Tags

todo dia

Livros, Resenhas

RESENHA: TODO DIA, DAVID LEVITHAN

Sinopse: Todo dia sou uma pessoa diferente. Eu sou eu, sei que sou. Mas também sou outra pessoa. Sempre foi assim. Toda manhã, A acorda em um corpo diferente, em uma vida diferente. Não há qualquer aviso sobre quem será ou onde estará em seguida. De menina a menino, rebelde a certinho, tímido a popular, saudável a doente; A precisa se adaptar. Ele já se acostumou com isso e até criou algumas regras para si mesmo. Primeira: nunca se apegar; segunda: jamais interferir. E tudo corre bem… até que A desperta no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon. A partir desse momento, as regras pelas quais tem vivido não fazem mais sentido. Porque, finalmente, A encontrou alguém com quem quer ficar; dia após dia, todo dia. Mas como esperar que uma pessoa que sempre viveu uma vida normal possa entender a realidade de A? Ou até mesmo acreditar nela? Enquanto lutam para se reencontrar a cada 24 horas, ambos precisam enfrentar seus próprios demônios, superar suas limitações e redefinir suas prioridades. Rhiannon conseguirá ficar com alguém que muda a cada dia? E até onde A acha justo (ou ético) interferir nas vidas de quem habita? Mas, principalmente, o amor pode mesmo vencer qualquer barreira?

Todo mundo sabe que eu sou “a louca do romance clichê”, mas esse não é um deles. Me surpreendeu muito e me deu também muita dor no coração.

Todo Dia nos traz o gênero jovem adulto (Young Adult) numa narrativa cativante e com uma estória de tirar o fôlego, numa trilogia surpreendente.

Então vamos para a estória, nos é apresentado um personagem chamado “A”, ele não tem gênero, portanto usarei pronomes neutros. É uma narrativa de amor acima de todos os outros sentimentos.

O livro começa quando “A” acorda no corpo de um rapaz chamado Justin. Isso mesmo, A é um ser, uma existência, nem feminino nem masculino, não tem um corpo próprio, tem 16 anos, mas todos os dias acorda no corpo de uma pessoa diferente da mesma idade que ele.

“Não vou de 16 anos para 60. Nesse momento, é apenas 16. Não sei como isso funciona, nem o porquê. Parei de tentar entender há muito tempo. Nunca vou compreender, não mais do que qualquer pessoa normal entenderá a própria existência. Depois de algum tempo é preciso aceitar o fato de que você simplesmente existe”

Os capítulos são números de dias, então a evolução da estória é dada por esse tempo, por exemplo, dia 6.008, dia 6.009 e assim vai.

No primeiro capítulo “A” acorda no corpo de Justin, e esse tem uma namorada chamada Rhiannon, uma adolescente doce por quem A se apaixona. Ela é a pessoa que faz com que ele quebre suas próprias regras: não criar laços e evitar estragos.

“Vivi toda minha vida desse jeito, mas você é a única coisa que me faz
desejar não ser mais assim.”

Antes de conhece-la, A sempre fazia o possível para evitar qualquer laço emocional na sua vida ou qualquer mudança na rotina do/a hospedeiro/a do dia, onde ele acessa suas memórias para viver aquele dia como aquela pessoa.

Mas agora A tem Rhiannon, e seu único desejo e estar com ela todos os dias. Então ele passa a procurá-la em corpos diferentes todos os dias, fazendo com que os dois superem os obstáculos dessa sua condição.

“– Como posso dizer não? – pergunta ela – Estou morrendo de curiosidade para ver quem você vai ser a seguir.
Sei que é uma piada, mas tenho que responder.
– Sempre vou ser A.
– Eu sei. – Diz. – E por isso que quero te ver.”

Com o passar dos dias A começa a enfrentar os desafios de tentar ficar com Rhiannon, vivendo vários dilemas, sendo um deles: Ela pode amar seu interior sem se importar com o exterior?
E outro: É justo ele querer viver usando o corpo de outra pessoa?

“Ela é meu primeiro e único amor. A maioria das pessoas sabe que o primeiro amor não será o único. Mas, para mim, ela é as duas coisas. Esta vai ser a única chance que vou me dar. Nunca mais vai acontecer.”

Essa foi a primeira obra nessa temática que li e eu realmente gostei, houveram cenas que eu perdi o fôlego e outras que eu só queria abraçar A.

David Levithan escreve de uma maneira que coloca A diante de situações bem difíceis como por exemplo: ora ele está no corpo de um jogador de futebol americano, ora no de uma garota popular, outra vez no corpo de um nerd, no de uma modelo, depois no corpo de um obeso, no corpo de um viciado e no de uma suicida.

“Não importa qual seja nossa religião, sexo, raça ou localização geográfica, todos nós temos 98% em comum com todos os outros. A raça é diferente apenas como uma construção social, não como uma diferença inerente. () Por uma razão qualquer, nós nos concentramos nos 2% de diferença e a maior parte dos conflitos que acontece no mundo é consequência disto.”

Eu amei o livro e realmente recomendo a leitura. É uma obra que todo mundo deveria ler para desmistificar conceitos de amor, paixão, gênero, sexo, raça. Tudo. Porque nada importa quando o amor é verdadeiro.

O final da estória foi o que eu já imaginava, mas mesmo assim eu, como uma boa amante de romances clichês, queria que tivesse sido diferente para eles. Mas não haveria outra maneira, não tem o que fazer, principalmente pela vida de A e o que ele sente por Rhiannon.
Mas tudo bem.

O segundo livro da trilogia se chama “OUTRO DIA” e é a mesma estória narrada do ponto de vista de Rhiannon.
Enquanto que o último livro é chamado de “ALGUM DIA” e esse é uma continuação, que em breve teremos uma resenha.

Inclusive o livro Todo Dia ganhou uma adaptação cinematográfica. Então quem quiser conferir também vale.
Trailer Todo Dia

Atualizações, Resenhas

Resenha: Todo Dia, David Levithan

O livro é um Young adult que narra uma história completamente peculiar, intrigando o leitor a a cada capítulo que passa. Em Todo Dia, conhecemos A, um ser que, todos os dias, habita um corpo diferente. A cada amanhecer, A está em uma vida nova, rodeado por pessoas novas e em lugares diferentes. A pega a vida da pessoa emprestada por um dia, sendo que a pessoa nunca se lembra de sua presença e ele nunca sabe quem será o próximo corpo a ser habitado, apenas que terá 16 anos, assim como ele.

“Não vou de 16 anos para 60. Nesse momento, é apenas 16. Não sei como isso funciona, nem o porquê. Parei de tentar entender há muito tempo. Nunca vou compreender, não mais do que qualquer pessoa normal entenderá a própria existência. Depois de algum tempo é preciso aceitar o fato de que você simplesmente existe”

O ponto chave a da história é quando A acorda no corpo de um garoto prepotente do ensino médio, Justin. Ele percebe, logo ao despertar em seu quarto, que Justin não é um menino legal, mas, geralmente, decide não afetar a vida da pessoa na qual habita. No entanto, assim que chega ao colégio, A percebe que Justin tem uma namorada a qual não trata tão bem assim. Rhiannon é uma garota insegura e de bom coração que faz de tudo por Justin. Logo, A sente uma conexão não usual com ela, a ponto de transcender as 24 horas que ele tem no corpo de Justin.  A questão é que ele não deve influenciar na vida da pessoa na qual reside e, também, não poderia se apegar a qualquer pessoa com cuja vida cruzasse. Rhiannon o fará quebrar as regras que colocou para si mesmo, mudando completamente sua vida.

Todo Dia trás uma premissa interessante por ser diferente do que já foi apresentado em livros do gênero. A criatividade do autor é explorada a todo momento, pois quando o personagem acorda em uma nova vida, nos apresenta novos personagens a cada capítulo, fazendo com que o leitor entre na vida dessas pessoas juntamente com A, conhecendo-as pouco a pouco. Além disso, a narrativa traz questões importantes sobre identidade de gênero, causa LGBTQ+ e saúde mental. Como caímos, junto com o personagem, em uma nova pessoa, também temos a oportunidade de entrar na vida de pessoas distintas e aprender um pouco mais sobre suas batalhas pessoais, as quais A, muitas vezes, também tem que lutar.

“Na minha experiência, desejo é desejo, amor é amor. Nunca me apaixonei por um gênero. Apaixonei-me por indivíduos. Sei que é difícil as pessoas fazerem isso, mas não entendo por que é tão complicado, quando é tão óbvio.”

O mais interessante do livro é que A não tem gênero, portanto, não temos descrição física para imaginá-lo fora dos corpos os quais habita. Assim, o livro acaba se tornando uma verdadeira lição de empatia, colocando o leitor no centro de situações distintas. Por mais que a premissa seja boa, o gancho que envolve a história é um pouco repetitivo, por focar demasiadamente no amor entre A sente por Rhiannon. A leitura, no entanto, é válida por todos os outros aspectos que envolvem a trama e é, sem dúvidas, um livro que merece atenção.

A adaptação cinematográfica chega às telas em Fevereiro de 2018 nos EUA, mas ainda está sem previsão de estreia para o Brasil. Confira o trailer.