Saudade, um sentimento que não existe uma pessoa que não o sinta. Temos saudade de tudo que compõe a nossa vida: família, amigos, amores, animais de estimação, lugares e momentos. Aquela nostalgia que se faz presente, nos traz a vontade de reviver os bons tempos. Importante ressaltar que é possível administrar o saudosismo e transformá-lo em um evento positivo, saudável, produtivo e sadio para o futuro. Nesse processo de emoções, cada pessoa absorve esses momentos e que está, diretamente, relacionado a forma como enxergamos a vida e buscar usar das lembranças do passado, uma fonte de equilíbrio e paz.
A coordenadora e psicóloga do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, Letícia Cavalcante, destaca que “Sentir saudade não é sinônimo de tristeza. Sentir saudade demanda manter nosso coração em paz e nossas emoções positivas. Sendo assim um exercício para corpo, mente e alma, no qual o resultado é o de nos fortalecer. As pessoas que trabalham esse sentimento, ao invés de lutar contra ele, logo percebem esses benefícios. A reflexão e valorização do que está distante são maneiras de abordar mais saudável. Viver harmonia com a saudade pode exigir algum esforço, mas vale muito a pena”.
“Saudade pode vir em duas vertentes: uma porque senti-la mostra que estamos atentos ao que vivemos, e que compreendemos o que vivemos. A compreensão de um momento só surge depois que ele passou. Outra porque podemos constatar que aquele tempo ou momento não volta mais, porque o tempo está em constante transformação” explica Letícia.
Quase todo momento de saudade desperta uma melancolia, por apontar a alguma falta, mas a origem desse sentimento vem sempre a partir de uma lembrança boa, afinal, queremos reviver aquilo que nos fez bem. E com essa ideia, que devemos pensar de forma positiva sobre a saudade. É importante selecionar esses melhores momentos do passado para inseri-los da melhor forma na situação atual. A saudade não vem somente do passado que um dia vivemos, mas, também, por algo no presente que esteja desconfortável ou por baixa expectativa pelo futuro.
“Saudade é uma manifestação de um sentimento que nos conecta a uma pessoa, momento, lugar, situação e emoção. Que, também, pode levar a nós mesmo, sentir saudade de quem um dia fomos, em qualquer etapa da vida (criança, jovem ou adulto), seja no âmbito pessoal ou profissional. Saudade é reconhecer que o tempo não está sob nosso controle e que nos faz colecionar memórias importantes e inesquecíveis”, ressalta a especialista, sobre os aspectos do sentimento.
Entrei no supermercado com Mary e fiquei no canto com ela e o carrinho enquanto sua mãe ia atrás das melhores frutas para a sobremesa do almoço. Lembrei que meu tarô tinha ficado em casa, droga.
— Socorro, Mary, dei um match no tinder! — Falei, querendo contar para alguém que era Hugo. Mas ela nem sabia da existência dele. Ou sequer lembraria, já fazia muito tempo.
Leia ouvindo: Heaven, Julia Michaels
— Como assim Tinder, menino? Você não namora?
— Não mais. — Sorri de lado. — Como eu mando oi no Tinder? Será que “Hey” é uma boa?
— Meu Deus. Você está impossível. Saiu quinta e sexta, né? — Ela estava me julgando.
— Tá. Mas “hey” é ridículo. — Ela disse, e saiu para ir encontro com a mãe dela. — Fica de olho no meu carrinho.
Abri a janela do Hugo e mandei hey. Desliguei meu 3G e guardei no celular. Não queria ver o momento exato em que ele me responderia ou desse unmatch, depois que se lembrasse de tudo que fiz no passado.
E nada de Lucca aparecer. Honestamente, ele estava sendo a mentira mais bem contada que eu vivi e acreditei por dois longos anos. Não temos reciprocidade. E sem reciprocidade não é amor, é insistência. E qualquer número multiplicado por zero, continua sendo zero.
— Vamos, migo? Minha mãe já pegou tudo. — Mary quebrou meu diálogo interno e fomos encontrar Rose no centro da cidade. Ela estava surtada por esperar meia hora na chuva, com razão.
— Eu vou dar na cara de vocês dois, ridículos. — Rose era muito amorosa.
— Vamos comer? — Eu não tinha comido nada desde ontem.
— Vamos, mas você vai contar todos os detalhes do seu término na mesa.
Topei e fomos para o shopping. Pedi meu Subway vegetariano e assim que elas voltaram, me olharam com cara de quem diz “vai, desembucha”.
— Ah, não estávamos bem há algum tempo. Muitas promessas não cumpridas e logo na segunda semana do ano, brigamos. Agora ele sumiu, não fala comigo há mais de uma semana…
— Sumiu? Caralho, que embuste. — Rose era bem parecida com Ann nesse quesito, desbocada.
— Sim. E eu baixei o Tinder. Estou tentando não ligar muito para isso, já que 2018 é o ano do karma, regido por Júpiter, tudo o que a gente plantou, vamos colher. — Continuei. — O tarô também disse que tínhamos que dar um tempo…
— É verdade. Tem muita gente reatando. — Mary completou.
— Caralho, lê meu tarô? Não estou bem com o corno do meu namorado também… – Rose era do Rio, por isso ainda falava palavrão como se fosse bom dia.
— O que houve? E como assim ele é corno, Rose? — Mary e eu rimos, Rose só ficava mais indignada.
— Ai, longa história. Depois conto para vocês. Vai rolar o tarô?
— Posso fazer, mas estou sem meu baralho. Tem algum lugar aqui perto que vende? Preciso comprar um novo. — Por favor, que sim. Eu quero muito um baralho novo.
— Tem. Vamos comer, passamos lá e ficamos em casa de tarde, pode ser?
— Fechado, Mary. — Respondemos juntos.
Depois que comemos, paramos em uma lojinha super pequena que vende velas e imagens de vários tipos de santo. De várias religiões diferentes.
— Boa tarde, você tem baralho de tarô? — Perguntei.
— Tenho baralho cigano, tarô de marselha e esse simples aqui. — A moça, com uma energia ótima, me respondeu. Eu sabia sentir a energia das pessoas, e isso é algo que eu digo ter herdado da Sasha, minha cachorrinha. Foi por ela que virei vegetariano. Sabe que, a primeira vez que Lucca foi em casa, ela sentiu uma energia estranha vindo dele? Achei que era pela altura. Lucca era bem alto.
Você acredita em energias? Há quem diga que somos seres humanos e por isso não emanamos nenhum tipo de força. Maior besteira que alguém pode dizer. Energia é física. Movimento produz energia. Um carro andando, uma cachoeira… Tudo gera energia, e ela é a moeda de troca no universo em que vivemos. Se você faz o bem, você recebe o bem. Se faz o mal, recebe o mal. Se te derem o mal, dê a eles o perdão. Você também vai receber quando precisar.
Tive um tio-avô super homofóbico, que zoava todo mundo, inclusive meu avô, que tinha menos dinheiro que ele. Ele era uma pessoa nojenta energicamente. Existem pessoas com energias boas, ruins e energias nojentas. Sabe quando você conversa com alguém e sente vontade de vomitar? Então, é isso. Ele pegou câncer uma vez, e virou a melhor pessoa do mundo. Se curou. Achou que o rei morava em sua barriga de novo, e voltou ao mundo de maldades.
Agora, o câncer voltou. Ele não tem mais sistema digestório e está vivendo entubado dentro de um hospital, quase morto de remorso. Fui vê-lo, apesar de eu ser a bichinha da família. Dei o perdão quando ele me deu o inferno, e é assim que devemos ser.
— Quero o simples. Vou passar no cartão de crédito. — Respondi.
— Certo. — A moça cortou um pedaço de papel e embrulhou a caixinha do baralho com todo o cuidado do mundo. Entreguei meu cartão de crédito.
Recusado.
— Ué, acho que deixei bloqueado no aplicativo. Deixa eu ver aqui, moça… — Peguei meu celular. “Nova mensagem de Hugo em Tinder”. Tremi.
— Cobra aqui no dinheiro mesmo, moça. — Ela cobrou e saímos. Guardei meu celular, ansioso para ler a mensagem de Hugo.
— O crush respondeu, socorro. — Disse, mas as meninas nem ligaram.
Chegamos na casa da Mary e a primeira coisa que fiz foi abrir o Tinder.
“Hey”
“Tudo bem?”
Hugo havia me mandado duas mensagens.
“Tudo e você?”
“Quanto tempo. :(”
Desliguei o celular mais uma vez.
— Vamos consultar o tarô?
— Vamos, mas se sair coisa ruim não me fala, tá? Não vai mudar nada. — Rose estava com medo.
O Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, celebrado nessa sexta-feira (28), é um lembrete de que apesar dos avanços no decorrer dos anos, ainda existem trabalhadores vivendo em situação de cerceamento de liberdade. Isso acontece não só no Brasil, mas no mundo todo.
Em 2021, o Ministério Público do Trabalho (MPT) encaminhou 684 inquéritos para investigar denúncias relacionadas ao trabalho escravo no país. Este número foi maior que os dado registrados nos últimos quatro anos.
As condições de trabalho escravo mais comuns envolvem restrições à liberdade do trabalhador, falta de pagamento ou remuneração insuficiente para a função ou carga horária exercida.
Para alertar e promover a conscientização sobre o combate ao trabalho escravo, listamos cinco sugestões de leituras para quem deseja entender mais sobre o assunto e quer tornar-se um aliado desta luta. Confira!
1. Escravidão, Dignidade, Trabalho – António José Moreira
A obra trata, numa perspetiva interdisciplinar, da evolução do trabalho à luz da Declaração Europeia dos Direitos Humanos. Com o livro, o autor evidencia as cautelas e os perigos que o trabalho comporta, numa sociedade onde a nova escravidão parece de certa forma naturalizada.
2. O Trabalho na Era Digital – Glória Rebelo
A autora apresenta reflexões sobre alguns dos desafios do trabalho na era digital como o teletrabalho, a organização de tempo e a desmaterialização do trabalho. A transição digital conduz a inúmeros desafios laborais e o desenvolvimento de uma consciência sobre as relações trabalhistas neste cenário digitalizado.
3. Trabalho 4.0 – Organização de José Roberto Afonso
A partir de uma visão multidisciplinar, 11 autores analisam os impactos da revolução digital o sobre a economia e a sociedade brasileira, especialmente no que toca às mudanças nas relações de trabalho. Para isso, abordam os fundamentos da Economia de Dados, as transformações na indústria e o Trabalho 4.0.
4. Direitos Sociais: conceitos e aplicabilidade – Thiago dos Santos Acca
Neste livro, o autor explora os paradoxos aninhados no debate jurídico sobre os direitos sociais. Ele explica as razões pelas quais, ao invés de serem tratados como direitos subjetivos públicos, a complexidade social que pretendem enfrentar e os casos difíceis que devem resolver exigem que os direitos sociais sejam conceitualizados como direitos difusos e coletivos.
5. Direitos Humanos: evolução e cooperação internacional – Priscila Caneparo
Quanto mais aprofundada for a globalização, maior será a necessidade de cooperação e com a manutenção dos direitos humanos estas parcerias devem ser fortalecidas. A obra discute a importância dos sistemas internacionais de proteção dos direitos humanos, especialmente ao nível regional.
A Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, integrante da Rede de Museus-Casas Literários da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, e gerenciada pela Poiesis, recebe até 4 março inscrições para a 4ª edição do Poesia Expandida, curso gratuito voltado para interessados na criação literária.
Por meio de aulas teóricas e práticas, o curso Poesia Expandida aborda o universo da poesia nas diversas possibilidades expressivas da palavra, do som e da imagem e explora a criação poética em diferentes meios e suportes. “Este é um dos raros cursos no país – se não for o único – que convida e orienta os participantes para uma experiência de criação poética para além do verso e da página”, aponta Júlio Mendonça, coordenador do Centro de Referência Haroldo de Campos da Casa das Rosas.
Neste ano, estão sendo ofertadas 40 vagas (20 vagas presenciais e 20 online). É esperado que os selecionados que residirem na cidade de São Paulo participem presencialmente das aulas, que acontecerão no anexo da Casa Guilherme de Almeida devido ao restauro do Museu Casa das Rosas. As aulas online serão realizadas pela plataforma Google Meet.
Os interessados, que devem ser maiores de 18 anos, precisam preencher a ficha de inscrição com três trabalhos poéticos autorias – em verso ou prosa –, um texto de demonstração de interesse e um breve currículo de dez linhas. Os trabalhos poéticos podem ser:
Poemas/Poesia (em verso ou prosa) em pdf, sendo que a soma dos trabalhos não deve ultrapassar 10 páginas;
Poemas/Poesia visuais em jpeg (mínimo de 1.200 pixels de lado);
Poemas e/ou performances poéticas vocais e corporais em vídeo nos formatos avi ou mp4 – se preferir enviar por Youtube ou Vimeo, deverá informar o link. A duração máxima de 3 minutos cada trabalho;
Poemas/Poesia sonoros em formato mp3 ou postados na plataforma Soundcloud. A duração máxima de 3 minutos cada trabalho.
Os arquivos devem ser enviados compactados em formato rar ou zip e identificados com o nome completo do inscrito. Aqueles que optarem por enviar os arquivos na forma de links, devem colocar os links no bloco de notas e enviar compactados em um desses formatos.
O curso começa no dia 17 de março e segue até 9 de julho de 2022. Serão dois encontros semanais (às quintas, das 19h00 às 21h00, e aos sábados, das 10h30 às 13h30). Entre os professores confirmados estão Juliana Di Fiori Pondian, pesquisadora nas áreas de linguística, semiótica, tradução, poesia e literatura e tradutora de línguas clássicas e modernas; Daniel Minchoni, poeta e artista da poesia falada e da performance. Artista de vanguarda, criou e toca eventos de poesia em São Paulo como: “O menor Slam do Mundo” e “O sarau do burro”; e Anderson Gomes, artista, poeta visual e arte-educador.
A seleção dos alunos é realizada por uma comissão de profissionais de literatura sob a coordenação do Centro de Referência Haroldo de Campos. A comissão de seleção leva em consideração, em primeiro lugar, a compatibilidade do perfil do candidato em relação à proposta do laboratório que explora a criação verbal em diferentes meios e suportes. No breve currículo e na declaração de interesse, será observado o nível de envolvimento do candidato com a criação poética de invenção. Nos trabalhos poéticos enviados, serão consideradas a técnica e a inventividade.
A lista com os selecionados será divulgada no dia 14 de março no site da Casa das Rosas. Para mais informações sobre o preenchimento da ficha de inscrição e sobre o curso “Poesia Expandida”, acesse o site da Casa das Rosas.
As terras de Minas Gerais são compostas por diversos artistas que marcaram gerações com suas incríveis obras, e na contemporaneidade não é diferente, principalmente na literatura. Entre autores estreantes, vencedores de premiações literárias e com grandes trajetórias literárias, a lista apresenta escritores com diferentes propostas em suas obras.
Binha Cibelle Natural de Conselheiro Pena, a artista sob pseudônimo Binha Cibelle, de 28 anos, é bastante conhecida entre os leitores fanáticos por romances contemporâneos. Autora de Irmãos Chae, série até o momento composta por “Entre Nós” e “Não Me Solte Jamais”, e do romance “Só Queria que Você Soubesse”, a escritora reúne mais de 1 milhão de leituras na Amazon e ultrapassou 1.500 exemplares físicos e mais de 5.000 eBooks vendidos nos meses de lançamento das obras. Trazendo assuntos importantes por meio de uma narrativa sensível e com pitadas de humor, a mineira se destaca com sua trajetória na literatura.
Gabriel Alves Atualmente com 23 anos, o artista nasceu e reside em Governador Valadares, cidade a qual conquista novos públicos frequentemente com sua carreira musical e literária. Conectado com a arte desde pequeno, o artista começou a desenvolver o universo da Saga Shákila aos 15 anos de idade. A saga é composta por “Shákila – A Batalha pelo Trono”, “Shákila – O Mistério da Guardiã” e o último título que está em processo de escrita. Apesar de ter iniciado sua carreira na literatura de modo independente, no momento Gabriel Alves é publicado pela Editora Arcádia como autor tradicional e se propõe a conversar sobre humanidade em suas obras, sejam elas nas músicas ou nos livros.
Julia Giarola Natural de Formiga, a artista iniciou sua carreira na literatura em 2017 com “Número 44” e vem conquistando uma legião de leitores após o lançamento de “Entrevista com a Morte”, seu primeiro suspense, que venceu o Coerência Choice Awards 2021 na categoria Melhor Suspense, e no momento concorre ao Prêmio Reflexo Literário como finalista. Aos 23 anos, a autora busca levar reflexões sobre assuntos importantes em suas obras, além dos dois títulos, Julia Giarola também organizou a antologia “Quem Matou Charles Baker” e contribuiu com um conto.
Maria Freitas A artista nasceu em 1994, é do interior de Minas Gerais, bi e assexual. É autora de “Emma, Cobra e a garota de outra dimensão”, “Cartas para Luísa”, livro vencedor do prêmio Mix Literário em 2020, e da coleção de contos com protagonismo bissexual “Clichês em rosa, roxo e azul”. Juntos, os livros da autora já foram baixados 150 mil vezes e acumulam 1 milhão de páginas lidas na Amazon. Atualmente mora em São João do Manteninha com sua noiva e está escrevendo sobre amores proibidos, alienígenas, viajantes no tempo, robôs e cantores sertanejos.
A Youcom, marca de lifestyle jovem, apresenta live com o cantor Vitor Kley, a influenciadora Mari Kruger e Juli Baldi do Bananas Music, no dia 27/01 (quinta-feira), às 19h. A live irá discutir o retorno do emo, pop funk e pop rock dos anos 2000, avaliando a presença do gênero no mais novo hit do músico Vitor Kley, “O amor machuca demais” e será transmitida no Instagram da marca (@lojayoucom).
Juli Baldi será a hostess da conversa e trará uma visão de dados sobre o mercado musical. Baldi é pesquisadora musical, jornalista por formação e diretora criativa do Bananas Music, empresa de curadoria musical para marcas, entre elas a Youcom. “O emo/pop punk/pop rock dos anos 2000 é uma das grandes tendências mundiais a nível musical. Não sabemos o quão macro vai ser, o quanto vai figurar nos charts a longo prazo, mas agora o momento está extremamente propício para investir nisso. A curto prazo, absolutamente não tem erro, é um grande acerto para esse ano”, conta Juli.
A influenciadora de lifestyle e moda Mari Kruger mostrará looks Youcom dentro da temática. E para os amantes da marca, a Youcom irá liberar durante a live um cupom de desconto em todas as compras dos canais digitais (e-commerce e APP), além de uma lista especial de peças no estilo college e grunge.
Sobre a Youcom
A Youcom é uma marca de moda jovem com um estilo de vida inspirado no jovem urbano e procura trazer todas as novidades e tendências por um preço incrível. A marca conta com 104 lojas físicas espalhadas por diversos estados como: São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia, Amazonas e Distrito Federal, além de um e-commerce que atinge o país inteiro. A Youcom também oferece uma experiência omnichannel para seus consumidores, que permite a compra no site e a retirada na loja física. A marca segue crescendo e cumprindo seu propósito de encantar e conectar pessoas de lifestyle jovem com a moda.
O meu despertador é escandaloso. Bosta, eu esqueci de tomar água entre as latinhas de Skol Beats na balada ontem e a minha cabeça está explodindo. Me vesti, e peguei o celular só depois de estar pronto para sair de casa. Nenhuma mensagem de Lucca. É Pietro, é você e você e as coisas pequenas que só você se importa.
“Bom dia, miga! Vamos na Clock Out, hoje?” Mandei no Whatsapp para a Anna e segui para a minha jornada de 40 minutos até o trabalho. Era longe, e eu sempre levava o Kindle na bolsa, apesar de nunca lembrar de ler. Mas hoje, eu estava sem sono e de ressaca, precisava de uma distração. Não se apega, não, da Isabela Freitas parece perfeito. Já li três vezes, e nunca é tarde para o início da quarta.
Eu sei que ela terminou com o namoro de dois anos e todo mundo ficou espantado. Qual é, eu também terminei. Algumas pessoas se espantaram, mas a maioria falou que eu tinha me livrado de um super embuste. Será? A verdade é que ninguém nunca sabe o que se passa dentro do nosso relacionamento, só nós mesmos. Eu já ouvi de tudo:
“Nossa, ele parecia ser super amoroso com você, e você sempre parece tratá-lo mal.”
É, ele era amoroso comigo. Depois de cortar minha vibe e me deixar puto por me magoar de alguma forma. Sou fã das coisas pequenas, e são elas que também me deixam mais triste. Então sim, ele era um amor. Só que tínhamos acabado de brigar, e na sua frente, ele estava sendo cínico. Sim. Ele estava ignorando tudo o que tinha acontecido, quando eu queria conversar ou discutir até resolver nosso desentendimento. Se você namora, saiba disso. Nunca ignore ou negligencie nada que a outra pessoa sente. Sério. Coisas pequenas machucam mais que uma traição. A gente passa a vida toda sabendo que se um dia a gente for traído, vamos bloquear nas redes sociais e encontrar alguém que nos valorize. Mas o que a gente faz quando a pessoa diz que sua ideia de trabalho de graduação é uma bosta e nunca vai ter capacidade de tirar um 10? Porque a dele é muito melhor, ele é mais velho e tem muita experiência. Você contém as lágrimas e quer ficar no seu canto, certo? Aí a pessoa, volta como se nada tivesse acontecido. Ah, oi né? Prazer. Dois anos comigo e você ainda não sabe que odeio chiclete e não posso sentir o cheiro de feijoada que me dá enjoo.
“Você precisa dar mais uma chance. Só mais uma.”
Meu amor, quem quer faz perfeito em uma chance. Ok, somos humanos e sempre merecemos uma segunda chance, talvez uma terceira. Minha mãe sempre dizia que errar uma vez é tudo bem, mas persistir no erro é burrice. Então reprovei uma vez na autoescola. Ela ficou triste, mas disse que na segunda vez eu passaria. Só burros não passavam. Reprovei de novo. E ela disse que também estava tudo bem. Passei na terceira. O problema aqui é que eu já dei 600 chances. Foram dois anos comigo, uma chance por dia. No começo, não íamos dormir brigados em hipótese alguma. Ou sem dar boa noite. Depois, as brigas ficaram mais sérias e dormimos brigados. A coisa começou a definhar, eu temia o fim, então me agarrava aos bons momentos e ia até onde dava. Uma hora não deu mais. E “não deu mais” bem tarde. Eu tinha medo de me sentir só. Mas aos poucos eu sinto um comichão da liberdade dentro de mim. Eu não precisava ter dado mais que três chances. Não dê ao outro aquilo que você não dá nem para si mesmo.
“Vocês eram um casal perfeito. Achei que fossem casar.”
O que é um casal perfeito? Aquele que é lindo na frente das pessoas e entre quatro paredes, há só xingamentos e julgamentos? Porque se for assim, éramos. Lucca não tinha uma religião muito conhecida e eu sempre respeitei. Até o dia em que resolvi aprender a jogar tarô e ele me zoou. Porra, eu respeito sua crença e você não respeita a minha? Pera lá. Não, Lucca, não era só uma brincadeira. Toda brincadeira tem um fundo de verdade e eu sei que você zoa as pessoas para se sentir melhor. Mas não sou seu amiguinho hétero. Eu sou… Eu era o seu namorado. Aquele que você cozinhou por três meses no banho e maria antes de assumir, deu um fora no meio da balada, disse que nós nunca poderiamos ficar juntos, logo antes de virar as costas e o deixar chorando na sarjeta sem nem um táxi próximo. Não é rancor. Certas cicatrizes penetram fundo demais para sumirem. E agora, parece que o jogo virou. Ou não. Você nem sequer falou comigo ainda. Talvez queira terminar e nunca teve coragem de dizer, preferiu sumir como um covarde faria.
Piiiiiii.
Era o meu ponto. Quase perdi em meio aos devaneios, sorte que o cobrador me conhece e deu o sinal para descer, bem ali, próximo do quartel onde meninos de 18 anos estão saindo do alistamento militar obrigatório. Que medo. Isso me lembrava o Hugo, um menino que dei match no Tinder antes de namorar com o Lucca. Conversamos algumas vezes, saímos duas, nos beijamos e depois, sumimos da vida um do outro. Eu havia seguido ele no Instagram de novo, há alguns dias, e ele me seguiu de volta. Será que eu devia chamar? Não. Ele deve ter ranço de mim.
“Vamos. Quero ver você cheio dos novos contatinhos, hein.” Anna me respondeu, e vi assim que entrei no prédio em que eu trabalho.
“Estava pensando em um menino que fiquei anos atrás. Acho que destruí ele, queria tanto resolver essa pendência.” Comentei.
“Como assim destruiu? Me explica!” Ann respondia rápido.
“Vou te mandar um áudio…”
“Minha história com o Hugo foi rápida mas intensa. Um dia, demos match no Tinder e combinamos de nos encontrar no parque próximo ao meu trabalho na hora do almoço. Ele era do signo de libra também, tímido e parecia um pouco comigo. Nos encontramos antes disso. Ele estudava na escola que fiz o ensino médio, no período da manhã. Nesse dia, eu já tinha tirado meu horário de almoço, mas meu chefe saiu e eu saí para encontrar ele em uma praça, que era bem longe. Sentamos e conversamos por horas sobre a vida, não nos beijamos nesse dia. Nenhum de nós tomou a iniciativa. Ele também falou que não beijava em primeiros encontros. Continuamos conversando depois desse dia, ele era legal e me mandava bom dia todos os dias. Nesse meio tempo, eu já conhecia o Lucca, mas ele estava me dando vários foras. Eu gostava dele, mas não podia abrir mão dos meus contatos. Então beijei o Hugo no segundo encontro, e ele ficou apaixonado por mim. O melhor amigo dele shippava a gente…”
Enviei.
“Hugo não ia muito em baladas, mas um dia, o melhor amigo dele descobriu que eu ia, e levou o Hugo com ele. A ideia era que ele me encontrasse e ficássemos de novo. Mas nesse dia, fui na balada com o Lucca e o Hugo veio me cumprimentar. Eu o tratei como um qualquer, fui bem embuste. Não o vi o resto da noite, fiquei com o Lucca e depois descobri que o Hugo deu um PT enorme. No dia seguinte eu estava bloqueado em tudo.”
“Estou ouvindo, comovida.”
Alguns minutos se passaram até que Anna ouvisse meu áudio interminável.
“Olha amigo, eu acho que você devia chamar ele. Vocês já se seguiram no Instagram e agora estão trocando likes. Explica que tinha 18 anos. Vocês dois eram crianças, sabe? Tudo tem um jeito.” Ann ponderava bem as situações e eu gostava disso nela.
“É, talvez. Mas preciso de um sopro de coragem ainda.”
“Hoje a noite você vai ter! Quero rebolar até o chão ouvindo Vai Malandra”
Comecei a gostar de funk depois que saí a primeira vez com Anna. Antes eu abominava, agora, não posso ver que minha bunda mexe sozinha. Meu dia de trabalho passou vazio, então fui embora mais cedo. Chegando em casa, resolvi baixar o Tinder e dar alguns likes para ver se as pessoas ainda se interessavam por mim.
Nada.
Comecei a me arrumar para sair com a Anna. Coloquei minha roupa de balada, meu coturno e ela chegou pontualmente com o carro tocando Vai Malandra no som máximo. Me tornei aquela pessoa que abominava: o ser que anda ouvindo a música de vidros abertos e berrando cada letra. Êta loca, tu mexendo com o bumbum. An an. Fomos comer uma pizza antes, vegetariana.
– Ann, baixei o Tinder.
– Você tá me zoando? E aí? – Ela parecia mais animada que eu.
– Estou dando uns likes, mas nada de matches ainda.
– Quero só ver. E quero ver você voltando da balada hoje com a boca inchada de tanto beijar. Igual eu, quando voltei da micareta de carnaval, lembra? – Ô se eu lembrava.
– Ah, não sei. – Ri de nervoso. – Talvez. Vamos indo para a fila da Clock Out? Os 200 primeiros entram de graça, quem sabe a gente consegue.
– Vamos. Não está muito cedo?
– Só vamos.
Chegamos ao som da música da Anitta de novo, e logo na entrada encontrei Gabriel, um amigo de longa data que já estava mais pra lá que pra cá. Força, migo. Você sobrevive a essa noite. Claro que a fila já estava imensa e não conseguimos entrar de graça, mas Ann fez várias amizades. Enquanto isso eu estava só passando umas fotos no Tinder. Sem paciência para socializar.
– CARALHO, ANNA, OLHA ISSO. – Puxei ela da sua rodinha nova de amigos para que olhasse a tela do meu celular, que mostrava “Hugo, 21”. – Será que dou like? Eu fiz um jogo de tarô perguntando se deveria chamar ele e deu que sim… Mas também pedi um sinal, será que é esse?
– VOCÊ AINDA DUVIDA? APERTA ESSE CORAÇÃO AÍ.
Apertei, mas não deu match. Tudo bem, talvez ele ainda não tenha visto.
A fila começou a andar e entramos na Clock Out às 23h30. Já chegamos bebendo e indo até o chão no cantinho do palco, onde a gente mais gostava de ir.
– Oi, você é o Pietro Corrêa? – Um menino chegou falando comigo do nada.
– Sou. – Estava surpreso, e assustado.
– E essa aqui é a Anna Pereira? – Ele aponta para Ann do meu lado.
– É, por quê? – Rindo.
– Caralho, eu amo vocês! – E ele abraçou Anna como se conhecessem há muitos anos. De longe, vi meu amigo Augusto e dei um tchauzinho. Ele veio na minha direção.
– Oi, migo, como você está? – Augusto era bem fofo, e uma pessoa com coração enorme.
– Estou bem, e você? – Gritei, enquanto Ann ainda conversava com o desconhecido.
– Também. Não vi o Lucca….
– Ah, acho que terminamos. – Cortei antes que ele falasse mais alguma coisa. Augusto acompanhou meu relacionamento desde o início, todos os sofrimentos por conta do Lucca. Sua cara foi de espanto.
– Poxa… Mas vamos dançar!
– Vamos! – Continuei dançando, e ele foi para o cantinho dançar com o desconhecido. Ann voltou para o meu lado.
– Que porra foi essa? – Perguntei.
– Lembra daquela tour polêmica do LDRV que conversamos com um desconhecido?
– Lembro.
– Era ele. Você podia dar um beijinho nele.
– Ah, melhor não. Vamos dançar.
Dançamos mais algumas músicas, até que o funk acabou e começaram a tocar pop. Típico da Clock Out.
– Amigo, vamos lá fora? Minha pressão baixou. – Ann me puxou.
Ficamos um tempinho na área externa da balada e não demorou para eu me sentir tonto também. Tinha alguma coisa estranha ali. Só sei que entramos, e passamos o resto da noite sentados, de novo. Levantávamos em algumas músicas, mas não conseguíamos ficar em pé. Já era uma da manhã.
– Ann, vamos embora?
– Amém, vamos. Não sirvo mais para vir em balada não.
– Nem eu. – Respondi, rindo mais uma vez. Nós nunca aguentávamos nada.
Cheguei em casa da mesma forma que a noite anterior, e só me deitei na cama, dando mais alguns likes no Tinder.
“Ei, vamos no centro da cidade amanhã cedo?” Era a mensagem no grupo Galera de Caubói, com minhas duas melhores amigas do ensino médio.
“Vamos. 11h todos nos encontramos na praça?” Respondi.
“Fechado. Pi, te pego aí se quiser. Estarei por aí nese horário.” Mary respondeu.
“Beleza! Quero, Mary. Vou dormir agora porque tô beudo. Não sou mais jovem pra ficar indo em balada.”
A próxima coisa que me lembro é do meu despertador tocando. Caraca, vou atrasar a Mary. Corri para o banho, sem nem olhar para o celular pensando em uma mensagem de Lucca. Elas não sabiam que eu estava mais pra lá que pra cá no meu relacionamento. Na verdade, Rose sabia, e ela havia dito para eu terminar várias vezes.
Saí do banho e Mary estava me esperando na portaria com sua mãe e avô no carro. Sentei atrás.
– Migo, minha mãe quer passar no mercado, tudo bem para você?
– Claro, Mary. Sem pressa. – E peguei meu celular para ver as notificações do dia.
Nada do Lucca.
“Parabéns, você tem um novo match no Tinder. Mande um olá para Hugo.”
Cá estou eu de novo, começando mais uma narrativa, mais uma história na biblioteca da minha vida. Só que pelo final. Sempre começo pelo fim, não sei qual é o meu problema com os inícios. Hoje é quinta-feira, o ano acabou de começar, e eu já cheguei ao final do meu namoro. Na verdade, ele terminou comigo. Ou não. Não sei bem.
Leia ouvindo: TiO, Zayn Malik
É fato que já estávamos brigando todos os dias no último ano. Mas eu, bem trouxa, sempre perdoei todas as vezes em que ele sumiu nos finais de semana, me deixou falando sozinho, me cortou no banco de trás do carro dos meus amigos quando eu estava falando algo muito importante para mim. O fato é que eu nunca poderia estar em uma posição melhor. Talvez seja normal que casais gays vivam em uma eterna competição. Mas eu sempre achei melhor correr nela a favor dele do que contra. Mas ele nunca pensou da mesma forma.
Hoje é quinta e desde sábado, ele não fala nada comigo. Não mandou uma mensagem, uma direct no Instagram e nem uma ligação. E ele teve motivos para falar comigo: meu avô está em estado grave na UTI, e ele é tudo para mim. Lucca sempre soube que eu era instável quando se tratava do meu vô Antônio. Eu também descobri que vou ter que operar o nariz. Meu nariz que já serviu de cópia para pelo menos três plásticas, não funciona. E nada me amedronta mais que operar o nariz. Ah, também surgiu uma manchinha perto do meu olho que o Google diz ser câncer de pele. Ele poderia ter sumido em todas as semanas, menos essa. Eu realmente precisava de algum apoio.
— Pi, vamos na balada hoje? Estou sozinha. — Era minha amiga Anna, anos mais velha e mais sábia, que esteve comigo nesses últimos dias. É incrível como a amizade perfeita aparece nos momentos mais improváveis. Conheci Anna em um emprego que ela odiava e eu também. Nunca seríamos amigos, éramos muito diferentes. Mas o destino cruzou nosso caminho. É como dizem, a perfeição jaz na exceção.
— Vamos, Ann. O Lucca não falou comigo até agora mesmo. — Bufei, desanimado.
— Existem níveis e níveis de cuzãozisse, Pietro. Você está solteiro. Não tem como você esperar que ele volte, talvez ele nem volte. — Ela fez uma pausa — Me desculpa. Mas sua vida não pode parar pelas pessoas. Você está solteiro agora, aproveite isso. Passo aí em 15 minutos.
— Estarei pronto. Vamos naquela balada de hétero? — Sorri, já me animando um pouco mais.
— Bff, é o que tem pra hoje, né viado?
Anna é uma pessoa incrível, e poucas pessoas conseguem ver isso nela. Ela é peculiar, mas do jeito que fala na lata. Não economiza nenhuma palavra, e também não mede esforços pelos seus amigos. Sua vida há teve muitos altos e baixos, e muitas das preocupações que tenho, ela não tem mais. Por isso levo os conselhos dela tão a risca.
Coloquei uma calça jeans, uma camiseta neutra e uma camisa xadrez por cima. Ann chegou em ponto, e assim que entrei no carro, ela colocou um sertanejo bem alto para tocar.
— Que porra é essa, Anna? — Ela não gostava, assim como eu.
— Já que vamos para o habitát dos héteros, temos que nos acostumar. — E fomos. Não foi estranho estar sem meu namorado hoje, porque já vim nesse lugar várias vezes sozinho. Me permiti dançar e beber duas latinhas de Skol Beats.
O Trup, bar e casa noturna dos héteros não dava para suportar por muito tempo.
— Pietro, vamos embora? Cansei. — Anna se apoiou no meu ombro.
— A gente chegou tem 47 minutos. Vamos. — Ri.
Fomos embora depois de pouco tempo mesmo, porque simplesmente não dá. E ainda era dia de semana. Também era inevitável parar de olhar para o celular e esquecer Lucca.
— Acho que chegamos ao final, Anna. — Quebrei o silêncio no caminho de volta. Ela abaixou o som.
— Você acha, Pietro? Ele não te mandou uma mensagem sequer, e todo mundo do grupo ficou apavorado quando você deu a notícia da cirurgia. — O grupo era nossa conversa no WhatsApp com os amigos da vida. Um da balada, outro do trabalho, um amigo de outra amiga… — Vamos na Clock Out amanhã? Podemos comer e ir.
— Fechado. Mas só se ficarmos mais de 40 minutos dançando.
— É a noite do funk, bebê. Vamos nos falando. Beijo! — Desci do carro e entrei no meu prédio, ainda sem acreditar que depois de anos, eu ainda conseguia sair no meio da semana. Eu não estava morto não.
Antes de adormecer, baixei o Happn. Se eu estava solteiro, precisava conhecer pessoas novas. Não para beijar ou namorar. Eu precisava mesmo conversar com pessoas novas. Sabe aquelas conversas fúteis que começam com um oi e você chega ao final contando sua história de vida? Então. Deixei ligado e dormi, sem pensar em nada.
A cidade do Rio de Janeiro é cenário de crimes cruéis em “Os Outros”, novo suspense brutal escrito pela premiada Vanessa Guimarães. Lançado em 2021 pelo Grupo Editorial Coerência, o título traz a detetive renomada Joanna Guivel para mais um caso, mas desta vez envolvendo um serial killer que deixa marcas simbólicas e enigmáticas nos restos mortais de suas vítimas.
Corpos multilados com supostas mensagens, são encontrados às margens de lagoas da cidade do Rio de Janeiro. A situação intriga a população e Joanna Guivel sente-se seduzida a solucionar esse mistério, mas sua vida vira de cabeça para baixo quando Sarah, sua sobrinha, desaparece em meio ao caos.
Motivada a deter o assassino e preocupada com as ameaças veladas à sua família, a detetive inicia uma jornada que requer bastante cuidado e passos cautelosos. Desta vez, o que lhe desafia é uma mente doentia e ela precisará de discernimento e perspicácia para digerir a verdade por trás de todos esses crimes.
“Este é um livro para quem gosta de histórias frenéticas e eletrizantes, com cenas que podem revirar o estômago dos leitores”, Vanessa Guimarães informa que em meio a tanta brutalidade o livro nos faz repensar até onde podemos ir por amor. “A obra é composta por várias camadas, e o leitor sentirá cada uma delas por meio das diferentes perspectivas que compõem a narrativa do título”, conclui.
Vanessa Guimarães estreou há 2 anos na literatura e já marcou sua trajetória vencendo o Coerência Choice Awards 2020 como Melhor Suspense com “Beijo de Borboleta”, seu primeiro livro. Já na edição passada com “Os Outros” garantiu o prêmio de Melhor Autor 2021.
Os exemplares estão à venda nas principais livrarias do Brasil e disponíveis na Amazon na versão física e e-Book no Kindle Unlimited.
Garota em Pedaços é definitivamente um livro marcante, com uma história crua e forte, que transmite uma mensagem de como é complicado quando tudo na sua vida vai por um caminho ruim, quando as coisas boas acabam se tornando ruins. Mas, também é uma história sobre superação, amizade e admitir erros.
A história é sobre Charlotte, uma garota que está internada em uma clínica psiquiátrica, por sofrer com transtornos compulsivos, que a fazem se cortar. Lá, apesar de não ser o melhor lugar para se estar é um bom lugar com comida e cama quente, então ela se sente mais confortável ali do que morando na rua. Tudo parece estar se resolvendo na vida dela, pela visão de Charlotte, mas então, o dinheiro que a estava mantendo ali acaba e ela tem que sair e morar com a mãe que batia nela. No entanto, o que ela não esperava é que ao sair dali sua mãe lhe entrega uma passagem para outro lugar para morar com um antigo amigo.
A partir daí, a vida de Charlotte muda completamente. Ela vai para uma cidade desconhecida, onde tem que morar sozinha e tomar conta de si mesma. Ela encontra um trabalho e um lugar para morar, e mesmo não sendo o ideal, é um ótimo jeito de recomeçar a viver. Novas pessoas surgem em sua vida, inclusive um homem que apesar de tudo, é um alguém em quem ela encontra conforto, mas essa relação acaba iludindo a garota Charlotte e ela acaba por se encontrar em uma relação abusiva e tudo se torna muito confuso.
Este livro definitivamente não é um livro para quem tem estomago fraco e não sabe lidar com as coisas ruins que vão acontecendo. Mas, se você conseguir ler até o final vai ver que apesar de todos os desconfortos que ele pode trazer, a mensagem de superação como tudo na vida pode se resolver com paciência e pessoas boas.
Garota em Pedaços não é um livro bonito, é um livro real, forte e bom, ele traz para quem lê a vontade de ser uma pessoa melhor e não julgar ninguém antes de ouvir a história toda.