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Resenha: Os Assassinos do Cartão-Postal, James Patterson

Para quem é apaixonado por histórias com muita ação e suspense, presta atenção nessa resenha de Os Assassinos do Cartão-Postal. Esse é o terceiro livro do autor James Patterson, que também deu origem a Bruxos e Bruxas e O beijo da Morte. A obra, lançada em 2014, foi escrita junto da autora sueca Liza Marklund e consegue facilmente fisgar os amantes de romance policial. 

A obra tem três núcleos narrativos distintos. Primeiramente somos apresentados ao casal Sylvia e Mac Rudolph, dois estudantes de arte provocativos e tremendamente atraentes. Eles viajam por toda a Europa assassinando jovens apaixonados. A marca dos criminosos é o envio de cartões-postais para jornais da cidade antes e após os assassinatos, sendo, portanto, denominados de Assassinos do Cartão-Postal.

Depois dos serial killers, acompanhamos a trajetória do policial Jacob Kanon, da divisão de homicídios do Departamento de Polícia de Nova York. O detetive está em Berlim à procura do mesmo casal que, anos antes, assassinara sua filha Kimmy. Desde então, ele está em uma busca obsessiva pelos dois.

E finalmente, conhecemos a jornalista  Dessie Larsson. Em Estocolmo, ela recebe um estranho cartão-postal com uma frase de Shakespeare. Esse incidente faz a personagem ingressar em uma investigação policial alucinante para encontrar os mesmos assassinos. Jacob e ela se cruzam em um momento da história e acabam por unir forças na caça aos criminosos.

Com uma sinopse dessa é impossível não se interessar. Apesar de bem construída, o autor deixou algumas pontas soltas que parecem propositais e instigam o leitor a pensar um pouco mais sobre o que realmente aconteceu. O leitor será levado a tirar suas próprias conclusões ao decorrer da historia, as provas são convincentes, mas os álibis também.

Essa alternância entre os personagens nos proporciona uma intimidade maior com cada um deles e deixa a leitura bem mais dinâmica e menos cansativa. Desde a relação entre o casal até o desespero de Jacob por justiça durante cada descoberta. Fora que o toque de nos mostrar a visão dos assassinos torna tudo muito mais interessante e sangrento, inovando totalmente ao descrever a mente doente dos dois assassinos e na descrição das cenas de crime.

Com capítulos curtíssimos, as páginas voam pelos dedos e a trama não deixa de ser clara desde o início, sendo possível terminar a leitura tranquilamente em alguns dias. Salvo o final, apreciei muito os sentimentos que a obra conseguiu despertar em mim, uma mistura de pânico e adrenalina. Com todos esses elementos, Os Assassinos do Cartão-Postal se torna definitivamente um dos livros 

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Resenha: Um Holograma Para o Rei

Um Holograma Para o Rei é um livro do roteirista Dave Eggers lançado em 2012 chegou há cerca de um ano no Brasil pela Companhia das Letras, talvez por conta do filme que estreia em 14 de julho de 2016, estrelado por Tom Hanks e pelo prestígio alcançado por Eggers com seus lançamentos anteriores como “O Círculo” e  “Os Monstros“.

A história conta a vida de Alan Clay, um americano que vendia bicicletas em seus tempos áureos, mas que por decisões erradas, levou o negócio da família às ruínas e para manter seu estilo de vida, passa a ser uma espécie de representante comercial de uma empresa de tecnologia. A grande oportunidade que tem para sair das dívidas está em conseguir vender alguns produtos da empresa para um rei na Arábia Saudita, e ele junto de alguns jovens, vai até a futura “nova Dubai” para conseguir fechar o negócio. A grande questão é: o rei nunca aparece.

Tudo se une e faz sentido a partir de então: o homem está no meio do deserto, em uma cidade quase fantasma e percebe que sua vida É um grande deserto. Sem certezas, sem fundações, sem ter do que se orgulhar e vivendo apenas de memórias de um passado distante. Em “Um Holograma Para O Rei” nada acontece. Não existem reviravoltas e nem uma trama consistente para seguir, nada além de entrar no psicológico de Alan e conhecer suas vidas e percalços. Apesar desta vastidão, nos levanta alguns questionamentos interessantes, sobre decisões que tomamos o medo de se arriscar e fazer o que quer, e o desenvolvimento dos países emergentes, além de nos mostrar um pouquinho da cultura árabe.

Alguns personagens secundários são rapidamente introduzidos, e acredito que o ponto mais interessante seja a vida de um motorista que se torna amigo de Alan e mostra a ele um pouco de sua vida e da cultura árabe. Ele inclusive tem um affair com uma jovem moça e entra em fuga após ser ameaçado de morte pelo marido dela, e acaba colocando seu novo amigo nessa escapada.

Já tradicional da escrita de Eggers, este lançamento não foge a narrativa questionável e detalhamentos excessivos em tiradas sem importância. Talvez o vazio do personagem principal prejudique a leitura no decorrer de tudo, pois se nota uma falta de objetivo nisso tudo. Ao chegar ao final, meu maior medo foi passar a me identificar com Alan em alguma parte da minha vida, e acredite, não é algo que desejo para ninguém.

Por curiosidade, segue o trailer do filme que será lançado aqui no Brasil em julho:

https://www.youtube.com/watch?v=rX3CC6OLFUg

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Resenha: Até O Dia Em Que O Cão Morreu

Até o Dia Em Que O Cão Morreu é quase uma biografia do autor Daniel Galera (Barba Ensopada de Sangue) pelas semelhanças entre o protagonista e quem o escreve. O personagem principal sem nome não tem sua identidade revelada em nenhum momento da história, o que torna toda tudo mais interessante, pois você passa a imagina-lo como qualquer pessoa do seu cotidiano (ou no meu caso, como Daniel).

O rapaz que trabalha como freelancer como tradutor e intérprete de russo, vivendo de uns bicos aqui e ali. Vive do dinheiro dos pais que o ajudam no final do mês pois não tem trabalho fixo e não vê necessidade de ter um, já que sempre conta com esse impulso quando necessário. A descrição do apartamento em que ele vive já nos remete a vida de uma pessoa triste e solitária, pois ele vive sem móveis, com um colchão no chão e está ok com isso.

Somos levados e guiados por uma vida básica, sem muitos acontecimentos, até o dia em que ele encontra com um cão na rua, que passa a acompanha-lo até seu apartamento diariamente. Em nenhum momento ele toma a atitude de adotar o cão. Ele trata a relação dos dois como “se quiser vir, venha”. Nessa idas e vindas com o cão, em uma balada ele conhece uma jovem modelo chamada Marcela. Rapidamente eles entram em sintonia, e ambos começam a se apaixonar, porém ele enfatiza que não quer relacionamento sério e isso os faz arrastar essa situação até o dia em que, por obra do destino, são obrigados a se separar.

O sexo sem cerimonia, a interação dos personagens, os diálogos que não são indicados por pontos e travessões são um chamariz e diferencial que torna tudo mais simples, assim como tudo que permeia a história, transforma a leitura em algo agradável, de modo que o desejo é terminar aquilo de uma tacada só. É uma obra madura e convidativa. A parte mais triste é começar a se identificar em alguns pontos, pois a realidade está tão crua e direta que dá um calafrio só de se imaginar tendo aquela vida.

Falar deste livro é um pouco difícil, pois são apenas 104 páginas, e caso eu entre em maiores detalhes, acabarei estragando a experiência de muita gente, por isso, apenas digo que é uma leitura extremamente prazerosa, detalhada – como já é característico de Daniel Galera – e pautada em nos mostrar o quanto uma vida aparentemente vazia tem suas cores e fatos marcantes. Após a leitura, eu recomendo também o filme Cão Sem Dono, que é inspirado neste livro e tem a incrível atriz Taina Müller interpretando Marcela.

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Resenha: A garota no trem, Paula Hawkins

Um thriller psicológico que vai mudar para sempre a maneira como você observa a vida das pessoas ao seu redor.

Todas as manhãs Rachel pega o trem das 8h04 de Ashbury para Londres. O arrastar trepidante pelos trilhos faz parte de sua rotina. O percurso, que ela conhece de cor, é um hipnotizante passeio de galpões, caixas d’água, pontes e aconchegantes casas. Em determinado trecho, o trem para no sinal vermelho. E é de lá que Rachel observa diariamente a casa de número 15. Obcecada com seus belos habitantes – a quem chama de Jess e Janson –, Rachel é capaz de descrever o que imagina ser a vida perfeita do jovem casal. Até testemunhar uma cena chocante, segundos antes de o trem dar um solavanco e seguir viagem. Poucos dias depois, ela descobre que Jess – na verdade Megan – está desaparecida. Sem conseguir se manter alheia à situação, ela vai à polícia e conta o que viu. E acaba não só participando diretamente do desenrolar dos acontecimentos, mas também da vida de todos os envolvidos.

Uma narrativa extremamente inteligente e repleta de reviravoltas. A garota no trem é um thriller digno de Hitchcock a ser compulsivamente devorado.

Na linha de thrillers psicológicos, a história criada por Paula Hawkins é uma daquelas que você não consegue desgrudar um minuto. Original, viciante e surpreendente.

A narrativa gira em torno do ponto de vista das personagens principais, em primeira pessoa, Rachel, Anna e Megan mostram aos poucos a trama. Por serem mulheres diferentes, a princípio não entendemos como suas histórias se conectam, mas a medida que os fatos se desenrolam, você consegue identificar o que as une. Tudo parece um quebra cabeça que só será esclarecido no final.

De vazio, eu entendo. Começo a achar que não há nada a se fazer para preenchê-lo. Foi o que percebi com as sessões de terapia: os buracos na sua vida são permanentes. É preciso crescer ao redor deles, como raízes de árvore ao redor do concreto; você se molda a partir das lacunas.

Rachel, a protagonista, está passando por um momento difícil da sua vida. Após uma traição, seguida de um divórcio, ela fica perdida e sua vida sai do eixo. Sem emprego, alcoólatra e morando na casa de uma amiga, ela vive entre as lembranças do passado, sua autodepreciação e seu vício.

Todo dia ela faz o mesmo caminho, pega o trem das 8h04 e, na volta, pega o trem das 17h56. No caminho, ela fantasia sobre a vida de uma casal que vive em uma das casas na margem da linha férrea. Porém, um dia enquanto ela observava a casa, ela vê algo diferente, algo que pode explicar os fatos que sucederam. O sumiço de Megan, a mulher que morava naquela casa, a mulher que ela observava. Envolvida emocionalmente, Rachel decide investigar o desaparecimento. E é a partir desse exato ponto, que a história se desenvolve.

Eles formam um par, uma dupla. São felizes, está na cara. São o que eu era. São como Tom e eu éramos, há cinco anos. São o que eu perdi, são tudo o que eu quero ser.

A narrativa é forte, o que se tornou claro na escrita de Hawkins, a capacidade de impactar e nos envolver com os personagens me surpreendeu. O jeito que ela usa para ultrapassar o tempo, achei bem singular e deu um “ar’ bem diferente a trama. As personagens femininas principalmente, enfrentam  situações complicadas e conflitos a todo momento.

Então, se você gosta de um bom thriller como eu, super recomendo A Garota no Trem. E pra melhorar, o filme irá ser lançado em Setembro, da uma conferida no trailer por aqui.

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Resenha: Meus 15 Anos, Luiza Trigo

Esta é uma literatura infanto-juvenil maravilhosa, ao longo de suas páginas, encontramos a ansiedade, insegurança e alegria de qualquer adolescente que está prestes a ter sua festa de 15 anos, eu me lembro que este livro foi um dos meus presentes de aniversário, e eu o li em apenas algumas horas porque me senti totalmente envolvida na história, a autora representou com bastante precisão todos os lados desta trama de modo muito convincente, mostrando como essa faixa etária passa por diversas crises e situações engraçadas.

Bia, nossa protagonista, é uma aluna de nono ano, bastante dedicada e estudiosa, apaixonada por cinema, que ao ter tido um boletim honrado tem como presente uma grandiosa festa no Copacabana Palace, assim, ela convida todos seus colegas de turma para comemorarem, durante os dias que faltam para sua festa a ansiedade e a insegurança toma conta de seus dias, pois o menino que ela paquera desde o primeiro ano é um dos convidados, Thiago, que nunca demonstrou dar bola para Bia.

A autora faz uma temática muito interessante, o livro é contado em primeira pessoa, porém, cada capitulo é narrado por um personagem diferente, assim, vemos as diferenças entre os pontos de vista durante o livro, desde Bia, a própria protagonista, até Jessica, a rival declarada de Bia que não suporta a ideia da inimiga ter uma festa melhor que a sua que tinha ocorrido um ano atras.

Entre os personagens também encontramos Bruno, o melhor amigo de Bia, que tem uma paixão pela amiga que nunca foi declarada, eu sempre me divirto com essas histórias que mostram a insegurança dos adolescentes ao lidar com uma paixão. É muito fofo o modo com que a autora conduz essa situação, incluindo também a melhor amiga da personagem, Amanda, que é uma querida, neste livro essa foi a famosa personagem que ninguém consegue odiar!

E ao longo dos capítulos, vamos nos apaixonando pela história inocente e engraçadinha destes jovens que nos fazem ter aquela nostalgia boa desta fase dos 14, 15 anos, onde sentimos tudo exageradamente, e passamos por diversas crises, do mesmo modo que nos sentimos convidados com a festa inspirada em grande sucessos de cinema que Bia fez, enfim, o tipo de história que nos faz sentir saudade de uma festa de debutante.

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Resenha: Doutor Estranho – Uma Terra Sem Nome, Um Tempo Sem Fim, Stan Lee & Steve Ditko

“Infundido com o poder do mortalmente temível Dormammu, o malévolo Barão Mordo volta ao Universo Marvel para instilar medo no coração dos mortais. Cabe ao mestre das artes misticas da Marvel, o Doutor Estranho, enfrentar o furioso ataque de Mordo e virar o jogo de sua magia maligna. Viaje para Uma Terra Sem Nome, Um Tempo Sem Fim nesta saga clássica, trazida até você pelas lendas dos quadrinhos Stan Lee e Steve Ditko.”

Uma história vinda direto da década de sessenta, trazendo o melhor de Stan Lee e Ditko. Uma HQ que faz jus a época em que foi escrita, na era dourada do Dr. Estranho. Um personagem não tão famoso hoje em dia, mas que na época era um dos maiores da Marvel, e certamente voltará a ser.

O roteiro de Stan é como sempre, bem amarrado, não deixando pontas soltas e trazendo seu estilo peculiar. Hoje em dia é comum ver longas páginas de narração, enquanto os personagens interagem apenas entre si. Mas o estilo de Lee em várias ocasiões faz com que o personagem narre as suas ações ou suas intenções. Um estilo que me agrada, e que aumenta a interação entre o personagem e o leitor. Os traços de Ditko por sua vez dispensa introduções, seu estilo introspectivo e sua arte profunda e impactante leva o leitor a examinar a si próprio. Ditko faz também um grande trabalho quando deixa o mundo físico em destaque toda vez que um personagem se encontra em sua forma astral.

O barão Mordo está em busca de poder para destruir Stephen Strange. Visando seu objetivo ele entra em acordo com Dormammu, um poderoso ser místico que vive em outra dimensão. No acordo, a criatura cederá poder para Mordo em troca da aniquilação do Ancião e de seu discípulo, Dr. Estranho. O objetivo da criatura é claro, com a morte de Strange, ele poderá finalmente invadir a terra e subjugar a raça humana, coisa que ele não pode fazer agora, pois da última vez que enfrentara o Dr. Estranho ele jurou ao mesmo que não mais atacaria a Terra.

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No retiro do ancião, Stephen Strange e seu mestre praticam as artes místicas, mas logo são surpreendidos por Mordo e seus capangas. Pegos de surpresa os dois se protegem como podem, e ao perceber que não resistirão por muito mais tempo, Dr. Estranho distrai os vilões e escapa com o ancião em seus braços. Seu mestre enfraquecera durante o ataque e agora está enfermo. Stephen Strange foge, e logo encontra um lugar seguro para deixar o seu mestre descansando aos cuidados de um aliado. Dessa forma ele parte para deter Mordo, mas antes ele terá que descobrir a fonte do novo poder do vilão, afinal, Mordo nunca fora tão poderoso como agora.

Uma HQ clássica que traz um gostinho da era dourada do Dr. Estranho. A história se desenrola em um ritmo frenético, a ação está sempre presente, e as reviravoltas não deixam a desejar. Se você é um fã, isso é definitivamente uma leitura obrigatória. Se você não é um dos que acompanha o cenário dos quadrinhos, bem, já sabe por onde começar.

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Resenha: Minha Julieta, Leisa Rayven

Alguns amores nunca te deixam ir… Cassie jurou que nunca iria perdoar Ethan por quebrar o coração dela, quando eles estavam juntos anos atrás. Ele era seu grande amor , e quando ele se recusou a amá-la de volta , uma parte dela morreu para sempre… ou assim ela pensou. Agora ela e Ethan estão compartilhando um palco da Broadway , e ele está determinado a reconquistá-la . Finalmente ele é capaz de dizer todas as coisas que ela precisava ouvir … mas ela pode acreditar nele ? Será que ele realmente mudou , e o que faz com que esta mudança seja diferente de todas as suas outras promessas não cumpridas ? A resposta está em algum lugar do passado, e agora a verdade virá à luz . Cassie voltará a confiar da maneira como ela era antes com Ethan ? Ou é tarde demais para estes amantes estrela-cruzados?
Antes de começar a resenha, você deve ler a do primeiro livro da série chamado Meu Romeu.

”Esse homem significa tanta coisa para mim. Ele foi meu primeiro amigo de verdade. Meu primeiro amor. Primeiro amante. Me deu mais prazer do que eu podia imaginar, e é o arquiteto de uma dor que jamais pensei ser capaz de suportar.”

Em Minha Julieta, entramos ainda mais em contato com os sentimentos da nossa querida Cassie e então, podemos ver seus verdadeiros sentimentos por Ethan. Que na minha doce e humilde opinião, é muito mais que amor. É loucura, é desejo, excitação e medo, tudo ao mesmo tempo.

”— Amar você — diz Ethan — é a coisa mais idiota e egoísta que já fiz, mas não consigo parar. Deus sabe que tentei.”

O livro mostra a terceira reconquista de Holt, afinal, nosso mocinho vem com tudo e estar super decidido. Ele quer ter sua amada de volta. Mas graças a todas as burradas que fez no passado, Cassie, não está tão aberta assim para receber seus sentimentos.

Mais uma vez, mergulhamos no mar de lembranças de Cassie e nos é mostrado a segunda vez em que Ethan partiu seu coração. Logo após, tudo fica muito claro, principalmente o motivo pelo qual Cassie se tranca sentimentalmente – puta merda, o Ethan foi um babacão. Mas de volta ao presente, vemos também toda dor e sofrimento que Holt passou para enfrentar suas trevas e conseguir dizer o quanto ama sua Julieta.

Nessa vai e vem de sentimentos, encontramos uma Cassie que luta para sair das trevas, ao qual se enfiou, devido ao seu trágico fim com Ethan. E com a influência do mesmo, ela começa a fazer terapia, e a partir deste momento, é quanto entremos profundamento em seus sentimentos e vemos a grande ferida que Ethan causou ao ir embora. Confusa e perdida, Cassie enche nossos corações de amor e dor, que logo mais será curada por ninguém menos que seu verdadeiro amor.

”O primeiro soluço dói tanto que chego a achar que me machuquei de verdade. O segundo não é melhor. Então, tudo o que eu sou é dor, e lágrimas, e erros, e quando enfio o rosto no meu travesseiro, tudo que sinto é o perfume do homem responsável por isso.”

Acho que demorei mais para ler Minha Julieta, do que Meu Romeu. Nunca me encontrei tanto em uma série. Principalmente, em um único livro. Toda dor que a Cassie passa, a forma como ela conta, a forma que ela achou de superar e como lidou com tudo vai muito de encontro com uns perrengues que passei nessa minha vida amorosa que é tão bagunçada e confusa.

”— Está sentindo? — sussurra ele. — É isso que nos faz voltar, apesar de tudo o que passamos. É por isso que eu precisava mudar, e é por isso que, apesar de tudo o que fiz para te machucar, você não consegue ir embora. A forma como nos afogamos um no outro. Aforma como não consigo distinguir a batida do meu coração da batida do seu. Temos esse ritmo perfeito,onde quer que nos encontremos, e essa é a nossa essência. Não é só sexo. É isso.Ele me empurra para trás para que eu veja seu rosto.— Cassie, quero ficar com você. Para sempre. Se isso significar ficarmos nus e fazer amor de uma centena de modos diferentes, todos os dias pelo resto das nossas vidas, vai ser fantástico. Mas se for para sentarmos e conversarmos, entre arame farpado e armaduras de ferro, vai ser fantástico também. Apenas quero você.Agora. Daqui a uma semana. Daqui a um ano. Daqui a uma década. Assim que se sentir pronta. Tudo o que desejo é nunca ter de mudar. É você. Só você. Nua ou vestida, não importa para mim.”

Todos os obstáculos e barreiras pelos quais eles passaram, me mostrou que sim, é possível viver um grande amor em meio a esta confusão de sentimentos que este grandioso mundo nos promove. Se você tiver alguém, e esse alguém for a pessoa certa, não importa o que passem ou quanto tempo fiquem longe, os corações sempre darão um jeito de se encontrar.

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Resenha: Barba Ensopada de Sangue

Complexidade pode definir bem Barba Ensopada de Sangue, de Daniel Galera. É um livro de leitura agradável, porém trabalhosa. Conta à história de um professor de educação física, que ao visitar seu pai, é informado que o mesmo pretende se matar nos próximos dias, e faz um pedido: que após isso, ele sacrifique sua companheira de anos, a cachorra Beta. No meio desta confissão, o pai conta as aventuras do avô do rapaz no balneário de Garopaba, que acabou sendo “assassinado” pela população local anos atrás. E é aí que começa nossa jornada: com uma pulga atrás da olheira, o jovem resolve se mudar para a cidade com o objetivo de saber mais sobre o avo.

Após a morte de seu pai, o pedido que lhe foi feito não é realizado, e a cachorra Beta se torna a leal escudeira do professor, e nos aproximamos dela e seu atual dono. A forma como ela passa a acompanha-lo em todos os locais e a preocupação que um tem pelo outro, os laços criados de forma tão rápida nos atraí com muita facilidade.

O livro não é investigativo, e o a vida do personagem principal é tão bem contada, com ricos detalhes durante toda a trama, que em determinado momento esquecemos do plot inicial e somos imergidos no seu cotidiano. Seus jeitos, manias, forma de relacionar. Tudo rico em detalhes – ah, os detalhes! São muitos – e até por isso torna “Barba Ensopada de Sangue” um pouco cansativo a certo ponto. Com alguns paralelos dispensáveis, bastante coisa poderia ser resumida em algumas páginas, mas a intenção do autor foi justamente nos mergulhar no universo que ele criou e no fim, você consegue pensar “esse mergulho tão profundo em tudo que foi contato foi necessário”.

Não é uma narrativa que você mata em cinco dias ou duas semanas. Acredito que para ser prazeroso, ela deve ser consumido aos poucos, um pouquinho por dia. Eu demorei cerca de um mês e acho que foi o tempo ideal para absorver tudo. Daniel Galera é um dos mais promissores autores de nossa geração. Nascido em São Paulo, mas gaúcho de tudo tem outros títulos muito elogiados publicados, como “Mãos de Cavalo” e “Até o dia em que o cão morreu”. Barba é seu último lançamento, feito pela Companhia das Letras, em 2012 e não posso esperar pelo próximo. Leitura recomendada e com aviso: vão querer mais.

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Resenha: Dias Perfeitos

Viradas marcantes, ritmo eletrizante e choques atrás de choques. Talvez essa pequena frase defina o que virá a sua cabeça após ler o intrigante romance Dias Perfeitos, de Raphael Montes.

Todos os elementos para um romance clássico estão logo ali no começo: Téo, um estudante de medicina jovem, bonito e responsável; Clarice, a garota descolada fascinada por cinema que está escrevendo o roteiro de um longa; o destino os colocando contra suas vontades em uma festa. Tudo ótimo, certo? Errado.

Após uma breve apresentação que demonstra personagens comuns, Dias Perfeitos nos joga várias reviravoltas de uma só vez e só confirma aquela frase que ouvimos desde pequenos: “as aparências enganam.”. Clarice desperta um amor doentio e psíquico em Téo, que após ver suas tentativas de aproximação não darem certo, o faz tomar medidas drásticas para ter a amada consigo, e com isso eu digo: dopar, sequestrar e trancafia-la. Eles embarcam em uma jornada por praias paradisíacas, chalés, viagens de carro pela costa carioca, mas tudo de um jeito bem alternado ao convencional.

Apesar de parecer tudo meio estranho e sem noção, é interessante o fato de que como todas as ações do personagem principal fazem sentido na sua cabeça, o que pode te deixar um pouco perturbado, de fato. O final é bem diferente do esperado, já que tudo caminha em uma direção e mais um plow-twist vem e faz isso mudar.

Ideal para aquele final de semana que você não tem muitos compromissos e quer se agarrar em uma história que vai ficar na sua cabeça e não te deixar em paz até acabar, afinal, essa já é uma característica do autor, que com seu livro anterior, Suicidas, também soube criar ganchos e uma história que não deixa o leitor escapar em nenhum momento. Ambos são bem parecidos em base, com a exceção de que Dias Perfeitos nos leva por um romance para contar sua (macabra) história.

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Resenha: One Man Guy

One Man Guy é uma história que comprova a frase “os opostos se atraem,”, nos apresentando ao romance de Alek, que é um garoto armênio que tem uma educação extremamente rígida, e por conta do genocídio armênio sofrido por seus antepassados, tem como obrigação ser um garoto exemplar, tirando as melhores notas da classe, participando de turmas especiais (avançadas), frequentando a igreja aos domingos e estar sempre próximo de sua família e Ethan que é o garoto descolado, que anda de skate, mata aula para ir para Nova York se divertir e tem uma vida social bem agitada.

Os dois se conhecem quando no caminho da escola para casa, Alek resolve sair um pouco da rota e chega à pista de skate que Ethan frequenta, e por ser literalmente um outsider no local, é rodeado por garotos que não querem sua presença e tem sua pele salva por Ethan.  Após este incidente, os dois começam a se falar na escola e a ficarem mais próximos. Desesperado pelo que estava sentindo, Alek procura sua melhor amiga Becky, que confunde tudo o que o amigo está passando e tenta beija-lo, achando que ele estava apaixonado por ela, já que ele não deixou claro para ela que estava gostando de garoto, o que é um ponto bem interessante, pois Alek já tinha tido algumas namoradas no passado e até então não tinha descoberto sua sexualidade.

Não somos apresentados apenas a um romance gay, mas somos imersos pelas diferenças um dos outros, da paciência e tolerância necessária para se respeitar o próximo e ter assim uma relação bacana. É bom ver Alek se desprendendo de tudo e deixando de levar uma vida tão certinha e Ethan entendendo a importância de se preservar algumas tradições familiares e valorizar estes laços. Os diálogos com Becky são de um humor sutil e ela realmente parece uma amiga que todos nós temos: livre e desbocada. As constantes brigas com o irmão ou uma família que não nos compreende: todos os elementos da vida da maior parte dos jovens estão ali. Sem dúvidas é uma leitura prazerosa que com certeza você irá se identificar em alguma parte.