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Retrospectiva Beco Literário 2016

2016 está chegando ao fim (finalmente!) e, junto com o Especial do Roberto Carlos, outra coisa que não pode faltar é a tão famosa Retrospectiva. Foi um ano difícil (bizarro) cheio de tragédias, mortes, fins de relacionamentos, crise econômica (alguns culpam o Leonardo DiCaprio por ter ganhado o Oscar e perturbado o equilíbrio cósmico), mas também foi o ano das Olimpíadas (e o que isso tem de bom?). Para honrar a tradição, nós do Beco Literário resolvemos fazer a nossa própria Retrospectiva intitulada “2016 do Beco pelo Beco” (profundo). Confira abaixo os posts eleitos por nós como os mais marcantes do ano e aproveite para relembrar junto com a gente:

(29.03) SE O TELEFONE NÃO TOCA

(12.04) CONFIRA NOSSA LISTA DE SNAPCHATS PARA VOCÊ SEGUIR

(22.04) 10 COISAS QUE VOCÊ PRECISA SABER ANTES DE LER O ORÁCULO OCULTO

(18.05) RESENHA: A COROA, KIERA CASS

(21.05) BECO ENTREVISTA AS BANDAS THE VAMPS E THE TIDE. CONFIRA!

(01.06) SONSERINA PODE FINALMENTE SE REDIMIR EM “CURSED CHILD”

(22.07) MARATONA NETFLIX: 5 SÉRIES GIRL POWER

(24.08) 5 MEDLEYS PARA VOCÊ QUE GOSTA DE TUDO JUNTO E MISTURADO

(29.08) A REDENÇÃO DE BRITNEY SPEARS NO VMA 2016

(15.09) 6ª TEMPORADA DE ‘AMERICAN HORROR STORY’ ESTRÉIA E DEIXA O POVO CONFUSO

American Horror Story

(21.09) CRÍTICA DE CINEMA: O SILÊNCIO DO CÉU

O Silêncio no Céu

(14.11) A BELA E A FERA GANHA O SEU PRIMEIRO TRAILER COMPLETO

(17.11) CRÍTICA DE CINEMA: ‘ANIMAIS FANTÁSTICOS E ONDE HABITAM’ (2016)

(29.11) 04 DICAS PARA QUEM QUER COMEÇAR A ESCREVER

(30.11) CONSCIÊNCIA NEGRA: ONDE ESTÃO OS PROTAGONISTAS NEGROS NA LITERATURA INFANTO-JUVENIL?

(09.12) DE SURPRESA, ZAYN E TAYLOR SWIFT LANÇAM DUETO PARA A TRILHA DE ’50 TONS MAIS ESCUROS’

Taylor Swift

(13.12) LINIKER E OS CARAMELOWS FAZEM ÚLTIMO SHOW DO ANO EM ARARAQUARA

Liniker e os Caramelows

(14.12) CRÍTICA DE CINEMA: “A CHEGADA” (2016)

(17.12) 9 LIVROS FEMINISTAS INDICADOS POR EMMA WATSON

(18.12) PAOLA CAROSELLA TERÁ PROGRAMA SÓ DELA EM 2017

Paola Carosella

(28.12) UM TRIBUTO A CARRIE FISHER (1956-2016)

carrie

Que 2017 venha com muita luz, paz, sucesso e novidades (boas) para todos nós! E, é claro, nós continuaremos trazendo tudo em primeira mão para você. FELIZ ANO NOVO, BECUDOS!!!

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A evolução das princesas Disney e seu reflexo da sociedade

A primeira animação feita por Walt Disney foi Branca de Neve e os sete anões, em 1937. A princesa submissa que canta com os passarinhos, limpa a casa dos anões, prendada e suspirante por um príncipe reflete o conservadorismo da época e o que acreditava-se ser o papel da mulher na sociedade. Em 1950, temos Cinderela que ainda mantém algumas características de Branca, mas, ao contrário da antecessora, vai até o príncipe em um ato rebelde de desobedecer sua madrasta e ir ao baile. As duas ainda precisam de um casamento no final para serem felizes e ainda são salvas por príncipes em cavalos brancos, pensamento retrocesso de que a mulher era feita para casar e ter filhos.

Em 2009, essa história começa a mudar com o surgimento da primeira princesa Disney negra: Tiana. A princesa e o sapo conta a história de uma garotinha de Nova Orleans que vê seu pai trabalhar duro a vida toda sem conseguir construir nenhum patrimônio, o que a faz ter o sonho de, um dia, conseguir ter seu próprio restaurante e ter uma vida diferente da do pai. Para isso, ela trabalha como garçonete e poupa cada centavo que ganha, até que um sapo falante cruza seu caminho e, ao beijá-lo na promessa de que ele virará um príncipe e a recompensará, Tiana vira uma sapa e tem que se salvar e salvar o príncipe desastrado que não tem a mínima ideia do que está fazendo.

Este ano, tivemos a primeira princesa Disney latina, Elena, da série de desenhos do canal Disney, Elena de Avalor. Ao contrário das outras, essa princesa não tem um príncipe e vira rainha de Avalor quando salva seu povo de uma perigosa feiticeira. Outra também que dispensou o resgate de um príncipe é Moana, a nova princesa Disney que estreia dia 05 de janeiro. A primeira princesa Disney polinésia mostra que a força da amizade é maior do que a força do amor e, com a ajuda de seus amigos, parte em uma expedição cheia de aventuras em busca da ilha mística de seus ancestrais. Ah, ela também tem um certo poder mágico de controlar o mar, uma grande evolução desde 1937.

Há quem defenda que não se deve mais contar histórias de princesas para as meninas, pois todas defendem que o final feliz só existe com um casamento e que o príncipe é sempre o herói que salva o dia. Não nego, mas elas também mostram que ser uma pessoa boa e não se entregar à vingança traz mais benefícios do que ser má e que o bem sempre vence no fim.

O que acontece é que as princesas de antigamente refletem os valores de suas respectivas épocas e, com o avanço do feminismo, as princesas também mudaram. Tiana, Elena, Moana e até a Rapunzel que é mais antiga, mas foi trazida pela Disney em uma releitura onde é mais corajosa e, no fim, salva o príncipe, refletem uma sociedade onde as mulheres também são heroínas, também podem trabalhar, realizar seus sonhos e escrever suas próprias histórias. As princesas Disney mostram a evolução da mulher na sociedade e representam as milhares de princesas da vida real que trabalham, estudam, criam seus filhos e correm atrás de seus objetivos.

 

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9 livros feministas indicados por Emma Watson

A atriz Emma Watson, famosa pela personagem Hermione Granger na saga Harry Potter, criou, em Janeiro de 2016, um clube do livro feminista denominado Our Shared Shelf, no Goodreads, rede social voltada para os amantes de livros. Formada em Literatura Inglesa pela Universidade Brown, Emma é porta-voz da campanha He For She da ONU, cujo objetivo é lutar pelo fim da desigualdade de gênero.

“Como parte do meu trabalho para a ONU Mulheres, comecei a ler o maior número de livros e ensaios sobre igualdade de gênero que podia. Descobri que existem muitos textos maravilhosos – engraçados, inspiradores, tristes, provocantes – que tratam de empoderamento feminino”, disse Emma Watson.

Os livros escolhidos pela atriz são relacionados a mulheres e à discussão sobre gênero para compartilhar e discutir com os participantes do grupo. Ao longo de 2016, o clube ganhou mais de 160 mil participantes  e nove obras foram abordadas. Confira abaixo quais foram elas:

1 – All About Love: New Visions, Bell hooks (2001)
A feminista e ativista bell hooks oferece uma nova perspectiva sobre o amor: ao longo da obra, ela explica como as noções perpetuadas do sentimento são ultrapassadas e oferece uma forma de repensar o amor próprio.

2 – Minha Vida na Estrada, Gloria Steinem (2016)
Em seu livro de memórias, a jornalista conta sua trajetória, das viagens pelos Estados Unidos com os pais ao início de seu envolvimento com o movimento feminista, e revela como se tornou uma das principais vozes do ativismo americano.

3 – A Cor Púrpura, Alice Walker (1982)
Ganhador de um Pulitzer de Melhor Ficção, A Cor Púrpura acompanha a vida das irmãs Celie e Nettie que sofrem várias opressões por serem mulheres e negras, mas tomam as rédeas das próprias vidas.

4 – Metade do Céu – Transformando a Opressão em Oportunidades para as Mulheres de Todo Mundo, Nicholas D. Kristof e Sheryl WuDunn
O livro-reportagem acompanha, a partir da perspectiva de diferentes personagens, as diferentes opressões que mulheres sofrem ao redor do mundo, e reflete sobre formas de como mudar essa realidade.

5 – Como Ser Mulher, Caitlin Moran (2012)
No livro, a escritora britânica Caitlin Moran usa o humor para trazer à tona vários acontecimentos de sua infância e adolescência, ressaltando como se envolveu com o feminismo.

6 – Hunger Makes Me a Modern Girl, Carrie Brownstein (2015)
Conhecida por atuar na série Portlandia, Brownstein abre, em sua memória, diferentes aspectos de seu passada e de sua vida atual. Dos dias sendo fã fervorosa de bandas até seu envolvimento com o punk e a comédia.

7 – The Argounauts, Maggie Nelson (2015)
No livro de memórias, Nelson oferece novas visões sobre assuntos como identidade, desejo, amor e linguagem.

8 – Mom & Me & Mom, Maya Angelou (2013)
O livro é o sétimo de uma série de autobiografias escritas por Angelou. No último volume, ela disseca a relação que desenvolveu com a mãe ao longo da vida.

9 – Persépolis, Marjane Satrapi (2000)
Satrapi usa o formato de graphic novel para contar sua experiência de crescer no Irã durante a revolução Islâmica.

Como incentivo a leitura do livro da vez, Emma Watson espalhou no mês passado cerca de 100 livros com dedicatórias especiais pelos metrôs de Londres. O livro escolhido foi o número 8 da lista “Mom & Me & Mom”. A ação de Emma no metrô de Londres contou com o apoio do projeto Books on The Underground, que incentiva os cidadãos a lerem e compartilharem livros no transporte público da cidade.

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04 dicas para quem busca inspiração para escrever

Conseguir inspiração para escrever é uma tarefa difícil para qualquer escritor. Pessoalmente acredito que escrever requer muito mais consciência do que faíscas de inspiração. O que chamo de inspiração neste texto, portanto, é apenas potencial material para a sua escrita. Sem mais delongas, vamos às dicas.

1. Tenha a mente aberta.

Faça uma autoanálise agora. Quais são os seus preconceitos no que tange às artes? Você detesta os livros clássicos? A audição de uma canção de um gênero que você desconsidera é capaz de lhe causar urticária? Assistir a um filme cult é uma tortura para você? Olhar um quadro de um artista abstrato é o maior exercício de tédio que você conhece?

Se você respondeu sim a alguma das perguntas acima, você tem a mente fechada para pelo menos uma forma de expressão de um veículo crucial, a arte. Se se recusa a ler os clássicos, por exemplo, você está jogando fora uma infinidade de temas que poderiam ser aproveitados nos seus textos, por mais diferentes dos clássicos que eles sejam. Se você se recusa a ver um filme pela primeira vez por qualquer preconceito você está literalmente jogando fora dezenas de cenas que poderiam inspirar boas descrições para os seus livros.

Sendo bastante direto: não limite o seu gosto. Experimente obras de arte fora da sua zona de conforto.

2.Tenha um método de leitura.

Não leia meramente por diversão o tempo todo. Não se prive de leituras divertidas, mas não negue a tarefa de analisar um livro minuciosamente sempre que puder. Leia devagar, leia em voz alta, pense em cada frase, guarde cada cena. Analise o estilo do autor. O que faz com que Machado de Assis e Clarice Lispector sejam tão diferentes? Você não precisa saber responder essa pergunta com a autoridade de um especialista em literatura, basta que você saiba, por exemplo, se um determinado parágrafo pertence a um ou outro autor quando o ler. Quando for capaz de fazer isso você terá se tornado um leitor sério.

3.Analise a si mesmo.

Reserve algum tempo do seu dia para pensar sobre você. Eu amo aquela pessoa ou sinto apenas uma atração efêmera? Quanto a minha convivência com outras pessoas afeta a minha personalidade? O que eu realmente quero para mim? Poucas pessoas pensam de fato em perguntas simples como essas. Elas podem parecer complicadas de início, mas, à medida que você exercita a sua capacidade de autoconsciência, elas se tornam tão simples quanto uma soma de números naturais. E, é claro, o quanto mais avançado você estiver nessa faculdade, mais fácil será observar a realidade como um todo.

4.Analise a sua realidade.

Sei que as suas questões íntimas parecem fúteis se comparadas às dos personagens que você ama; que os seus conhecidos, por sua vez, parecem banais demais para figurar num livro; e que o seu cotidiano parece tão entediante que você não acredita que alguém tenha paciência para lê-lo.

Todas essas impressões são falsas. A realidade é uma fonte de inspiração rica em qualquer lugar. Pode ser que algum russo nascido no século dezenove aspirante a escritor achasse sua vida anormalmente desinteressante. Não ouvimos falar desse sujeito, tanto que nem temos a sua existência como certa. Temos, porém, um nome bastante conhecido: Liev Tolstói, nascido na mesma época e no mesmo país que o nosso escritor imaginário, que nos presenteou com algumas das maiores pérolas da literatura universal. Portanto, esqueça a síndrome de vira-lata e ponha vida na sua obra.

Espero que tenha feito você pensar. Comece a exercitar a sua sensibilidade. Tenho certeza de que isso lhe trará frutos. Até o próximo post!

Metallica at a packed concert this week at Shanghai’s Mercedes-Benz Arena.
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Algumas opiniões sobre “Hardwired… to Self-Destruct”, do Metallica

Hardwired… to Self-Destruct, décimo álbum de estúdio do Metallica, foi lançado em 18 de novembro de 2016.

Diversas publicações sobre música comentaram o lançamento. Compilo aqui um trecho de alguns de dez dos reviews. Tentei diversificar e selecionar opiniões de gente de “fora” do mundo do metal. Vamos lá.

Pitchfork

Como Death Magnetic, o último lançamento do Metallica é uma tentativa da banda de revisitar a sua primeira fase. A diferença é que desta vez eles realmente soam como se estivessem tentando e talvez até se divertindo um pouco.

Depois de descer o pau no Load e em todos os álbuns posteriores do Metallica, Zoe Camp, do Pitchfork, elege Hardwired… o melhor disco do Metallica desde o Black Album. Mas não pense que o crítico morreu de amores pelo novo trabalho da banda: a avaliação dele é 6.5/10.

NME

Nas quatro décadas desde a sua origem eles deram conta de transcender o tempo e manter os fãs conjeturando. E enquanto a proposta de Hardwired… não é muito diferente da do último disco da banda, o Metallica ainda se mantém importante e inovador. E ninguém mais no rock merece mais aplausos por isso do que eles.

A NME adorou Hardwired…: sua avaliação de 4/5.

Consequence of Sound

Haverá lugar para o Metallica além dos livros de história daqui a 20 anos? Pelo que podemos avaliar – considerando que a definição do gênero continua a se expandir para além do que era nos anos 1980s -o Metallica pode continuar em alta? Se Hardwired… puder nos servir de prognóstico, podemos responder que sim, mas não sem hesitar.

Sean Berry, do Consequence of Sound, gostou do álbum, apesar de admitir que ele não é perfeito. Compreensível, segundo Sean. É natural que um disco de oitenta minutos tenha momentos baixos.

 

Loudwire

Hardwired… To Self Destruct mostra o Metallica trabalhando no que eles fizeram em “Death Magnetic” em vez de começar com apenas um rabisco, enquanto encorporam elementos de álbuns como Kill ‘Em All, Master of Puppets e Load. O resultado é um álbum que soa familiar e confortável ao mesmo tempo que propulsa a banda adiante.

Chad Bowar, do Loudwired, também gostou do álbum, embora reconheça a sua inconsistência.

Por onde começar a ouvir Metallica?

Se você nunca ouviu a banda a fundo e não tem muita experiência com o metal, sugiro que comece pelo Black Album. É o disco mais fácil de digerir e soa bastante agradável. Quando ouvir o material restante da banda, talvez você torça o nariz para o disco mais comercial da banda, como muitos fãs fazem. De qualquer forma, se você decidir se aproveitar o som do Metallica, eu prometo uma experiência sônica bastante interessante.

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04 dicas para quem quer começar a escrever

Há um tempo, depois de algumas mudanças na vida, redescobri em mim a necessidade de escrever. Como a faculdade  tinha terminado e todas as possibilidades estavam em aberto, resolvi tentar me dedicar um pouco a isso, à escrita. Comecei a procurar coisas que pudessem ajudar, não só com dicas, mas também com encorajamento, e agora divido algumas delas com vocês, leitores do Beco. Talvez essas referências ajudem a dar os primeiros passos na escrita; de qualquer forma, tenho certeza de que não vão atrapalhar.

1) AntiCast

A primeira dica é o AntiCast, um site que abriga vários podcasts interessantes. O primeiro que ouvi foi o “3 páginas”, onde os participantes lêem e comentam textos enviados pelos ouvintes. Além dele, você pode encontrar no site podcasts sobre filosofia, design, análise de filmes, entrevistas, discussões quanto aos acontecimentos no mundo da política e da arte, entre outros. Conhecer a técnica é importante, mas é preciso conhecer também os conteúdos, e lá você consegue um pouco dos dois.

2) Sobre a Escrita, de Stephen King

Esse livro é curto e muito interessante. A primeira parte é uma autobiografia, uma leitura bem tranquila que mostra a trajetória que levou King a se tornar um escritor. Ver um cara com uma carreira tão consolidada passando por dificuldades similares às de muitos de nós, é aquele tapinha nas costas que todos precisamos na hora do desespero. É como se ele dissesse “cara, não existe milagre. Se você precisa escrever, escreva! E chega de drama!”. A segunda parte dá algumas dicas quanto ao processo de escrita que vão desde a gramática até a fase de venda do seu trabalho. Apesar de o livro fazer mais sentido na realidade estadunidense dos anos 2000, ainda tem MUITO a oferecer.

3) Medium

Ah, que descoberta maravilhosa foi o Medium! Ele é uma plataforma na qual você pode criar um perfil que funciona como um blog, onde publica seus textos, fotos, HQ’s, entre outros; pode também “seguir” pessoas ou publicações, que são como revistas eletrônicas – lá tem várias ótimas em português. Mas o mais interessante do Medium, para mim, é a rede que ele proporciona. Tem muita coisa, de todo o tipo: crônicas, jornalismo, poesia, ficção… Dá para trocar informação com muita gente que está ou esteve em situação parecida em relação à escrita, além de ter acesso a mais fontes de informação, para além da mídia tradicional. Façam um perfil e dêem uma olhada, acho que vão gostar!

4) BecoClub

Uma das dicas que você verá em Sobre a Escrita é a importância de ler tudo que você puder, dos clássicos às novidades. Até mesmo um livro ruim, como coloca King, pode te ensinar muito do que não fazer, afinal, quando a gente lê bastante fica mais fácil identificar um diálogo meio forçado, uma descrição exagerada ou um personagem fraco demais e, assim, não cometer tais erros. O mesmo vale para não-ficção: ainda que seu desejo seja escrever na área do jornalismo, o ritmo de escrita e as formas de abordar um tema são essenciais. Por isso indico o BecoClub. É fácil encontrar dicas quanto aos livros clássicos, e é INDISPENSÁVEL lê-los. Mas quando se trata das novidades, que são muitas, fica mais difícil escolher, e é comum que, sem saber o que ler, acabemos por não ler nada. O BecoClub te envia mensalmente um livro, marcadores, revista e brindes, dando um empurrãozinho para que você não passe nem um mês sem ler um novo livro. Mas se a grana está curta, uma forma de conhecer esses livros é ler as resenhas que postamos aqui; assim você pode ter uma noção de seus conteúdos e escolher o que mais chamar a atenção.

Como bônus, dou um último conselho, que é algo que tenho dito constantemente a mim mesma: desligue a tv! Não digo isso em relação a filmes, documentários ou boas séries. Mas sabe aquele costume de ligar a tv aleatoriamente, só para esperar o tempo passar? Esse costume consome um tempo em que poderíamos estar lendo, vendo um filme interessante, ESCREVENDO ou mesmo “curtindo” um momento de solidão, desses que podem nos fazer repensar a vida ou, pelo menos, descansar o cérebro.

É isso. Boa caminhada para nós. Se quiser trocar uma ideia, comenta aqui e procura a gente nas redes sociais!

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Os 10 Melhores Poemas da História (Parte 1)

Escolher os melhores poemas da história é difícil, limitar a escolha a apenas dez poemas é mais difícil ainda e qualquer um que se engaje nessa tarefa é indiscutivelmente pretensioso. De qualquer forma, aqui está a primeira parte da minha lista dos dez melhores poemas da história.

10. Soneto de Fidelidade, de Vinicius de Moraes

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

O nosso poetinha fala do amor de uma forma peculiar. Ciente de que não há de viver para sempre, confessa que deseja apenas vivê-lo em cada “vão” momento.

9. How do I love thee, de Elizabeth Barret Browning

Amo-te com o doer das velhas penas;
Com sorrisos, com lágrimas de prece,
E a fé da minha infância, ingênua e forte.
Amo-te até nas coisas pequenas.
Por toda a vida. E, assim Deus o quiser,
Ainda mais te amarei depois da morte. (tradução de Manuel Bandeira)

Soneto de Elizabeth Barrett Browning dedicado ao seu marido, Robert Browning, também poeta. Na opinião deste humilde colunista, a mais bela declaração de amor já feita por alguém. Robert se apaixonou por Elizabeth antes mesmo de conhecê-la pessoalmente, apenas lendo seus poemas.

8. The Raven, de Edgar Allan Poe

Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de alguém que batia levemente a meus umbrais.
"Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
	É só isto, e nada mais." (tradução de Fernando Pessoa)

O mais célebre poema de Edgar Allan Poe. O poema retrata magistralmente o crescente desespero do eu lírico face à misteriosa ave que aparece em sua janela. Influência determinante na vida de autores como Machado de Assis, Fernando Pessoa e Charles Baudelaire.

7. Tabacaria, de Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa)

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Uma das muitas personalidades de Fernando Pessoa concebe um poema que não deixa de revelar um pouco da biografia de seu criador. Um tesouro do Modernismo que trata de forma intimista as sensações de frustração e conformidade resignada.

6. L’Éternité, de Arthur Rimbaud

De novo me invade.
Quem? – A Eternidade.
É o mar que se vai
Como o sol que cai. (tradução de Augusto de Campos)

O jovem poeta escreve brilhantemente sobre o desespero face ao infinito. Observamos a eternidade passar diante da nossa limitada vida como quem observa o Sol se pôr ou as ondas do oceano.

Espero que vocês gostem dos poemas e que eles sejam tão significativos para vocês quanto foram para mim. A segunda parte da lista será postada em breve.

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3 músicas para se apaixonar por Anavitória

Anavitória, assim mesmo, bem juntinho, é uma dupla formada por duas garotas de Araguaína, no Tocantins. As meninas se conheceram por meio de uma amiga em comum e se aproximaram graças ao grande amor pela música que emana do coração de ambas.

Ana possuí uma canal no Youtube desde 2012  onde publica covers e músicas autorais, e um belo dia chamou a Vitória para gravar um vídeo com ela. Entre várias músicas gravadas e vídeos, um dia, se juntaram para gravar uma versão simples, voz e violão, de “Um dia após o outro“, de Tiago Iorc, que logo em seguida foi enviada para o mesmo que se apaixonou e chamou as meninas para gravar um EP! Hoje elas tem um EP lindo e um CD maravilhoso!

Suas músicas tem sido trilha sonora da minha vida e tem dias em que só essas vozes acalmam meu coração, por isso, escolhi 3 músicas – quase impossível – para que você conheça essa dupla maravilhosa e se encante assim como me encantei!

Coração Carnaval

”Meu coração carnaval sapateia apressado no teu ouvido, incendeia embaixo do meu vestido se tu faz aquele teu meio sorriso.”

Um dos meus grandes amores dessa dupla é Coração Carnaval, uma música curtinha, mas que diz tanta coisa linda que é impossível não se apaixonar. Sem contar que ela é calminha, do jeito que eu gosto e sempre embala as minhas noites de sono, ou quando preciso me acalmar!

Trevo (tu)

”Tu, que tem esse abraço casa. Se decidir bater asa me leva contigo pra passear. Eu juro afeto e paz não vão te faltar.”

Trevo é um dos meus xodós porque além de ser uma melodia boa de se ouvir, acalmar o coração e curtir uma ”tardizinha”, tem o meu grande ídolo/amor platônico… TIAGO IORC! Essa letra é simplesmente uma das mais bonitas do álbum das meninas e a melodia é sensacional!

Tua

”Eu não me importaria de dividir um colchão com você, dá meu cabelo pra de nós tu encher e me afogar no teu corpo metido a travesseiro.”

Sabe aquela letra que diz tanta coisa linda e que te faz sonhar com aquele amorzinho doce de se viver? É Tua! A letra é docinha, calminha e acalenta nossos corações. Sem contar que é uma declaração tão linda que nem dá para dizer ”não” se envolvê-la!

Escolher apenas 3 músicas dessa dupla foi difícil demais, por isso, conheçam o trabalho das meninas que já está disponível no Youtube, no Spotify e no iTunes. E depois corre pra cá para me contar o que achou e falar qual a sua música favorita dessa dupla incrível!

NEW YORK, NY – AUGUST 28: Britney Spears performs onstage during the 2016 MTV Video Music Awards at Madison Square Garden on August 28, 2016 in New York City. (Photo by Theo Wargo/MTV1617/Getty Images for MTV)
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A redenção de Britney Spears no VMA 2016

A última vez que Britney Spears se apresentou no VMA foi em 2007. E todos sabemos o que aconteceu. Talvez ela tivesse entregado os pontos ali, mas não. Nos últimos 9 anos o que vimos foi a recuperação da princesa do pop. Foi um processo lento, acompanhado com lupa pelo mundo todo. As conquistas vieram e o reconhecimento também. Porém o nervosismo sempre tomava conta da loira e o que víamos era uma mulher que aparentemente estava com medo do palco.

 

NEW YORK, NY - AUGUST 28: Britney Spears performs onstage during the 2016 MTV Video Music Awards at Madison Square Garden on August 28, 2016 in New York City. (Photo by Michael Loccisano/Getty Images)

Do auge a loucura, Britney sempre esteve presente no Video Music Awards. Se tornou referencia de como fazer uma apresentação marcante: streaptease? Check. Dançar com uma cobra? Check. Beijar Madonna e ofuscar todo o resto? Check. Foram apenas alguns segundos que entraram para a história, e os fãs queriam isso novamente.

 

Britney ontem apresentou um medley de seu sucesso “Make Me” com o rapper G-Easy, e emendou com o hit “Me, Myself and I” que ela nem participa, mas deu seu highlight. O melhor? Ela estava feliz por estar ali. Confiante e segura desde o primeiro segundo. E isso foi maravilhoso. Ela não precisa mais de uma cobra, de uma super produção e 300 dançarinos. Seu sorriso e vontade de estar ali bastaram para uma apresentação de encher os olhos.

 

Sua apresentação veio logo depois de Beyoncé, que nos presenteou com um medley de seu álbum “Lemonade”, cheia de coreografia e momentos impecáveis. Foi o seu momento. E é o que alguns esperavam de Spears, algo que roubasse a atenção. Para muitos foi isso, mas todos se esquecem que ela não precisa ser melhor que ninguém. Neste momento, a competição é com ela mesma.

 

 

Ver uma artista que passou pelo que Britney passou subir no palco de uma premiação e mandar bem já é algo para ser ovacionado. Em 2016, vimos um medley de sucessos no Billboard Music Awards e o nervosismo e insegurança estavam ali, no começo, pois a partir do segundo minuto no palco, tudo isso foi esquecido e a performer se entregou e trouxe um novo marco para sua carreira. Agora, no VMA, esses minutos de medo se foram, e ela estava ali: entregue desde o começo, apenas tendo um bom momento. Se divertindo. Fazendo o que faz melhor: entreter.

 

Fiquem felizes por ela. Fiquem feliz COM ela. Como foi dito no twitter, “A gente a viu perder tudo. E ainda assim, ela permitiu ser ajudada, se reerguer e ter a vida que nunca a deixaram ter. Mesmo depois de ter sido piada da imprensa (e de todos vocês) ela segue fazendo o que ama. É admirável!

 

Não tem motivo para comparações. Nem com seu legado, que é inquestionável, e nem com outras artistas. Foram anos difíceis até hoje. Estamos aqui, compartilhando de bons momentos e uma artista que sobe feliz aos palcos. Vamos ter empatia por isso e aproveitar, sem cobranças, que só temos a ganhar.
Obrigado Britney Spears, e que venha mais momentos assim. O IHeart Music Festival já está aí, e queremos essa alegria novamente.

Al Jolson
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Blackface nunca foi teatro

É fato que vivemos em uma sociedade excludente e seletiva. A ideia de superar a supremacia branca está longe de acontecer e estamos observando o que parece ser um fluxo interminável de notícias sobre conflitos e violência relacionadas a racismo e discriminações adversas. Discriminações essas que tiveram origem há muito tempo atrás e são notadas historicamente em praticamente todos os setores da sociedade.

Uma prática que ficou marcada pelo cunho racista é o chamado blackface, comumente realizada em performances teatrais do século 19. Originário da caracterização de homens brancos como escravos africanos e negros livres, atiçou o imaginário americano e proliferou estereótipos que ainda hoje são sentidos. Cada grupo de imigrantes foi estereotipado no palco, mas a história de preconceito, hostilidade e ignorância em relação às pessoas negras tem segurado a longevidade única para as preconcepções raciais. Não raramente, os negros eram tidos como motivo de piada, de modelo inferior e chacota nas imitações de atores brancos.

Uma das apresentações mais famosas de Ministrel Jubilee, um dos maiores comediantes norte-americanos, em 1883.

Ainda que seja tratado por muitos como uma “prática teatral”, o blackface é sim uma forma de racismo. Foi levada a Broadway, aos cartoons e ainda é vista em produções holywoodianas, como é o caso do filme Nina, no qual Zoe Saldana fora fortemente maquiada para interpretar Nina Simone. Não estamos no século 19, e sim em 2016. É um tanto assustador que ainda hoje a indústria cinematográfica não forneça papéis de destaque para pessoas de pele escura. Por que, ao invés de pegar uma atriz claramente com traços brancos e maquiá-la, não deram a oportunidade para uma negra em um filme que, sobretudo, fala sobre uma figura de emponderamento? E por que mesmo quando conseguem se representar nos palcos, na TV, no cinema, ainda interpretam personagens tão estigmatizados?

NINA

Comparação entre a pele da atriz Zoe Saldana (acima) com a maquiagem feita na atriz para o filme Nina (abaixo).

Você pode não ter notado, mas é tão comum que é possível encontrar traços de blackface desde programas como Táxi do Gugu e Os Trapalhões até em filmes que moldaram a história do cinema, como O Cantor de Jazz e Lawrence da Arábia.

Cena de O cantor de Jazz (1927), um musical norte-americano. Na imagem podemos ver Al Jonson (esquerda) utilizando blackface na caracterização de seu personagem.

É preciso falar disso. É necessário contestar.

Blackface nunca foi teatro.  É uma ferramenta que inferioriza e perpetua a exclusão.

É ofensivo a todos aqueles que estão sofrendo por conta do racismo sistemático e enraizado, brutalidades e injustiças.

É um desrespeito àqueles que experienciam violência por conta da sua cor de pele ou de sua origem.