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Resenha: Os Supremos, Mark Millar & Bryan Hitch

“Homem-Aranha e Duende Verde. Os X-Men e Magneto. Estranhos seres com incríveis poderes surgiram para desafiar a ordem estabelecida, e os cidadãos comuns estão estupefatos e apavorados. A solução do governo: um pequeno, porém letal esquadrão conhecido como Os Supremos, criado para nos proteger das crescentes ameaças à humanidade!”

Os Supremos aborda a formação de um grupo de heróis designados para proteger a terra de grandes ameaças, se passando no universo ultimate em uma versão que inclusive serviu de inspiração para o primeiro o filme “Os vingadores”. As grandes batalhas enfrentadas pelos Supremos nos permite ver como eles são necessários para a sociedade, tanto os heróis quanto a SHIELD arriscam sua vida para salvar todo o planeta.

Escrito por Mark Millar e desenhado por Bryan Hitch. O roteiro é muito bem trabalhado, mostrando a formação e todos os desafios que os Supremos enfrentam para se tornar uma grande equipe. A arte de Hitch é muito bem traçada com belos contornos e detalhes muito bem trabalhados.

Nesta HQ podemos ver o Capitão América combatendo os nazistas na década de 40 e salvando a todos com a sua demonstração de altruísmo, desaparecendo por um longo período de tempo e reaparecendo décadas mais tarde. Os heróis estão sendo recrutados um por um para formarem um grupo capaz de proteger a terra de grandes ameaças, Os Supremos, e agora com o reaparecimento de Steve Rogers, Nick Fury encontra o líder perfeito para a equipe que já contava com Vespa, Homem Formiga e Homem de Ferro.

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Não demora muito para que eles se vejam obrigados a entrar em ação quando Bruce Banner inesperadamente transforma-se no Hulk, mergulhando Nova York no caos, diante do perigo até mesmo Thor, que havia inicialmente se recusado a integrar a equipe, resolve ajudar, entretanto, mesmo após uma luta intensa foram incapazes de parar o Hulk. A única que consegue deter o “Golias Esmeralda” é a Vespa, entrando em sua cabeça e ferroando a parte de seu cérebro que o torna um monstro destrutivo.

Após toda a devastação deixada pelo Hulk, vemos os efeitos causados na população e vários dos problemas pessoais de cada herói e suas desavenças, mas logo tudo isso deixa de importar, pois uma grande ameaça se aproxima e eles vão precisar de todos unidos para detê-la. Os Chitauri são uma raça alienígena que estava escondida entre os humanos há muitas décadas e falharam inúmeras vezes em seus intentos, mas agora que seus objetivos não são mais os mesmos, eles não precisam mais se esconder, agora não apenas a raça humana está em perigo, e os Supremos precisam impedi-los a qualquer custo pois o futuro de todo o planeta dependerá disso.

Uma história épica e bastante recomendada para qualquer amante dos quadrinhos, a atenção dada aos detalhes durante a HQ faz com que a leitura seja agradável e dinâmica, detalhes como Bruce Banner lembrando-se com culpa dos momentos em que o Hulk destruía e matava tudo o que via pela frente, machucados sofridos inconscientemente refletindo-se em seu corpo. Temos brigas domésticas acerto de contas e arrependimentos, os heróis estão mais humanos do que nunca e isso torna a HQ algo bem além do que uma simples história sobre super-heróis.

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Resenha: Pinguim – Dor e Preconceito, Gregg Hurwitz & Szymon Kudranski

“Nesta incrível nova minissérie do famoso escritor de romances Gregg Hurwitz e do artista em ascensão Szymon Kudranski (Spawn), o doloroso e sombrio passado de um dos inimigos mais diabólicos do Batman é examinado. Pinguim – Dor e Preconceito mostra desde o nascimento de Oswald Cobblepot até sua transformação em um grande adversário do Cruzado Encapuzado.”

Contando a historia de um dos maiores vilões do homem morcego, Pinguim – Dor e Preconceito retrata a mentalidade de Oswald Cobblepot de forma direta e crua, o Pinguim como é conhecido, cresceu sofrendo abusos de seus irmãos e de seu pai, pois sua aparência o tornava alvo de piadas, sua mãe era a única à aceita-lo, tornando-se seu porto seguro e por isso ele a amava acima de qualquer coisa.

O roteiro de Hurwitz facilita ao leitor enxergar e compreender quem é a pessoa por trás do vilão, um homem marcado pelo preconceito e marginalizado pela sociedade, tornando-se, sobretudo vingativo com aqueles que o fizeram mal. Os traços de Kudranski são sombrios e extremamente contrastantes, contribuindo para a atmosfera “dark” da HQ e como é de costume, ver Gotham de dia é um feito raro.

Nessa HQ o Pinguim já é um gangster famoso e violento e enquanto progredimos na historia vemos eventuais “flashbacks” de seu passado. Conhecido e temido por muitos, Oswald está em um de seus clubes cuidando de seus negócios, quando esbarra em um cliente, que o ataca verbalmente e, percebendo a quem estava destratando logo recua e pede perdão avidamente, ao que o Pinguim responde que está tudo bem e que ele não precisa se preocupar, entretanto ao dar as costas o vilão fala para seus capangas trazerem o rapaz mais tarde, afinal Oswald Cobblepot jamais perdoa.

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Em outro lugar da cidade de Gotham, os subordinados do Pinguim põem seus capuzes para entrar em ação, o alvo é um colar com uma grande rubi, o “ovo de dragão”, que está no pescoço da famosa filantropa Babs Chantell. Ao abordarem sua limusine os bandidos imediatamente atiram nos seguranças, matando-os, em seguida caminham em direção da apavorada senhora, mas o cordão do colar recusa-se a romper fazendo com que um dos capangas tenha uma ideia radical, decapitar a vitima.

De volta ao seu clube ele recebe o colar e imediatamente se dirige aos aposentos em que sua mãe se encontra. A mãe de Oswald está em uma cadeira de rodas, velha e debilitada, não esboça reações, o Pinguim cuida dela minuciosamente, pinta suas unhas, dá os seus remédios e a presenteia com uma joia ensanguentada.

De volta ao escritório e aos negócios, o vilão se depara com o rapaz no qual esbarrara anteriormente, assustado, o moço pergunta se será machucado, mas o Pinguim nega, não iria machuca-lo fisicamente, faria pior. Lentamente Oswald começa a explicar ao rapaz no que ele transformou o seu mundo, ele o havia destruído sem ao menos toca-lo, a morte provavelmente seria um castigo mais brando.

Uma HQ sombria e violenta que retrata as noites de Gotham nas mãos de vilões como o Pinguim. Latrocínios, assassinatos, sequestros e chacinas são apenas algumas das coisas que estão na lista do vilão, que jamais ataca seu inimigo, mas sim todos ao seu redor e principalmente todos que ele ama, demonstrando sempre sua natureza profundamente covarde. Quem for merecedor será tratado como um rei e quem não for será destruído pelos motivos mais fúteis possíveis, o Pinguim é um vilão perigoso, vingativo, paciente e com um grande complexo de inferioridade, se você rir de sua aparência se prepare para ver aqueles que lhe importam morrer.

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Resenha: Demolidor – Diabo da Guarda, Kevin Smith & Joe Quesada

Depois de ficar cego devido um terrível acidente quando garoto, Matt Murdock descobriu que seus sentidos haviam sido ampliados a níveis extraordinários. De dia, Matt é sócio em um escritório de advocacia, mas a noite ele patrulha as ruas da cidade como Demolidor, o Homem Sem Medo. Quando um misterioso bebê surge em sua porta, o herói cego vê-se frente a um desafio mortal, que levará suas habilidades de super-herói e sua fé até os limites mais extremos.

O foco de “Diabo da Guarda” está nas crenças religiosas de Matt Murdock, tendo uma criação católica o Demolidor normalmente procura perdão pelos seus atos na hora de combater crimes na Cozinha do Inferno (Hell’s Kitchen, bairro de Nova York), mas dessa vez é diferente, sua crença está sendo testada e levada aos limites. As escolhas morais que Murdock será obrigado a fazer irão obrigá-lo a questionar seus ideais e sua própria sanidade.

Além do realismo da narrativa, uma das influências mais duradouras deixada por Frank Miller foi o uso da religião dentro do contexto das histórias, há uma relação muito forte do personagem com o catolicismo e os ideais de pecado, penitência e redenção. Mas também é marcante na HQ a audácia de Kevin Smith e Joe Quesada, que criaram uma história inovadora, moderna e mais sombria e madura, eles foram a um território que nem mesmo o próprio Frank Miller estava preparado para ir. Os traços de Quesada são vivos e dinâmicos, o que capta a atenção do leitor de imediato, enquanto Kevin Smith foi capaz de trazer o Demolidor de volta aos holofotes, descrevendo bem o que o “Homem Sem Medo” sente e como interpreta o mundo a sua volta.

Matt Murdock, que estava em um confessionário ouve dois batimentos cardíacos rápidos e assustados, um dos batimentos é de um bebê e outro o de uma jovem, ele tenta alcançá-los, pois percebe que estão sendo perseguidos, mas falha quando é obrigado a confrontar dois homens em um carro. Mais tarde já em seu escritório de advocacia ele sente os batimentos mais uma vez, e instintivamente corre atrás, mas ao abrir a porta de seu escritório lá estão a garota e o bebê.

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A garota explica sua história e, por segurança, deixa sob a guarda de Matthew um bebê que supostamente irá se tornar o salvador da humanidade quando crescer, a garota vai embora às pressas e foge do local, o herói abismado com o que acaba de acontecer pede ajuda a sua ex-namorada, Natasha Romanoff (Viúva Negra), para servir de babá até ele descobrir quem estava atrás do bebê e da garota.

Mais tarde ele recebe outra visita, dessa vez de um senhor chamado Nicholas Macabes, que tenta convencer Matt de que o bebê na verdade não é o salvador, pelo contrário, é o anticristo e deve ser entregue a ele para ser destruído, o herói recusa imediatamente, pois sente que não pode confiar nele, então Nicholas dá um ultimato: dois dias para que ele decida, vindo buscar a criança independente da sua decisão. Antes de sair o homem alerta Matt que tragédias cairão sob sua vida enquanto ele estiver com o bebê, por fim ele se despede com um aperto de mão, deixando uma pequena cruz na palma de Matt.

No telhado de um prédio, pensativo e sem saber o que fazer, o herói é tomado por um pensamento sombrio, acreditando que a criança pode ser de fato o anticristo, Matt pega-a dos braços de Natasha e vai até a beirada do telhado com ela erguida sob a cabeça, prestes a tomar uma decisão: jogá-la. A viúva negra percebe sua intenção e salva o bebê antes que o herói cometa uma loucura e imediatamente confronta Matt, querendo saber o motivo dessa atitude, ele explica toda a história, mas ela acha ridículo que a criança seja uma espécie de profeta ou anticristo, decidindo levar a criança em segurança enquanto Matt põe seus pensamentos no lugar.

A partir daí as tragédias profetizadas por Macabes começam a acontecer na vida do Demolidor, enquanto ele está em casa descansando e imaginando o que fazer para resolver todos os seus problemas, alguém bate a sua porta e ao abri-la ele se vê diante de Karen Page, ex-namorada que ele não via há seis meses. Assustada e com a maquiagem borrada por conta das lágrimas, ela começa a desabafar aos prantos: “Matt, eu tenho AIDS”, e isso é só o começo.

Demolidor – Diabo da Guarda é um HQ sombrio, com mais realismo que as outras histórias da Marvel, a religião é algo presente e afeta diretamente as decisões e o rumo das coisas, Demolidor não só se encontra perdido e sem saber o que fazer nessa história, ele se perde de sua crença, e por vários momentos se vê em uma encruzilhada. O roteiro feito por Kevin Smith faz jus ao legado deixado por Frank Miller, Demolidor nunca esteve tão vivo. Em cenas emocionantes e dramáticas nós vemos o herói sofrido que é Matt Murdock, com tantos problemas pessoais quanto profissionais e as decisões difíceis que ele tem que tomar, e o quanto ele está disposto a perder para salvar a todos e a si mesmo.

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Resenha: Um Mais Um, Jojo Moyes

Há dez anos, Jess Thomas ficou grávida e largou a escola para se casar com Marty. Dois anos atrás, Marty saiu de casa e nunca mais voltou. Fazendo faxinas de manhã e trabalhando como garçonete em um pub à noite, Jess mal ganha o suficiente para sustentar a filha Tanzie e o enteado Nicky, que ela cria há oito anos. Jess está muito preocupada com o sensível Nicky, um adolescente gótico e mal-humorado que vive apanhando dos colegas. Já Tanzie, o pequeno prodígio da matemática, tem outro problema: ela acabou de receber uma generosa bolsa de estudos em uma escola particular, mas Jess não tem condições de pagar a diferença. Sua única esperança é que a menina vença uma Olimpíada de Matemática que será disputada na Escócia. Mas como eles farão para chegar lá?

Enquanto isso, um dos clientes de faxina de Jess, o gênio da computação Ed Nicholls, decide se refugiar em sua casa de veraneio por causa de uma denúncia de práticas ilegais envolvendo sua empresa. Entre ele e Jess ocorre o que pode ser chamado de ódio à primeira vista. Mas quando Ed fica bêbado no pub em que Jess trabalha, ela faz questão de deixá-lo em casa, em segurança. Em parte agradecido, mas principalmente para escapar da pressão dos advogados, da ex-mulher e da irmã — que insiste em que ele vá visitar o pai doente —, Ed oferece uma carona a Jess, os filhos e o enorme cão da família até a cidade onde acontecerá o torneio. Começa então uma viagem repleta de enjoos, comida ruim e engarrafamentos. A situação perfeita para o início de uma história de amor entre uma mãe solteira falida e um geek milionário.

Eis minha declaração sobre este livro: eu não chorei!!!!! Gente, vamos comemorar, soltar fogos e dar uma festa cigana de três dias. Não está entendendo? Olha a explicação: a autora desde livro é a Jojo Moyes, a escritora que mais me fez chorar na história da humanidade escrevendo “Como eu era antes de você” (pra quem ainda não leu, tem resenha aqui no Beco).

Ganhei “Um mais um” já faz um tempinho, mas nunca tive coragem de ler, morrendo de medo dessa mulher maldita amada quebrar meu coração em pedacinhos de novo. Mas que bom que tive coragem de começar e ir em frente com esse livro fofo e feliz (sim, eu disse feliz, acreditem).

Conhecemos Jess, uma mãe solteira de dois filhos, que faz o possível e impossível para criá-los fazendo faxinas na vizinhança. Seu ex-marido a largou e mora com a mãe, e nunca ajuda na criação ou no financeiro das crianças alegando “estar muito deprimido para trabalhar”. Jess compreende que isso é uma doença e batalha duas vezes mais para tentar nunca incomodá-lo. Os filhos de Jess são um livro à parte: Tanzie, a menor, que é a criatura mais inteligente que já conheci, é prodígio em matemática e Nicky, que na verdade nem filho biológico de Jess é e foi deixado pelo ex-marido, Jess o acolheu. Mesmo tendo suas peculiaridades, ambos ajudam a mãe e se esforçam diariamente para ajudar na casa e nas tarefas.

Ao mesmo tempo, conhecemos Ed, um geek milionário, que trabalha criando softwares, aplicativos e essas coisas de computador que eu nunca vou entender, que está passando por uma situação jurídica complicada, e precisa se afastar dos negócios por um tempo. E é por isso que ele sai da sua empresa e da cidade, e vai tomar umas no bar onde Jess trabalha à noite para ganhar uns trocados.

É quando o diretor da escolha de Tanzie sugere a Jess que a garota participe de uma olimpíada de matemática, cujo prêmio vai garantir dinheiro para a bolsa escolar da menina, que as vidas dos dois se entrelaçam de vez. Por coisas do destino (porque não sou eu que vou soltar spoiler do que vai rolar), Ed oferece a Jess e seus filhos uma carona até o local da prova de Tanzie, e ver esses personagens tão sufocados em seus próprios problemas, formarem uma família, mesmo sem querer, é a coisa mais linda!

O livro é narrado em terceira pessoa, e vai sempre alternando o foco do capítulo de acordo com o personagem, e isso foi fundamental para o entendimento do leitor. A viagem é aquela típica de família: cheia de implicâncias e super divertida. Eu dava muita risada vendo Ed parando em lugares chiques para jantar, enquanto Jess, pobre de marré, comprava sanduíches no supermercado para forrar o estômago das crianças.

A leitura é muito fofa, às vezes se torna bem pesada (principalmente nas narrações de Tanzie e Nicky) e nos prendemos quase imediatamente torcendo por essa família. Leitura recomendada!

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Resenha: No Mundo da Luna, Carina Rissi

A vida de Luna está uma bagunça! O namorado a traiu com a vizinha, seu carro passa mais tempo na oficina do que com ela e seu chefe vive trocando seu nome.

Recém-formada em jornalismo, ela trabalha como recepcionista na renomada Fatos&Furos. Mas, em tempos de internet e notícias instantâneas, a revista enfrenta problemas e o quadro de jornalistas diminuiu drasticamente. É assim que a coluna do horóscopo semanal cai no colo dela. Embora não tenha a menor ideia de como fazer um mapa astral e não acredite em nenhum tipo de magia, Luna aceita o desafio sem pestanejar. Afinal, quão complicado pode ser criar um texto em que ninguém presta atenção?

Mas a garota nem desconfia dos perigos que a aguardam e, entre muitas confusões, surge uma indesejada, porém irresistível paixão que vai abalar o seu mundo. O romance perfeito — não fosse com o homem errado. Sem saída, Luna terá que lutar com todas as forças contra a magia mais poderosa de todas, que até então ela desconhecia: o amor.

Com seu estilo ágil e fluido, Carina Rissi criou em No mundo da Luna uma leitura viciante, permeada de humor, magia e paixão, que vai conquistar você do início ao fim.

Depois de se consagrar como uma das mais aclamadas escritoras nacionais, Carina Rissi volta com tudo a ser notícia nas resenhas por aí. Para quem não conhece onde você vive?, a Carina é a autora do famoso “Perdida” (que você encontra resenha aqui no Beco) que teve continuação (“Encontrada”) e como se não bastasse, vai virar filme! (confira essa novidade aqui no Beco). Também é da Carina o maravilhoso e divertido “Procura-se um marido”.

Dessa vez, a autora segue por rumos nunca antes tomados: o esoterismo! Conhecemos Luna, uma jovem jornalista que sonha em escrever suas próprias colunas, com temas que importam e que realmente façam alguma diferença no mundo. Enquanto isso não acontece, ela trabalha como telefonista/secretária/o que tiver pra fazer na revista Fatos&Furos e o único motivo que a levou a aceitar esse emprego muito aquém de sua formação profissional foi poder trabalhar ao lado de um grande nome do jornalismo: Dante Montini.

Existem pessoas que têm sorte e conseguem trabalhar naquilo que gostam. E existem pessoas como eu, que chegaram perto, mas tão perto, que quase tocaram o sonho, só para vê-lo evaporar feito fumaça.

Quando a moça do horóscopo da revista sai de repente, Dante vê Luna como um tapa-buracos e resolve colocá-la como responsável da coluna enquanto não encontra outra pessoa. Luna é neta e filha de cigana (com ~sangue cigano sandra rosa madalena~nas veias) mas não acredita em absolutamente NADA de misticismo ou esoterismo. Ela simplesmente pega um baralho qualquer que encontra e começa a inventar as sortes dos signos, baseado nas cartas que tirou, assim mesmo, na maior cara de pau. Só que Luna faz tudo com seu jeitinho: escreve como se fosse amiga das leitoras, dá dicas e sempre faz uma gracinha. O que nem Luna e nem Dante esperavam era que a coluna virasse um sucesso, recebesse vários feedbacks positivos e todos os leitores afirmando que tudo que a cigana disse realmente aconteceu! Mas a vida não é só flores para Luna, e o que aconteceu não foi só sorte. Como a vó dela (uma cigana super engraçada sobre cuja vida já quero um spin-off) sempre diz: não se deve brincar com a magia…

Enquanto isso, por uma infeliz feliz coincidência, o chefe da Luna vai morar no apartamento em frente ao dela! E entre idas e vindas do trabalho, discussões sobre o horóscopo e outras “coisitas” mais, Dante e Luna se tornam amigos… na maior parte do tempo.

Ele me encarou com algo diferente nos olhos. Parecia Diversão. Ou podia ser constipação intestinal, era difícil interpretar o meu chefe.

É possível imaginar o que vai acontecer no decorrer do livro entre esses dois! Logo no começo, gostei de cara de Dante, mesmo ele sendo rabugento. E é impossível não gostar das protagonistas de Carina Rissi: elas tem essa característica batalhadora, engraçada, que não se deixam levar pelas bobagens que inventam e correm atrás do que querem de verdade, e com Luna não é diferente. O que eu não esperava era que tanta coisa ainda fosse acontecer com esse casal (não é pra menos né? Quase 500 páginas de livro!). No fim, esse foi um dos meus casais preferidos (é difícil competir com Ian e Sophia, né?) e eu aguardava ansiosa mais e mais páginas deles dois!

– Você esqueceu de dizer que é um nerd de carteirinha.
– Não sou nerd – objetou, ofendido.
– É sim. Sabe, eu acho essa coisa nerd muito sexy.
– Como eu estava dizendo, eu sou absoluta e completamente nerd – Sorriu orgulhoso, me fazendo gargalhar

Recomendo “No mundo da Luna” pra todo mundo! Pra quem gosta de magia e pra quem não gosta também. Pra quem acredita em horóscopo e pra quem não acredita também. E pra quem ama romances e até pra quem não ama também!

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Resenha: Escola Noturna, C. J. Daugherty

O mundo de Allie está desmoronando. Sua família está destroçada, ela foi expulsa de várias escolas por mau comportamento e acabou de ser presa. De novo. Quando os pais a mandam para um colégio interno longe de casa e de seus amigos, Allie espera encontrar um presídio.

Apesar das regras rígidas, que incluem proibição de celular e laptop, ela descobre que a Academia Cimmeria é um lugar bastante peculiar. Os alunos são ricos e talentosos — diferentemente dela — e um grupo de elite participa de uma organização secreta: a Escola Noturna. Logo ela faz algumas amizades e se vê envolvida entre o atencioso Sylvain e o misterioso Carter.

Mas Allie não demora muito a perceber que a Cimmeria é um lugar cheio de segredos e mentiras que envolvem não só seus colegas, mas também alguns professores. E, quando uma aluna é encontrada morta, ela precisa descobrir em quem confiar se quiser desvendar o que está acontecendo.

Allie Sheridan, a perfeita problemática retratada nos diversos livros deste estilo, de Divergente a Crepúsculo, incorpora diversos perfis. Em alguns momentos insegura, em outros dona de si, a garota deixa todo e qualquer leitor confuso, assim como o livro em si. “Escola Noturna” é um emaranhado de informações, uma após outra e nós ficamos sem saber o que fazer, sem saber como agir frente aquilo tudo. Daugherty sabe como escrever um bom livro, sabe como manipular a mente das milhares de pessoas que entraram na Cimmeria e pensaram que seria só mais uma obra. A autora consegue ser mestre em seu terreno. Digna de um King, a veracidade de cada frase, de cada trecho de “Escola Noturna” afetará o mais disperso leitor. É caótica a escrita da mulher, no melhor e mais impactante sentido.

Um dos pontos que mais facilitaram o transcorrer da história é como a autora não abusa das cenas supérfluas, a cada capítulo nota-se que existiu um corte no que deveria e o que não deveria aparecer. O início é claro, Allie envolve-se em problemas na sua atual escola, é transferida e a partir daí já somos introduzidos na Academia Cimmeria, simples assim, em menos de vinte páginas, sem toda uma introdução cansativa. Isso poderia até ser algo negativo, mas funcionou com “Escola Noturna”. Somos transportados para um mundo sem tecnologias, uma Hogwarts, menor e não praticante de bruxaria. Os mistérios na Cimmeria revelam-se do meio do livro em diante, após os capítulos treze e quatorze começamos a perceber que não trata-se de algo restrito, o colégio atravessa os muros e vai muito além, uma organização que deixa qualquer um boquiaberto. Faltava isso no enredo e foi acrescido da melhor forma possível.

A caracterização da personagem principal, Allie Sheridan ocorre progressivamente. Primeiro descobrimos os cabelos vermelhos, depois o rosto típico britânico e assim por diante, não é algo pronto. Isso se repete com a sua futura melhor amiga, Jo, com os seus dois pretendentes, Carter e Sylvain. O destaque para o triângulo amoroso me incomodou no início, mostrava a fragilidade excessiva de Allie, mas quando tudo ganhou forma pude perceber que aquele era só mais um caminho para ressaltar o quanto a garota herdara de seus familiares. É a teia perfeita criada por Daugherty, como falei no começo.

Outro personagem que conquista qualquer um é Isabelle, o semblante místico da diretora da Cimmeria incomoda, te faz criar diversas teorias, o bom de “Escola Noturna” é isto: ele não é totalmente exposto, fica correndo nas sombras, escondendo-se do leitor e quando menos se espera, revela-se. Se você espera algo “trevoso”, que te arrepie do começo ao fim, esse é o livro, não que exista uma série de horrores, mas sim as reviravoltas provocam isso. Nada é certo no gigantesco castelo da Academia, o que hoje são inimigos, amanhã tornam-se aliados. Aqueles que mais se preza amanhã te dão as costas. Drama, medo, insegurança, pavor do desconhecido, a sensibilidade posta em cada página impressiona. Assim acontece com o segundo volume, “O Legado”, que ganhará resenha ainda está semana aqui no Beco. A continuação mantém este ritmo lancinante, que te joga para diversas direções.

A mentira é alvo principal no primeiro livro de “Escola Noturna”, nunca conseguimos detectar quem apresenta um perfil confiável, todos estão suspensos, alguns sendo motivados por outros, e esses outros muitas vezes nem sabem que estão provocando tais coisas, é um suspense psicológico que mexe de modo milimetricamente planejado. A situação que nos é exposta torna tudo mais inquietante. Nas primeiras semanas Allie encontra-se sozinha, não conhece ninguém, não decorou os caminhos que aqueles corredores levam, foi jogada ali sem saber até mesmo onde a escola fica no mapa. Cercada por filhos de grandes empresários, senhores do capital, Sheridan, encurralada, espera e nós nos juntamos a ela nesta tensão íntima. Como foi destacado na contra-capa, a frase da Booklist: “Daugherty sabe aonde quer nos levar, e rapidamente o leitor é fisgado.”

A Suma de Letras trabalhou muito bem com está edição, começando com todo o produto visual. A capa, tanto do primeiro livro como do segundo, encanta, tudo conforme o clima do livro. A diagramação também ficou à altura da obra. É uma junção de acertos que agradara do começo ao fim impactante de “Escola Noturna”. Christi mostra-se perspicaz, uma neblina comum no cenário de Cimmeria, típica entre tantos mas com uma diferença gritante: Daugherty não sente medo de inovar, é a sua escrita e apenas sua, sem rastro algum. Não estamos seguros, não depois que folheamos pela primeira vez a história da garota Sheridan.

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Resenha: Doctor Who – Mortalha da Lamentação, Tommy Donbavand

Era 23 de novembro de 1963. Os Estados Unidos viviam um dos momentos mais importantes da história política do país. Após o assassinato em público do até então presidente John F. Kennedy, acontecimentos estranhos marcam a vida de pessoas por toda parte no estado do Texas.

Em Dallas, rostos de pessoas mortas há tempos aparecem em marcas de café, janelas molhadas pela chuva e até manchas de lama pelo chão. As Mortalhas, alienígenas que invadem a Terra e se alimentam da tristeza e sofrimento das pessoas, ganham vida, gritam e assustam a todos.

É nesse contexto que o Décimo Primeiro Doutor, ao lado de sua parceira Clara Oswald, precisam dar um jeito na ameaça vinda do espaço e trazer de volta a paz ao país que já lamenta a perda de um grande líder.

Tommy Donbavand, que além de autor, ator, dramaturgo e palhaço, é um grande fã de Doctor Who, conseguiu sintetizar todos os recursos exibidos pela série da BBC. Sua escrita, leve e precisa, dá espaço para aquilo que todo fã do Doutor – qualquer um deles – gosta mais: o humor. Não há maneira de falar do livro sem mencionar o humor característico e o sarcasmo nada sutil presente em praticamente todas as passagens do livro.

Para quem não está acostumado com esse tipo de linguagem, talvez, pareça estranho e até mesmo um pouco maçante toda essa “graça” presente no texto. Em diversos momentos relativamente tensos o perigo é quebrado com alguma piada pronta que o Doutor faz questão de soltar no momento menos oportuno. Sua parceira, Clara, segue a mesma linha e atua como um complemento ao que o Décimo Primeiro Doutor representa no livro.

O enredo é bem concentrado, partindo da descoberta de um problema até sua solução. Alienígenas, assim como na série televisiva, fazem parte de toda a história, que oscila entre ideias mirabolantes e personagens pouco complicados de serem entendidos – exceto o Doutor.

Um aspecto interessante a ser pontuado é a forma como o contexto histórico é apresentado ao leitor. Aqui no Brasil as pessoas costumam saber muito pouco da história política do país, imagine então da política americana… Sendo assim, o autor fez um bom trabalho em apresentar o contexto envolvendo um dos principais acontecimentos políticos da história dos Estados Unidos e criar um elo de ligação entre o fato e todos os personagens – tanto principais quanto secundários.

Sobre a edição, que foi trazida para o Brasil sob o selo da Suma de Letras, não há muitos detalhes a serem pontuados. As pouco mais de 170 páginas são bem diagramadas, não cansam o leitor e tornam a experiência de “ler Doctor Who” tão boa quanto a de assisti-lo. A capa, indo no mesmo ritmo da história, possui elementos visuais diversos e bem representativos, porém, pode não agradar aqueles que gostam de ter uma edição diferente na estante para chamar atenção. Nada inovadora.

Doctor Who: Mortalha da Lamentação” é um livro simples, leve, que tem o tato de divertir a qualquer um, seja fã ou não da série da BBC. Não é necessário conhecer precisamente a história do Décimo Primeiro Doutor, ou de qualquer outro para dar boas risadas página após página. Uma boa ideia para quem não tem o hábito de ler, mas que está à procura de uma leitura mais dinâmica e menos trabalhosa para entrar no universo da literatura

Imagem: Doctor Who Brasil

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Resenha: Mercenário – Anatomia de um Assassino, Daniel Way & Steve Dillon

 Um dos mais perigosos vilões do Universo Marvel está preso em uma cadeia de segurança máxima. É preciso interrogá-lo para descobrir o paradeiro de um material radiativo roubado. O agente especial Baldry vai encarar este desafio. Uma HQ bem divertida, violenta e instigante. Conheça o passado do Mercenário, desde sua perturbada infância até seu encontro com o Demolidor, Rei do Crime, Justiceiro e Elektra.

O passado do Mercenário sempre foi envolvido por mistério, mas o roteirista Daniel Way soube ligar vários pontos para explicar sua infância, tudo que lhe ocorreu é explicado de uma forma em que o leitor é surpreendido a cada reviravolta, seus motivos e também seu lado psicopático, que é cada vez mais evidente no decorrer da história. Apesar de tudo, Mercenário abraçou esse seu lado de uma maneira como poucos vilões o fazem, ele de fato se diverte ao matar e torturar seus inimigos e vítimas, fazendo com que ele seja um vilão imprevisível e extremamente perigoso.

A arte feita por Steve Dillon é detalhada, com leves mudanças de contrastes, seus traços são suaves e precisos, demonstrando com precisão o quão incríveis e mortíferas são as habilidades do Mercenário, que consegue desarmar uma granada com um mero palito de dente e utilizar objetos cotidianos como armas mortais.

O Mercenário está preso, mas deixou uma surpresa para o governo, plutônio escondido em três lugares diferentes, pondo em risco milhares de vidas inocentes. A fim de evitar uma tragédia, dois agentes especiais são enviados para tentar arrancar informações do prisioneiro, o agente Baldry e o agente Holskins entram no complexo de segurança máxima com o objetivo de interrogar e conseguir informações estratégicas do Mercenário, que está algemado e privado de qualquer objeto que possa utilizar como arma, pois suas habilidades o permitem atirar qualquer objeto com precisão e força fatais.

O interrogatório começa com o agente Baldry abordando a infância do vilão, esperando ser capaz de desestabilizar o seu psicológico e frustrá-lo até o ponto de cometer um deslize vazando as informações necessárias. Mercenário revela ter um irmão mais velho e que na infância ambos sofriam com um pai alcoólatra e abusivo, que batia na mulher e nos próprios filhos, revelando que seu irmão mais velho chegou ao limite de atear fogo na própria casa numa tentativa de matar o próprio pai.

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Depois de tornar-se órfão, Mercenário passou por várias famílias até ser adotado definitivamente pelos Wilkersons, uma família maravilhosa, tão boa que é evidente o efeito negativo que isso trás ao vilão pois o pensamento de antagonizar essa bondade é visto em suas feições enquanto participa de bons momentos familiares. Demonstrando talento em jogar objetos, ele participa da liga amadora de baseball e após três jogos é convocado para a liga profissional, em seu primeiro jogo em casa, com seu pai adotivo presente na arquibancada, ele demonstra pela primeira vez sua capacidade de matar.

Na última bola do jogo, Mercenário decide abandonar a partida porque, em suas palavras, “perdeu o tesão”, assim ele pede para ser substituído, mas o treinador o convence a jogar a última bola, ele aceita, decidindo que assim pode se “divertir” um pouco. Ao invés de lançar a bola para eliminar o batedor, ele a joga em sua cabeça “eliminando-o” de sua existência, provocando uma verdadeira comoção na plateia chocada, depois disso Mercenário é expulso da liga e levado para a CIA para trabalhar como um assassino.

Mercenário – Anatomia de um assassino nos mostra em profundidade parte da origem do principal vilão do Demolidor, o fato de ele se divertir matando seus inimigos demonstra que ele não teme a morte, ele não só se diverte matando, mas o que mais lhe traz satisfação são os meios que utiliza para matar, qualquer coisa é uma arma em sua mão, isso fica bastante evidente nessa HQ, um personagem sarcástico, imprevisível, calculista e extremamente perigoso. Uma leitura recomendada para quem gosta de vilões que abraçam seus destinos, e tiram prazer nisso, O Mercenário, como o próprio nome já diz, faz qualquer coisa pela quantia certa e realmente não há nada que ele não possa fazer.

Resenhas

Resenha: Pandemônio, Lauren Oliver

Dividida entre o passado — Alex, a luta pela sobrevivência na Selva — e o presente, no qual crescem as sementes de uma violenta revolução, Lena Haloway terá que lutar contra um sistema cada vez mais repressor sem, porém, se transformar em um zumbi: modo como os Inválidos se referem aos curados. Não importa o quanto o governo tema as emoções, as faíscas da revolta pouco a pouco incendeiam a sociedade, vindas de todos os lugares… inclusive de dentro.

Pandemônio é o segundo volume da trilogia distópica Delírio.

Bem, vou deixar vocês com a sinopse oficial por motivos de que se eu contar a história do livro, será inevitável spoilers, então…

Há um tempinho atrás, eu li Delírio e, nossa, super amei (resenha aqui!). Bem leve, romântico, fofo e etc. Claro, não era de se esperar menos de uma história que tem a temática de “proibição do amor”. Eu gostei do primeiro tomo e apesar de ter vistos diversos comentários negativos sobre as continuações, não perdi meu interesse. Então, esses dias estava sem o que ler e aí como tava/tô na vibe de ler as sequências de séries/trilogias, Pandemônio teve sua vez e eis aqui a minha opinião sobre ele.

Quando se trata de trilogias, muitas vezes, o segundo livro sempre decai um pouco. Com Delírio não foi diferente. Pandemônio começa sem o fôlego deixado no primeiro tomo, mas isso é até irrelevante pois com a maioria é assim, porém o grande problema é que a narrativa só engata faltando apenas umas 40 páginas para o término. Sem contar que uma grande parte de capítulos não acrescentaram quase nada à história, a Lauren poderia ter resumido tudo em uns três capítulos. É frustrante ver que a autora recorreu a isso enquanto poderia ter encorpado mais a trama.

Ao contrário de Delírio, este não tem cenas tocantes e poéticas. Os momentos nesses se mostraram arrastados e cansativos. E eu só consegui ficar surpreso em um momento um pouco antes do clímax, mas fora isso, já tava de saco cheio dos diálogos, dos acontecimentos que não tinham nada de relevante e das voltas que deram até chegar ao ponto chave para o terceiro livro.

E uma coisa que achei completamente desnecessária: o surgimento de um novo romance. Sim, isso mesmo! Um novo romance. Tipo “oi?!?”. Porém, recomendo que vocês leiam e tirem suas conclusões sobre esse “artifício” utilizado. É questão de ponto de vista, então…

O cenário da trama e os personagens são novos. Nada de Delírio perdurou em Pandemônio. A Lena não evoluiu tanto o quanto eu esperava e os outros, bem, ficaram perdidos com o decorrer das páginas.

Um dos pontos que se salvam no livro é a questão da guerra, que, apesar de não estar nesse volume, será um embate épico em Réquiem, caso Oliver não se perca como muitos autores..

Enfim, Pandemônio não conseguiu superar o seu antecessor e ainda se mostrou arrastado. Poucas coisas se salvaram… Se você leu Delírio, acho que vale a pena dar uma chance para a sua continuação, apesar dos diversos problemas.

Mesmo tendo achado o final previsível, eu quero ler o último volume para saber se Lauren Oliver conseguirá reverter a má impressão que este causou.

Novidades, Resenhas

Resenha: Neil Patrick Harris, a Autobiografia Interativa

Neil Patrick Harris conquistou o mundo graças ao impagável Barney Stinson, do seriado How I met your mother, sucesso no Brasil, onde é exibido pelo canal a cabo Sony. Para o personagem, a vida é sempre divertida e, como adora repetir, lendária. Este primeiro livro do premiado e querido ator americano também é. Em vez de contar sua trajetória de maneira tradicional, Neil Patrick mistura realidade, ficção e muito humor. E o melhor: é o leitor é quem escolhe para que direção a história vai.

LEGEND…wait for it, DARY! Pra qualquer pessoa que já ouviu essa frase, sabe a quem ela pertence e provavelmente é apaixonado por esse ator incrível…e se esse é o caso, eu sei que esse livro é pra todos nós (porque temos que admitir, Barney Stinson é vida).

Eu particularmente não estou habituada com biografias, mesmo porque as únicas que li foram por causa da escola ou da faculdade (e me causavam sono extremo)… mas, essa não era uma biografia comum, era o maravilhoso Neil Patrick Harris contando sobre ele da maneira mais “Barney” de ser (se é que me entendem).

Acredito que a parte mais divertida foi ver que os caminhos que tomei durante o livro me fizeram duas vezes transformá-lo num cara que vendia sanduíches e sonhava com a Broadway e outra em que ele morreu numa cratera arenosa no Saara e o corpo nunca foi encontrado (imagine as minhas risadas enquanto eu lia), todas essas vezes tendo uma ilustração do fim trágico e a palavra “FIM”.

Além disso, o livro não possui ordem cronológica ou capítulos. Logo ao final do primeiro capítulo opções são apresentadas para a suas opções de vida, e todas podem levar à fins bons ou ruins:

Se você quer viver uma infância feliz, vá para a página 8.

Caso prefira uma infância miserável para depois se gabar de ter superado a pobreza contra todas as circunstâncias, vá para a página 5.

Um fato importante: você se sente como se a vida fosse sua, como se fosse alguém contando a sua história e te dizendo o quanto será bonito, pai de gêmeos… lendário (hahaha).

Brincadeiras à parte, chega a ser impressionante o tanto que Neil já realizou na vida, quem já conheceu (caviar com Elton John?), todos os filmes, peças, séries, programas que apresentou, e ele te mostra como ele (ou melhor, você) se sentiu a cada momento da sua vida, até chegarmos na sua maior realização pessoal: seu marido David e seus dois filhos.

Falando de David, não podia deixar de comentar a maneira que Neil conta como se conheceram, porque, durante toda a descrição, há anotações do marido nas laterais ou destaques grifados, nos contando o outro lado da história (momentos de pura risada e momentos “awn”).

E, é claro, não podia faltar a parte de How I Met Your Mother, onde ele conta como foi para ser contratado e sua experiência como Barney Stinson utilizando a mesma forma que a série começa (senti uma lágrima pelo fim da série?), contendo por fim, uma carta do próprio Barney sobre o que ele pensa do Neil…pois é.

Gideon, Harper, vou contar uma história incrível para vocês. A história de como me tornei um bro. [A música tema de ‘Como me tornei um bro’ começa a tocar e vemos imagens suas e do elenco.]

Posso dizer que foi uma experiência diferente e divertida, e, com certeza, me fez olhar para biografias com outros olhos. Super recomendo para todos os amantes da série, do ator, ou mesmo para se divertir conhecendo a vida dele.