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Plantas no quarto ajudam a purificar e umedecer o ar e podem garantir uma noite de sono mais tranquila

Cultivar plantas em ambientes internos se transformou em um hobbie de muitas pessoas nos últimos meses. Com o distanciamento social tão necessário em período de pandemia, muitas pessoas passaram a ficar em casa mais tempo, e transformaram a rotina incluindo atividades estimulantes e desestressantes para que a vida em casa não se torne maçante. Além de uma boa distração, ter plantas é uma ótima forma de decoração, dando mais charme aos ambientes, e pode trazer vários benefícios.

De acordo com especialistas, plantas nos quartos, por exemplo, pode melhorar muito a qualidade do sono. “Não há objeções para a presença de plantas no interior de quartos e dormitórios. Inclusive, existem espécies que podem auxiliar na qualidade do sono”, comenta Creuza de Fátima dos Santos, florista da Esalflores, maior rede de floriculturas do país. A especialista preparou uma lista com sugestões de plantas que podem contribuir para um sono melhor.

Babosa: a famosa planta, que pertence a categoria das suculentas, é conhecida pelo seu óleo repleto de vitaminas e nutrientes. Pouca gente sabe, mas ela também consegue purificar o ar, por isso é muito benéfica para espaços fechados, entre eles os quartos. Para continuar saudável, ela necessita de regas esporádicas e sol diário.

Samambaia americana: possui a característica de umidificador natural do ar. Se adapta bem a casas, apartamentos e locais de pouca ventilação desde que sejam bem iluminados. Gosta de umidade e precisa de regas frequentes.

Lavanda: com propriedades relaxantes e tranquilizadoras, é umas das espécies mais indicadas para ambientes internos. Precisa ser exposta a luz natural pelo menos 6h por dia e ser regada apenas quando a terra estiver seca.

Hera: reduz a quantidade de mofo no ar, por isso consegue auxiliar muito na minimização de sintomas de alergias respiratórias. Se a dapta a meia sombra ou sol pleno. Regas de duas a três vezes por semana.

Gérbera: enquanto muitas plantas liberam uma quantidade maior de gás carbônico durante a noite, a gérbera consegue manter a liberação de oxigênio. Ideal para ambientes de meia sombra com duas a três regas por semana.

Crisântemo: tem a característica muito particular de purificar o ar e auxiliar na eliminação das substâncias do tabaco. O ideal é ficar próxima a janela, pois precisa de luz direta. A rega deve ser feita preferencialmente no período da manhã, evitando molhar a folhagem, de duas a três vezes na semana dependendo do aspecto da terra, que deve sempre estar úmida.

Espada de São Jorge: recomendadíssima para melhorar a qualidade do ar. Elas são quase imortais e fáceis de cuidar. Estudos mostram que a Espada de São Jorge ajuda prevenir irritação nos olhos, problemas respiratórios e dores de cabeça.

dia mundial do livro
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Dia Mundial do Livro: 4 livros que trazem culturas e histórias de diferentes lugares

No dia 23 de abril é celebrado o “Dia Mundial do Livro”. A data foi escolhida em tributo aos escritores Miguel de Cervantes, Inca Garcilaso de La Vega e William Shakespeare, que morreram em 23 de abril de 1616. Escolhida em 1995 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) o objetivo desse dia é não só incentivar a leitura como também homenagear e refletir sobre os direitos dos autores de todo o mundo.

No momento de pandemia que estamos vivendo, os livros são uma oportunidade de viajar para outros países, culturas, e universos, sem sair de casa. Para ajudar a tornar essa experiência ainda mais mágica, a Disal, referência no mercado editorial, selecionou obras com histórias de  diferentes nações para que o leitor aprenda e se encante neste Dia Mundial do Livro.

Confira:

Ndule, Ndule – Assim Brincam As Criancas Africanas – Rogério Andrade Barbosa

Criança é criança em qualquer lugar. Todas gostam de correr, pular, jogar, inventar, cantar e se divertir. Os irmãos Korir e Chentai pesquisam com os amigos de toda a África as brincadeiras de que mais gostam. Os meninos e meninas espalhados pelo continente africano adoram brincar. E elas dividem essas brincadeiras com os pequenos leitores.

Saiba mais:  https://cutt.ly/6cX06uE

Mulan – Elizabeth Rudinick

Esta adaptação inédita da multimilenar lenda chinesa traz a jornada épica de Mulan, uma jovem destemida que arrisca a própria vida por amor à família e à pátria para se tornar uma das guerreiras mais reverenciadas e respeitadas de toda a China. Comouma das maiores heroínas da literatura chinesa, Mulan ficou eternizada entre os ocidentais em particular por causa da animação produzida pela Disney em 1998.

Saiba mais: https://cutt.ly/HcX3yin

O Meu Pé de Laranja Lima – José Mauro De Vasconcelos

Um clássico da literatura brasileira, com adaptações para a televisão, o cinema e o teatro, O Meu Pé de Laranja Lima foi lançado em 1968 e traz uma história fortemente autobiográfica. O protagonista Zezé tem 6 anos e mora num bairro modesto, na zona norte do Rio de Janeiro. O pai está desempregado, e a família passa por dificuldades. O menino vive aprontando, sem jamais se conformar com as limitações que o mundo lhe impõe – viaja com sua imaginação, brinca, explora, descobre, responde aos adultos, mete-se em confusões e causa pequenos desastres.

Saiba mais: https://cutt.ly/LcNr21l

Nasrudin – Regina Machado

Originário do folclore da Turquia, o personagem Nasrudin é um mulá (que em árabe significa “mestre”). É um herói curioso: parece ingênuo, mas é mais esperto do que todos nós.

Saiba mais em: https://cutt.ly/KcX8Lgm

Enquanto eu não te encontro, de Pedro Rhuas
Atualizações, Livros

Em julho, vem aí “Enquanto eu não te encontro”, de Pedro Rhuas

Em seu livro de estreia, Pedro Rhuas traz uma história sobre amor à primeira vista, encontros e desencontros, cultura nordestina, música pop e drag queens.

Nenhum encontro é por acaso.

A vida tem sido boa para Lucas. Ele passou no Enem para estudar publicidade; se mudou com Eric, seu melhor amigo, do interior do Rio Grande do Norte para a capital; e conseguiu sua tão aguardada liberdade. Mas, no amor, Lucas é um desastre. O maior fã de Katy Perry no Nordeste tem certeza de que nem toda a sorte do mundo poderia fazer com que ele finalmente se apaixonasse pela primeira vez.

Até que, em uma despretensiosa noite de sábado em 2015, tudo muda. Quando Lucas e Eric vão na inauguração do Titanic, a mais nova balada da cidade, Lucas esbarra (literalmente!) em Pierre, um lindo garoto francês que parece ter saído dos seus sonhos. Em meio a drinques, segredos e sonhos partilhados, Lucas e Pierre se conectam instantaneamente. Eles vivem o encontro mais especial de suas vidas, mas o Universo tem outros planos para o futuro… Até a noite acabar, o que será que vai acontecer com eles?

Com uma voz original e divertida, repleta de referências pop e à cultura do Rio Grande do Norte, o livro de estreia de Pedro Rhuas vai te fazer rir alto e se apaixonar.

PEDRO RHUAS cresceu entre o Rio Grande do Norte e o Ceará. Contador de histórias, é escritor, cantor e jornalista. Suas letras e narrativas contam sobre amores à primeira vista, protagonismo LGBTQIAP+ e as potências de um Nordeste vivo. Enquanto eu não te encontro é seu livro de estreia e foi o ganhador da Clipop, o concurso literário da editora Seguinte.

"Enquanto eu não te encontro", de Pedro Rhuas

Número de páginas: 320 Preço: R$ 49,90 Lançamento: 05/07/2021 Capista: Renata Nolasco

Palavras-chave: literatura jovem; LGBTQIA+; gay; romance contemporâneo; primeiro amor; amor à primeira vista; amizade; cultura pop; faculdade; publicidade; Nordeste; Rio Grande do Norte; Natal; identidade; amadurecimento; Titanic; intercâmbio; humor; drag queen; Katy Perry; França; Paris; Versalhes; música; balada

Lua cheia em virgem
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Sábado de Lua Cheia em Virgem: energia influencia o trabalho e a saúde

Neste sábado, 27, acontece o ápice da Lua Cheia, às 5h19. O evento tem uma energia muito potente e é um ótimo momento para liberar aspectos da vida que já não servem mais, como hábitos, vícios, relacionamentos, atitudes etc. Este mês, a lunação é em Virgem, o que carrega a influência do signo para estas questões e deixa as coisas mais práticas.

“As Luas Cheias sempre são vistas como momentos em que a energia astrológica atinge o clímax. No signo de Virgem, a energia é voltada para a produtividade e o ajuste, favorecendo tarefas que consomem tempo, detalhes e concentração”, explica a astróloga Sara Koimbra.

Quando a Lua está em Virgem, as questões práticas ficam mais em evidência. É um bom momento para prestar qualquer tipo de serviço, principalmente na área profissional. Além disso, é possível perceber uma pequena melhoria no ambiente de trabalho. “As conversas e as emoções durante esse trânsito são repletas de análises, às vezes críticas ou para encontrar falhas. Usar a crítica de uma maneira construtiva é importante porque as soluções práticas vêm agora e é mais fácil dividir as metas em etapas”, aconselha a especialista.

Outro ponto em alta neste período é a saúde, que entra no radar. “É um bom momento para olhar sua rotina diária. Este movimento favorece readequações à dieta e implementação de exercícios para que o sistema corporal funcione melhor”, conta Sara.

A astróloga também destaca um ritual para aproveitar a energia dessa Lua Cheia em Virgem.

“Pegue uma caneta, um papel, uma vela branca e um pratinho. Escolha o dia do ápice da Lua Cheia, depois do pôr do Sol, e um ambiente tranquilo para o ritual. Esteja calmo e concentrado em suas intenções ao aceder a vela. Visualize uma luz azul e escreva seus desejos no papel, sendo bastante sincero. Como a Lua será em Virgem, pedidos de saúde, cura, organização, clareza de ideias, ansiedade, depressão, estudos, concursos e tudo o que é voltado à mente, à saúde ou para ajudar o outro são potencializados. Coloque o papel embaixo do pratinho e deixe a vela queimar. É importante que ela queime com a sua presença no ambiente, por isso, se precisar sair pode apagar a vela e, ao voltar, acenda novamente. Ao terminar, dobre o papel três vezes e guarde em um local que só você tenha acesso. À medida que os pedidos vão se realizando, vá queimando o papel. Quando já estiverem todos realizados, pegue as cinzas e jogue de volta para a natureza, na terra, na água corrente, ao vento etc.”

eventos astrológicos
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Eventos astrológicos da semana mudam perspectiva sobre o mundo

Fevereiro traz alguns posicionamentos que podem mudar a forma como enxergamos o mundo e as pessoas a nossa volta. Os acontecimentos importantes da terceira semana de fevereiro são: a primeira quadratura do ano de Saturno com Urano, Sol entrando na temporada de Peixes e Mercúrio em Aquário.

“Nesta quarta-feira (17) temos um evento relativamente raro, mas que vai acontecer três vezes este ano. Quando Saturno e Urano estão em quadratura, ou seja, em um ângulo de 90° um do outro, a gente tem uma tensão que cresce entre as duas energias. Saturno vai querer controlar e Urano vai querer romper, seguir o fluxo”, explica a astróloga Sara Koimbra.

A especialista conta ainda quais serão as influências dos astros nestes próximos acontecimentos.

17 de fevereiro – Saturno em quadratura com Urano (1 de 3)

Fevereiro apresenta a primeira de três quadraturas entre Saturno-Urano este ano, além de um Stellium (quanto temos mais de um planeta no mesmo signo) de planetas em Aquário e um Mercúrio retrógrado em Aquário.
Saturno representa estruturas, organizações, corporações, governos e controle. Urano é um planeta revolucionário e rebelde, e seu objetivo é chocar as fundações – especialmente enquanto estiver no signo terrestre e material como Touro. Isso pode ser sinal de um momento de turbulências econômicas que, inclusive, já estamos enfrentando agora. Veremos uma reestruturação econômica massiva junto com grandes movimentos sociais.

Durante este período, é importante se preparar para interrupções, transtornos e mudanças que podemos não necessariamente esperar, mas agora temos que lidar. Uma maneira de trabalhar com isso é internalizarmos o espírito aquariano e buscar formas concretas de mudança social.

Quaisquer temas ou projetos que você comece a desenvolver por volta da data deste primeiro quadrado direto farão parte da sua vida ao longo de 2021. Preste atenção às casas que Saturno e Urano estão transitando em seu mapa.

18 de fevereiro – Sol em Peixes às 7h43

Bem-vindos à temporada dos sonhos e das percepções intuitivas. Quando o Sol entra em Peixes, tendemos a estar mais adaptáveis e compreensivos. Peixes é regido por Netuno e Júpiter. Especialmente Júpiter em relação ao Sol: são amigáveis um com o outro. Seremos bons ouvintes e facilmente adaptáveis às situações.

A influência de Netuno, planeta responsável pela nossa imaginação, ilusões, do contato com o subconsciente, das artes, faz com que a temporada de Peixes potencialize nossa capacidade de sonhar, de sermos empáticos, criativos e de maturidade em relação à nossa conexão espiritual com o todo. É uma temporada de caridade, mas também uma temporada em que decisões extremamente importantes, que se baseiem em pragmatismo, devem ser adiadas pela propensão a nos iludirmos mais.

Com a temporada de Peixes, as artes entram em foco: cinema, música, fotografia, teatro. A melhor fase para descobrir um bom filme, um novo estilo musical e, principalmente, para entrar em contato com a espiritualidade.

20 de fevereiro – Mercúrio direto em Aquário

Quando Mercúrio está retrogrado, pode haver contratempos relacionados aos assuntos que ele tange: transporte, comércio, comunicação etc. Uma vez que Mercúrio entra em movimento direto em Aquário, todos os signos poderão sentir uma mudança no padrão de pensamento, comunicação etc.

Com Mercúrio retrogrado, a recomendação é reavaliar esses temas, principalmente por ter estado no signo de Peixes, que acentua as questões abstratas e espirituais, não as lógicas. Agora, com Mercúrio direto em Aquário, nossa mente racional pode ficar mais ágil e voltada à inovação e a soluções estratégicas que pareciam difíceis de alcançar nas últimas semanas.

aquário
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Lua Nova em Aquário pode mexer com as emoções

A partir desta quarta-feira, 11, as emoções mais rebeldes podem aflorar, isso porque a Lua Nova de fevereiro é em Aquário, evento que encoraja a liberar o passado e entrar em uma nova fase com ousadia.

A Lua Nova representa novos começos. É um bom momento para plantar sementes, começar projetos, dar os primeiros passos em direção a uma nova meta ou começar a manifestar algo que deseja trazer para a vida. A astróloga Sara Koimbra conta como a Lua Nova pode mexer com as emoções. “As luas novas obviamente trazem noites mais sombrias, então também são consideradas um momento ideal para reflexão, permitindo que você se interiorize e entre em contato com seus objetivos. Você pode se sentir menos social”, afirma a especialista.

Considerando que Aquário governa a casa das amizades, quando a Lua se move para este signo é possível sentir necessidade de mais proximidade com o coletivo, com amigos e grupos, além de aspirar novas metas e interagir. “É um momento de projetar as coisas em relação ao coletivo, ter novas expectativas, novos conceitos e novos planos, mas não é um momento de colher isso. São novas sementes, mas entre o plantar e o colher tem um momento”, explica.

“A Lua em Aquário também pode provocar emoções mais rebeldes, podemos nos sentir sedentos por liberdade e quebra de rotina. Dar adeus aos hábitos de sempre. A Lua Nova de Aquário nos encoraja a liberar nosso passado para que possamos entrar com ousadia na próxima fase de nossas vidas”, finaliza Sara Koimbra.

histeria
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Histeria e gaslighting: o machismo presente na sociedade contemporânea

O termo “histeria” é datado de mais de 2000 anos. Tendo passado por várias transformações ao longo dos séculos, saiu de significado para enfermidades do útero até para categoria descritiva de condições psíquicas. O fato é, ele foi empregado de diversas maneiras ao longo da história, por isso, entender histeria corresponde a entender um pouco da história etimológica e etiológica do termo.

Hoje, vivemos na sociedade da informação e cada vez mais, movimentos contra o machismo e o patriarcado tem ganhado forças, com razão. Uma das pautas desse movimento corresponde ao paralelo que traçarei nesse texto, entre histeria e gaslighting, já que, um homem com opiniões fortes é alguém socialmente importante, e uma mulher, que se porta da mesma maneira, é tida como “histérica”.

A histeria

Supõe-se que o termo “histeria” tenha sido usado pela primeira vez por Hipócrates, considerado por muitos como o “pai da medicina”. O termo originou-da palavra grega “hysterikos”, que se referia a uma condição clínica peculiar a mulheres, causada por enfermidades no útero. Acreditava-se, nessa época, que a causa da histeria fosse um movimento irregular de sangue do útero para o cérebro.

Foi então, que no final do século XIX, Jean-Martin Charcot, neurologista francês, passou a empregar a hipnose para estudar a histeria, demonstrando que o quadro histérico acontecia por causas psicológicas e não físicas, como se acreditava até então. Sigmund Freud, pai da psicanálise, estudou um tempo com Charcot e seus métodos hipnóticos e posteriormente, compreendeu e postulou que a histeria era uma neurose causada por um trauma psíquico na infância cuja representação se separava do afeto aflitivo causado pelo trauma e vinha a trazer sintomas somáticos aos pacientes (o que ficou conhecido como conversão histérica).

A histeria foi o que permitiu Freud a dar seus primeiros passos para criar a Psicanálise e o que hoje conhecemos como cura pela fala. Dando um pequeno salto temporal, hoje, é sabido que a histeria não é uma neurose que acomete somente as mulheres, isto é, ela também pode estar presente nos homens, no entanto, devido a grande popularidade que o termo ganhou com o passar dos anos, ele não é mais usado na psiquiatria contemporânea, por exemplo, por estigmatizar pessoas, sobretudo, mulheres.

O termo hoje pode causar confusões diagnósticas e por isso, alguns especialistas denominam a histeria como um “transtorno dissociativo”, ou seja, os sintomas quando não advém de um quadro orgânico, possivelmente vem de um quadro psiquiátrico com bases mais severas, como a depressão, por exemplo. Além disso, a classificação internacional de doenças (CID-10), divide a histeria em vários grupos diagnósticos, como o “Transtorno de Personalidade Histriônica”.

Concluímos que o termo histeria, apesar de ser usado para caráter de estudo e compreensão, deve ser utilizado com cautela e sempre especificado de acordo com o que é compreendido nos dias de hoje para evitar a estigmatização que já é tão presente em nossa sociedade como compreenderemos ao final deste texto.

O gaslighting

“Gaslighting” é o termo inglês usado para designar uma forma de abuso psicológico que, basicamente, faz as vítimas duvidarem de si mesmas e das informações que possuem. Também popularizado simplesmente como “manipulação”, está muito presente em relacionamentos abusivos, principalmente, mas não exclusivamente, entre homens e mulheres.

O termo surgiu com a peça teatral “Gas Light”, de 1938, em que havia uma manipulação psicológica intensa utilizada pelo protagonista com a sua vítima. O enredo fala de um marido que tenta convencer sua esposa de que ela é louca, manipulando pequenas coisas, insistindo no seu erro, nas suas incoerências e enganos, quando ela percebe. Esse breve resumo da peça, por si só, é um exemplo clássico de como o gaslighting pode acontecer dentro de relacionamentos afetivos.

O abuso psicológico acontece na distorção. O abusador distorce informações, omitindo ou inventando de forma sutil e seletiva para o seu próprio favorecimento, de forma com que a vítima passe a duvidar de sua própria memória, percepções e sanidade mental. Ele pode acontecer de forma mais simples, com negações do agressor sobre abusos anteriores (um exemplo famoso é o “isso não aconteceu dessa forma, você percebeu errado…”) até de formas mais severas como a desorientação total da vítima (por exemplo, esconder objetos, apagar provas concretas e coisas que possam comprovar a percepção do sofredor).

A estratégia do gaslighting é fazer com que a vítima se sinta paranoica. Todos os seus pensamentos, ações, emoções e percepções são reduzidos a fantasias, coisas que só acontecem em sua cabeça, segundo o abusador.

O gaslighting e a histeria: conclusão

O machismo ainda é muito presente em nossa sociedade. Por muitos anos, o mundo se construiu em uma sociedade totalmente patriarcal, em que a mulher era tida somente para servir ao homem. Essas morais foram passadas de geração para geração, sem perceber que os tempos mudaram. As mulheres não são inferiores aos homens e essa é uma luta encabeçada diariamente pelo movimento feminista, que busca a equidade entre os gêneros. Equidade para que as mulheres tenham e sejam vistas de forma correspondente aos homens, fato que não acontece na maioria das vezes, sobre tudo nessa ótica em que analisaremos a histeria e o gaslighting.

O termo “histeria”, como apresentamos, era destinado, há dois mil anos, para designar patologias relacionadas a mulheres. Isso mudou, mas os estigmas permaneceram. Hoje em dia, mesmo com todos os adventos informativos, um homem que se impõe, mostra opiniões fortes e agressivas de forma inesperada e repentina, é alguém que tem a personalidade forte.

Mas, e a mulher? A mulher que precisa se impor devido ao machismo diário da sociedade, que precisa aumentar o tom de voz para ser ouvida e muitas vezes, ser agressiva, é tida como histérica. O homem é alguém de personalidade forte (o que muitas vezes é proferido em tom positivo, de elogio), já a mulher, é uma pessoa histérica (com tom pejorativo, negativo).

O discurso de quem comete o gaslighting, principalmente em relacionamentos heterossexuais, é de que a mulher é histérica. Que as coisas não aconteceram daquela forma que ela relata, denuncia. Que ela está louca. Que ela está exagerando. E a vítima, acaba por parar e pensar “Será que estou mesmo louca? Será que as coisas realmente estão exageradas agora na minha mente?”

A nossa percepção é única e quando alguém nos faz duvidar dela, é hora de dar um passo para trás e compreender da forma mais fiel possível o que estamos sentindo e o que queremos denunciar. O gaslighting é uma estratégia perversa, sutil e muito ardilosa. Ele é uma forma de abuso disfarçada de brincadeira, de confusão. Você dificilmente estará errado ou errada com a sua percepção. Mas, o abusador quer que você se questione. Ele quer que você duvide de si mesmo e comece a ter cada vez menos autoestima para que seus abusos se tornem cada vez mais fáceis e imperceptíveis.

Vale a pena ressaltar que, apesar do exemplo citado ser em um relacionamento heterossexual, com o abusador sendo um homem e a vítima, uma mulher, o gaslighting pode acontecer em qualquer tipo de relacionamento, seja afetivo ou não. Ele pode estar presente em um relacionamento entre dois homens, duas mulheres, ou então, a vítima pode ser um homem e a abusadora, uma mulher. Além disso, ele também pode estar presente numa relação entre mãe e filho, pai e filho.

É preciso conhecer e tirar estigmas para que cada vez menos vítimas sejam encarceradas por esse tipo de abuso.

dedo podre
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Um olhar sobre a pulsão de morte: o famoso “dedo podre”

A famosa expressão “fulano tem o dedo podre” ganhou a boca do povo e não é de hoje. Tanto na vida real, quanto na ficção, pessoas vem dizendo que outras tem o “dedo podre” quando escolhem parceiros aparentemente incompatíveis com quem elas se mostram para o mundo. Um grande exemplo disso, é a personagem Marilda, no seriado “A Grande Família”, exibido pela Rede Globo nos anos de 2001 a 2014.

Na trama, a cabeleireira vivia em busca do namorado perfeito e acabava sempre por se relacionar com “cafajestes”, como ela mesmo chamava. Sua busca era incessante e em vários episódios, era comum de ver ela contando para Nenê, sua melhor amiga e protagonista do seriado, que iria cortar o seu dedo fora, porque ele era “podre” para escolher parceiros. O fim do seriado se deu com a personagem indo embora com um grande amor que ela conheceu em uma fazenda do interior e nunca mais retomando contato com a família Silva.

Esse exemplo, conhecido por quase todos os brasileiros expressa bem uma visão psicanalítica da pulsão de morte, isto é, o contrário daquela pulsão de vida, de prazer.

A expressão dedo podre

A origem da expressão “dedo podre” não é fácil de ser encontrada. Apesar de não constar em nenhum dicionário ou registro formal, ela está na boca do povo. De acordo com o Dicionário Informal, alguém que tem o dedo podre, é alguém que sempre faz as escolhas erradas, que não acerta uma, principalmente em relacionamentos. Aquela pessoa que faz más escolhas em relação ao amor e às amizades.

Psicanalisando a expressão, podemos dizer que alguém que tem dedo podre é alguém que te tem uma compulsão pela repetição. E esse estado, segundo o emprego de Freud em suas obras, denomina quando “[…] o sujeito [está] sendo obrigado, contra sua vontade, a agir de determinada forma” (Hanns, 1996, p. 100). Por isso, podemos observar que a compulsão pela repetição resulta de um conflito pulsional, que impõe ao sujeito algo que ele deve fazer, ao mesmo tempo em que isso o faz sofrer.

Observando pela perspectiva de Lacan, denominamos como o gozo. Aquele prazer, que mesmo sendo um desprazer, satisfaz, alimenta. E essa alimentação não é tudo o que a gente busca dentro de um relacionamento? Pode ter coisas erradas, mas se tem essa alimentação, “está tudo bem”, na grande maioria dos casos.

A pulsão de morte

Quando conceituamos o “dedo podre” como compulsão pela repetição, estamos vinculando o conceito à pulsão de morte.

Pulsão, para Freud, é um “impulso, inerente à vida orgânica, a restaurar um estado anterior de coisas” (Freud, [1920] 1976, p. 54). No começo de sua conceituação, Freud acreditava em duas pulsões, a sexual e a de autoconservação, que se contrapunham. Com o tempo, ele entendeu que o princípio do prazer não era único e não representava o inconsciente como um todo. Tinha um algo a mais, além do prazer.

Foi então que Freud conceituou e introduziu a pulsão de morte. Aquela pulsão desligada, desvinculada de representações, com tendência destruidora, se mantendo estagnada: sem se descarregar e sem se vincular a alguma representação.

Como toda pulsão, ela quer satisfazer o seu desejo, mas não consegue. A tendência que “sobra”, então, é a tendência pela repetição. Enquanto não há uma vinculação, a pulsão de morte se repete, retomando sofrimentos que o sujeito viveu em fases anteriores da vida, ou também, o que chamam popularmente de “repetir padrões”.

A pulsão de morte quer ser satisfeita, como toda pulsão, e quer pela via mais curta, pela descarga imediata. E para isso, ela usa da transferência de alvos – quase uma sublimação, mas uma “sublimação ruim, malvada”.

A problemática da repetição e da pulsão de morte

Como vimos, o “dedo podre” está completamente ligado à pulsão de morte e esta, totalmente ligada a tendência pela repetição. Ao não trabalhar certos traumas, encaminhando essas pulsões que precisam ser realizadas e descarregadas de uma forma saudável (a sublimação, em sua forma verdadeira), a pessoa que “tem o dedo podre”, acaba por transferir inconscientemente suas pulsões para alvos errados e por isso, nunca há uma descarga e uma satisfação plena.

A grande problemática disso tudo são os relacionamentos abusivos. Pessoas que se denominam ou que são denominadas com “dedo podre” acabam se envolvendo em relacionamentos amorosos destrutivos, tal qual observamos, no começo do texto, a personagem Marilda, da ficção. E aqui, neste ponto, podemos questionar esses relacionamentos e vincular com o conceito de gozo de Lacan. Se o gozo é aquele prazer, que mesmo sendo um desprazer, satisfaz, não é muito perverso dizer que há essa “alimentação necessária” para o relacionamento ir adiante, mesmo sendo abusivo? Uma pessoa com pulsões de morte não descarregadas de forma adequada, a portadora do tal “dedo podre” não tem consciência do seu ciclo de autossabotagem e de violência em que pode estar inserida.

Por isso, dizer que ela obtém seu gozo dentro do relacionamento é tão cercado de perversidade. Seria o mesmo que dizer que comer um bolo mofado é bom, porque, pelo menos, o sujeito está inserindo alguma comida.

ansiedade
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Ansiedade: mal do século ou mal da nova geração?

Há alguns anos, a depressão chegou a ser considerada como o “mal do século XXI”, com dados da própria Organização Mundial de Saúde (OMS), falando sobre uma suposta epidemia de depressão. Muitos debates foram levantados acerca da doença, inclusive aquele que questiona se os casos estão realmente aumentando ou se só estamos diagnosticando de forma melhor. No entanto, um outro mal parece assolar a maior parte da nova geração (chamada de geração Z), que desponta agora no mercado de trabalho e na vida: a ansiedade.

Se a depressão foi considerada o mal do século XXI até este momento, seria a ansiedade o mal da segunda metade do século, em que os jovens já estarão na terceira idade ou na meia idade?

A ansiedade

Antes de falar sobre a ansiedade e o suposto “novo mal do século”, precisamos entender o que ela é e de onde ela vem. Podemos dizer que ela é prima do medo, e se baseia em uma emoção vaga, bem desagradável e que nos traz tensão. Ela prepara o nosso “eu primitivo” para a batalha. Nós carregamos um DNA primitivo ainda, aquilo que chega pra gente por meio do instinto e, nas épocas primitivas, o medo e a ansiedade eram coisas boas, porque eram as coisas que nos mantinham vivos. Preparados para a fuga ou para a batalha. A ansiedade e o medo então, sinalizam para nós algumas ameaças antes mesmo delas acontecerem. Além disso, ela pode melhorar nossa performance, nos proteger de estranhos e reduzir o excesso de autoconfiança.

No entanto, tudo tem um limite e é além desse limite que está instaurada a “ansiedade-mal-do-século”. É quando todo esse medo se torna uma tensão constante que impossibilita o relaxamento, gerando insônia, tremedeira, palpitações, sudorese e outros sintomas.

Possíveis causas

Estar ansioso é diferente de ter uma ansiedade patológica, isto é, um transtorno de ansiedade. Todos nós experimentaremos os sentimentos que retratei no tópico anterior em algum momento da vida. Seja por medo, por alegria ou por expectativa, nós estaremos ansiosos e isso é um sentimento normal, que precisa ser acolhido. O ponto é quando isso passa do limite e se torna patológico. A ansiedade não se torna mais pontual e se torna quase que uma âncora na nossa vida.

É fato que o nosso mundo mudou e a ansiedade parece vir intrínseca a essa mudança. Se ela é prima do medo, ela é uma prima que pode se tornar uma visita indesejável, já que no medo, conhecemos as causas que geram aquele sentimento, na ansiedade, não. As causas são difusas, conflituosas e até mesmo, desconhecidas e vagas. É sentir medo por algo que nem sabe se vai acontecer. Mas, é compreensível nessa nova era do mundo, por isso, é preciso cuidado.

Estamos numa época em que a informação circula livremente, a todo o tempo. Nós temos acesso às informações literalmente na palma da nossa mão, pelo celular. E a primeira geração a ter que se adaptar com essa nova realidade, foram os jovens, que hoje citam a ansiedade como mal do século. Foi preciso se adequar ao novo mercado de trabalho para conseguir estar inserido nele – já que as dicas dos pais não valiam mais de nada. Foi preciso aprender as novas tecnologias na raça – já que não tinha ninguém antes para ensinar. Foi preciso quebrar paradigmas e preconceitos enraizados há muito tempo na sociedade – sem nada além das próprias convicções. A nova geração, chamada de geração Z (pessoas que nasceram entre a segunda metade dos anos 1990 até o início do ano 2010), chegaram para participar dessa mudança. E toda mudança exige lidar com o desconhecido. Mudança gera medo. E o medo do desconhecido é o quê? A ansiedade.

A grande quantia de informações e o medo de perder alguma coisa, também chamado de “FOMO – Fear Of Missing Out” é quase um sintoma “obrigatório” quando a gente fala de ansiedade na nova geração. A ânsia de sempre aprender mais, sempre estar a frente e sempre ser o primeiro está tornando a resposta biológica do nosso corpo, presente no nosso DNA desde a as eras primitivas, em patologia.

O que fazer, então?

É preciso falar sobre ansiedade. Explicar que ela é uma resposta biológica do nosso corpo e que devemos saber interpretar e sinalizar quando ela passa do limite, quando ela se torna patológica. E claro, também é preciso conscientizar sobre prevenção e tratamento.

Numa era de tanta informação, a informação de saúde acaba ficando em segundo plano. A geração Z não se desliga. Trabalha vinte e quatro horas por dia e nos intervalos, pesquisa notícias, curiosidades, informações…. O tempo todo lidando com o desconhecido.

Dessa forma, com a informação, que as pessoas já consomem (só não são 100% confiáveis ainda), a ansiedade pode não se tornar um mal do século, como é sabido da depressão. Ainda dá tempo de mudar o cenário.

É preciso conscientizar que os momentos de descanso, de ócio e de desligamento são tão importantes quanto os momentos de atividade. E claro, a visita ao médico sempre que sentir que algo saiu do limite.

A ansiedade, uma vez compreendida e entendida, pode ser facilmente manejada. Psiquiatras, psicólogos e psicanalistas devem atuar em conjunto para conscientizar e remediar – seja por medicamentos, por processos terapêuticos e até mesmo, pela fala. A fala cura e deixar alguém com ansiedade falar, é uma grande forma de colocar para fora todo aquele sentimento pressionado e escondido.

pulsão
Atualizações, Sociedade

Você sabe a diferença entre instinto e pulsão?

Quando iniciamos o estudo em Psicanálise e começamos a aprofundar nas temáticas, logo conhecemos o famoso termo “pulsão”, que chegou no que Sigmund Freud definiu como Teoria das Pulsões. O conceito de pulsão, seria a de um “representante psíquico das excitações provenientes do interior do corpo e que chegam ao psiquismo” (ZIMERMAN, 1999, P.82). Mas, e na prática? O que é uma pulsão e como ela se difere do instinto? Por que pulsões e instintos não são a mesma coisa?

Entendendo a pulsão

A pulsão, como o próprio nome sugere, é como se fosse um impulso. Uma espécie de força que precisa ser dirigida para um representante – seja ele um afeto ou uma ideia – para se manifestar. Resumindo, ela nos mobiliza para uma direção e busca um representante para a energia se manifestar. Ela advém de um desejo e quer satisfazer esse desejo por meio de um objeto.

Uma mulher viciada em comprar bolsas, por exemplo, mesmo tendo várias bolsas novas em folha no armário. Qual é o desejo que ela busca saciar dentro de si mesma e os realiza por meio da compra excessiva de bolsas novas? Afinal, bolsas são bolsas, servem para carregar coisas. Ter uma ou duas, no máximo, seria mais que suficiente. Essa energia que a faz comprar a bolsa para satisfazer seu desejo inconsciente é a pulsão.

Antes de entendermos o instinto, é importante saber que a pulsão nasce a partir dele, mas se constitui acima dele. Essa demanda que vem do corpo ao psiquismo para saciar os prazeres é a pulsão.

Entendendo o instinto

O instinto, por sua vez, é determinado pela hereditariedade. Vem com todos os seres vivos. Um leão se alimenta única e exclusivamente por instinto. Ele sente fome, caça e come, saciando sua fome. Possivelmente, ele nem sabe que aquele sentimento é fome. Talvez seja apenas um desconforto que sua hereditariedade faz com que ele coma a fim de acabar com aquela sensação. Ele tem um cunho biológico que dirige o organismo para um fim particular, com um objeto de representação bem específico. O leão come porque tem fome. Só por isso.

Os instintos são uma espécie de força que incita o ser vivo a tomar uma ação, ele inicia a necessidade da ação, sem determinar qual ação e com qual intensidade de força essa ação precisa ter para se realizar.

Instinto e pulsão: colocando os pingos nos “Is”

Agora que entendemos os conceitos separados de instinto e pulsão, vamos relaciona-los, lado a lado. Enquanto o instinto é uma pressão que vai dirigir o organismo de um ser vivo para um fim específico e particular, pela necessidade, a pulsão é uma força que vai tender o ser humano para um alvo específico, com uma direção e um representante.

O instinto, portanto, é a força que inicia a NECESSIDADE de uma ação. Sem predeterminar qual ação em particular e qual é a força dessa ação. Já a pulsão, terá aspectos mentais, como um impulso, um desejo. A força da pulsão precisa ser dirigida para um representante para a energia se manifestar. Voltando ao exemplo das bolsas, ninguém compra bolsas por instinto. Mas também, voltando ao exemplo do leão, as pessoas não comem somente por instinto, como os animais.

Um bebê, quando nasce, por exemplo, vai sentir um desconforto e chorar. Sua mãe, por meio de toda conexão que existe entre criança e mãe vai interpretar aquele desconforto como fome e vai oferecer seu seio para que a criança possa mamar. Enquanto ela amamenta, ela passa a mão na cabeça do filho, ela olha com ternura e afeto, ela canta, ela oferece seu colo, no sentido literal e figurado. O bebê chorou de fome, pela primeira vez, mesmo sem saber que aquilo era fome, por instinto. Da segunda vez em diante, ele vai chorar pelo desconforto, mas não vai ser somente o alimento que ele deseja: ele vai desejar também o colo da mãe. A pulsão, nesse caso, ficou sobre o instinto.

Além disso, nós, como seres humanos, imaginamos saber o que é fome. Mas será que esperamos estar morrendo de fome para irmos atrás de alimentos? Não. A gente interpreta nossos sinais e nos alimentamos, na hora que bem entendemos. Sabemos que é necessário, mas não comemos só quando é necessário: comemos quando nos sentimos felizes, tristes, para comemorar…. Por que você acha que as pessoas saem para beber quando estão felizes? Por uma mera necessidade? Ou por satisfazerem seus desejos inconscientes de socialização, extroversão e diversão? Se você ainda estiver em dúvida, a segunda opção é a correta!

Podemos pensar de forma resumida e compacta da seguinte forma:

– Um instinto inicia a necessidade da ação, sem predeterminar qual ação e qual é a sua força. Ele só sabe que precisa fazer alguma coisa;

– Uma pulsão tem a função de realizar um desejo, de causar prazer, por meio de um objeto representante (afeto ou ideia);

– Instintos são puramente necessidades, pulsões tem aspectos mentais, o que comumente podemos denominar como desejos.

O conceito de pulsão passou por várias variantes dentro do estudo de Freud com o nascimento da psicanálise, como pulsões de auto conservação, pulsões sexuais e posteriormente, pulsões de vida e pulsões de morte. No entanto, esse debate é propício para outro artigo, já que neste aqui vou me ater a somente diferenciar pulsão de instinto, conceitos muito parecidos que podem facilmente causar dúvidas.