate psicológico, a jovem procura motivos, justificativas plausíveis. A resposta não surge do nada como ela esperava.

Zoe surge como Allie surgira, é claro, a novata verdadeiramente é um prodígio, quando Allie estava longe de ser exemplar. Mas insegurança que a personagem poderia expor seria a mesma, estava em idêntica situação. Algo que irá se repetir também são os abalos na amizade de Sheridan e Jo, assim como o namoro que para chegar onde chegou foi preciso muita paciência, é arremessado aos ares. A vida de Allie novamente está em mãos alheias, mas ela consegue, por ser quem é, retomar as rédeas, mostrar que nasceu para ser protagonista de sua própria história. Os mistérios reascendem, a curiosidade do leitor se torna maior a cada página, queremos saber o porque de tudo aquilo, o porque da existência de tantos conflitos, internos, externos, psicológicos. Desejamos poder resolver cada problema, cada passo mal dado por nossos personagens prediletos, e saiba, o fim do segundo capítulo de “Escola Noturna” realça o porque de tanto sangue em suas capas, o porque da morte ser retratada nas entrelinhas. Ninguém está a salvo na grandiosa Cimmeria.

A edição é igualmente sensacional à primeira. a capa elaborada perfeitamente, transparecendo os temas abordados por Daugherty, e falando nesta linda e talentosa mulher: Senhorita Daugherty, porque tão cruel? A escrita de C.J. evolui quando necessário, pausa levemente, sem mostrar falhas, sem deixar sobrar nada. Uma teia maravilhosa. No mais, ambas as partes realizaram um trabalho incrível. A Suma não foge de seu padrão, com impressão impecável e uma tradução digna, a editora não falha. “O Legado” mistura drama, tensão, romance, tudo que um bom livro precisa, mas com um toque peculiar, Sheridan consegue ser destemida quando precisa. Consegue se superar, Allie, carregando em suas costas anos e anos de história.

Tradução: Regiane Winarski
Ficção
ISBN: 9788581052335
Lançamento: 10/03/2015
Formato: 16 x 23
296 páginas