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Resenha: A História sem Fim, Michael Ende

Este é o momento em que eu vou contar para vocês sobre o meu livro preferido e que marcou a minha infância. A História sem fim, escrito pelo alemão Michael Ende, conta a história de um menino chamado Bastian que sofria bullying por ser pequeno e, um dia, correndo dos garotos maiores, entrou em uma loja de antiguidades e achou um livro que ele começa a ler para passar o tempo, até que fosse seguro sair. O tal livro contava a história de um reino fantástico onde o herói, Atreyu, vivia várias aventuras para salvar a princesa de uma maldição que levaria todo o reino ao desaparecimento. Bastian se envolve tanto na história que é como se tudo aquilo realmente estivesse acontecendo em outra dimensão e ele fosse um telespectador, mas sua fascinação e envolvimento são tão grandes que, em um certo ponto, ele sente como se pudesse interferir na história e ajudar seu herói.

Claro que todos já devem ter assistido ou, pelo menos, ouvido falar das três versões de filmes que foram feitos sobre a história, mas, como uma grande admiradora da obra, garanto que o livro é muito melhor! O que me fascinou em A História sem Fim foi essa ideia de que os personagens poderiam mesmo existir e tudo aquilo poderia mesmo ser real e, talvez, em algum lugar, alguém estivesse lendo a minha história e todo o universo não passasse de vários livros dentro de outros livros sendo lidos ao mesmo tempo. Afinal, qual leitor não daria tudo para ver seu personagem preferido ganhando vida ou poder viver todas aquelas aventuras e histórias fantásticas?

Esta obra nos traz essa perspectiva, misturando o mundo real do Bastian ao mundo fictício do Atreyu e, por sua vez, ao nosso mundo que, depois de um tempo, não sabemos mais se o narrador está falando com o Bastian ou conosco. Tudo se mistura de uma forma louca e maravilhosa e, no final, é como se todos fizéssemos parte de uma só história. Apesar de ser um livro considerado um pouco infantil e eu ter lido ele há vários anos (minha edição era de 2001, mas a Martins Fontes lançou uma atualizada que eu comprei na Bienal do Livro de SP de 2016), continua no topo da minha lista e eu super recomendo!

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Resenha: Todo Dia, David Levithan

O livro é um Young adult que narra uma história completamente peculiar, intrigando o leitor a a cada capítulo que passa. Em Todo Dia, conhecemos A, um ser que, todos os dias, habita um corpo diferente. A cada amanhecer, A está em uma vida nova, rodeado por pessoas novas e em lugares diferentes. A pega a vida da pessoa emprestada por um dia, sendo que a pessoa nunca se lembra de sua presença e ele nunca sabe quem será o próximo corpo a ser habitado, apenas que terá 16 anos, assim como ele.

“Não vou de 16 anos para 60. Nesse momento, é apenas 16. Não sei como isso funciona, nem o porquê. Parei de tentar entender há muito tempo. Nunca vou compreender, não mais do que qualquer pessoa normal entenderá a própria existência. Depois de algum tempo é preciso aceitar o fato de que você simplesmente existe”

O ponto chave a da história é quando A acorda no corpo de um garoto prepotente do ensino médio, Justin. Ele percebe, logo ao despertar em seu quarto, que Justin não é um menino legal, mas, geralmente, decide não afetar a vida da pessoa na qual habita. No entanto, assim que chega ao colégio, A percebe que Justin tem uma namorada a qual não trata tão bem assim. Rhiannon é uma garota insegura e de bom coração que faz de tudo por Justin. Logo, A sente uma conexão não usual com ela, a ponto de transcender as 24 horas que ele tem no corpo de Justin.  A questão é que ele não deve influenciar na vida da pessoa na qual reside e, também, não poderia se apegar a qualquer pessoa com cuja vida cruzasse. Rhiannon o fará quebrar as regras que colocou para si mesmo, mudando completamente sua vida.

Todo Dia trás uma premissa interessante por ser diferente do que já foi apresentado em livros do gênero. A criatividade do autor é explorada a todo momento, pois quando o personagem acorda em uma nova vida, nos apresenta novos personagens a cada capítulo, fazendo com que o leitor entre na vida dessas pessoas juntamente com A, conhecendo-as pouco a pouco. Além disso, a narrativa traz questões importantes sobre identidade de gênero, causa LGBTQ+ e saúde mental. Como caímos, junto com o personagem, em uma nova pessoa, também temos a oportunidade de entrar na vida de pessoas distintas e aprender um pouco mais sobre suas batalhas pessoais, as quais A, muitas vezes, também tem que lutar.

“Na minha experiência, desejo é desejo, amor é amor. Nunca me apaixonei por um gênero. Apaixonei-me por indivíduos. Sei que é difícil as pessoas fazerem isso, mas não entendo por que é tão complicado, quando é tão óbvio.”

O mais interessante do livro é que A não tem gênero, portanto, não temos descrição física para imaginá-lo fora dos corpos os quais habita. Assim, o livro acaba se tornando uma verdadeira lição de empatia, colocando o leitor no centro de situações distintas. Por mais que a premissa seja boa, o gancho que envolve a história é um pouco repetitivo, por focar demasiadamente no amor entre A sente por Rhiannon. A leitura, no entanto, é válida por todos os outros aspectos que envolvem a trama e é, sem dúvidas, um livro que merece atenção.

A adaptação cinematográfica chega às telas em Fevereiro de 2018 nos EUA, mas ainda está sem previsão de estreia para o Brasil. Confira o trailer.

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RESENHA: Anjos na escuridão – Contos da série Fallen, Lauren Kate

Em Anjos na escuridão, Lauren Kate nos traz sete contos inéditos da série Fallen. Todos são relacionados com algo que foi mencionado no livro, mas que aconteceu antes da história ou não ficou muito bem claro. Por exemplo, o incidente que levou Lucy até o reformatório. O que, realmente, aconteceu com Trevor naquele acampamento? Os preparativos de Ariane para aquela festa que, até então, Lucinda não sabia que era por causa dela. Como Daniel conheceu Shelby? E como ele foi parar no mesmo reformatório que Lucy, já que estava claro que ele não estava procurando por ela dessa vez? De onde surgiu a segunda Lucinda que levou a seta estelar no lugar da verdadeira? E uma cena inédita que foi deletada da série…

Enfim, os contos são curtos, o que deixa o livro curto e até um pouco decepcionante para quem é fã e estava ansioso esperando mais histórias do mundo Fallen. Nada de surpreendente também é revelado, não há nenhum dado novo, muito menos algum indício de continuação da história. Tudo acontece antes, nenhuma notícia do que aconteceu depois. Quando fiquei sabendo deste livro e dei de cara com ele na livraria lá em 2015, já comprei imediatamente (aliás, preço bem “salgadinho” para um livro tão pequeno) pensando que teria notícias de Daniel e Luce, dos Nefilins e dos anjos caídos, mas não tem nada. Para quem é fã, tudo é válido, então, recomendo para distração, mas não criem muitas expectativas.

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Resenha: 365 Dias Extraordinários, R. J. Palacio

365 Dias Extraordinários –  O livro de preceitos do Sr. Browne é uma excelente escolha para quem já está com saudades de August!

O mundo inteiro vibrou, chorou, sorriu e se divertiu junto com Auggie em Extraordinário, mas não poderia ter sido diferente, não é mesmo?

O garoto de 10 anos que nasceu com uma rara deformidade facial, chamada Síndrome de Treacher Collins, enfrentou muito bem, o 5ª ano do ensino fundamental, desde que seus pais decidiram que chegou a hora de ir para o colégio.

Toda pessoa deveria ser aplaudida de pé pelo menos uma vez na vida.

Na nova escola, Beecher Prep, August, enfrentou diversas dificuldades, ensinou diversos valores aos pais e as crianças, e além disso, conquistou a amizade e a simpatia de amigos e professores, principalmente a do Sr. Browne.

Sr. Browne ensinou a importância dos preceitos – princípios a serem seguidos – aos alunos da Beecher Prep, ensinando que gentileza gera gentileza, pois “quando tiver que escolher entre estar certo e ser gentil, escolha ser gentil”.

E 365 Dias Extraordinários, é exatamente isso, são preceitos para nos fortalecer, nos inspirar, nos emocionar, nos alegrar, para nos comover a cada dia do ano. Preceitos tanto dos personagens quanto frases de biscoitos da sorte, mas isso não importa, o que realmente interessa, é sorrir todos os dias com as mais belas frases, escritas, especialmente para você, que é muito Extraordinário!

Carregamos dentro de nós as coisas extraordinárias que procuramos à nossa volta.

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Resenha: Tartarugas Até Lá Embaixo, John Green

No mais novo livro do autor John Green, somos apresentados à Aza Holmes, uma garota adolescente que sofre de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Em Tartarugas Até Lá Embaixo, Green nos convida a entender e conhecer a mente dessa menina que nos narra cada um de seus dramas e “pensamentos intrusos” – como ela denomina seus pensamentos ansiosos fruto da doença. O enredo se desenrola a partir do sumiço do bilionário Russel Prickett, CEO da Prickett Engenharia, logo após a descoberta de suas fraudes e esquemas de corrupção. Há uma recompensa de 100 mil dólares para quem encontrar Prickett e, é nesse esquema, que Aza e sua melhor amiga, Daisy, entram na busca.

Então, as duas vão à casa do bilionário para iniciar a descoberta do mistério do desaparecimento. Aza, quando criança, era amiga de Davis Prickett, filho de Russel, que vem a ser um personagem completamente fora do que se é esperado de um bilionário. Davis é um garoto inteligente com grandes questões existenciais e um enorme interesse por astronomia.  Ao contrário do que pode parecer, o livro não trata de uma investigação policial em formato YA (young adult), mas é uma caminhada pelas reviravoltas da mente de Aza – que está em busca do seu verdadeiro eu. Ela, por sofrer de TOC, não acredita que seus pensamentos sejam pertencentes a si mesma, afirmando que não pode controlá-los. Os pensamentos intrusivos são diversas vezes descritos ao longo da história.

Eu queria dizer mais, só que os pensamentos, inoportunos, indesejados, não paravam de invadir minha mente. Se eu fosse a autora da minha história, teria parado de pensar sobre o meu microbioma.

Fica claro que o que faz com que o livro tenha tamanha carga emocional é a proximidade entre o transtorno de Aza e do autor, John Green. Assim, a história apresenta, de forma surpreendente, os dilemas sofridos pela garota. A mente de Aza é confusa, sufocante. No livro, somos colocados dentro do espiral que é sua cabeça a qual a leva a acreditar, o tempo todo, que está sob ameaça de infecção por uma bactéria – fazendo com que  Aza faça um ritual rigoroso de limpar e trocar o curativo da ferida que está sempre aberta em seu dedo.

“A questão da espiral é que, se a seguimos, ela nunca termina. Só vai se afunilando, infinitamente.”

A história tira o leitor da zona de conforto e o coloca dentro da mente complexa da protagonista, e o faz da melhor maneira possível. O livro é carregado de emoções, aflições, mistérios e romances. John Green fez de Tartarugas Até Lá Embaixo um de seus melhores livros, combinando questionamentos filosóficos com os dramas pessoais de uma garota brilhantemente retratada. Não só Aza, mas cada personagem da trama é construído de modo com que fique fácil se identificar e se apegar a cada um deles.

 

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Resenha: Uma Flor do Nosso Jardim, Alceu Costa Filho

Uma Flor do Nosso Jardim, conta a história da jovem Celina, uma garota que perdeu seu pai muito cedo e aos 15 anos também perde sua mãe, Carmela, as duas viviam sozinhas em Santa Catarina, no sul do Brasil.

Órfã tão cedo, Celina apenas queria que sua mãe retornasse para sua vida e seu lar, e questionava por que sua mãezinha havia partido tão jovem, deixando-a sozinha naquele mundo. Ela pensava em como conseguiria sobreviver com tão pouca idade e sem nenhum familiar na cidade, em como se alimentaria. Certamente, uma hora a dispensa ficaria vazia…

Você, jovem, que alimenta sonhos, cultiva esperanças, faz planos para suas vitórias e conquistas, não considere o amanhã tão longe.

Celina mesmo sem saber exatamente o que fazer, em espírito, é envolvida pelo amor de Nina, junto com Matias, que passa a ser chamado de jardineiro. Os dois juntos com outros amigos do bem ajudam a jovem menina na tomada de decisões e buscam mostrar à ela alternativas nos momentos mais difíceis que possam surgir.

O que a garota não esperava era encontrar uma pequena criança deixada na entrada de sua casa em um dia chuvoso e bastante frio, mas com a ajuda da vizinha Lucélia, elas decidem acolher o bebê abandonado. Após este ato de amor e compaixão para com o próximo, Celina se vê diante de uma sequência de acontecimentos, onde suas escolhas, com a ajuda do amigo jardineiro, são sábias para cada momento.

A menina cheia de amor que havia perdido seus pais, madura e consciente demais para a idade que tinha, reencontra seus avós da forma mais linda, emocionando o leitor. Além de estender as mãos por tantas vezes sem esperar nada em troca, sem mesmo saber como os problemas seriam resolvidos diante das condições atuais, apenas pedia à Deus e a seus amigos espirituais que a guiassem e a ajudassem.

Por fim, em Uma Flor do Nosso Jardim, Celina é uma flor que jamais estará sozinha no jardim da vida.

Nascer, viver, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.

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Resenha: Um capricho dos deuses, Sidney Sheldon

“Não sou mais a mesma pessoa que era quando cheguei aqui, pensou Mary. Eu era uma inocente. Amadureci da maneira mais árdua, mas amadureci.”

Nesse livro, Sidney Sheldon nos leva a adentrar no mundo da política, da Guerra Fria e dos países da Cortina de Ferro. A protagonista do livro, Mary Ashley, não é nem de longe uma Jenniffer Parker ou uma Tracy Whitney, outras protagonistas do autor que possuem personalidades fortes e envolventes, mas nos envolve e desperta as emoções típicas de Sheldon: suspense, amor, medo, ansiedade.

Mary é uma professora universitária, casada, mãe de dois filhos e leva uma vida pacata em uma pequena cidade do Kansas. Seu avô era romeno e, por isso, ela se especializou sobre países do Leste Europeu. Mary é convidada a ser embaixadora dos Estados Unidos na Romênia para convencer o atual presidente romeno, Alexandros Ionescu, a estabelecer uma relação de aproximação com os EUA. Mary não aceita o convite, pois seu marido é médico e muito ligado ao hospital em que trabalha, entretanto ele morre em um misterioso acidente de carro e, a partir daí, Mary decide aceitar o convite para tentar amenizar sua dor.

Mary é, então, levada por um caminho político cheio de intrigas, corrupção e o pior: uma conspiração para matá-la. Ela se vê atraída por dois homens: o médico da embaixada francesa, Louis Deforges, e seu subchefe, Mike Slade. Um deles está por trás dessa conspiração para acabar com a vida de Mary. Mas qual?

“- Não mesmo? – Stickley recostou-se e sua cadeira. – Você é mulher e está sozinha. Pode estar certa de que já a classificaram como um alvo fácil. Vão jogar com a sua solidão. Cada movimento que fizer será observado e registrado. Haverá microfones secretos na embaixada e na residência. (…)”

Além deles, Mary também está na mira de Angel, um assassino que nunca fracassou ao tentar tirar a vida de alguém:

“Nunca fracassei, pensou Angel. Sou Angel. O anjo da morte.”

Durante a narrativa, Mary se mostra um pouco desorientada ao buscar uma cura para seu sofrimento e uma maneira de lidar com os filhos que não queriam mudar de país, o que faz com que ela apresente mudanças de humor, deixando o leitor, muitas vezes, perdido. Todavia, aos poucos, ela vai se tornando forte e uma grande protetora de seus princípios e ideais, com isso vai ganhando a simpatia do leitor e sua personalidade de uma mulher guerreira fica mais evidente.

Típico de Sheldon, a trama tem um desfecho inusitado e um pano de fundo como a Guerra Fria que faz a trama misturar ficção e realidade. Aqui, faço um pedido: ao ler esta obra, caros leitores, reflitam sobre algumas questões que Sheldon aborda na narrativa: até que ponto temos nossa vida determinada por nossos governantes e outras autoridades? Até que ponto somos um mero capricho para aqueles que se consideram deuses?

Boa leitura!

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Resenha: Violetas na Janela, Vera Lúcia M. de Carvalho

Violetas na Janela é um dos livros mais vendidos sobre espiritismo. Com uma linguagem simples e clara, o livro nos apresenta como é a continuação da vida após a morte do corpo físico.

Para isso, Patrícia, uma jovem de 19 anos, desencarna muito cedo e através de sua tia Vera Lúcia, por meio da psicografia, nos conta como é a vida em uma colônia espiritual.

A jovem que partira tão tranquilamente, narra como é a convivência com os desencarnados no plano espiritual e na Colônia São Sebastião, além disso, trás questionamentos sobre as necessidades humanas como ir ao banheiro, sentir fome, ter sede, tomar banho ou simplesmente dormir.

A leitura nos mostra de maneira simples que precisamos pensar sobre a morte enquanto encarnados, e fala ainda sobre a aceitação da morte de um ente querido para aqueles que ficaram. Patrícia conta suas experiências, seus aprendizados, sobre as lições que aprende, e inclusive dos trabalhos a serem feitos nas Colônias, nos Postos de Socorro, no Educandário junto às crianças e inclusive no Umbral, para socorrer os desencarnados com vícios e que precisam de ajuda espiritual.

A alma, o espírito, tem sempre muitas oportunidades e pode, pelo seu livre-arbítrio, refletir o belo e o bem, ou o feio e o mal. O belo e o bem apresentam-se em harmonia e com equilíbrio, e dessa união surge o amor que os leva a progredir espiritualmente.

Violetas na Janela vai explicar à você o que é a desencarnação, e como é a continuação da vida, rodeada de amigos espirituais e bons ensinamentos. Patrícia continua a descrever o outro lado da vida em Vivendo no mundo dos espíritos, A Casa do Escritor e O voo da gaivota.

Esperamos que seja um grande aprendizado para você, cheio de alegria e muito amor. Desejamos uma ótima leitura!

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Resenha: O Jovem Sherlock Holmes, Andrew Lane

Você pode deduzir quanto quiser, mas dedução é inútil sem conhecimento. A informação é a base de todo pensamento racional. Busque-a. Procure-a com assiduidade. Não tente distinguir entre fatos importantes e triviais: todos são potencialmente importantes.

Quem nunca se surpreendeu ao ler os romances policiais de Arthur Conan Doyle vivenciados pelo incrível Sherlock Holmes?

Pois então, as deduções quase que obvias, mas que não são percebidas, por nós, leitores…

Em O Jovem Sherlock Holmes: Nuvem da Morte de Andrew Lane, Sherlock tem apenas 14 anos e passará uma pequena temporada durantes as férias na casa da família. O que jovem não imagina é encontrar um corpo no caminho nas redondezas da propriedade em que está hospedado e em seguida desvendar um grande mistério.

A adaptação do livro é boa, em determinado ponto, a leitura fica ainda mais interessante e envolve o leitor, fazendo com que leiamos até o fim. Apresentar Holmes enquanto adolescente é uma sacada diferente que talvez tenha dado certo.

Embora, para leitores e fãs de carteirinha de Sherlock e Doyle a história desenvolvida por Lane não tenha agradado completamente, ou seja, preferindo os clássicos romances do detetive mais famoso do mundo.

Já outros leitores preferem permanecer com o tradicional, e nem mesmo se arriscam a ler a nova adaptação onde Sherlock ainda é adolescente e começa a desenvolver suas habilidades de investigação, mas que não tem as mesmas características quanto adulto.

Então, o livro tem dois pontos de vistas diferentes entre leitores. Talvez se a adolescência de Holmes fosse narrada por Doyle agradasse mais os antigos leitores.

Já para os que estão conhecendo agora essa nova versão de Holmes, é aconselhável ler alguma obra original primeiro. Embora, as adaptações sejam só adaptações, não é possível carregar as mesmas características feitas pelo escritor original, tanto em detalhes quanto peculiaridades de personagens ou até mesmo o texto.

A adaptação de Andrew Lane já conta com outras publicações. Boa leitura!

“Você acha que o conhece? Pense duas vezes.”
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Resenha: O Perfume da Folha de Chá, Dinah Jefferies

Em 1925, a jovem Gwendolyn Hooper parte de navio da Escócia para se encontrar com seu marido, Laurence, no exótico Ceilão, do outro lado do mundo. Recém-casados e apaixonados, eles são a definição do casal aristocrático perfeito: a bela dama britânica e o proprietário de uma das fazendas de chás mais prósperas do império.
Mas ao chegar à mansão na paradisíaca propriedade Hooper, nada é como Gwendolyn imaginava: os funcionários parecem rancorosos e calados, e os vizinhos, traiçoeiros. Seu marido, apesar de afetuoso, demonstra guardar segredos sombrios do passado e recusa-se a conversar sobre certos assuntos.
Ao descobrir que está grávida, a jovem sente-se feliz pela primeira vez desde que chegou ao Ceilão. Mas, no dia de dar à luz, algo inesperado se revela. Agora, é ela quem se vê obrigada a manter em sigilo algo terrível, sob o preço de ver sua família desfeita.

Em uma de minhas andanças pelas livrarias me deparei com o livro “O Perfume da Folha de Chá” e fui surpreendido pela qualidade do material, começando pela delicada textura que encontrei na capa desta edição. Logo após, li a sinopse e tive a certeza que seria um daqueles livros que a leitura me seria agradável e renderia bons momentos para imaginar uma realidade do começo do século passado tão distinta da que vivemos hoje.

Para conseguir mergulhar nesta nova realidade vejo duas situações possíveis, a autora dar poucos detalhes e nos deixar imaginar o resto ou uma narração bem detalhista e fornecer uma visão completa da situação. No caso de Dinah Jefferies, ela optou totalmente pela segunda opção. Sua narrativa de mais de 400 páginas são repletas de detalhes e constroem facilmente as paisagens dos cenários escolhidos para este romance de época.

Você já ouviu falar no Ceilão? Pois é lá que a obra se passa. Ceilão é um país insular asiático, localizado ao largo da extremidade sul do subcontinente indiano e atualmente é conhecido como Sri Lanka. Achei a escolha do local incrível, pois foge do clichê dos países mais tradicionais quando esse tipo de romance é escrito.

A história de “O Perfume da Folha de Chá” é uma história de segredos ocultados, através de aparências perfeitas. Tudo se passa em 1925 quando Gwendolyn Hooper, aos 19 anos, vai até o Ceilão para começar uma nova fase de sua vida com o seu recém esposo Laurence, que é proprietário de uma incrível fazenda de chá. Após uma temporada na Inglaterra, onde foi seu casamento, Gwendolyn começa a notar que seu marido esconde segredos obscuros do passado e que começa a se afastar dela gradativamente.

Com o tempo, Gwen (eu a chamava assim durante a leitura) se tornaria uma dona de casa legítima do início do século passado e começa a ter responsabilidades que eram usuais como controle de gastos e gerenciando o andamento da casa. Acontece que ela percebe que há contas da casa que não coincidem e que a família de Laurence tem vários mistérios e intrigas.

O fato é que o casal mal se comunica e existe a insistência de manter o passado ocultado de Gwendolyn durante a história, mesmo que ela insista para que ele conte o que aconteceu. Um fato interessante do livro é que a autora nos engana muito bem, pois durante a leitura eu tinha certeza como seria o final deste livro, mas fui surpreendido com uma série de acontecimentos que me fizeram correr para chegar na última página.

Além de segredos, o enredo mostra fortemente os conflitos internos da Gwendolyn e todos os acontecimentos que ela presencia e passa naquele vilarejo. É um livro que por mais que seja narrado em terceira pessoa, tem um bom desenvolvimento e mostra de maneira intensa e emocional o que acontece com a personagem principal, mas deixa a desejar com outras personagens secundários que despertam nossa atenção e não tem seus conflitos resolvidos.

“O Perfume da Folha de Chá” irá chamar sua atenção por toda transmissão de uma cultura diferente da nossa e a possibilidade de se aventurar em uma história longa que flui de maneira harmoniosa e cria excelentes ligações com as tramas lançadas no livro. Posso dizer também que estarei procurando outras obras de Dinah Jefferies para me entreter com novas histórias de dramas familiares, os quais acho muito interessantes.