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A casa das sete mulheres ganha adaptação para a linguagem dos quadrinhos
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A casa das sete mulheres ganha adaptação para a linguagem dos quadrinhos

A casa das sete mulheres (2002) é um dos romances mais bem-sucedidos da literatura brasileira. Publicado em diversos países, entre eles Alemanha, Itália e Grécia, em 2003 o livro recebeu uma adaptação para a televisão que ganhou o mundo com veiculação em mais de 40 países. Agora, mais de vinte anos após a primeira edição, a obra ganha uma nova roupagem, desta vez na linguagem dos quadrinhos.

Escrito por Leticia Wierzchowski, o livro mergulha o leitor em uma emocionante trama que revela os eventos tumultuados da Revolução Farroupilha, um capítulo crucial na história do Brasil. Com detalhes impecáveis, a obra destaca a história de sete mulheres – Antônia, Caetana, Rosário, Ana, Perpétua, Manuela e Mariana – que enfrentam uma década de confinamento na Estância da Barra, pertencente à família de Bento Gonçalves da Silva. A obra retrata com riqueza de detalhes as batalhas que essas mulheres extraordinárias vivenciaram. Anita Garibaldi, embora não seja uma das “sete mulheres”, desempenha um papel fundamental no livro. Sua coragem, determinação e luta pela liberdade também são amplamente exploradas.

“Era um sonho meu adaptar A casa das sete mulheres para a linguagem dos quadrinhos”, revela Leticia Wierzchowski. “Aqui em casa, adoramos HQs, e eu gosto de roteirizar. Acho que a adaptação está linda demais, é como um filme em páginas. Está muito palatável, e acredito que vai encantar leitores de todas as idades. O desenho é uma arte que admiro muito, e estou muito feliz de unir narrativa e desenho neste projeto.”

Lançamento da Maralto Edições, A casa das sete mulheres em quadrinhos oferece aos leitores uma nova perspectiva sobre a história e os personagens. As ilustrações deslumbrantes capturam a atmosfera rica e os cenários pitorescos da época, desde a fazenda onde as mulheres viviam até os campos de batalha da Revolução Farroupilha. Os detalhes meticulosos trazem à vida os trajes, as paisagens e os momentos emocionais dos personagens de uma forma que vai cativar tanto os leitores já familiarizados com a história quanto aqueles que a estão descobrindo pela primeira vez.

Os traços luxuosos da ilustradora Verônica Berta mantiveram a essência e a profundidade da história original. Diálogos marcantes, conflitos intensos e momentos de conexão humana são retratados com maestria, oferecendo aos leitores uma nova maneira de se envolver com a narrativa. “Fui o mais fiel possível ao roteiro que a Leticia me enviou”, relata a ilustradora. “Precisei fazer pequenas mudanças para que tudo coubesse nas 120 páginas. Nos quadrinhos em geral dosamos a quantidade de texto porque boa parte da narrativa se faz visualmente, de forma mais rápida. Então também reduzi textos que iam para os balões e recordatórios, para que a leitura não ficasse cansativa. Em cada etapa do processo, fui mostrando para a Leticia e a editora aprovarem. Foi uma parceria tranquila. Ao todo foram dois anos de muito trabalho.”

A adaptação de A casa das sete mulheres para os quadrinhos é uma homenagem à duradoura importância da história e à sua capacidade de se reinventar em novas formas artísticas. O lançamento deve emocionar e inspirar tanto os fãs apaixonados do romance original quanto uma nova geração de leitores que estão descobrindo o fascínio dessa história icônica. O livro chega às livrarias parceiras a partir de setembro de 2023, e fará parte do Programa de Formação Leitora Maralto, uma iniciativa direcionada para escolas de todo o país.

Diego Pansani explora forma, procedimento e temática contemporânea em projetos contemplados pelo ProAC/2021
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Diego Pansani explora forma, procedimento e temática contemporânea em projetos contemplados pelo ProAC/2021

Já conhecido por seus títulos em poesia “O Amador” (2018) e “Nenhuma Poesia” (2019), o escritor campinense Diego Pansani (@diego.pansani) lança dois novos projetos: “Poesia é risco”, pela edições Jabuticaba; e “No meio da piscina tinha uma ergométrica”, HQ independente elaborada em conjunto com Allyson Campos, Pedro Colombo e Vitor Pansani – ambos contemplados no ProAC/2021.

Apesar da notável diferença nos gêneros dos projetos, ambos apresentam uma característica comum: a exploração bastante ambiciosa do autor no que diz respeito aos temas e formas contemporâneas. O livro de poemas “Poesia é risco” – que traz inspiração no título homônimo da performance de 1996 do poeta Augusto de Campos – faz uso essencialmente do blackout, procedimento que consiste em riscar palavras ou trechos de um texto, produzindo, assim, uma nova obra.

Segundo Pansani, a investigação dessa poesia expandida – que evidencia questões como autoria, processos de escrita e, até mesmo, a maneira como se trabalha a linguagem na poesia – tem início em 2018, quando o autor participou do Curso Livre de Preparação do Escritor (CLIPE), oferecido pela Casa das Rosas. “Ali tive contato com referências e processos poéticos não usuais”, conta. “Depois, conheci a obra da filósofa Marjorie Perloff, e aprofundei as questões do que vem sendo chamado de “escrita não-criativa” (já esboçados no livro Nenhuma Poesia, de 2019).”

Foi na pandemia, porém, que Pansani começou a explorar o blackout, inicialmente compartilhando seus experimentos nas redes sociais.  “Desde então o processo de escrita tem sido o da não escrita: do corte, da obliteração, do apagamento – uma escrita por eliminação e não exclusivamente por adição”, afirma.

Nesse sentido, há um ponto de conexão com a HQ “No meio da piscina tinha uma ergométrica”, cujo processo de escrita também se inicia durante a pandemia. É a partir de um conto não selecionado em um concurso literário que surge a ideia de uma História em Quadrinhos, cujo enfoque, inicialmente, seriam os entregadores de aplicativo, que estariam ainda mais expostos à tragédia político-sanitária da pandemia, abordando também a falta de representatividade de corpos com deficiências neste contexto.

Este projeto foi conduzido a oito mãos. Ao falar do processo de escrita, o autor conta que conversou com um amigo, Pedro Colombo, que teria “topado a empreitada”. Segundo ele, “Superamos o conto, mapeamos linhas de força narrativa, consideramos outras personagens que se integrariam à trama da protagonista e com esse primeiro esboço convidamos os dois ilustradores talentosíssimos, Allyson Campos e Vitor Pansani, para seguirmos com o projeto”.

Poesia, Oficina e Premiações: as faces de Diego Pansani 

Diego Pansani nasceu em Campinas-SP, em 1985. É autor dos livros “O Amador” (Editora Urutau, 2018) e de “Nenhuma Poesia” (7Letras, 2019); “Poesia é risco” (Edições Jabuticaba, 2023) e “No meio da piscina tinha uma bicicleta ergométrica” (2023), que foram contemplados pelo Programa de Ação Cultural do Governo do Estado de São Paulo (ProAC). Em 2019, “Nenhuma Poesia” foi eleito um dos melhores livros do ano pelo Suplemento Pernambuco.

Pansani participou do Curso Livre de Preparação do Escritor da Casa das Rosas (CLIPE) tanto em Poesia (2018) quanto em Prosa (2021), e foi publicado em diversas revistas literárias tais como Revista Escamandro, Quatro Cinco Um, Jornal Rascunho, Mallarmargens, Lavoura, Philos, etc. Integrou a antologia Off-Flip – Paraty em 2020. Em 2023, foi vencedor do FICC 2023, Prêmio literário do município de Campinas.

Além de poeta, o autor também ministra oficinas de escrita criativa – na Unicamp, na Casa das Rosas, em Institutos Federais, SESCs, e em escolas públicas na região de Campinas. Fora do Brasil, Pansani promoveu a oficina de poesia conceitual – blackout poetry – na cidade de Reykjavik, Islândia, com patrocínio da UNESCO.

Diego Pansani foi um dos participantes da residência artística em Sÿsma, Finlândia, em 2022, e do festival internacional de poesia de Helsinki, Runoku.

Atualmente, o autor está trabalhando em seu primeiro livro de contos, Caixa de Gordura.

Faro Editorial lança livro com reflexões para cada dia do ano
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Faro Editorial lança livro com reflexões para cada dia do ano

Viver é dinâmico. Nossas vidas são construídas a cada respiração, a cada tique-taque, a cada nascer do sol e pequeno gesto. Cada amanhecer é uma oportunidade de começar de novo, e é preciso despertar nossa consciência para essas possibilidades que estão ali, ao alcance das nossas mãos. Precisamos apenas começar a mudar a forma de enxergar a vida, as possibilidades e cada um dos nossos dias.

+ Setembro Amarelo: campanha de prevenção do suicídio é objeto de conscientização coletiva

A Faro Editorial lança este mês um guia para uma vida melhor, que é sucesso de vendas na Espanha, “A vida começa a cada dia” de Anne Igartiburu, uma famosa apresentadora da televisão espanhola e palestrante sobre nosso bem-estar físico e emocional.

Anne convida o leitor a refletir sobre a essência da vida e a importância de aproveitar todos os momentos. Sua proposta é de explorar a jornada humana através de histórias inspiradoras e perspectivas enriquecedoras. Com sensibilidade e sabedoria, somos lembrados de que cada amanhecer traz consigo a oportunidade de recomeçar, de superar desafios e de buscar a felicidade. Com uma narrativa envolvente, a autora nos instiga a valorizar cada momento e a encontrar beleza nas coisas cotidianas.

Esta leitura da Faro Editorial irá tocar você profundamente, inspirando-o a viver de forma mais leve e significativa, e descobrindo a parte mais preciosa da vida: o presente — que merece ser desfrutado em toda a sua plenitude.

“O livro de Anne é uma verdadeira enciclopédia sobre desenvolvimento pessoal.” – Francesc Miralles, autor de Ikigai: Os segredos dos japoneses para uma vida longa e feliz

Aprenda a criar uma rotina de leitura para os últimos meses de 2023
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Aprenda a criar uma rotina de leitura para os últimos meses de 2023

Desde que o nicho da literatura cresceu na internet, criadores de conteúdo nos mostram a quantidade exorbitante de leituras que fazem durante o período de um ano. Conteúdos como “li 50 livros em 6 meses” estão cada vez mais comuns pelas redes sociais. Mas calma, se você ainda não leu o quanto queria em 2023, ainda dá tempo de inserir a leitura na sua rotina!

Daniel Moraes, especialista em marketing do Grupo IBEP e dono do @irmaoslivreiros, separou dicas para você salvar sua meta de leitura do ano e ficar muito engajado no hábito. Confira!

Comece devagar 

Não adianta querer tirar o atraso das leituras de forma brusca e repentina ou até mesmo lendo livros com muitas centenas de páginas. Comece a rotina por aquele livro mais leve, curto, ou que trata um assunto que você já é bastante familiarizado. Se você optar por obras de conteúdo denso ou um calhamaço, pode acabar ficando desmotivado e não dar sequência à nova meta.

Opte por gêneros e obras que vai curtir 

É muito melhor que você comece a rotina de leitura por obras que te trarão um sentimento de prazer ao ler, já que ainda precisa se acostumar com a nova meta. Por isso, além de começar devagar, o ideal é investir naqueles temas que têm tudo a ver com o que você tem mais curiosidade de saber sobre, e os assuntos do entretenimento que mais te despertam interesse, a fim de deixar a leitura prazerosa – e não traumática.

Faça cronogramas e metas 

Separe horários específicos do seu dia para engatar exclusivamente na leitura. Isso vai te ajudar a ter foco nessa nova rotina, além de criar um hábito que vai te acompanhar nos próximos meses. Também é interessante elaborar metas de leitura, que casem com seu ritmo de funcionamento. Isso pode acontecer em relação ao tempo dedicado a um livro, ou até o número de páginas que você quer ler num dia, ou período de tempo.

Leia com amigos

Entrar nessa com outras pessoas pode te ajudar a ficar motivado e não sair da rotina. Convidar amigos para ter a mesma meta pode ser um incentivo tanto para você, quanto para eles. Hoje em dia, existem muitos clubes de leitura espalhados pelas redes sociais e, por lá, rolam metas de livros, discussões sobre obras diversas e momentos de leitura conjunta. Você pode participar de um ou montar o seu próprio com colegas!

Tenha seu próprio ritual

Uma coisa para deixar o momento de leitura mais prazeroso e, consequentemente motivador, é ter seu próprio ritual para o momento. Tem gente que tem ritual para antes de dormir, gente que tem ritual para ir na academia, e gente que tem um para ler!

Você pode ter um cantinho da leitura na sua casa, separar um copo de água, chá ou a bebida que preferir para relaxar nesse momento, ligar uma música ambiente – se isso funcionar para você – acender um incenso e voilà, deixar tudo fluir.

O importante é lembrar que a leitura deve ser vista como um hábito prazeroso priorizando o seu bem-estar e principalmente, seu ritmo, não queira ficar se comparando com outros leitores, cada um tem o seu.

A escuridão ao nosso redor: romance reúne dois jovens que tentam descobrir seus propósitos no universo
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A escuridão ao nosso redor: romance reúne dois jovens que tentam descobrir seus propósitos no universo

Numa época em que o mundo se dividiu entre dois lados completamente diferentes, um jovem de 17 anos parte em uma missão para resgatar a irmã, mas, para isso, precisará se unir ao inimigo. No romance A escuridão ao nosso redor, de Eliot Schrefer, que une o melhor de Os dois morrem no final e O guia do mochileiro das galáxias, o leitor embarcará em uma missão na qual amar pode ser a única maneira de sobreviver.

Ambrose Cusk acorda em uma nave sem saber como foi parar lá; as únicas coisas de que sabe é que o sistema operacional da espaçonave possui a voz de sua mãe, que ele precisa resgatar a irmã, Minerva, e que a única outra pessoa a bordo é Kodiak Celius — um jovem que é o oposto de Ambrose.

Sozinhos nesta missão, Ambrose e Kodiak precisarão colocar as diferenças de lado se quiserem desvendar todos os mistérios que os cercam e permanecerem vivos, enquanto tentam cumprir uma missão onde nada parece ser o que realmente é.

Lançamento exclusivo da Buzz Editora em setembro, o livro é um dos destaques da imprensa especializada, como a Booklist: “Schrefer magistralmente evoca e cria um suspense que mantém as páginas viradas rapidamente enquanto ainda reserva um tempo para retratar o relacionamento tocante e comovente de dois meninos. Se tudo isso for uma ópera espacial, os leitores vão querer um bis. Bravo.”

Já a Publishers Weekly apontou: “Uma odisseia sexy no espaço. O romance imersivo de Schrefer combina a construção de mistérios e a tensão do romance, desenrolando lentamente uma história iterativa sobre amor e atração, destino e conexão.”

Em meio a uma geração que pede por mais representatividade na literatura, Eliot Schrefer cria uma história que une as maiores qualidades do romance água-com-açúcar e os traços mais sombrios da batalha pela sobrevivência em um lugar inóspito. A escuridão ao nosso redor é quase como se um episódio de Black Mirror saísse da Netflix e ganhasse o mundo dos livros.

É nesse sentido, e buscando esses ávidos telespectadores, que a Buzz Editora traz essa ficção científica, onde dois jovens tentam descobrir quem são, para onde vão e quais seus propósitos no universo. E não seriam esses os maiores questionamentos da espécie humana?

Sobre o autor

Eliot Schrefer é um autor bestseller do New York Times, foi duas vezes finalista do National Book Award na categoria Young People’s Literature e ganhou os prêmios Green Earth Book e Sigurd F. Olson Nature Writing na categoria de Literatura Infantil. Schrefer mora em Nova York, ensina escrita criativa na Hamline University e na Fairleigh Dickinson University e resenha livros para o USA Today.

Papirus lança edição revista e ampliada de "Vivemos mais! Vivemos bem?"
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Papirus lança edição revista e ampliada de “Vivemos mais! Vivemos bem?”

Muito se tem escrito, falado e divulgado sobre o aumento da expectativa de vida, mas e sobre a qualidade com que vivemos ou iremos viver esses anos a mais? Em Vivemos mais! Vivemos bem? Por uma vida plena (Papirus 7 Mares, 128 pp., R$ 52,00), os filósofos Mario Sergio Cortella e Terezinha Azerêdo Rios fazem uma profunda reflexão sobre o tema, com destaque, nessa nova edição da obra, para o capítulo “Idade preconceito”, que discute o etarismo, assunto que tem ganhado repercussão recentemente.

Ao longo do livro, os autores defendem que mais importante que o comprimento da vida é sua “largueza”. “Claro que queremos viver mais tempo, mas isso de nada vale se não pudermos aproveitar de verdade esse tempo, experimentá-lo em sua riqueza”, ressalta Terezinha. “Quero mais vida, mas não quero qualquer vida”, complementa Cortella.

Para o filósofo, “a ideia de vida longa implica viver mais e viver bem. Mas, no meu entender, viver bem não é só chegar a uma idade mais avançada com qualidade material de vida. É também adquirir a capacidade de olhar a trajetória. Porque a vida não é só o agora, é o percurso. Ela é a soma de todos os momentos numa extensão de tempo”. 

Uma das coisas que dificultam a qualidade de vida na velhice é o preconceito em relação à pessoa de mais idade. Sobre isso, os autores lembram que o etarismo não é uma questão recente, e acontece mais nas sociedades ocidentais. “Esse etarismo resulta, num primeiro momento, de um produtivismo no qual se entende que a pessoa com mais idade, sendo menos produtiva, é muito mais um ônus do que um bônus”, aponta Cortella. E complementa, “além do produtivismo, há a ideia do capacitismo, isto é, entende-se que ela é menos capaz, portanto, possui uma série de limitações que alguém com menos idade não tem”.

Ao encontro disso, Terezinha ressalta que é o momento de refletirmos sobre o contexto no qual se dá essa discriminação, pois entende que existe uma dificuldade em nossa sociedade de aceitar as diferenças. “Temos que pensar em como nós nos configuramos para chamar o outro de diferente, e que marcas tem essa diferença. Retomando a ideia de velhice, de idade mais avançada, não é só questão de tempo de vida; é fraqueza, fragilidade, improdutividade. São todos elementos negativos – e serão mesmo, ou terão sido criados num imaginário?”, finaliza.

Sobre os autores

Mario Sergio Cortella é filósofo, escritor e palestrante, com mestrado e doutorado em Educação pela PUC-SP, onde atuou como professor titular por 35 anos (1977-2012). Foi secretário municipal de Educação de São Paulo (1991-1992), tendo antes sido assessor especial e chefe de gabinete do professor Paulo Freire. É autor de diversos livros nas áreas de educação, filosofia, teologia e motivação e carreira, como Nos labirintos da moral, com Yves de la Taille, Ética e vergonha na cara!, com Clóvis de Barros Filho, Nem anjos nem demônios: A humana escolha entre virtudes e vícios, com Monja Coen, e Viver, a que se destina?, com Leandro Karnal, todos publicados pela Papirus 7 Mares.

Terezinha Azerêdo Rios é graduada em Filosofia pela UFMG. Cursou o mestrado em Filosofia da Educação na PUC-SP, onde fez parte, por mais de 30 anos, da equipe de professores do Departamento de Teologia e Ciências da Religião. Doutorou-se em Educação pela USP, sendo pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Formação de Educador (Gepefe), da Faculdade de Educação. Tem atuado como assessora e consultora em projetos de formação de professores e educação continuada de profissionais de diversas áreas.

Sensação no TikTok, Lucy Score publica sequência de best-seller no Brasil
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Sensação no TikTok, Lucy Score publica sequência de best-seller no Brasil

Lucy Score, autora internacional de romances contemporâneos com mais de 7 milhões de cópias vendidas em todo o mundo, sucesso no TikTok e best-seller do New York Times, está pronta para aplacar os corações dos brasileiros novamente. Desta vez, a escritora lança As coisas que guardamos em segredo, sequência da série As coisas que nunca superamos, também pela Alta Novel Editora e que pode ser lido de forma independente.

No enredo, que revisita o universo do primeiro volume protagonizado por Naomi Witt e Knox Morgan, o leitor mergulha na vida do irmão mais novo do barbeiro ranzinza, Nash Morgan, e de Lina Solavita – uma mulher rebelde e ex-namorada de Knox. Querido e amoroso, Nash é o chefe da polícia da cidade fictícia Knockemout.

Após ser baleado em trabalho – que o deixou à beira da morte –, o protagonista começa a travar uma luta interna, repleta de ataques de pânico e pesadelos. Uma sombra do homem que costumava ser, Nash está determinado a manter esta crise pessoal em segredo. É aí que entra em cena Lina Solavita, inteligente e sensual, com a habilidade especial de enxergar além das aparências.

Avessa ao contato físico, a moça sente algo diferente quando está próxima do policial. A conexão física dos dois é inegável, levando-os a questionar se vale a pena explorar essa proximidade ardente. À medida que segredos sombrios são revelados, Nash e Lina precisam navegar pelas próprias diferenças e atrações impulsivas.

Indicado para maiores de 18 anos, este enredo enemies-to-lovers narrado pelo ponto de vista dos dois personagens centrais instiga o leitor a descobrir se o amor pode resistir às provações da vida. As coisas que guardamos em segredo é uma envolvente história de amor e superação, em que segredos, paixão e conexões profundas se entrelaçam.

Sobre a autora: Lucy Score é uma autora best-seller do New York Times e USA Today, conhecida por suas histórias emocionantes e personagens cativantes. Com milhões de cópias vendidas em todo o mundo, ela continua a conquistar o coração dos leitores com seus romances contemporâneos inteligentes e envolventes. Seu primeiro livro publicado no Brasil foi As coisas que nunca superamos, pela Alta Novel.

Acompanhe a autora no Instagram: @scorelucy

Entrevista: Ricardo Martins nos leva em uma jornada pela Itália de norte a sul
Cleverson Nunes
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Entrevista: Ricardo Martins nos leva em uma jornada pela Itália de norte a sul

Novo livro do fotógrafo e apresentador Ricardo Martins acompanha os registros pela Península Itálica, dos Pré-Alpes no extremo norte, aos mares do sul

A Itália, uma terra onde o passado e o presente se entrelaçam de maneira fascinante, é um verdadeiro palco de história e cultura que ecoa por todo o mundo. Suas cidades, povoados e vilas, repletos de construções milenares, testemunham a evolução de civilizações ao longo do tempo, deixando uma marca indelével na história não apenas da região, mas também de muitas partes do globo. 

+ Novo livro de Ricardo Martins enfatiza patrimônio cultural e história da Itália

Neste cenário único, onde a tradição e a modernidade coexistem harmoniosamente, encontramos narrativas cativantes, como a aventura do fotógrafo Ricardo Martins que transformou sua viagem pela Itália em um projeto fascinante. Acompanhado pelo diretor de cinema Fabio Tanaka e por Sam, um italiano que se tornou um guia especial durante um mês de exploração, eles mergulharam nas riquezas culturais e paisagens deslumbrantes deste país, capturando momentos que agora fazem parte do projeto “Itália, redescobrindo as influências culturais do Brasil”. 

Beco Literário: Como surgiu a ideia de viajar de motorhome pela Itália e transformar essa experiência em um livro?

Ricardo Martins: A ideia veio de um interesse particular que eu tinha em fotografar a Itália e que meu patrocinador, o grupo italiano Comolatti, apoiou desde o início. Com isso, o motorhome foi estratégico. Com ele, conseguiríamos aproveitar melhor o tempo em cada lugar e nos deslocarmos com mais facilidade, por isso, virou nossa casa móvel por 25 dias.

BL: Como aconteceu a escolha das cidades e lugares que você visitou na Itália durante a viagem?

Ricardo: Montei todo o roteiro e os lugares que eu gostaria de conhecer com um amigo italiano, o Luciano. Depois, o Sam, um amigo de infância dele, se tornou nosso guia e condutor do motorhome. Foi o Sam que inventou estratégias novas para descobrirmos novos lugares, como a cidade de Matera, que não estava no roteiro inicial.

BL: Como foi a experiência de viajar com o diretor de cinema Fabio Tanaka e transformar os bastidores da viagem em uma série de episódios? 

Ricardo: Foi uma experiência fantástica. O Tanaka hoje se tornou um grande amigo e juntos transformamos a viagem em uma série de quatro episódios, algo que eu já queria fazer desde o meu segundo livro. Essa foi a terceira série que eu apresentei e a segunda que eu produzi. Hoje, no total, já temos cinco séries produzidas, duas que já foram lançadas e três que estão vindo por aí… Por isso, hoje vejo a série como um novo produto e foi dessa forma que surgiu a RM Produções, minha editora e produtora.

BL: Você mencionou que a foto do canal principal de Veneza foi uma das suas favoritas. Pode compartilhar mais detalhes sobre essa imagem e por que ela é tão especial para você?

Ricardo: Veneza sempre fez parte do meu imaginário pelos filmes que assistia e matérias na televisão e nas revistas. Quando cheguei, vi que era muito mais do que eu sonhava e foi mágico fotografar ali, com aquela atmosfera e aquela energia.

Entrevista: Ricardo Martins nos leva em uma jornada pela Itália de norte a sul

Ricardo Martins

BL: Tem uma pergunta que sempre faço para todos os entrevistados – o que você sempre quis responder mas ninguém nunca te perguntou?

Ricardo: Tem uma muito íntima minha que é qual é o meu maior medo… E já respondendo, meu maior medo é perder aquela empolgação, aquela magia da fotografia que eu sempre tive, desde criança. Desde que tirei aquela minha primeira fotografia com 10 anos de idade, que apertei aquele botão e aquela felicidade explodiu… Tenho medo de perder isso, perder com o ritmo de trabalho, com a quantidade de trabalho, que isso se torne algo comum e não se torne mais mágico.

BL: No processo de criação das imagens para o livro, você mencionou que buscou ser totalmente autoral. De onde vem as suas influências criativas? Pode explicar como isso influenciou o resultado final?

Ricardo: Sempre fui autodidata, procuro aprender com muita observação e experiências de erros e acertos, sejam eles meus ou de outras pessoas. Minha fotografia é muito instintiva, eu fotografo o que me salta os olhos com emoção e tento levar isso para as páginas dos meus livros e agora, para as séries de TV.

BL: Além de seus livros, você também promove exposições fotográficas. Pode nos contar sobre sua experiência mais recente, a exposição “Uma língua de várias faces” na sede da Unesco em Paris?

Ricardo: Sim, adoro fazer exposições e interagir com o público tentando entender o meu olhar! Essa última aconteceu na sede da Unesco, em Paris, a convite do embaixador Santiago Mourão. Certo dia, acordei às 6h com meu telefone tocando e era o Santiago, dizendo que gostaria do meu trabalho exposto em Paris no dia da comemoração da Língua Portuguesa. Para mim, foi uma honra e um grande reconhecimento.

BL: Você já tem planos para novos projetos após o lançamento deste livro? Pode compartilhar algumas informações sobre eles?

Ricardo: Planos não faltam! Com alguns erros que cometi sendo empresário, entendi que a engrenagem nunca pode parar, então já estou pensando em 2024 e 2025. Os próximos projetos que já estão confirmados e com patrocinadores fechados são: “Amazônia”, “Litoral Brasileiro” e “Os Últimos Filhos da Floresta”, mas ainda não posso dar muitos detalhes sobre eles.

Entrevista: Ricardo Martins nos leva em uma jornada pela Itália de norte a sul

Ricardo Martins

Considerado um dos principais nomes da fotografia de natureza e cultura do país na atualidade, Ricardo Martins é autor e editor de 12 livros, já apresentou e produziu quatro séries passando pelo Pantanal, Amazônia, Itália e litoral brasileiro, onde mostra os bastidores de suas expedições. Desta vez, percorreu toda a Península Itálica, dos Pré-Alpes no extremo norte, aos mares do sul mostrando os contrastes das construções milenares que convivem com situações da modernidade. 

Em 2012, foi honrado com um dos maiores prêmios da literatura brasileira, o Prêmio Jabuti, na categoria de melhor fotografia pela obra A Riqueza de um Vale. Ricardo Martins promove exposições fotográficas divulgando a cultura e as belezas brasileiras no Brasil e no mundo; a última, intitulada  “Uma língua de várias faces”,  aconteceu em Paris na sede da Unesco, em comemoração ao dia da língua portuguesa.

5 livros para formar jovens cidadãos
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5 livros sobre democracia para formar jovens cidadãos

O Dia Internacional da Democracia, comemorado em 15 de setembro, foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2007. A data foi criada para celebrar os dez anos da Declaração Universal da Democracia — assinada em 16 de setembro de 1997, que tem como um de seus princípios, válidos até hoje, a defesa de que “a democracia é um direito básico de cidadania, a ser exercido em condições de liberdade, igualdade, transparência e responsabilidade, com o devido respeito à pluralidade de pontos de vista, no interesse da comunidade.”

+ 50 anos do golpe militar: ação que mergulhou o Brasil em 21 anos de ditadura

De origem grega a palavra “democracia” vem da junção de “demos” e “kratos”, traduzindo-se como “poder do povo”. Na antiguidade clássica, os atenienses reuniam-se na ágora para debater assuntos da polis, de forma que todos os cidadãos pudessem participar das tomadas de decisão. De lá para cá, a implementação de regimes democráticos variou de acordo com os lugares do mundo e os diferentes momentos da história, permanecendo um assunto relevante para ser discutido, inclusive entre os jovens.

Uma das formas de introduzir essa discussão é por meio dos livros. A partir de conteúdos literários e informativos, é possível apresentar às crianças e aos adolescentes a importância da empatia, do respeito ao outro e da preservação de direitos, da igualdade e da liberdade para a cidadania. Seja em casa ou na sala de aula, conhecer histórias que valorizam o protagonismo do povo contribui para a formação de jovens cidadãos.

Dentre os clássicos que há décadas geram reflexões em jovens leitores fazendo-os estabelecer relações entre ficção e vida real está a obra 1984, de George Orwell. Considerado um marco da literatura distópica, o livro narra criticamente uma sociedade totalitária governada pelo Partido, organização comandada pelo Grande Irmão.

Nesse mundo, vive o protagonista Winston Smith, que vai lutar contra esse regime autoritário e vigilante. Para além de sua influência na criação do reality show Big Brother, a obra de Orwell é um constante lembrete sobre a importância de se refletir e instigar a mudança por uma sociedade verdadeiramente democrática. A edição da Ática tem tradução do professor e linguista Fábio Delano e conta com a apresentação do jornalista e escritor Lira Neto, além de ilustrações de Amanda Miranda.

Para além desse clássico global, existem inúmeros livros nacionais que também podem ser apresentados para o público jovem a fim de promover reflexões sociais importantes. Pensando nisso, a SOMOS Literatura, em parceria com o Beco Literário, selecionou outros quatro livros de autoria brasileira que servem como porta de entrada para o tema. Confira!

Quarto de Despejo: Diário de Uma Favelada (Edição Comemorativa), de Carolina Maria de Jesus — Editora Ática
Autor: Carolina Maria de Jesus
Páginas: 264

Carolina Maria de Jesus foi uma escritora e catadora de papel da favela do Canindé, em São Paulo. Em forma de diário pessoal, em Quarto de Despejo a autora narra sua luta contra a miséria e a fome em um ambiente extremamente desigual, tornando-se um símbolo de resistência. Originalmente publicado em 1960, o livro permanece atual e por isso é considerado um clássico da literatura brasileira. A história de Carolina reflete uma das diversas realidades do país, trazendo à tona o debate sobre questões de classe, raça e gênero — essenciais para a democracia.

Carapintada – Uma Viagem pela Resistência Estudantil, de Renato Tapajós — Editora Ática
Autor: Renato Tapajós
Páginas: 16

Renato Tapajós retrata a história e a importância sócio-política do movimento estudantil por meio da história de Rodrigo, um jovem estudante que, ao participar de um protesto pelo impeachment do presidente Fernando Collor de Mello na década de 1990, se transporta para os anos rebeldes. Perdido no Brasil da década de 1960, durante a Ditadura Militar, Rodrigo se envolve na luta pela redemocratização do país. Contando com o Guia do Professor, a obra é uma ótima ferramenta para se trabalhar a história de dois dos principais movimentos populares brasileiros.

A Democracia Grega, de Martin Cezar Feijó — Editora Ática
Autor: Martin Cezar Feijó
Páginas: 40 

A obra de Martin Cezar Feijó narra a trajetória de Glauce e Teodoro, dois curiosos irmãos que decidem investigar por conta própria a morte do filósofo Sócrates. De forma cativante, o livro apresenta aos jovens leitores a história grega ao decorrer da narrativa, descrevendo o período em que Atenas reintegra sua democracia e apresentando os conceitos desse regime político. 

Entre neste livro – A Constituição para Crianças, de Liliana Iacocca — Editora Ática
Autora: Liliana Iacocca
Páginas: 48

Com ilustrações e diálogos simplificados, Liliana Iacocca apresenta às crianças para que serve o código de leis e qual o papel do Estado, debatendo, também, sobre os direitos das crianças e dos adolescentes e a importância da preservação do meio ambiente. Destinadas a jovens do primeiro ao quinto ano do fundamental, o livro serve como porta de entrada para o debate democrático.

“Fumo”: livro do músico Juliano Costa, leva o leitor para dentro da cabeça de ex-fumante reticente
Tuany Sanches
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“Fumo”: livro do músico Juliano Costa, leva o leitor para dentro da cabeça de ex-fumante reticente

Juliano Costa (@julianofmcosta), músico, escritor, marceneiro e fumante paulistano, debruçou-se sob um diário para relatar sua rotina enquanto registrava os primeiros dias de uma vida sem nicotina. Durante o processo, se encontrou mais empenhado em sua escrita que na tentativa de deixar o cigarro. Ao longo das páginas e dos dias, a dúvida nasceu: escrever para parar de fumar ou fumar para continuar escrevendo? Daí surgiu o seu primeiro livro, “Fumo” (Editora Patuá, 120 páginas). Escrito como um romance em forma de diário, a obra tem como principal tema a relação do personagem com o ato de fumar e o domínio exercido por esse objeto sedutor na vida do fumante, desdobrando-se também em assuntos como amizades, trabalho, rotina e sonhos.

“Em 2021 tentei parar de fumar e li que uma estratégia seria criar um diário sobre esses dias, para escrever sobre o que estava sentindo a cada dia de abstinência e marcar o progresso da tentativa”, relata Juliano. “Comecei fazendo isso mas no quarto dia sem fumar, estava muito mais interessado nesse diário do que de fato na tentativa de parar. Eu passava o dia todo pensando em o que poderia escrever no diário o que atrapalhou o processo de parar de fumar. Então decidi voltar a fumar e continuar escrevendo sobre o tema”, conta.

Mesmo fictício e propositalmente fantástico, o livro tem passagens familiares a todos que já tiveram um cigarrinho como companhia. O diário acompanha o protagonista ao longo de 30 dias. Nesse mês, ele registra suas agonias e pirações a partir do dia em que decidiu parar de fumar. O herói, assim como seu criador, se encontra fascinado por conversar com o diário a respeito do cigarro e passa a questionar a escolha de rejeitar o vício. Sem conseguir se livrar da sombra projetada pela falta de nicotina, passa a enxergar cigarros todos os segundos de seu dia. Ele sonha acordado e traz à tona recordações de momentos pitorescos que sempre envolvem o tabaco enrolado num papel com filtro. De preferência, um Marlboro Vermelho, favorito do personagem.

Em um trecho do livro situado na página 68, o personagem compara o ato de parar de fumar como uma prova de resistência do BBB: “Só que essa não acaba nunca e você nunca ganha, só fica lá resistindo até desistir ou morrer. Não tem vitória. Ninguém oficialmente venceu a luta contra o vício. A pessoa pode, no máximo, estar vencendo. (…) Parar de fumar é uma eterna tentativa, a outra opção é perder. Perder, sim, é possível. Aliás, provável. Fumou, perdeu. Pronto.”

Capítulos pontuais ainda fazem uma digressão à vida do personagem. Em um primeiro momento, traz uma pesquisa rápida com informação sobre a história do tabaco e pouco depois, ousa quebrar a parede para conversar com o revisor e preparador do livro Roberto Alves, que assina sua orelha. O escritor traça uma jornada pouco convencional, mas divertida e consciente ao explorar o tema, especialmente quando contrapõe o prazer e cuidado à saúde, essas forças antagônicas que sufocam a vida do fumante. Ainda servindo um pingue-pongue com a fantasia, presta citações e referências a figuras públicas que incluem o reality-show “Vida a Bordo” e chegam até Caetano Veloso, passando pela cultura pop em “Harry Potter” e “Vingadores”.

Juliano gosta de escolher e encaixar as palavras da maneira mais simples possível, mas faz isso construindo cenas precisas e fáceis de serem imaginadas. Entre suas principais referências, estão brasileiros contemporâneos, apontando nomes como Marcelino Freire, André Sant’Anna, Antonio Prata, Eliana Alves Cruz. “Escrevo desde os 20 anos mas nunca gostava do que eu escrevia. Em 2012 fiz um curso com o Marcelino Freire e isso mudou minha relação com a escrita. Desde então venho fazendo algumas experiências para achar um jeito legal de escrever.”

Nascido em 1990, em São Paulo, Juliano, como músico, já lançou, pelo projeto Primos Distantes, os discos Primos Distantes (independente, 2014) e Primos Distantes Ao Vivo (EAEO records, 2015). Em carreira solo, lançou o álbum visual A Trilha da Trilha (independente, 2020), o disco Barco Futuro (selo Ei Som, 2021). Também está trabalhando em seu próximo disco solo, Vida Real, com previsão de estreia para 2024. Como escritor, no momento, participa de um projeto que homenageia a Navilouca ─ revista de poesia e arte que circulou no Brasil numa edição única em 1974. Além de “Fumo”, o autor publicou um conto no livro “Leia esta canção: Beto Guedes”, da editora Garoupa, uma coletânea de histórias inspiradas na obra de Beto Guedes, músico montes-clarense e notório membro do Clube da Esquina.