“Se eu fosse você 2” continua contando as peripécias do casal Cláudio (Tony Ramos) e Helena (Glória Pires). Anos depois da troca de corpos que eles sofreram no primeiro filme, há uma nova crise que os levam à beira do divórcio. Bem no meio do processo, uma nova situação acontece e eles são novamente jogados um no corpo do outro. Junto com isso, um novo drama se instaura na família: a filha do casal, Bia (Isabelle Dummond), já com 18 anos, está grávida do namorado e eles vão casar. Então, recapitulando: divórcio, gravidez inesperada, casamento e…outra gravidez inesperada. É isso mesmo, Helena estava grávida antes da troca e, agora, Cláudio vai viver essa experiência no corpo dela. Sonho de toda mulher, né?
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A comédia honra a franquia e damos muitas risadas ao ver Tony Ramos e Glória Pires interpretando um ao outro fingindo ser o outro. É complicado, mas muito engraçado, apesar de, na minha opinião, o primeiro filme ter sido melhor. Talvez por ser novidade ou pelo roteiro ser mais elaborado, o que sempre costuma acontecer com as franquias. Cheio de atores globais como é de praxe nos filmes nacionais, o filme traz só nomes de peso como Isabelle Drummond, Cássio Gabus Mendes, Adriane Galisteu, Ary Fontoura e o saudoso Chico Anysio. Como aconteceu no primeiro filme, questões profundas são abordadas com muito humor, mas não deixam de trazer uma profunda reflexão. Um dos maiores dilemas é quando a Bia questiona seu próprio casamento por não achar que será feliz, já que os pais que eram seu maior exemplo estão se separando.
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O filme estreou nos cinemas nacionais em 2009, produzido pela Globo Filmes e dirigido por Daniel Filho, mas não foi muito bem recebido pela crítica. Muitos criticam o final já conhecido e as piadas repetidas focadas sempre nas diferenças entre homens e mulheres e na graça de vê-los tentando se adaptar ao mundo um do outro. Como quando Helena no corpo do Cláudio vai ao shopping e reclama sobre a falta de opções de cores para roupas masculinas, sendo rotulada como gay pela vendedora. Ou quando Cláudio no corpo de Helena sugere que o casamento da filha seja uma festa junina e se irrita por não saber a diferença entre vários tons de branco. Realmente, não há nenhuma surpresa no roteiro, nenhuma reviravolta bombástica, mas temos que levar em consideração que é um filme leve com o objetivo simples de distração. Aquele filminho para assistir com a família em um domingo à tarde e rir sem muita coisa para pensar. Aliás, temos que admitir que as diferenças entre os sexos são uma fonte inesgotável para piadas.
Enfim, chegaram as tão desejadas férias! Hora de respirar aliviado e fazer aquela listinha básica do que fazer para aproveitar o tempo. Está sem ideias? Sem problemas! O Beco saiu à caça e trouxe sugestões para todos os gostos.
Se você é do tipo que só quer se esparramar no sofá e comer até não poder mais, confira as nossas dicas de séries disponíveis na Netflix para maratonar nas férias:
Penny Dreadful
Uma médium, um caubói e um explorador se unem para enfrentar seres sobrenaturais que ameaçam a Londres do século XIX. Contos de personagens clássicos como Drácula, Frankenstein e Dorian Gray são reunidas nessa série de terror ambientada na Londres vitoriana.
Flash
Um perito forense é atingido por um raio e, ao despertar do coma, descobre que ganhou um super poder: virou o homem mais rápido do mundo. Agora, ele luta contra o crime e mostra aos bandidos que correr é inútil.
A lenda de Sleepy Hollow
Transportado para o presente, este conto clássico acompanha as aventuras de Ichabod Crane e sua luta para pôr fim à onda de assassinatos do Cavaleiro sem cabeça. Detalhe, ele só tem 200 anos de idade.
Gossip Girl
Dos mesmos produtores de The O.C., Gossip Girl é baseada nas famosas narrativas de Cecily von Ziegesar e conta a vida de um grupo de jovens milionários pelos olhos de uma blogger que sabe tudo o que acontece em suas vidas é ávida por descobrir e expor qualquer escândalo. Desse modo, acabamos sabendo tudo sobre a intensa rivalidade que há entre Serena e Blair, triângulos amorosos, amigos e inimigos e tudo o que as mensagens de texto dos celulares podem revelar…
Arrow
Inspirada nos quadrinhos do Arqueiro Verde, esta série acompanha as aventuras do playboy Oliver Queen, que se torna super herói e luta contra vilões armado apenas com um arco e flechas.
Demolidor
Cego desde pequeno, Matt Murdock luta contra a injustiça durante o dia como advogado e, à noite, nas ruas de Hell’s Kitchen, Nova Iorque, como um justiceiro perito em artes marciais e excelentes reflexos.
Glee
O professor Will Schuester tenta reinventar o clube do coral da escola McKinley High e desafia um grupo de párias sociais a atingir todo o seu potencial e se expressar através da música. A série é conhecida por abordar temas polêmicos, como o bullying que acontece nas escolas.
13 Reasons Why
Após o suicídio de Hannah Baker, um colega de escola recebe fitas gravadas com os motivos do suicído. Treze fitas. Treze porquês.
Mas, se você é do tipo mais passeador, que gosta de reunir a galera e sair por aí, mas, claro, está sem grana, seguem algumas dicas de passeinhos baratos em São Paulo:
Cinema
O mês de julho está recheado de ótimas estreias e cinema é sempre uma boa pedida, ainda mais nesse friozinho. Temos: Homem aranha, de volta ao lar; Carros 3; Meu malvado favorito 3 e Transformers, o último cavaleiro. Só nomes de peso, hein? Então, bora aproveitar a meia-entrada, gente!
Para quem mora em São Paulo, não faltam parques para um passeio, andar de bicicleta ou até fazer um piquenique:
Parque Ibirapuera
É o maior parque de São Paulo e, além de ter uma grande área verde, também tem ciclovia. Aliás, há como alugar bicicletas em uma das saídas do parque. Além disso, o Parque Ibirapuera reside o Museu de Arte Moderna, o Museu de Arte Contemporânea e o Museu Afro Brasil, que, além das exposições itinerantes, abrigam um acervo próprio de obras lindíssimas. Gosta de estrelas? Então, faça uma visita ao planetário que também está dentro do parque.
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral – Vila Mariana, São Paulo – SP
Horário: 05h00 à 00h00
Parque Ecológico do Tietê
Este parque tem trilhas, ciclovias, quadras poliesportivas e churrasqueiras, tudo o que você precisa para um dia perfeito com a família ou com os amigos. Ele também tem museu e biblioteca, além de um centro de educação ambiental com várias atividades e um conjunto aquático com pedalinho!
Endereço: Rua Rua Guirá Acangatara, 70 – Engenheiro Goulart – São Paulo – SP
Horário: 08h00 às 17h00
Parque Villa Lobos
Possui ciclovia, quadras, campos de futebol, “playground” e bosque com espécies de Mata Atlântica. A área de lazer inclui ainda aparelhos para ginástica, pista de cooper, tabelas de “street basketball” e um anfiteatro aberto com 750 lugares, sanitários adaptados para deficientes físicos e lanchonete. Ele também possibilita aluguel de bicicletas, skates e patins.
Endereço: Avenida Professor Fonseca Rodrigues, 2001 – Alto dos Pinheiros – São Paulo – SP
Horário: 05h30 às 19h00
Agora, se você quer aproveitar as férias para se enriquecer culturalmente, visitar museus, assistir peças de teatro ou conseguir bons comprovantes para horas complementares da faculdade, seguem algumas dicas de exposições em São Paulo:
Memorial da América Latina
O Memorial é um espaço cultural muito legal com várias opções de entretenimento, mas duas exposições se destacam nesse mês de julho: Rá-Tim-Bum, o Castelo traz 23 ambientes com cenários do seriado infantil e estará disponível até 30/09 (a meia-entrada é só R$10), e a Exposição de Moedas do Brasil e América Latina que vai até 30/07.
Em conjunto com a exposição do Castelo Rá-Tim-Bum, há duas peças em cartaz durante o mês de julho: o Espetáculo Rá-Tim-Bum, o Castelo durante os fins de semana na Praça da Sombra e a Peça “Esse castelo será meu”, também aos fins de semana e feriados até o dia 30/07 (a meia-entrada também é R$10).
Conhecido por suas peças teatrais de alta qualidade com ingressos de graça, o também chamado Teatro do Sesi da Paulista está com uma programação ótima para o mês de julho, que vai de exposições a concertos da filarmônica Bachiana patrocinada pelo SESI-SP. Confira o site: http://www.sesisp.org.br/cultura
Museu da Imagem e do Som
O MIS traz uma grande programação de exposições para esse mês, com destaque para Steve Jobs: o visionário, exposição sobre a vida e realizações do criador da Apple. Além disso, o acervo do MIS conta com mais de 200 mil itens: fotografias, filmes, vídeos, cartazes, peças gráficas, equipamentos de imagem e som e registros sonoros, além dos livros, catálogos, periódicos, CDs, DVDs e VHS que formam o acervo biblioteconômico. Para mais informações, acesse o site do museu: http://www.mis-sp.org.br
Casa das Rosas
Além do casarão antigo e o jardim de rosas, a Casa das Rosas oferece exposições, peças teatrais e inúmeras oficinas. Especialmente nesse mês de férias, a agenda está lotada! Temos oficinas de poesia, palestras literárias, sarais… E a tradicional feira de troca de livros. Durante todo o mês, em vários horários e, o melhor, tudo de graça! Confira o site e se programe: http://www.casadasrosas.org.br
E aí? Gostaram das sugestões? Seja você do tipo caseiro, aventureiro ou cult, o importante é fazer o que gosta e aproveitar as férias!
Hoje, dia dos namorados, é o dia do romance, do amor, do chocolate, do filminho água com açúcar para curtir agarradinho e, por que não, dos livros. Sim, para entrar no clima desse dia cut cut, o Beco traz 5 dicas de livros beeeem românticos para você entrar no clima e sair distribuindo coraçõezinhos por aí.
1 – Como eu era antes de você, Jojo Moyes
Aos 26 anos, Louisa Clark não tem muitas ambições. Ela mora com os pais, a irmã mãe solteira, o sobrinho pequeno e um avô que precisa de cuidados constantes desde que sofreu um derrame. Trabalha como garçonete num café, um emprego que não paga muito, mas ajuda nas despesas, e namora Patrick, um triatleta que não parece interessado nela. Não que ela se importe.
Quando o café fecha as portas, Lou é obrigada a procurar outro emprego. Sem muitas qualificações, consegue trabalho como cuidadora de um tetraplégico. Will Traynor, de 35 anos, é inteligente, rico e mal-humorado. Preso a uma cadeira de rodas depois de um acidente de moto, o antes ativo e esportivo Will desconta toda a sua amargura em quem estiver por perto. Tudo parece pequeno e sem graça para ele, que sabe exatamente como dar um fim a esse sentimento. O que Will não sabe é que Lou está prestes a trazer cor a sua vida. E nenhum dos dois desconfia de que irá mudar para sempre a história um do outro.
2 – Apenas um dia, Gayle Forman
A vida de Allyson Healey é exatamente igual a sua mala de viagem: organizada, planejada, sistematizada. Então, no último dia do seu curso de extensão na Europa, depois de três semanas de dedicação integral, ela conhece Willem. De espírito livre, o ator sem destino certo é tudo o que Allyson não é. Willem a convida para adiar seus próximos compromissos e ir com ele para Paris. E Allyson aceita. Essa decisão inesperada a impulsiona para um dia de riscos, de romance, de liberdade, de intimidade: 24 horas que irão transformar a sua vida. ‘Apenas um Dia’ fala de amor, mágoa, viagem, identidade e sobre os acidentes provocados pelo destino, mostrando que, às vezes, para nos encontrarmos, precisamos nos perder primeiro… Muito do que procuramos está bem mais perto do que pensamos.
3 – Um homem de sorte, Nicholas Sparks
Logan é um jovem que esteve no Iraque com as forças dos Estados Unidos. Em um dia de treinamento ele encontra, no meio do deserto, uma foto de uma garota loira e linda. De início ele coloca aquela foto no mural para que o dono a encontre novamente. Mas passa algum tempo e ninguém a tira de lá, então, ele resolve tira-la de lá e guarda-la com ele. Após sobreviver a vários atentados e bombas e após vários jogos ganhos, Victor, seu amigo e também fuzileiro, tenta convencê-lo de que essa sorte sem tamanho tem vindo daquela foto. Ele era um homem de sorte graças àquela garota, graças àquela foto. Após cinco anos, seguindo o conselho de Victor, ele resolve sair em busca da garota da foto. Ele devia um obrigado a ela. Afinal, graças àquela foto, ele estava vivo até aquele dia. Porém a única pista que ele tinha era uma dedicatória atrás da foto com a inicial ‘E.’. Após várias procuras na própria foto Logan consegue imaginar onde ‘E.’ estaria. E foi então que ele resolveu rodar os Estados Unidos inteiro à pé com seu fiel amigo Zeus, um pastor alemão.
4 – Meu romeu, Leisa Rayven
Cassie está prestes a realizar o grande sonho – estrelar um espetáculo na Broadway. O que ela não esperava era ter que enfrentar o reencontro com o ex-namorado, que será novamente protagonista ao seu lado, em uma peça cheia de romance e cenas quentes. Trabalhar com Ethan traz o passado à tona, e lembra a Cassie que o que existe entre eles vai muito além de simples química.
5 – Eleanor & Park, Rainbow Rowell
Eleanor & Park é engraçado, triste, sarcástico, sincero e, acima de tudo, geek. Os personagens que dão título ao livro são dois jovens vizinhos de dezesseis anos. Park, descendente de coreanos e apaixonado por música e quadrinhos, não chega exatamente a ser popular, mas consegue não ser incomodado pelos colegas de escola. Eleanor, ruiva, sempre vestida com roupas estranhas e “grande” (ela pensa em si própria como gorda), é a filha mais velha de uma problemática família. Os dois se encontram no ônibus escolar todos os dias. Apesar de uma certa relutância no início, começam a conversar, enquanto dividem os quadrinhos de X-Men e Watchmen. E nem a tiração de sarro dos amigos e a desaprovação da família impede que Eleanor e Park se apaixonem, ao som de The Cure e Smiths. Esta é uma história sobre o primeiro amor, sobre como ele é invariavelmente intenso e quase sempre fadado a quebrar corações. Um amor que faz você se sentir desesperado e esperançoso ao mesmo tempo.
Piratas do Caribe: A vingança de Salazar chega aos cinemas nessa quinta-feira (25), mas o Beco teve acesso a uma sessão exclusiva e vamos contar tudo para vocês. Seis anos após o quarto filme da franquia, Piratas do Caribe volta com muita expectativa e muito investimento da Disney, que não poupou esforços na divulgação, a fim de reconquistar os fãs depois de tanto tempo. O elenco traz de volta as estrelas já presentes nos filmes anteriores e estréia Kaia Scoledario e Brenton Thwaites como o casalzinho da vez, e Javier Bardem como o novo problema na vida de Jack Sparrow (Johnny Depp).
Carina Smyth (Kaya Scodelario) ae Henry (Brenton Thwaites)
A Vingança de Salazar conta a história do filho de Will Turner (Orlando Bloom) e Elizabeth Swann (Keira Knightley), Henry (Brenton Thwaites), e sua busca para livrar o pai de sua maldição. O filme não deixa muito claro, mas, pode-se deduzir que a história se passa uns vinte anos após Will virar capitão do Holandês Voador. Seu filho já é um rapaz e acredita que existe um tal Tridente de Poseidon que pode acabar com toda maldição causada no mar, como a do seu pai. Sabendo que o único jeito de achar esse Tridente é com a bússola de Jack Sparrow, ele começa a procurar o pirata que não vive lá o seu melhor momento. Sim, Jack Sparrow está velho, falido e mais bêbado do que nunca. Sem o Pérola Negra, ele vive em um barco encalhado com uma tripulação faminta que o abandona após um assalto de banco frustrado. Desiludido, ele acaba trocando sua bússola por uma garrafa de rum e é aí que tudo desmorona de vez.
Javier Bardem (Salazar)
Como desgraça pouca é bobagem, o filme nos traz um novo vilão: Salazar (Javier Bardem). Como comandante da marinha britânica, Salazar teve como objetivo de vida livrar o mar dos piratas. Até que um jovem pirata atrevido e muito irritante como um certo pássaro chamado de “Sparrow” cruza seu caminho e faz com que seu navio afunde dentro de uma caverna amaldiçoada, condenando ele e sua tripulação a viverem presos no navio como mortos vivos esperando o dia da sua vingança. E é claro que esse dia chega no dia que Jack trai sua bússola, quebrando a maldição de Salazar, que sai pelos sete mares cumprindo sua missão: livrar o mar dos piratas e se vingar de Jack Sparrow.
No meio de tudo isso, temos uma nova personagem: Carina (Kaia Scoledario). Uma astrônoma acusada de ser feiticeira que herda de seu pai um diário que, segundo ela, é a chave para achar o Tridente. Como sempre acontece nos filmes dessa franquia, os personagens sempre se encontram no meio de muita confusão, então, Carina e Henry se juntam na busca de Jack, o acham e o convencem a ir atrás do Tridente, já que é a única forma de acabar com Salazar. E é aí que surge Barbossa (Geoffrey Rush), agora, um pirata muito bem sucedido com mais de dez navios. Como Salazar quer acabar com todos os piratas, ele se junta ao grupo para que seus negócios não sejam prejudicados. Todos em busca da mesma coisa, mas cada um com seu próprio motivo, como é de praxe.
Muita ação e excelente produção é o que se deve esperar desse filme. As tradicionais lutas de espadas, canhões dos navios e mortos vivos não faltam, mas os fãs devem se preparar para um Jack Sparrow mais parado e menos brincalhão. Sim, eu notei uma certa amargura no pirata sempre tão sarcástico. Talvez pelo tempo que se passou no filme ou pela idade do próprio Johnny Depp, mas Jack Sparrow não faz mais suas acrobacias como antes. Mesmo assim, não deixa de dar um show de atuação, mesmo estando um pouco mais sério. Contei umas cinco cenas cômicas, o que me causou uma certa estranheza, já que ele é sempre tão brincalhão e com ótimas frases de efeito. Percebe-se um maior investimento nas cenas de luta e nos efeitos especiais e menos na história, um pouco repetitiva. A trilha sonora continua com a musiquinha já há muito conhecida e o ar do filme está mais sombrio do que o normal. Um clima pesado, digamos assim.
Johnny Depp (Jack Sparrow)
Jack Sparrow vê todo o seu prestígio jogado na lama, sua tripulação o abandonando e a recompensa por sua cabeça ser reduzida a 1 dólar. Acredito que a atmosfera do filme quis mostrar isso, passando uma melancolia no ar. Os olhos dele transparecem o cansaço e nunca ficou tão marcada a falta que ele sente do Pérola Negra. Sentimos uma compaixão pelo anti-herói que tanto nos fez rir e nos surpreendeu com suas estripulias. Sentimos o peso do tempo e é difícil não pensar que a reta final se inicia. Como sempre acaba acontecendo nas franquias de sucesso, uma hora a história acaba e começa a enchessão de linguiça, acho que foi isso que deixou o filme um pouco cansativo, com tanta cena de luta e pouca história para preencher as duas horas.
Segundo o próprio Johnny Depp, terá mais dois filmes e, pela cena pós-crédito (sim, tem uma cena pós-crédito bem no final, mas bem no final mesmo, então, não saia do cinema antes que as luzes se acendam) vai ter o sexto filme, pelo menos. Esperemos que a franquia se encerre por cima e mantenha a qualidade e o sucesso, pois logo teremos que dizer adeus a Jack Sparrow. Ou melhor, Capitão Jack Sparrow.
Com as garotas de volta, parece que tudo ficará mais fácil. Bem, deveria ser assim, mas as coisas não são tão simples como parecem. Em Centelha, segundo volume da série Em busca de um novo mundo, Amy Kathleen Ryan nos traz um outro lado da história. Um garoto de 16 anos é capaz de se tornar o capitão de uma nave que tem uma missão tão importante? É capaz de ponderar suas ações e reconhecer seus erros? É interessante como vemos a complexidade do personagem Kieran e todas as facetas do ser humano, ainda mais, quando está em uma situação de risco, e sua maior luta é pela sobrevivência.
Bem, nesta continuação, Seth virou o indesejável número 1, Waverly não aceita a vocação de messias de Kieran e a noção de certo e errado dentro da nave fica meio distorcida. Para piorar tudo, ataques misteriosos começam a acontecer dentro da nave e Seth é o maior suspeito, já que conseguiu fugir da prisão de forma misteriosa. A história passa a ser narrada em vários cenários, já que os personagens passam a maior parte do tempo separados e temos várias visões diferentes da mesma história. Kieran e sua convicção de estar fazendo a coisa certa obrigando os serviços religiosos para manter todos unidos, Seth e sua busca pelo verdadeiro culpado, e Waverly e sua luta de instaurar a democracia e destituir o poder absoluto de Kieran.
Para piorar tudo ainda mais, os adultos sobreviventes da Empyrean continuam aprisionados na New Horizon, e um tratado de paz começa a ser discutido, o que é a única chance de verem seus pais de novo, de ter um pouco de normalidade restaurada novamente. O livro é intenso, não dá vontade de parar nem um minuto. Os conflitos nos deixam angustiados e a reviravolta na história é surpreendente. Depois de passar por várias distopias e livros de ficção, fiquei surpreendida com essa série tão pouco conhecida e de tanta qualidade.
Hoje, dia 20 de março, é comemorado o dia do blogueiro. Mas, o que é um blogueiro? Onde ele vive? O que come? Como se reproduz? O Beco voltou aos primórdios da Internet para explicar como surgiu essa raça tão importante para o nosso acesso à informação nos dias de hoje.
O termo weblog foi criado por Jorn Barger, criador do primeiro blog, o Robot Wisdom, em 17 de dezembro de 1997. A abreviação blog, por sua vez, foi criada por Peter Merholz, que, de brincadeira, desmembrou a palavra weblog para formar a frase we blog (“nós blogamos”) na barra lateral de seu blog Peterme.com, em abril ou maio de 1999. Pouco depois, Evan Williams do Pyra Labs usou blog tanto como substantivo quanto verbo (to blog ou “blogar”, significando “editar ou postar em um weblog“), aplicando a palavra blogger em conjunção com o serviço Blogger, da Pyra Labs, o que levou à popularização dos termos.
Jorn Barger, criador do Robot Wisdom, considerado o primeiro blog, em 1997
Antes do formato blog se tornar amplamente conhecido, havia vários formatos de comunidades digitais como o Usenet, serviços comerciais online como o GEnie, BiX e Compuserve, além das listas de discussão e do Bulletim Board System (BBS). Em 1990, softwares de fóruns de discussão como o WebEx criaram os diálogos via threads.
O blog atual é uma evolução dos diários online, onde pessoas mantinham informações constantes sobre suas vidas pessoais. Estes primeiros blogs eram simplesmente componentes de sites, atualizados manualmente no próprio código da página. O site do cientista e pesquisador brasileiro Cláudio Pinhanez, que na época já trabalhava no MIT Media Lab, é considerado o primeiro a ser publicado em formato de diário virtual. O seu “Diário Aberto” (Open Diary), publicado no Laboratório de Mídia do MIT, tinha o objetivo de documentar acontecimentos em sua vida e foi atualizado até 1996. Em seu primeiro texto, ele falava sobre o filme Vanya on 42nd Street (Tio Vanya em Nova York ), que havia achado o máximo. A evolução das ferramentas que facilitavam a produção e manutenção de artigos postados em ordem cronológica facilitou o processo de publicação, ajudando em muito na popularização do formato. Isso levou ao aperfeiçoamento de ferramentas e hospedagem própria para blogs.
Cláudio Pinhanez, criador do primeiro diário virtual, Open Diary, em janeiro de 1994
A mensagem passou a modelar o meio, quando no início de 2000, o Blogger introduziu uma inovação – o permalink, conhecido em português como ligação permanente ou apontador permanente – que transformaria o perfil dos blogs. Os permalinks garantiam a cada publicação num blog uma localização permanente – uma URL – que poderia ser referenciada. Anteriormente, a recuperação em arquivos de blogs só era garantida através da navegação livre (ou cronológica). O permalink permitia então que os blogueiros pudessem referenciar publicações específicas em qualquer blog.
Em seguida, hackers criaram programas de comentários aplicáveis aos sistemas de publicação de blogs que ainda não ofereciam tal capacidade. O processo de se comentar em blogs significou uma democratização da publicação, consequentemente reduzindo as barreiras para que leitores se tornassem escritores.
Interface do Robot Wisdom
A blogosfera, termo que representa o mundo dos blogs, ou os blogs como uma comunidade ou rede social, cresceu em ritmo espantoso. Em 1999, o número de blogs era estimado em menos de 50; no final de 2000, a estimativa era de poucos milhares. Menos de três anos depois, os números saltaram para algo em torno de 2,5 a 4 milhões. Atualmente, existem cerca de 112 milhões de blogs e cerca de 120 mil são criados diariamente, de acordo com o estudo State of Blogosphere.
Existem diversos tipos de blogs atualmente. Entretanto é possível dividi-los em três grandes ramos:
Blogs pessoais: são os mais populares e, normalmente, são usados como um gênero de diário com postagens voltadas para os acontecimentos da vida e as opiniões do usuário. Também são largamente utilizados por celebridades que buscam manter um canal de comunicação com seus fãs.
Blogs coorporativos e organizacionais: muitas empresas vêm utilizandoblogs como ferramentas de divulgação e contato com clientes. Tanto é assim que já existe a profissão de blogueiro, ou seja, profissionais são contratados pelas empresas com o cargo de blogueiro para a realização de blogs internos ou externos para registrar as diversas atividades corporativas, respectivamente, para públicos internos (colaboradores) de forma mais privativa e externos, como clientes e fornecedores. A empresa líder em blogs pelo mundo é a Microsoft com um total de 4500 blogs.
Blogs de gênero: por fim, háblogs com um gênero específico, que tratam de um assunto dominado pelo usuário, ou grupo de usuários. Estes são os blogs com o maior número de acessos, sendo que eles podem apresentar conteúdos variados, como humorísticos, notícias, informativos ou o de variedades, com contos, opiniões políticas e poesias. Algumas categorias de blogs recebem denominações específicas, como blogs educativos, blogs literários, Metablogs, etc. É nessa categoria que encaixamos o Beco Literário.
Podemos dizer que o tatatatataravô do Beco foi o primeiro blog brasileiro criado em 1998 por Nemo Nox, que não revela seu nome verdadeiro nem sua idade. Naquela época, não existiam plataformas próprias para blogs, então, ele precisava criar cada página em HTML em um editor de texto e publicar por FTP. As postagens do blog eram principalmente atividades culturais: livros, filmes, música, etc. Alguma semelhança?
Nemo Nox, primeiro blogueiro brasileiro
Junto com os blogs, nasceram os blogueiros, os profissionais responsáveis por publicar qualquer coisa sobre qualquer tema em um blog. Isso não precisa ser, necessariamente pela escrita, pode ser por vídeo ou por voz, como é o caso dos Youtubers.
A Bela e a Fera (em francês La Belle et la Bête) teve sua primeira versão publicada por Gabrielle-Suzanne Barbot, Dama de Villeneuve, na La Jeune Ameriquaine et les Contes Marins, em 1740. A versão mais conhecida foi um resumo da obra de Madame Villeneuve, publicado em 1756 por Madame Jeanne-Marie LePrince de Beaumont, no Magasin des enfants, ou dialogues entre une sage gouvernante et plusieurs de ses élèves. A primeira versão inglesa surgiu em 1757. Desde então, variantes do conto foram surgindo pela Europa. Um exemplo é a versão lírica francesa “Zémire et Azor“, escrita por Marmontel e composta por Grétry, em 1771.
Na versão de Beaumont, o conto A Bela e a Fera relata a história da filha mais nova de um rico mercador que tinha três filhas, porém, enquanto as filhas mais velhas gostavam de ostentar luxo, festas e lindos vestidos, a mais nova, que todos chamavam de Bela, era humilde, gentil, generosa, gostava de leitura e tratava bem as pessoas.
O mercador perdeu toda a sua fortuna, com exceção de uma pequena casa distante da cidade. Bela aceitou a situação com dignidade, mas suas irmãs não se conformavam em perder a fortuna e os admiradores, e descontavam suas frustrações em Bela, que, humildemente, não reclamava e ajudava seu pai como podia.
Um dia, o mercador recebeu notícias de bons negócios na cidade e resolveu partir. As filhas mais velhas, esperançosas em enriquecer novamente, encomendaram-lhe vestidos e futilidades, mas Bela, preocupada com o pai, pediu apenas que ele lhe trouxesse uma rosa.
Quando o mercador voltava para casa, foi surpreendido por uma tempestade e se abrigou em um castelo que avistou no caminho. O castelo era mágico e o mercador pôde se alimentar e dormir confortavelmente, pois tudo o que precisava lhe era servido como por encanto.
Ao partir, pela manhã, avistou um jardim de rosas e, lembrando do pedido de Bela, colheu uma delas para levar consigo. Foi surpreendido, porém, pelo dono, uma Fera pavorosa, que lhe impôs uma condição para viver: deveria trazer uma de suas filhas para oferecer em seu lugar.
Assim que o mercador chegou em casa e contou a história para suas filhas, Bela resolveu se oferecer para a Fera, imaginando que seria devorada. Ao invés de devorá-la, a Fera foi se mostrando, aos poucos, como um ser sensível e amável, fazendo todas as suas vontades e tratando-a como uma princesa. Apesar de achá-lo feio e pouco inteligente, Bela se apegou ao monstro que, sensibilizado, a pedia constantemente em casamento, pedido que Bela gentilmente recusava.
Um dia, Bela quis visitar sua família, pedido que a Fera, muito a contragosto, concedeu com a promessa de que Bela retornaria em uma semana. O monstro combinou com Bela que, para voltar, bastaria colocar seu anel sobre a mesa, e magicamente retornaria.
Bela visitou alegremente sua família, mas as irmãs, ao vê-la feliz, rica e bem vestida, sentiram inveja, e a envolveram para que sua visita fosse se prolongando, na intenção de que a Fera ficasse aborrecida com sua irmã e a devorasse. Bela foi prorrogando sua volta até ter um sonho em que via a Fera morrendo. Arrependida, colocou o anel sobre a mesa e voltou imediatamente, mas encontrou a Fera caída no jardim, pois ela não se alimentara mais, temendo que Bela não retornasse.
Bela compreendeu que amava a Fera, que não podia mais viver sem ela, e confessou ao monstro sua resolução de aceitar o pedido de casamento. Mal pronunciou essas palavras, viu a Fera se transformar em um lindo príncipe, pois seu amor colocara fim ao encanto que o condenara a viver sob a forma de uma fera até que uma donzela aceitasse se casar com ele. O príncipe casou com Bela e foram felizes para sempre.
A versão de Villeneuve inclui alguns elementos omitidos por Beaumont. Segundo essa versão, a Fera foi um príncipe que ainda jovem perdeu o pai, e sua mãe partiu para uma guerra em defesa do reino. A rainha deixou-o aos cuidados de uma fada malvada, que tentou seduzi-lo enquanto ele crescia; quando ele recusou, ela o transformou em fera. A história revela também que Bela não é realmente uma filha do mercador, mas a descendente de um rei. A mesma fada que tentou seduzir o príncipe tentou matar Bela para casar com seu pai, e Bela tomou o lugar da filha morta do mercador para se proteger. Beaumont diminuiu o número de personagens e simplificou o conto.
La Belle et La Bête de 1946, dirigido por Jean Cocteau
Adaptado, filmado e encenado inúmeras vezes, o conto apresenta diversas versões diferentes do original que se adaptam a diferentes culturas e momentos sociais. Como um filme francês feito em 1946 que segue o conto de Beaumont, dando a Bela duas irmãs, mas também um irmão que fica cuidando delas enquanto o pai está desaparecido. Nessa versão, viram como necessário que tivesse algum homem na casa para proteger as moças, inclusive das investidas de casamento, o que reflete a visão da época. Já uma versão feita na União Soviética em 1952 foi baseada em uma versão de Sergei Aksakov chamada A flor vermelha (The scarlett flower), em referência à rosa que Bela pede para seu pai. Essa versão já se mantém mais fiel à história de Beaumont, mas o nome de Bela é mudado para Nastenka, um diminutivo de Anastásia.
A Bela e a Fera de 1987, dirigido por Eugene Marner
Em 1987, temos a primeira versão como musical com uma Bela loira e o tradicional vestido amarelo, e, em 1991, o conto é consagrado em uma animação da Disney, sendo a primeira animação a ser indicada ao Oscar de Melhor Filme. Nessa versão que aboliu as duas irmãs de Bela e também o irmão misterioso que apareceu em 1946, também não se viu necessário entrar em maiores detalhes sobre o motivo de Bela e seu pai viverem em um vilarejo pacato no interior da França. Bela é apresentada como uma moça forte e inteligente que adora ler e não se encaixa na visão retrógrada da época. Ela vai sozinha ao encontro de seu pai quando esse desaparece e se oferece por vontade própria para ficar no lugar dele. Vemos Bela como uma personagem feminina forte, corajosa e independente, que, ao contrário das outras princesas, salva seu príncipe e conquista o seu felizes para sempre. É nessa versão de 1991 que é baseado o live action estrelado por Emma Watson e que chega aos cinemas amanhã (16). CONFIRA NOSSA CRÍTICA AQUI!
A Bela e a Fera de 2017, estrelado por Emma Watson e com direção de Bill Condon
De abril de 1994 a julho de 2007, A Bela e a Fera ficou em cartaz na Broadway por um total de 5461 performances, sendo o oitavo musical por mais tempo em cartaz na história da Broadway. Produzido pela Walt Disney Theatrical, essa montagem foi inspirada na animação de 1991 e veio a se tornar a primeira da Disney nos palcos da Broadway (Nova Iorque – EUA), após a ideia de apresentar uma peça de 25 minutos sobre a história no Walt Disney World. Pelo sucesso do musical em Nova Iorque, foram montadas adaptações para inúmeras filiais da Broadway pelo mundo, como em São Paulo, no antigo teatro Abril (hoje, Teatro Reunalt), em 2002-2003 e novamente em 2009.
A Bela e a Fera exibido no antigo Teatro Abril em 2009
A Bela e a Fera é mais uma prova de como os contos de fadas são atemporais. Eles se adaptam às épocas e lugares e instigam a imaginação humana. Que menina nunca sonhou em ser uma princesa? Ou que menino nunca quis ser um bravo cavaleiro defendendo seu reino em batalhas épicas? As histórias de amor impossíveis e o triunfo do bem sobre o mal nunca vão deixar de encantar e nos trazer essa esperança de que tudo sempre dá certo no fim e de que todos têm direito ao seu felizes para sempre.
Brilho é o primeiro volume da série Em busca de um novo mundo, da autora Amy Kathleen Ryan, publicado pela Geração Editorial. A primeira vez que ouvi falar sobre esse livro foi no Sarau mistérios da meia-noite, no Halloween de 2015, e fiquei encantada com a história. Uma mistura de distopia, ficção científica, uma pitada de romance e muita ação: a receita perfeita para uma obra de sucesso.
Tudo começa com a Terra entrando em colapso. Os recursos naturais acabaram, o povo está morrendo e não há mais nada que possa ser feito. Uma nova Terra é descoberta, um planeta cheio de água fresca, terras férteis e um ecossistema perfeito para habitar a raça humana. Duas naves são abastecidas com plantas, animais e pessoas, e é enviada para esse planeta a fim de que a humanidade não entre em extinção. A viagem é longa, a expectativa é mais de 40 anos, e a missão é clara: as pessoas devem sobreviver e se reproduzir para povoar a Terra nova e começar tudo de novo.
A história é, inicialmente, contada pela visão da vida na segunda nave, a Empyron, e somos apresentados a dois personagens que se mostrarão bem fortes no futuro, Kieran e Waverly, dois adolescentes vistos como grandes pilares do recomeço da vida na nova Terra. Tudo parece correr como planejado, as pessoas convivem em sociedade, cooperando para o bom funcionamento da nave, até que são surpreendidos pela primeira nave, a New Horizon, e um ataque catastrófico destrói tudo o que eles conheciam. Todas as meninas são sequestradas e levadas para a New Horizon, pois suas mulheres apresentaram um problema de fertilidade. Os adultos são mortos e Kieran e os outros garotos se vêem sozinhos, tendo que cuidar da nave e tentar resgatar as garotas.
Além da história fantástica e toda a ação, uma das coisas mais interessantes neste livro é o que as pessoas são capazes de fazer quando são arrancadas de sua zona de conforto e vêem sua sobrevivência ameaçada. Até onde uma pessoa é capaz de ir para salvar sua própria vida? O que é capaz de fazer para manter o poder? O ponto de vista de cada um pode acabar distorcendo um pouco o que é o bem comum e o egoísmo pode se sobressair em quem antes era visto como alguém tão bom. Adorei o livro e já comecei a ler o segundo, ansiosa para descobrir mais do desenrolar dessa história. Para quem gosta de distopias, mas está cansado do mesmo de sempre, Brilho chegou para surpreender.
No dia 16 de março, chega aos cinemas o live action de A Bela e a Fera, estrelado por Emma Watson, mas o Beco teve o privilégio de poder assistir antes e vai te contar tudo em primeira mão. Antes, vamos relembrar um pouquinho sobre a história.
A Bela e a Fera ou A Bela e o Monstro é um tradicional conto de fadas francês. Originalmente escrito por Gabrielle-Suzanne Barbot, Dama de Villeneuve, em 1740, tornou-se mais conhecido em sua versão de 1756, por Jeanne-Marie LePrince de Beaumont, que resumiu e modificou a obra de Villeneuve. Adaptado, filmado e encenado inúmeras vezes, o conto apresenta diversas versões diferentes do original que se adaptam a diferentes culturas e momentos sociais.
A versão mais conhecida de todos os tempos foi a animação em estilo musical feita pela Disney em 1991, que foi a primeira animação a ser indicada ao Oscar como melhor filme e consolidou a canção Beauty and the Beast. Nele, conta-se a história de uma moça chamada Bela, que vive em uma pequena vila no interior da França, junto com seu pai. Ao contrário das outras moças, Bela adora ler e sonha em conhecer o mundo, e seu pai é um inventor tido como alguém meio excêntrico para a época, o que os fazem ser mal vistos pelos outros moradores. Porém, uma coisa não se pode negar: o nome de Bela faz jus à sua beleza inigualável, o que chama a atenção de um dos moradores do lugar. Gaston, um típico francês interiorano da época, é rude, não vê a menor graça em um livro sem figuras e acha que lugar de mulher é na cozinha e cuidando dos filhos.
A ação começa quando o pai de Bela, Maurice, vai para outra cidade expor sua nova invenção em uma feira e se perde na floresta, indo parar em um castelo aparentemente abandonado. Neste castelo, vive uma besta feroz que, outrora, fora um belo príncipe, mas, ao rejeitar ajudar uma velha que lhe pediu abrigo em uma noite de tempestade, foi amaldiçoado. A ele foi entregue uma rosa mágica e, no dia em que cair a última pétala da rosa, ele se tornará uma fera para sempre, junto com todos os outros moradores do castelo que viraram utensílios domésticos. Mas claro que toda maldição tem um porém: se ele se apaixonar por uma moça que também o ame por quem verdadeiramente é, a maldição será quebrada.
Voltando ao pai de Bela, ele acaba no jardim do castelo e, lembrando que sua filha adora rosas, pega uma, achando que não tinha dono. Nesse momento, a Fera aparece e o prende por roubar uma rosa de seu jardim. Bela estranha o sumiço do pai e, indo procurá-lo, também acaba no castelo, onde faz um acordo com a fera para trocar de lugar com ele na prisão. Isso, claro, acende a esperança dos moradores do castelo que acreditam que ela pode ser a escolhida que vai acabar com aquela maldição e passam a fazer tudo para que seu príncipe se apaixone pela bela camponesa.
Nos últimos anos, vários contos de fadas tradicionais tiveram seus live actions com algumas mudanças de pontos de vista, como Malévola que mostra que, no fundo, a fada má não era tão má assim, ou A garota da capa vermelha, que conta uma história bem mais sombria sobre a Chapeuzinho Vermelho. Mas, como Cinderela, A Bela e a Fera não teve mudanças tão drásticas na história, a não ser sobre a menção da mãe da Bela. No filme, descobrimos de onde a Bela veio e o que aconteceu com sua mãe, isso nos ajuda a entender melhor por que ela é tão diferente. Cenas clássicas como o baile com o tão tradicional vestido amarelo e a linda música romântica cantada pelo bule de chá foram mantidas e me levaram de volta à infância. Algumas outras canções foram acrescentadas junto com números de dança belíssimos. Efeitos especiais também não faltam, levando ao clássico a modernidade de 2017.
Emma Watson dá um show e mostra que é uma atriz completa, cantando e dançando. Gaston, apesar de ser um personagem odioso (pelo menos, para mim), é muito importante para a trama e não poderiam ter escolhido um ator melhor. Na verdade, cada ator escolhido para o filme pareceu ser feito sob medida para o papel. Para quem ama a história assim como eu, vai ser um deleite rever Lumière fazendo o show da sala de jantar e o adorável Chip com suas bolhas de chá. O destaque vai para a Fera, a qual, durante o filme, não tem como dizer que não é real. As expressões da cara, a voz e aquele olhar aflito de quem está gritando dentro de si o tempo todo que está aprisionado nos leva a não prestar toda a nossa atenção só para a Bela, como acontece com a animação, mas a entender e sofrer com a dor que o príncipe sentiu durante tanto tempo.
Sou um pouco suspeita para dar uma crítica imparcial, pois Bela é a minha princesa/não princesa preferida e, ao contrário das outras que são salvas por seus príncipes e buscam um felizes para sempre em um casamento, ela quer mais. Bela é chamada de estranha por pensar diferente do que era tido como adequado para as mulheres da época. Bela é inteligente, esperta, intelectual e sonha em viver grandes aventuras e ir para todos os lugares que já leu nos livros. Bela salva o príncipe de uma maldição terrível e mostra que se apaixonar não é o fim da história, mas só o começo.
O primeiro Dia Nacional da Mulher foi celebrado em maio de 1908 nos Estados Unidos, quando cerca de 1500 mulheres aderiram a uma manifestação em prol da igualdade econômica e política no país. No ano seguinte, o Partido Socialista dos EUA oficializou a data como sendo 28 de fevereiro, com um protesto que reuniu mais de 3 mil pessoas no centro de Nova York e culminou, em novembro de 1909, em uma longa greve têxtil que fechou quase 500 fábricas americanas.
Em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas na Dinamarca, uma resolução para a criação de uma data anual para a celebração dos direitos da mulher foi aprovada por mais de cem representantes de 17 países. O objetivo era honrar as lutas femininas e, assim, obter suporte para instituir o sufrágio universal em diversas nações.
Com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) eclodiram ainda mais protestos em todo o mundo. Mas foi em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro no calendário Juliano, adotado pela Rússia até então), quando aproximadamente 90 mil operárias manifestaram-se contra o Czar Nicolau II, as más condições de trabalho, a fome e a participação russa na guerra – em um protesto conhecido como “Pão e Paz” – que a data consagrou-se, embora tenha sido oficializada como Dia Internacional da Mulher, apenas em 1921.
Somente mais de 20 anos depois, em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) assinou o primeiro acordo internacional que afirmava princípios de igualdade entre homens e mulheres. Nos anos 1960, o movimento feminista ganhou corpo, em 1975, comemorou-se oficialmente o Ano Internacional da Mulher e, em 1977, o 8 de março foi reconhecido oficialmente pelas Nações Unidas.
Para comemorar esse dia tão especial nas conquistas femininas, o Beco traz uma lista de 5 livros inspiradores sobre mulheres que vão fazer você celebrar esse dia com estilo:
1 – O Mundo de Sofia, Jostein Gaarder
Prestes a completar 15 anos, Sofia Amundsen recebe uma misteriosa carta enviada por um desconhecido. Ela passa a receber bilhetes anônimos contendo questionamentos à Sofia sobre sua origem e o que ela veio fazer neste mundo. Quem escreve as cartas é Alberto Knox, um senhor que passa a ser seu professor. Nas cartas, Sofia vai encontrar ensinamentos e aprendizados da filosofia, desde a Antiguidade Clássica até Kant e Darwin.
2 – Garota Exemplar, Gillian Flynn
Uma das mais aclamadas escritoras de suspense da atualidade, Gillian Flynn apresenta um relato perturbador sobre um casamento em crise. Na manhã de seu quinto aniversário de casamento, Amy, a linda e inteligente esposa de Nick Dunne, desaparece de sua casa às margens do Rio Mississippi. Aparentemente trata-se de um crime violento, e passagens do diário de Amy revelam uma garota perfeccionista que seria capaz de levar qualquer um ao limite. Pressionado pela polícia e pela opinião pública – e também pelos ferozmente amorosos pais de Amy –, Nick desfia uma série interminável de mentiras, meias verdades e comportamentos inapropriados. Sim, ele parece estranhamente evasivo, e sem dúvida amargo, mas seria um assassino? Com sua irmã gêmea Margo a seu lado, Nick afirma inocência. O problema é: se não foi Nick, onde está Amy? E por que todas as pistas apontam para ele?
3 – Sejamos Todos Feministas, Chimamanda Adichie
O que significa ser feminista no século XXI? Por que o feminismo é essencial para libertar homens e mulheres? Eis as questões que estão no cerne de Sejamos todos feministas, ensaio da premiada autora de Americanah e Meio sol amarelo. “A questão de gênero é importante em qualquer canto do mundo. É importante que comecemos a planejar e sonhar um mundo diferente. Um mundo mais justo. Um mundo de homens mais felizes e mulheres mais felizes, mais autênticos consigo mesmos. E é assim que devemos começar: precisamos criar nossas filhas de uma maneira diferente. Também precisamos criar nossos filhos de uma maneira diferente.
“Chimamanda Ngozi Adichie ainda se lembra exatamente da primeira vez em que a chamaram de feminista. Foi durante uma discussão com seu amigo de infância Okoloma. “Não era um elogio. Percebi pelo tom da voz dele; era como se dissesse: ‘Você apoia o terrorismo!'”. Apesar do tom de desaprovação de Okoloma, Adichie abraçou o termo e — em resposta àqueles que lhe diziam que feministas são infelizes porque nunca se casaram, que são “anti-africanas”, que odeiam homens e maquiagem — começou a se intitular uma “feminista feliz e africana que não odeia homens, e que gosta de usar batom e salto alto para si mesma, e não para os homens”.
Neste ensaio agudo, sagaz e revelador, Adichie parte de sua experiência pessoal de mulher e nigeriana para pensar o que ainda precisa ser feito de modo que as meninas não anulem mais sua personalidade para ser como esperam que sejam, e os meninos se sintam livres para crescer sem ter que se enquadrar nos estereótipos de masculinidade.
4 – Orgulho e Preconceito, Jane Austen
O principal assunto do livro é contemplado logo na frase inicial, quando a autora menciona que um homem solteiro e possuidor de grande fortuna deve ser o desejo de uma esposa. Com esta citação, Jane Austen faz três referências importantes: a autora declara que o foco da trama será os relacionamentos e os casamentos, dá um tom de humor á obra ao falar de maneira inteligente acerca de um tema comum, e prepara o leitor para uma caçada de um marido em busca da esposa ideal e de uma mulher perseguindo pretendentes.
O romance retrata a relação entre Elizabeth Bennet (Lizzy) e Fitzwilliam Darcy na Inglaterra rural do século XVIII. Lizzy possui outras quatro irmãs, nenhuma delas casada, o que a Sra. Bennet, mãe de Lizzy, considera um absurdo. Quando o Sr. Bingley, jovem bem sucedido, aluga uma mansão próxima da casa dos Bennet, a Sra. Bennet vê nele um possível marido para uma de suas filhas. Enquanto o Sr. Bingley é visto com bons olhos por todos, o Sr. Darcy, por seu jeito frio, é mal falado. Lizzy, em particular, desgosta imensamente dele por ele ter ferido seu orgulho na primeira vez em que se encontraram. A recíproca não é verdadeira. Mesmo com uma má primeira impressão, Darcy realmente se encanta por Lizzy, sem que ela saiba do fato. A partir daí, o livro mostra a evolução do relacionamento entre eles e os que os rodeiam, mostrando também, desse modo, a sociedade do final do século XVIII.
5 – Eu sou Malala, Christina Lamb e Malala Yousafzai
Quando o Talibã tomou controle do vale do Swat, uma menina levantou a voz. Malala Yousafzai recusou-se a permanecer em silêncio e lutou pelo seu direito à educação. Mas em 9 de outubro de 2012, uma terça-feira, ela quase pagou o preço com a vida. Malala foi atingida na cabeça por um tiro à queima-roupa dentro do ônibus no qual voltava da escola. Poucos acreditaram que ela sobreviveria. Mas a recuperação milagrosa de Malala a levou em uma viagem extraordinária de um vale remoto no norte do Paquistão para as salas das Nações Unidas em Nova York. Aos dezesseis anos, ela se tornou um símbolo global de protesto pacífico e a candidata mais jovem da história a receber o Prêmio Nobel da Paz.
Eu sou Malala é a história de uma família exilada pelo terrorismo global, da luta pelo direito à educação feminina e dos obstáculos à valorização da mulher em uma sociedade que valoriza filhos homens. O livro acompanha a infância da garota no Paquistão, os primeiros anos de vida escolar, as asperezas da vida numa região marcada pela desigualdade social, as belezas do deserto e as trevas da vida sob o Talibã. Escrito em parceria com a jornalista britânica Christina Lamb, este livro é uma janela para a singularidade poderosa de uma menina cheia de brio e talento, mas também para um universo religioso e cultural cheio de interdições e particularidades, muitas vezes, incompreendido pelo Ocidente.