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Quem serão os apresentadores do Oscar?

Na noite de hoje, teremos a 88º edição da entrega dos prêmios do Oscar, uma noite memorável e de muita festa. O anfitrião da noite será o conhecido comediante Chris Rock que terá o desafio de superar sua última participação como apresentador do evento. No palco do Dolby Theatre para anunciar os vencedores das categorias teremos:
J.J. Abrams
Patricia Arquette
Abraham Attah
Cate Blanchett
Emily Blunt
Steve Carell
Henry Cavill
Priyanka Chopra
Louis C.K.
Sacha Baron Cohen
Common
Russell Crowe
Benicio Del Toro
Chris Evans
Tina Fey
Morgan Freeman
Jennifer Garner
Whoopi Goldberg
Ryan Gosling
Louis Gossett, Jr.
Kevin Hart
Lady Gaga
Dave Grohl
Quincy Jones
Byung-hun Lee
John Legend
Jared Leto
Rachel McAdams
Julianne Moore
Olivia Munn
Dev Patel
Eddie Redmayne
Daisy Ridley
Margot Robbie
Jason Segel
Andy Serkis
Sarah Silverman
J.K. Simmons
Sam Smith
Charlize Theron
Jacob Tremblay
Sofia Vergara
Kerry Washington
The Weeknd
Pharrell Williams
Reese Witherspoon

Depois dessa lista podemos esperar um Oscar cheio de estrelas e momentos a serem guardados na memória.
A cobertura do Oscar completa você confere aqui e em nossa página no facebook

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7 Atrizes de Sagas que já ganharam Oscar


Quem nunca conheceu um ator ou atriz por um filme de saga, e virou fã depois, não sabe o que é orgulho. Orgulho de dizer: “Eu conheci Ansel Elgort por Divergente, antes de ser fã dele virar modinha”, por exemplo. Também dá muita satisfação o contrário, ou seja, conhecer uma saga por causa do ator. Melhor ainda é quando o seu ídolo, que traz um personagem de livro (ou mais) à vida, é premiado por isso. Pensando nisso, nós do Beco quisemos fazer uma lista especial pra vocês. O post, na verdade, ia ser sobre atores ou atrizes de sagas que já ganharam oscar mas, a fim de mostrar o poder de atuação de grandes mulheres, resolvemos fazer apenas das girls. Veja aqui as 7 atrizes de sagas famosas que já ganharam o Oscar, e divirta-se!

 

1- Jennifer Lawrence (Katniss Everdeen, Jogos Vorazes)

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Pode parecer clichê, mas tínhamos que começar com nossa diva, JLaw. Além de vários outros prêmios por vários outros filmes, a nossa querida Katniss ganhou o Oscar de Melhor Atriz em 2013 por “O lado bom da vida”. Super merecido, pela cena da lanchonete e várias outras…

2- Octavia Spencer (Martha, Percy Jackson e Johanna Reyes, Divergente)

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Apesar de não muito valorizado, o mérito de Octavia Spencer em “The Help” foi legítimo, na opinião de muitos. Em 2012, a atriz levou a estatueta de melhor atriz coadjuvante, assim como levou o Globo de Ouro.

3- Maggie Smith (Minerva Mcgonnagall, Harry Potter)

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Essa é clássica, hein? Bem antes da J.K. Rowling PENSAR em começar a escrever “Harry Potter”, sua futura professora de transfiguração já tinha ganho DOIS Oscars, como Melhor Atriz em “Primavera de uma solteirona”, em 1970, e como Melhor Atriz Coadjuvante em “California Suite”, em 1979. Como não admirar essa mulher?

4- Emma Thompson (Sibila Trelawney, Harry Potter)

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Sim, é ela, nossa amada professora de Adivinhação! Emma Thompson, além de ter levado o Oscar de Melhor Atriz em “Howards End”, em 1993, também ganhou como melhor roteirista por “Sense and Sensibility”, em 1996! Por essa você não esperava, não?

5- Kate Winslet (Jeanine Matthews, Divergente)

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Nossa diva/vilã de Divergente também tem Oscar, pessoal! Quando se fala nela, todo mundo pensa em Titanic, mas será que alguém conhece “O leitor”, o filme que ela fez com Ralph Fiennes (Voldemort)? Se não conhece, deve conhecer, pois foi graças ao longa que essa linda ganhou como Melhor Atriz, em 2009.

6- Julianne Moore (Alma Coin, Jogos Vorazes)

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Essa é recente. Como muitos sabem, nossa Coin, que em Jogos Vorazes fica “competindo” com a Jen, pra ver quem rouba mais a cena, ganhou como Melhor Atriz no ano passado (2015), por “Para Sempre Alice”. Mais do que merecido, não?

7- Meryl Streep (Anciã-chefe, O Doador de Memórias)

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E adivinha quem não pode ficar de fora quando o assunto é Oscar???? Isso mesmo, a rainha, a musa a deusa do cinema, Meryl Streep!!!!!! Por motivos de conveniência, nem vou citar todos os prêmios que essa diva já ganhou, até porque todo mundo já deve saber. Apesar de não ser uma saga muito famosa entre o público adolescente, “O doador de memórias” ganhou destaque não apenas por ser uma adaptação de um livro super famoso, mas também pelo elenco DESTRUIDOR!

 

Então foi isso, pessoal, essas foram as 7 divas das sagas e do Oscar que conseguimos lembrar. Obrigada a todos pela paciência com os surtos de fã ao longo do texto e tenham uma ótima premiação!

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O que vai sair da Netflix em Março/2016

Faltam 2 dias pra gente sair de Março mas ainda dá tempo de assistir aquele filme que você tá enrolando faz tempo. Confira abaixo os títulos e a data de sua remoção da plataforma:

01/03/16

× 1911

× 4.3.2.1

× A História de Adele H.

× A nova onda do imperador

× Alphas (25 eps.)

× As Melhores Intenções

× Até a Eternidad

× Bullets Over Broadway

× Celebridades

× Desconstruindo Harry

× En la boca del lobo (80 eps.)

× Igual a Tudo na Vida

× La Camioneta: The Journey of One American School Bus

× Mighty Aphrodite

× O alvo final

× O Corcunda de Notre Dame

× O Incrível Hulk

× O traidor

× One Direction: This Is Us

× Os Goonies

× Oscura Seduccion

× Papai Noel as Avessas

× Parallels

× Poucas e Boas

× Romeu e Julieta – Unidos por um beijo

×Small Time Crooks

× Superman Returns

× The American Scream

× The Arrival

× The Honourable Woman (9 eps.)

× Todos dizem eu te amo

× Wake Up! with No Make Up: Musical Clips

× Wake Up! with No Make Up (13 eps.)

× Wild China (6 eps.)

02/03/16

× A outra história americana

× Os Miseráveis

04/03/16

× Mr. Angel

07/03/16
× Anna Karenina
 10/03/16
×O Abutre
× Tudo Pode Dar Certo
11/03/16
× A Marine Story
× Good Ol’ Freda
× Paul Williams: Still Alive
× Street Fight
× The Dark Matter of Love
× The Final Girl
× The Genius of Marian
12/03/16
× A Escolha Perfeita
× Simone
14/03/16
× O Pestinha (1 e 2)

15/03/16
× Ame Seja Como For (6 eps.)× American Pie – A primeira vez é inesquecível

× Bitten: Temporada 1

× Croupier

× Desbravadores

× Dilbert (30 eps.)

× El Mariachi (71 eps.)

× Expresso Da Morte

× Inspetor Bugiganga salva o Natal

× InuYasha: The Movie 2: The Castle Beyond the Looking Glass

× InuYasha: The Movie 3: Swords of an Honorable Ruler

× InuYasha: The Movie 4: Fire on the Mystic Island

× InuYasha: The Movie: Affections Touching Across Time

× O melhor de TEDx (21 eps.)

× TED Talks: Construindo maravilhas (17 eps.)

× TED Talks: Desafiando as doenças (17 eps.)

× TED Talks: Feras insetos e bio-confusões (23 eps.)

× TED Talks: Jornada no espaço (20 eps.)

× TED Talks: Life Hack (10 eps.)

× TED Talks: Mastigue isso (14 eps.)

× TED Talks: Rindo com inteligência (20 eps.)

× TED Talks: Sexo, segredos e amor (17 eps.)

× TEDTalks: Arte e ilusão (17 eps.)

× TEDTalks: Body By Design (8 eps.)

× TEDTalks: Bravo mundo neural (7 eps.)

× TEDTalks: Ciber-êxtase (17 eps.)

× TEDTalks: Como Iniciar um Movimento (8 eps.)

× TEDTalks: Conexões inexplicáveis (13 eps.)

× TEDTalks: Dentro do abismo (13 eps.)

× TEDTalks: Design rebelde (14 eps.)

× TEDTalks: Dicas ancestrais (19 eps.)

× TEDTalks: Hot Buttons (9 eps.)

× TEDTalks: Invenção radical (16 eps.)

× TEDTalks: Jogos para a cabeça (19 eps.)

× TEDTalks: Maquinações robóticas (18 eps.)

× TEDTalks: Números falam mais alto que palavras (9 eps.)

× TEDTalks: O futuro da humanidade (16 eps.)

× TEDTalks: O paradoxo do capitalismo (17 eps.)

× TEDTalks: Revolução musical (24 eps.)

× TEDTalks: Uma vida de lições e confissões (21 eps.)

× TEDTalks: Vilas globais (13 eps.)

× Terra dos cavalos: Temporada 2

× The Speak

× The Woodlanders

× Truques para o dia a dia 2: O Próximo Passo (9 eps.)

× Vampire Dog

× Vozes Animais (8 eps.)

18/03/16
× 16 Acres
× Client 9: The Rise and Fall of Eliot Spitzer
× LIFE 2.0
× Still Bill
× You’ve Been diumped
Atualizações, Filmes

Fox revela que “Wolverine 3” será para um público mais adulto!

Wolverine 3 terá um conteúdo mais adulto do que os últimos filmes de super heróis. A novidade foi confirmada pela Fox, que será responsável pela produção do filme.

Depois do sucesso de bilheteria de “Deadpool”, que tem classificação 16 anos, a Fox já começou a falar em filmes de conteúdo mais adulto.

Durante a New York Toy Fair, o estúdio revelou que pretende produzir o terceiro filme sobre Wolverine com essa mesma pegada. A mudança da classificação etária proporcionaria cenas mais reais para o mutante mais famoso da Marvel.

Quem não gostaria de ver as garras de adamantium de fato bem afiadas e cortantes, ao invés de misteriosamente passar pelas pessoas sem derramar uma gota de sangue?

Sem dúvida, o personagem interpretado por Hugh Jackman é o que mais poderá se beneficiar da liberdade de criação proposta em filmes para maiores de 16 anos.

 

Críticas de Cinema, Filmes

Crítica de Cinema: Spotlight – Segredos Revelados

Em tempos de mídias golpistas e parciais, que fazem de tudo por uma boa história, que aliás, nem precisa ser boa, ou mesmo verídica, mas precisa render. Spotlight traz uma visão do que o jornalismo realmente deveria ser: ético, justo, que expõe ao público informações verdadeiras, crimes que ficaram impunes e que não tenta manipular o leitor. O jornalismo que trabalha para o bem da sociedade.

“Spotlight” é a equipe de investigação do Jornal “The Boston Globe”, formada por Michael Rezendes (Mark Ruffalo), Sasha Pfeiffer (Rachel McAdams), Matty Carroll (Brian D´Arcy James) e chefiada por Walter Robinson (Michael Keaton). A equipe descobre casos isolados de padres da Igreja Católica da arquidiocese de Boston que abusaram sexualmente de crianças e, como esses casos, mesmo sendo de conhecimento de vários líderes religiosos e de outros setores da sociedade, foram encobertos e permaneceram impunes por um longo tempo.

Eles resolvem então, fazer uma investigação a fundo, entrevistam adultos que foram abusados por padres quando eram crianças, advogados e o próprio cardeal. Acabam se deparando com uma realidade grotesca e repugnante, casos de pedofilia são muito mais numerosos do que eles podiam imaginar, é um problema enorme dentro da Igreja Católica, que com seu poder gigantesco, conseguiu abafar os escândalos. Em momento algum o filme critica a religião católica, mas sim, a instituição, que como toda instituição formada por homens, é falha.

Os jornalistas conforme prosseguiam em suas investigações, viram que os padres, geralmente abusavam de crianças de classes mais baixas, em situação de grande vulnerabilidade, cativavam-nas e depois as abusavam, roubando a infância delas, a dignidade e a fé. A Igreja, quando tinha ciência dos casos, fazia de tudo para acobertar os criminosos, mudando eles de paróquia, diocese ou simplesmente, afastando-os por “problemas de saúde”.

A história de “Spotlight – Segredos revelados” é baseada em fatos reais. Boston tem uma das maiores comunidades católicas dos Estados Unidos, mais de 70 padres foram acusados de pedofilia, tornando o escândalo mundial e trazendo muita dor de cabeça ao Vaticano. É comovente ver como os jornalistas se envolveram pessoalmente com o caso, principalmente Mike Rezendes, interpretado brilhantemente por Mark Ruffalo, sendo ele português, tem uma relação mais forte com o catolicismo, então fica extremamente decepcionado e horrorizado com o que descobre.

Tom McCarthy, o diretor do longa, coloca-nos dentro da redação do jornal, é possível ver como as coisas funcionam lá e como os repórteres vão a campo atrás de informações e documentos. A Igreja possui um esquema obscuro, dificulta burocraticamente o acesso a documentos com informações ruins sobre seus sacerdotes, faz um jogo sujo e vai contra os dogmas dela mesma.

O filme prende nossa atenção do começo ao fim, ficamos motivados em saber mais e mais sobre a história. O que também achei interessante foi como cada jornalista da equipe foi afetado com o caso, Matty, por exemplo, fica assustado ao saber que um dos pedófilos é seu vizinho e alerta aos seus filhos evitar passar perto da casa do padre. Sasha, que costumava ir a igreja com sua avó, não consegue mais ir, não consegue esquecer das entrevistas emocionadas que fez com as vítimas. Cada um deles sabe a enorme responsabilidade que eles têm de trazer a verdade a tona.

A atuação de todos é muito boa, segura e precisa. Mas quem se destacou foi, sem dúvida, Mark Ruffalo. Ele incorporou o jornalista de uma tal maneira que nos faz esquecer que é apenas um filme. Trouxe toda a paixão que Mike tem por sua profissão e em fazer o bem para os outros. Todos os personagens são trabalhados de forma bastante realista e fiel à história verdadeira. O filme se concentrou na vida dos personagens enquanto profissionais, não sabemos muito do lado pessoal de cada um.

Spotlight tem um ritmo lento e rápido ao mesmo tempo, lento pois não possui clímax, momentos dramáticos, nesse sentido o filme é bastante morno e, rápido, pois é fácil ficar perdido em meio a tantas informações e descobertas, é necessário estar atento a tudo o que eles falam.

O diretor inseriu em diversas cenas uma monumental Igreja no plano de fundo e à frente uma escola ou parquinho, onde seria um lugar de acolhimento e amor, passa a ser assustador e opressor. O interior da igreja também é caracterizado de forma em que ficasse um clima pesado. Boston é sempre mostrada de maneira fria e escura.

O ambiente do “The Boston Globe” é claro, limpo e usa tonalidades de branco e cinza, trazendo um aspecto higiênico e frio. A sala de Spotlight tem um acesso mais difícil dentro do prédio do Jornal,fica “escondida”, reclusa, afastada de todo resto, podemos entender isso como uma referência aos segredos que essa sala guarda.

A trilha sonora é muitas vezes melancólica, aumenta a tensão e a dramaticidade de certos momentos. Para mim, foi muito bem pensada a cena em que a matéria, finalmente, está sendo escrita e ao fundo temos crianças de um coral da igreja cantando “Noite Feliz”, o que seria algo bonito e puro, enche-nos de horror ao pensar o que poderia ter acontecido com uma dessas crianças dentro da própria instituição religiosa.

Spotlight mostrou de forma realista, que a sociedade se cala diante de crimes sexuais e, principalmente, quando quem sofre vem de uma classe mais baixa. É mais fácil ignorar a dor e os traumas alheios. Fingir que esses abusos não acontecem dentro da própria Igreja Católica foi a opção de muitos e o filme deixa isso bastante claro.

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Crítica: 45 years (2015)

Teu passado não te condena, não mesmo. Teu passado só vai perturbar todo um futuro incerto, vai ser constante de temores, uma corda-bamba entre os dias nauseantes. Essa é a principal mensagem de 45 years. Uma lição obscura que nem todos gostariam de receber.

O filme gira em torno de um casal que em alguns dias estaria por completar 45 anos de casamento. Kate e Geoff vivem suas vidas na normalidade cabível para o interior do Reino Unido, a mulher todas as manhãs caminha com seu cachorro, o marido cria entretenimentos entre os cômodos da casa e assim os dias se passam, até chegarmos à última semana para grande comemoração. Kate começa os preparativos para a festa de seu quase meio século de casada. Contrata gente pra isso, para aquilo, e por ai vai. Todo o clima de uma pré-festa é criado até que um carta acaba por invadir a residência dos Mercer. Em um alemão culto a mensagem da carta é a seguinte: Encontramos ela.

Nesse momento tanto Kate quanto Geoff se mostram atônitos. “Ela” seria o primeiro amor de Geoff, seu principio de paixão que morrera em uma escalada nos alpes suíços. Segundo o documento o corpo da ex-namorada de Geoff está intacto, congelado no alto de uma montanha. A partir daí a vida do casal não é a mesma. Os cinco dias que o filme faz questão de contar massantemente são cheios de desconfiança, traumas e diálogos que chegam ao ápice do arrependimento. Primeiro que Geoff não contara tudo à sua mulher sobre seu relacionamento com a sumida e morta amiga, o homem deixara permear várias camadas de verdades não postas a mesa e a medida em que estas camadas são jogadas fora Kate se transforma. Da mulher simpática que caminhava com o cachorro, Kate torna-se a ciumenta e insegura esposa e Geoff, com o que resta de sua paciência e consciência, apenas prossegue com a sua narrativa da história.

O filme de certa forma fora criado para Charlotte Rampling, que interpreta Kate Mercer. Grande parte do longa é um monologo silencioso da personagem. Suas caminhadas matinais, suas saídas para encarar rios e árvores não incomodam o espectador, ao contrário, só o deixa mais íntimo da situação. As expressões de Charlotte são um banquete para o admirador da interpretação. Cada detalha colocado pela atriz nas telas é de uma preciosidade gigantesca, mas não faz de Charlotte a melhor entre as atrizes indicadas ao Oscar. Tivemos grandes interpretações esse ano sendo indicadas pela Academia, tanto com papeis principais quanto coadjuvantes, e Rampling fora uma dessas, mas creio que não consiga tirar a estatueta de Brie Larson (Room), mesmo se sobrepondo à Saoirse Ronan (que deu o seu melhor em Brooklyn, mas não fora isso tudo) e JLaw (Joy). Se fossemos criar um ranking (já criando), Charlotte Rampling estaria empatada com Cate Blanchett, ambas teimando por um pedaço da estatueta, mas no fim de tudo não vejo motivos para o prêmio não ser entregue à Larson, que transformou Room em uma experiência ainda mais trágica e angustiante.

Uma das cenas em que vemos Charlotte Rampling em sua melhor forma é quando a personagem vai até o sótão procurar algumas partituras. Depois de encontrar uma de Bach, vemos Kate se debruçar no piano e retirar uma das melhores sinfonias do compositor alemão. É belo observar todos os sentimentos presentes no filme envolvidos em uma única situação, com apenas uma personagem guiando-os. Magistral a interpretação de Rampling. Encantadora como a junção de notas de Bach com o enredo simples e desafiador do filme. O mesmo podemos falar de Tom Courtenay como Geoff, dono de uma carreira gigantesca (assim como sua parceira), Courtenay nos conduz para situações inusitadas com seu personagem, é o modo cru de se interpretar que faz da atuação uma vitrine para iniciantes. Depositando mágoas e desejos, Courtenay intercala os momentos de seu personagem com uma dignidade que aquele senhor exige. O que vemos em 45 years são dois titãs do cinema britânico reforçando suas posições, colocando à exposição suas habilidades singulares. Não se observa isso todo dia.

A fotografia de 45 years tem suas particularidades. Passamos quase duas horas com tons claros, variando do verde para o azul e em alguns momentos chegando ao amarelo dos campos interioranos da Inglaterra. Somos presenteados com ângulos maravilhosos, que tomam toda a paisagem para si e colocam na tela. Esses momentos em que observamos todo um plano paisagístico se repetem em várias tomadas e só deixa o filme ainda mais digno de interpretações; essa lacunas oferecidas pelo diretor são propositais. Deixam o espectador observar e criar uma verdade sobre aquilo. O filme inteiro nos coloca nesta posição, não de apenas ouvinte ou espectador, mas de interpretador de algumas situações. O drama do fim da vida é retratado visceralmente, com diálogos que se encaixam perfeitamente. De uma realidade brusca e sem entremeios, 45 years nos leva a refletir sobre um tema básico, simples e que com o passar dos minutos se torna denso. Uma obra admirável e com mil significados, virando de pessoa por pessoa.

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Crítica: Winter On Fire: Ukraine’s Fight for Freedom (2015)

Desprenda-se de tudo e de todos, lance no mais profundo rio seus prazeres e seus fetiches, não se vista com o orgulho ou soberba que por dias lhe consomem, por ser quem é. Desista dessa falível encenação e pare, pense sobre tudo isso e por fim aperte o play. Só assim, se martirizando de início você não sofrerá o que todos nós sofremos ao assistir “Winter on Fire”. Minto, você sofrerá, mas não portará esse sentimento de incompetência e inutilidade que aquele que assiste o documentário comumente carrega. Não sei quando o efeito do filme irá passar, não faço a mínima ideia, mas tenho toda a certeza que levarei lições concretas para a toda vida depois que vi tremenda produção.

A Ucrânia encarou sua independência em 1990, de lá para cá o país enfrenta mudanças drásticas e uma delas é o tema central do documentário “Winter on Fire”.  Quando o então presidente  Viktor Yanukovytch assume seu cargo de comandante do país as expectativas caiam justamente na questão de que tal assinaria o acordo que colocaria a Ucrânia na União Europeia. Que tornaria de fato o país em um país europeu. Mas Yanukovytch não ascendera ao poder com tal objetivo, o imã deste era atraído pelo outro lado da história. O presidente negara tal acordo e mostrou sua real face ao se esgueirar para cumprimentar com toda alegria e satisfação a Rússia de Putin. A partir deste momento as coisas começaram a acontecer na Ucrânia. Milhares de jovens se reuniram na Praça da Independência em 2013, estes carregavam bandeiras do país e da União Europeia, simbolizando o anseio popular por tal junção. Esses mesmos estudantes acompanhados de outras esferas populares foram brutalmente agredidos pela polícia, mesmo estando desarmados, mesmo estando protestando da forma mais pacífica possível.

Após o ocorrido em “Maidan” (A Praça da Independência) o perfil das manifestações foi se fortificando, até chegar a um número gigantesco de mais de um milhão de pessoas juntas naquele lugar, tudo isso por conta da atitude ditatorial do estado frente aos protestos . Estamos falando deste quantitativo de pessoas:

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A partir dai uma guerra toma conta de Kiev e de toda a Ucrânia. Conflito marcado pela covardia militar em atacar pessoas que até então estavam desarmadas, marcado por ser o estopim de uma das atuais revoluções e representar toda a revolta do povo Ucraniano, na verdade, esta é a personificação da ira causada pelos anos de repressão encoberta que acabou por atingir níveis inimagináveis a medida em que o povo saia às ruas. O documentário é de nacionalidade Ucraniana, mas tem a Netflix como detentora e produtora, este concorre com outros dois documentários da netflix (Amy e What Happened, Miss Simone) e com Cartel Land e The Look of Silence. Esta é uma categoria perigosa, a de Melhor documentário em longa-metragem, porque ao assistirmos cada longa acabamos por adentrar naquela situação, acabamos por sentir uma parcela mínima do que aquelas pessoas sentiam, e todos os indicados se encarregaram de fazer isso de uma forma espetacular. No filme que conta a história de Nina Simone observamos aquela loucura, aquela delírio provocado por sua dedicação extrema à arte e à luta. Isso se repete em Amy, em The Look of Silence e em Cartel Land, mas em minha humilde opinião, Winter on Fire consegue provocar o espectador de um modo que os outros documentários não conseguem. É de uma mortalidade que nos transporta para outros lugares, para a Ucrânia, para Maidan e nos faz erguer a bandeira bicolor e gritar “Glória aos heróis”. A forma como as imagens foram captadas transparece isso. Estamos em uma zona de conflito onde viver é a menor das certezas e perder sangue em prol da nação é ato inquestionável.

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A luta ucraniana posta em cena só nos causa vergonha profunda, nos deixa desnorteados pois reclamamos de pouca coisa, não agimos por grandes mudanças e achamos que dedicar nossas forças em coisas muitas vezes inúteis se constitui em atos de heroísmo. Um misto de sensações se apossam de quem vê tamanha barbárie, tamanha coragem dos filhos de um país recém-liberto que não admitem serem escravizados à leis desumanas. O mundo presencia novas ondas de liberdade, igualdade e fraternidade, novos homens e mulheres que não se satisfazem com assistir o acontecimento e apenas isso. Eles precisam ir para o centro de tudo, precisam ser agentes de seu próprio destino. “Winter on Fire” traduz tudo isso em quase duas horas de filme. É um filme que nos lança para o inferno chamado totalitarismo, para ao chegarmos lá, vermos que não existe outro caminho a não ser lutar e mostrar as garras. É impossível não se emocionar com o documentário, impossível assistir “Winter on Fire” e continuar a mesma pessoa, com mesmos conceitos e medos. Quando o longa acaba um pedaço do espectador se encontra modificado, atônito e sem ar.

Glória à Ucrânia

Glória aos Heróis

Atualizações, Filmes, Música

“Alice através do espelho” tem música com P!nk

A cantora P!nk estará na trilha sonora de “Alice através do espelho”, continuação de “Alice no País das Maravilhas”.Um novo trailer foi divulgado na segunda-feira (15) e podemos ouvir a música ao fundo e a voz insubstituível de Alan Rickman.

Em vídeo dos bastidores, P!nk aparece gravando a faixa “White Rabbit” no estúdio, disse que está muito feliz em estar fazendo parte da trilha sonora e que é uma das coisas mais legais que ela já fez.

“Alice através do espelho” chega ao Brasil em 26 de Maio.

Atualizações, Colunas, Filmes

Coluna: Spotlight e sua denúncia sobre o silêncio

Fui ensinado de que existem três coisas que devem e merecem permanecer intocáveis: Política, futebol e religião. Você com toda certeza já recebeu esse conselho, não? Não mexe ai, isso é assunto seleto. Pois bem, eis aquele momento em que cai por terra todos esses costumes e bloqueios e você nota que política é assunto primordial para a vida de qualquer ser humano, futebol é facultativo e religião, bem, religião está por toda parte e a pessoa que se preze deve construir nem que seja um fragmento de opinião sobre isso. Já falamos por meses e meses sobre política aqui, debatemos sobre manobras, modos de se fazer política e sobre tudo o jeito como este país está sendo governado. Hoje não fugiremos da política, infelizmente (ou felizmente?), pois existem aqueles que desejam se apropriar da religião para se alavancar no meio citado. Hoje iremos nos aprofundar nos erros grotescos que ocorrem nas mais variadas religiões, falaremos sobre atos que nunca deveriam ter acontecido, e sobre os que acontecem e continuam por ser varridos para debaixo do tapete. Nossa inspiração? O longa “Spotlight”, indicado pela Academia em 6 categorias no Oscar 2016. Nosso embasamento? A falta de fé e palavra de alguns líderes.

O filme “Spotlight” trás para as telas uma investigação realizada por determinada equipe de uma jornal norte-americano sobre crimes sexuais cometidos por membros do clero da igreja católica de Boston. A partir de poucos casos descobertos de estupros e assédios cometidos por sacerdotes, os repórteres se aprofundam no caso, revelando um escândalo gigantesco, onde mais de cem vítimas foram totalizadas, isso repercutiu mundo a fora e todos nós sabemos a profundidade dos casos, até onde chegaram, como tais atos desumanos invadiram as paredes sagradas da cidade farol do catolicismo, como padres, bispos, cardeais estupraram crianças e passaram despercebidos, foram encobertos pela Igreja. Hoje temos em mente que a praça de São Pedro não só foi lavada por sangue das guerras santas, mas por lágrimas de crianças mundo a fora. O filme é de uma realidade que aterroriza, mas iremos nos conter por hora pois neste sábado uma crítica sobre o longa irá ao ar com detalhes cruciais do filme. Indicamos um outro filme com esta temática, e de certa forma avassalador assim como “Spotlight”. “O Clube” é o título do longa lançado também ano passado que conta como se dá “a punição” destes padres estupradores e criminosos perante a Igreja. Você confere o trailer abaixo:

Antes de nos aprofundarmos neste tema, é preciso dar destaque a algo: A religião é falha. Isto é fato. Não digo que suas escrituras são falhas, que pecam em cada frase, longe disso, ainda iremos falar sobre os livros sagrados pois é necessário de toda forma, mas o que desejamos passar é que a religião, por ser administrada por homens consequentemente encontra um caminho falho, já que homem nenhum é perfeito. No fim das contas, a religião é o reflexo de seus seguidores, e acima de tudo, daqueles que se dizem “Líderes” e comandantes de tal legião. Sobre os abusos sexuais até hoje são contabilizados mais e mais casos semelhantes aos descobertos em Boston, mas o ápice ocorrera durante o papado de Bento XVI. Fora lá que o mundo conseguiu encarar a face manipuladora da Igreja, novamente. O Papa sobre tal situação primeiramente proferiu declarações duvidosas, parecidíssimas com o que tanto fora repetido décadas após décadas sobre os crimes abafados. Após receber acusações de que estava por acobertar ainda mais os criminosos, o Papa remodelou seu discurso, o deixou apresentável ao público: Resumindo, falou o que os fieis e os não-fiéis desejavam ouvir, mas as ações que realmente deveriam ser tomadas só vieram emergir no papado seguinte, com o atual pontífice, Francisco, que por meio de mudanças drásticas na cúpula da religião está encaminhando uma onda de modificações no modo como a igreja reage frente a assuntos como esse. Que fique claro também outro quesito: Não se fala aqui da fé ou dos dogmas da religião, mas sim de seus representantes. Não é intensão nossa reivindicar mudanças nos dogmas religiosos, pois caso isso ocorresse deixariam de ser dogmas. Isto é assunto da Igreja para a Igreja, de determinada religião para esta e só, não cabe as pessoas que estão fora de tal âmbito querer interferir na fé alheia. Mas quando o assunto extrapola e atinge as áreas judiciais e cidadãs, bem, é dever de qualquer um, ateu, espírita, católico ou protestante, agir. Estupros que ocorrem sob o teto sacro não ficam apenas neste, eles em algum momento surgem para aqueles que procuram saber sobre e nenhuma proteção, nenhum abrigo deve ser dado para pessoas que cometem tão horrenda ação. Justiça, é a palavra-chave neste caso e nenhuma batina tem como serventia defender estrupidadores nos tribunais, pelo menos assim deveria ser.

A partir de agora colocaremos o assunto acima, que serviu como guia para onde acabamos de chegar, de lado. Spotlight é uma obra prima e nos apareceu como a ponta do iceberg. Se mergulharmos bem mais fundo veremos uma montanha grotesca de hipocrisias e atos que vão de contra ao que as seguintes religiões pregam. Sem querer, pois estava ouvindo música no youtube, deparei-me com um vídeo interessante e que me causou vergonha alheia de principio, mas após alguns segundos pude observar a gravidade de tudo aquilo. Lá está no vídeo o pastor Marco Feliciano, presidente da Assembleia de Deus Catedral do Avivamento, pregando em mais um dos rotineiros cultos da Igreja. Até ai, tudo bem, nada mais normal que isso, não? Um pastor pregando? Mas o tema até que é engraçado, aos poucos o pastor vai introduzindo uma narrativa cheia de entremeios, com algumas (várias) mentiras nas suas frases, até chegar no cantor e compositor Caetano Veloso. O pastor simplesmente acusa Caetano Veloso de ter recebido auxílio de satanás, o próprio, para a venda de um disco seu que continha a música “Sozinho” (as vezes no silêncio da noite... você conhece). Feliciano neste vídeo que é antigo (2013) mas que comprova a pessoa do pastor, usa dados que para ele e seus fiéis são verídicos para destinar todo o sucesso de Caetano a pactos realizados em terreiros de candomblé. Em uma das partes do vídeo ele faz uma interpretação digna de Oscar para revelar o segredo de Caetano Veloso ter conseguido vender um milhão de cópias, e por fim fala que a força do cantor vem de uma mãe de santo, nomeada Mãe Menininha do Patuá. É ai meus amigos que a coisa começa a virar uma piada completa (já era). Quem conhece o candomblé, ou ao menos um pouco sobre a religião, sabe que um dos expoentes da mesmo é Mãe Menininha do Gantois (que na pronúncia fica Gantuá), veja, Marco Feliciano só precisaria fazer uma simples pesquisa para deixar sua fantasia ainda mais convincente, mas não, é muito trabalho para enganar milhares de fiéis. Esse discurso de Feliciano, ao colocar a Iyálorixá como servidora do demônio, e transformar os Orixás em o próprio satanás adentra na mente das pessoas, chega no ouvido de crianças, pais e mães e as deixa completamente desnorteadas. Em uma sociedade onde o negro é associado a escravidão, e religião negra é associada ao submundo por questões históricas que se transvestem nos dias de hoje para reproduzir o maior nível de preconceito possível, tais palavras vindas de um líder só pode repercutir em algo maior. E infelizmente aconteceu isso. Além do preconceito habitual gerado pelas diversas religiões em relação as de matrizes africanas (que não deve existir), um caso chocou o país há algum tempo. Uma garota, vinda do culto de candomblé, foi apedrejada. Os presentes relataram que os agressores portavam bíblias. Perceba, todo o discurso de ódio reproduzido por Felicianos nas mais diversas igrejas, independente da religião, resultam em atos fanáticos que tiram vidas ou deixam pessoas gravemente feridas. É certo que, como falei, não devemos agir no que condiz a ações internas das religiões, mas é um erro grotesco ficar parado ao ver que os atos de tais religiões em seus templos resultam em uma guerra constante nutrida de palavras de ódio e violência. O amor ao próximo, o respeito, a fraternidade ensinada por Jesus transformou-se em “desrespeitai, odiai e matarás” o teu próximo. Atingimos um estágio de alienação popular que deixa qualquer um bestializado. Voltamos a época em que negros não podem cruzar pontes, em que qualquer cidade do interior ou da capital transformou-se na nova Selma. Sobre esse processo de uso da oratória para enganar milhares com tão pouco, indicamos o filme “A Onda”, que para muitos já é clichê, mas pode servir como um “alerta” sobre determinadas coisas. Confira o trailer abaixo:

Realizando uma quebra no assunto “Intolerância religiosa”, vamos para um tópico que se enquadra muito bem nesta questão de se contradizer. Em Uberaba, centro do Espiritismo no Brasil, ano passado, presenciei uma cena que deixaria qualquer um entendedor da Doutrina revoltado. Nos foi informado que nenhuma loja da cidade estava autorizada a vender material que estivesse estampado com qualquer que fosse a figura relacionada a Chico Xavier (Grande nome da religião não só no país, mas em todo o planeta), até ai tudo bem, os responsáveis estariam preservando a imagem do médium, mas o que ocorreu, neste mesmo dia fomos até o museu destinado a Francisco Cândido Xavier e encontramos de tudo. Bolsa, chaveiro, camisa, caneca, copo, tudo que um bom capitalista iria adorar ver se encontrava no local estampados com o rosto sorridente e sereno de Chico Xavier. O que aconteceu em Uberaba (e ainda deve está acontecendo, não sei, quem for de Uberaba ou passara por lá há pouco, conte-nos nos comentários, estamos curiosos) fora nada menos que um monopólio comercial; realizado por REPRESENTANTES, eu disse, do legado do médium. Homem que pregara o desprendimento das coisas materiais. Trabalhadores de uma religião que tem como eixo principal a caridade e valorização dos bons atos, doutrina que nada necessita materialmente, mas oferece espiritual e fisicamente. Também em Uberaba, nos foi informado que em alguns centro espíritas (entre os mais de sessenta da cidade) falsos médiuns fingiam incorporar o espírito de Chico Xavier, trazendo mensagens descaradamente comerciais, e os homens e mulheres, nauseados por uma fé cega, acreditavam e atendiam as exigências demandadas pelos charlatões. No distrito central da religião no país, atos como esses se repetem e nos perguntamos: O que a religião faz sobre isso? Vou melhor formular minha pergunta: O que os representantes da religião fazem sobre isso?

Recentemente presenciamos a festa de Iemanjá em Salvador e em outras cidades do país. Milhares de pessoas enviando suas oferendas à Dona Janaína. Junto a festa também surgiu um questionamento que há tempos se vem fazendo presente mas que desta vez ganhou maior evidência: Para onde vão esses barcos e oferendas maiores? Vão para o fundo do mar que acaba por ficar poluído com uma demanda gigantesca de material que não dissolve fácil, que vai passar anos vagando por ai ou regressar para a praia. O candomblé tem seu Deus maior, Olorum, criador de tudo e todos. Fora Olorum que criara os Orixás e esses se fazem presente como entidades ligadas à natureza, eles são a natureza. Sendo assim é necessário no candomblé todo um respeito imenso para com a natureza. “Kosi Ewé, Kosi Òrìsà”, em Iorubá significa “Sem folha não há Orixá”, ou seja, sem folha não há nada, sem natureza não existe candomblé, então porque, para o culto a determinado Orixá tanto dano se causa à natureza? Líderes da religião tentam ao passar dos anos transformar os rituais, adapta-lós para a atualidade. Um filme que pode ajudar a compreensão de tal tema é “Jardim das folhas sagradas”. Nele, além da questão já levantada anteriormente, vemos o debate religioso interno sobre o sacrifício de animais nos cultos, assunto esse que não adentraremos pois não nos cabe, como já deixamos claro diversas vezes nessa coluna, modificar dogmas que não afetam a sociedade como atos ilegais e/ou possam causar danos futuros por conta de discursos de ódio ou repressão. Para dar uma olhada rápida no trailer do filme citado acima, clique no vídeo:

Como foi demonstrado, a religião é falha, por ser guiada por homens que em sua plenitude não condizem com as escrituras que seguem, ou nem mesmo em poucas parcelas são o retrato daqueles ensinamentos. Não falamos da fé, pois isso é íntimo, mas é preciso que as pessoas “orem e vigiem”, notem o que está acontecendo de errado e falem, coloquem um basta em certas atitudes que só perpetuam o ódio e o preconceito. A constituição vigente permite o culto livre, então que se faça, sem precisar ser apedrejado por adorar seu Orixá, sem ser ridicularizado por acreditar em fenômenos mediúnicos ou ter como guia milagres relatados em escrituras que para aquela pessoa é sagrada. Não se pode julgar as pessoas por suas vestes ritualísticas ou por comemorarem natal ou Hanukkah. A fé, a crença ou a descrença são pertencentes aqueles que destinam suas energias para tais, não para pessoas que em nada pertencem aquilo, mas existe um limite que não deve nem ser extrapolado por quem está fora, nem por quem está agindo em determinada situação. Não podemos fechar os olhos para estupros só porque existe uma religião envolvida, é ai que todo cidadão deve reunir forças para combater atos criminosos. Ouvir discurso de ódio, na igreja ou fora dela e ficar calado é contribuir para a proliferação deste. Escutar pastor, sacerdote, palestrante ou rabino falar que gay, negro e mulher são seres inferiores e ficar calado é fazer parte do insulto, do preconceito e da monstruosidade nutrida por determinados representantes religiosos. O longa “Spotlight”, nosso amigo que nos fez chegar até aqui, também deixa explícito uma questão básica que muitos de nós temos em mente desde que eramos um feto, e é o seguinte: Não se aposta contra a Igreja. Essa frase é repetida mil vezes durante o filme. Não se aposta contra a Igreja. Não se aposta contra a religião. Bem, amigos, é onde chegamos e por aqui nos despedimos, mas quero dizer: Quando a religião, por meio de seus representantes se mostra errática, bem, se aposta contra sim. Quando se nota que em determinado momento estado e religião são a mesma coisa e que estamos em um labirinto que de “Laico” só tem a placa, é o momento de ir contra qualquer que seja o culpado por tal erro ocorrer.

Neste sábado (10/02) nossa crítica do filme “Spotlight” entrará no ar, enquanto isso você pode ver o trailer e dar aquela conferida no filme.