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Uma menina do lado esquerdo jogando embusticida com a ajuda de um menino do lado direito. Boy lixo no meio perguntando o que foi que ele fez para merecer isso.
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Manual: Você sabe identificar um “boy lixo”?

O manual definitivo do boy lixo chegou, senhoras e senhores. Vocês pediram muito no Instagram e eu levei a sério. Mas antes de começar, precisamos conversar algumas coisinhas importantes.

Existem vários tipos de boy lixo. Aqui, nesse manual, eu com a ajuda de algumas pessoas incríveis reunimos uma série de pontos que você precisa se atentar dentro do seu relacionamento. Existem mais uma série de milhares de pontos. Muitos, que poderiam dar um livro. Por isso, peça ajuda quando achar necessário. Não se cale.

Além disso, os pontos aqui elencados precisam ser analisados no contexto do seu relacionamento. Não pegue algum item a esmo e vá tirando conclusões. Entenda, analise e perceba. Ficou com dúvida? Siga a sua intuição, porque ela nunca vai te enganar. Além disso, o boy lixo criado aqui não serve só para mulheres que se relacionam com homens não, viu? Se você é homem que se relaciona com homem, não-binárie que se relaciona com homem, qualquer pessoa que se relacione com homens está sujeita ao crivo do boy lixo.

Além disso, relacionamento não é só namoro não. Relacionamento é convivência, é qualquer tipo de sentimento. Fica de olho aí, por favor! E vamos de ver os pontos? Faz a soma aí na sua casa.

Ele pede pra você pagar tudo sozinho(a)

Estamos no século 21. Me recuso a escrever em números romanos para deixar bem claro que os tempos mudaram. Não é dever de nenhum dos dois bancar todos os encontros e todas as coisas para ambos. A gente entende que existem momentos de vulnerabilidade, desemprego ou dificuldades financeiras. No entanto, quando a pessoa tem condições e ainda sim faz com que você pague todos os encontros, sem nem dividir a conta, fique de olho. Você pode querer muito sair, todos os dias, mas ainda sim não pode querer por dois. Divida a conta sempre que possível ou pague por encontros intercalados.

Ele critica sua vida e seus amigos

Se ele critica a vida que você está construindo e diz o quanto suas amizades são horríveis por serem diferentes da dele, é hora de ficar atento. Suas amizades são parte da pessoa que você é, e se são amigos, são porque te fazem bem, porque são importantes para você. Te afastar de pessoas que fazem sua vida melhor, além de insegurança da parte dele, é uma forma de fazer com que você não tenha mais ninguém além dele.

Ele não faz questão de te expor para amigos, família e afins

Ele esperar as coisas ficarem sérias para te apresentar é uma coisa, agora te esconder para sempre são outros quinhentos. Você não vai viver se escondendo para sempre ao lado dele, vai? Até quando você vai ter que fingir que é só uma amizade quando alguém da família dele aparecer de supetão no shopping em que vocês estão passeando? Um relacionamento precisa ser assumido. Entendemos que existem casos em que a homofobia nas famílias impossibilita um relacionamento aos olhos de todo mundo. Mas ele demonstra formas pelas quais vocês podem passar por isso juntos? Vocês se ajudam? Não dá para viver se escondendo para sempre.

Ele comenta com amigos sobre outras pessoas na sua frente

Quando vocês saem com os amigos dele, ele comenta sobre outras pessoas com eles na sua frente? Fala sobre o quão fulana é pegável ou o quanto ele se arrepende de não ter beijado o ciclano naquela festa antes de vocês assumirem o namoro? Foge bem rápido porque é boy lixo. Se ele está com você, em um relacionamento monogâmico e fechado, o mínimo que ele te deve é respeito. Deslizes nesse aspecto é um princípio de traição, só que de forma velada, por isso demoramos tanto tempo para perceber.

Ele fala que hoje em dia não existe relacionamento sem traição

Alô? Planeta Terra chamando? Estando em qualquer tipo de relacionamento, a traição pode acontecer. Não se engane com esses papos de ah, aquilo não é traição. Se foge do que vocês combinaram para o relacionamento funcionar, é um tipo de traição, seja em um relacionamento fechado ou aberto. Relacionamentos sem traição não só existem, como são os relacionamentos saudáveis. Um relacionamento com traição é insistência, não amor.

Ele trata mal pessoas que prestam serviços para ele: garçons, faxineiros, empregados, etc.

Ele trata mal pessoas quando está em uma determinada situação de poder? Ele xinga o garçom e fala sobre o quanto a empregada é incompetente por não passar a roupa dele direito? É assim que ele vai te tratar a partir do momento em que vocês tiverem algum tipo de contratempo ou briga. Além disso, é assim que ele vai falar de vocês caso vocês terminem e ele tenha o poder de contar a história para quem quiser. Essa será a versão do boy lixo dos fatos.

Ele some sem explicação

Chegou sexta-feira e ele sumiu sem te explicar nada? Voltou com a cara lavada na segunda-feira dizendo que usou o final de semana para pensar e refletir sobre o relacionamento de vocês e aquele desentendimento antes do final de semana? Ele não quer debater nada com você. Ele só quer procurar formas de terminar o relacionamento e ficar bem com ele mesmo, sem ser o culpado da história. Além disso, por que ele sumiu? Não te falou nada? Por que ele não avisou que precisava do espaço dele? Ao te negar um aviso, ele te nega a possibilidade de reparo ou participação. O relacionamento é feito de dois, não de um só. As decisões não devem ser egoístas.

Ele não quer rotular o relacionamento que vocês tem

Ah, somos amigos que se pegam! Mas somos exclusivos, tá? Isso é namoro. Essa de não dar nome as bois, não rotular o que vocês tem é fugir da responsabilidade. Sabe por quê? Porque se acontecer algum deslize, o papo vai ser “ah, mas a gente não tinha nada sério”. Se vocês querem ter uma amizade colorida, deixem isso bem claro. Se os dois não querem algo sério e funciona assim, beleza. Mas é preciso ter responsabilidade afetiva e um diálogo aberto. O sentimento está mais intenso? Vamos terminar ou vamos assumir um namoro? Chega uma hora que não dá mais só para empurrar com a barriga.

Ele não posta nenhuma foto com você

Qual é o medo que ele tem de te assumir nas redes sociais? Ele já era uma pessoa que não postava nada antes? Se ele é alguém que não usa redes sociais, a gente entende até certo ponto. Mas ele sai com você, posta foto do drink que vocês pediram, posta foto da galera e nenhuma foto sozinho com você? Por quê? A gente aceita o amor que acha que merece. Você merece viver essa vida dupla, escondida e camuflada de amizade? Diagnóstico? Boy lixo, lixão, chorume.

Ele não demonstra afeto publicamente com você

Não gostar de demonstrar afeto em público ou ter zelo por alguns lugares, principalmente com as violências que vemos diariamente com a comunidade LGBTQIAP+ é uma coisa e a gente entende. Mas ficar fugindo de momentos em que vocês podem demonstrar afeto? Em que é seguro? Não querer nunca pegar na sua mão porque tem pessoas perto, é normal? Andar distante como se vocês sequer se conhecessem é o que duas pessoas que se amam fazem?

Ele quer controlar o seu comportamento

Se ele quer mexer muito nos comportamentos que você tem, é hora de ficar alerta. Ele te conheceu e gostou de você de um jeito. A gente muda com o tempo. Nós evoluímos, trocamos comportamentos tóxicos por ações melhores. Mas se ele parece só piorar com o tempo, querendo controlar o que você veste, como você se porta ou até mesmo, a maneira com a qual você fala com as pessoas, é hora de dar tchau. Quem precisa saber o que te deixa confortável é você, não outra pessoa, por mais que essa pessoa diga te amar do infinito ao além.

Ele fala do ex-namorado ou ex-namorada de forma pejorativa

Ah, meu ex era louco! Minha ex era surtada, eu não sei como aguentei. Ele fala assim ou, fala excessivamente dos relacionamentos passados? Cuidado! Você pode ser o próximo ex surtado. Você pode ser a próxima ex louca, desequilibrada. E se ele não fala de outra coisa, senão sobre ex, ele provavelmente ainda não superou o relacionamento antigo e vai projetar todas as frustrações dele em você. Conversar sobre relacionamentos antigos é uma coisa. Entender o passado, compartilhar coisas que aconteceram dentro de um ambiente seguro em que ambos participam e querem saber é uma coisa. Falar compulsivamente e de forma não solicitada é outra.

Ele tem um ciúme excessivo de você

Ninguém é propriedade de ninguém. Se ele nutre um ciúme excessivo por você sem que haja motivos para isso, é hora de pedir pra ele tratar a insegurança dele. Ciúme é um sentimento ruim, que vem da posse. Não é prova de amor, não é tempero no relacionamento. As pessoas são livres. E se vocês se escolheram, a confiança é o mínimo que precisa existir pra esse relacionamento ir pra frente. Se ciúme fosse coisa boa, a gente ia desejar feliz aniversário, muita paz, amor, dinheiro, ciúme….

Ele acha que o relacionamento com ele é uma moeda de troca

Ele te paga um jantar e acha que você precisa beija-lo? Ele cozinha para você e acha que você precisa fazer algo em troca por ele? Corre que é cilada, Bino. Relacionamentos não são moedas de troca. É preciso que as coisas aconteçam e sejam feitas porque se quer fazer. Ele te pagou a refeição porque ele quis pagar. Você o beija porque quer beija-lo, não para retribuir alguma coisa. Dentro de um relacionamento, as pessoas são livres para escolherem. Nada é barganha, ele que é um boy lixo mesmo.

Ele beija outras pessoas na sua frente

Preciso comentar alguma coisa? Se vocês vivem um relacionamento fechado, é traição na certa. Se vocês vivem um relacionamento aberto, observe como você se sente com isso. Era um combinado não beijar outras pessoas na frente um do outro? O que aconteceu?

Ele te pune quando você faz algo que ele não gosta

Seres humanos erram. E ninguém é obrigado a agradar ou corresponder com as expectativas de ninguém. Se ele te pune quando você faz alguma coisa que ele não gosta, ele mostra que exerce poder sobre você e o relacionamento de vocês. Como já conversamos, o relacionamento é feito a dois. Ninguém tem poder sobre ninguém porque não há posses ou propriedades. Por isso, também não há moedas de troca, recompensas ou punições.

Hora ou outra ele diz “manda foto de agora”

Pode parecer inofensivo, mas é uma forma de controlar o seu comportamento. O simples “manda uma foto de agora” pode parecer que ele só sente saudade de você, quando na verdade ele quer saber como você está (e se está do agrado dele), se você está onde disse que estaria, com quem estaria e afins.

Ele fica nervosinho e quebra suas coisas

Ele dá soco na parede quando está nervosinho? Joga suas coisas longe? Quebra coisas que são importantes para você? Isso se chama violência patrimonial e também está relacionado ao joguinho de poder que ele acha que exerce sobre você. Hoje é a parede, o travesseiro e seus objetos. Amanhã, pode ser seu rosto, sua boca, seus dentes. Se ele é uma pessoa que sente raiva, precisa de tratamento psicológico para aprender a sublimar esse sentimento em coisas que não sejam destrutivas. Você não tem culpa se ele é estouradinho.

Ele só sabe falar sobre ele mesmo

Ele passa horas falando do quanto o trabalho dele é importante? Ou de como a faculdade que ele faz é a melhor de todo o país? Legal. Mas, ele pergunta de você? Ele se importa e presta atenção de verdade quando está no papel de ouvinte? Perceba se ele realmente se importa com você ou só quer mais uma pessoa para inflar seu ego frágil (o famoso boy lixo).

Ele diz que você é uma pessoa boa demais para ele

Vocês se desentendem, brigam e minutos depois ele volta arrependido, chorando e diz que você não merece um cara como ele? Que você é boa demais para ele? Que você é muita areia pro caminhãozinho dele? Que você merece mais porque você é uma pessoa foda? Esse é ele tentando te amolecer para que você tenha dó e perdoe as burradas que ele faz. Agressão não se perdoa, agressor se mantém longe. E agressão não é só soco no olho não, sabia?

De acordo com a Lei Maria da Penha, que além de proteger mulheres, também protege homens homossexuais conceitua violência como qualquer conduta – ação ou omissão – de discriminação, agressão ou coerção e que lhe cause dano, morte, constrangimento, limitação, sofrimento físico, sexual, moral, psicológico, social, político ou econômico ou perda patrimonial. Essa violência pode acontecer tanto em espaços públicos como privados.

No artigo 7º, a lei tipifica os cinco tipos de violência. Resumidamente, são eles:

I – violência física
Conduta que ofende a integridade ou saúde corporal;

II – violência psicológica
Conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;

III – violência sexual
Conduta que constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;

IV – violência patrimonial
Conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;

V – violência moral
Conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.

Além de mim e das minhas experiências pessoais, contribuíram para a criação desse manual a maravilhosa Stephanie Ramos, a incrível Mirella Andrade e meu amorzinho Patrik Melero. Além, é claro, de todos que enviaram sugestões e histórias pela direct do meu Instagram.

Atualizações

O dia da minha catarse

Catarse:catarse na psicologia se refere à estratégia terapêutica através da qual se liberam frustrações, emoções negativas que perturbam a vida e os conflitos que nos impedem de avançar. A catarse na psicologia se refere ao processo pelo qual “purificamos” as emoções negativas. (A mente é maravilhosa, site).

Esses dias conversamos sobre o passado por aqui. Sobre ele ser parte do nosso desenvolvimento e sobre ele sempre estar presente em nossas vidas. O passado somos nós. O que fazemos hoje, é graças a quem fomos no passado. Isso me fez refletir bastante e me fez começar um processo de cura. De entender que as coisas estão assentando, estão ficando mais sólidas dentro de mim.

Sabe quando a gente limpa a piscina e toda a sujeira vai indo pro fundo, deixando a água mais transparente e límpida? É basicamente isso, só que começa na altura dos ombros, passa pelos pulmões, pelo coração e vai te deixando mais leve aos poucos. Certo dia, comentei aqui também sobre eu achar que não tinha potencial. Eu me achava desistente. Incapaz de levar algo de cabo a rabo.

Eu sempre acabava indo e voltando dos meus projetos. Desistindo. Mas será que eu efetivamente desisti? Ou só usei minhas forças para deixa-los presos a uma caixinha? Será que eu não quis só envolver meu jogo de controle e manter as coisas sob meu controle quando elas lutavam para crescer, com ou sem mim?

Certa vez escrevi que o que era nosso sempre gravitaria ao nosso redor. Acho que estive errado. Amar alguma coisa não é mante-la sob seu domínio, sob seu comando, gravitando ao seu redor. Amar alguma coisa, e até mesmo, alguém, é deixar a liberdade fluir da maneira mais pura possível. E apesar da liberdade, aquela coisa ou pessoa continuar com você. A liberdade de querer, sem exercer nenhum tipo de poder.

E é engraçado quando falo isso, porque parece que estou me referindo à pessoas específicas, mas não. Estou me referindo a tudo na minha vida que se tornou parte de mim. Claro que tem pessoas com afetos que ganharam um espacinho especial no meu coração, mas ao lado delas, tem projetos, textos, iniciativas, empresas que abri, coisas que tentei e larguei pra trás ao menor sinal de fracasso. Nunca achei que tivesse desistido, apesar de ter parecido. Ou talvez no fundo, eu tenha achado sim.

Agora eu reconheço que nada daquilo era o que eu realmente queria. Eu demorei pra entender algumas coisas que eu realmente queria na minha vida. Demorei para parar de entrar no jogo dos outros e a me interpretar com mais leveza. Comigo sempre foi 8 0u 80: ou eu estava no jogo dos outros, ou estava no meu jogo, querendo controlar e exercer meu pequeno joguinho de poder. Eu me agarrei ao amor que eu tinha por controlar aquilo que eu podia controlar. Quase uma relação fetichista.

A gente precisa entender que precisamos deixar a liberdade ser pura. Não é abrir a mão para o passarinho voar e ver se ele volta. É abrir a mão, para que ele voe, se quiser voar. Para que ele fique, se quiser ficar. Ou volte, se e quando quiser voltar. É torcer pelo crescimento e aplaudir quando ele vier.

Não é prender esperando ansiosamente pela volta. Abafar fingindo que nunca aconteceu quando as coisas dão errado. É sobre entender que as coisas passam por alguns degraus, e cada um desses degraus nos ensinam alguma coisa. E foi aí que veio minha catarse. Eu tenho potencial. Eu, com todos esses erros do passado, essas sensações de desistência e de não ser suficiente, me tornei quem eu sou hoje, com as coisas que sei hoje.

Meu potencial não é inato. Nem tampouco, quem eu sou. Eu sou quem eu me tornei. E quem eu me tornei, é graças a quem eu fui. Meu potencial é graças aos meus acertos, mas muito mais, por causa de todos os meus erros que transformei numa dolorosa jornada de autoconhecimento. Dolorosa, necessária, mas catártica. E quando a catarse vem… ah, a dor não importa mais. Mas isso não significa que ela não precisava ser sentida.

Já dizia Augustus Waters, em A culpa é das estrelas: a dor precisa ser sentida.

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Saúde mental deve estar entre as prioridades de 2021, alertam especialistas

Em tempos de pandemia, falar sobre saúde mental ganhou um sentido de urgência. Isolamento, perda de entes queridos, medo do futuro, tudo isso passou a fazer parte da vida das pessoas nos últimos meses, ampliando a necessidade de debater ações em prol do tema.

Segundo um estudo publicado na revista científica Psychiatry Research sobre os impactos da Covid-19 na saúde mental da população mundial, a incidência de ansiedade e de depressão foi, respectivamente, quatro e três vezes mais frequente quando comparada aos dados levantados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nos últimos anos.

A psicóloga Natália Reis Morandi, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, alerta para os efeitos deste aumento em médio e longo prazo.

“Alterações na qualidade do sono e da alimentação, bem como a perda de interesse nas atividades cotidianas, além da dificuldade para lidar com problemas do dia a dia e tomar decisões, estão entre os sinais mais relatados entre os pacientes”, destaca.

A especialista ressalta que sintomas como estes podem evoluir para problemas mais graves e tendem a aumentar quando a pessoa deixa de procurar ajuda profissional.

Natália explica que a mudança nos hábitos sociais pode afetar a forma como as pessoas se organizam no dia a dia e os efeitos disso são devastadores quando não há um acompanhamento.

“A saúde mental pode gerar danos sérios à saúde de maneira geral, como doenças cardíacas, alterações na pressão arterial e problemas digestivos, por exemplo, impactando a qualidade de vida das pessoas”, alerta.

Janeiro Branco

Ampliar a discussão e conscientizar a população sobre a importância de cuidar da saúde mental é de extrema relevância no cenário atual em que vivemos.

Pensando nisso, a Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo participa da campanha Janeiro Branco iluminando suas fachadas durante todo o mês, além de reforçar sua comunicação interna e externa para alertar a todos sobre os devidos cuidados.

A campanha é uma forma de trazer informação à população, além de divulgar dicas de prevenção com o objetivo de mostrar que a saúde mental deve ser levada a sério.

A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo oferece atendimento com especialistas em saúde mental nas suas três Unidades (Santana, Pompeia e Ipiranga), permitindo que o paciente realize as consultas e os exames necessários em um único local.

Durante a campanha, a Instituição fará divulgações voltadas para seus colaboradores, através dos seus canais internos. Já o público geral poderá conferir informações sobre prevenção, diagnóstico e formas de tratamento nas redes sociais do Hospital.

perlaboração
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Perlaboração na psicanálise: resistência e transferência

O tratamento psicanalítico acontece com dois elementos chave: a resistência e a transferência. Cada qual com suas particularidades, elas servem a um único objetivo: fazer com que o analisando consiga ressignificar seus traumas passados e conviver com as suas neuroses.

A análise possibilita que o paciente reviva seu passado enquanto observa o presente, enquanto seu analista, faz o trabalho contrário, vivendo o presente e observando o seu passado. Essa troca, crucial para o bom andamento do processo analítico é o que permite a mudança da versão do passado que o psicanalisando tem de si mesmo. A transferência, como veremos além neste texto, precisa ser vivida para que o passado possa ser compreendido de uma outra forma, para que sua visão de passado possa ser mudada. É preciso viver, não relatar para que isso aconteça. Para que aconteça a perlaboração.

O prefixo per- e a perlaboração

A psicanálise é a ciência do não dito, mas é por meio das palavras que conseguimos atingir o inconsciente. Já dizia Freud, que a linguagem é a estrada real para acessar o inconsciente e os seus conteúdos reprimidos, por isso, nada mais justo que pensar em etimologia quando vamos falar de conceitos psicanalíticos.

De acordo com a Língua Portuguesa, o prefixo “per-“, significa “através de, acima de, muito além de”. Em linhas gerais, ele é o limite máximo de alguma coisa. Pensando na Química, temos o Permanganato, Perclorato, Peróxido, por exemplo. Na vida real, temos coisas feitas e coisas perfeitas. Podemos seguir alguma coisa ou perseguir aquilo. Fazer um curso para saber mais ou então, um percurso. Com a perlaboração não poderia ser diferente.

Ao passar por um processo psicanalítico, o paciente elabora, por meio da fala, todas as suas angústias, os seus pensamentos inconfessáveis, tudo aquilo que está reprimido no inconsciente, em sua maioria sem vontade própria, mas também aquilo que é escondido por não querer deixar aflorar. Por meio da transferência, o paciente passa então, a superar suas resistências. A entender, a chegar ao nível máximo daquilo que ele elabora, a interpretar a sua história. E para isso, damos o nome de perlaboração. O nível máximo de elaboração, de compreensão, que faz com que a visão de passado daquele ser humano mude. Que faz com que ele consiga ser um pouco mais gentil consigo mesmo e com sua história e abandone os comportamentos repetitivos, compulsivos e hostis. E isso só é possível com a resistência transferencial, isto é, o relacionamento complexo e estreito entre as transferências e as resistências.

A transferência

A transferência é aquilo que permite que o trabalho psicanalítico aconteça. Já descrita por Freud nos primórdios da psicanálise, em linhas gerais, ela é o conjunto de sentimentos, de afetos e de comportamentos que o paciente experimenta com relação ao seu analista. Na análise, ao rememorar, ao reviver o passado, o paciente acaba por “culpar” o seu analista por aquilo estar acontecendo. E, nesse processo, o analista acaba por exercer um papel, naquele momento, na vida do analisando. Esses sentimentos inconscientes, também podem ser ambivalentes. O analista pode aparecer como uma figura paterna, como uma figura materna, como uma figura amiga que há muito se foi…. A transferência faz o paciente lutar por conseguir realizar seus desejos mais infantis, por meio da figura do analista. Ele está ali, em sua posição de sujeito suposto saber, no pedestal em que o analisando o coloca, e para isso, é preciso ter muito cuidado.

Por outro lado, o trabalho psicanalítico só acontece de forma proveitosa, quando se estabelece uma transferência e acima disso, majoritariamente positiva. Já é complicado normalmente para um paciente se abrir para alguém que o “santo  bateu”, imagina para alguém que o “santo não bateu”? Ou pior, para alguém que desperta sentimentos negativos como ira, raiva, fúria? A transferência é um sentimento ambivalente, mas ela deve ser majoritariamente positiva para o bom andamento da análise.

Em resumo, ela é, no linguajar popular, “o santo bater ou não” com aquele analista, com aquela figura, no decorrer da investigação dos processos inconscientes do paciente.

As resistências

As resistências sempre estarão presentes no percurso psicanalítico. Deve-se dizer ao paciente que a resistência é uma atividade do paciente. É uma ação que está praticando inconscientemente, pré-conscientemente ou conscientemente (Fenichel). Ela não é um erro, um defeito ou uma fraqueza, mas ela deve ser igualmente analisada e comunicada, porque pode interferir no processo de uma análise bem-sucedida.

Vamos às analogias: o inconsciente é uma parte escondida da mente, em que há muitos traumas reprimidos, muitos afetos mal resolvidos. Esses conteúdos são escondidos por lá para que o paciente possa viver sua realidade com plenitude. Imagina só, ter que viver normalmente com todos os traumas, acontecimentos ruins e afetos desagradáveis na consciência ou na pré-consciência? De fato, plenitude é uma coisa que nenhum ser humano conseguiria ter. Por isso, nossa mente tem mecanismos muito fortes para repreender todos esses conteúdos. Na psicanálise, quando esses conteúdos são incentivados e até mesmo, forçados para fora, para que haja a perlaboração, é comum que o paciente resista, mesmo que de forma inconsciente. É algo que supostamente, atrapalharia sua “vida normal” em um plano consciente. Por isso, não é trabalho do analista xingar ou julgar as resistências, e sim, elabora-las, fazer com que elas sejam ressignificadas ao seu nível máximo.

Integrando as interpretações e entendendo as resistências, é possível então, que a elaboração máxima aconteça, isto é, a perlaboração.

Conselhos do tarô para seu signo em janeiro
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Conselhos do tarô para o seu signo em janeiro

Eu leio tarô há quase três anos e há todo esse tempo, venho tentando encontrar uma forma de trazer esse conteúdo para o blog, mas sempre acabo desistindo depois de algum tempo. Como uma das resoluções para 2021, resolvi fazer e ver no que dá.

Então, se você gostar dos aconselhamentos do tarô para o seu signo, deixa um comentário aqui no post ou nas minhas redes sociais! Vai ser decisivo para que eu possa continuar fazendo. 🙂

Conselhos do tarô para Aquário (20 de janeiro a 18 de fevereiro)

Há uma fantasia muito presente na sua vida, seja introduzida por outras pessoas, seja por você mesmo. Não fuja da realidade, ela pode parecer sufocante e difícil algumas vezes, mas quanto mais você foge, menos você resolve. Respira fundo e enfrente alguns leões este mês.

Livro para o mês: O conto da aia, Margaret Atwood

Conselhos do tarô para Peixes (19 de fevereiro a 20 de março)

Energias de proteção e cuidado estão ao seu redor neste mês. Cuidado com a falta de paciência, imposição do seu querer e determinações que possam parecer intransigentes. Não deixe que as pessoas te reprimam, imponha seus limites pessoais e respeite-os, sem exageros.

Livro para o mês: As vantagens de ser invisível, Stephen Chbosky

Conselhos do tarô para Áries (21 de março a 19 de abril)

Tem alguém na sua vida que vai se unir a você em benefício de um objetivo comum. Um parceiro está a caminho, seja para negócios, para o amor ou qualquer outro âmbito. Mas, cuidado para não se esquecer de si mesmo quando esse momento chegar. Não deixe que isso fique tóxico.

Livro para o mês: O garoto quase atropelado, Vinicius Grossos

Conselhos do tarô para Touro (20 de abril a 20 de maio)

Você poderá ser colocado em prova este mês. É muito importante que você saiba se posicionar, conheça seus limites e acredite no que você pode fazer. Pessoas com um bom alicerce, não se deixam abalar por energias externas. Fortaleça suas estruturas.

Livro para o mês: Não se humilha, não, Isabela Freitas

Conselhos do tarô para Gêmeos (21 de maio a 20 de junho)

Uma energia de cura, de atenção e de equilíbrio rondam a vida de quem é de gêmeos este mês. É preciso olhar um pouco mais para dentro, não ter tanta passividade com relação a vida. Tome cuidado com castelos de areia e coisas que podem desmoronar com um sopro.

Livro para o mês: Redemoinho em dia quente, Jarid Arraes

Conselhos do tarô para Câncer (21 de junho a 22 de julho)

Ouça mais a sua intuição. Olhe para dentro, veja como você pode se preparar para lidar com os percalços da vida com sabedoria. Exponha seus sentimentos e não deixe que a falta de afeto e comunicação se tornem um problema em sua vida neste mês.

Livro para o mês: Querido ex, Juan Jullian

Conselhos do tarô para Leão (23 de julho a 22 de agosto)

Quem é do signo de Leão pode se preparar para um mês apaixonado. Harmonia, sucesso, plenitude e lealdade estão bem presentes nesse início de ano e ótimas promessas estão por vir. Só cuide-se para não se acostumar e perder um pouco da humildade. Avalie sempre o ponto de vista dos outros.

Livro para o mês: Quem mexeu no meu queijo?, Spencer Johnson

Conselhos do tarô para Virgem (23 de agosto a 22 de setembro)

O mês pode começar um pouco mais agitado com perdas e problemas, mas manter a calma para conseguir alcançar a clareza das ideias é ideal para entender os melhores caminhos. Aja com sabedoria e escute a sua intuição que ela vai saber o caminho certo.

Livro para o mês: Querido dane-se, Kéfera Buchmann

Conselhos do tarô para Libra (23 de setembro a 22 de outubro)

Pode haver uma frustração como resposta a algo que você fez nos últimos dias, sobretudo no âmbito emocional. Perdoe-se e seja gentil consigo mesmo. Invista um pouco mais no autocuidado e no amor próprio este mês, porque o colo que você precisa, só você consegue se dar.

Livro para o mês: contando estrelas cadentes, Gabu Camacho

Conselhos do tarô para Escorpião (23 de outubro a 21 de novembro)

Você tem um universo de possibilidades em suas mãos. Uma força para começar um novo empreendimento esse mês pode latejar dentro de você. Usufrua dessa dominância que você possui, mas não se iluda: você não tem as respostas para todas as coisas, nem o controle de tudo.

Livro para o mês: Por lugares incríveis, Jennifer Niven

Conselhos do tarô para Sagitário (22 de novembro a 21 de dezembro)

É hora de botar a mão na massa e buscar as respostas de todas as dúvidas que estavam te acompanhando desde o final de dezembro. Firme com você mesmo esse compromisso e saia em busca daquilo que te traz paz e muita luz. É um momento de renascimento, vitalidade e abundância.

Livro para o mês: O pequeno príncipe, Antoine de Saint-Exupéry

Conselhos do tarô para Capricórnio (22 de dezembro a 19 de janeiro)

Pode ser um momento de incertezas ou dúvidas, mas elas podem ser superadas de uma forma mais simples que você imagina com muita dedicação. Você vai conseguir avançar e seguir em frente, desde que lance mão de suas capacidades e dons. Cuidado com pessoas oportunistas e com a ambição.

Livro para o mês: Vermelho, branco e sangue azul, Casey McQuiston

E aí, o que achou dos conselhos do tarô para os signos em janeiro de 2021? Me conta aí nos comentários!

Pajubá Festival
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Inscrições abertas para o Pajubá Festival

Em busca de fortalecer artistas LGBTQIA+, evento realizado pela Companhia Ir e Vir, de São José do Rio Preto (SP), recebe propostas nas áreas de dança, música, literatura, audiovisual, teatro e performance até 20 de janeiro

Estão abertas as inscrições para o Pajubá Festival, evento para toda a comunidade que pretende fortalecer e visibilizar o trabalho artístico-cultural de grupos mais vulneráveis, prioritariamente das pessoas LGBTQIA+, da população negra e indígena. Realizado pela Companhia Ir e Vir, de São José do Rio Preto (SP), com programação gratuita e transmitida pela internet, o festival também irá promover reflexões sobre temas que atravessam as pessoas LGBTQIA+, buscando contribuir para o combate a práticas discriminatórias.

Grupos, coletivos, produtoras e artistas de todo o Estado de São Paulo podem enviar propostas nas áreas de dança, música, literatura, audiovisual, teatro e performance. Pelo menos 80% das atrações selecionadas serão de residentes de São José do Rio Preto.

O Pajubá Festival será realizado de 7 a 11 de abril de 2021, em formato presencial e virtual, com transmissão pelos canais da Cia. Ir e Vir no YouTube e Facebook. Essa é a primeira edição do evento, que foi um dos contemplados pelo Edital 06/2020 – Auxílio para Festivais de Culturas, da Lei Aldir Blanc, lançado pela Secretaria Municipal de Cultura de São José do Rio Preto.

As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas, exclusivamente, por meio de formulário online, através do link http://bit.ly/InscricaoPajubaFestival, disponibilizado pela Companhia Ir e Vir no Facebook e Instagram (perfis @cia.irevir), até às 23h59 do dia 20 de janeiro. No link para o formulário, também constam o regulamento completo e as demais instruções para a inscrição.

Formatos

A programação do Pajubá Festival será pautada por três ações principais: Mostra Artística, Encontros Virtuais de Ideias e Atividades Formativas. As inscrições são para três formatos dentro da Mostra Artística. São eles:

– Performances Artivistas: trabalhos performativos, preferencialmente solos, com duração aproximada de 30 minutos e que evidenciem o discurso do ativismo LGBTQIA+;

– Mostra Pop: obras nos segmentos de dança, teatro, música e artes integradas;

– Drama Queer: obras literárias com temática LGBTQIA+, cultura da população negra e cultura da população indígena, podendo ser texto teatral, poesia, conto, entre outros formatos.

Requisitos

A curadoria da Mostra Artística irá selecionar 12 propostas (quatro em cada formato), contemplando prioritariamente projetos de pessoas LGBTQIA+ que sejam idosas, da comunidade negra, indígenas, com deficiência ou mobilidade reduzida e profissionais da arte drag queen. Outro critério será o histórico de artistas, grupos ou coletivos inscritos. A curadoria será realizada por artistas de São José do Rio Preto de notório reconhecimento artístico e cultural.

A participação de menores de 18 anos será permitida somente com a autorização do responsável legal e do Juizado da Infância e Juventude. Não será permitida a presença de animais em cena. Os trabalhos selecionados serão gravados entre os dias 15 e 16 de março, na sede da Cia. Cênica, e posteriormente editados para o ambiente virtual.

Valores

Cada proposta selecionada no formato Performances Artivistas receberá o valor de R$ 1.000,00. Para a Mostra Pop, o valor individual será de R$ 2.500,00 e, para Drama Queer, de R$ 500,00.

O resultado será divulgado no dia 24 de janeiro, nas redes sociais da Cia. Ir e Vir, e também informado por e-mail aos proponentes selecionados.

Convidados

Para as demais ações do festival – Encontros Virtuais de Ideias e Atividades Formativas -, os participantes serão convidados. A mediação de Encontros Virtuais será de Alexandre Felipe, psicólogo e membro do Núcleo da Diversidade Sexual e do Núcleo das Relações Étnico-Raciais do Conselho Regional de Psicologia (subsede de São José do Rio Preto), e de Gaia do Brasil, artista plástico, maquiador, professor de dança contemporânea e drag queen.

A Cia. Ir e Vir

Completando dez anos de resistência em 2021, a Cia. Ir e Vir tem construído ao longo de sua trajetória uma identidade própria, através da pesquisa sobre o teatro contemporâneo, atrelada a temas que promovam um self da sociedade atual, com propostas inseridas no cotidiano brasileiro. O grupo inseriu-se rapidamente no panorama regional, obtendo reconhecimento pelo engajamento artístico-político-social na cobrança de políticas públicas em São José do Rio Preto, onde está sediado.

Conceito

O Pajubá Festival surgiu da urgência do fortalecimento do respeito às pessoas e à cultura LBGTQIA+, tendo em vista o avanço do conservadorismo no Brasil e, consequentemente, do agravamento da violação de direitos dessa comunidade. “O Pajubá Festival propõe um olhar para a camada menos expressiva artisticamente da cidade de São José do Rio Preto, a comunidade LBGTQIA+, não menos expressiva pela falta de conteúdo e sim pela falta de oportunidade e espaço, fazendo-se lembrar a cidade conservadora em que vivemos”, diz o diretor, dramaturgo e ator da Cia. Ir e Vir Tiago Mariusso, coordenador do Pajubá Festival.

Conhecido como o dialeto LGBTQIA+, o pajubá (ou bajubá) é mais que um punhado de gírias divertidas, como “lacre”, “bafo” ou “uó”. “Cada vez mais ele é incorporado ao vocabulário de muitos brasileiros, especialmente ao dos jovens, mas possui raízes históricas e, o mais importante, de resistência”, aponta Mariusso.

O pajubá tem origem na fusão de termos da língua portuguesa com termos extraídos dos grupos étnico-linguísticos nagô e ioruba, que chegaram ao Brasil com os africanos escravizados originários da África Ocidental e reproduzidos nas práticas de religiões afro-brasileiras. “Os terreiros de candomblé sempre foram espaços de acolhimento para as minorias, incluindo a comunidade LGBT+, que passou a adaptar os termos africanos em outros contextos”, observa o coordenador do evento.

Por conta disso, intitular o festival com o nome Pajubá, segundo ele, é reconhecer a origem dessa homogeneidade da cultura brasileira, e ao mesmo tempo despertar a curiosidade na busca por nossas raízes. “A arte LGBTQIA+ foi e é pulsante, seja no teatro, na dança, na música ou nas artes plásticas, bem como nas casas noturnas, com seus performers e a variada reverberação da arte drag queen”, pontua.

Mais informações ou dúvidas pelo e-mail: [email protected].

 

SERVIÇO:

Pajubá Festival

Inscrições: até 20 de janeiro de 2021

Público-alvo: Grupos, coletivos, produtoras e artistas da dança, música, literatura, audiovisual, teatro e performance de todo o Estado de São Paulo (no mínimo, 80% das atrações selecionadas serão de residentes de São José do Rio Preto)

Formulário de inscrição e regulamento: http://bit.ly/InscricaoPajubaFestival

Realização: Companhia Ir e Vir, através do Edital 06/2020 – Auxílio para Festivais de Culturas, da Lei Aldir Blanc

Mais informações: [email protected]

currículo
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9 dicas para turbinar seu currículo hoje

Ter um bom currículo é o primeiro passo para encontrar um emprego. Mas você já se perguntou se o seu currículo está bem feito e de acordo com o que os recrutadores mais procuram no mercado de trabalho?

Não existe nenhuma receita de bolo ou currículo perfeito, por isso, é preciso conhecer bem a empresa que deseja trabalhar, sua área de atuação e saber quais informações devem ser destacadas ou eliminadas do documento. Além disso, saber como se destacar perante a milhares outros currículos que estarão juntos ao seu é um desafio para poucos.

Por isso, conversei com duas profissionais de grandes multinacionais instaladas no Brasil, alinhei com tudo o que já me falaram enquanto eu estava procurando emprego e separei algumas dicas, olha só:

Economize nos dados pessoais

Todo currículo tem dados pessoais, mas não todos. Você precisa fornecer seu nome completo, e-mail, telefone de contato, redes sociais e cidade onde mora. O empregador não quer saber (e nem precisa) o seu número de RG, CPF, nome dos pais, nem nada disso.

A única exceção vale para o certificado de reservista se você estiver na idade entre 17 e 19 anos, que é o período de alistamento militar. Muitos jovens nessa época ainda não foram dispensados pelo exército e a empresa precisa saber antes da contratação. Se você já tem seu número, pode ser um diferencial. Só não esquece de tirar depois!

Coloque foto apenas se pedir foto

Muitas pessoas acham que é super necessário colocar foto no currículo, mas não é uma regra obrigatória e ela só deve ser colocada se for uma exigência. Muitas empresas ainda pedem o currículo e uma foto separadamente, para não precisar poluir. Em casos que a foto é exigida, escolha uma simples e natural. Nada de selfies, fotos no espelho, em festas ou com edições pesadas.

Tente fazer o currículo em uma folha só

Seu currículo deu mais de uma folha? Verifique se todas as informações que estão ali realmente precisam constar.É melhor se garantir em uma folha só, de maneira objetiva e sem rodeios. Seja direto e sucinto!

Veja se todas os lugares que você trabalhou precisam estar ali

É fato que a experiência profissional é a parte mais importante do currículo, mas é realmente relevante colocar aquele emprego de bartender que você ficou 1 semana ao aplicar em uma vaga na área de informática, por exemplo? Coloque suas experiências mais relevantes, de forma que o futuro empregador saiba quais foram suas funções e realizações dentro da empresa anterior e se você é alguém que ele pode contar a longo prazo.

Cuidado com os cursos que você coloca no currículo

Vale a mesma premissa do item anterior. Vale a pena colocar seu curso de tarô online ao aplicar para uma vaga de cozinheira? Não! Por isso, coloque apenas aqueles cursos que possam agregar ao emprego que você está aplicando e que sejam seu diferencial perante aos outros concorrentes.

O interessante é que você analise bem cada vaga e empresa que deseja aplicar para moldar seu currículo de acordo com ela. Outras informações, você pode dar na entrevista caso haja abertura.

Especifique áreas de atuação, não cargos desejados

Ao enviar seu currículo, você provavelmente sabe para qual vaga está aplicando. No entanto, um erro comum da maioria dos profissionais é de colocar o nome da vaga nas áreas de atuação, o que muitas vezes leva o candidato a nem ser chamado para a seleção. Coloque as áreas que você se sente apto a atuar dentro da empresa, em que você tem experiência e no que você é bom.

Quem sabe você não consegue a vaga que aplicou mas consegue outra que a empresa manteve escondida até ler seu currículo? Muitas organizações mantém bancos de dados com candidatos que já passaram por processos seletivos.

Currículo com linguagem perfeita e formatação excepcional

Utilize sempre uma linguagem culta, simples e sem exageros. Não queira enfeitar muito, usando palavras difíceis ou escritas muito formais. Seja objetivo, se garanta na simplicidade e mantenha sempre a gramática e a ortografia impecáveis. Não cometa erros de português.

Cuidado com a forma de formatar seu currículo e tente sempre manter um padrão. Se você pulou uma linha entre uma experiência e outra, faça isso com todas, por exemplo. Tome cuidado também com currículos muito “fora da caixa” se não é da sua área de atuação.

Fale a verdade

Parece clichê, mas ainda hoje, muitos profissionais mentem ou aumentam informações nos currículos para passar a frente dos seus concorrentes. Acontece que chega na hora do teste prático e o candidato não sabe fazer o que prometeu. É mais comum do que se imagina e para evitar esse tipo de constrangimento, prefira sempre ser 100% você no currículo e falar sempre a verdade em todos os tópicos. Mas seja sensato! Nada de detonar o ex-chefe ou falar mal de outras empresas.

Não é necessário colocar que é LGBT

Para Érica Souza, analista de Recursos Humanos de uma multinacional do ramo alimentício, essa é uma informação que não deve estar no currículo porque é algo que deve ser levado como comum. “Se a pessoa se valorizar, ela vai acreditar no seu potencial e focar nas suas habilidades. Empresas que valorizam o fator diversidade e inclusão, não vão te selecionar só porque você é LGBT”, explica.

Ainda é importante ressaltar que em um currículo, devem constar apenas informações acadêmicas e profissionais, não sobre o lazer ou detalhes da vida pessoal, que devem ser deixados para uma entrevista pessoal caso o candidato se sinta a vontade. “Tudo está sendo avaliado, desde o primeiro contato por mensagem ou telefone, até o contato pessoal. O que eu levo em conta é se a pessoa tem o perfil e potencial para ocupar a posição, se cumpre todos os requisitos da posição, etc”, completa Joana*, gerente sênior de talentos de um grupo mundial de mídia e televisão.

E claro que eu não ia te deixar na mão nesse momento, né? Montei um modelo simples e padrão de currículo para você inserir as suas informações pessoais e arrasar por aí na sua procura pelo trabalho perfeito. Para baixar, é só preencher com seu nome e e-mail abaixo e correr para sua caixa de entrada!

[contact-form-7 id=”59569″ title=”Currículo”]

*Os nomes foram trocados para manter a identidade das entrevistadas preservadas.

ditadura da beleza
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A ditadura da beleza na comunidade gay

Esses dias eu estava conversando com uma amiga minha sobre a ditadura da beleza. Sobre o quanto esse mito atinge mulheres, todos os dias, desde sempre. Sempre precisam estar magras, comer pouco e seguirem padrões que a sociedade determina. Isso me fez refletir um pouco sobre essa ditadura da beleza do lado de cá, sobretudo na comunidade gay. É inegável que ela ainda é mais forte sobre as mulheres e tem se tornado cada dia mais potente na comunidade LGBTQ+.

Cresci lendo a Revista Capricho, que era uma revista “de menina”. Eu sempre queria saber fofocas do mundo dos famosos que eu era fã e sempre ignorava aquelas partes de editorial de moda. Apesar de hoje, perceber que talvez aquilo tenha sido o pontapé inicial desse mito da beleza para muitas meninas. Como um garoto cis e homossexual, eu sempre ignorei aquelas partes da revista. Até que entraram os Colírios Capricho no jogo.

Os Colírios, para quem não é da época, eram um grupo de meninos escolhidos para representarem a revista, representarem o lado masculino da coisa, já que a revista era majoritariamente para o público feminino. Eles eram escolhidos por votação, sempre pela beleza. Os meninos magrinhos eram escolhidos hora ou outra, mas os fortinhos sempre ganhavam. E eu era um pré-adolescente que me achava gordinho.

Quando entrei na adolescência, comecei a fazer academia. Eu queria por tudo que era mais sagrado ser magrinho, como os Colírios da Capricho, e quem sabe, até mesmo ter aquele abdome definido. Eu achava que assim eu ia “comprar” com a minha aparência toda a aceitação social que eu precisava.

Eu emagreci bastante durante a adolescência e nas épocas de academia, consegui ter o projeto de uma barriga definida que desaparecia a cada respiração mais forte que eu dava. Mas tudo bem, eu me contentava em ser só magrinho mesmo.

O tempo foi passando e eu mantive essa questão da ditadura da beleza supostamente padrão, comigo. Oscilando épocas comendo muito e épocas comendo pouco. De modo geral, comia muito pouco e sempre ficava preocupado com meu peso. Na minha cabeça, eu não podia ultrapassar certos números na balança.

E é engraçado que hoje, sou mais tranquilo com relação ao meu corpo. Não tenho mais vergonha de tirar a camiseta na praia, por exemplo. Mas não é assim pra todo mundo. Vejo uma compulsão enorme na comunidade gay para sempre ser o mais jovem, o mais “padrãozinho” possível. Mas afinal, o que é o padrão? Não era pra cada um ter o seu padrão do que quer ou não quer na vida?

Durante a quarentena, esse processo de pazes com quem eu sou, com o meu biotipo e com a minha alimentação tem sido um processo. Eu gosto de comer coisas mais leves na maioria dos dias, mas também gosto de um podrão no final de semana. Minha saúde está 100%. Faço exercícios físicos sempre que dá (não é todo dia, mas é melhor que nada). E esse processo se intensificou quando um dos Colírios, da minha época de Capricho, deu um pontapé inicial: Federico Devito e sua postagem no Instagram sobre a mudança de hábitos que a quarentena trouxe pra todos nós.

Tudo bem a gente querer se cuidar. Mas autocuidado não é autoflagelo. Não é ditadura da beleza, nem uma competição de quem tem o padrão mais padrão.

Afinal, a gente nem sabe o que é padrão.

reserva de emergência
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Reserva de emergência: você tem a sua?

Ter uma reserva de emergência é essencial para cobrir gastos que aparecem do nada na nossa vida. Eu mesmo, durante meu inferno astral, tive que trocar meu computador e meu celular, de uma vez só. Se eu não tivesse seguido esses passos, lá no passado, e ter criado minha reserva de emergência, com certeza eu estaria largado às traças agora ou endividado até o pescoço no cartão de crédito.

As dicas que separei aqui embaixo são as que deram certo para mim, mas elas podem não servir para a sua realidade, por isso, leia, entenda e adapte alguma forma de funcionar para você, combinado?

Defina seu custo de vida mensal

Antes de começar uma reserva de emergência, você precisa saber quando sua vida custa em um mês. Coloque todos os seus gastos essenciais, tudo aquilo que é importante para você (tire os supérfluos, que você vive sem, nesse momento) e some. Esse resultado, você multiplica por 6 para encontrar o valor mínimo da sua reserva de emergência. Vale a pena ressaltar que seu custo de vida mensal nem sempre é o valor do seu salário, por isso, o cálculo é importante.

Separe 10% do seu salário todos os meses

Se for possível, assim que seu salário cair na conta, tire 10% dele, no mínimo e guarde para a sua reserva de emergência, depois você direciona o resto. Se isso não for possível, arredonde seu saldo depois de pagar a sua conta. Se tem R$ 122,90 na sua conta, por exemplo, mande R$ 22,90 para a reserva. Se isso não for possível, mande R$ 2,90 ou então, R$ 0,90. Qualquer quantia é válida.

Não deixe a reserva de emergência morrer

Nada de guardar esse dinheiro embaixo do colchão! A reserva precisa ser investida para que você não perca dinheiro para a inflação com o passar do tempo. Invista em uma modalidade de investimento com rentabilidade diária, isto é, que você pode sacar a qualquer momento. O intuito da reserva não é te deixar rico, e sim, estar lá, protegida da inflação para quando você precisar. O MercadoPago, o PicPay e até o Nubank, oferecem opções para fazer o saldo bancário render.

Procure não deixar o dinheiro parado na sua conta bancária, em uma caderneta de poupança (rende menos que a inflação) ou em investimentos arrojados que apresentem um alto risco, como ações.

E aí, você já tem uma reserva de emergência? Como ela está atualmente? Devo confessar que a minha está zerada. Estava invicta até que precisei trocar de celular e computador (eles quebraram, não foi por luxo), por isso usei sem medo. Quando o momento de usar chegar, vai sem fundo. O dinheiro está ali pra isso!

Aluguel: guia completo para morar sozinho - Beco Literário
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Aluguel: tudo o que você precisa saber antes de morar sozinho

Sair de casa por si só já é um tremendo desafio. A coisa ainda pior quando a gente sai para morar de aluguel, o que acontece em 99% dos casos dos jovens-adultos (a menos que você tenha ganhado na mega-sena ou algo do tipo).

Eu saí de casa tem dois anos e já passei por vários perrengues de aluguel, por não entender, por ter medo de argumentar e perder o imóvel e outras coisas piores. Por isso, separei alguns pontos que você precisa se atentar quando for alugar sua casa, seja sozinho ou em conjunto com outra pessoa.

Organize o aluguel

A locação é um processo muito simples, mas pode se tornar prejudicial para as duas partes se não for organizada. Por isso, saia na frente e preste muita atenção no seu contrato der aluguel. Tenha tudo guardado, todos os documentos e recibos de pagamento (conta de água, de luz, IPTU, condomínio…) e dê sempre preferência por depósitos em conta bancária para ficar registrado.

Atente-se na vistoria

É preciso fazer uma vistoria de entrada e uma vistoria de saída no imóvel. Qualquer coisa que estiver em desconformidade com a vistoria de entrada, é preciso ficar atento e documentar. Não pode ser cobrado do inquilino nada além daquilo que está na vistoria assinada.

Caso o inquilino precise trocar alguma coisa na moradia, é preciso documentar e justificar o porquê da troca, mesmo de for por algo de melhor qualidade em comparação com o que estava antes.

Documentações

A responsabilidade de verificar os documentos e a regularidade do imóvel antes de fechar negócio é do inquilino. É preciso se certificar de que tudo está nos conformes para não ter nenhuma surpresa depois. O ideal aqui é pedir o número da matrícula do imóvel para consultar e deixar guardado. Pode acontecer do proprietário nem ter esse número. Nesse caso, é preciso tirar na prefeitura da cidade.

Contrato de aluguel

Nunca abra mão! O contrato deve ser feito sempre com contrato, nunca sem ele, seja por imobiliária, corretor ou particular. O ideal é que o contrato tenha cláusulas com no mínimo um ano de permanência e multa para as duas partes caso algo não seja cumprido.

Depósito caução

O inquilino não pode pagar como caução mais que três valores do aluguel. Muitos proprietários colocam como caução os valores de aluguel + condomínio + IPTU e isso é contra a lei. Fique de olho.

Além disso, o valor do caução deve ficar aplicado no mínimo em uma caderneta de poupança. 99% das pessoas gastam o caução e isso é errado.

E aí, você já passou por alguma experiência de aluguel? Me conta aí nos comentários como foi!