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LGBTQIA+: Do armário para a sala

Com a chegada das séries internacionais aos nossos computadores entre as décadas de 90 e 2000 e principalmente com o crescimento de streamings, como Netflix e Amazon, observamos também a evolução da temática LGBTQIA+ nas histórias, anos-luz à frente da realidade brasileira, ainda hoje repleta de estereótipos e superficialidades nas produções.

Quando a Netflix era só mato, a TV americana Showtime lançou Queer as Folk (2000-2005) e, anos depois, The L Word (2004-2009), duas séries que retratavam a cultura LGBTQIA+: não apenas personagens gays ou lésbicas dentro de um contexto heteronormativo, mas sim o universo LBGTQIA+ com seus protagonistas, cenários, enredos, dramas, romances, vidas sexuais e, claro, homofobia. Lembro de assistir e reconhecer o ambiente onde estava inserido e, pela primeira vez, perceber que a minha realidade e a dos meus amigos foi representada. Para o mercado, foi um chute na porta ao personificarem seres humanos e universos, até então, invisíveis.

A partir daí muitos roteiristas decidiram incluir personagens LGBTQIA+ em suas séries, a maioria consciente da necessidade de representatividade em suas histórias. Uma delas foi a americana How To Get Away With Murder (2014-2020, Netflix): Connor Walsh (Jack Falahee) é um jovem advogado, bonito, um tanto sem escrúpulos, que entra para a equipe criminalista liderada por Annalise Keating (Viola Davis). Connor é gay, mas a série retrata sua história pessoal como retrata a dos outros personagens, sem utilizar a orientação sexual dele para alívio cômico – tudo dentro do universo gay que Connor vive. Sem spoilers, mas temas tão presentes no mundo LGBTQIA+, como sexo descartável, HIV e casamento aberto, são abordados.

Com um terreno fértil sendo criado, a série Transparent (2014, Amazon) ousou ao contar a história de uma família que recebe a notícia de que o homem que eles conheciam como pai é uma mulher transgênero. E, recentemente, Pose (2018, Netflix) voltou à Nova York dos anos 80 e mostrou mulheres trans, expulsas de suas famílias, que criaram casas de acolhimento para pessoas na mesma situação de vulnerabilidade. A série é primorosa em retratar a dor, o preconceito (inclusive dentro da própria comunidade LGBTQIA+), a falta de oportunidades e as dificuldades da autoaceitação, tudo com um humor ácido e irresistível. No fim da temporada, você só quer dar um abraço na Blanca e (até) na Elektra, pois suas dores são diferentes, mas igualmente cruéis.

Quer uma série mais leve, mas igualmente necessária? A britânica Sex Education (2019, Netflix) é uma comédia que retrata os conflitos de jovens descobrindo suas vidas sexuais. Um detalhe simples que resume o DNA da série é o fato de o melhor amigo do protagonista, branco e heterossexual, ser um jovem negro e gay, e nenhum desses dois assuntos sequer ser motivo de conversa entre eles. Mas, como a sociedade não entende com a mesma tranquilidade, os conflitos acontecem. É um banho de naturalidade como gostaria de ver nas novas gerações, seja no Reino Unido, seja no Brasil.

A arte é uma ponte necessária para o entendimento do universo LGBTQIA+, principalmente para a conscientização de uma sociedade alimentada há anos com estereótipos e preconceitos. E, quando essa ponte está na sala de casa, dentro de uma série, apresentar personagens verossímeis traz a esperança de aproximar os dramas da ficção às dores reais de uma comunidade ainda tão vítima de discriminação.

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Dia do Amigo: Livros para agradar diferentes estilos

Dia do Amigo, que também é o Dia Internacional da Amizade, é celebrado hoje, em 20 de julho. A data foi criada pelo médico argentino Enrique Ernesto Febbraro, que considerou a chegada do homem à Lua como um símbolo de união entre os seres humanos. Como toda amizade é cheia de boas histórias, amigo que é amigo encontra nos livros os melhores presentes! Para ajudar na escolha, veja essas dicas para os mais variados tipos de amizade:

Amigo Nerd: Mitologia Nórdica – Neil Gaiman

Uma jornada da origem do universo até o fim do mundo. Quem, além de Neil Gaiman, poderia se tornar cúmplice dos deuses e usar de sua habilidade com as palavras para recontar as histórias dos mitos nórdicos. Fãs e leitores sabem que a mitologia nórdica sempre teve grande influência na obra do autor. Depois de servirem de inspiração para clássicos como Deuses americanos e Sandman, Gaiman agora investiga o universo dos mitos nórdicos. Em Mitologia nórdica, ele vai até a fonte dos mitos para criar sua própria versão, com o inconfundível estilo sagaz e inteligente que permeia toda a sua obra. Fascinado por essa mitologia desde a infância, o autor compôs uma coletânea de quinze contos que começa com a narração da origem do mundo e mostra a relação conturbada entre deuses, gigantes e anões, indo até o Ragnarök, o assustador cenário do apocalipse que vai levar ao fim no mundo.

Amigo Vegano: Os Segredos Veganos De Isa – Isa Chandra Moskowitz

A missão deste livro é ajudar você a preparar pratos saborosos sem carne, com ingredientes frescos, para o dia a dia. A maioria das receitas não precisa de mais do que 30 minutos para ficar pronta, e mesmo as mais demoradas são práticas, pois permitem que você tenha tempo livre enquanto os ingredientes cozinham em fogo baixo ou douram no forno. São ensopados quentinhos e saladas fresquinhas, sanduíches que valem por uma refeição e refogados que alimentam um batalhão, receitas para o café da manhã, para o almoço de domingo e muito mais.

Amigo Chef: As Deliciosas Receitas Do Tempero De Família – Rodrigo Hilbert

As receitas têm mais que sabores, têm ligações emocionais com a infância, o jeito de cozinhar da mãe, as histórias de família que beiravam o fogão. Rodrigo Hilbert transporta para seu livro, com quarenta e nove receitas e várias fotos incríveis para ensinar a fazer um delicioso salame caseiro ou um bolo de aipim que sua avó servia no café da tarde, a mesma irreverência com que apresenta o programa “Tempero de Família”, no canal GNT. Sua marca registrada é mesclar simplicidade no preparo das iguarias e descontração na hora de contar casos divertidos relacionados às receitas. O resultado é uma comida para alegrar a alma.

Amigo Workaholic: Desligue – Suze Yalof Schwartz

Desligue é o guia definitivo para todos que já tiveram vontade de meditar, mas acharam que seria complicado demais, esquisito demais ou que não teriam tempo. Com uma abordagem moderna e divertida, Suze Yalof Schwartz derruba todos os mitos que transformam a meditação em uma tarefa árdua, mostrando como não é preciso ficar imóvel por um longo período nem conseguir ficar sem pensar em nada. O livro inclui diversas técnicas e dicas simples que permitem incorporar facilmente a meditação em sua vida. E prova que, ao se desconectar conscientemente por alguns minutos, você consegue acalmar os pensamentos, aliviar o estresse, retomar o foco, recarregar as energias e ser mais feliz.

Amigo Empreendedor: Papo Empreendedor – Reinaldo Domingos e Irani Cavagnoli

Iniciar um novo negócio exige muito trabalho, dedicação e uma pitada de talento. Mas, afinal, todo mundo pode ser um empreendedor? Baseados em suas experiências de sucesso, Reinaldo Domingos e Irani Cavagnoli ajudarão os leitores a enfrentar diversas dificuldades próprias do empreendedorismo por meio de um descontraído bate-papo com seis personagens fictícios e muito diferentes entre si. Certamente os leitores se identificarão com algum deles, assim como suas histórias. Além de dicas e valiosos exemplos, os autores abordarão a utilidade da aplicação da Metodologia DSOP no campo do empreendedorismo.

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O desafio da exigência de êxito

O famoso “Poema em Linha Reta” nos diz que todos os conhecidos do poeta eram verdadeiros campeões em tudo, sem derrotas ou fracassos. O poeta, ao contrário dos demais, experimenta todos os erros, inseguranças e medos humanos. Caso ainda não conheça esse poema de Fernando Pessoa com pseudônimo de Álvaro de Campos, vale a pena ler.

O empreendedorismo é uma ilusão que cabe certinho nas nossas fantasias de sucesso: se eu trabalhar bem e muito, serei vencedor em tudo! Há aqui uma certeza embutida de que somos os mestres de nosso próprio destino e, embora isso não esteja de todo errado, esse futuro sonhado é sempre brilhante e glorioso.

Nosso futuro é resultante de variáveis complexas atuais e de eventos passados que certamente desenharam nosso presente. Além disso, algumas dessas decisões são tomadas e ainda modificadas por cada um. O equívoco está em acreditarmos na liberdade plena da decisão consciente sobre nossos atos, já que há em nós uma faceta inconsciente que direciona nossos desejos em cada ato. A parte mais equivocada e triste: não há nenhuma garantia de eficácia e do futuro tão sonhado se concretizar do jeito que idealizamos.

O poder ilusório de ter o futuro nas mãos traz amarrada a certeza de amarga responsabilidade, pois se o ouro não vier, será por falta de esforço da parte do sujeito. Sabemos que as condições sociais e culturais são desiguais e que a boa vontade não é suficiente e, ainda assim, a culpa sobreviverá! E remoeremos, horas a fio, onde e como poderia ter sido feito diferente, e ensaiaremos o que deveria, o que poderia, como, e o constante ‘e se’ martelando as lembranças.

A psicanálise aposta numa determinação inconsciente e que esse é transmitido através da linguagem para além da língua trazendo consigo a cultura. Esse nos precede e nele nos enlaçamos desde o início, através do olhar e voz maternos, dos toques e cuidados que precisamos para sobreviver dada a nossa inexorável vulnerabilidade. O laço nos garantirá a vida.

Os fatos passados que hoje nos afetam podem ser interpretados e ditos de alguma outra forma e a análise se presta à escuta que tornará possível esse percurso. Ressignificar o passado é de certo modo modificá-lo na realidade subjetiva que representará uma mudança atual abrindo novas possibilidades de escolha do futuro que podemos vir a ter.

“Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo?”, continua o poeta mencionado no início. Na vida nós encontramos alegrias, mas também sofrimentos e sempre fazemos o que nos é possível. É preciso lembrar que sempre será o nosso melhor, dadas as circunstâncias, dadas as possibilidades, dada a nossa história que a tudo, em cada um desses atos, foi determinante. Alguma generosidade no cuidado de saúde mental pode representar uma qualidade de vida ímpar e valiosa.

Longe dessa exigência de êxito, talvez possamos considerar apenas o que nos seja melhor possível sempre. Talvez, lacrar e brilhar acima de todos não seja uma escolha tão feliz assim. Talvez, aceitar uma errância onde eventualmente se acerta possa trazer novamente gente para habitar nosso mundo atualmente pleno de pretensos semideuses. Portanto, deixemo-nos fracassar um pouco!

Desempenho do mercado livreiro nacional
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Desempenho do mercado livreiro nacional aponta mudança de comportamento do leitor

O levantamento Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro – realizada pela Nielsen Book e coordenada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e Câmara Brasileira do Livro – aponta que houve um crescimento de 7,7% nas vendas para o mercado nacional. Esse dado significa que, descontada a variação do IPCA no período, o aumento real foi de 3,3%. O melhor resultado foi registado em Obras Gerais, que obteve um aumento real de 14,8%. Um dado interessante, na minha opinião, está na comercialização: destaque para um aumento relevante em livrarias exclusivamente virtuais; vendas pela internet e marketplace; e para escolas e colégios. A venda online cresceu de 0,74% para 5,2%.

Em 2019, o setor livreiro produziu 395 milhões de exemplares, sendo que 80% deles foram reimpressões. O comparativo entre 208 e 2019 revela que houve um aumento de 7,5% no número de títulos e 13% em exemplares. O faturamento foi de R$ 5,7 bilhões – R$ 1,6 bilhão é resultado das vendas para o governo. No ranking de gênero, o melhor desempenho, excetuando didáticos, está nos livros religiosos, seguidos por literatura infantil e adulta, respectivamente.

Desde 2014 não temos um resultado tão positivo. Claro que estamos longe do ideal e que a pandemia terá um impacto considerável no setor – a estimativa é que as perdas acumuladas, até o presente momento, sejam de 13% – mas os dados indicam a reação do setor, sobretudo uma mudança comportamental do leitor brasileiro. Com o isolamento social e a impossibilidade de comprar livros diretamente nas livrarias, os leitores brasileiros têm investido na aquisição de e-books. Essa é a aposta da Primavera Editorial que desde 2015 passou a fazer a conversão do catálogo de títulos para o digital e adotar, para os novos títulos, o lançamento de versões on-line e impressas. Hoje, com 89 obras no portfólio de e-books, a editora registrou 4.853 downloads da obra O livro dos negros, em apenas 12 dias; esse foi o primeiro título a integrar a ação de marketing, exclusiva para o período de quarentena.

O aumento nas vendas de dispositivos eletrônicos de leitura, nos últimos anos, fez com que a Primavera Editorial investisse no lançamento e na conversão do catálogo para atender a esse público crescente. Além da versão digital, investimos em audiolivro que, segundo estimativa, aumenta dois dígitos ano a ano. Mesmo quando as editoras não estavam dispostas a investir para criar um portfólio sólido de títulos, fomos na contramão. Desde 2015 temos feito um trabalho que tem por objetivo dar ao leitor de língua portuguesa opções de obras em diferentes plataformas – do impresso ao on-line; essa estratégia de estreitar relacionamento com os leitores, via downloadgratuito de títulos, tem se mostrado acertada. Ao ter acesso a um livro gratuito, esse leitor fica curioso em saber mais sobre a Primavera Editorial e se sente instigado a adquirir mais obras.

Que ao término do distanciamento social e vencida a pandemia do covid-19, possamos lembrar que os livros foram – para muitos de nós – grandes companheiros para vencer um dos momentos mais difíceis da humanidade. E eles serão, também, grandes conselheiros da fase que está por vir.

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6 livros para te ajudar a superar a crise nos negócios

Sabemos que esse é um momento muito difícil para todos, mas principalmente para os empreendedores e gestores, que se veem com as contas acumulando e baixa procura pelos produtos, serviços e soluções oferecidos por suas empresas no mercado. A pandemia do novo coronavírus está afetando todas as empresas, mas principalmente os pequenos e médios negócios. Por isso, no meio de tanto caos, o melhor a fazer é pensar em soluções para enfrentar o atual cenário e se preparar para a retomada dos negócios que, com certeza, acontecerá após a pandemia.

Pensando nisso, o Book Advisor Eduardo Villela, selecionou seis livros de gestão e negócios, que vão ajudar empreendedores e gestores, de forma positiva e saudável, a repensar seus negócios, evitando a tomada de decisões desfavoráveis neste momento. Confira:

Gerenciando a Crise: dominando a arte de prevenir desastres – Este livro, de Richard Luecke, auxilia gestores, líderes e empreendedores a lidar com os fundamentos da gestão de crises. Buscar antecipar as crises é a melhor escolha que uma empresa pode fazer: saber planejar é fundamental e é exatamente o que Richard propõe na obra.

Sem cortes: lições de liderança e gestão de um dos maiores especialistas do Brasil em salvar empresas – Aqui o assunto é a restruturação de empresas. Claudio Galeazzi fala sobre a importância de saber tomar decisões difíceis e como planejar e executar as mudanças necessárias para salvar empresas em dificuldades. O autor revela os bastidores do processo de recuperação de empresas nas quais atuou diretamente.

Dobre seus lucros: como reduzir custos, aumentar as vendas e melhorar drasticamente os resultados de sua empresa em seis meses – Um dos maiores clássicos da literatura de gestão e negócios, o conteúdo deste livro entrega exatamente o que se propõe em seu subtítulo. É um manual de referência seguido à risca por vários executivos e empresários de algumas das melhores empresas brasileiras.

Vendas em tempos de crise: como gerar resultados quando ninguém está comprando – As crises exigem estratégias, ações e atitudes específicas de todos aqueles que cuidam das vendas para a continuidade dos negócios de suas empresas. Uma das raras obras sobre como vender durante crises em língua portuguesa.

Como administrar o fluxo de caixa das empresas: guia de sobrevivência empresarial – Problemas de caixa são apontados entre as principais causas que levam tantas empresas ao encerramento de suas atividades. Este livro é uma obra de referência para uma gestão eficaz e profissional do fluxo de caixa.

Comunicação Inteligente e Storytelling para Alavancar Negócios e Carreiras – Rafael Arruda, a partir de uma linguagem acessível, envolvente e direta, traz a empreendedores, profissionais liberais e autônomos, colaboradores e gestores de pequenas e médias empresas as melhores e piores práticas em comunicação e storytelling, mostrando que o sucesso de carreiras e empresas encontra na comunicação um de seus principais pilares. O autor revela como as empresas e profissionais podem aumentar seus resultados por meio da comunicação e do storytelling.
Resenha: Vermelho, branco e sangue azul, Casey McQuiston
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Resenha: Vermelho, branco e sangue azul, Casey McQuiston

Vermelho, branco e sangue azul é um livro complicado para eu falar sobre porque talvez seja o livro que eu mais gostei na vida desde que li História é tudo o que me deixou, do Adam Silvera. Estou só o caco depois que acabei essa leitura e vou tentar ser sério durante a resenha. Mas para isso, fiz uma coisa que nunca fiz antes e coloquei uma música para você ouvir enquanto lê. Fará a diferença, te garanto.

Bom, Vermelho, branco e sangue azul conta a história de Alex Claremont-Diaz, filho da presidenta dos Estados Unidos, que se tornou o queridinho da mídia norte-americana. Ele é bonito, carismático, leva jeito para a política e quer seguir os passos dos pais (o pai também faz parte da política). Sua família é então convidada para o casamento real de Philip, príncipe britânico, e na festa, Alex precisa lidar com Henry, irmão mais novo de Philip e o queridinho do mundo todo. Sim, sua versão britânica que ele não suporta, ainda mais com as constantes comparações da mídia.

É fato que eles não se dão bem desde o primeiro encontro e não seria diferente no casamento. Após uma série de provocações, os dois acabam caindo em cima do bolo caríssimo da festa e indo parar na capa de todos os tabloides do mundo, quase acabando com a relação diplomática entre Estados Unidos e Inglaterra. A assessoria de imprensa de ambos os lados arquiteta um plano que eles precisam se passar por melhores amigos durante um final de semana. Visitando hospitais de caridade, dando entrevistas, sendo vistos juntos por aí… E vão, trocando farpas em qualquer oportunidade, mas fingindo aquele sorriso perante as câmeras, até que um falso ataque terrorista no hospital em que estão faz os dois ficarem confinados juntos em um armário de vassouras. E aí começa a conversa de verdade entre os dois e depois, a troca de números com a volta de Alex aos Estados Unidos.

Eles começam a conversar pelo celular, cada vez com mais frequência. Eles se aproximam e, durante uma festa na Casa Branca apenas para pessoas influentes e famosas, Henry beija Alex e foge. Alex fica confuso, porque nunca tinha pensado na possibilidade de ser bissexual antes. E começa sua jornada de autodescoberta, enquanto descobre maneiras de voltar a falar com Henry.

Sim, seu idiota arrogante da porra, eu quero você há tanto tempo que não vou permitir que me provoque por mais nenhum segundo.

É nesse ponto, gente, que a vaca do leitor vai para o brejo e você não consegue mais largar o livro. O romance dos dois é, primeiramente, baseado no despertar sexual e na vontade louca de transar um com o outro sem qualquer sentimento, pelo menos no ponto de vista de Alex. Mas com o tempo, vemos esse sentimento nascer e se solidificar cada vez mais, de forma que Alex e Henry estão terrivelmente apaixonados um pelo o outro. Mas quais as chances disso dar certo? Alex está no meio da campanha presidencial de reeleição da mãe e Henry é o príncipe da Inglaterra, com todos os protocolos e coisas do gênero. Mas o bicho pega quando uma foto dos dois se beijando no banco de trás do carro vaza. E a assessoria de imprensa quer encobrir.

pqp, diz um dos comentários, se peguem de uma vez, vai.

Mas eles não. Eles querem fazer história e estão dispostos a enfrentar o mundo para ficarem juntos, porque sabem, com mil por cento de certeza, que é para sempre. Vermelho, branco e sangue azul é sofrido, me tirou lágrimas, me tirou sorrisos e tirou a minha alma várias vezes. É uma leitura leve, que flui de maneira muito rápida, apesar dos capítulos serem extensos (algo que pessoalmente não gosto, mas não me incomodou em nada nesse livro). Ganhou em disparada como o meu livro preferido, e agora eu me sinto triste por ter terminado e mais triste ainda por não ter uma continuação. E por saber que os personagens não existem de verdade.

Você é um pé na curva sensível e delicada do saco que é minha vida.

É uma leitura interessante para vermos como o poder midiático influencia a vida das pessoas e como somos facilmente manipuláveis pelo Jornalismo e pelas coisas que querem que saibamos. Também, nos mostra que existem coisas na vida que valem a pena lutar. Eu amei cada segundo que passei imerso nessa leitura e quero ler outras e outras vezes. As cenas de sexo são sutis e bem escritas, dando aquele ar sexy para a história que não beira a vulgaridade (apesar de muitas horas eu quase implorar para tê-la). O final é feliz, e apesar de também odiar finais felizes, Vermelho, branco e sangue azul me fez amar cada letra, cada página e cada segundo que minha cabeça ficava louca por Alex Claremont-Diaz e Príncipe Henry de Gales. Quero mais e quero que eles sejam reais, agora.

Obrigado pelo livro, Editora Seguinte, e obrigado pela oportunidade de estar no mundo limitado de 300 páginas de Alex e Henry. Agora me levem para o mundo deles de verdade.

Dia da Consciência Negra: 4 livros escritos por pessoas negras
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Dia da Consciência Negra: 4 livros escritos por pessoas negras

O Dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro, impulsiona reflexões e debates importantes sobre racismo, inclusão, desigualdade e os papéis ocupados pelos negros no Brasil. Mesmo após mais de 130 anos desde a assinatura da lei que instituiu o fim da escravidão, a presença de pessoas de cor em posições de poder ainda é tímida. A mesma escassez é percebida na prática de leitura de livros escritos por pessoas negras.

Pensando nisso, o 12min, aplicativo que condensa os pontos mais importantes de livros de não-ficção em pequenas resenhas de áudio e texto, preparou uma lista de obras escritas por negros para serem apreciadas todos os períodos do ano:

– Minha História, de Michelle Obama

Uma das mulheres mais importantes do século XXI, Michelle Obama, a ex-primeira-dama dos Estados Unidos já vendeu mais de 10 milhões de exemplares no mundo da obra que narra algumas das experiências que ela viveu. No livro, Michelle conta como lidou com a mídia, ajudou a criar uma política inclusiva e se consolidou como relevante figura na política americana enquanto acompanhava o crescimento e o amadurecimento das filhas.

– Quem tem Medo do Feminismo Negro?, de Djamilla Ribeiro

Djamilla Ribeiro é uma das 100 mulheres mais inspiradoras e influentes de todo o mundo em 2019, de acordo com lista da BBC. Boa parte de seu reconhecimento vem justamente do conteúdo abordado neste livro, que reúne uma seleção de artigos publicados pela autora e um ensaio autobiográfico, em que ela conta um pouco da sua infância e adolescência. A poderosa obra discute a representatividade negra e aborda diferentes retratos das mulheres e da discriminação racial no Brasil.

– Hackeando Tudo, de Raiam Santos

Criar hábitos e construir uma rotina produtiva pode fazer a diferença para se chegar ao sucesso pessoal e profissional. É isso que o autor Raiam Santos apresenta no livro Hackeando Tudo, em que dá dicas simples com exemplos claros para conseguir aplicar no dia a dia, que vão desde tomar banho gelado a arrumar a cama quando acordar. Para escrever a obra, o escritor leu diversas biografias estudando os costumes de algumas das pessoas mais bem-sucedidas da atualidade.

– Na Minha Pele, Lázaro Ramos

O Brasil é um dos países mais diversos do mundo, mas até hoje a nação sofre com os danos causados pela escravidão e genocídio da população negra. Para abordar esse tema, o renomado ator, cineasta, apresentador e escritor Lázaro Ramos conta sua história de exceção para sugerir uma reflexão sobre o racismo. É um convite para repensar o quanto a nação está perdendo por causa do preconceito.
eu, a vó e a boi
– Turandot (Arlete Salles) e Yolanda (Vera Holtz) vestidas iguais de baianas
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Eu, a Vó e a Boi, série baseada em thread do Twitter, estreia dia 29

Uma história de inimizade de mais de 60 anos. Uma guerra declarada entre duas vizinhas capazes de tudo para prejudicar a vida uma da outra. De um lado, Turandot (Arlete Salles); do outro, Yolanda (Vera Holtz), a “Boi” – apelido dado pela primeira, ao concluir que “vaca” está fora de moda. Ninguém sabe quando tudo começou, mas já aposentadas, viúvas e, portanto, dispondo de tempo livre o suficiente nas mãos, nenhuma delas tem a menor intenção de propor um tratado de paz. Em meio a esse embate, o neto em comum, Roblou (Daniel Rangel), tenta sobreviver ao ambiente hostil onde foi criado e se agarra à única oportunidade que encontra em seu caminho: Demimur (Valentina Bulc), menina cheia de sonhos com quem descobre as alegrias e as dores do amor. É pelo seu ponto de vista, um tanto fragilizado, que o público acompanha as constantes desavenças entre as duas senhoras.

O storyline de ‘Eu, a Vó e a Boi’, apesar de nada convencional, tem como pano de fundo a vida real. Em 2017, Eduardo Hanzo decidiu compartilhar com seus seguidores no Twitter a bélica – e muitas vezes cômica – relação de inimizade entre sua avó e a vizinha dela. A história viralizou e chamou a atenção de Gloria Perez, que, assim como um grande número de internautas, achou que a postagem divertida na rede social renderia um roteiro de televisão.

Nas mãos de Miguel Falabella, a narrativa deu origem a uma série de humor ácido, com personagens alucinados e, ao mesmo tempo, absolutamente comuns. “Embora seja uma série de humor, com tipos muito inusitados, ela também coloca o dedo na ferida. Hoje temos um país sentido, dividido. O discurso é sempre da truculência. E isso é o que a avó e a Boi fazem nessa história. Elas não argumentam, elas agem uma contra a outra. São situações engraçadas, mas por trás desse humor as coisas são ditas”, revela o autor.

A trama se passa na Tudor Afogado, uma rua cinza e monocromática, inspirada no subúrbio do Rio de Janeiro. Separadas por uma vala que praticamente materializa a aura de ódio e rancor entre as vizinhas, vivem frente a frente as famílias das duas. Por ali, ninguém escapa ileso dos boicotes diários praticados pelas matriarcas. Quando Norma (Danielle Winits) e Montgomery (Marco Luque), filhos das rivais, se apaixonam perdidamente, tudo parece sentenciado ao caos eterno. Nem mesmo o nascimento dos netos Roblou e Matdilou (Matheus Braga) abre uma trégua entre as duas senhoras.

Ao longo de 12 episódios, os personagens surgem em cena com reações e atitudes que beiram o absurdo. “São todos alucinados, com relações alucinadas. Na série não há uma cronologia muito rígida. São fatias de emoção. Os personagens reagem aos estímulos das situações propostas. É como se fosse a toca do coelho da Alice, em que a gente mergulha e vai viver um universo paralelo”, explica o diretor artístico Paulo Silvestrini.

‘Eu, a Vó e a Boi’ é uma série original Globoplay, desenvolvida pelos Estúdios Globo. Criada e escrita por Miguel Falabella, com Flávio Marinho e Ana Quintana, a partir de uma ideia original de Eduardo Hanzo, a obra tem direção artística de Paulo Silvestrini e direção de Mariana Richard.

A casa da vó

Turandot, já aposentada e viúva, tem na vida uma única motivação: atrapalhar tanto quanto for possível cada um dos dias de sua arqui-inimiga Yolanda, que – ela jura – roubou todos os seus namorados da juventude. Em sua casa, onde mora com as duas filhas, Celeste (Giovana Zotti) e Norma (Danielle Winits), e com o neto Roblou, ela é a dona da primeira e da última palavra. E ai daqueles que ousarem contrariá-la: para estes, a fama de grande atiradora é zelada constantemente.

Sua mais recente determinação é vencer a eleição e tomar da Boi o posto de presidente da associação de moradores. O motivo da candidatura, segundo ela, é conseguir dar andamento às obras de cobertura da vala com esgoto a céu aberto que divide ao meio a rua Tudor Afogado. Mas todos sabem que este é só pretexto para tirar tudo o que pode de sua rival. “A Turandot é uma mulher que, infelizmente, escolheu como sentimentos condutores da vida dela o ódio e o rancor. Ela não é uma mãe feliz, não é uma mulher feliz, não foi uma amante feliz. Como intérprete, é uma alegria porque esse é um grande personagem” conta a atriz Arlete Salles.

Celeste é quem mais sofre com as loucuras da mãe. Há 25 anos, a ascensorista é noiva de Cabello (Edgar Bustamante), o dono da Cabello Lanches. Mas, no que depender do comerciante, os sonhos de casamento não têm data para serem concretizados. Não bastasse toda a frustração, ela ainda é lembrada diariamente pela própria mãe de que sua vida e seus planos, há muito, estão falidos.

Norma também não teve sucesso na vida amorosa. Escolheu casar-se justamente com o filho da inimiga de Turandot, Montgomery (Marco Luque), com quem teve dois filhos – Roblou e Matdilou. Sempre foi perdidamente apaixonada por ele, enfrentando até mesmo toda a torcida contra o relacionamento. Quando os meninos ainda eram crianças, foi abandonada pelo marido e, dez anos depois, ainda vive sob o efeito dos remédios que toma para esquecer que um dia foi feliz ao lado do amado. Seu refúgio é a boate Mona de Ekê, onde trabalha como recepcionista e, em meio a muita purpurina, lantejoulas e conversas animadas com a amiga Sapore (Adriano Tunes), esquece dos problemas.

A casa da Boi

Do outro lado da vala, exatamente na casa em frente, vive Yolanda. A atual presidente da associação de moradores da Turdor Afogado divide teto com o filho Marlon (Magno Bandarz) e o neto Matdilou, e não poupa um minuto sequer do tempo que se dedica a planejar artimanhas contra a rival. Defende os seus como uma leoa, independente do que façam.

Isto inclui o filho mais velho, Montgomery. Dez anos depois de abandonar esposa e filhos e sumir no mundo, ele volta para casa – e para debaixo das asas da mãe. A alegria da Boi ultrapassa o retorno de sua cria: a volta de Montgomery desestabiliza Norma e, consequentemente, a harmonia da casa de Turandot. Era tudo com o que poderia sonhar. “A Yolanda é a matriarca de uma família direta, sem rodeios e sem julgamentos. Eu gosto dessas personagens que não têm passado nem futuro, vivem o tempo presente, são o que são. A Boi não está nem aí. Ela não gosta da Turandot e você não sabe bem o porquê. Ela não gosta, simplesmente”, explica a atriz Vera Holtz.

Também na casa, Marlon e Matdilou são praticamente cúmplices. Um imita o que o outro faz. Marlon adora se exibir nas redes sociais como o bonitão que é, enquanto o sobrinho Matdilou se revela um ótimo filmaker com o canal “A vida interessante das pessoas”. Preocupados em se dar bem financeiramente, eles encontram um caminho em comum: o relacionamento com Sugar Mammas. No namoro de contrato, tudo é acordado entre eles e as senhoras mais velhas com as quais cada um se relaciona – Belize (Eliana Rocha) e Mary Tyler (Stella Miranda), respectivamente.

O elo ferido entre duas família

Roblou é o narrador e testemunha ocular das desavenças entre Turandot e Yolanda. O drama enfrentado pelo protagonista de apenas 18 anos é semelhante ao de muitos brasileiros: impactado e ferido pelo ambiente de ódio em que cresceu, ele faz parte dos 75% de jovens que não têm qualquer esperança no Brasil. Onde não há esperança, o que sobra?

O amor. É nele que Roblou encontra sua válvula de escape e, talvez, a única saída para colocar sua vida nos eixos. Quando Demimur volta a morar com o tio, Cabello (Edgar Bustamante) – o dono da lanchonete da vizinhança –, um sentimento arrebatador inflama seu coração, bem no dia de seu aniversário de 18 anos. A menina com quem brincava na infância agora é uma jovem bailarina, linda e encantadora. Chega como um presente. Juntos, eles vivem as emoções de uma paixão intensa, capaz de transportá-los para um universo paralelo.

A felicidade dos pombinhos só tem um grande percalço: a tão almejada carreira internacional de Demimur. Prestes a embarcar para uma competição de dança esportiva de salão na Europa, ela precisa se dividir entre a intensa rotina de treinos, conduzida pelo rigoroso professor Rosalvo Lebrão (Cleto Bacic), e os momentos ao lado de Roblou.

O protagonista de ‘Eu, a vó e a Boi’ também é o responsável pelo diálogo com um importante interlocutor: o público. Roblou quebra a quarta parede, olha para a câmera e fala diretamente com quem o assiste sobre tudo o que vê nos arredores da Tudor Afogado. “Ele é o narrador da história e, além disso, é o protagonista, está em todas as cenas. São muitos textos falados para a câmera, muita narração em off. O Roblou tem uma troca com os personagens e com o público ao mesmo tempo. Para mim, esse é o lado mais desafiador desse personagem”, revela o ator Daniel Rangel.

A vizinhança da Tudor Afogado

Ponto de encontro oficial dos moradores, a Cabello Lanches é um recorrente palco para as tensões entre Turandot e Yolanda. Quando não estão se estranhando de suas casas, frente a frente, é ali que as senhoras acabam tecendo grandes embates. Cabello, o eterno noivo de Celeste, é o proprietário do estabelecimento – o que põe a todos em posição de alerta com os lanches servidos no local, que têm a fama de serem servidos com uma amostra dos fios capilares do dono. O único funcionário é Dimundo (Alexandre Barbalho), que sempre tem na ponta da língua um comentário inoportuno sobre a vida dos clientes.

Em frente à lanchonete fica o brechó de Orlando (Otávio Augusto). Mesmo entulhado de itens de colecionador, nunca se teve notícia da venda de qualquer objeto. Isso levanta a suspeita de todos, inclusive da detetive Ardósia Rocha (Alessandra Maestrini), mais conhecida como Seu Rocha, que está sempre atenta à movimentação do local. E o antiquário não é o único motivo das visitas da policial à região. Perdidamente apaixonada por Norma, a detetive está sempre a postos para qualquer chamado por ali – inclusive vindo da amada, com quem também mantém uma bonita relação de amizade.

A volta de Montgomery para a casa da mãe também estaciona na Tudor Afogado um trailer. É nele que o filho da Boi vende as empanadas feitas por sua nova esposa, a venezuelana Milagros (Paula Cohen). A chegada dos dois preocupa não só o comércio local como também a família de Turandot, já que trata-se do mesmo trailer comprado por Montgomery com o dinheiro da sogra. E o mesmo veículo com o qual abandonou Norma, dez anos antes.

O palco de um universo fabular

Para que a história e as atitudes dos personagens de ‘Eu, a vó e a Boi’ fossem o maior destaque da série, foi preparada uma cidade cenográfica com ares de palco. Construída especialmente para o projeto, ela tem 2.325 metros quadrados inteiramente monocromáticos. Todas as casas e estabelecimentos montados no local são cinzas do lado de fora.

“A série tem um universo não-realista, com relações extremadas entre os personagens e, por isso, eu queria que tivesse algo de teatral no tom. A cidade cenográfica monocromática cria esse ambiente. Uma vez que o ambiente é cenográfico, como um palco de teatro, você se distancia da realidade imediatamente. Ela é feita para que tudo seja verdade ali porque, em outro lugar, não seria”, explica o diretor Paulo Silvestrini.

Bem no meio da cidade cresce uma vala que divide a rua Tudor Afogado. Na série, ela personifica a tensão entre Turandot e Yolanda, e é tão presente e atuante na trama como qualquer outro personagem. “Para nós, esse foi o item mais difícil de entender e projetar. Parece que é um buraco simples, mas não é. Ele é todo estruturado por dentro porque alguns personagens caem na vala e são filmados dentro dela”, detalha a cenógrafa Marcia Inoue.

O universo não-realista de ‘Eu, a Vó e a Boi’ é composto por exageros divertidos e momentos que beiram o surreal. A monocromia do exterior das casas contrasta com o colorido de seus interiores, que seguem a mesma paleta de cores de cada um de seus habitantes, diferenciando o “campo de guerra” do lugar de paz e liberdade dos personagens. E essas foram as características que a Produção de Arte adotou como linguagem principal. Todos os objetos foram garimpados um por um, e são uma mistura de itens de antiquários e brechós com artigos kitsch e de lojas modernas, resguardando o cuidado de não transformarem os ambientes em cenários de época. “Os cenários são como pequenos relicários, remetendo a muita vivência e lembranças, e com misturas e cores contrastando com o cinza e o vazio da cidade cenográfica, onde habitam os personagens. Assim representamos o complexo universo interior de cada um, cheios de segredos e mistérios, alegrias e tristezas, e, ao mesmo tempo, blindados por máscaras sociais”, revela a produtora de arte Carolina Pierazzo.

Carolina também detalha os elementos que diferenciam as casas – e o temperamento – das famílias de Turandot e Yolanda: “Turandot tem o vermelho como cor principal. É a cor da paixão, da intensidade, dos afetos, representante das duas filhas românticas e sonhadoras. As linhas da arquitetura da casa e do mobiliário são curvas como as linhas femininas. É uma casa viva, que tem sempre comida no fogão e um café fresco servido na mesa. Já na casa de Yolanda as linhas são retas. É um ambiente mais sóbrio, menos organizado. A paleta em tons de azul contrasta com o tom amadeirado dos mais de 40 porta-retratos antigos de família que preenchem uma parede inteira da sala, quase se transformando em um papel de parede texturizado. O acúmulo, ali, é memória”.

O trabalho das equipes de Arte e Cenografia foi complementado pelo de outras duas áreas: Efeitos Especiais e Efeitos Visuais. Os primeiros planejaram diferentes efeitos físicos para a cidade, como esguichos de água nos bueiros, sacadas móveis capazes de serem derrubadas em cena e a simulação de curto-circuitos em postes. E também um grande desafio: uma reprodução em maquete da rua Tudor Afogado e sua vala, com sete metros de comprimento, feita para facilitar alguns takes de câmera. “A série baseia-se muito na complexidade dos personagens e da relação entre eles. E isso, no desenrolar da história, cria situações em que a cidade literalmente colapsa. E nós preparamos toda a base desse colapso”, conta Renato Lopes, responsável pela área.

Já o time de Efeitos Visuais, comandado por Léo Faria, reproduziu graficamente, em 3D, todo o exterior das casas e estabelecimentos da cidade cenográfica. O trabalho ajudou a criar o efeito de gamificação que permite oferecer ao público pontos de vista diferentes dos tradicionais. Como se um joystick movimentasse as câmeras por todos os ângulos possíveis, transportando o público para dentro da cena. “Pensamos muito em tudo que poderíamos propor em termos de diferentes movimentos de câmera ao Paulo Silvestrini, que nos fez essa encomenda. Para as passagens de tempo, por exemplo, optamos por um enquadramento virtual estático, como uma foto”, revela Faria.

A explosão de cores de um universo monocromático

Dando vida a um universo cinza, os personagens. Os figurinos assinados por Cao Albuquerque têm, para cada um, uma cor diferente. Juntos na rua Tudor Afogado, eles são uma explosão multicolorida. Para Turandot e Yolanda as referências foram as divas dos anos 1950 e as grandes rivais do cinema clássico, como Bette Davis e Joan Crawford. “Elas se parecem no visual, mas passeiam por cores distintas. Uma nunca tem a cor da outra. Enquanto Turandot tem um bloco de cor vinho, Yolanda traz o azul marinho”, descreve o figurinista. Já o protagonista Roblou tem uma pegada mais nerd no visual, refletindo sua afinidade com os muitos livros que têm dentre os seus pertences. Suas roupas flertam com o estilo do personagem Harry Potter, sempre em tons azul-esverdeados.

Assim como o trio protagonista, cada um dos demais personagens tem sua cor predominante. A licença poética para fugir desse padrão é Norma. Por trabalhar em uma boate, único lugar da série onde todos se sentem à vontade para serem, livremente, o que quiserem, a personagem abusa de diferentes cores e adereços com um figurino que acompanha seu humor, seja dentro ou fora da Mona de Ekê. “Ela é Beyoncé, Cher, Tina Turner. Um mix de referências dos clipes musicais dos anos 1980 e 1990”, pontua Cao.

São mais de 35 perucas dentre os itens de caracterização. Grande parte delas pertencente a Norma. “Ela foi o nosso parque de diversões. Sempre que tivemos a oportunidade, mudamos a cor e o corte dos cabelos de Norma. Ela é uma mulher livre e isso transparece no seu visual”, conta Dayse Teixeira. A caracterizadora ainda aponta a grande surpresa da equipe: o personagem Cabello. Na trama, ele é dono de uma vasta cabeleira com fios na altura dos ombros. Mas não é peruca e, sim, o próprio cabelo de seu intérprete, Edgard Bustamante. Em determinado momento da história, Cabello têm os fios cortados por Celeste. “Pensamos que teríamos que simular a careca do personagem. Mas, quando soube do corte de cabelo, o Edgar topou na hora. O cabelo real dele é cortado em cena”, revela Dayse.

Série original do Facebook Watch, ‘Limetown’ chega ao final nesta semana
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Série original do Facebook Watch, ‘Limetown’ chega ao final nesta semana

Nesta quarta-feira, dia 13 de novembro, os dois últimos episódios de Limetown estreiam no Facebook Watch. A série original conta a história da jornalista investigativa Lia Haddock, vivida por Jessica Biel, que busca desvendar o misterioso desaparecimento de 300 pessoas em uma comunidade de pesquisa em neurociência, em Tennessee. A produção é baseada no podcast de ficção homônimo, lançado em 2015, e conta com 10 episódios, todos disponíveis com legendas em português na Página Oficial da série no Facebook.

Baseado no podcast de sucesso homônimo e produzido por Two-Up (“36 Questions”, “The Wilderness”), Limetown conta a história de Lia Haddock (Jessica Biel), jornalista da American Public Radio (APR), enquanto ela desvenda o mistério por trás do desaparecimento de mais de 300 pessoas em uma comunidade de pesquisa em neurociência no Tennessee.

Os 10 episódios da série de Limetown podem ser vistos aqui.

As estrelas da série são: Jessica Biel (The Sinner, BoJack Horseman)Stanley Tucci (A Private War, Jogos Vorazes), Marlee Matlin (Quântico, The Magicians), Kelly Jenrette (The Handmaid’s Tale, Grandfathered), John Beasley (Shots Fired, A Vida Imortal de Henrietta Lacks), Sherri Saum (The FostersAgentes da S.H.I.E.L.D.), Omar Elba (Negócio das Arábias), Louis Ferriera (O Homem do Castelo Alto,S.W.A.T.)Janet Kidder (ArrowO Homem do Castelo Alto)

Como assistir Limetown no Facebook Watch?

  1. Faça login  com sua conta do Facebook.
  2. Localize o ícone do Facebook Watch (no celular está no menu de opções na parte inferior e no computador está ao lado esquerdo)
  3. Busque no campo de pesquisa por ‘Limetown’ ou uma palavra-chave, por exemplo: ‘Jessica Biel’. Você encontrará a página oficial da série.
  4. Siga para não perder nenhum dos episódios e receber as notificações.
  5. Assista aos episódios de Limetown na página. O conteúdo aparecerá automaticamente com legendas no idioma que o seu Facebook está configurado. Para mudar, basta clicar em configurações e alterar clicando em ‘Idioma e Região’.
Publicar seu livro
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Cinco motivos para publicar seu livro

O cineasta brasileiro Glauber Rocha, expoente do cinema novo no Brasil, defendia que uma câmera na mão e uma ideia na cabeça, era o inicio para se fazer um filme. Mas nem tudo funciona assim. É fato que todo mundo tem uma história para contar, seja sobre sua família, sua experiência profissional, uma ficção, um sonho ou qualquer assunto que desperte interesse e que possa acrescentar algo na vida de outra pessoa. Mas daí a transformar essa história em um livro, já é outro departamento. No campo das letras, não se pode ajustar a máxima de Glauber – uma ideia na cabeça e um computador nem sempre é o inicio para se ter um livro publicado.

“Lançar um livro é uma das melhores formas de eternizarmos aquilo que sentimos e nossa visão de mundo sobre determinado assunto. É também uma oportunidade muito especial de dividirmos nossas vivências, aprendizados e habilidades com os outros”, defende o book advisor Eduardo Villela que, desde 2004, ajuda autores a terem seus projetos publicados. De acordo com Villela, seguir alguns passos, como planejamento, organização, dedicação e contar com conhecimentos naquilo que se quer escrever são fundamentais para publicar uma obra.

Deixar um Legado

Os livros nunca morrem, estão sempre presentes em prateleiras de bibliotecas, livrarias e também no ambiente virtual como e-books. De acordo com Villela, quem possui uma obra publicada deixa uma herança para as próximas gerações. “Um livro nunca expira, pode passar de geração para geração e não deixa a sabedoria, as memórias e os aprendizados de seu escritor morrerem”, conta.

Compartilhar experiências

“O livro é um meio muito eficaz para você transmitir seus conhecimentos e experiências a um grande número de pessoas”, a frase de Villela demonstra que escrever também é uma maneira de compartilhar uma expertise de determinado assunto com seu público-alvo.

Um exemplo disso é o livro “O Guia do Viajante do Caminho de Santiago – Uma Vida Em 30 Dias”, escrito pelo Daniel Agrela, viajante profissional e jornalista, a obra é um guia brasileiro que compartilha a experiência do autor no famoso caminho europeu e traz orientações valiosas para que os leitores aproveitem muito a viagem.

Alavancar os negócios

Publicar um livro para um autor pode ser um impulsionador de carreira. Eduardo Villela conta que já lançou mais de 200 livros de autores que já eram palestrantes, consultores, profissionais liberais e autônomos. Após terem suas obras lançadas, eles viram, depois de um ano, aumentar em, pelo menos, 50%, ou mesmo viram dobrar a procura por suas aulas, workshops e consultorias. “Se o livro tem conteúdo, seu texto está bem redigido e gostoso de ler e o autor o escreveu tendo em mente as necessidades do público-alvo no tema, ele terá muito boas chances de ser bem aceito pelos leitores”, esclarece o book advisor.

Conferir credibilidade e tornar seu autor uma referência

O livro dá força para o profissional que pretende ser referência em uma área. Villela defende que lançar um livro confere credibilidade e contribui muito para o seu autor se consolidar como especialista em determinado assunto, mas para isso a obra deve ser muito bem construída e de fato agregar valor aos seus leitores . “Todos nós temos conhecimentos, habilidades e experiências valiosos que podem mudar a vida de alguém. Ao escrever um livro, você torna possível que outras pessoas aprendam com você”, ressalta o especialista.

Siga uma metodologia

Ainda de acordo com ele, é possível, viável e existe uma metodologia certa para escrever um bom livro. “Escrever um livro não é uma atividade para ser realizada sozinho, não exige nenhum talento nato, mas demanda conhecer bem e ter experiência de determinado assunto e do público. É preciso contar com a orientação especializada de um book advisor, que possa acompanhar o autor em cada uma das etapas da escrita e publicação de seu livro ”, revela.