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Resenha: O despertar do príncipe, Colleen Houck

O Despertar do Príncipe – Quando a jovem de dezessete anos, Lilliana Young, entra no Museu Metropolitano de Arte certa manhã, durante as férias de primavera, a última coisa que esperava encontrar é um príncipe egípcio ao vivo com poderes divinos, que teria despertado após mil anos de mumificação.E ela realmente não poderia imaginar ser escolhida para ajudá-lo em uma jornada épica que irá levá-los por todo globo para encontrar seus irmãos e completar uma grande cerimônia que salvará a humanidade.Mas o destino tem tomado conta de Lily, e ela, juntamente com seu príncipe sol, Amon, deverá viajar para o Vale dos Reis, despertar seus irmãos e impedir um mal em forma de um deus chamado Seth, de dominar o mundo.

O quão hipócrita eu seria por ter julgado os últimos livros da Collen Houck na semana passada e hoje vir aqui recomendar a leitura desse novo lançamento da autora? Bom, por que foi isso mesmo que vim fazer aqui! Hateres gonna hate, mas vim contar pra vocês sobre a mais nova obra da autora, que cá entre nós, está muito boa!

Antes de começar qualquer resenha, deixo claro que: irão haver comparações! Acho muito difícil falar sobre esse livro sem fazer alguma comparação com a outra série de Collen Houck, A maldição do tigre, até porque a autora investiu na mesma temática (mocinha humana + herói não-humano maravilhoso + jogar um um bando de lendas e crenças de outro país pra completar e = TCHARAM! Novo best seller saindo do forno!) Então eu vou tentar ser imparcial, mas vou comparar sim, me desculpem desde já!

Então vamos lá? No livro somos apresentados a Lilliana – ou Lily – uma adolescente séria que luta diariamente pra esconder seu lado sarcástico e aventureiro de seus pais extremamente rigorosos, que só ligam pras aparências.

Podemos começar essa comparação com um grande plus: Lily é infinitas vezes melhor que Kelsey. Muito mais decidida, não se deixa levar pelos acontecimentos sem fazer nada, e o melhor de todas as suas qualidades: saber que é bonita. Gente, eu não sei se é porque leio demais, mas simplesmente cansei de mocinhas sem auto-estima que passam metade do livro se perguntando porque o herói quer ficar com ela. Miga, se um semi-deus/príncipe reencarnado em animal/vampiro milenar/lobisomem rei quer ficar com você, mesmo você sendo 100% sem graça, levanta as mãos pro céus e aceita, não tenta lutar contra não! Continuando…

Em mais um dia comum e entediante do seu dia, Lily vai até uma seção fechada do Museu Metropolitano de Arte para poder ler em paz sem ser incomodada, quando percebe que não está sozinha lá. E aqui somos apresentados a Amon… Definindo Amon para os leitores da Saga do Tigre, Amon é o nosso Ren. Para quem não leu, Amon é atencioso, educado, engraçado, lindo, e ah… Amon também é o príncipe do Sol, que desperta uma vez a cada mil anos para realizar uma cerimônia ao lado de seus irmãos para salvar a terra e a humanidade da magia poderosa do Deus Seth (mas bobagem essa última parte, né?).

Depois de se apresentar, Amon diz a Lily que, por não estar encontrando seus vasos canópicos (no Egito, os vasos canópicos são onde os servos guardam os órgãos das múmias, para elas utilizarem quando reencarnarem), ele vai precisar fazer uma ligação com ela, para usar sua energia vital. Ele explica que só fez isso devido a importância de terminar a sua tarefa de deixar o Deus Seth adormecido, devido ao seu enorme poder e maldade (uma ressalva aqui que nós só ouvimos falar desse Seth. Conhecemos seus seguidores e servos durante todo o livro, mas esse  Seth bonitinho nunca deu as caras). Acreditando que está diante de uma pessoa mentalmente doente, Lily tenta ajudar Amon e até levá-lo para um hospital. Mal sabe a nossa mocinha que está prestes a viver a maior aventura da sua vida controlada.

Amon realmente é o príncipe do Sol e utilizou os órgãos de Lily para conseguir energia suficiente para terminar sua missão na terra:
1. Encontrar sua tumba e recuperar seus vasos canópicos
2. Despertar seus irmãos
3. Realizar a cerimônia milenar para derrotar o Deus Seth (que nunca vi, nem comi, eu só ouço falar)
E por estar conectada a ele com uma ligação ainda não totalmente compreendida, Lily tem que acompanhar nosso Deus do Sol em toda a sua aventura.

“Sem você eu seria uma balsa lançada em uma mar revolto sem vela nem ancora. Estaria realmente perdido”

E é durante toda essa corrida para salvar o mundo que Lily se apaixona por Amon. Não pelo príncipe, ou pela múmia, mas pelo homem abnegado e maravilhoso que Amon é, mas só pode mostrar um pouquinho de si a cada mil anos. Digo com pesar que perdemos em O despertar do príncipe o meu fator preferido em A maldição do tigre: o romance doce e caramelizado. O despertar traz muito mais ação e um herói totalmente decidido a terminar seus objetivos e não se entregar a um romance com uma mortal. Não posso dizer o quanto essa determinação foi suficiente, mas dou créditos pela tentativa.

Hakenew, Lily.
– Isso quer dizer “obrigado”, não é?
– Quer dizer mais do que um simples obrigado. Expressa um profundo sentimento de gratidão por outra pessoa. É um agradecimento pelo calor e pelo conforto duradouros que sente na companhia de alguém especial. Não estou agradecendo a você, Lily. Estou agradecendo por você.”

Sobre a parte cultural… Não sei se foi por uma preferência pessoal, mas achei a cultura Egípcia muito mais interessante e menos confusa do que a Indiana que tivemos em Maldição do Tigre. Eu realmente gostava de ler aquelas histórias e os significados egípcios, diferentemente das milhares de lendas malucas que eu lia no Tigre, quando minha vontade era pular logo pra voltar pros braços de Ren e do romance.

O Símbolo é um sinal de proteção do deus do sol e um lembrete: quando somos privados de tudo aquilo que valorizados, finalmente conseguimos ver a verdade.”

Assim como na saga anterior, a edição continua impecável! Com uma capa maravilhosa e temática (as capas dos primeiros volumes de ambas as séries estão entre as minhas preferidas de todas que tenho), o livro é dividido em 3 partes, que também são detalhadas e diferenciadas no meio da leitura. Assim como na saga do Tigre (juro que é a última comparação rsss) temos um final forte e que nos deixa ansiosos pela próxima leitura! O segundo livro da série “O coração da esfinge” ainda não tem previsão de lançamento pela Editora Arqueiro, mas eu já estou aguardando ansiosamente por esse segundo volume!

” — A Eternidade é um tempo longo demais para não se ter  alguma coisa para lembrar.”

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Resenha: O incrível Hulk: Gritos Silenciosos, Peter David & Dale Keown

“Bruce Banner embarca numa busca desesperada para encontrar sua esposa, Betty Ross. Enquanto isso, seu alter ego, o Hulk Cinza, reúne-se aos seus colegas membros fundadores dos Defensores, Namor e Doutor Estranho, para lutar contra uma invasão de outra dimensão. Para piorar as coisas, o Hulk se depara com um insidioso plano elaborado pelos sinistros transmorfos alienígenas skrulls.”

Contando uma das muitas histórias criadas por Peter David, Gritos Silenciosos mostra perfeitamente o quanto o autor se aprofundou no personagem desenvolvendo várias perspectivas de como é a batalha interna entre Bruce Banner e o Hulk, tendo usado até mesmo a infância do herói e seu posterior distúrbio de múltiplas personalidades para justificar o seu temperamento e a própria existência do Hulk. A arte feita por Dale Keown determina uma época dourada para as HQs do Golias Esmeralda, seus traços são limpos, incisivos e com um belo sombreamento.

O herói estava desaparecido a meses, depois de enfrentar uma explosão de uma bomba gama ele havia sido considerado morto, porém foi encontrado inconsciente pelo dono de um casino em Las Vegas e graças a explosão Joe Tira-Teima mais conhecido como o Hulk Cinza agora ficava 100% do tempo transformado. Acabou se tornando leão de chácara de um casino, nesse período de tempo também fez parte do Novo Quarteto Fantástico e teve um romance com uma dançarina local.

Ao retornar para Nova York, Banner procura por sua esposa que não vê a meses. O fato de estar vivo não era do conhecimento de muitos e Betty Ross sua esposa havia seguido em frente superando sua suposta perda. Mas quando ele finalmente a encontra o exército aparece para contê-lo.

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Após fugir do exército, Hulk e Betty tentam encontrar Rick Jones, um grande amigo de Banner, o herói não sabe ainda mas Rick havia sido raptado pelos Skrulls, alienígenas transmorfos, capazes de assumir várias formas para enganar seus inimigos. Além dos Skrulls Bruce terá que enfrentar vários problemas para encontrar a si mesmo, pois neste exato momento seu corpo possui três personalidades, Hulk, Joe Tira-Teima e Bruce Banner e todas elas lutam por controle. Para conseguir se livrar disso ele receberá ajuda do Dr. Leonard Samson, um psiquiatra que tratará o distúrbio de múltiplas personalidades de Bruce antes que ele perca totalmente o controle e acabe casualmente destruindo todo o continente.

Caso você esteja se perguntando, Peter David explicou de forma psicológica porque Banner conseguiu se transformar em Hulks de cores diferentes. Após presenciar seu pai assassinando sua mãe, Bruce com apenas 7 anos, desenvolveu um quadro de múltiplas personalidade despertado totalmente quando atingido pela radiação gama. Assim o Hulk Verde, sempre querendo ficar sozinho e sem muita inteligência, seria sua personalidade infantil; o Hulk Cinza seria a personalidade adolescente entre o fim da escola e início da faculdade.

O incrível Hulk: Gritos Silenciosos é uma HQ repleta de ação, que, com certeza, agradará a todos os fãs do Golias Esmeralda. O maior destaque vai para profundidade dada ao personagem por Peter David, é possível ver a evolução do herói que outrora era “burro e servia apenas para esmagar e assustar”. Se você não é um fã do “verdão” certamente irá se tornar depois de ler Gritos Silenciosos.

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Resenha: Saga – A Maldição do Tigre – (o compilado), Collen Houck

Atenção! Este texto contém spoilers! Para reler a resenha completa dos dois primeiros livros, clique:

A Maldição do Tigre – AQUI
O Resgate do Tigre – AQUI

Há um tempinho atrás, vim aqui falar pra vocês sobre minha nova paixão: o livro “A Maldição do Tigre”. Lembro como essa série conquistou meu coração com tanta facilidade, que eu mal terminei a última página e vim contar aqui o quanto vocês deveriam largar tudo que estavam fazendo e ler essa história.

– Você foi a escolhida, Kelsey. E, se eu tivesse a opção de escolher a garota que iria me salvar, ainda teria sido você.

Meu amor era tanto, que eu estava prestes a abandonar a faculdade e ir ao zoológico procurar um tigre pra chamar de meu. Recomendei a saga para todas as minhas amigas (e inclusive para todos vocês, leitores do site) e fiquei mais que feliz em saber que a série era formada por cinco livros!

“Acho que me apaixonar por ele seria como mergulhar de um precipício. Seria ou a melhor coisa que me aconteceria ou o erro mais idiota que eu cometeria. Faria com que minha vida valesse a pena ou com que eu me chocasse contra as pedras e me arrebentasse completamente.”

Depois do momento empolgação, fui tão ansiosa ler “O Resgate do Tigre“, segundo livro da série, que devorei todo em um dia. O livro começou perfeito e teve um desenvolvimento tão maravilhoso, que eu só fazia elogiar! Mas ao final do livro eu já imaginava como aquela história que parecia estar terminando iria ter fôlego para segurar mais 3 livros. Mas não duvidei em nenhum momento de Colleen Houck, afinal seus dois primeiros livros estavam impecáveis, então fiz a resenha do segundo livro (que você pode ler aqui) e parti para a próxima parada: o terceiro livro, “A Viagem do Tigre“. E foi aqui, meus amigos, que tudo começou a desandar…

Não me entendam mal, não me arrependo de ter lido a saga do Tigre em momento nenhum. Mas ao meu ver, os dois primeiros livros são muito superiores que os dois últimos livros da série. Acredito que a história poderia ter sido finalizada em uma trilogia, mas ao prolongar os acontecimentos para criar conteúdo para um outro livro, a autora perdeu a proposta do romance de uma maneira tão brutal, que as vezes eu tinha que parar e voltar algumas páginas para entender em que país Kelsey estava, ou que artefatos ela estava usando, ou se o pensamento dela no momento se referia a Ren ou a Kishan.

Entre deuses que iam e  voltavam, instrumentos que faziam a pessoa se transportar no tempo/espaço, árvores que falavam e um irmão cara de pau que não sabia respeitar os limites do brocode, fui tomando um desgosto tão grande pela leitura, que tive que me forçar a terminar o último livro, “O Destino do Tigre“. Final esse que deixou a desejar.

Eu até tentei fazer uma resenha específica para cada livro (assim com fiz com os dois primeiros volumes) mas preferi poupar vocês de ler minhas palavras desapontadoras, e então compilei aqui a minha opinião final: “A Maldição do Tigre” ainda é um dos melhores livros que já li, seguido de perto pelo segundo volume, que sustenta a qualidade da história e do romance. Mas a partir daí, só recomendo a leitura para quem gosta de um triângulo amoroso descarado ou de histórias indianas recheadas de mitos! A decisão final fica com vocês!

 

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Resenha: A Vingança de Mara Dyer, Michelle Hodkin

A Vingança de Mara Dyer é o terceiro e último volume da trilogia homônima, escrita por Michelle Hodkin.

Mara Dyer está cada vez mais longe de achar uma solução para os seus problemas. Após o incidente na clínica onde estava para tratar sua “loucura”, a garota se encontra em um local completamente desconhecido e se vê obrigada à achar respostas sobre tudo o que aconteceu em sua vida desde que brincou com um tabuleiro Ouija.

E mais uma trilogia chegou ao fim! Finalizar trilogias, séries, etc é sempre um caminho incerto para mim. Estou exposto a todo tipo de explicações e conclusões de histórias. Às vezes há aqueles finais épicos, que marcam, que chocam, que impressionam. Também há aqueles fechamentos medianos, que faltam explicações e que, num todo, acabam de, certa forma, decepcionando. E há aqueles que são incoerentes, fracos e fáceis de serem esquecidos.

Bem, quem acompanha o site sabe o quanto eu fiquei maravilhado com A Desconstrução de Mara Dyer e logo depois, uma faísca de decepção veio com A Evolução de Mara Dyer. Eu não sabia o que esperar de A Vingança de Mara Dyer e, gente, odeio informar isso mas, não consegui gostar. Juro para vocês. A saga começou de uma maneira tão brilhante e tão empolgante mas com o decorrer das continuações, o leitor que estava submergido na loucura que é a história de Mara, foi emergindo e caindo na dura e cruel realidade que foi Evolução e Vingança de Mara Dyer. O que foi realmente triste pois, quando a trama chegou à superfície, caiu na mesmice.

Enquanto no primeiro e até metade do segundo livro, éramos levados a pensar que o que circundava a vida de Mara, era algo paranormal, mas quem leu Evolução de Mara Dyer, sabe que os rumos que a história tomou foram completamente sem sentido, aliás divergiram do que foi passado no primeiro volume… Mas fazer o que né?

Passada a decepção com os caminhos que a trama tomou, os personagens ainda continuam tão misteriosos e apaixonantes. Mara, agora, além de ter toda uma loucura dentro de si, agora tem raiva, o que a deixa ainda mais fascinante. A garota é daquelas que vai lá e coloca a cara à tapa e isso é admirável! Já sobre o resto do elenco, não posso falar, mas esperem muita surpresas e preparem o coração. É apenas o que posso dizer.

Mesmo eu não tendo gostado das explicações e dos rumos que Hodkin decidiu utilizar, uma coisa que preciso ressaltar de A Vingança de Mara Dyer são as páginas finais. Que páginas foram essas, hein? Eu estava para me derreter de paixão. Cada frase que eu lia, eu ficava AAAAAAAAAA. Só vocês lendo para ver!

Enfim, eu não irei me prolongar mais. Apesar dos pesares, eu recomendo a trilogia. É intensa, intrigante e sufocante. Porém, não tenham muitas expectativas com as sequências.

Crédito da imagem de capa (x)

 

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Resenha: 1602, Neil Gaiman, Andy Kubert & Richard Isanove

“O ano é 1602, enquanto a Era Elisabetana se aproxima do fim, a Inglaterra é perturbada por tempestades inexplicáveis e boatos de poderosos seres inumanos espreitando a terra. Por toda a Europa, heróis e vilões estranhamente familiares, incluindo Nick Fury, Homem-Aranha, os X-Men e o Doutor Destino são arrastados para um intrincado plano de traição e perfídia. Um plano que pode muito bem trazer o fim de seu mundo.”

A premissa de 1602 parece bizarra para dizer o mínimo, recriar o universo Marvel como se tivessem existidos na Inglaterra elisabetana, não conseguimos nem imaginar a reação de todos na equipe que produziu a HQ ao ler a proposta pela primeira vez. Felizmente o editor-chefe, Joe Quesada, confiou nos instintos de Neil Gaiman e o deixou prosseguir com sua visão, que acabou se tornando um grande sucesso.

O roteiro é consistente e muito bem entrelaçado com a época que retrata, pondo os personagens em posições que de fato poderiam estar no séc. XVII, e a cultura da época é também muito bem retratada. A arte é um ponto forte nessa HQ, Andy Kubert e Richard Isanove fizeram um belo trabalho, principalmente com expressões bem detalhadas e cenários impressionantes.

A rainha da Inglaterra está enferma e a Inglaterra se retrai à sombra do Rei James da Escócia, que espera ansiosamente pela morte da rainha para que as portas da Inglaterra se abram e deem boas vindas ao seu novo rei. Em meio a tudo isso, um homem observa, Nick Fury, o líder da segurança real tem “olhos” por todas as partes e ouvidos em todos os becos, mas será isso suficiente para impedir uma tentativa de assassinato?

4cbe0d0b790b92515188-03Perto dali os “sangue bruxos” ou mutantes, estão reunidos sobre a liderança de Carlos Javier, que os mantêm em segurança e cuida para que eles não sejam capturados, sua raça é considerada uma abominação pelo povo e principalmente pelo rei James. Agora, a única coisa que protege os sangue bruxos de um destino mortal e cruel é a existência da Rainha da Inglaterra, mas os episódios de mutantes sendo perseguidos e queimados vivos estão cada vez mais frequentes diante da ameaça de coroação do Rei James, ele no poder seria a sentença de morte dos mutantes.

Recebendo conselhos de Stephen Strange, a rainha da Inglaterra dá ordens a Nick Fury de trazer uma relíquia templaria, que está sendo guardada pelo último membro vivo da ordem. É de conhecimento geral que o item em questão contém um grandioso poder, e podendo ser usado como arma para manter a cabeça do Rei James longe da coroa da Inglaterra. O único porém, é que a rainha não é a única que está atrás do artefato, e caso ele caia nas mãos erradas, poderá significar o fim de tudo o que é conhecido.

1602 é uma grande HQ, que traz para nós uma história criativa e inovadora, além de uma arte surpreendente e muito bem detalhada. Neil Gaiman trouxe vários personagens conhecidos do público e os adaptou ao século XVII de forma brilhante, como por exemplo o Demolidor, que na história é um bardo, os X-Men são perseguidos e judiados e Dr. Destino que…bem, continua sendo o soberano da Latvéria. Uma leitura recomendada a todos, do velho mundo ao novo mundo.

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Resenha: Grey, E.L. James

Christian Grey controla tudo e todos ao seu redor. Seu mundo é organizado, disciplinado e terrivelmente vazio – até o dia em que Anastasia Steele surge em seu escritório, uma armadilha de pernas torneadas e longos cabelos castanhos. Christian tenta esquecê-la, mas em vez disso acaba envolvido num turbilhão de emoções que não compreende e às quais não consegue resistir. Diferentemente de qualquer mulher que ele já conheceu, a tímida e quieta Ana parece enxergar através de Christian – além do empresário extremamente bem-sucedido, de estilo de vida sofisticado, até o homem de coração frio e ferido. Será que, com Ana, Christian conseguirá dissipar os horrores de sua infância que o assombram todas as noites? Ou seus desejos sexuais obscuros, sua compulsão por controle e a profunda aversão que sente por si mesmo vão afastar a garota e destruir a frágil esperança que ela lhe oferece?

Não é de hoje que o sucesso da versão masculina de romances vem tomando espaço nas estantes em todo o mundo. Entre os que amam e que odeiam, para o leitor o fato é o seguinte: vamos ler a exata mesma história. Sem nenhuma surpresa e nenhuma expectativa pois sabemos exatamente como aquilo vai terminar. Para prender durante a leitura, o autor dispõe de duas opções:
1- Ter construído um mocinho introspectivo e misterioso que aguce a curiosidade do leitor;
2- Ter construído um mocinho tão maravilhoso que se torna prazeroso reler aquelas palavras.

Posso citar aqui inúmeros POVs de sucesso: Essa Garota, Breakable, Sem Esperança… Utilizando um ou outro artifício, as autoras conseguiram convencer e conquistar o leitor. Mas não posso dizer isso da mais nova obra de E.L. James, Grey. Na verdade até agora não me decidi se achei a autora preguiçosa ou receosa.

Vamos ser sinceros e concordar que Cinquenta Tons de Cinza sempre conquistou o público, mas nunca conquistou a critica. Talvez com medo de perder a garantia do seu sucesso – as leitoras – James não quis se arriscar e nos entregou um livro muito semelhante aos anteriores, com pouquíssimas novidades e muita repetição.

Christian Grey é um personagem muito mais profundo e melhor construído do que Anastasia, e por isso achei que sua narração seria mais completa e até um pouco sombria. Mas veja só que ilusão… A autora não aproveitou para explorar a infância de Christian – os sonhos relembrados são quase os mesmos. Ela também não utilizou os recursos de uma narração mais adulta. Eu me senti lendo exatamente o mesmo livro, onde ela trocou os pronomes “ele” por “eu”.

A questão é que eu esperava mais de Grey – não apenas do livro, mas do personagem – mais da sua vida pré-Anastasia, mais da sua infância conturbada, mais da sua luta para se encaixar numa sociedade em que não se sentia merecedor, mais da conquista do seu império. Mas tivemos que nos contentar com os mesmos momentos do primeiro livro da série (Cinquenta Tons de Cinza.)

O livro começa no mesmo ponto que Cinquenta Tons, na entrevista que Anastasia faz a Christian para o jornal da faculdade e termina um pouco mais adiante. Enquanto na versão de Anastasia a leitura termina depois dela abandoná-lo em seu apartamento, em Grey acompanhamos o sofrimento de Christian com o término por mais uma semana, até ele decidir reconquistá-lo. Desta vez não temos a deusa interior, mas a falta de descrição dos eventos, os problemas de narração e repetição de palavras continua… Eu juro que se eu ler novamente as palavras: “Ela não vai aceitar. Talvez ela aceite. Foco, Grey!” meu estômago já começa a embrulhar.

Pelo lado positivo, acompanhamos muito mais de perto a transformação de Christian por Ana. Começamos a entender os seus sentimentos quando nem ele mesmo entende.

Eu nunca senti esse desejo, essa…. fome antes. É um sentimento novo, novo e luminoso. Eu espero tanto dela: sua confiança, sua obediência, sua submissão. Eu quero que ela seja minha, mas nesse exato momento… eu sou dela.

Embora a leitura seja rasa, ela acerta em seu objetivo: entreter o leitor e levar um pouquinho mais de Christian Grey para casa de cada leitora apaixonada!

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Resenha: A menina que colecionava borboletas, Bruna Vieira

Bruna Vieira está cada vez mais longe dos quinze, e sabe que crescer nunca é tão simples. Considerada uma das blogueiras mais influentes do mundo, mais uma vez ela dá vazão ao seu talento como escritora com este seu novo livro de crônicas e pensamentos, em que mostra o quanto amadurecer e conquistar a independência é maravilhoso, mas tem seus desafios e poréns. A garota do interior que usa batom vermelho e que realizou seus maiores sonhos continua inspirando adolescentes de todo o país. Para ela, as páginas deste livro significam o bater de asas das borboletas que colecionou dentro do peito por algum tempo e que agora, finalmente, pode deixar que voem livres por aí.

Confesso que nunca dei muito crédito para livros que blogueiras escreviam. Mas sempre fui um leitor assíduo do Depois dos Quinze, blog da Bruna Vieira, apesar de nunca ter ligado muito para seus livros. Achava que eram histórias que não iriam me agradar. Mas, após um amigo me falar várias frases de A menina que colecionava borboletas, resolvi dar uma chance.

E aconteceu que não era uma história. Eram várias crônicas, dos mais variados assuntos e que, para pagar minha língua daquela maneira bem típica, eu me identificava bastante. Além disso, me inspiravam bastante.

O livro da Bruna possui uma narrativa leve, daquela que podemos encontrar em uma conversa descontraída entre amigos. Arrisco dizer inclusive, que me sinto amigo dela depois da leitura. Ela trata de assuntos como popularidade na época do colégio, a não aceitação de nós mesmos, o primeiro amor, o primeiro fora, traição, confiança, as dificuldades de crescer… E quem não se identifica com isso, não é mesmo?

A autora ainda conta do seu período de adaptação conforme seu blog crescia na internet, e essa parte em particular me afetou bastante, afinal estava passando pela mesma coisa. Nossa vida não é nada além de uma transição atrás de outra.

O livro não é grande, mas demorei para lê-lo. Aquela demora proposital em que resolvemos enrolar, ler e reler cada página para que aquilo demore mais para acabar. É tipo comer um chocolate em pequenas mordidas e esperar que ele derreta em nossa boca. Foi assim que li A menina que colecionava borboletas, entre inúmeras pausas que eu dava para anotar algum quote, tirar uma foto bonitinha para o Instagram, ou até mesmo, escrever.

Bruna me inspirou a escrever meus melhores textos neste livro. Eu lia determinada frase e era como um estouro, em que palavras choviam na minha cabeça e lá estava eu, escrevendo milhares de novos contos inspirados no que tinha acabado de ler. É um livro especial, sim. Bruna Vieira sabe das coisas.

Muitos dizem que é o típico livro de menininha, mas já desconstruí esse padrão em outras postagens aqui. Não é. Livros não tem gênero. O livro da Bruna Vieira é para todos aqueles que sentem em demasia, para todos aqueles que são corajosos o suficiente para dar asas aos sentimentos mais profundos, sem medo da decepção. Mais que recomendado para todas as idades, todas as épocas e acima de tudo, todo tipo de sentimento capaz de existir.

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Resenha: Muito mais que 5inco minutos, Kéfera Buchmann

Com apenas 22 anos, a curitibana Kéfera Buchmann já reúne quase doze milhões de seguidores nas suas mídias sociais (YouTube, Facebook, Twitter e Instagram). São cinco milhões de assinantes só no seu canal no YouTube, “5inco minutos”, o quarto mais visto do Brasil. Ela recebe centenas de mensagens de fãs de todo o país diariamente e é sempre parada na rua. Se o YouTube é de fato a nova televisão, como argumentam alguns estudiosos, hoje Kéfera equivale aos antigos astros globais.

Com algumas diferenças, porém: enquanto aqueles atores e atrizes geralmente cultivavam um discurso de bons moços, Kéfera ficou conhecida por dizer o que pensa. E é daí, dessa sinceridade chocante e muitas vezes desbocada, que se alimenta o seu sucesso enorme. Muito mais que 5inco minutos traz essa Kéfera sem papas na língua, mas não é centrado na sua fase atual de youtubber popstar. O livro joga luz sobre uma Kéfera que nem todos os fãs conhecem, a Kéfera pré-fama.

A menina super sensível que sofreu bullying em quase toda a infância e que, em vez de se dobrar, se tornando uma pessoa amargurada, se reinventou e ressurgiu como uma jovem forte e alegre que serve de exemplo para milhares de meninos e meninas. Kéfera fala desses momentos difíceis e também da sua relação tortuosa com a matemática, do seu primeiro beijo, de moda e de relacionamentos. Não faltam, claro, momentos hilários. E outros de deixar o coração apertado. Ou seja, Kéfera sendo mais Kéfera do que nunca.

Acompanho a Kéfera e o seu canal do Youtube, 5inco Minutos desde os primórdios. Ok, nem tanto. Conheci ela em meados de 2012, quando todos já pareciam conhecê-la, menos eu. Me mostraram um vídeo dela no colégio e eu nunca havia rido tanto na minha vida. Resultado? Passei a madrugada desse dia vendo todos os seus outros vídeos. Sim, zerei o canal dela em uma madrugada e a partir de então, não perdi uma atualização sequer.

É engraçado quando nós acompanhamos alguém assim, do anonimato ao sucesso supremo. Eu me negava a dizer que era fã de uma Youtuber, porque nossa, quem é fã de uma pessoa que faz vídeos na internet? Mas tudo bem. Continuei acompanhando e quando dei por mim, já lutava por uma resposta dela no Twitter e fazia gifs de seus vídeos a rodo no Tumblr.

Quando fiquei sabendo, através do seu Snapchat, que teríamos um livro, já fiquei bastante animado, afinal, disso eu entendia muito. Acompanhei então, toda a saga da escrita, revisão, anúncio do título, capa, autógrafos… E o livro finalmente foi lançado. O primeiro que comprei na Bienal do Rio, para ser exato. E claro, impossível não folhear e ler logo de cara algumas frases.

Lembro que foi difícil de encontrar o livro porque foi um sucesso total de vendas. E quando achei duas cópias escondidas na Saraiva, certeza que alguém voltaria para pegar depois, já comprei sem hesitar. Uma para mim, e outra para minha irmã. E comecei a leitura no mesmo dia, como quem não quer nada. Terminei também. Na madrugada, jogado.

Não dava muito para um livro. A gente tem essa mania de julgar as coisas sem conhecer, mas ainda bem que resolvi lê-lo. Kéfera mostra que é muito mais que um rostinho bonito fazendo graça em frente a uma câmera. A autora mostra, que o buraco é mais embaixo realmente, e que é muito, mas muito mais que 5inco minutos, mesmo.

Com uma maturidade jamais vista, Buchmann expõe assuntos que são vistos por muitos como tabus intocáveis, tais como bullying, depilação íntima, o primeiro amor, o primeiro fora, permeando suas lições de moral com muito bom humor e exemplificando com fatos que aconteceram em sua própria vida. Devo admitir, são poucos os autores que conseguem, com tanta facilidade e delicadeza, tocar nos assuntos que Kéfera tocou, e saírem deles com êxito em demasia.

Além disso, temos algumas fotos exclusivas da atriz, feitas justamente para o livro, assim como da nossa queridíssima Vilma Tereza, o que ajuda a compor essa atmosfera leve em que a narrativa é levada. Leve, mas com profundidade inigualável. É o tipo de livro que eleva sua autoestima às nuvens, não importa se você tem doze ou trinta e poucos anos. Afinal, peguei minha irmã – de doze – e minha mãe – de trinta e poucos – no flagra, lendo o livro, que com certeza passará de mão em mão aqui em casa.

Finalizado com um epílogo que deixa um gosto de quero mais, Kéfera Buchmann mostrou que tem um potencial jamais visto anteriormente e um talento múltiplo, afinal, seu currículo agora ganha o título de autora de algo eterno e que, com certeza, será best-seller em alguns dias. Recomendo para todas as idades, e para todo o tipo de pessoa.

E se você tem preconceito, te convido a deixá-lo só um pouquinho de lado para experimentar o que Kéfera tem a te proporcionar com seu livro. Tenho certeza de que não vai se arrepender em momento algum!

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Resenha: Difamação, Renée Knight

Livros transformam. Te fazem acreditar em tais coisas, te induzem a criar, livros são perigosos. Knight nos joga nesse emaranhado de vozes, nos cospe em um debate frenético entre sanidade e loucura, em seu romance de estreia Renée desbanca renomes. Iguala-se a estes.

O cotidiano de Catherine assemelha-se ao de qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. Trabalho, casamento, filho, cansaço. Uma tela em branco que acaba sendo manchada nas primeiras páginas. O leitor perdeu sua zona de conforto em instantes. De início encaramos a Sr. Catherine Ravenscroft com diversos olhos, na verdade não queremos encara-lá de tão enfadonha que parece ser. A mulher deixa que seu misto de insegurança e medo transpasse os parágrafos e ninguém deseja sentir tais coisas, do mesmo modo que somos forçados a bel prazer a não desgrudar da obra. O livro que mudaria a história de Catherine tem como título “O Completo estranho”. Ele apareceu ali, no meio de suas coisas, entre as caixas da mudança e a falta de paciência para abri-las.

“É preciso coragem, certo? Para tirar a máscara e ver quem realmente somos.” (Pág. 222)

“O Completo Estranho” reserva surpresas, tanto para a leitora quanto para seus observadores. Catherine logo se dá conta que o que ali está escrito há anos se desgrudara das folhas, há décadas ocorrera friamente e por alguma razão fora aprisionado em mais de duzentas páginas. Propositalmente. Um livro não se escreve sozinho, assim como pessoas não se jogam no mar a toa. Catherine encara um labirinto, encara e é destinada a ele, mesmo que tema perder-se, mesmo sabendo que irá se perder entre os arbustos. Como está bem definido na sinopse do livro:

“Catherine Ravenscroft chegou à meia-idade levando uma vida perfeitamente normal: é casada, tem um filho, ama o emprego, gosta de ler nas horas vagas. Agora que o filho cresceu e seguiu seu próprio rumo, ela e o marido decidiram se mudar para uma casa menor. Em meio ao caos da mudança, Catherine encontra O completo estranho, um livro que não se lembra de ter comprado. 

Intrigada, ela inicia a leitura, mas logo se dá conta de algo terrível. O que está ali não é ficção. A narrativa traz, com riqueza de detalhes, o dia em que Catherine se tornou refém de um segredo sombrio. Até então, ela achava que ninguém mais sabia o que havia acontecido naquele verão, vinte anos antes. Pelo menos ninguém ainda vivo.

Agora o mundo perfeito de Catherine está desmoronando, e sua única esperança é encarar o que realmente aconteceu naquele dia fatídico. Mesmo que a verdade possa destruí-la. “

O segredo que guardara por anos começa a ser revelado, lentamente, assim deseja o autor, a pessoa que apropriou-se de histórias alheias para aterrorizar. O mistério perdura até a última página, mesmo que tudo aparente ter sido revelado. O mistério continua vivo até mesmo após a conclusão da leitura, é algo agonizante o que Knight provoca. Os temas são lançados, navegamos do erotismo até o egoísmo, entramos na mente de adolescentes, de maridos inseguros, de filhos ignorados, é um embate filosófico sobre existência e o porque de nunca conseguirmos aproveitar tal. A autora vai até o cerne humano e crava suas unhas por meio das palavras, meticulosamente escritas e planejadas, provocativa ao extremo, Renée Knight faz o que os escritores conseguem forjar melhor: Ela atua com diversas faces, ela é e não é ao mesmo tempo seus personagens, lhes dá forma e os deixa viver nos múltiplos universos que suas mentes produzem.

“É incrível como a raiva dá forças a alguém.” (Pág. 24)

A temporização usada na obra é um ponto a ser ressaltado. O tempo presente da narração é 2013, mas constantemente vamos até 1993, ou 1998, por questões necessárias, nada como visto na maioria dos livros onde essas viagem temporais só surgem para acrescentar pontos que nem deveriam existir ou para impedir lacunas. Knight acerta em tudo, e isso é raríssimo, posso identificar um dia quem sabe erros neste livro, em uma terceira ou quarta leitura (pois é impossível ler uma só vez esse romance), mesmo que ache isso uma tarefa dificílima. A edição da Suma de Letras é impecável, da escolha do papel até a diagramação da obra. A capa permite que o leitor faça suas escolhas, assim como o livro, sobre o gênero e sobre do que se trata. A tensão começa a partir dai, o romance é mascarado, sombrio e calculado com uma frieza monstruosa.

“Há de parecer um acidente, e Catherine sabe com que facilidade os acidentes acontecem.” (Pág. 55)

Catherine parece ser o centro das atenções do enredo, surge como a esposa com um passado enevoado e como mãe displicente, é essa a imagem que temos por páginas e páginas. Com o andar das coisas fica explícito que Catherine nada mais é que uma peça entre tantas, que no tabuleiro ela se encarrega de ser a rainha, cercada por torres, bispos e um rei que necessita das mais variadas proteções. Seu marido, assim como se referiu ao próprio o autor de “O Completo Estranho”, é uma ponte entre a mulher seu filho, Nicholas. Mas pontes, quando feitas as pressas, desabam.

“E, com ela ao meu lado, não será preciso muito para levar essa espécime débil até a beira do precipício. Só preciso alimentar seu lado sombrio e levá-lo a um ponto sem volta, deixá-lo, equilibrando-se na beirada.” (Pág. 163)

O responsável pelas mudanças na vida rotineira da família Ravenscroft não demora para mostrar sua face. Não fica no escuro ocultando suas origens, suas histórias e seus desejos. Ele é melancólico na maioria das vezes e seu caráter saudosista o cega em diversos momentos, mas também o alerta no menor indício de perigo. Portador de segredos, o homem (Sim, ao menos isso posso revelar) a vida de alguns em um inferno com direito a seus nove níveis. O interessante é que em seu estado de ódio, o sujeito, por mais que tente evitar, acaba se perdendo. Acaba mergulhando neste inferno, cria sua, e ardendo nas palavras que por raiva incontrolável disparou. Sua trama difamatória nos conduz para desfechos eletrizantes. Os pontos finais da autora queimam.

“Difamação” é atípico, guiado com a sutileza de uma escritora sarcástica, levado para as livrarias com o ar que merece e que atinge a qualquer leitor. Do início ao fim a missão que Knight destinou a si mesma é cumprida, a crueza de seus capítulos surpreendem o mais bem avisado. Nada ocorre por motivos do destino na obra, a concha vai aos poucos unindo suas pontas até transformar-se em uma gigantesca rede de informações, uma rede traiçoeira, munida de verdades sobre tudo e todos. Uma partícula de humanidade foi injetada no romance, provocando assim o surgimento de muitas outras. Fica claro que não se deve, nem na mais segura situação, confiar.

Livros, Resenhas

Resenha: Wolverine: Origem, Paul Jenkins, Andy Kubert & Richard Isanove

“Ele é o melhor no que faz… Mas quem seria na verdade esse misterioso mutante? Seu passado permaneceu um grande mistério… até agora. Nesta edição, você irá conhecer a chocante história daquele que um dia se tornaria Wolverine, quando sua incrível origem será finalmente revelada.”

Uma das histórias mais esperadas entre os fãs dos X-Men, a origem do Wolverine demorou 27 anos para ser revelada e era até então rodeada de mistérios, entre os ávidos leitores era comum até mesmo a criação de teorias sobre o seu passado, entretanto, a história oficial não decepcionou, pelo contrário, não poderia ser mais empolgante.

A história foi escrita por Paul Jenkins, que teve que lidar com uma grande pressão devido a súbita popularidade que o Wolverine ganhou graças ao primeiro filme dos X-Men, felizmente seu roteiro fez jus a grandeza e a popularidade do personagem. A arte feita por Kubert e Isanove utilizou uma técnica de colorização que conferiu um estilo único à série, feito diretamente no lápis.

Tudo começa quando Rose, uma jovem moça órfã, se muda para a casa dos Howlett para assumir seu novo posto como babá de James, um garoto com saúde frágil e fraco. Na casa dos Howlett Rose também conhece outro garoto, de nome desconhecido e conhecido como “o cão”, é filho do Sr. Logan, um dos funcionários da casa, é um homem alcoólatra grosseiro, com um complexo de inferioridade.

Com o tempo, a babá e os dois garotos, tornaram-se bons amigos, e aos poucos vemos grandes mudanças em suas personalidades, principalmente no garoto de nome desconhecido, que era constantemente agredido pelo seu pai pelos motivos mais fúteis, forjando sua personalidade de forma bruta e covarde. Para a babá Rose e James tudo continua da maneira que estava pois sempre que se separavam de seu amigo, voltavam para a mansão juntos, já “o cão” voltava para casa onde provavelmente apanharia mais uma vez.

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Quando “o cão” passa a se interessar romanticamente por Rose percebemos as consequências dos traumas que sofreu, quem era outrora um menino bom e altruísta, torna-se um jovem ambicioso e egoísta, que não mede as consequências para ter o que quer. Quando James flagra seu “amigo” tentando forçar Rose a ficar com ele, corre para pedir ajuda a seu pai, isso foi visto como um grande erro pelo “cão”, pois a partir dali a história dos três tomaria um rumo completamente diferente.

“Wolverine – Origem” é uma das HQs mais bem trabalhadas da Marvel, não só no quesito roteiro, mas também em relação a sua arte, o peso de criar uma origem para um personagem que já fazia sucesso a 27 anos era enorme, porém Jenkins soube honrar essa tarefa, contando de forma genial uma grande história original. O Wolverine é mais do que se imaginava nessa HQ, vemos um lado dele que nunca poderíamos sequer imaginar, descobrimos o que o deixou perturbado por tanto tempo, do que ele tanto tentou fugir, a história é repleta de cenas memoráveis e imprevisíveis, uma das melhores já lançadas pela Marvel e definitivamente recomendada a todos.