Vocês querem o resultado. Aí está o resultado. Em 1988 quando nossa vigente constituição nasceu, após um turbulento período chamado “Ditadura Militar” (que hoje parece ser adorado por muitos…), a idade penal era suficiente para satisfazer as massas. Mas o tempo passa e cá estamos nós, debatendo uma situação que já deveria ter sido excluída das pautas. Prender uma criança em qualquer masmorra não modificará nosso cenário. Enjaular um adolescente não surtirá os efeitos desejados por nossos protetores dos “bons costumes”. Da sociedade ideal.
“Bandido bom é bandido preso” (já ouvi morto também, mas não vem ao caso). Bandido bom é aquele que após anos em confinamento compreende seu verdadeiro papel. Ser cidadão não é tratar o próximo como animal, é saber que, em devidas circunstâncias o homem transforma-se. É saber que o modo mais capacitado de causar mudanças só é tratado por apenas uma palavra, e nem de longe essa é “genocídio”. Gritem por “educação” e ela responderá alegremente.
Antes de modificarmos o código penal poderíamos repensar atitudes. Inúmeros são os professores que recebem sua licenciatura e desfilam por aí sem o conhecimento adequado, tratando seus alunos como “só mais um”. Digo com convicção, pois já fui vítima de desleixos educacionais. Eles te desmotivam, te obrigam a não oferecer a atenção devida ao âmbito escolar. Educação é chave, e, infelizmente, está sendo tratada como slogan. Paliativo para as pessoas de olhos vendados.
Junto a essa tão sonhada educação estaria o tema principal desta coluna: Literatura. As palavras influenciam, meus amigos parlamentares que votaram a favor desta redução, o castigo corporal e mental, não. Ele só piora o indivíduo. Seria bem mais fácil prevenir, tentar combater a violência bem antes de tal surgir. Uma garota, presa ao mundo literário tem bem menos chances de cometer crimes. Um jovem que coleciona edições variadas de uma mesma obra não perderá tempo com o que, depois de muitos livros, ele chamará de perda de páginas. Acredite, após de uma lavagem de letras as prioridades mudam. Tudo muda.
Um recado para os homens que nós, inocentes eleitores, elegemos. Desistam de querer agradar uma parcela moralista de nossa população. Foquem, em nome de todos os deuses, em fortalecer as esferas educacionais. Investir na formação de profissionais capacitados, isso sim mudará os panoramas. Se tivéssemos mais Potter nas salas de aula ou até mesmo mais Bentinhos, aí, meu amigo, estaríamos mais aliviados quando o assunto é “Criminalidade Juvenil”. Focaríamos na grande parcela de pessoas que trabalham, vivem e respiram a arte e não nos assassinatos, assaltos e até mesmo suicídios.
A criação identitária ocorre nesta faixa etária, entre os rebuliços habituais fica fixa no adolescente uma visão de mundo, diferente de todas as outras, pois não se trata de uma massa, trata-se de singularidades. Não será reduzindo a idade penal que puniremos os erros históricos e políticos de nossa sociedade, longe disso, só estaremos fortalecendo-os. Influenciemos, sim, na abertura educacional, onde autores atuais, junto às vanguardas, tenham vez. Onde se possa captar mensagens de honra, bravura, coragem e solidariedade. Tenhamos medo sim, de jogar ao léu crianças e após isso despejar toda culpa, exigir delas uma maturidade que não existe nem nos adultos que proferem tais palavras. Ousar educar antes de punir, deveria ser essa a missão de uma pátria educadora.
O tempo voa. Frase extremamente clichê, frase extremamente verdadeira. Cada segundo estamos mais velhos, cada segundo mais próximos da morte. O que você vai ter feito de bom quando sua hora chegar? Quais serão suas marcas no mundo? Para quem você viveu?
“Um abraço. Só um abraço e um pouco de amor.”
As pessoas não entendem mais valores. Todas sabem que o dólar ultrapassou os três reais, ou o quanto a gasolina está cara. Mas ninguém sabe o valor real de uma pessoa, isto é, se ainda existe algum. Se não nos tornamos também, escravos das nossas próprias transações.
“Eu tenho 23 netos e 4 bisnetos… Ainda sim estou aqui.”
Ninguém sabe o valor de uma palavra. O valor de um gesto simples. O valor de um por favor, o valor de um bom dia. Sou fã dos bons dias, antes de qualquer Olá. O valor de carga que essas duas palavrinhas trazem é inigualável. Bom dia. Desejo-te um bom dia. Não um dia bom, médio. Mas um bom dia, um ótimo dia. Além de cumprimento, traz uma carga de desejos, uma carga de amor ao próximo, uma carga de solidariedade, uma carga de compreensão…
“Estou aqui há 8 anos… Cheguei em 2000.”
As pessoas não querem perdoar. Nem a si mesmas.
“Eu ainda uso minha aliança… Eu ainda uso.”
Perdoar é uma virtude que exige zero rancor. Você deve ter o coração puro para perdoar verdadeiramente. O coração de uma criança. E são poucos que passam pela adolescência mantendo a visão de mundo de uma criança. Aquela visão de enxergar a coisa mais especial do mundo em um cenário ridiculamente efêmero.
Sorria, o pior já passou. Nós teremos sorte se vermos o sol novamente…
Arrependimentos vem e vão, pessoas pisam no teu calo. Você perdoa. Mas não esquece. Não põe uma pedra no acontecimento. Você carrega a pedra na sua mochila, e mente dizendo que a descartou. Na primeira desavença, você atira a pedra no olho da pessoa. Esperteza? Duvido muito. É necessária muita burrice para não perdoar.
“Eu rezo por eles todos os dias. Mesmo que eles tenham me esquecido aqui e não rezem mais por mim…”
O destino prega peças engraçadas. Deus parece nos manipular como um grande jogo de tabuleiro. E não digo isso como uma coisa ruim, por mais que possa parecer. O universo é um grande tabuleiro, se preocupando de menos com os grãozinhos de poeira que somos. Mas de grão em grão, a galinha enche o papo. De grão em grão, o que é teu gravita ao teu redor, sempre.
“Quer um pedaço do meu chocolate?”
Uma poeira move a outra. Mas para uma poeira ter se mexido primeiro, alguém tocou nela. Seja o destino, seja Deus, seja quem você quer acreditar… Crenças não importam. Há algo que nos move, algo maior do que podemos sequer imaginar.
“Me traz um vestido preto? Eu adoro preto.”
Acordar com a mente nublada querendo chover pelos olhos é completamente compreensível. Acordar querendo um colo que você jamais terá novamente. Um consolo que ninguém próximo é capaz de te dar. Mas que um estranho pode te oferecer com um aperto de mão, um sorriso banguela ou até mesmo com um olhar.
“Moço, o senhor pode me levar pra casa?”
Quando seus olhos chovem amargamente aquela água salgada e nenhum colo vem ao teu encontro, saiba que tem algo muito maior esperando por você. As pessoas te observam. Você não sabe esconder o que se passa dentro de você por mais que assuma a máscara do sorriso colgate. Tristeza não é sorriso. Tristeza é o que os olhos passam, o que o corpo transborda e o que a união das suas palavras passam. E poucas pessoas sabem distinguir isso. Ainda assim, algumas pessoas te decifram e cá entre nós, não é uma maravilha quando, mesmo sem saber, alguém te diz exatamente o que você precisa ouvir? Aquela chama no seu âmago se reascende, queimando e aquecendo cada sentimento morto ali.
“Tenha um bom dia.”
Viver de novo é revigorante. Morto por um pensamento, ressuscitado por alguém que jamais verá novamente.
“Gabriel é um nome muito bonito…”
São as coisas efêmeras as que possuem mais valores. Um sorriso. Uma piscadela. Uma mensagem no Whatsapp. Uma mudança no tom de voz, que seja. Um dia que amanheceu cinzento e nos deprime.
As pessoas achavam estranho. Passado e presente reunidos numa mesma mesa.
Dê valor a efemeridade. Dê valor a simplicidade.
“Eu gosto bastante desse sorvete.”
Quebre a cara mais de uma vez. Depois você conserta. Parta seu coração. Depois você junta de novo. Viva sem medo das consequências, perdoe como se não houvesse amanhã. O clichê de pode não vir, um dia será verdade. Só assim, você saberá que está verdadeiramente vivo.
“Obrigada. Muito obrigada.”
Não tenha medo de errar. Não tenha medo de se desculpar. Não tenha medo de perdoar. Nada dá certo se não der errado. O que é teu sempre gravita ao teu redor. Pode ir pra longe, mas volta. Não com uma aceleração de 9,8 m/s², mas volta. O que é seu sempre volta.
“Me concede esta dança?”
O que é verdadeiro sempre volta. Por mais que suas esperanças tenham sido dizimadas.
“Ela concedeu.”
O frio na barriga, o coração pulando contra suas costelas, aquele aperto no estômago… Tem algo melhor que viver além de uma respiração e outra?
Fotos: Gabu Camacho, dê os devidos créditos.
Fotos sem fins lucrativos.
Caso haja objeções entrar em contato em [email protected].
Título do projeto baseado no livro “Um sorriso ou dois”, de Frederico Elboni.
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Olá, #BecoLovers! Esta é a primeira postagem da mais nova seção do Beco Literário, intitulada de Autorias, onde nós escritores, postaremos textos escritos por nós mesmos, sejam eles dissertações, artigos de opinião, histórias fantásticas… Enfim! Não há limites para a escrita. Tomamos essa decisão após muitos de vocês (lindos <3) elogiarem nossas colunas, resenhas e acima de tudo, nossa escrita. Este é só um novo espacinho para mostrar o nosso talento. Continuem comentando, participando, sugerindo… Nós sempre lemos tudo e buscamos melhorar o site ao máximo!
Sou uma Sombra! Venho de outras eras, Do cosmopolitismo das moneras… Pólipo de recônditas reentrâncias, Larva de caos telúrico, procedo Da escuridão do cósmico segredo, Da substância de todas as substâncias! — Augusto dos Anjos, “Monólogo de uma sombra”.
Tudo branco. Tudo limpo, silencioso. O que houve? Algo deu errado? Não, não deu. Meu pai sorri lá longe, feliz. Atrás do vidro. Onde estou? Minha visão está turva, o mundo gira rápido demais… Um lapso de nitidez me atinge, ele não está sorrindo, ele chora como uma criança.
Por que choras, pai? Estou aqui, sou só eu, Téo. Não devo ser um desgosto tão grande assim pra ele, devo? Por que choras então, papai?
Vovó, por que choras? A senhora, tão festeira, sempre sorridente atrás do fogão, por que exibes esse rosto marcado pelas rugas e tão envelhecido, tão maltratado pelo tempo? A senhora não é assim, a senhora nunca aparentou a idade que tem…
Mamãe, por que estás abraçada a mim, sendo que estou aqui? Mamãe, olha pra mim, está tudo bem, mãe. Eu te amo, demais. Mesmo nunca tendo dito isso em voz alta. Mamãe, sou só eu, Téo…
Não é meu clone, é Ted, meu irmão gêmeo. Ele está bem. Ei, Ted! Por que exibes esses olhos vermelhos aí, cara? Não andou fumando de novo né, cabeção? Não, você chorou, posso sentir… Por que choras, cara? Você sempre foi o mais forte de nós. Cuidado, moleque, a mãe vai pegar você matando aula. Não esquece o RG quando sair de casa. Mas não chora, não. Não é o fim do mundo. Tudo vai ficar bem.
Por que tanta choradeira, por que tantos borrões turvos e pálidos nos meus olhos? Tá rolando guerrinha de ovos podres? Uma briga? Corre, corre, corre, Ted… Mas não chora, não.
Cuidado, os pais vão ver! Protege a vovó, cara…
Quem é esse cara vindo em minha direção com dois ferros de passar… Não cara, vai pra lá… Ted, ele vai me queimar, Ted, minha mão tá amarrada, me ajuda, Ted…
Papai…
Por que não consigo me mexer? Por quê? O que está acontecendo? A massa das balas de coco que a senhora fez para o café da tarde deu errado, Vovó? Não me queima, não…
Por que estou nesse aquário, por quê?
Papai sumiu, mas consigo ouvir seus berros incontroláveis…
Ted o abraçou, isso mesmo, garoto! Mamãe, por que a senhora tá dormindo nessa maca de hospital? Por que estamos no hospital?
Oi, Vovó, a senhora tá sorrindo pra mim, pode me explicar o que houve? Vovó… Eu te amo.
“A eternidade só tem fim pra quem não ama, meu menino.”
Honrosamente, venho esta semana substituir nossa escritora, Thaís Pizzinatto. Thaís vem tocando a “Armada de Potter” há meses, ou seja, creio que seja uma responsabilidade e tanto (não se preocupem, ela voltará para a próxima Armada). Mas vamos ao que interessa. Sexta-feira passada o tema da coluna foi “Horcrux”, não sairemos das sombras pois debateremos sobre ninguém mais, ninguém menos que Bellatrix Lestrange. Herdeira puro-sangue dos Black, incumbida de varrer a escória de sua família, leal ao seu mestre, essa é a Bella que conhecemos, mas digamos que existe muito mais por trás de suas face psicótica.
Provavelmente Bella nasceu na década de cinquenta, no mês de abril. Filha de Cygnus e Druella Black, a então estudante de Hogwarts partiu precocemente para o lado sombrio da força. Designada para Slytherin, a garota Lestrange sempre se inclinou para a parte obscura da história. É claro que deve ficar claro que o simples fato de ser Slytherin não significa ser doente, obcecado, sem escrúpulos. Ser Sonserina significa não ter medo do que está por vir, buscar o que deseja, e no meio desta corrida ao poder, muitos se perdem e tornam-se o que Bella, Voldemort e tantos outros bruxos se tornaram.
Na Primeira Grande Guerra Bruxa lá estava a então Sra. Lestrange, pois Bellatrix já havia se casado com Rodolfo Lestrange. Digamos que este casamento não passou de farsa, o verdadeiro amor da bruxa sempre foi seu Lord. Rodolfo surgiu como um disfarce perante a comunidade dos Comensais, mas a inclinação amorosa sempre ficou clara, nos livros e nos filmes. Para a tristeza de Bella, Voldemort, por ser quem é, não pode responder da mesma forma. Lestrange, por insistência e o que mais lhe deu à cabeça, contentou-se com uma ordem ou um xingamento, era assim que eles se amavam, pelo menos na frágil mente da mulher.
“- Potter, você não pode me vencer! Fui e sou a mais leal servidora do Lorde das Trevas. Aprendi com ele as Artes das Trevas e conheço feitiços tão fortes que você, menininho patético, não tem a menor esperança de competir!”
Foi na Primeira Guerra que a bruxa torturara Alice e Frank Longbottom. O que seria um dos grandes feitos de Bella tornou-se seu tendão de Aquiles. Naquele momento ela e seus companheiros foram presos e condenados à prisão perpétua. O que não durou muito, pois em 96, em uma fuga em massa de Azkaban, lá estava Bella, mais uma vez, fazendo o que sabe fazer de melhor: matar.
Criemos então um salto histórico, da primeira ascensão do Lorde das Trevas a sua vingança. Quando Voldemort toma o poder novamente, Bella ocupa o alto escalão da sociedade. Capaz de assassinar qualquer um, criou um desígnio próprio, que era limpar a árvore de sua família (teve uma ajuda na conclusão disso quando Riddle declarou que ela deveria “podar” as ramificações que deveriam ser descartadas).
Assim, lá se vão Ninfadora, Sirius e, se considerarmos o melhor amigo que alguém pode ter como da família, lá se foi também Dobby (que teve uma Armada completamente dedicada a ele, confira aqui!). Implacável, sem remorso, Bella foi parada por uma dona de casa. Entre tantos, Molly Weasley foi a responsável por estacionar a máquina Lestrange. Analisarmos a mente de Bella é essencial. Sua família vinha de uma linhagem mais que pura, criada sobre os preceitos que o errado não servia, ela só pensaria em assassinar uma mulher casada com um lobisomem. Um homem que apoiava o lado contrário só merecia morrer. O elfo que levara seus prisioneiros, faça-me o favor, já deveria está morto. Assim, concluía Bellatrix Lestrange, tudo advinha da ideologia usada por sua raiz e pelo movimento que adotara, este já fica como tema para outra Armada.
Bella fora a personificação do descontrole, o extrapolamento de ideais, radical a ponto de cometer suicídio caso seu mestre exigisse. Odiada por muitos, amada por alguns, Lestrange exala ódio, repulsa. É a vilã perfeita para conquistar as massas. Insana e provocativa, seu sobrenome deveria ser Bates ou alguma coisa assim.
Há alguns dias, por meio do twitter, J.K. Rowling, escritora da saga “Harry Potter”, do livro “Morte Súbita” e da série “Cormoran Strike”, rebateu uma pergunta com a melhor e mais simples reposta que alguém um dia poderia dar sobre o assunto. Confira:
Perceba, a fã, em primeira instância, elogia o trabalho de Joanne e agradece profundamente por ter lhe proporcionado o mundo mágico de Harry Potter, a ironia é que a moça não conseguira captar a principal mensagem da obra, pois ainda na mesma linha ela questiona: “Eu fico imaginando porque você disse que Dumbledore é gay, porque não consigo imaginar ele desse jeito.” Essa moça, Ana alguma coisa, sofreu nocaute quando vira a resposta, primeiramente receber uma mensagem de Rowling já é uma honra fora do comum, e logo uma dessas. Bem, meus amigos, assim respondera a criadora do garoto bruxo: ” Talvez porque gays se parecem com… pessoas?”. Emoldurem esse trecho e vamos para o próximo parágrafo.
Estamos vendo uma comoção nacional: todos contra a novela das nove. Meu senhor, que absurdo, olhem essas mulheres se beijando na TV, ninguém faz nada… Eu vou dizer, Sr. Preconceituoso, o porque de não fazermos nada. Não existe nada a se fazer, quantas vezes seu filho, o inocente de dezoito anos ou até mesmo a criança de cinco, não ficou colado à TV para ver um beijo quente do galã com a mocinha ou até mesmo uma transa sob lençóis brancos que de nada escondem? Neste momento eu garanto que você, pai, mãe, irmão ou seja lá o que for, apenas sorriu ou também admirou a cena, o máximo que pode ter dito foi: “mas essa Paola Oliveira…”.
É aí que questiono mais uma vez: qual a diferença? O que separa um beijo hétero de um beijo gay? Não, irei desmentir-me, não existe essa de beijo gay ou beijo hétero, é beijo e pronto. É sexo e ponto final. Duas pessoas estão ali, amando-se ou não, isso ocorre com o ser humano, muitas vezes é impulsionado pelo prazer, outras por questões emocionais, somos pessoas como falara J.K. Rowling. O real problema não está na novela ou na série, está na barreira criada por você, querido homofóbico. Ontem, ou bem antes de ontem, estava eu debatendo este assunto na academia, reafirmando tudo que disse neste parágrafo e como quem não quer nada um estudante, igual a mim ou a qualquer outro na universidade cuspira a seguinte frase: “Então vai lá beijar um cara!”. Responderei como respondi no momento. Cada um beija o que bem entender, não deve ser julgado por isso. Homens se beijando não ferem a constituição. Um casal de mulheres adotando uma criança não transforma o indivíduo em um animal abominável. Abominável é o preconceito, a repulsa. Mas defendo sim, sua opção de escolha, posicionar-se entre um dos lados, o que aceita ou que não consegue compreender tudo isso, é de livre escolha para todos os públicos, o problema é agredir, verbal ou fisicamente as escolhas. Isso extrapola o que chamamos de preconceito, isso é crime.
Para encerrarmos o debate sobre a televisão e partirmos para a literatura, só quero dizer que precisamos ser bem mais corajosos nas diversas emissoras, explorar o caminho que ninguém nunca desejou invadir, por puro medo de recusa. Nunca pensei que iria parabenizar a rede Globo, mas hoje rendo-me à tal, pois após anos de atitudes ofuscadas, consegue criar a verdadeira arte, não por ter tramas incríveis, mas sim por não impor limites. Há décadas o cinema vem martelando em cenas como as que a globo está expondo agora. O francês vem com uma bandeira gigantesca com “Azul é a cor mais quente”, o cinema alternativo europeu premia seus telespectadores com cenas realistas do que seria um relacionamento gay: um relacionamento como qualquer outro. O mundo das séries já quebrara esse paradigma há muito tempo. Game of Thrones, Orange is the new Black, Skins… façam o favor, parem de tanto moralismo barato, assistam tais séries e desmitifiquem seus medos, sua ira.
Milhões e milhões de crianças leem “Harry Potter”, essas crianças cresceram e muitas delas hoje já tem seus filhos, suas famílias constituídas, eis a pergunta: Dumbledore esteve presente nas centenas de páginas, ativamente apareceu do primeiro até o sexto livro, até mesmo após sua morte, lá estava Alvo, convivemos tanto tempo com ele e porque será, raios o parta, que não somos gays? Todos nós, os milhões de leitores? Essa é a lógica de quem renega uma pessoa apenas por ser quem é. Amigo, amiga, quando estiver com raiva de seu conhecido por ele ser gay, pegue seu preconceito e deixe-o reservado em seu guarda-roupa, ele ficará bem mais protegido lá, sem ninguém tocar. Ou quem sabe, você, por ser oprimido, por ter que enfrentar a ridicularização em sua própria casa, tenha terror de se declarar, de gritar “I will survive” como Gloria Gaynor gritou, de dizer aos seus amigos o que está acontecendo, desista desse empoeirado armário, ele não o levará para Nárnia alguma, apenas te diminuirá mais e mais a cada segundo.
Como muitos pensam, ser mulher não é crime, ser gay não é violação, ser homem não te faz machista. É necessário romper correntes, absorver o que as artes nos proporcionam. E, parafraseando Raul Seixas, “Faz o que tu queres, há de ser” quase “tudo da lei”. Amar é permitido, ofender, nunca. Escrever sobre é obrigação, não por ser pró ou contra, mas por ser quem é. Agente de toda a sociedade, transformador de visões, observador dessas, corra contra o preconceito ao invés de fortalecê-lo.
Depois da matéria para a Armada de Potter da semana passada, algumas pessoas vieram me pedir se seria possível dividir a alma em sete partes falar sobre como as Horcruxes são criadas.
Para quem não sabe, semana passada falamos sobre Lord Voldemort, e foi ele quem nos apresentou as Horcruxes durante a saga de Harry Potter. Se você quer saber mais sobre ele, sobre a história do personagem, é só clicar aqui e ler a Armada de Potter da semana passada. Mas vamos logo ao que interessa nessa semana…
Como se cria uma Horcrux?
Para quem não sabe, uma Horcrux é um objeto onde uma pessoa oculta parte de sua alma através de máxima. O objeto não precisa ser inanimado, pode ser utilizado algo com vida, embora seja um tanto quanto arriscado confiar um pedaço de sua alma para algo que pode pensar, andar, etc. Ela é criada com intenção de imortalidade já que mesmo que o corpo da pessoa seja atacado, ela não poderá morrer porque um pedaço de sua alma continuará intacto.
“— Bem, a pessoa divide a alma, entende — explicou Slughorn — , e esconde uma metade dela em um objeto externo ao corpo. Então, mesmo que seu corpo seja atacado ou destruído, a pessoa não poderá morrer, porque parte de sua alma continuará presa à Terra, intacta. Mas, naturalmente, a existência sob tal forma…”
Dividir a alma é considerado um ato de violação e só é possível através de uma ação: matar alguém (ou seja, matar rompe a alma). Há fortes indícios que provam de que a primeira Horcrux foi criada pelo também criador do Basilisco, o bruxo das trevas grego Herpo, o sujo.
Para criar uma Horcrux, o bruxo usa essa ruptura da alma e encerra a parte corrompida com um feitiço, inicialmente. Porém não fica somente nisso, só que o processo inteiro para a criação delas é desconhecido. Muitos acreditam que seja alguma poção que finalize a criação das mesmas. Após a Horcrux finalizada, ela é protegida com feitiços para que não seja encontrada e para que, caso for encontrada, não possa ser destruída.
Tom Riddle, nosso “adorado” Lord Voldemort, foi o primeiro no mundo da magia a criar não somente uma, mas seteHorcruxes, incluindo uma animal (Nagini).
Para destruir uma Horcrux é necessário algo absurdamente poderoso e mortal. O veneno de basilisco é o método mais conhecido, porém ainda é possível destruí-la por derretimento mágico, que acontece com o Fogomaldito. Já para as Horcruxes animadas (ou seja, vivas) existe também outro método: a maldição da morte (foi assim que a parte da alma que ainda habitava o corpo de Voldemort morreu). A Espada de Gryffindor foi uma arma primordial durante a destruição das Horcruxes. Feita por duendes, ela só absorve aquilo que é capaz de fortalecê-la, ou seja: quando Harry a usou contra o Basilisco na Câmara Secreta, ela absorver o veneno do animal.
“(…)Essa sétima parte é a última que quem quiser matar Lord Voldemort deverá atacar: a parte que vive em seu corpo”
O livro Segredos das Artes mais Tenebrosas conta que a alma da pessoa que produz uma Horcrux fica instável e a única forma de unificar a alma novamente é através do remorso, ou seja: arrepender-se do que fez. Porém, mesmo sendo possível unificar a alma, a dor pode ser insuportável, fazendo com que a pessoa seja destruída.
Quando o criador da Horcrux falece, o pedaço da alma passa com ele para um plano de transição, como um limbo, onde o bruxo pode ficar vagando eternamente. Esse é o caso de Voldemort: quando ele ataca Harry, os dois caem temporariamente inconscientes e ambas as almas aparecem no limbo, onde Harry encontra Dumbledore.
Voldemort criou sete horcruxes. São elas: o Anel de Servolo Gaunt, o Diário de Tom Riddle, a Taça de Helga Hufflepuff, o Medalhão de Salazar Slytherin, o Diadema de Ravenclaw, Nagini e Harry. A última parte de sua alma ficou em seu corpo.
“(…) Fico imaginando o que você dirá se eu confessar que há algum tempo sinto curiosidade pelo comportamento da cobra Nagini.
— A cobra? — espantou-se Harry. — Pode-se usar animais como Horcruxes?”
Todos sabem que Harry foi uma Horcrux criada acidentalmente por Voldemort, porém ele não pode ser considerado realmente uma Horcrux. Quando o menino foi atacado por Voldemort, o corpo do Lord foi destruído e um fragmento da alma do bruxo acabou se prendendo à única coisa viva no local: Harry, e é esse fragmento que dá a habilidade de falar com cobras e conseguir ver os pensamentos de Voldemort em alguns casos. Porém, a criação de uma Horcrux não pode ser acidental, ela é criada intencionalmente, somente. Harry não foi um objeto das trevas impregnado de maldições, não foi contaminado com isso (com exceção da ocasião em que Voldemort o possuiu no Departamento de Mistérios). Harry precisou morrer para se ver livre do pedaço da alma de Voldemort, já que o ataque do Basilisco na Câmara Secreta não foi o suficiente para destruir o sétimo fragmento da alma do Lord das Trevas.
No caso das Horcruxes da Taça e do Diário, os assassinatos ocorreram indiretamente por envenenamento com intermediação de animais, o que prova que a morte não é a parcela mais importante no processo de criação.
Como disse o Professor Slughorn, essa é uma magia muito poderosa e, consequentemente, muito perigosa. Mas certamente a história de Harry Potter não seria tão emocionante sem elas.
“É feitiço das Trevas, realmente das Trevas.”
Essa foi a Armada de Potter dessa semana, espero que vocês tenham gostado e continuem participando comigo! Sei que a maioria não quer ter o nome divulgado, mas ver você me mandando mensagens pedindo matérias, sugerindo temas e dando ideias é algo que não tem preço. Obrigada pelo carinho e até semana que vem!
O texto abaixo apresenta uma visão bruxa. Todos os tópicos serão levantados e debatidos sob uma ótica do mundo da magia.
“Mundo da Magia: ame-o ou deixe-o.”
A última década do século passado fora mais que movimentada. O mundo dos trouxas saía de uma Guerra ideológica e econômica, para viver sob um regime de livre concorrência e cheio de desigualdades que perduram até hoje. Juntamente ao término das disputas Socialistas X Capitalistas, o nosso mundo enfrentava a sua grande segunda guerra. Lorde Voldemort ascendera ao poder, deixando no fosso todos aqueles que não lhe apoiaram. Formava-se assim o que poderíamos chamar de Regime Ditatorial Bruxo.
Anos antes do evento que ocorrera em nossa comunidade, um, no Brasil (Trouxa) também emergira, e com semelhanças assustadoras. Em 1964, o então Presidente, João Goulart, perdera seu mandato graças ao golpe de estado realizado pela Frente Militar Brasileira. Nosso país abandonava sua recém-instaurada Democracia para um Regime Militar que perduraria até 1985, com a eleição do candidato do PMDB, Tancredo Neves. O golpe no Brasil foi simbolizado e oficializado pela tomada de Brasília pelas forças Armadas, imagens de tanques de guerra sobre o Planalto até hoje assombram os reais conhecedores dos efeitos de uma Ditadura Militar.
Em Londres, temos o assassinato do então Ministro da Magia, Rufo Scrimgeour, como marco inicial do governo regido por Tom Riddle. Na Inglaterra Parlamentar da década de 1990 podíamos observar um âmbito de livre expressão e direitos civis e políticos assegurados. O nosso mundo se recuperava de duas guerras (a primeira causada pelo desejo de soberania da raça pura defendido por Gellert Grindelwald, e a segunda com mesmo objetivo, só que dessa vez com líder diferente). A partir do renascimento de Lorde Voldemort a paz aparente deixou de existir e o pânico que assolara o mundo da magia há décadas agora voltava à tona. O mesmo ocorrera no Brasil, após o Estado Novo encabeçado por Vargas, tivemos anos de Democracia, até que o golpe fosse dado. Com um ideário de “salvação” frente as idéias comunistas defendidas por algumas esferas de nossa população, os militares derrubaram o atual regime.
A oposição foi pintada como assassina e antinacionalista. Observe, o mesmo foi feito com Harry Potter e seus aliados. O menino-que-sobreviveu ganhou outro nome: “Indesejável Nº 1” e o Ministério da Magia começou uma perseguição incansável aos nascidos trouxas, mestiços e a todos os apoiadores do garoto Potter. Estabelecendo linhas entre ambas situações podemos notar que enquanto no Brasil tivemos os Atos Institucionais como principal arma dos militares, no mundo da magia o lado negro da força usou as palavras de um só para guiar vários. Durante a Ditadura Militar brasileira outro ponto de estabelecimento do regime foi a alienação por meio da educação. Se hoje temos o hábito de cantar o hino Nacional e hastear a bandeira diariamente é por conta desta época. O ufanismo fora marca dos governos ditatoriais, principalmente no governo de Garrastazu Médici. Durante o regime Voldemortiano não foi diferente, os livros didáticos e revistas destinadas a adolescentes defendiam as ideologias governamentais. Livros como “O perigo que trouxas podem provocar em nossa sociedade” exemplificam as ações do poder sobre a população.
No que se refere à oposição organizada temos diversos exemplos, no Brasil três focos foram formados. O primeiro refere-se à Frente Ampla, liderada por nomes já famosos no cenário: Juscelino Kubitschek, o então presidente deposto João Goulart e Carlos Lacerda. O segundo foco era o Partido Comunista Brasileiro, pelo menos um grupo desse. Tal organização defendia uma luta armada contra os militares, e até conseguiram formar núcleos de guerrilhas. E o terceiro, e um dos mais importantes, fora a UNE, que mesmo colocada na ilegalidade continuou com sua campanha contra o regime. No mundo da magia tivemos pelo menos dois focos de oposição. O primeiro e mais importante fora a Ordem da Fênix, podemos comparar com o PCB, que projetara diversas guerrilhas antes e depois do Golpe. A Batalha do Ministério, a disputa na Toca, a Resistência no Chalé das Conchas, a Invasão de Hogwarts e tantas outras batalhas se assemelham com os atos do PCB e de outras instituições.O segundo foco é a Armada de Dumbledore, que tem todas as caracterizações da UNE, que mesmo tida como excluída da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts manteve suas ações da forma que era possível (e até mesmo impossível).
Na Imprensa Bruxa tivemos “O Pasquim” e o “Observatório Potter“como meios de propagação da resistência. O primeiro mantivera seu caráter oposicionista até certo ponto, já o “Observatório Potter” nascera dentro do golpe e contra ele seguiu sua luta. No Brasil dezenas de jornais entraram na ilegalidade, alguns passaram até a não existir. Outro meio de propagação da resistência em nosso país foi a criação de músicas que levavam em suas letras todo o protesto que a população desejava expor no seu dia a dia. Os Festivais Nacionais fervilhavam, e os militares, sem poder conter as mensagens subliminares usavam de todos os métodos para silenciar seus intérpretes. O “desaparecimento” de cantores, escritores, teatrólogos foi marca do regime brasileiro, assim como no bruxo, que noticiava diariamente o desaparecimento de homens, mulheres e crianças quando na verdade tais haviam morrido.
Embelezava-se tudo ao extremo para que a população aceitasse a situação. No Festival de 1967, Edu Lobo levantou a bandeira de sua música: Ponteio. Já que estamos associando ambos os mundos não seria insensato modificar a letra da campeã do Festival de 67, trocarmos “Quem me dera agora eu tivesse a viola para cantar”, por “Quem me dera agora eu tivesse uma varinha para usar”, pois assim acontecera. Em ambos os lugares o povo foi transformado em nada e em nada poderia agir.
É válido destacar que no fim os regimes caíram. “Nada mais forte do que uma ideia cujo tempo chegou”, escrevera Victor Hugo, e assim o ideário de Democracia tornou-se verdade. Ano passado completamos cinquenta anos do golpe, mas também chegamos ao 24º ano de Democracia pós-Regime Ditatorial. Mesmo com tantos problemas na infraestrutura do país, seguimos, e – por seguir – já evoluímos. Os dois mundos se assemelham e se completam, e se existe algo que devemos aprender com a história de Harry Potter é nunca desistir. Mesmo que seja mais fácil jogar tudo para o alto, é melhor insistir. Foi assim com Harry, Ron, Hermione e tantos outros bruxos, foi assim com os estudantes, políticos e outras classes de nossa sociedade, e assim será nos anos que virão. Nada, senão pelas mãos do povo, de bom acontece.
Oi gente, tudo bem com vocês? Hoje eu vim atender um pedido MUITO especial de uma leitora que veio falar comigo em todas as mídias sociais que eu tenho (sim, em todas mesmo) e que não quis ser identificada (não sei porque, mas respeito a vontade dela). Ela pediu para eu falar sobre uma pessoa que, mesmo depois de ler todos os livros, ela não consegue entender. Sim, estou falando do “adorável” Lord Voldemort.
“O Lord das Trevas está sozinho e sem amigos, abandonado pelos seus seguidores. Seu servo esteve acorrentado nos últimos 12 anos. Hoje a noite, antes da meia-noite… O servo vai se libertar e se juntar ao seu mestre. O Lord das Trevas vai ressurgir com a ajuda do seu servo, maior e mais terrível do que nunca. Hoje a noite… o servo…, vai se juntar… ao seu mestre…”
Então vamos lá… quem foi Tom Marvolo Riddle?
Tom Marvolo Riddle nasceu em 31 de dezembro de 1926. Filho de Mérope Gaunt (a família Gaunt não aparece em nenhum dos filmes de Harry Potter, foi simplesmente cortada da franquia), uma bruxa de sangue-puro descendente de Salazar Slytherin, e Tom Riddle Sr., um trouxa. Mérope Gaunt pode ser considerada uma personagem um tanto quanto… maluca. Sempre foi completamente apaixonada por Tom Riddle Sr., e conquistou o mesmo – que aparentemente não tinha interesse nenhum nela – através de uma poção do amor (sim, esse é um detalhe MUITO importante, Voldemort é fruto de uma poção do amor, reflita sobre as consequências disso). Mérope morreu logo após o nascimento de seu filho, dando tempo somente de abandonar o recém-nascido no orfanato trouxa Wool’s na cidade de Londres e fazer um último pedido: que a criança fosse chamada de Tom Marvolo Riddle.
Tom passou onze anos e meio no orfanato que era administrado pela governanta Sra. Cole, que percebeu o quão singular o jovem Riddle era. Foi esse orfanato que Dumbledore visitou em 1938 para convidar o pequeno Tom para ingressar na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
Desde então, por sete anos, a vida do menino passou a ser em Hogwarts. O chapéu seletor designou Tom para a Sonserina, e segundo Dumbledore, Tom foi o aluno mais excepcional de Hogwarts. Foi na Escola que ele começou a pesquisar sobre as horcruxes.
No quinto ano em Hogwarts, Tom abriu a Câmara Secreta (que foi uma criação de Salazar Slytherin, aí está a explicação do interesse do menino por ela) e foi nesse mesmo ano que a murta que geme morreu (e para quem não sabe, ela morreu devido aos acontecimentos ocorridos pela abertura da Câmara).
Tom também foi monitor e monitor-chefe enquanto esteve em Hogwarts. Vale lembrar que desde que entrou na Escola, começou a reunir alguns “seguidores” que acabaram se tornando comensais da morte. Nas férias do seu quinto ano, visitou seu tio que contou toda a história de sua mãe e seu pai, então resolveu ir até seu pai e matou o mesmo e também seus avós. E como ele saiu ileso dessa? Mudando a memória de seu tio, fazendo o mesmo assumir o assassinato perante o mundo bruxo, e mudando a memória do jardineiro da família, fazendo o mesmo assumir a morte perante o mundo trouxa. Após formado tentou ser professor de defesa contra artes das trevas, porém foi considerado muito novo pelo diretor da época.
Então foi trabalhar na Borgin & Burkes, mas pouco tempo depois desistiu do emprego e sumiu. Nesse tempo, viajou em busca de objetos que poderiam se tornar horcruxes. A primeira horcrux é o diário de Tom Riddle, e para criá-la ele matou a murta que geme. A segunda é o anel de Servolo Gaunt, e para criá-la, matou seu pai, Tom Riddle Sr. O medalhão de Salazar Slytherin é a terceira horcrux e para criá-la, matou um trouxa. A quarta horcrux é a taça de Helga Hufflepuff, e a vítima foi Hepzibá Smith. O diadema de Ravenclaw foi criado após a morte de um camponês. A Nagini foi a horcrux mais perigosa de Valdemort (quem leu sabe que é muito perigoso criar em animais vivos) e para ela ser criada, Berta Jorkins morreu. Harry foi a horcrux (que tecnicamente não pode ser considerada uma horcrux, mas…) criada acidentalmente por Voldemort quando tentou matar o menino. E a última: ele próprio, que foi a parte da alma que ficou em seu próprio corpo.
Durante o período da criação das horcruxes, Voldemort volta à Hogwarts, já com Dumbledore na direção para pedir um emprego de professor, mas é recusado novamente (e é óbvio que essa parte foi cortada dos filmes). Nessa visita, o estado físico de Voldemort já está totalmente deformado. E sabe por que nenhum professor realmente fica no cargo de defesa contra a arte das trevas? Nenhum dura por mais de um ano, pois o cargo foi amaldiçoado por Voldemort. Foi nessa época que ele realmente quis ser conhecido como Lord Voldemort e não mais como Tom Riddle (para quem não sabe, isso é um anagrama, ou seja: I’m Lord Voldemort é uma frase formada pelas letras embaralhadas de Tom Marvolo Riddle).
Na primeira guerra bruxa foi que aconteceu a morte de Lilian e Tiago Potter, devido a essa profecia:
“Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima… nascido dos que o desafiaram três vezes, nascido ao terminar o sétimo mês… e o Lorde das Trevas o marcará como seu igual, mas ele terá um poder que o Lorde das Trevas desconhece… e um dos dois deverá morrer na mão do outro pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver… aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas nascerá quando o sétimo mês terminar…”
Voldemort também tentou matar Harry, porém o feitiço voltou e ele acabou perdendo seu corpo, ele não morreu apenas porque já havia criado algumas horcruxes. Em A Pedra Filosofal, Voldemort procura o elixir da vida, para ter novamente seu corpo. Em A Câmara Secreta, Lucio Malfoy coloca no caldeirão de Gina o Diário de Tom Riddle, e através dele Voldemort entra na mente de Gina fazendo com que ela abra a Câmara Secreta, no fim do filme Harry destrói o diário e Voldemort não consegue voltar. Ele volta a aparecer nos filmes em O Cálice de Fogo em uma forma física bem debilitada, e só consegue seu corpo novamente no final do filme.
Em Enigma do Príncipe, Harry começa a descobrir mais sobre Voldemort. Em Ordem da Fênix, temos a batalha de Voldemort com Dumbledore, e só assim o Ministério assume a volta do Lord das Trevas. E em Relíquias da Morte… bem, não preciso contar o que acontece não é mesmo? A cena da batalha final entre Harry e Voldemort foi, na minha opinião, uma das mais mal adaptadas do livro para o filme. Quem leu sabe do que eu estou falando, e quem não leu… está esperando o que para ler?
Aqui vale ressaltar que Rowling já afirmou que Belatriz era o grande amor da vida de Voldemort, e isso certamente não era esperado por ninguém. Esse foi o único resquício de amor apresentado por Voldemort em toda a saga de Harry Potter.
É realmente difícil resumir um personagem tão complexo em uma matéria para uma coluna semanal, porém não poderia deixar esse pedido especial passar em branco. Espero que vocês tenham gostado e quem quiser pedir uma matéria faça como “aquela-que-não-deve-ser-nomeada”(hahahaha, não podia perder essa) e me procurem! Certamente ficarei muito feliz em atender seu pedido!
Sem mais delongas, deixo uma dica: quem quer entender mais sobre Voldemort deve realmente ler os livros e não somente ver os filmes. Várias partes foram deixada de lado e são muito importantes para entender a personalidade do Lord das Trevas.
Essa foi a Armada de Potter dessa semana (desculpem-me pelo atraso), espero que tenham gostado e até semana que vem!
Seria dia 9 de março, divulgara em Janeiro a A&E, a data de estreia da terceira temporada de Bates Motel. Eis que após um ano de espera, os fãs da série poderão saciar tal ausência. Nessa noite Norman voltou, e se fizer jus aos trailers divulgados nesta primeira semana do mês, bem mais doentio. O que podemos esperar da 3ª temporada de Bates Motel é um tópico válido a ser levantado.
O que mais está deixando os Baters sem sono é a questão “mother”. Norma indica sua despedida em cada cena divulgada da nova temporada. Primeiro que isso poderia significar uma queda na qualidade da série, não é todo dia que se tem Vera Farmiga no elenco, segundo, a personagem não pode sair de cena agora, é certo que nos próximos episódios a psicose de Norman chegará a níveis extremos, mas não é motivo para uma morte precoce da Sra. Bates. Torcemos para que não aconteça.
Já que estamos falando de mortes, continuemos nelas. Provavelmente esta será a temporada com mais assassinatos. Todos estão na mira, Emma, Norma e as novas personagens. Vimos uma alusão ao “Psycho” no primeiro trailer, quando Norma transforma-se em Norman e vice-versa, a cadeira que balança no vídeo é um prelúdio de toda a tensão impregnada na temporada que nos espera. Acontecerão mortes pois o caminho entre “Bates Motel” e “Psycho”, graças ao fim da segunda temporada, está se estreitando, creio que ainda este ano veremos os dois se tocarem e o produto de tudo isso será surpreendente.
Teremos incesto? Se depender de Norman teremos sim, pelo menos assim ele aparenta. Mesmo o relacionamento Emma/Norman sendo óbvio de se reatar nesta temporada (no trailer eles se beijam, então…), a figura da “mother” ainda assombra o psicopata. A questão está sendo muito bem tratada na série e os roteiristas conseguiram nas duas temporadas planar o terreno necessário para a exploração do tema nesta terceira. Veremos cenas de tirar o fôlego, tramas dignas de diversas premiações ao decorrer do ano, e Game of Thrones que se cuide, o primeiro semestre tem dono e provavelmente não será a adaptação das histórias de Martin que levará o balanço de audiência 2015.1.
Bates retorna e traz consigo promessas e mais promessas, loucura, paranoia, assassinato: é o padrão sendo mantido. Reserve sua vaga, menos no quarto nove (este já é meu), passe alguns meses na companhia desta tão feliz família. Norma virou a placa para o lado ABERTO, Norman está limpando as camas, Dylan já foi buscar as novas cortinas e Emma nos dá as boas vindas. Eles retornam, mas nem todos prosseguirão.
Para a alegria geral da nação, chegou ao público [assinantes da Netflix (ou não)] este mês a 3ª temporada da série que vem arrastando milhões de telespectadores. House of Cards retrata o padrão de política estadunidense, focando sua trama na carreira de Frank Underwood e co-apresentando sua querida mulher (por hora) Claire. Além de ser muito bem elaborada, a série da Netflix apresenta gemialidades no que se refere ao cenário político brasileiro. Na segunda temporada temos o candidato a governador, Peter Russo, que após uma longa campanha morre tragicamente dentro de seu carro (na realidade, Francis o matou). Aqui, em nossa linda terra, algo parecido aconteceu na corrida presidencial do ano passado. O candidato do PSB ao Palácio do Planalto, Eduardo Campos, morreu bem no meio de sua subida e descida de palanques, assassinado ou não, disso não temos certeza. As semelhanças não param por aí. Para ascender ao cargo máximo da casa branca, Frank Underwood provoca um pedido de impeachment, retirando assim a pedra de seu caminho. Em 1992, um pouco longe do Tio Sam, Collor é derrubado de sua linda cadeira e o povo celebra com os rostos pintados. Semelhanças, apenas semelhanças…
Na 3º ano de House of Cards o então presidente Frank Underwood toma medidas radicais com as esferas populistas do governo. O reajuste na distribuição de capital afeta a aposentadoria e outros pontos da base social de seu governo, é neste momento, e a partir dele, que Francis ganha uma prima, de um país do mesmo continente, ela usa um vestido vermelho e não tem medo de se desmentir. Dilma, ou como seus partidários costumam declarar: “Dilmãe”, esqueceu de seu filhos. A face que Francis apresentou na série fictícia assemelha-se diretamente com a era neoliberal do governo petista de Rousseff. De Frank já era de se esperar, ele vinha mostrando isso nas duas temporadas que transcorreram divinamente, mas, quando falamos de Dilma Rousseff, é quase uma surpresa. A candidata a Presidência em 2014 prometeu, que nem que a vaca tossisse, modificaria uma vírgula se quer nos direitos trabalhistas. A candidata prometeu progresso e uma pátria bem mais que “educadora”. A candidata Rousseff eliminou quaisquer dúvidas sobre seu futuro governo, solicitou seu voto para continuar com sua política de “bem-estar”, esbravejou esbugalhando os olhos frente a Marina Silva e Aécio Neves que se eleita cumpriria todos os seus tópicos listados em um programa de governo fantasma. A candidata Dilma Rousseff parece ter sido assassinada por uma mulher que no dia 1º de janeiro de 2015 subira a reta do Planalto. Essa mulher, sem rodeios, modificou tudo que nossa querida “Dilmãe” dissera em sua campanha. Tratou de falir o maior trunfo da nossa heroína. Responsabilizou-se pelas mudanças em suas contas da luz, água e até mesmo dos alimentos. Essa mulher que fora envolvida por uma faixa verde-amarela no início do ano chamou uma outra amiga, a Inflação, para nos fazer uma visita, e como prometera: “Será uma longa estadia”, falou a roliça Inflação. Que mulher de espírito nobre, essa tal Infla, como foi apelidada por Dilmãe, ou melhor, por sua sósia (Meu senhor, temos que encontrar Dilma Rousseff, ela fez uma campanha tão bela, tão íntegra, falou tão bem, onde será que está Dilma agora, vendo tudo isso acontecer…). É válido ressaltar que Infla, após alguns dias de sua chegada, convocou seu amigo que não via faz quase uns vinte anos. Inflação sacou o telefone presidencial e discou: (69) 1313-4545.
– Alô?!- falou uma voz grossa. Parecia cansado.
– Alô, é o Peach? – grasnou Infla.
– Que Peach? – quis saber a voz grossa. Com toda certeza ele estava cansado.
– O Impeachment, ele ‘tá em casa?
– É ele quem fala. – respondeu Peatch. Após minutos de muita conversa, Impeachment concordou em pegar um avião rumo a Brasília, se hospedaria no “Michel Saltitante” e aguardaria até ser chamado, mas ressaltou – Só irei esta vez. Não bateu nem trinta anos e vocês estão me convocando novamente? Acham o que, democracia é circo?
Infla, calada estava, calada ficou. Confirmou o voo de Peach e ficou no aguardo. A sósia de Dilma, ao saber da visita que estava por vir, gargalhou e repetiu a célebre frase: “É só uma marolinha.”. As amigas caíram em um mar de gargalhadas e ali ficaram, beberam algumas taças de um vinho com seus 50 anos, e por fim, Dilma Sósia Rousseff falou:
– Essa safra é de 64. Amarga demais.
– É como foi produzido, senhora, espremeram demais as uvas, até não sobrar mais nada. – declarou Infla, que de bebida não entendia nada, mas precisava fazer bonito. A sósia da presidente ligou a tevê à sua frente e conectou o notebook, acessou a internet, varreu sites e chegou no seu pretendente. Clicou na categoria “Séries e TV” e foi até uma intitulada House of Cards. O protagonista da série se assemelhava muito com a verdadeira Dilma Rousseff, compreendeu. Mas existia uma diferença explícita: Frank, o principal da trama, por mais manipulador que fosse, maquiavélico e traiçoeiro, nunca, em hipótese algum chegaria aos pés da mulher que enganou mais que a metade de um país, apenas com palavras. Apenas com ocas e marqueteiras palavras. No quesito fraude, Rousseff ganha a corrida, mas é válido ressaltar que o povo brasileiro acompanha seus passos, pois alguns meses após eleger tal mulher, se arrepende e tenta limpar tudo que fizera. Antes de uma reforma política, necessitamos da mais profunda modificação moral.